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Biossegurança no manuseio do paciente com DIP Prof. Simone Rembold BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES Fonte: Prevenção de Infecções e, Unidade de Terapia Intensiva – Módulo 4 – IrAs, UNIFESP, Anvisa, 2000. 1. Prevenir Infecções 2. Diagnosticar e tratar as infecções 3. Adequar o uso dos antimicrobianos 4. Prevenir transmissão CDC Campaign Targets Antimicrobial Resistance in Hospitals – JAMA, 2002, vol 287(18): 2351-2352. Campanha para Prevenir a Resistência Bacteriana em Unidades de Saúde 12 passos para prevenir a resistência microbiana: 12 Bloquear transmissão 11 Isolar o patógeno 10 Cessar ATB na cura 9 Dizer não a vanco 8 Não tratar colonização 7 Não tratar contaminação 6 Apoio de especialistas 5 Dados locais 4 Praticar o controle de antimicrobianos 3 Identificar o patógeno 2 Retirar os cateteres 1 Imunização Prevenir a transmissão Uso sábio de antibióticos Diagnóstico e tratamento efetivos Prevenir infecção Campaign to Prevent Antimicrobial Resistance in Healthcare Settings Modos de transmissão de microrganismos Direta • contato (com pele e mucosa) • transmissão respiratória gotículas aerossóis • exposição a sangue e outros líquidos corpóreos Indireta • veículo inanimado (superfícies, artigos e equipamentos). Depende da sobrevida do microrganismo • vetor Normas de Precauções Precauções padrão: a todos os pacientes Precauções baseadas no modo de transmissão (suspeita ou diagnóstico confirmado de infecção) • precauções de contato • precauções para gotículas • precauções para aerossóis CDC, 1996 Sistema de Precauções e Isolamento Prevenção da transmissão de um microrganismo de um paciente (portador ou doente) para outro paciente, de forma direta ou indireta Prevenção da transmissão de um microrganismo de um paciente (portador ou doente) para o profissional de saúde Precauções básicas ou precauções padrão: São normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico-hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C). PRECAUÇÕES PADRÃO Antes e após contato com o paciente Ao contato com sangue e secreções Se risco de respingos Descarte adequado Aplique para todos os pacientes Lavagem das mãos Luvas Máscara, óculos, protetor facial Acidente com materiais pérfuro-cortante Precauções básicas ou precauções padrão: Devem ser utilizadas quando houver risco de contato com: – sangue – todos os fluidos corpóreos – secreções e excreções (exceto suor) – pele não íntegra – mucosas Lavagem das Mãos: Antes e após contato com o paciente. Após retirada de luvas. Entre contato com um paciente e outro, entre um procedimento e outro (risco de contaminação cruzada entre diferentes sítios anatômicos). Em ocasiões onde há risco de transferência de patógeno para pacientes ou ambiente. Após contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções, excreções e artigos contaminados. COMO HIGIENIZAR? Friccionar as palmas 1 2 3 Friccionar o dorso Friccionar entre os dedos 4 5 6 Friccionar a a ponta dos dedos Friccionar o polegar Friccionar a ponta dos dedos na palma COMO HIGIENIZAR? LUVAS Imediatamente retiradas após prestação dos cuidados; Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio contaminado para outro limpo; ATENÇÃO! O uso de luvas não substitui a higienização das mãos; Observar a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos; Não circular ou tocar em objetos ou superfícies com as luvas utilizadas para cuidados com o paciente. LUVAS Problemas – Interfere na aderência da higiene das mãos – Troca de luvas não é realizada Entre procedimentos Entre pacientes – Superfícies ambientais são desconsideradas J Hosp Infect. 2003; 54(1):68-73 O ambiente inanimado pode facilitar a transmissão X representa cultura de VRE positiva ~ Contaminated surfaces increase cross-transmission ~ Abstract: The Risk of Hand and Glove Contamination after Contact with a VRE (+) Patient Environment. Hayden M, ICAAC, 2001, Chicago, IL. Máscaras e óculos de proteção Proteção de membranas mucosas olhos nariz boca ....durante procedimentos que podem espalhar sangue ou fluídos corpóreos. Avental 1. Usar avental limpo, não estéril, para proteção individual, sempre que houver risco de sujar a roupa com sangue ou fluídos corpóreos. 