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Biossegurança_2013 DIP

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Biossegurança no manuseio do 
paciente com DIP 
Prof. Simone Rembold 
BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES 
Fonte: Prevenção de Infecções e, Unidade de Terapia Intensiva – Módulo 4 – IrAs, UNIFESP, Anvisa, 2000. 
1. Prevenir Infecções 
2. Diagnosticar e tratar as infecções 
3. Adequar o uso dos antimicrobianos 
4. Prevenir transmissão 
 CDC Campaign Targets Antimicrobial Resistance in Hospitals 
– JAMA, 2002, vol 287(18): 2351-2352. 
Campanha para Prevenir a Resistência 
Bacteriana em Unidades de Saúde 
12 passos para prevenir a 
resistência microbiana: 
 12 Bloquear transmissão 
 11 Isolar o patógeno 
 10 Cessar ATB na cura 
 9 Dizer não a vanco 
 8 Não tratar colonização 
 7 Não tratar contaminação 
 6 Apoio de especialistas 
 5 Dados locais 
 4 Praticar o controle de antimicrobianos 
 3 Identificar o patógeno 
 2 Retirar os cateteres 
 1 Imunização 
 
Prevenir a transmissão 
 
 
Uso sábio de antibióticos 
 
 
 
Diagnóstico e tratamento 
 efetivos 
Prevenir infecção 
Campaign to Prevent Antimicrobial Resistance in Healthcare Settings 
Modos de transmissão de 
microrganismos 
 Direta 
• contato (com pele e mucosa) 
• transmissão respiratória 
 gotículas 
 aerossóis 
• exposição a sangue e outros líquidos corpóreos 
 
 Indireta 
• veículo inanimado (superfícies, artigos e equipamentos). 
Depende da sobrevida do microrganismo 
• vetor 
 
Normas de Precauções 
 Precauções padrão: a todos os pacientes 
 
 Precauções baseadas no modo de transmissão 
(suspeita ou diagnóstico confirmado de 
infecção) 
• precauções de contato 
• precauções para gotículas 
• precauções para aerossóis 
 CDC, 1996 
Sistema de Precauções e 
Isolamento 
 Prevenção da transmissão de um 
microrganismo de um paciente (portador ou 
doente) para outro paciente, de forma direta ou 
indireta 
 
 Prevenção da transmissão de um 
microrganismo de um paciente (portador ou 
doente) para o profissional de saúde 
Precauções básicas ou precauções padrão: 
 São normatizações que visam reduzir a exposição aos 
materiais biológicos. 
 Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação 
de artigos médico-hospitalares e na assistência a 
todos os pacientes, independente do diagnóstico 
definido ou presumido de doença infecciosa 
(HIV/aids, hepatites B e C). 
PRECAUÇÕES PADRÃO 
Antes e após contato 
com o paciente 
Ao contato com 
sangue e secreções 
Se risco 
de respingos 
Descarte 
adequado 
Aplique para todos os pacientes 
Lavagem 
das 
mãos Luvas 
Máscara, 
óculos, 
protetor 
facial 
Acidente com 
materiais 
pérfuro-cortante 
Precauções básicas ou precauções padrão: 
 Devem ser utilizadas quando houver risco de 
contato com: 
– sangue 
– todos os fluidos corpóreos 
– secreções e excreções (exceto suor) 
– pele não íntegra 
– mucosas 
Lavagem das Mãos: 
 Antes e após contato com o paciente. 
 Após retirada de luvas. 
 Entre contato com um paciente e outro, entre um 
procedimento e outro (risco de contaminação 
cruzada entre diferentes sítios anatômicos). 
 Em ocasiões onde há risco de transferência de 
patógeno para pacientes ou ambiente. 
 Após contato com sangue, líquidos corpóreos, 
secreções, excreções e artigos contaminados. 
COMO HIGIENIZAR? 
Friccionar as 
palmas 
1 2 3 
Friccionar o 
dorso 
Friccionar entre 
os dedos 
4 5 6 
Friccionar a a 
ponta dos 
dedos 
Friccionar o 
polegar 
Friccionar a 
ponta dos 
dedos na 
palma 
COMO HIGIENIZAR? 
LUVAS 
 Imediatamente retiradas após prestação dos cuidados; 
 Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for 
mudar de um sítio contaminado para outro limpo; 
 ATENÇÃO! O uso de luvas não substitui a higienização das 
mãos; 
 Observar a técnica correta de remoção de luvas para evitar a 
contaminação das mãos; 
 Não circular ou tocar em objetos ou superfícies com as luvas 
utilizadas para cuidados com o paciente. 
LUVAS 
 Problemas 
– Interfere na aderência da higiene das mãos 
– Troca de luvas não é realizada 
 Entre procedimentos 
 Entre pacientes 
– Superfícies ambientais são desconsideradas 
J Hosp Infect. 2003; 54(1):68-73 
 
