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WL-OO-Cursos-01-Direito Administrativo-02-Pontodosconcursos-Gustavo-AULA 12_CONTROLE DE ADMINISTRAÇAO

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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR GUSTAVO BARCHET 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 12: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Em nosso penúltimo encontro, analisaremos questões formuladas pela ESAF sobre 
controle da Administração Pública. 
 
Questão 01 
(Auditor de Tributos Municipais – Fortaleza/2003) - Assinale a assertiva correta. 
a) Servidor de autarquia não está sujeito às disposições da Lei da Improbidade 
Administrativa. 
b) O terceiro, não servidor, que se beneficia do ato de improbidade administrativa, 
não pode ser condenado a restituir o benefício indevido. 
c) Não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa aquele que 
não seja agente público, mesmo que tenha concorrido para a prática do ato ímprobo. 
d) O herdeiro do servidor que se enriqueceu ilicitamente no exercício da função não 
está sujeito a perder o quinhão da herança que seja fruto do enriquecimento ilícito. 
e) A perda da função pública é uma das sanções cominadas na Lei da Improbidade 
Administrativa. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
a) Servidor de autarquia não está sujeito às disposições da Lei da Improbidade 
Administrativa (errada). 
A Constituição, no art. 37, § 4º, dispôs: 
“Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” 
A fim de conferir efetividade ao mandamento constitucional, foi editada a Lei 
8.429/92, objeto desta questão. 
Com relação à sujeição passiva, à quem está sujeito a responder no pólo passivo da 
ação de improbidade, devemos apresentar o conceito inicial da Lei de agente público. 
Segundo seus termos, é assim considerada toda pessoa física que, a qualquer 
título, exerce função pública, mesmo que a título transitório e gratuito. 
Este primeiro conceito da lei identifica-se com o conceito apresentado pela doutrina 
de agente público. Estão nele englobados os agentes administrativos da 
Administração Direta e Indireta, de qualquer Poder e esfera de Governo, os agentes 
políticos, os agentes delegados, os agentes honoríficos e os agentes credenciados. 
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Todavia, a Lei vai ainda mais longe, pois considera agentes públicos, para seus 
efeitos, aqueles que exercem cargo, emprego, mandato ou função (1) nas empresas 
incorporadas ao patrimônio público; (2) nas entidades para cuja criação ou custeio o 
Poder Público tenha concorrido ou ainda concorra com mais de 50% do patrimônio 
ou da receita atual; (3) nas entidades que recebem subvenção, beneficio ou 
incentivo fiscal ou creditício; ou (4) nas entidades para cuja criação ou custeio o 
Poder Público concorra ou haja concorrido com menos de 50% do patrimônio ou 
receita bruta anual. 
Pelo visto, é inquestionável que um servidor de autarquia está sujeito à Lei de 
Improbidade. 
 
b) O terceiro, não servidor, que se beneficia do ato de improbidade administrativa, 
não pode ser condenado a restituir o benefício indevido (errada). 
c) Não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa aquele que 
não seja agente público, mesmo que tenha concorrido para a prática do ato ímprobo 
(errada). 
Segundo o art. 3º da Lei, suas disposições aplicam-se “no que couber, àquele que 
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade 
ou dele se beneficie sob qualquer maneira direta ou indireta”. 
Induzir é atuar psicologicamente sobre outrem (no caso, o agente público) a fim de 
convencê-lo à prática de um ato (no caso, o ato de improbidade). Concorrer 
significa atuar conjuntamente com outrem (no caso, o agente público) na prática de 
certo ato (no caso, o ato de improbidade). 
A análise do significado destes termos nos leva a uma conclusão importante: um 
particular pode cometer ato de improbidade, mas apenas se houver a presença 
de um agente público na perpetração do ilícito. Se o particular, isoladamente, 
cometer com dolo ou culpa um ato que de qualquer modo cause dano à 
Administração, evidentemente terá praticado um ato ilícito e por ele será punido, 
mas tal ato não se enquadra na Lei 8.429/92, não se caracterizando, pois, como um 
ato de improbidade administrativa. 
Mesmo que não induza ou concorra com o agente público para a prática de um ato 
de improbidade, o particular sujeita-se às disposições da Lei sempre que se 
beneficiar, mesmo que indiretamente, de um ato de improbidade praticado por 
outrem (por exemplo, a namorada de um agente público que ganha um carro 
comprado com o lucro ilícito de um ato de improbidade). Daí se conclui que mesmo 
aquele que não cometeu um ato de improbidade pode se sujeitar às disposições da 
Lei: para tanto basta que se beneficie de um ato desta natureza. 
 
