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Aula 1 - História da Loucura Através dos Tempos

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P R O F ª P A U L A C O R D E I R O
História da loucura através dos 
tempos
 Psicopatologia? O que é?
A psicopatologia é um ramo da ciência que 
trata da natureza essencial da doença mental, 
suas causas, as mudanças estruturais e suas 
formas de manifestação. Ela pode ser definida, 
em uma acepção mais ampla, como o conjunto 
de conhecimentos referentes ao adoecimento 
mental do ser humano
 O termo psicopatologia surgiu em 1878, como 
sinônimo de psiquiatria clínica: 
 Psico – Psiquismo (se origina do grego psiqué) significa sopro, respiro, 
princípio vital 
 Pathos- Sofrimento e paixão (perda do controle racional de si e de seus atos)
 A psicopatologia como disciplina científica é
independente da medicina e está comprometida com 
a compreensão da experiência íntima do sofrimento 
psicológico do indivíduo dentro de uma perspectiva 
biopsicossocial.
 Os transtornos mentais estão descritos em duas 
publicações tradicionais, com utilização 
internacional
 CID-10 (Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de 
Saúde)
 DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, editado 
pela Associação Norte-Americana de Psiquiatria)
 O conceito de normalidade sempre foi controverso:
 Patológico é aquilo que causa perturbação intensa e 
persistente ao próprio indivíduo ou à sociedade.
 Por toda a história estão registrados casos de 
perturbações mentais.
 Ex: Cleópatra, Van Gogh, Amy Winehouse, Heath
Ledger Eram loucos?
 Quem consideramos louco?
 Indivíduo cuja maneira de se comportar é “diferente” em 
comparação à maneira considerada “normal” pela sociedade
 Como se pode definir um indivíduo normal?
 Inteligente? Funcional? Capaz de ter uma vida em 
sociedade? 
 Podemos então considerar A. Hitler um indivíduo 
normal?
 Na Pré-História, o homem primitivo tratava a 
doença como ação de forças externas.
 Atendidas com rituais tribais.
 Em caso de insucesso, o indivíduo era abandonado.
 Poucas informações, mas se vê que o diferente é 
descartado/excluído. 
 Aquilo que não é explicado, muitas vezes é 
considerado obra divina, ou seu oposto. Mas recaí ao 
sobrenatural.
 A primeira conceituação de loucura faz referência 
aos demônios.
 Bons espíritos ou maus espíritos  dependiam dos 
sintomas.
 O primeiro tratamento para a posse do demônio 
era o exorcismo.
 Mais tarde utilizou-se de sugestões e distrações: 
teatro, músicas e passeios.
 No entanto, os extremos continuavam com os 
açoites  Caso de Anneliese Michel. Mais que um 
filme.
 O tratamento médico iniciou-se com Hipócrates 
(460 – 357 a.C.) melancolia, histeria, frenite etc.
 Para os filósofos Platão e Aristóteles: “o 
comportamento é motivado por necessidades 
fisiológicas e apetites naturais” e não se podia 
“culpar” o homem por esses comportamentos.
 Asclepíades: diferença entre aguda e crônica 
libertou doentes mentais – terapias naturais 
(recursos para aliviar sintomas).
 Aretaeus: descrições de fases de mania e melancolia.
 Século X  loucura coletiva (manias de danças –
tarântula/tarantismo) .
 Licantropia: o homem pensando ser lobisomem.
 Para o extermínio se fazia o teste da bala de prata.
 O tratamento na idade média cabia aos padres nos 
mosteiros.
 Rebeldes continuavam tratando com açoites
 Final do século XV  dois tipos de crenças 
(confirmadas pela igreja)
 Vítima involuntária
 Aliança com o demônio
 Caça as bruxas (“malho das bruxas”)
 Confirma
 Descreve os sintomas
 Formas legais de exames e julgamento (fogueira ou 
estrangulamento)
 Na Grécia e Roma antigas não havia espaço e 
procedimentos destinados aos “loucos”;
 Circulavam pelas ruas onde recebiam caridade 
pública ou realizavam pequenos trabalhos;
 “Louco” visto como problema familiar e não social. 
 Antiguidade: diversas práticas sociais diante da 
loucura (rituais);
 Idade Média: Visão Cristã  considerados 
pecadores;
 A partir do final do século XVIII, na sociedade 
ocidental: internação em instituições Psiquiátricas 
como forma hegemônica de abordagem da loucura.
 Idade Moderna: Século XVII  Grande internação;
 Problemas sociais e sanitários
 Agora temos uma população heterogênea, o que 
fazer?
 Mendigos, vagabundos, mágicos, libertinos e loucos eram 
mantidos em casas de correção e trabalho – indesejados e 
reclusos. 
 Bicho de Sete Cabeças.
 Reestruturação do espaço social  Revolução 
Francesa (final do Século XVII): nenhum cidadão 
pode ser privado de liberdade arbitrariamente
 Com exceção do “louco”
 Nascimento do hospital psiquiátrico
 Tratamento moral: paciente é punido para 
reconhecer erros.
 Ao se arrepender, é curado.
Contradições
 O louco não era considerado culpado de sua doença, 
mas era tratado para tornar-se capaz de sentir culpa;
 Diziam que a punição havia sido substituída pelo 
tratamento, mas ela somente passa a fazer parte 
desse tratamento.
 Idade Contemporânea: no final do século XVIII 
foram feitas denúncias de tortura;
 Filme: Sombras de Goya.
 Construção de asilos  Proteção e tratamento ou 
violência, ameaças e privações;
 Pinel (1973) quebrou as correntes que prendiam os 
ditos insanos;
 Pai da psiquiatria;
 Loucura vista como doença – condições e tratamentos específicos.
 Avanço na descrição das doenças mentais;
 Século XX  postura mais humanista no tratamento 
dos doentes mentais;
 Asilos foram substituídos por Hospitais Psiquiátricos;
“… E aqueles que foram vistos dançando foram 
julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a 
música.” 
Nietzsche

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