O ambiente inanimado pode facilitar a 
transmissão 
X representa cultura de VRE positiva 
~ Contaminated surfaces increase cross-transmission ~ 
Abstract: The Risk of Hand and Glove Contamination after Contact with a VRE (+) Patient 
Environment. Hayden M, ICAAC, 2001, Chicago, IL. 
 Máscaras e óculos de proteção 
 Proteção de membranas mucosas 
 
 olhos 
 nariz 
 boca 
 
 ....durante procedimentos que podem espalhar 
sangue ou fluídos corpóreos. 
 Avental 
1. Usar avental limpo, não estéril, para proteção 
individual, sempre que houver risco de sujar a 
roupa com sangue ou fluídos corpóreos. 
2. Retirar o avental o mais rápido possível e lavar as 
mãos. 
Precauções Padrão 
Importância do avental 
 Durante procedimentos que podem espalhar 
sangue ou secreções fluIdas. 
Calçados fechados e botas 
 Proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade 
significativa de material infectante (p.ex. centros 
cirúrgicos, áreas de necrópsia e outros). 
 Pro-pés,habitualmente compostos por material 
permeável, usados com sandálias e sapatos abertos 
não permitem proteção adequada. 
 
O ambiente é reservatório de 
patógenos 
Recuperação de MRSA, VRE, CNS. C.diff e GNR 
Devine et al. Journal of Hospital Infection. 2001;43;72-75 
Lemmen et al Journal of Hospital Infection. 2004; 56:191-197 
Trick et al. Arch Phy Med Rehabil Vol 83, July 2002 
Walther et al. Biol Review, 2004:849-869 
Ambiente 
Estabelecer e garantir 
procedimentos de rotina para 
a limpeza e descontaminação 
das superfícies ambientais, na 
presença de matéria orgânica 
extravasadas. 
Precauções Padrão 
OBJETOS E SUPERFÍCIES 
 Todos os itens potencialmente contaminados devem ser 
descontaminados diariamente ou desprezados; 
 Artigos contaminados com material infectado devem ser 
rotulados, antes de enviados à descontaminação e 
reprocessamento; 
 Desinfetar superfícies planas com hipoclorito de sódio à 0.2% ou 
álcool à 70%. 
Berçários - Incubadoras: 
Higienizar: água e sabão 
Desinfecção: quaternários de amônia. 
Roupas 
Manipular, transportar e processar as roupas usadas 
de forma a prevenir a exposição da pele, mucosas e 
roupas pessoais. 
 
•Utilizar sacos impermeáveis para evitar 
extravasamento. 
Precauções Padrão 
Recomendações na manipulação de 
materiais pérfuro-cortantes: 
 Material perfurocortante - agulhas, 
scalp, lâminas de bisturi, ampolas de 
vidro, etc. 
 Recipiente resistente à perfuração e com 
tampa; 
 
 
 
 Limite de 2/3 da capacidade total 
 Devem ser colocados próximos do local 
onde é realizado o procedimento. 
Recomendações na manipulação de 
materiais pérfuro-cortantes: 
 Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; 
 Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de 
procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes; 
 As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou 
retiradas da seringa com as mãos; 
 Não utilizar agulhas para fixar papéis; 
 Resíduos de serviços de saúde –Seguir a Resolução RDC nº 33 de 
25 de fevereiro de 2003 publicado no DOU de 05/03/2003 – 
ANVISA/ MS. 
 
