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1 ELABORAÇÃO DE PROJETOS PÚBLICOS E CAPTAÇÃO DE RECURSOS 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. ANTHONY GIDDENS: A TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO E A INTERPRETAÇÃO DAS PRÁTICAS .......................................................................................................... 6 2.1 Pierre Bourdieu: Habitus, Campo e Suas Implicações nas Práticas dos Sujeitos .................................................................................................................... 9 2.2 Similaridades e Contribuições de Giddens e Bourdieu Para a Análise Das Práticas nos Estudos Organizacionais ................................................................... 11 2.3 Captação de Recursos ................................................................................. 15 3 A GESTÃO DE PROJETOS NAS ORGANIZAÇÕES ......................................... 18 3.1 Captação de Recursos ................................................................................. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 27 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO Na década de 90, as propostas de reforma do Estado enfatizaram, além da descentralização, a necessidade de estabelecer prioridades de ação, a busca de novas formas de articulação com a sociedade civil e a introdução de novas formas de gestão nas organizações estatais. Em relação a essas formas de gestão, a ênfase recai na busca por maior agilidade operacional, eficiência e eficácia, no intuito de superar a rigidez da burocratização dos procedimentos e desvios decorrentes da ausência de prestação de contas e controle social sobre as ações do estado. Aos objetivos da democratização dos processos decisórios e do acesso aos serviços públicos agregam-se o da eficiência, eficácia e efetividade da ação estatal (FARAH, 2000). Existe uma forma relativamente nova de configuração organizacional do terceiro setor, que consiste no título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Tal qualificação foi deferida em março de 1999, através da promulgação da Lei 9.790, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. A nova lei das OSCIPsacolhe muitas das propostas da agenda de reforma da área social e enfatiza a busca de formas mais eficientes de gestão. No entanto, a partir desta lei, instituiu-se também uma série de exigências para as organizações do terceiro setor, no intuito de buscar maior transparência financeira e administrativa. Diante disso, surge o seguinte problema de pesquisa: como ocorrem as práticas organizacionais de governança à captação de recursos em Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) ambientalistas? Neste sentido, o objetivo geralem analisar as práticas organizacionais de governança e a forma de 4 captação de recursos (fundraising) de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) ambientalistas. A categoria OSCIP ser uma forma relativamente nova de organização do terceiro setor, criada em 1999, que até o momento foi pouco estudada no âmbito da gestão e que permite formas de captação de recursos por meio do termo de parceria. Além disso, o contexto contribui de forma prática para o auxílio nas práticas de governança em organizações do terceiro setor. Do ponto de vista teórico, esta resgatando as contribuições de Pierre Bourdieu e Anthony Giddens, constatando similaridades e diferenças nas ideias estruturalistas dos autores. Assimcontribuí se também com a criação de categorias de análise para futuros estudos sobre práticas organizacionais de governança e captação de recursos em organizações do terceiro setor. Entendendo o fato que as organizações do terceiro setor têm como um de seus principais desafios à sustentabilidade, este artigo auxilia na reflexão sobre as possibilidades de captação de recursos que a lei das OSCIPs proporciona, bem como contribui de forma prática e teórica para o debate sobre as práticas organizacionais de governança e captação de recursos das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). O gerenciamento de projetos no setor público merece uma atenção especial. Vários governos e órgãos governamentais brasileiros já estão adotando a gestão de projetos ou fazendo experiências com escritórios de projetos em vários níveis. Os novos desafios na questão social brasileira, as constantes mudanças relacionadas às políticas públicas e uma nova relação que está surgindo entre o Estado e a sociedade civil faz com que essa nova forma de administrar, focada em projetos, ganhe espaço a cada dia. Através do acompanhamento do trabalho realizado por algumasprefeitura, nos anos de 2008 e 2009, foi possível verificar que é possível realizar ações de melhoria em diversas áreas no setor público, através de convênios com os governos Federal e Estadual, além de parcerias com a iniciativaprivada. Mesmo com as diferentes estruturas de projetos na área pública e privada (VARGAS, 2008), a melhoria contínua oportuniza recompensas aos melhores projetos. Dessa busca surgiram importantes dados, que permitiram constatações que serviram de base para analisar o aporte de recursos externos nos projetos das prefeituras, identificando o volume financeiro de recursos originados do orçamento próprio comparativamente com o volume originado de projetos com aporte de recursos 5 externos.Assim, foi possível comparar os resultados da gestão municipal em termos de recursos obtidos relacionando-os às práticas de gestão de projetos. 