2. Retirar o avental o mais rápido possível e lavar as mãos. Precauções Padrão Importância do avental Durante procedimentos que podem espalhar sangue ou secreções fluIdas. Calçados fechados e botas Proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (p.ex. centros cirúrgicos, áreas de necrópsia e outros). Pro-pés,habitualmente compostos por material permeável, usados com sandálias e sapatos abertos não permitem proteção adequada. O ambiente é reservatório de patógenos Recuperação de MRSA, VRE, CNS. C.diff e GNR Devine et al. Journal of Hospital Infection. 2001;43;72-75 Lemmen et al Journal of Hospital Infection. 2004; 56:191-197 Trick et al. Arch Phy Med Rehabil Vol 83, July 2002 Walther et al. Biol Review, 2004:849-869 Ambiente Estabelecer e garantir procedimentos de rotina para a limpeza e descontaminação das superfícies ambientais, na presença de matéria orgânica extravasadas. Precauções Padrão OBJETOS E SUPERFÍCIES Todos os itens potencialmente contaminados devem ser descontaminados diariamente ou desprezados; Artigos contaminados com material infectado devem ser rotulados, antes de enviados à descontaminação e reprocessamento; Desinfetar superfícies planas com hipoclorito de sódio à 0.2% ou álcool à 70%. Berçários - Incubadoras: Higienizar: água e sabão Desinfecção: quaternários de amônia. Roupas Manipular, transportar e processar as roupas usadas de forma a prevenir a exposição da pele, mucosas e roupas pessoais. •Utilizar sacos impermeáveis para evitar extravasamento. Precauções Padrão Recomendações na manipulação de materiais pérfuro-cortantes: Material perfurocortante - agulhas, scalp, lâminas de bisturi, ampolas de vidro, etc. Recipiente resistente à perfuração e com tampa; Limite de 2/3 da capacidade total Devem ser colocados próximos do local onde é realizado o procedimento. Recomendações na manipulação de materiais pérfuro-cortantes: Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes; As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; Não utilizar agulhas para fixar papéis; Resíduos de serviços de saúde –Seguir a Resolução RDC nº 33 de 25 de fevereiro de 2003 publicado no DOU de 05/03/2003 – ANVISA/ MS. Precauções Específicas Baseadas na Forma de Transmissão Precauções no cuidado de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção com microrganismos epidemiologicamente importantes de acordo com suas formas de transmissão. Placas indicativas da precaução específica GOTÍCULAS AÉREAS CONTATO CONTATO PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS NA FORMA DE TRANSMISSÃO PRECAUÇÕES DE CONTATO CAPOTE DE MANGAS LONGAS E LUVAS SEMPRE QUE MANUSEAR A PACIENTE E/OU SEUS OBJETOSO QUE? COMO? QUANDO? MRSA IMPETIGO ESCABIOSE DIFTERIA VARICELA ROTAVÍRUS FERIDAS EXUDATIVAS MOLUSCO CONTAGIOSO GERMES MULTIRESISTENTES DIARRÉIA AGUDA DRENAGEM NÃO CONTIDA PELO CURATIVO Quarto Privativo Uso individual Uso de luvas e avental Secreções se contato com o paciente contidas durante transporte PRECAUÇÕES DE CONTATO AVENTAL Ao entrar no quarto, manipular paciente, artigos e equipamentos ou risco de contaminação por secreções, excreções e sangue; Técnica para retirada do avental; Não circular nas enfermarias. Microorganismo Vigilância S. aureus Resistente à Oxacilina ou R / I à Vancomicina ou Teicoplamina Staphylococcus coagulase negativo R ou I à Vancomicina ou Teicoplamina Enterococcus faecium e E. faecalis R ou I à Vancomicina ou Teicoplamina Bactérias gram- negativas entéricas R Cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração e, R carbapenêmicos ( Meropenem e/ou Imipenem) R Aztreonan Critérios para Identificação e Vigilância de Multirresistentes Microorganismo Vigilância Pseudomonas aeruginosa R a Imipenem e/ou Meropenem ou só sensível a Imipenem e/ou Meropenem Acinetobacter baumannii R a Imipenem e/ou Meropenem ou só sensível à Imipenem e/ou Meropenem Burkholderia cepacia Qualquer cultura positiva Stenotrophomonas maltophilia Qualquer cultura positiva Critérios para Identificação e Vigilância de Multirresistentes TRANSPORTE DO PACIENTE Evitar deslocamento para outras áreas ou setores do hospital; Se