Precauções Específicas 
Baseadas na Forma de Transmissão 
Precauções no cuidado de 
pacientes suspeitos ou 
confirmados de infecção com 
microrganismos 
epidemiologicamente 
importantes de acordo com 
suas formas de transmissão. 
Placas indicativas da precaução específica 
GOTÍCULAS AÉREAS CONTATO 
CONTATO 
PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS 
NA FORMA DE TRANSMISSÃO 
PRECAUÇÕES DE CONTATO 
CAPOTE DE MANGAS LONGAS 
E LUVAS 
SEMPRE QUE MANUSEAR A 
PACIENTE E/OU SEUS OBJETOSO QUE? COMO? 
QUANDO? 
 MRSA 
 IMPETIGO 
 ESCABIOSE 
 DIFTERIA 
 VARICELA 
 ROTAVÍRUS 
 FERIDAS EXUDATIVAS 
 MOLUSCO CONTAGIOSO 
 GERMES MULTIRESISTENTES 
DIARRÉIA AGUDA 
DRENAGEM NÃO CONTIDA PELO CURATIVO 
Quarto Privativo Uso individual Uso de luvas e avental Secreções 
 se contato com o paciente contidas durante 
 transporte 
 
 
PRECAUÇÕES DE CONTATO 
AVENTAL 
 Ao entrar no quarto, manipular paciente, artigos e equipamentos 
ou risco de contaminação por secreções, excreções e sangue; 
 
 Técnica para retirada do avental; 
 
 Não circular nas enfermarias. 
 
Microorganismo Vigilância 
S. aureus 
Resistente à Oxacilina ou 
R / I à Vancomicina ou Teicoplamina 
 
Staphylococcus 
coagulase 
negativo 
R ou I à Vancomicina ou Teicoplamina 
Enterococcus 
faecium e E. faecalis 
R ou I à Vancomicina ou Teicoplamina 
Bactérias gram-
negativas entéricas 
R Cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração e, 
R carbapenêmicos ( Meropenem e/ou Imipenem) 
R Aztreonan 
Critérios para Identificação e Vigilância de 
Multirresistentes 
Microorganismo Vigilância 
Pseudomonas aeruginosa 
R a Imipenem e/ou Meropenem ou só sensível 
a 
Imipenem e/ou Meropenem 
Acinetobacter baumannii 
R a Imipenem e/ou Meropenem ou só 
sensível à 
Imipenem e/ou Meropenem 
Burkholderia cepacia Qualquer cultura positiva 
Stenotrophomonas maltophilia Qualquer cultura positiva 
Critérios para Identificação e Vigilância de 
Multirresistentes 
TRANSPORTE DO PACIENTE 
 Evitar deslocamento para outras áreas ou setores do hospital; 
 Se necessário, avisar o setor que estiver recebendo o paciente 
para que possa realizar procedimentos necessários; 
 Macas, cadeiras e locais onde paciente teve contato deverão 
ser desinfetados com solução alcoólica 70% ou conforme 
recomendação do fabricante; 
 Limpeza terminal da sala onde paciente realizou procedimento 
cirúrgico. 
GOTÍCULAS 
 
 
PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS 
NA FORMA DE TRANSMISSÃO 
PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS 
MÁSCARA 
 CIRÚRGICA 
AO SE APROXIMAR DO DOENTE 
A MENOS DE 1 METRO 
MENINGITE MENINGOCÓCICA, MENINGOCOCCEMIA, MENINGITE POR 
HAEMOPHYLUS, ESCARLATINA, DIFTERIA, COQUELUCHE, RUBÉOLA 
O QUE? COMO? 
QUANDO? 
PRECAUÇÕES PARA GOTÍCULAS 
 Quarto Privativo Uso de máscara comum Uso de máscara comum 
 pelo profissional no quarto pelo paciente no transporte 
 
 
Profissional Paciente 
Transmissão por Gotículas 
• Contato próximo com o paciente (até um metro) 
• Gotícula - diâmetro > 5m 
• Rapidamente se depositam no chão 
 
Fonte 
Pessoas próximas: 
 fala, tosse, espirro, aspiração. 
AEROSSOL 
PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS 
NA FORMA DE TRANSMISSÃO 
PRECAUÇÕES AÉREAS 
MÁSCARA 
COM FILTRO N95 
AO ENTRAR NO 
 AMBIENTE DO PACIENTE 
TUBERCULOSE PULMONAR BACILÍFERA, HERPES ZOSTER, VARICELA, 
SARAMPO 
O QUE? COMO? 
QUANDO? 
PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS 
Quarto Privativo Uso de máscara N-95 Uso de máscara comum 
com porta fechada pelo profissional no quarto pelo paciente no transporte 
Profissional Paciente 
Transmissão por Aerossóis 
 Aerossóis - diâmetro < 5m 
 Permanecem suspensas no ar e podem ser 
dispersadas a longas distâncias: 
 Tuberculose 
 Sarampo 
 Varicela e Herpes Zoster, etc. 
Local de internação: 
 
 Quarto privativo com pressão negativa em relação às áreas 
adjacentes com no mínimo 6 trocas de ar por hora. 
(se não disponível, manter a porta fechada e a janela aberta). 
 
