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Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 LEI DE MALUS Autor: Ítalo Anderson Rodrigues Martins Curso: Bacharelado em Física Data: 21/10/15 Com o objetivo de demonstrar a lei de Mallus, neste trabalho é apresentado um modelo experimental para a coleta de dados referentes à intensidade da luz ao passar por duas lentes polarizadoras, sendo uma delas móvel. Assim como os dados coletados no experimento, também é apresentado um respaldo teórico sobre a referida lei e um tratamento de dados. Introdução A luz é uma onda eletromagnética como a mostrada na figura 1, sendo o campo elétrico sempre perpendicular ao campo magnético e ambos perpendiculares à direção de propagação. A luz natural é também não polarizada, ou seja, o seu vetor campo elétrico, �⃗⃗� , não descreve uma tragetória bem definida, assim como mostrado na figura 2. As lentes polarizadoras tem a capacidade de transformar uma onda eletromagnética não polarizada, em uma onda polarizada e esta polarização pode ser dada de diversas maneiras a depender de como se comporta o vetor campo elétrico. Quando a trajetória descrita por este vetor é de forma circular, esta é dita polarização circular, quando a trajetória é elíptica, a polarização é chamada de polarização elíptica e quando o vetor descreve uma linha, a polarização é do tipo linear. Figura 1- Onda eletromagnética. Figura 2 – Onda eletromagnética passando por um polarizador. Quando dois polarizadores são colocados alinhados com um feixe de luz, o primeiro é chamado de polarizador e o segundo é chamado de analisador. A intensidade de um feixe de luz ao passar por um polarizador é proporcional ao quadrado do cosseno do ângulo formado entre o vetor do campo magnético e a direção de polarização. Esta relação é chamada Lei de Malus e será a base para o estudo apresentado neste trabalho. Modelo Teórico A intensidade de um feixe de luz é proporcional ao quadrado do seu campo elétrico, ou seja, 𝐼 = �⃗� 2. Ao passar por uma lente polarizadora, o campo elétrico de uma onda eletromagnétia é decomposto em relação à direção de polarização, fazendo com que o campo elétrico resultante seja, �⃗� = �⃗� 0 cos 𝜃 que implica no valor da intensidade da luz ser igual a, 𝐼 = 𝐼0 cos 2 𝜃 esta equação é conhecida como a Lei de Malus. Quando a luz incidente sobre uma lente polarizadora for não polarizada, o valor de 𝜃 pode assumir todos os valores possíveis. Neste caso, usa-se o valor médio de todos os valores possíveis para 𝜃. Sabendo que o valor médio de cos2 𝜃 = 1/2, pode-se chegar à conclusão de que para a luz não polarizada incidindo sobre uma lâmina polarizadora, o valor da intensidade luminosa transmitida é, 𝐼 = 1 2 𝐼0 Experimento No experimento que é apresentado neste trabalho, é usado duas lentes polarizadoras, uma com função de polarizadora e outra com função de analisadora. A primeira lente torna a luz não polarizada proveniente da fonte de luz e o analisado fica posicionado próximo ao luxímetro. A figura 3 apresenta o esquema de montagem das lentes. Figura 3 – Luz não polarizada passando por duas lentes polarizadoras. O experimento é montado da seguite forma: sobre um trilho óptico é colocado uma lanterna policromática, 77 Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro de Ciências Exatas e das Tecnologias – CCET Relatórios de Física Geral e Experimental IV – Semestre Letivo 2015.1 mm a frente da fonte de luz foi colocado uma íris ajustável, para controlar a largura do feixe de luz. 118mm a frente foi colocado uma lente de foco f=125mm com o objetivo de colimar o feixe de luz. 65mm a frente foi colocado a primeira lente polarizadora. 65mm a frente foi colocado o segundo polarizador, o analisador. 70mm mais a frente foi colocado uma lente de foco f=250mm, para colimar ainda mais o feixe de luz que, 170mm a frente foi colocado um luxímetro preso a um suporte. A figura 4 mostra o experimento montado. Figura 4 – Montagem do experimento. As medidas foram feitas com o polarizador fixo na posição 90°, enquanto o analisador variava 5° a cada medida. Os dados foram coletados de um ponto de máxima luz transmitida, com as direções de polarização das lentes alinhadas em paralelo a um mínimo de luz transmitida, onde as lentes de polarização apresentam as direções de polarização defasadas em 90°. Resultados A tabela 1 mostra os dados coletados durante o experimento. Polarizador ±0,5° Analisador ±0,5° lux ±1 lux Δθ ±0,5° 90 90 1230 0 90 95 1207 5 90 100 1177 10 90 105 1115 15 90 110 1050 20 90 115 957 25 90 120 866 30 90 125 767 35 90 130 669 40 90 135 560 45 90 140 457 50 90 145 359 55 90 150 271 60 90 155 194 65 90 160 129 70 90 165 87 75 90 170 46 80 90 175 29 85 90 180 26 90 Tabela 1 – Dados coletados. Estes dados são apresentados no gráfico 1, onde os pontos são os dados coletados neste experimento e a linha vermelha representa o caso ideal, onde a intencidade da luz descreve perfeitamente a Lei de Malus, que já foi apresentada neste trabalho. Grafico 1 – Dados coletados e valor teorico esperado. As barras de erro não são apresentadas neste gráfico por serem demasiadamente pequenas. Conclusão O experimento apresentou um resultado satisfatório, descrevendo bem a curva esperada na plotagem do gráfico 1, onde o 𝑅2 = 996966, o que da ao experimento um alto indece de confiabilidade. Toda a montagem do experimento e coleta de dados é feito de forma muito simples e objetiva, apresentando poucas dificuldades no alinhamento do aparelho e obtenção de dados. Mais medidas poderiam ter sido tiradas, sendo que o Δθ só variou 90°, enquanto o experimento permitia uma variação de 180° Referências NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica– vol. 4, Editora Edgard Blucher, 1° edição. São Paulo, 1998. RESNICK, H. Fundamentos de Física – Vol. 4, LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 8° edição. Rio de Janeiro, 2009.
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