6 2. ANTHONY GIDDENS: A TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO E A INTERPRETAÇÃO DAS PRÁTICAS Figura 1: A Sociologia de Anthony Giddens A teoria da estruturação consiste na principal contribuição de Giddens (2005, 2009), pois não se limita somente à área da Sociologia, mas se expande também para a compreensão do ambiente organizacional e do campo da administração. Com uma visão dinâmica e dialética das relações entre sujeito e objeto, entre ação e estrutura, o autor auxilia na compreensão das práticas sociais. Ou seja, sua proposta teórica visa compreender as práticas dos indivíduos, os impactos que estes realizam sobre a estrutura, mas principalmente os impactos que a estrutura exerce sobre eles. Tal estruturação pode facilitar ou dificultar as mudanças nas práticas, bem como as alterações sociais. Assim, Giddens (2009) visa preencher uma lacuna 7 teóricoepistemológica no âmbito das Ciências Sociais para explicar a ação dos indivíduos. Para isso, baseia-se fortemente nas contribuições estruturalistas, especialmente de Saussure e Levy-Strauss, e busca captar as relaçõesespaciais inerentes à constituição de todas as interações sociais, relacionando a ação humana com a explicação estrutural. Para Giddens (1979, p. 53), “as noções de ação e estrutura pressupõem uma a outra, mas o reconhecimento dessa relação dialética requer a reelaboração dos conceitos relacionados com cada um dos termos”. O cerne da teoria da estruturação está constituído pelos conceitos de estrutura, sistema e dualidade de estrutura. A noção de estrutura é constituída pela atividade humana, e, ao mesmo tempo em que esta auxilia na estruturação, também tem sua prática constituída e influenciada por ela. Entretanto, ao invés de conceber a estrutura como um sistema de constrangimento ou coerção, Giddens (2009, p. 133) ressalta o caráter dualista das estruturas na configuração da ação: “constrangimento-limitação” e “habilitação- possibilidade”. É a partir desta dualidade que surge a proposta integradora de ação e estrutura, caracterizada por coerção e facilitação da ação, imposição de regras e disponibilidades de recursos, bem como recursividade das práticas sociais. Deste modo, as estruturas também podem ser definidas como “sistemas de regras e recursos” (GIDDENS, 2009, p. 19), pois se parte do princípio de que a legitimação, a significação e a dominação são propriedades deste conjunto. As estruturas de legitimação podem ser compreendidas como sistemas de regras morais, e as de significação e dominação, como sistemas de regras semânticas e de recursos. A constituição da sociedade, sua produção e reprodução consistem na criação dos atores sociais, com práticas situadas no tempo e no espaço. De acordo com Giddens (1979), tais práticas proporcionamuma contínua criação e reprodução dos contextos sociais e suas estruturas. Neste sentido, o autor (2009, p. 10) cria o conceito de agência, que sucintamente se refere à “capacidade que o ator tem de intervir no curso dos acontecimentos e alterá-los”. Tal conceito auxilia como lente de análise para a compreensão da formação e alteração das estruturas, bem como os reflexos desta sobre as práticas dos indivíduos em sociedade. O que distingue o conceito de agência 8 não é a sua finalidade expressa, mas a sua capacidade de intervenção em uma “cadeia de acontecimentos” (GIDDENS, 2009, p. 10). Com base nas premissas sobre a agência, Giddens (1979, p. 25) diferencia os conceitos de “consciência prática” e “consciência discursiva”. Para o autor, consciência prática se refere ao conjunto de conhecimentos tácitos imerso nas práticas sociais, presente no subconsciente e referente à intencionalidade, mas que não se revela por meio de práticas discursivas. Por outro lado, a consciência discursiva consiste no conhecimento que os atores expressam em seus discursos. Portanto, a teoria da estruturação ressalta o caráter dos sistemas sociais situados no tempo e no espaço, onde os sujeitos produzem e reproduzem práticas que alteram e são alteradas pela própria estrutura. Tal proposta teórica auxilia na superação de dualismos como voluntarismo-determinismo, sujeito-objeto, estático- dinâmico, considerando que a estrutura é meio e produto da reprodução das práticas e que esta dualidade de estrutura está relacionada com a recursividade essencial da vida social, inerente na dependência mútua de estrutura e agência, tal como se apresenta nas práticas sociais (GIDDENS, 1979, p. 5). 