necessário, avisar o setor que estiver recebendo o paciente para que possa realizar procedimentos necessários; Macas, cadeiras e locais onde paciente teve contato deverão ser desinfetados com solução alcoólica 70% ou conforme recomendação do fabricante; Limpeza terminal da sala onde paciente realizou procedimento cirúrgico. GOTÍCULAS PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS NA FORMA DE TRANSMISSÃO PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS MÁSCARA CIRÚRGICA AO SE APROXIMAR DO DOENTE A MENOS DE 1 METRO MENINGITE MENINGOCÓCICA, MENINGOCOCCEMIA, MENINGITE POR HAEMOPHYLUS, ESCARLATINA, DIFTERIA, COQUELUCHE, RUBÉOLA O QUE? COMO? QUANDO? PRECAUÇÕES PARA GOTÍCULAS Quarto Privativo Uso de máscara comum Uso de máscara comum pelo profissional no quarto pelo paciente no transporte Profissional Paciente Transmissão por Gotículas • Contato próximo com o paciente (até um metro) • Gotícula - diâmetro > 5m • Rapidamente se depositam no chão Fonte Pessoas próximas: fala, tosse, espirro, aspiração. AEROSSOL PRECAUÇÕES FUNDAMENTADAS NA FORMA DE TRANSMISSÃO PRECAUÇÕES AÉREAS MÁSCARA COM FILTRO N95 AO ENTRAR NO AMBIENTE DO PACIENTE TUBERCULOSE PULMONAR BACILÍFERA, HERPES ZOSTER, VARICELA, SARAMPO O QUE? COMO? QUANDO? PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS Quarto Privativo Uso de máscara N-95 Uso de máscara comum com porta fechada pelo profissional no quarto pelo paciente no transporte Profissional Paciente Transmissão por Aerossóis Aerossóis - diâmetro < 5m Permanecem suspensas no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias: Tuberculose Sarampo Varicela e Herpes Zoster, etc. Local de internação: Quarto privativo com pressão negativa em relação às áreas adjacentes com no mínimo 6 trocas de ar por hora. (se não disponível, manter a porta fechada e a janela aberta). Filtragem do ar com filtros de alta eficiência. Manter as portas do quarto sempre fechadas. Transmissão por Aerossóis Proteção respiratória Máscaras com capacidade de filtragem de 95% das partículas menores que 0,3 micron, e vedação lateral adequada (N95): Profissional, Transporte de paciente (limitar). Máscara cirúrgica (paciente), Visitas: restritas e orientadas. Transmissão por Aerossóis Máscara N 95 Uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). EPI usados Luvas; Máscara; Óculos de proteção; Avental. Equipamento de Proteção Individual (EPI) Retirada correta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) BOM SENSO! Precauções, sim. Preconceito, não! Principais fatores associados à transmissão de bactérias multirresistentes Risco intrínseco de transmissão de agentes infecciosos entre pacientes; Uso excessivo de antimicrobianos. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS NOS CASOS DE EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS BIOLÓGICOS CUIDADOS IMEDIATOS COM A ÁREA DE EXPOSIÇÃO: 1. Lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. 2. Se for mucosa lavar com soro fisiológico a 0,9%. 3. Não há nenhum estudo que justifique a realização de expressão do local exposto como forma de facilitar o sangramento espontâneo. 4. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contra-indicados. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS NOS CASOS DE EXPOSIÇÃO AOS MATERIAIS BIOLÓGICOS CUIDADOS IMEDIATOS COM A ÁREA DE EXPOSIÇÃO: 5. Colher sangue da fonte e do exposto para pesquisa de HIV e Hepatite B. 6. Determinar exposição e status da fonte. 7. Iniciar esquema antiretroviral, se indicado dentro das duas primeiras horas preferencialmente. 8. Acompanhar sorologia para HIV e Anti- HbsAg por 6 meses. Guia Prático Prof. Edeusa de Souza Pereira 1. DETERMINAR EXPOSIÇÃO (E) I. Material implicado: sangue, fluido contendo sangue, outro material potencialmente infectante (OMPI) ou instrumento contaminado com uma destas substâncias? NÃO Não necessita PPE SIM II. Que tipo de exposição ocorreu? Pele íntegra Não necessita PPE Mucosa ou pele não íntegra? Exposição percutânea (perfurações, cortes)? I. Qual a situação da fonte em relação ao HIV? HIV - Não necessita de PPE HIV + 3. Situação desconhecida ou fonte desconhecida 2. DETERMINAR STATUS DA FONTE (S) Poucas gotas e curta exposição