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Profº Douglas Cobo Micheli- 2015 Disciplina de Farmacologia Antimicrobianos Universidade Federal do Triângulo Mineiro Antibióticos: Substância produzida por seres vivos (fungos ou bactérias) capaz de matar ou inibir outro microorganismo Definições e Conceitos Quimioterápicos: Substância sintetizada em laboratório, capaz de matar ou inibir microorganismo Antimicrobiano: substância capaz de matar ou inibir microorganismo e dotada de toxicidade seletiva Ação Bacteriostática: capacidade de inibir o crescimento de um microorganismo Ação Bactericida: capacidade de matar ou lesar irreversivelmente o microorganismo Histórico China antiga (500 a.C.) Atividade contra infecções: Coalho de soja mofado Curativo de terra e lama Ativos mas não reconhecidos como antibióticos Histórico Paul Ehrlich 1909 Uso de arseniobenzóis para o tratamento da sífilis. Histórico Alexandre Fleming 1928 – Pesquisa com“Staphylococcus aureus” Contaminação acidental da amostra; Substância em ação antibiótica, produzida pelo fungo “Penicillium notatum” 1938 - 1940 Universidade de Oxford Florey & Chain: penicilina como agente terapêutico Fleming recebendo o Nobel em 1945 Histórico Aspectos Morfológicos das Bactérias Unicelulares; Procariontes (desprovidos de membrana nuclear); Membrana plasmática fosfolipídica (bicamada lipídica) Plasmídeos (elementos genéticos móveis, conjugação celular, disseminação mecanismo de resistência) Parede Celular (externa à membrana plasmática, proteção) Características Gerais Morfologia Bacteriana Membrana Plasmática Citoplasma Parede Celular DNA Flagelo Ribossomos Estruturas e composições parede celular das bactérias Gram-positiva Gram-negativa Canal de porina Polissacarídeo LPS Membrana externa Espaço periplasmático Β-lactamase Fosfolopídeo Proteínas Proteína específica do canal Parede celular Lipoproteína Camada de Peptideoglicano Proteína de ligação das Penicilinas (PLPs) Membrana Plasmática Β-lactamase Camada de Peptideoglicano Ácido Teicóico Princípios gerais do tto Antimicrobiano A teoria microbiana desenvolveu-se expressivamente ao longo do século XX, com a identificação e caracterização de muitos patógenos microbianos e seus mecanismos patogenéticos e a indução dos agentes antimicrobianos. Entre todos os fármacos, os agentes antimicrobianos estão entre os mais comumente usados e mal-usados. A consequência desse uso generalizado foi o surgimento de patógenos resistentes aos antibióticos, gerando a sempre crescente necessidade de novos fármacos em uma época em que o ritmo de desenvolvimento antimicrobiano diminuiu drasticamente. Princípios gerais do tto Antimicrobiano Com a utilização desses fármacos, surgiram problemas como: Definição dos esquemas mais apropriados; Resistência antimicrobiana; Interações farmacológicas; Toxicidade. Princípios gerais do tto Antimicrobiano Uso racional dos antimicrobianos: Sucesso Terapêutico Prevenção da Resistência; Prevenção da Toxicidade; Redução de Custos. Princípios gerais do tto Antimicrobiano Qual o perfil do paciente se apresenta alguma comorbidade A droga deve ter o espectro menos amplo possível para aquele sitio e agente Se for o caso escolher a droga de menor efeito tóxico ao paciente Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Se as defesas do hospedeiro estiverem preservadas, os ATM que interferem no crescimento ou replicação do microorganismo, mas não o destroem, poderão ser suficientes (bacteriostático) Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Bacteriostático + Bactericida = Antagonismo Bactericida + Bactericida = Sinergismo Entretanto se as defesas do hospedeiro estiverem enfraquecidas a destruição dos microorganismo mediada por ATM pode ser necessária (bactericida) Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano [ATM] FOCO Microorganismo Inibir ou Matar Níveis tóxicos Se esses requisitos forem atendidos, os microorganismos são considerados sensíveis, caso contrário, os patógenos serão classificados como resistentes ao fármaco Fatores Locais: Ph baixo, [protéica alta], condições anaeróbica Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Para que um ATM seja eficaz, precisa atingir seu alvo de forma ativa, ligar-se a este alvo e interferir na sua função, a resistência bacteriana a um agente ATM é atribuível a três mecanismos gerais: 1. O fármaco não atinge seu alvo 2. O fármaco não é ativo 3. O alvo foi alterado Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano 1. O fármaco não atinge seu alvo: Canal de porina Polissacarídeo LPS Membrana externa Espaço periplasmático Β-lactamase Fosfolopídeo Proteínas Proteína específica do canal Parede celular Lipoproteína Camada de Peptideoglicano Proteína de ligação das Penicilinas (PLPs) Membrana Plasmática ATM A ausência, mutação ou perda de uma porina específica pode retardar a entrada do ATM na célula ou impedir por completo seu acesso, se o alvo for intracelular e o fármaco precisar de transporte ativo através da Membrana celular. Gram-negativa Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano 1. O fármaco não atinge seu alvo: A resistência a diversos fármacos é mediada também por uma expressão ampliada (mutação) de