9 2.1 Pierre Bourdieu: Habitus, Campo e Suas Implicações nas Práticas dos Sujeitos Figura 2 A abordagem teórica de Bourdieu (1990, 2002) apresenta dois grandes eixos articulados com as práticas organizacionais, que seriam os conceitos de habitus e campo. Assim como Giddens (1979, 2009), Bourdieu (2008) fornece uma síntese do dualismo subjetivismo-objetivismo, com a diferença de nutrir-se de vários conceitos De origem campesina, filósofo de formação, foi docente na École de Sociologie du Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos abordando a questão da dominação e é um dos autores mais lidos, em todo o mundo, nos campos da antropologia e sociologia, cuja contribuição alcança as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como educação, cultura, literatura, arte, mídia, linguística e política. Também escreveu muito sobre a sociologia da Sociologia. A sociedade cabila, na Argélia, foi o palco de suas primeiras pesquisas. Seu primeiro livro, Sociologia da Argélia (1958), discute a organização social da sociedade cabila e, em particular, como o sistema colonial interferiu na sociedade cabila, em suas estruturas e desculturação. Dirigiu, por muitos anos, a revista Actes de larechercheensciencessociales e presidiu o CISIA (Comitê Internacional de Apoio aos Intelectuais Argelinos), sempre se posicionado claramente contra o liberalismo e a globalização. 10 marxistas em sua perspectiva, além de manter uma propensão estruturalista maisforte. Com sua formação como filósofa, Pierre Bourdieu marcou território e teve grande influência principalmente nas áreas de Antropologia e Sociologia. Na área de Administração, também auxiliou na compreensão dos campos organizacionais e tem sido estudado atualmente por alguns pesquisadores brasileiros da área, tais como Misoczky (2001), Peci (2003), Carvalho e Lopes (2001), Leão Jr. (2001). Fortemente influenciado pela tradição fenomenológico-existencialista, que dominou o pensamento francês nos anos 1950, Bourdieu (1990, 2008) baseia-se nas premissas estruturalistas e cria o conceito de habitus para explicar as associações entre as práticas dos sujeitos e as estruturas objetivas. O autor (2002, p. 188) conceitua habitus como “um sistema subjetivo, mas não individual, de estruturas interiorizadas, esquemas de percepção, de concepção e de ação que são comuns a todos os membros do mesmo grupo ou da mesma classe”. Este conceito torna possível uma ligação inteligível e necessária a ser “estabelecida entre as práticas e a situação, o significado que é produzido pelo habitus por meio das categorias de percepção e apreciação que são, em si, produtos de uma condição social observável” (BOURDIEU, 2008, p. 101). Assim, em Bourdieu (1990, 2002) o conceito de prática remete aos conceitos de habitus e de campo. Afinal, compreender as práticas a partir do habitus significa entender como as estruturas mentais ou cognitivas são formadas para atuar no mundo social. Da mesma maneira, o conceito de campo permite analisar as práticas a partir de redes de relações. Habitus e campo são noções relacionais, mutuamente referidas e em relação de “cumplicidade ontológica”. O sentido de jogo, para Bourdieu (1990), é uma forma de compreensão das práticas dos sujeitos a partir de sua articulação com o habitus, pois é a partir desta que o sujeito interioriza as práticas possíveis e aceitas socialmente: O melhor exemplo de disposição é, sem dúvida, o sentido do jogo: o jogador tendo interiorizado profundamente as regularidades de um jogo, faz o que faz no momento em que é preciso fazê-lo, sem ter a necessidade de colocar explicitamente como finalidade o que deve fazer (BOURDIEU, 1994, p. 62). 11 Ou seja, o habitus possibilita que os sujeitos tenham consciência das regras e práticas sociais, de modo a conhecer o sentido dos limitesou distâncias sociais que devem ser consideradas. Trata-se da interiorização de princípios avaliativos das possibilidades e limitações, incorporadas ao agente por essas mesmas condições e trajetórias. A prática, para Bourdieu (1990, 2002), está relacionada com o habitus e forma de configuração do campo. Neste sentido, as práticas são vistas como ações reflexivas que são orientadas para a conservação e conquista de espaço no campo. A adoção dessas práticas depende das posições ocupadas pelos sujeitos no campo, ou seja, estão articuladas com o capital social e poder que o indivíduo, grupo ou organização tem dentro do campo. 