d) O herdeiro do servidor que se enriqueceu ilicitamente no exercício da função não 
está sujeito a perder o quinhão da herança que seja fruto do enriquecimento ilícito 
(errada). 
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Esta é uma regra geral de responsabilidade. Os sucessores (herdeiros e legatários) 
daquele que causou dano ou auferiu lucro ilicitamente estão obrigados a ressarcir o 
valor dele recebido por herança. A Lei 8.429/92 tem regra expressa sobre a matéria, 
estabelecendo no art. 8º: 
“O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer 
ilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança”. 
Portanto, alternativa errada. 
 
e) A perda da função pública é uma das sanções cominadas na Lei da Improbidade 
Administrativa (errada). 
Esta alternativa também está incorreta, visto que uma das sanções previstas na Lei 
8.429/92 é justamente a perda da função pública. Analisaremos este assunto nos 
comentários à terceira questão desta aula. 
 
Síntese do Comentário: 
1) para fins de aplicação da Lei de Improbidade é considerado agente público toda 
pessoa que exercer uma função pública, mesmo a título gratuito ou transitório, 
sendo assim considerados, também, os que exercem cargo, emprego, mandato ou 
função (1) nas empresas incorporadas ao patrimônio público; (2) nas entidades para 
cuja criação ou custeio o Poder Público tenha concorrido ou ainda concorra com mais 
de 50% do patrimônio ou da receita atual; (3) nas entidades que recebem 
subvenção, beneficio ou incentivo fiscal ou creditício; ou (4) nas entidades para cuja 
criação ou custeio o Poder Público concorra ou haja concorrido com menos de 50% 
do patrimônio ou receita bruta anual; 
2) as disposições da Lei aplicam-se, no que couber, à pessoa física que, não sendo 
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade por um 
agente público ou dele se beneficie direta ou indiretamente. Desta afirmação 
podemos concluir que: (1) um particular só pratica ato de improbidade com um 
agente, seja induzindo-o, seja atuando conjuntamente com ele na execução dos atos 
materiais; (2) um particular pode não praticar ato de improbidade e ainda assim 
estar sujeito à Lei, desde que se beneficie direta ou indiretamente do resultado 
econômico de um ato de improbidade praticado por outrem; 
3) nos termos do art. 8º da Lei, sujeita-se às suas prescrições o sucessor do autor 
do ato de improbidade que cause dano ao patrimônio público ou importe 
enriquecimento ilícito, até o montante da herança recebida. 
 
 
Questão 02 
(Fiscal de Tributos estaduais – PA/2002) - Em relação à legislação referente à 
improbidade administrativa, assinale a opção incorreta. 
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a) O sucessor do agente público que tiver obtido enriquecimento ilícito responderá 
pelo ressarcimento o dano, integralmente. 
b) Os bens do indiciadocomo responsável pela lesão ao patrimônio público ficarão 
indisponíveis, ainda que não tenha havido enriquecimento lícito. 
c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público, ainda que por ato culposo, haverá o 
integral ressarcimento o dano. 
d) Comprovado o enriquecimento ilícito, o terceiro beneficiário perderá os bens 
acrescidos ao eu patrimônio. 
e) As disposições desta legislação podem se aplicar mesmo às pessoas que não 
sejam agentes públicos. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
a) O sucessor do agente público que tiver obtido enriquecimento ilícito responderá 
pelo ressarcimento o dano, integralmente (errada). 
A alternativa está equivocada pela excessiva amplitude que confere à 
responsabilidade do sucessor. Este efetivamente responde, mas nos limites da 
herança recebida. 
 