 Filtragem do ar com filtros de alta eficiência. 
 
 Manter as portas do quarto sempre fechadas. 
Transmissão por Aerossóis 
Proteção respiratória 
 
 Máscaras com capacidade de filtragem de 95% das partículas 
menores que 0,3 micron, e vedação lateral adequada (N95): 
Profissional, 
 
 Transporte de paciente (limitar). 
 
 Máscara cirúrgica (paciente), 
 
 Visitas: restritas e orientadas. 
Transmissão por Aerossóis 
Máscara N 95 
Uso de Equipamento de Proteção 
Individual (EPI). 
 
EPI usados 
 
Luvas; 
Máscara; 
Óculos de 
proteção; 
Avental. 
 
 
Equipamento de Proteção Individual 
(EPI) 
Retirada correta de Equipamento de 
Proteção Individual (EPI) 
 
BOM SENSO! 
Precauções, sim. 
Preconceito, não! 
Principais fatores associados à 
transmissão de bactérias 
multirresistentes 
  Risco intrínseco de 
transmissão de agentes 
infecciosos entre pacientes; 
 Uso excessivo de 
antimicrobianos. 
 
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS NOS CASOS DE 
EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS BIOLÓGICOS 
 CUIDADOS IMEDIATOS COM A ÁREA DE EXPOSIÇÃO: 
1. Lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão 
nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. 
2. Se for mucosa lavar com soro fisiológico a 0,9%. 
3. Não há nenhum estudo que justifique a realização de 
expressão do local exposto como forma de facilitar o 
sangramento espontâneo. 
4. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, 
injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como 
éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contra-indicados. 
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS NOS CASOS DE 
EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS BIOLÓGICOS 
 CUIDADOS IMEDIATOS COM A ÁREA DE 
EXPOSIÇÃO: 
5. Colher sangue da fonte e do exposto para pesquisa de 
HIV e Hepatite B. 
6. Determinar exposição e status da fonte. 
7. Iniciar esquema antiretroviral, se indicado dentro das 
duas primeiras horas preferencialmente. 
8. Acompanhar sorologia para HIV e Anti- HbsAg por 6 
meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guia Prático 
 
Prof. Edeusa de Souza Pereira 
 
 
1. DETERMINAR EXPOSIÇÃO (E) 
I. Material implicado: sangue, fluido contendo sangue, 
outro material potencialmente infectante (OMPI) ou 
instrumento contaminado com uma destas 
substâncias? 
 NÃO Não necessita PPE 
 SIM 
 
 
II. Que tipo de exposição ocorreu? 
 Pele íntegra Não necessita PPE 
 Mucosa ou pele não íntegra? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exposição percutânea (perfurações, cortes)? 
I. Qual a situação da fonte em relação ao HIV? 
 
HIV - Não necessita de PPE 
HIV + 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Situação desconhecida ou fonte desconhecida 
 
 
 
 
2. DETERMINAR STATUS DA FONTE (S) 
Poucas gotas e 
curta exposição 
Muitas gotas, 
principalmente sangue 
e/ou longa exposição 
Menos grave: 
Agulha sólida, 
ferimento superficial, 
uso de luvas. 
Mais grave: 
Agulha de grande calibre, 
ferimento profundo, sangue visível 
no instrumento, agulha usada 
previamente em veia ou artéria, 
não uso de luvas. 
E1 
E2 
E2 
E3 
Baixo risco: 
HIV positivo 
assintomático e 
CD4 alto. 
S1 
Alto risco: 
AIDS avançado 
(doenças 
oportunistas), carga 
viral alevada e/ou 
CD4 baixo. 
S2 
SD 
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PPE) PARA HIV E HEPATITE B 
3. RECOMENDAÇÃO DA PPE 
EXPO FONTE RECOMENDAÇÃO DA PPE 
E1 S1 PPE não é necessária, a não ser que o tipo de exposição 
determine um risco muito grande. O risco-benefício do 
uso da mesma deve ser decidido entre o exposto e o 
médico. 
E1 S2 Quando o tipo de exposição determina um risco mínimo 
e a fonte é de alto risco considerar o REGIME BÁSICO. 
E2 S1 Recomendar REGIME BÁSICO. 
A maioria das exposições está nesta categoria, onde não 
se observa alto risco de transmissão mas o uso da PPE é 
apropriado. 
E2 S2 Recomendar REGIME EXPANDIDO. 
O tipo de exposição determina alto risco de transmissão 
do HIV. 
E3 S1 ou S2 Recomendar REGIME EXPANDIDO. 
O tipo de exposição determina alto risco de transmissão 
do HIV. 
E1, E2 ou 
E3 
SD Considerar REGIME BÁSICO OU REGIME 
EXPANDIDO dependendo do tipo da exposição. 
 ESQUEMABÁSICO: 
 BIOVIRR (Zidovutina/AZT 300mg + Lamivudina/3TC 150 mg) : 
 01 comp 12/12 h 
 