2.2 Similaridades e Contribuições de Giddens e Bourdieu Para a Análise Das Práticas nos Estudos Organizacionais Figura 3 Nos estudos organizacionais, diversos trabalhos já realizaram uma análise a partir da obra de Giddens e Bourdieu. Dentre os conceitos mais utilizados, encontram- 12 se a noção de campo e habitus de Bourdieu (1990, 2002), e a teoria da estruturação de Giddens (1979, 2009). O conceito de campo, por exemplo, conquistou gradativo espaço nos estudos organizacionais a partir do neoinstitucionalismo, que postulou a premissa de que os processos de estruturação e isomorfismo seriam articulados com a formação de um campo organizacional (DIMAGGIO; POWELL, 1983, 1991). O delineamento teórico sobre práticas organizacionais, no presente artigo, parte principalmente das ideias de Giddens (2009) e Bourdieu (1990), pois ambos descrevem as práticas tanto com base na manutenção como nas possibilidades de mudança. A Teoria da Prática Social, tal como abordada por Bourdieu (1990, 2002), encontra-se dentro de uma base estruturalista construtivista, pois não reduz os atores a simples portadores ou suportes da estrutura, e não considera a existência de uma assimetria entre as estruturas subjetivas e objetivas, tratando-as como duas faces de uma mesma moeda. Para Bourdieu (2002), as estratégias são sempre limitadas, pois os indivíduos e as organizações nas quais atuam muitas vezes não sabem o que fazem, sendo que é o fazer oriundo de suas práticas quetem sentido, e não o que sabem. Quer dizer, as práticas têm mais sentido do que as estratégias, pois refletem o momento e o conhecimento obtido a partir de determinada situação vivenciada. Portanto, para avançar nos estudos organizacionais, é necessário reconhecer esse cotidiano, indo na direção da interseção necessária entre estrutura social e ação humana nas organizações, em oposição e superação ao dualismo estrutural, que coloca em pontos opostos contextos histórico-sociais e agência humana (GIDDENS, 1979, 2009). Giddens (1979, 2009) destaca que a ideia de prática social é reafirmada pela preocupação em destacar que a vida social, diferentemente das coisas da natureza, ocorre a partir das habilidades de performance dos agentes humanos. Então, a prática social tem a ver com procedimentos, métodos e técnicas, executados e manejados de forma apropriada por esses mesmos agentes sociais, tomando como base a consciência que eles detêm sobre os procedimentos de uma ação. Talvez a crítica mais forte das teorias apresentadas pelos dois autores relacione-se justamente às suas ambições de construir sínteses teóricas de um espectro teórico-epistemológico amplo, algo que inclusive é mais forte em Bourdieu (PECI, 2003). Apesar de os autores se basearem em perspectivas fenomenológicas e ligadas à área da sociologia, é possível identificar algumas contribuições para o âmbito da 13 teoria organizacional. Ambos os autores contribuem para a compreensão da prática dos sujeitos em sociedade, relacionando-a com a agência e teoria da estruturação (GIDDENS, 1979, 2009) e com o campo, habitus e capital social (BOURDIEU, 2008, p. 101). De fato, conforme argumenta Peci (2003, p. 33), “as teorias de Giddens e Bourdieu podem vir a encorajar a análise dinâmica e integrada dos níveis macro e micro-organizacionais, considerando o peso que atribuem à síntese da subjetividade – mais presente nas análises micro-organizacionais – e da objetividade – mais presente nas análises macro-organizacionais”. Tais similaridades e diferenças das perspectivas teóricas dos autores estão apresentadas de maneira sintética no Quadro 1, a seguir: Dentre as tentativas contemporâneas de superação dos impasses tradicionais das teorias sociológicas e da compreensão das práticas no campo organizacional, as obras de Anthony Giddens e Pierre Bourdieu podem ser vistas como pilares 14 essenciais. Ambos os posicionamentos teóricos contribuem para preencher as lacunas existentes para a explicação dos fenômenos sociais, para compreender a relação entre práticase estruturação, entre a liberdade do sujeito e suas possibilidades de ação, entre a ação reflexiva e eletiva, a partir da existência de normas, valores e instituições construídos historicamente e socialmente. Assim, para Giddens (1979, 2009), as práticas permitem a modificação de estruturas e circunstâncias, pois o indivíduo, em função de sua capacidade eletiva, tem possibilidade de acesso e controle de recursos de poder, posicionamento na rede de relações humanas. A prática é também resultado da reflexão e agência, que lhe permitem pensar sobre as possíveis ações e consequências, dados os seus conhecimentos tácitos previamente adquiridos. Na proposta de Bourdieu (2000), a prática consiste na ação resultante da experiência dos agentes sociais, estruturada predominantemente pelo campo (influência principalmente externa) e pelo habitus (influência principalmente interna). O campo, como universo social autônomo, acarreta a produção e reprodução de determinadas práticas. Tais práticas são interiorizadas pelos atores ou “jogadores”, influenciando a sua capacidade de ação. O habitus, por sua vez, “é um corpo socializado, um corpo estruturado, um corpo que incorporou as estruturas imanentes de um mundo ou de um setor particular desse mundo, de um campo”, que estrutura tanto a percepção do sujeito sobre o mundo como a sua prática no campo (BOURDIEU, 1990, p. 144). 