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Anne Karen Reis INFECTOLOGIA Biossegurança e Risco Ocupacional BIOSSEGURANÇA Ciência surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização de risco advindos da prática de diferentes tecnologias. BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE Conjunto de normas relativas à segurança do trabalhador de saúde, submetido ao risco potencial de acidente com material ou instrumentos contaminados com material biológico. RISCO E PERIGO RISCO → é o perigo mediado pelo conhecimento que se tem da situação. É o que temos como prevenir. PERIGO → existe enquanto não se conhece a situação. É o desconhecido ou mal conhecido. RISCOS DO AMBIENTE DE SAÚDE No ambiente hospitalar, há riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, e para cada um deles há normas específicas disponíveis visando proteger a clientela dos estabelecimentos: o paciente, o trabalhador de saúde, o acompanhante e a preservação do meio ambiente. NORMAS REGULAMENTADORAS (NR) Conjunto de requisitos e procedimentos relativos a segurança e medicina do trabalho, obrigatórias nas empresas públicas e privadas. Em 08/06/78, o MT aprovou a Portaria 2.314, que regulamentou as NRs. RISCOS FÍSICOS – NR 09 E NR 15 Formas de energia como ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infrassom. • Equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão; • Radiações; • Campos elétricos; • Umidade, etc. RISCOS QUÍMICOS – NR 09, NR 15 E NR 32 Substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos. • Ácidos; • Reagentes oxidantes; • Reagentes redutores; • Gases; • Formol; • Medicamentos; • Metais presentes em lâmpadas. RISCOS ERGONÔMICOS A quarta categoria, classificada pela cor amarela, está relacionada com estresse físico ou psicológico. • Jornadas de trabalho prolongadas; • Esforços repetitivos; • Postura inadequada; • Levantamento de peso, etc. RISCOS BIOLÓGICOS - NR 32 E NR 09 (PPRA) Probabilidade da exposição ocupacional e agentes biológicos. • Microrganismos; • Culturas de células; • Parasitas; • Toxinas; Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador Anne Karen Reis INFECTOLOGIA PROTEÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR PREUCAUÇÃO PADRÃO Lavagem das mãos → antes e após contato com paciente Uso de avental e luvas → ao contato com sangue e secreções Uso de óculos e máscara cirúrgica → se risco de respingos Descarte adequado de materiais PACIENTE EM PRECAUÇÃO AÉREA - AEROSSÓIS Higiene nas mãos → Antes e após contato com o paciente, com álcool em gel ou água e clorexidina. Máscara → N95/ cirúrgica – Não entrar no quarto sem máscara. Alojamento do paciente → Manter a porta do quarto fechada. Transporte → Durante o transporte, quem usa máscara é o paciente. Situações de transmissão aérea • Tuberculose • Sarampo • Varicela Zorter PACIENTE EM PREUCAÇÃO PARA GOTÍCULAS Higiene das mãos → Antes e após contato com o paciente, com álcool em gel ou água e clorexidina. Máscara → Não entrar no quarto sem máscara. Alojamento do paciente → Manter a porta do quarto fechada. Transporte → Durante o transporte, quem usa máscara é o paciente. Situações de transmissão por gotículas • Influenza (Sazonal, H1N1) • Meningite (Neisseria e Haemophilus) • Coqueluche • Adenovírus • Rubéola PREUCAUÇÃO POR AEROSSOIS X GOTÍCULAS Aerossóis • Partículas pequenas < 5 µm; • Disseminam-se por vários metros; • Mantém-se suspensas no ar por horas. Gotículas • Partículas grossas > 5 µm; • Não atravessam longas distâncias; • Limite 1 m; • Não se mantém suspensas no ar. PACIENTE EM PREUCAÇÃO PARA CONTATO Higiene das mãos → Antes e após contato com o paciente, com álcool em gel ou água e clorexidina. Luvas → Não entrar no quarto sem luvas. Avental → Não entrar no quarto sem avental. Artigos médicos hospitalares → Desinfetar com álcool 70 após o uso. Alojamento do paciente → Manter a porta do quarto fechada. Situações de transmissão por contato • Microrganismos multirresistentes (Acinetobacter, Pseudomonas, MRSA) • Pediculose • Escabiose PACIENTES EM PRECAUÇÃO PARA IMUNOSSUPRESSO Não entrar no quarto se estiver com alguma infecção. Higiene das mãos → Antes e após contato com o paciente, com álcool