 ESQUEMA EXPANDIDO: 
 BIOVIR (Zidovudina/AZT 300 mg + Lamivudina/3TC 150 mg): 
 01 comp 12/12 h 
 + 
 KALETRAR (Ritonavir + lopinavir) : 
01 cápsula de 8/8 h 
 
 
 IMPORTANTE: 
 O TRATAMENTO, SE INDICADO, DEVE SER INICIADO PREFERENCIALMENTE NAS DUAS 
PRIMEIRAS HORAS APÓS O ACIDENTE E MANTIDO POR 4 SEMANAS 
4. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS 
Possíveis efeitos 
colaterais dos anti-
retrovirais 
 Zidovudina (AZT): 
– Náuseas, vômitos, anorexia, 
mal-estar, cefaléia, insônia, 
mialgias, escurecimento das 
unhas. 
– Ingerir preferencialmente 
com alimentos não 
gordurosos. 
 
 
 
 Lamivudina (3TC): 
– Cefaléia, calafrios, náuseas, 
diarréia, vômitos, dor 
abdominal, anorexia, má 
digestão, tonteiras, insônia, 
hiperemia de pele, tosse, 
hipertermia. 
– Ingerir com ou sem alimentos. 
 
 
 
 Indinavir 
– Ingerir bastante líquido para 
evitar cálculos renais. 
– Icterícia, cefaléia, náuseas, 
vômitos, diarréias, tonturas, 
sonolência, anorexia, 
hemorragias, dor abdominal, 
visão embaçada, gosto 
metálico na boca, cálculo 
renal. 
– Ingerir 1 hora antes ou 2 
horas após as refeições. 
 
 Nelfinavir: 
– Diarréias ou constipação 
intestinal, náuseas, hiperemia 
de pele. 
– Ingerir preferencialmente com 
alimentos não gordurosos. 
PROFILAXIA PARA HEPATITE B PÓS EXPOSIÇÃO A 
SANGUE E FLUIDOS BIOLÓGICOS 
* Imunoglobulina para Hepatite B 
PROFISSIONAL 
EXPOSTO 
FONTE 
HBsAg 
positiva 
FONTE 
HBsAg 
negativa 
FONTE 
DESCONHECIDA OU 
NÃO TESTADA 
NãO VACINADO HBIG* em 
48 horas 
+ 
VACINA 
INICIAR 
VACINA 
INICIAR VACINA 
VACINADO ou com 
resposta imune 
Nenhuma 
indicação 
Nenhuma 
indicação 
Adaptado do: 
BRASIL, Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância 
Sanitária. Curso Básico de Controle de Infecções Hospitalares. 
Caderno C. Métodos de Proteção Anti-Infecciosa. Brasília, 2000. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 Risco de transmissão do HIV é de: 
– 0,3% em acidentes percutâneos; 
– 0,09 % após exposições em mucosas; 
– O risco após exposições envolvendo pele 
não-íntegra não é precisamente quantificado, 
estimando-se que ele seja inferior ao risco 
das exposições em mucosas. 
PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO A 
MATERIAIS BIOLÓGICOS 
 Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos 
potencialmente contaminados devem ser tratados como 
casos de EMERGÊNCIA MÉDICA 
 As intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e 
hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência 
do acidente (até 2 horas). 
 As profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. 
 Prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais 
biológicos  principal e mais eficaz medida para evitar a 
transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. 
 AÇÕES EDUCATIVAS PERMANENTES e MEDIDAS DE 
PROTEÇÃO individual e coletiva são fundamentais. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 
 Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser 
caracterizados como comprovados ou prováveis: 
 Casos comprovados de contaminação por acidente de 
trabalho: 
– Há evidência documentada de soroconversão e sua 
demonstração temporal associada a exposição ao vírus. 
– No momento do acidente, os profissionais apresentam 
sorologia não reativa, e durante o acompanhamento se 
evidencia sorologia reativa. 
– Alguns casos em que a exposição é inferida (mas não 
documentada) também podem ser considerados como 
casos comprovados de contaminação quando há 
evidência de homologia da análise seqüencial do DNA 
viral do paciente-fonte e do profissional de saúde. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 
 Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser 
caracterizados como comprovados ou prováveis: 
 