15 2.3 Captação de Recursos Figura 4 A captação de recursos (fundraising) consiste em uma das principais questões para as organizações do terceiro setor. As principais fontes de recursos destas organizações, segundo Tachizawa (2002), consistem em agências internacionais de cooperação, comercialização de produtos e serviços, órgãos governamentais federais, empresas, fundações, institutos empresariais, órgãos governamentais estaduais, contribuições associativas, órgãos governamentais municipais, agências multilaterais e bilaterais, doações individuais, entre outros. Grande parte das organizações do Terceiro Setor possuem parcerias. Mas, para que a captação de recursos ocorra de maneira eficiente, é fundamental que ocorra uma parceria harmônica entre asorganizações do Terceiro Setor, o mercado (Segundo Setor) e o Estado (Primeiro Setor). Di Pietro (2002) identifica quatro categorias de parceria que o Estado pode firmar com entidades privadas: delegação da execução de serviço público a particulares; fomento à iniciativa privada de interesse público; 16 cooperação do particular na execução de atividades próprias do Estado; instrumento de desburocratização e instauração da Administração Pública gerencial. Salamon (1997) destaca a cooperação como um dos desafios que o terceiro setor enfrenta, uma vez que não deve significar a desconsideração das diferenças existentes entre as entidades que constituem esta grande rede, mas integrar exatamente as maiores forças de cada setor. A busca de parcerias, no intuito de reforçar a captação de recursos, é imprescindível para garantir a sustentabilidade das organizações do Terceiro Setor. Neste sentido, as entidades sem fins lucrativos necessitam de estratégias para a captação de recursos, pois trata-se de um segmento que não obtém receita através de seus lucros de vendas (como o caso das empresas) nem através de impostos (Estado). Uma forma que tem sido utilizada por organizações do terceiro setor para a obtenção de recursos consiste na qualificação como entidade de utilidade pública, seja federal, estadual ou municipal. Este status de utilidade pública, segundo Fischer (2002, p. 34), “permite às organizações beneficiadas gozarem do direito de obtenção de fundos públicos e concede a dedutibilidade de doações, no caso dos impostos federais”. Fischer (2002) também afirma que as parcerias entre os três setores (Estado, Mercado e Terceiro Setor) permitem que as organizações envolvidas tenham acréscimo de aprendizagem. Além disso, a parceria entre Estado e atores sociais consiste em uma oportunidade para o processo de democratização do Estado, por meio da construção de um espaço público que torne possível a criação de condições para o efetivo exercício da cidadania. A principal questão que se coloca em relação à dependência financeira do terceiro setor é quanto à perda de autonomia. Bailey (2000) enfatiza esse aspecto ao afirmar que o financiamento governamental de organizações da sociedade civil pode carregar o perigo da perda da independência política e espírito crítico, especialmente noBrasil, onde a cultura política ainda tem um forte viés clientelista. Quando uma entidade do terceiro setor se torna prisioneira da captação de recursos, pode apresentar problemas sérios e graves crises de identidade. Por isso, a captação de recursos deve ser uma atividade meio ao invés de fim, sob pena de a entidade ter sua missão subordinada a essa atividade. Além da perda de identidade, Bailey (2000, p. 102) menciona que “as mudanças culturais e organizacionais 17 necessárias para o sucesso da captação de recursos podem fazer com que o terceiro setor perca qualidades tais como inovação, flexibilidade e ousadia”. Outra questão referente à captação de recursos, especificamente na relação do Terceiro Setor com o Estado é, segundo Coelho (2000, p. 151), o fato de que, para as organizações, esta parceria “pode significar mais recursos, o que, por um lado, leva ao crescimento da instituição, mas, por outro, gera a necessidade de estrutura e do cumprimento das exigências que vêm atreladas aos recursos”. Dentre essas exigências necessárias para a transparência e accountability, destaca-se a prestação de contas, que, mais do que um mero controle orçamentário, tem o objetivo de verificar se as verbas estão sendo destinadas estritamente ao cumprimento do contrato (COELHO, 2000). 