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IMFDS_PenalEspecial_RAlcazar_Aula01_21022015_BSantos

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Intensivo Modular Completo – Finais de Semana 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Penal – Parte Especial 
 Professor: Rogério Alcazar 
Aulas: 01| Data: 21/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Homicídio Simples 
Homicídio Privilegiado 
Homicídio Qualificado 
 
Professor Rogério Alcazar 
 
Juiz 
 
Parte Especial 
 
Crimes Contra a vida – Artigos 121 a 128 do CP 
 
Homicídio – Artigo 121 do CP 
 
É o único crime contra a vida que prevê modalidade culposa, e portanto, o único que não é julgado pelo Tribunal 
do Júri. 
 
 Objeto Material: 
 
O objeto material é a vida humana extrauterina. 
 
O Direito à vida é relativo. Encontra limitações quando em confronto com outros interesses do Estado. Exemplo: 
pena de morte por crime militar em caso de guerra declarada. Legítima defesa. Estado de necessidade. 
 
Embora seja relativo, é indisponível. Ninguém possui o direito de se matar. É possível até utilizar de violência 
física para evitar um suicídio. 
 
 Sujeitos do crime: 
 
É crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
 
Observação: os crimes podem ser comuns, próprios ou de mão própria. Os próprios exigem uma qualidade 
específica do sujeito ativo e admitem coautoria e participação. Os de mão própria são crimes próprios que só 
podem ser praticados pelo agente em pessoa, sem se valer de terceiros – exemplo: falso testemunho – não 
admitindo coautoria, apenas participação. 
 
Gêmeos xifópagos: se um comete o crime sem anuência do outro é quando interessa. Se é possível a separação 
cirúrgica, separa e processa o culpado. Se não for, absolve ambos. 
 
O sujeito passivo é alguém, ou seja, qualquer pessoa humana viva. É irrelevante a maior ou menor vitalidade do 
sujeito passivo. 
 
 
 
 
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Atentar contra a vida do presidente da república, do senado federal, da câmara dos deputados ou do STF não é 
homicídio, mas crime contra a segurança nacional. Artigo 29 da LSN. 
 
Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26. 
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos. 
 
Matar com a intenção de destruir no todo ou em parte grupo nacional, étnico, racial ou religioso caracteriza o 
crime de genocídio. 
 
 Consumação e tentativa: 
 
O homicídio é crime material e se consuma com a morte da vítima. 
 
Observação: quanto ao resultado os crimes são classificados entre materiais, formais ou de mera conduta. 
Material é aquele que a lei descreve uma conduta e um resultado, exigindo este para a consumação. Formal é 
aquele em que a lei descreve a conduta e o resultado, mas o momento consumativo é antecipado com a conduta, 
sendo desnecessário o resultado – exemplo: crimes contra a honra. Crimes de mera conduta são aqueles em que 
a lei apenas descreve uma conduta – exemplo: reingresso de estrangeiro expulso. 
 
Quando a pessoa pode ser considerada morta? Isso sempre foi tarefa da medicina legal, e não da lei. O conceito 
era da tríplice parada: cérebro, coração e pulmão. Esse conceito mudou com a Lei de Transplante. A partir da Lei 
9434/97, adotou-se o conceito de morte encefálica, que abrange o cérebro e o tronco encefálico. Não é 
tecnicamente correto falar em morte cerebral. Se a pessoa já tem a morte encefálica detectada, pode desligar o 
aparelho. 
 
Tratando-se de crime material, a tentativa é admissível. É crime plurissubsistente. 
 
Observação: o crime pode ser plurissubsistente, que será uma conduta composta por vários atos que podem ser 
fracionados. Se é fracionável, admite tentativa. Pode ser também unissubsistente, que é praticado por ato único, 
não fracionável e, portanto, não se admite tentativa. Todos os crimes materiais são plurissubsistentes. Crime 
formal pode ser uni ou plurissubsistente. O crime material também. 
 
Homicídio Privilegiado – Artigo 121, §1º 
 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena 
de um sexto a um terço. 
 
Nessas hipóteses o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3. 
 
