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RESUMO DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA – DIP É uma síndrome clínica secundária a ascensão e a disseminação no trato genital feminino superior de micro-organismos que podem acometer o útero, anexos, peritônio e até mesmo o fígado. Os principais agentes etiológicos são a Clamidia trachomatis e o Neisseria gonorrhoeae (mais de 2/3 dos agentes); o outro terço responsável é de origem polimicrobiana, que é mais comum no período perimestrual. A faixa etária mais acometida é entre os 15-25 anos, sendo que mais de 70% dos casos são de mulheres com menos de 25 anos. Fatores de risco são: Início sexual precoce Estado civil/múltiplos parceiros Estado socioeconômico Tabagismo/alcoolismo/uso de drogas ilícitas Métodos contraceptivos (DIU) Manifestações clínicas se dividem em dois grupos: Manifestações típicas Manifestações atípicas Dor abdominal infraumbilical Sangramento uterino anormal Dor em topografia anexial Dispaurenia Dor a mobilização do colo uterino Sintomas urinários Descarga vaginal Febre Critérios Diagnósticos: É basicamente clínico associado ao exame físico! Necessidade de 3 critérios maiores + 1 critério menor ou 1 critério elaborado. Critérios maiores: Dor no abdome inferior Dor a palpação dos anexos Dor a mobilização do colo uterino Critérios menores Tax ≥37,8°C Secreção vaginal ou cervical anormal Massa pélvica Mais de 5 leucócitos por campo de imersão e secreção de endocérvice Hemograma infecciosos (leucocitose) Proteína C reativa ou VHS elevada Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasma Critérios elaborados: Evidencia histopatológica de endometrite Presença de abcesso tubo-ovariano ou do fundo de saco de Douglas em estudo de imagem (US pélvica) Laparoscopia com evidência de DIP Exames Laboratoriais: Testes de gravidez Hemograma, VHS EQU (excluir ITU) UCA (ultrassom pélvico e uterino) Cultura de cérvice uterina Ultrassonografia Complicações da DIP: Precoces: Abcesso tubo-ovariano Peri-hepatite (Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis) Sepse e morte Tardias: Infertilidade Gravidez ectópica Dor pélvica crônica Dispaurenia DIP recorrente Tratamento: Hospitalar: Emergências cirúrgicas (peritonite/febre) Abcesso tubo-ovariano Gestantes Imunodepressão Ausência de resposta ambulatorial adequada Baixa adesão Cirúrgico Falha no tratamento clinico Presença de massa pélvica Suspeita de ruptura de abcesso tubo-ovariano Hemoperitônio Abcesso fundo de saco de Douglas Antibiótico Terapia: Via parenteral 1: Cefoxitina 2g IV 6-6h + Doxiciclina 100 mg VO ou IV 12-12h. Europeia: Ceftriaxone 1g/dia IM + Doxiciclina 100 mg VO ou IV 12-12h. Via parenteral 2: Clindamicina 900mg IV 8-8h + gentamicina 2mg/kg IV e manutenção com 1,5 mg/kg IV 8-8h. Quando DU: gentamicina 5mg/kg IV + clindamicina 2700mg IV. Parenteral alternativo: levofloxacino 50mg IV DU ou ofloxacino 400mg IV 12-12h com ou sem metronidazol 500mg IV 8-8h Parenteral alternativo 2: Ampicilina Sulbactan 3g IV 6-6h + Doxiciclina 100mg VO ou IV 12-12h. Se alergia a cefalosporinas usar Azitromicina no lugar. Via Oral 1: Levofloxacino 500mg VO DU + metronidazol 500mg VO 12-12h por 14 dias ou ofloxacino 400mg VO por 14 dias com ou sem metronidazol 500mg VO 12-12h por 14 dias. Via Oral2: Ceftriaxone 250mg IM DU/Cefoxitina 2g IM DU + probenecida 1g VO DU ou cefalosporina de 3° geração DU + Doxiciclina 100mg VO 12-12h por 14 dias com ou sem metronidazol 500mg VO 12-12h por 14 dias. Se alergia a cefalosporina usar Azitromicina contra gonococos. Comment by Fabio Ferreira Bueno: Comment by Fabio Ferreira Bueno: O parceiro sexual deve ser tratado com Azitromicina 1g VO DU ou ciprofloxacina 500mg VO DU. Fabio Bueno – ATM 2018/1
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