18 3 A GESTÃO DE PROJETOS NAS ORGANIZAÇÕES Figura 5 O conceito de gestão, sob a ótica da administração, está relacionado com o conjunto de recursos e a aplicação de atividades destinadas ao ato de gerir. O processo de gestão é uma função básica da administração. São processos mentais e físicos de estabelecer o que é desejável e como serão elaborados. Gestão é fazer administração nas organizações. Procura reunir planejamento estratégico e administração em um único processo (MINTZBERG; QUINN; GLOSHAL, 2006). O conceito de gestão que se estabeleceu no ambiente profissional ligado a administração de empresas vem adquirindo crescente popularidade. O termo gestão traz a conotação de um controle mais democrático, com base em acordos e consensos. Articula o planejamento e o orçamento monitorado e referenciado nos indicadores sociais do município e ainda, aponta para a intersetorialidade, que é a articulação dos conhecimentos e experiências no planejamento, realização e avaliação das ações, cujo objetivo é a melhoria das condições de vida da população. Tais características se constituem em fatores de transformação da cultura política tradicional para uma cultura voltada para resultados, cujos referenciais permeiam os momentos do processo de gerir uma cidade, que traduzidos em ação, contribuem para que a prefeitura seja cada vez mais orgânica, atuante e resolutiva 19 (SOUZA, 2002). A gestão cumpre a função primordial de orientar os atores para uma ação sinérgica. Estabelece um elo entre seus componentes, indicando seus tempos, espaços e funções, de maneira que a realização de cada um guarde importância em si e ainda construa um resultado positivo. Está pautada numa base de funcionamento que envolve pessoas e recursos, traçando um ciclo em permanente movimento. Sob a ótica da administração, está relacionada com o conjunto de recursos e aplicação de atividades destinadas ao ato de gerir (TAVARES, 2000). Dentro desta visão da administração moderna, projetos são atividades temporárias ou uma sequência de atividades, com orçamento restrito e que tem objetivo de fornecer um produto ou serviço (MAXIMINIANO, 2006). Fatores externos incontroláveis do ponto de vista das empresas são fatores que levam as organizações a desenvolver projetos. Segundo Menezes (2003), esses fatores podem ser a globalização das informações, tecnologias e culturas, o desenvolvimento de novas parcerias, políticas governamentais, o movimento gerado pela preservação do meio ambiente e a busca constante da competitividade. Desde o momento que passaram a trabalhar no desenvolvimento de projetos as empresas aumentaram sua competitividade e seu posicionamento no mercado. “A Administração de Projetos passou a auxiliar as organizações a posicionarem-se melhor no mercado, dando impulso a todas as possíveis vantagens competitivas que a empresa pode desenvolver e em que pode se apoiar”. (MENEZES, 2003, p. 26). Tamanha foi a relevância da gestão de projetos que em 1969 foi estabelecida nos Estados Unidos uma entidade mundial sem fins lucrativos, voltada ao gerenciamento de projetos, denominada Project Management Institute (PMI), que traduzindo para o português significa Instituto de Gerenciamento de Projetos. A entidade, hoje globalizada, com mais de 200.000 associados em 185 países, promove a integração de profissionais ligados ao desenvolvimento e gerenciamento de projetos, oferece diversas certificações na área e edita o Project Management BodyofKnowledge (PMBOK), Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, que constitui a base para as práticas mais eficientes do gerenciamento de projetos, hoje utilizado mundialmente. Porém, o dinamismo das organizações, a velocidade demandada pelos mercados, concorrência e a busca da competitividade e da lucratividade torna difícil identificar e separar as ações realizadas cotidianamente dos projetos. No dia-a-dia 20 das organizações é possível perceber atividades rotineiras que consomem parte importante da energia e recursos disponíveis. Segundo Maximiniano (2006) são atividades que acontecem rotineiramente e que não trazem muitas surpresas na sua realização. Entretanto, existem outros tipos de atividades que não acontecem com tanta frequência, não possuem tanta previsibilidade e são repletas de inovações, necessitando ser encaradas de outra forma. Ao entender que essas atividades necessitam de um tratamento diferenciado, estabelece-se a necessidade de criar um projeto. Menezes (2003) define projetos como atividades temporárias, ou uma sequência de atividades com começo, meio e fim pré-programados. Essas atividades têm orçamento pré-definido e limitado e como objetivo fornecer um produto singular. Como resultado de um projeto, os produtos podem ser classificados em produtos físicos, conceitos ou eventos. Quadro 2. Descrição dos resultados dos projetos 21 Segundo Maximiniano (2006), nenhum projeto pertence somente a uma categoria. Um projeto envolve conceitos, como o planejamento, produtos físicos, como a construção de uma estrutura e eventos, como os serviços que serão realizados. O orçamento é um condicionante do projeto. Por mais flexibilidade que possa haver, a realização do projeto dentro de um orçamento pré-estabelecido