 Casos prováveis de contaminação: 
– A relação causal entre a exposição e a infecção não 
pode ser estabelecida porque a sorologia do profissional 
acidentado não foi obtida no momento do acidente. 
– Os profissionais de saúde apresentam infecção e não 
possuem nenhum risco identificado para infecção 
diferente da exposição ocupacional, mas não foi possível 
a documentação temporal da soroconversão. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 Desde o início da epidemia da AIDS (1981) até o 
momento atual, 103 casos comprovados e 219 casos 
prováveis de profissionais de saúde contaminados pelo 
HIV por acidente de trabalho foram publicados em todo 
o mundo. 
 Ficou demonstrado ainda que o uso profilático do AZT 
(zidovudina) esteve associado à redução de 81% do 
risco de soroconversão após exposição ocupacional. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA 
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 Risco maior de transmissão esteve associado às 
exposições com grande quantidade de sangue do 
paciente-fonte, cujos marcadores foram: 
 
a) dispositivo visivelmente contaminado pelo sangue do 
paciente; 
b) procedimentos com agulha diretamente inserida em 
acesso arterial ou venoso; 
c) lesão profunda; 
d) exposições envolvendo pacientes com aids em fase 
terminal. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B 
 O risco de contaminação pelo vírus da Hepatite B (HBV) 
está relacionado, principalmente, ao grau de exposição 
ao sangue no ambiente de trabalho e também à 
presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. 
 
 HBeAg - reflete uma alta taxa de replicação viral e, 
portanto, uma maior quantidade de vírus circulante. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B 
 Em exposições percutâneas envolvendo sangue 
sabidamente infectado pelo HBV: 
– presença de HBeAg  o risco de hepatite clínica 
varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de 
infecção de 37 a 62%. 
– presença de HBsAg (HBeAg negativo)  o risco de 
hepatite clínica varia de 1 a 6% e o de soroconversão 
23 a 37%. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B 
 As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do 
HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: 
 Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos 
perfurantes e cortantes (p.ex.agulhas, bisturi, vidrarias); 
 Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face 
envolvendo olho, nariz, boca ougenitália; 
 Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com 
dermatite ou feridas abertas; 
 Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco 
quando envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto 
para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido 
exposto. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B 
 O HBV pode sobreviver em superfícies por períodos de 
até 1 semana. 
 Infecções pelo HBV em profissionais de saúde, sem 
história de exposição não-ocupacional ou acidente 
percutâneo ocupacional, podem ser resultado de 
contato, direto ou indireto, com sangue ou outros 
materiais biológicos em áreas de pele não-íntegra, 
queimaduras ou em mucosas. 
 A possibilidade de transmissão do HBV a partir do 
contato com superfícies contaminadas também já foi 
demonstrada em investigações de surtos de hepatite B, 
entre pacientes e profissionais de unidades de 
hemodiálise. 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B 
 O sangue é o material biológico que tem os maiores títulos 
de HBV e é o principal responsável pela transmissão do 
vírus nos serviços de saúde. 
 O HBV também é encontrado em vários outros materiais 
biológicos: 
– leite materno 
– líquido biliar 
– Líquor 
– Fezes 
– secreções nasofaríngeas, 
– Saliva 
– suor 
– líquido articular 
RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE C 
 O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma 
eficiente através do sangue. 
 A incidência média de soroconversão, após exposição 
percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é 
de 1.8% 
 Casos de contaminações só ocorreram em acidentes 
envolvendo agulhas com lúmen. 
 Atransmissão do HCV a partir de exposições em mucosas 
é extremamente rara. 
 Nenhum caso de contaminação envolvendo pele não-
íntegra foi publicado na literatura.

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