b) Os bens do indiciado como responsável pela lesão ao patrimônio público ficarão 
indisponíveis, ainda que não tenha havido enriquecimento lícito (certa). 
A decretação da indisponibilidade dos bens é medida de natureza cautelar adotada 
contra os autores de ato de improbidade que importe enriquecimento ilícito ou que 
cause dano ao erário (ou contra os beneficiários do ato). 
Uma vez declarados indisponíveis os bens, eles não podem ser mais transferidos a 
terceiros, seja a título gratuito ou oneroso, ou onerados de qualquer forma pelo seu 
proprietário, até que fique comprovado ser ele o autor ou não do ato de 
improbidade. Em ocorrendo comprovação, tais bens serão executados, até o 
montante necessário para o integral ressarcimento do dano ou dos valores auferidos 
ilicitamente. Caso contrário, será revogada a medida. 
Compete à autoridade administrativa responsável pelo processo administrativo onde 
se apura a responsabilidade do servidor representar ao Ministério Público para fins 
de decretação da indisponibilidade dos bens. 
 
c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público, ainda que por ato culposo, haverá o 
integral ressarcimento o dano (certa). 
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Tanto o ato culposo como o doloso que cause lesão ao erário deve ser integralmente 
indenizado pelo responsável ou mesmo pelos sucessores, neste caso, limitada a 
responsabilidade ao montante da herança. 
 
d) Comprovado o enriquecimento ilícito, o terceiro beneficiário perderá os bens 
acrescidos ao eu patrimônio (certa). 
Também é uma alternativa lógica. Se ficar provado o cometimento de ato de 
improbidade que importe enriquecimento ilícito o terceiro beneficiário responderá 
pelos bens que tenham acrescido ao seu patrimônio. 
 
e) As disposições desta legislação podem se aplicar mesmo às pessoas que não 
sejam agentes públicos (certa). 
Como já demonstrado, as disposições da Lei 8.429/92 alcançam o particular que 
houver induzido ou concorrido com o agente no cometimento de ato de improbidade, 
bem como aquele que de qualquer forma por ele foi beneficiado. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a decretação da indisponibilidade dos bens é medida cautelar passível de 
utilização contra aqueles que tenham enriquecido ilicitamente ou causado prejuízo ao 
erário mediante a prática de ato de improbidade, bem como os terceiros que tenham 
se beneficiado do ato. O objetivo é resguardar a eficácia de uma futura condenação, 
já que com a decretação de indisponibilidade o proprietário dos bens não pode 
transferi-los ou onerá-los enquanto estiver vigorando a medida. É dever da 
autoridade administrativa responsável pelo processo administrativo representar ao 
Ministério Público para fins de efetivação da medida. 
 
 
Questão 03 
(Fiscal de Tributos estaduais – PA/2002) - O ato de “perceber vantagem econômica, 
direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o 
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado” 
importa em pena de: 
a) suspensão dos direitos políticos por até dez anos. 
b) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano. 
c) suspensão da função pública. 
d) proibição de contratar com o Poder Público elo prazo de cinco anos. 
e) perda da nacionalidade brasileira. 
 