em gel ou água e clorexidina. Alojamento do paciente → Manter a porta do quarto fechada. Transporte → Limitar a saída. Durante o transporte, o paciente utiliza máscara. Anne Karen Reis INFECTOLOGIA Situações para isolamento de pacientes imunossupressos • Neutropênicos • Transplantados • De acordo com cada instituição MANIPULAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MATERIAIS CORTANTES E DE PUNÇÃO • Instrumentos perfurocortantes devem ser descartados em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis que devem ser colocadas próximo a área em que os materiais são usados; • Nunca reencapar agulhas após o uso; • Não remover com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis. LUVAS DE PROCEDIMENTO (NÃO ESTÉRIL) • Higienizar as mãos antes e após retirar as luvas; • Contato com sangue, fluidos corporais, membranas mucosas, pele não íntegra e qualquer item/equipamento contaminado; • Trocar as luvas entre um procedimento e outro; • Calçar as luvas imediatamente antes dos cuidados a ser executado, evitado contaminação prévia das mesmas; • Não manipule objetos fora do campo de trabalho quando de luvas; • Retirar as luvas imediatamente após o término da atividade; • Removê-las sem tocar na parte externa. Usar luvas adequadas para cada procedimento • Luvas cirúrgicas estéreis; • Luvas de procedimento não estéreis; • Luvas de borracha HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. 5 MOMENTOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 1. Antes do contato com o paciente; 2. Antes da realização de procedimentos; 3. Após exposição a fluidos corporais; 4. Após o contato com o paciente; 5. Após contato com superfícies próximas ao paciente. RISCO OCUPACIONAL Risco → Probabilidade de ocorrência de um evento não desejado (acidente de trabalho) Ocupacional → Relacionado aos procedimentos específicos à profissão desempenhada. RISCO → ACIDENTE → CONSEQUÊNCIA Danos pessoais → INCAPACIDADE PARA O TRABALHO • Lesão corporal • Perturbação funcional • Doença ATENDIMENTO INICIAL AVALIAÇÃO DO RISCO DA EXPOSIÇÃO • O tipo de material biológico envolvido; • O tipo de exposição; • O tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento; • A condição sorológica para o HIV da pessoa exposta e da pessoa fonte. Anne Karen Reis INFECTOLOGIA TIPO DE MATERIAL BIOLÓGICO Materiais biológicos COM risco de transmissão do HIV • Sangue e outros materiais contendo sangue; • Sêmen; • Fluidos vaginais; • Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular. Materiais biológicos SEM risco de transmissão do HIV • Suor, lágrimas, secreções nasais; • Fezes, urina, vômitos; • Saliva (exceto em ambientes odontológicos). DEFINIÇÃO DE CASOS Caso comprovado • Há evidência documentada de soro conversão e demonstração temporal associada à exposição ao vírus. • No momento do acidente,o profissional apresenta sorologia negativa ou não reagente e durante o acompanhamento a sorologia torna-se positiva ou reagente. Caso provável • A relação causal entre a exposição e a infecção não pode ser estabelecida, porque a sorologia do profissional acidentado não foi obtida no momento do acidente. PROCEDIMENTOS Cuidados imediatos Exposição percutânea ou cutânea → Lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão. Membranas mucosas → Lavagem com água corrente em abundância ou soro fisiológico 0,9%. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contraindicados. AVALIAÇÃO DO PACIENTE FONTE PACIENTE FONTE CONHECIDO Exames laboratoriais do paciente fonte Sorológicos → Anti HIV, HBsAg e anti HCV. Se anti HCV reagente → solicitar HCV-RNA (qualitativo). PACIENTE FONTE CONHECIDO COM SOROLOGIA DESCONHECIDA Acompanhamento clínico laboratorial é obrigatório. PROFILAXIA PARA HIV Esquema preferencial Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG) A duração da PEP é de 28 dias, iniciado em até 72 hora. Esquema alternativo Impossibilidade de TDF: AZT + 3TC + DTG Impossibilidade de DTG: TDG + 3TC + ATV/r Duração de 28 dias, iniciado em até 72 horas. PROFILAXIA PARA HEPATITE C A única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite C é prevenir a ocorrência do acidente.
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