é fator de sucesso para o resultado esperado. Por isso, o planejamento do projeto é imprescindível para alcançar os resultados esperados e o planejamento dos recursos é fundamental para a sobrevivência do projeto. Minimizar a margem de erros nas previsões orçamentárias é fundamental. Ainda segundo o autor nenhum projeto trabalha com previsões orçamentárias exatas, com estimativas de custos, cuja precisão depende do tempo investido no planejamento. Para aumentar a precisão do orçamento do projeto, é necessário planejar. O debate sobre a administração pública tem ocupado importante espaço na agenda internacional, nos fóruns de discussão e nas diversas publicações especializadas sobre o contexto contemporâneo de transformação do Estado e da sociedade. Na verdade, tal situação não representa algo novo, pois a reforma da administração pública está em curso desde que existe administração pública. O debate sobre a gestão pública ainda se confunde, na maior parte dos casos, com o debate sobre o Estado, embora nem sempre seguindo o mesmo ritmo. Algunsestudiosos argumentam que as mudanças nas formas de regime político do Estado acontecem num ritmo mais acelerado do que as mudanças na forma de administração pública (MARINI, 2003). A partir da Constituição de 1988 o Governo Federal promoveu uma descentralização do Estado brasileiro e consequentemente das receitas tributárias, estabelecendo as competências tributárias dos estados e municípios e determinando suas cotas de participação na distribuição e rateio destas receitas. As transferências de recursos entre o Governo Federal, estados e municípios estão previstas na legislação e a operacionalização dessas transferências geralmente é feita por meio de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos cuja finalidade é a realização de obras ou serviços de interesse comum e coincidentes às três esferas de governo. As ações governamentais passaram, então, a adotar modelo de administração por projetos, utilizadas com sucesso na iniciativa privada. Entretanto, segundo Vargas (2008), apesar do perfil do gerenciamento de projetos na iniciativa privada e no setor 22 público serem praticamente os mesmos, o que diferencia os projetos desenvolvidos basicamente a estrutura por trás do projeto. Outra diferença importante entre as duas formas de gestão de projetos está na questão orçamentária e na fonte de recursos. O gerenciamento de projetos no setor público merece uma atenção especial. Vários governos e órgãos governamentais brasileiros já estão adotando a gestão de projetos ou fazendo experiências com escritórios de projetos em vários níveis. Os novos desafios na questão social brasileira, as constantes mudanças relacionadas às políticas públicas e uma nova relação que está surgindo entre o Estado e a sociedade civil faz com que essa nova forma de administrar, focada em projetos, ganhe espaço a cada dia. Segundo Vargas (2008) o próprio PMBOK já há alguns anos tem sua GovernmentExtension, voltada aos desafios da área governamental, que são: completar os projetos corretamente, no prazo e dentro do orçamento previsto. Os governos municipais, estaduais e federal desempenham um papel preponderante na educação, saúde, assistência social, economia, geração de renda e trabalho, segurança, e responsabilidade ambiental, garantindo a soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Em outras palavras, os governos representam a organização das comunidades humanas, sempre levando em conta o direito coletivo acima do individual. Essas atribuições estão previstas na Constituição Federal, na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal. A Constituição prevê no artigo 30 as atribuições do município, assegurando a autonomia da administração municipal para, desta forma, planejar, organizar e gerir o município. Diante disso, entende-se como ações da Administração Municipal a promoção e manutenção da saúde pública, da educação, de programas sociais, envolvendo ações na área de assistência social e habitação, ações de promoção do esporte, cultura e lazer; de proteção do meio ambiente; de desenvolvimentoagropecuário, levando assistência técnica aos agricultores do município, para aumentar a produtividade, a diversificação das atividades, o equilíbrio e a preservação do meio ambiente, tornando melhor a qualidade de vida do homem do campo; ações de desenvolvimento econômico; de planejamento e desenvolvimento urbano; além, é claro de promover ações administrativas e tributárias, formulando e implementando políticas de administração dos recursos humanos, tecnológicos e financeiros, para 23 dotar o poder executivo e, promover o serviço público de modo efetivo, ético e de qualidade, para seus cidadãos. Até o exercício de 1986, o Governo Federal convivia com uma série de problemas de natureza administrativa que dificultavam a adequada gestão dos recursos públicos e a preparação