Gabarito: A. 
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Comentários: 
 
Rapaz, esta é questão “duas decoreba”. Tinha que lembrar a qual tipo de ato de 
improbidade o enunciado se referia e, a partir daí, ainda lembrar quais as sanções 
para ele previstas na Lei de Improbidade. Vamos falar um pouco destes dois temas: 
espécies de atos de improbidade e sanções previstas na Lei 8.429/92. 
Vou contar um segredo. Há três modalidades de atos de improbidade, com previsão 
nos art. 9,10 e 11 da Lei: 
1º) os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito 
previstos no art. 9º; 
2º) os atos de improbidade administrativa que causam dano ao erário, previstos 
no art. 10; e 
3º) os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da 
Administração Pública, previstos no art. 11. 
A sistemática da lei é a seguinte: os atos mais gravosos são os que importam 
enriquecimento ilícito, o que se conclui pelas penas para eles previstas na Lei, mais 
duras que para os demais tipos de atos de improbidade; no ponto médio temos os 
atos que causam dano ao erário, punidos com menor intensidade que os da primeira 
modalidade; e por fim temos os atos que violam os princípios administrativos, 
punidos com menor rigor que os demais. 
Tais atos estão previstos, como dito acima, nos artigos 9, 10 e 11 da Lei. Todavia, 
estes três artigos elencam apenas um rol não-taxativo das condutas que se 
enquadram em cada modalidade de ato de improbidade. Eles iniciam, em seu caput, 
com um conceito genérico de cada tipo de ato, mas ao final do caput consta a 
expressão e notadamente, o que indica que em cada artigo são listados apenas os 
principais atos que se enquadram naquela modalidade. 
A seguir transcrevemos o caput de cada um destes artigos, para termos uma idéia 
melhor da sistemática da lei: 
“Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento 
ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício 
de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no 
art. 1º desta Lei, e notadamente:” 
“ Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades 
mencionadas no art. 1º desta Lei, e notadamente:” 
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios 
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente:” 
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Deste modo, para se trabalhar a lei, primeiro temos que analisar se a conduta se 
enquadra em alguma hipótese prevista nestes artigos. Frustada esta primeira 
tentativa, teremos que analisar as conseqüências do ato em questão: se por seu 
intermédio o agente obteve ganho ilícito, o enquadramento é na primeira 
modalidade; se o seu resultado foi causar dano ao erário, o enquadramento é na 
segunda; se ainda não possível determinar sua natureza, e o ato viola um princípio 
administrativo, inclui-se na terceira (se ainda aqui não conseguimos classificar o ato, 
sem streis, é porque não é ato de improbidade mesmo). 
Resta-nos, agora, explicitar quais as sanções para cada modalidade de ato de 
improbidade que a Lei estabelece. O elenco consta no art. 12, e é o seguinte: 
- para atos que importem enriquecimento ilícito (art. 9º): perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando 
houver; perda da função pública; suspensão dosdireitos políticos de oito a dez 
anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e 
proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; 
- para atos que causem prejuízo ao erário: ressarcimento integral do dano; perda 
dos valores ou bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta 
circunstância; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de cinco a 
oito anos; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição 
de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 
- para atos que atentam contra os princípios da Administração Pública: 
ressarcimento integral do dano, se houver; perda da função pública; suspensão dos 
direitos políticos de três a cinco anos; pagamento de multa civil de até cem vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder 
Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos. 
Como se percebe, apesar da lei tratar dos atos de improbidade administrativa, as 
penalidades previstas não são exclusivamente de caráter administrativo. Temos 
penas de caráter político (suspensão dos direitos políticos), de caráter civil 
(ressarcimento ao erário, multa civil e perda dos bens acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio) e de caráter administrativo (perda da função pública, proibição de 
contratar com o Poder Público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios por prazo determinado). 
A aplicação de qualquer destas penalidades, segundo o art. 21 da Lei, independe da 
efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público e da aprovação ou rejeição 
das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 
Contas. 
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Quanto à desnecessidade de dano ao patrimônio público, isto se deve ao fato de que 
há três tipos de ato de improbidade. Um deles tem como conteúdo a ocorrência de 
dano ao patrimônio público (os que causam dano ao erário), os demais não. Um ato 
que viola um princípio em regra não causa qualquer dano ao patrimônio público (em 
um sentido econômico), e mesmo o ato que importa enriquecimento ilícito pode não 
ter esta conseqüência (basta pensar em um agente que recebe suborno para cumprir 
regularmente um ato encartado entre suas atribuições, como entregar um mandado 
de citação). 
Quanto à desvinculação da punição da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão 
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas, isto decorre do princípio 
da inafastabilidade da jurisdição. Se uma conta passar incólume pelo crivo dos 
controles interno e externo, nada impede que o Judiciário reconheça nela alguma 
irregularidade. Neste caso, configurado estará o ato de improbidade perpetrado pelo 
agente responsável pelos recursos mal aplicados. 
Por fim, é oportuno ressaltar que os atos de improbidade não têm vinculação com 
o ilícito penal. Um ato pode ser um indiferente penal e caracterizar ato de 
improbidade administrativa. 
O ato descrito no enunciado (“perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para 
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de 
serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado”) é previsto no art. 
9º, inc. III. Trata-se, pois, de um ato de improbidade que importa enriquecimento 
ilícito, o qual, dentre outras penalidades, pode acarretar a suspensão dos direitos 
políticos por até 10 anos. Correta a alternativa a. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a Lei estabelece três tipos de atos de improbidade administrativa: os que 
importam enriquecimento ilícito, os que causam dano ao erário e os que violam os 
princípios da Administração Pública; 
2) tais atos são hierarquizados na Lei segundo a intensidade das penalidades 
previstas. Em primeiro lugar situam-se os que deixam o agente rico, em segundo os 
que deixam o erário pobre, e em terceiro os que não mexem no bolso de ninguém (a 
princípio); 
3) os art. 9, 10 e 11, onde estão previstos estes atos, trazem apenas um conceito de 
cada modalidade e um rol exemplificativo de algumas condutas que se enquadram 
neste conceito. Deste modo, mesmo que uma conduta não seja expressamente 
prevista em algum destes dispositivos, poderá caracterizar ato de improbidade; 
4) as sanções previstas para cada ato são as seguintes: 
- para atos que importem enriquecimento ilícito: perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando 
houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; 
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e 
proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos 
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fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; 
- para atos que causem prejuízo ao erário: ressarcimento integral do dano; perda 
dos valores ou bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta 
circunstância; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de cinco a 
oito anos; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de 
contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da 
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 
- para atos que atentam contra os princípios da Administração Pública: 
ressarcimento integral do dano, se houver; perda da função pública; suspensão dos 
direitos políticos de três a cinco anos; pagamento de multa civil de até cem vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder 
Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos. 
5) como se conclui do elenco, temos sanções de caráter político (suspensão dos 
direitos políticos), civil (ressarcimento ao erário, multa civil e perda dos bens 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio) e administrativo (perda da função pública, 
proibição de contratar com o Poder Público e de receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios por prazo determinado); 
6) a imposição das penalidades previstas na Lei 8.429/92 independe da efetiva 
ocorrência de dano ao patrimônio público e da aprovação ou rejeição das contas pelo 
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas; 
7) por fim, não devemos confundir ato de improbidade com ilícito penal. Um ato 
pode nem passar perto de uma lei penal e ainda assim configurar ato de 
improbidade. 
 