Muitas gotas, principalmente sangue e/ou longa exposição Menos grave: Agulha sólida, ferimento superficial, uso de luvas. Mais grave: Agulha de grande calibre, ferimento profundo, sangue visível no instrumento, agulha usada previamente em veia ou artéria, não uso de luvas. E1 E2 E2 E3 Baixo risco: HIV positivo assintomático e CD4 alto. S1 Alto risco: AIDS avançado (doenças oportunistas), carga viral alevada e/ou CD4 baixo. S2 SD PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PPE) PARA HIV E HEPATITE B 3. RECOMENDAÇÃO DA PPE EXPO FONTE RECOMENDAÇÃO DA PPE E1 S1 PPE não é necessária, a não ser que o tipo de exposição determine um risco muito grande. O risco-benefício do uso da mesma deve ser decidido entre o exposto e o médico. E1 S2 Quando o tipo de exposição determina um risco mínimo e a fonte é de alto risco considerar o REGIME BÁSICO. E2 S1 Recomendar REGIME BÁSICO. A maioria das exposições está nesta categoria, onde não se observa alto risco de transmissão mas o uso da PPE é apropriado. E2 S2 Recomendar REGIME EXPANDIDO. O tipo de exposição determina alto risco de transmissão do HIV. E3 S1 ou S2 Recomendar REGIME EXPANDIDO. O tipo de exposição determina alto risco de transmissão do HIV. E1, E2 ou E3 SD Considerar REGIME BÁSICO OU REGIME EXPANDIDO dependendo do tipo da exposição. ESQUEMABÁSICO: BIOVIRR (Zidovutina/AZT 300mg + Lamivudina/3TC 150 mg) : 01 comp 12/12 h ESQUEMA EXPANDIDO: BIOVIR (Zidovudina/AZT 300 mg + Lamivudina/3TC 150 mg): 01 comp 12/12 h + KALETRAR (Ritonavir + lopinavir) : 01 cápsula de 8/8 h IMPORTANTE: O TRATAMENTO, SE INDICADO, DEVE SER INICIADO PREFERENCIALMENTE NAS DUAS PRIMEIRAS HORAS APÓS O ACIDENTE E MANTIDO POR 4 SEMANAS 4. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS Possíveis efeitos colaterais dos anti- retrovirais Zidovudina (AZT): – Náuseas, vômitos, anorexia, mal-estar, cefaléia, insônia, mialgias, escurecimento das unhas. – Ingerir preferencialmente com alimentos não gordurosos. Lamivudina (3TC): – Cefaléia, calafrios, náuseas, diarréia, vômitos, dor abdominal, anorexia, má digestão, tonteiras, insônia, hiperemia de pele, tosse, hipertermia. – Ingerir com ou sem alimentos. Indinavir – Ingerir bastante líquido para evitar cálculos renais. – Icterícia, cefaléia, náuseas, vômitos, diarréias, tonturas, sonolência, anorexia, hemorragias, dor abdominal, visão embaçada, gosto metálico na boca, cálculo renal. – Ingerir 1 hora antes ou 2 horas após as refeições. Nelfinavir: – Diarréias ou constipação intestinal, náuseas, hiperemia de pele. – Ingerir preferencialmente com alimentos não gordurosos. PROFILAXIA PARA HEPATITE B PÓS EXPOSIÇÃO A SANGUE E FLUIDOS BIOLÓGICOS * Imunoglobulina para Hepatite B PROFISSIONAL EXPOSTO FONTE HBsAg positiva FONTE HBsAg negativa FONTE DESCONHECIDA OU NÃO TESTADA NãO VACINADO HBIG* em 48 horas + VACINA INICIAR VACINA INICIAR VACINA VACINADO ou com resposta imune Nenhuma indicação Nenhuma indicação Adaptado do: BRASIL, Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Básico de Controle de Infecções Hospitalares. Caderno C. Métodos de Proteção Anti-Infecciosa. Brasília, 2000. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Risco de transmissão do HIV é de: – 0,3% em acidentes percutâneos; – 0,09 % após exposições em mucosas; – O risco após exposições envolvendo pele não-íntegra não é precisamente quantificado, estimando-se que ele seja inferior ao risco das exposições em mucosas. PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO A MATERIAIS BIOLÓGICOS Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de EMERGÊNCIA MÉDICA As intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente (até 2 horas). As profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. Prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos principal e mais eficaz medida para evitar a transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. AÇÕES EDUCATIVAS PERMANENTES e MEDIDAS DE PROTEÇÃO individual e coletiva são fundamentais. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser caracterizados como comprovados ou prováveis: Casos comprovados de contaminação por acidente de trabalho: – Há evidência documentada de soroconversão e sua demonstração temporal associada a exposição ao vírus. – No momento do acidente, os profissionais apresentam sorologia não reativa, e durante o acompanhamento se evidencia sorologia reativa. – Alguns casos em que a exposição é inferida (mas não documentada) também podem ser considerados como casos comprovados de contaminação quando há evidência de homologia da análise seqüencial do DNA viral do paciente-fonte e do profissional de saúde. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser caracterizados como comprovados ou prováveis: Casos prováveis de contaminação: – A relação causal entre a exposição e a infecção não pode ser estabelecida porque a sorologia do profissional acidentado não foi obtida no momento do acidente. – Os profissionais de saúde apresentam infecção e não possuem nenhum risco identificado para infecção diferente da exposição ocupacional, mas não foi possível a documentação temporal da soroconversão. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Desde o início da epidemia da AIDS (1981) até o momento atual, 103 casos comprovados e 219 casos prováveis de profissionais de saúde contaminados pelo HIV por acidente de trabalho foram publicados em todo o mundo. Ficou demonstrado ainda que o uso profilático do AZT (zidovudina) esteve associado à redução de 81% do risco de soroconversão após exposição ocupacional. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Risco maior de transmissão esteve associado às exposições com grande quantidade de sangue do paciente-fonte, cujos marcadores foram: a) dispositivo visivelmente contaminado pelo sangue do paciente; b) procedimentos com agulha diretamente inserida em acesso arterial ou venoso; c) lesão profunda; d) exposições envolvendo pacientes com aids em fase terminal. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B O risco de contaminação pelo vírus da Hepatite B (HBV) está relacionado, principalmente, ao grau de exposição ao sangue no ambiente de trabalho e também à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. HBeAg - reflete uma alta taxa de replicação viral e, portanto, uma maior quantidade de vírus circulante. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B Em exposições percutâneas envolvendo sangue sabidamente infectado pelo HBV: – presença de HBeAg o risco de hepatite clínica varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de infecção de 37 a 62%. – presença de HBsAg (HBeAg negativo) o risco de hepatite clínica varia de 1 a 6% e o de soroconversão 23 a 37%. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex.agulhas, bisturi, vidrarias); Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ougenitália; Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas; Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido exposto. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B O HBV pode sobreviver em superfícies por períodos de até 1 semana. Infecções pelo HBV em profissionais de saúde, sem história de exposição não-ocupacional ou acidente percutâneo ocupacional, podem ser resultado de contato, direto ou indireto, com sangue ou outros materiais biológicos em áreas de pele não-íntegra, queimaduras ou em mucosas. A possibilidade de transmissão do HBV a partir do contato com superfícies contaminadas também já foi demonstrada em investigações de surtos de hepatite B, entre pacientes e profissionais de unidades de hemodiálise. RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B O sangue é o material biológico que tem os maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela transmissão do vírus nos serviços de saúde. O HBV também é encontrado em vários outros materiais biológicos: – leite materno – líquido biliar – Líquor – Fezes – secreções nasofaríngeas, – Saliva – suor – líquido articular RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE C O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1.8% Casos de contaminações só ocorreram em acidentes envolvendo agulhas com lúmen. Atransmissão do HCV a partir de exposições em mucosas é extremamente rara. Nenhum caso de contaminação envolvendo pele não- íntegra foi publicado na literatura.
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