do orçamento unificado, que passaria a vigorar em 1987. O processo de decisão administrativa estava seriamente comprometido. Havia grande inconsistência dos dados utilizados, em razão da diversidade de fontes de informações e das várias interpretações sobre cada conceito. Além disso, não havia métodos mais modernos de administração e controle financeiro, bem como mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de recursos públicos e permitissem a atribuição de responsabilidades aos maus gestores. A solução desses problemas representava um verdadeiro desafio para o Governo Federal. O primeiro passo para isso foi dado com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que por sua vez, identificou a necessidade de informações que permitissem aos gestores agilizar o processo decisório, tendo sido essas informações qualificadas, à época, de gerenciais. Dessa forma, optou-se pelo desenvolvimento e implantação de um sistema informatizado, que integrasse os sistemas de programação financeira, de execução orçamentária e de controle interno do Poder Executivo e que pudesse fornecer informações gerenciais, confiáveis e precisas para todos os níveis da Administração. Desse modo, a STN definiu e desenvolveu o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), para suprir o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos gastos públicos. Outra alternativa para melhor gerir e controlar as contas públicas foi a criação Lei nº 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização como premissas básicas. A partir de então, a Secretaria do Tesouro Nacional vem realizando, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades técnicas representativas da sociedade, a padronização dos conceitos, definições, regras e procedimentos contábeis a serem observados pelas esferas de governo, com a finalidade de implementar as melhorias na gestão dos recursos públicos. 24 A Lei de Responsabilidade Fiscal criou condições para a implantação de uma nova cultura gerencial na gestão dos recursos públicos, norteando e fiscalizando osgestores. A busca de recursos para financiamento de projetos depende dos objetivos que pretendem ser alcançados pela instituição proponente. Nesse caso, há necessidade de verificar se esses objetivos combinam com os objetivos e interesses das instituições financiadoras. Nesse sentido, é sempre prudente, verificar se a necessidade que se pretende atender da sociedade está em acordo com as políticas públicas (Federais, Estaduais, Municipais) ou acordos de cooperação internacional em vigor no país. Os recursos disponíveis para o financiamento de projetos, segundo Ferger e Volpato (2007) se tornam disponíveis a partir da apresentação de projetos que serão desenvolvidos em conjunto e/ou sob a delegação de funções ou supervisão de órgãos da estrutura do governo federal brasileiro, estadual ou municipal. Figura 6 25 3.1 Captação de Recursos Figura 7 relacionamento@fundobrasil.org.br. O Fundo Brasil tem como princípio construir mecanismos sustentáveis para canalizar recursos e destiná-los aos defensores de direitos humanos em todo o país. E é com esse conceito que a organização incentiva às pessoas a participarem desse processo de luta na defesa de direitos, buscando doações junto ao cidadão para o apoio à causa. O Fundo Brasil busca, sistematicamente, o contato com empresas que apoiam a causa de defesa de direitos. São diversos modelos de parceria que podem incluir desde o apoio a um determinado projeto, apoio à criação de um edital específico, patrocínio a ações desenvolvidas pela organização com leis de incentivo, doação de produtos para campanhas, entre outros. Engajar pessoas e instituições na defesa dos direitos humanos é um dos grandes desafios do Fundo Brasil. Temos a comunicação como ação fundamental para a conquista de novos atores para a defesa das causas sociais. A comunicação é feita por meio de mensagens simples, boas histórias de organizações que apoiamos e campanhas que visam ampliar a participação da sociedade na luta pelos direitos humanos. O Fundo Brasil está aberto a novas parcerias e relacionamentos com companhias que cultuem valores próximos ao defendidos pela organização. 26 A cooperação internacional permite a criação de parcerias que visam o apoio a projetos via editais, linhas especiais e também para fortalecer o desenvolvimento institucional. https://youtu.be/KdpBV-JPb0A 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, Seção I, 5 mai. 2000. BAILEY, M. Levantamento de fundos no Brasil: principais implicações para as organizações da sociedade civil e ONGs internacionais. Cadernos ABONG, n. 27, p. 87- 106. Campinas: Autores Associados, 2000. BOURDIEU, P. Esboço de uma teoria da prática: precedido de três estudos de etnologia cabila. Oeiras: Celta, 2002. ______ . Razões práticas: sobre a teoria da ação. 9. ed. 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