um sistema transportador de efluxo. Ex: Tetraciclina, Clorafenicol, β-lactâmicos Transportador de efluxo Proteína acessória Canal Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano 2. Inativação do fármaco É a síntese das enzimas que modificam ou destroem os antimicrobianos Canal de porina Polissacarídeo LPS Membrana externa Espaço periplasmático Β-lactamase Fosfolopídeo Proteínas Proteína específica do canal Parede celular Lipoproteína Camada de Peptideoglicano Membrana Plasmática Β-Lactâmico + Ácido Clavulânico Gram – S. aureus Β-Lactâmico Pennicilina Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano 3. Alteração do alvo: Canal de porina Polissacarídeo LPS Membrana externa Espaço periplasmático Β-lactamase Fosfolopídeo Proteínas Proteína específica do canal Parede celular Lipoproteína Camada de Peptideoglicano Proteína de ligação das Penicilinas (PLPs) Membrana Plasmática São mutações no alvo natural, um exemplo é a resistência dos estafilococos à Meticilina ( ligante à PLP) causada pela produção de uma variante de baixa afinidade da proteína de ligação da penicilina. Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Resistência adquirida : Mutação-seleção : é uma mutação não produzida pela exposição ao fármaco propriamente dita, mas constituem eventos randômicos que conferem uma vantagem de sobrevivência quando o fármaco esta presente. Estreptomicina mutação ribossômica Quinolonas mutação girase ou topoisomerase IV Rimfampicina mutação RNA polimerase Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Resistência adquirida : Transferência horizontal de genes : é enormemente facilitada e extremamente dependente de elementos genéticos móveis (ex: Plasmídeos) I conjugação : transferência direta de genes por meio de contato célula-célula, vários genes de resistência podem ser transferidos em um único evento. Transformação II: O DNA livre de uma célula morta e incorporado em uma célula receptora Os pneumococos virulentos são conhecidos como forma S e os não virulentos como forma R, devido às aparências lisa(smooth) e rugosa (rough) de suas colônias em cultura. (Griffith et al., 1928) Sensibilidade e resistência aos antimicrobiano Seleção do Fármaco Fatores do hospedeiro Sensibilidade do microorganismo Fatores do hospedeiro Imunocompetência Uso prévio de antibióticos Recorrência da infecção Hipersensibilidade Funções renal e hepática Uso de outros medicamentos Sensibilidade do microrganismo Antibiograma: técnica destinada à determinação da sensibilidade bacteriana “in vitro” frente a agentes antimicrobianos. A sua automação permite a avaliação da concentração inibitória mínima (MIC), a menor concentração do antimicrobiano capaz de inibir o crescimento do microrganismo “in vitro”. Sua interpretação se divide em sensível, intermediário e resistente. Metodologias Disco difusão β-lactamase Macro diluição Micro diluição Automação E test Linha de progressão da doença e tratamento Profilaxia Preventivo Ausência de Infecção Infecção Sintomas Isolamento do patógeno Regressão Empírico Definitivo Supressor Profilaxia: o objetivo é evitar a infecção de alguns pacientes ou impedir o desenvolvimento de uma doença potencialmente perigosa em indivíduos que já tem evidências de infecção. Ex: HIV ou transplantados (suprimir a rejeição) Linha de progressão da doença e tratamento Profilaxia Preventivo Ausência de Infecção Infecção Sintomas Isolamento do patógeno Regressão Empírico Definitivo Supressor Preventivo: é usado como substituto à profilaxia universal e como tto precoce dirigido aos pacientes assintomático que se tornou infectado, sendo sua adm. antes dos sinais e sintomas. Na prática é usado para evitar CMV em pacientes transplantados de célula-tronco e orgãos sólidos. Linha de progressão da doença e tratamento Profilaxia Preventivo Ausência de Infecção Infecção Sintomas Isolamento do patógeno Regressão Empírico Definitivo Supressor Empírico: Um paciente sintomático deve ser tratado imediatamente? Qual o método mais valioso e consagrado pelo tempo para identificação imediata das bactérias? Linha de progressão da doença e tratamento Profilaxia Preventivo Ausência de Infecção Infecção Sintomas Isolamento do patógeno Regressão Empírico Definitivo Supressor Definitivo: quando o patógeno for isolado e os resultados dos testes de sensibilidade estiverem disponível, se possível com um único fármaco para reduzir os riscos toxicidade ATM e seleção de patógenos resistentes. Linha de progressão da doença e tratamento Profilaxia Preventivo Ausência de Infecção Infecção Sintomas Isolamento do patógeno Regressão Empírico Definitivo Supressor Supressor: quando a infecção não foi completamente erradicada e a anormalidade anatômica ou imune que causou a infecção original ainda persiste. Ex: pacientes com AIDS, transplantados. Cadeia de Infecção EPI Vacinas Lavagens e anti-sepsia das mãos Microniota transitória: 15” água e sabão Microbiota residente: 2’ anti-séptico Hospedeiro suscetível Patógeno capaz de causar a infecção Porta de entrada Profº Douglas Cobo Micheli- 2015 Disciplina de Farmacologia Antimicrobianos Universidade Federal do Triângulo Mineiro
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