A redução da pena é obrigatória ou facultativa? É obrigatória pois o réu preenche os requisitos, sendo sujeito de 
um direito público subjetivo. Além disso, essa matéria é de apreciação dos jurados, não permitindo ao Juiz 
ofender o princípio da soberania dos vereditos do júri. A faculdade judicial limita-se à escolha do montante da 
redução. 
 
 
 
 
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Todas as hipóteses de privilégio são de natureza subjetiva e por não serem elementares do crime, não se 
comunicam, obrigatoriamente, aos coautores e partícipes. 
 
São três as hipóteses de privilégio previstas aqui. 
 
a) Motivo de Relevante Valor Moral 
 
É aquele que diz respeito a um interesse individual do agente, aprovado pela moralidade média. Exemplo clássico: 
eutanásia – morte dada a pedido ou com o consentimento da vítima que sofre de enfermidade incurável ou muito 
penosa, tendo o fim de lhe abreviar o sofrimento, homicídio caritativo. 
 
A eutanásia não se confunde com ortotanásia, também chamada de eutanásia passiva. É a supressão dos 
medicamentos que visam prolongar a vida de paciente incurso em estado incurável que o levará à morte. Para a 
imensa maioria da doutrina, ela não configura crime. 
 
b) Motivo de Relevante Valor Social 
 
É aquele que diz respeito a um interesse da coletividade. Exemplo: matar o traidor da pátria. 
 
c) Homicídio Emocional 
 
São necessários três requisitos para o seu reconhecimento: 
 
 Domínio de violenta emoção: choque emocional 
 Provocação injusta: qualquer provocação contrária ao Direito, e não necessariamente criminosa. Observe 
que é menos do que agressão, que levará, teoricamente, à legítima defesa. 
 Reação imediata: isso deve ser analisado caso a caso. Logo em seguida significa enquanto durar o domínio 
da violenta emoção. 
 
Homicídio passional é privilegiado? Se estiverem presentes os três requisitos, sim. O fato de ser classificado como 
emocional é que tem a ver com emoção, mas não necessariamente será privilegiado. 
 
O artigo 65, III, ‘c’ do CP, prevê como atenuante genérica a influência de violenta emoção provocada por ato 
injusto provocada por ato injusto da vítima. Essa atenuante genérica vale para todos os crimes da parte especial. 
A atenuante genérica não impõe requisito temporal. Domínio x influência. 
 
Circunstâncias atenuantes 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
(...) 
III - ter o agente: 
(...) 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em 
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência 
de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 
 
 
 
 
 
 
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Homicídio Qualificado – art. 121, §2º 
 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo 
torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Estabelece pena de reclusão de 12 a 30 anos. 
 
Atenção: premeditação, relação de parentesco não são qualificadoras. São só os incisos. 
 
a) Motivo Torpe 
 
É um só: motivo torpe. A lei usa a chamada interpretação analógica, dando exemplos e concluindo com o que 
interessa. Paga e promessa de recompensa são exemplos de motivo torpe. Diferente da analogia, que não pode 
ser usada em prejuízodo réu, mas a interpretação analógica pode. Clássica diferença entre analogia x 
intepretação analógica. Lembrar que a primeira atua na lacuna da lei. 
 
Torpe é o motivo abjeto, repugnante, vil. É aquele que revela a depravação moral do sujeito. Exemplo: matar o 
pai para obter sua herança. Matar o usuário que não pagou a dívida de drogas. Matar por rivalidade profissional. 
 
Paga é pagamento, remuneração, que antecede a prática do crime. Promessa de recompensa é expectativa de 
paga e o pagamento será feito após o cometimento do crime. É o chamado homicídio mercenário. É crime 
bilateral que envolve o mandante e o executor 
 
A torpeza deve ter característica econômica? Não necessariamente segundo a doutrina mais recente. Mas a 
doutrina clássica tem como posição majoritária que deve haver conotação econômica. Dizem que o intuito do 
legislador foi punir a cobiça do agente: Hungria, Noronha, Mirabete. 
 
A qualificadora da torpeza comunica-se ao mandante, obrigatoriamente? A qualificadora não se comunica, 
obrigatoriamente, ao mandante, este pode ou não responder pela forma qualificada. 
 
Vingança é motivo torpe? É preciso analisar o motivo que a originou. Isoladamente não é motivo torpe.

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