 
Questão 04 
(Procurador de Fortaleza/2002) – Assinale, entre os seguintes atos, aquele que não 
se insere no rol de atos de improbidade administrativa que atentam contra os 
princípios da Administração Pública, nos termos da Lei Federal nº 8.492/92: 
a) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício. 
b) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento. 
c) frustrar a licitude de concurso público. 
d) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo. 
e) negar publicidade a atos oficiais. 
 
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Gabarito: B. 
 
Comentários: 
 
Questão decoreba da ESAF. Vamos transcrever o art. 11 da Lei de Improbidade, 
onde estão previstas, em rol não taxativo, as condutas que caracterizam ato de 
improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública. 
Segue-se o texto legal: 
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios 
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente: 
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele 
previsto na regra de competência; 
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que 
deva permanecer em segredo; 
IV – negar publicidade aos atos oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o 
preço de mercadoria, bem ou serviço.” 
Algumas condutas tratadas como atos de improbidade que causam dano ao erário 
são de certo modo semelhantes às condutas que caracterizam os atos de 
improbidade atentatórios dos princípios administrativos. São elas: 
- ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento: caracteriza ato de improbidade que causa dano ao erário (e 
corresponde à alternativa exigida no enunciado); 
- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para sua aplicação irregular: também configura ato de improbidade 
que causa dano ao erário; 
- deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo: é ato de improbidade 
atentatório aos princípios da Administração Pública; 
- frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente: é ato de 
improbidade que causa dano ao erário; 
- frustrar a licitude de concurso público é ato de improbidade que viola os 
princípios administrativos. 
 
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Síntese do Comentário: 
1) leia o art. 11, acima transcrito, e memoriza as seguintes condutas: 
- ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento: caracteriza ato de improbidade que causa ao erário (e corresponde à 
alternativa exigida no enunciado); 
- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para sua aplicação irregular: também configura ato de improbidade 
que causa dano ao erário; 
- deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo: é ato de improbidade 
atentatório aos princípios da Administração Pública; 
- frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente: é ato de 
improbidade que causa dano ao erário; 
- frustrar a licitude de concurso público: é ato de improbidade que viola os princípios 
administrativos. 
 
 
Questão 05 
(Procurador BACEN/2001) – Assinale o interesse difuso, entre os abaixo listados, que 
não é protegido por meio de ação popular. 
a) meio ambiente 
b) direito do consumidor 
c) patrimônio público 
d) moralidade administrativa 
e) patrimônio histórico e cultural 
 
Gabarito: B 
 
Comentários: 
 
A ação popular é instrumento com previsão constitucional, a saber, o art. 5º, LXXIII, 
da CF, o qual estabelece a legitimidade ativa para a ação e suas hipóteses de 
cabimento. 
Reza a norma: 
 “LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência;” 
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Do texto constitucional já resulta a conclusão de que a ação popular não é cabível 
em matéria de direito do consumidor. Neste caso, o instrumento mais adequado é a 
ação civil pública. 
A legitimidade ativa para a propositura da ação popular merece um comentário à 
parte, visto que este instrumento é reservado ao cidadão, como bem expressa a 
Constituição. 
Por cidadão devemos entender o brasileiro, seja nato ou naturalizado, que esteja no 
gozo de seus direitos políticos, e ainda os portugueses equiparados aos brasileiros 
naturalizados, na forma do art. 12, § 1°, da Constituição. Não possuem legitimidade 
para a propositura da ação os estrangeiros, os brasileiros que não estejam no gozo 
de seus direitos políticos, os partidos políticos, as entidades sindicais, os órgãos de 
classe ou qualquer outra pessoa jurídica. 
Devemos notar que o Ministério Público também não tem legitimidade para tanto. 
Isto Não significa, contudo, que ele não tem qualquer participação, pois, segundo a 
Lei 4.717/65, o MP deve obrigatoriamente intervir na ação popular, a fim de 
assegurar a regularidade de sua tramitação e o respeito ao ordenamento jurídico. 
Ademais, podemos dizer que o MP tem legitimidade ativa decorrente, pois, em caso 
de abandono da ação pelo seu autor, pode nela prosseguir. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a ação popular pode ser interposta com a finalidade de anular ato (1) lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, (2) à moralidade 
administrativa, (3) ao meio ambiente e (4) ao patrimônio histórico e cultural; 
2) a legitimidade para a propositura da ação é conferida com exclusividade ao 
cidadão, assim considerado o brasileiro nato ou naturalizado no gozo de seus direitos 
políticos e o português equiparado; 
3) o MP não tem legitimidade para propor a ação, mas tem para nela prosseguir, 
quando abandonada pelo seu autor. Ademais, deve obrigatoriamente intervir no 
processo, sob pena de nulidade. 
 
 
Questão 06 
(Auditor do Tesouro Municipal – Natal) - São pressupostos do mandado de 
segurança, exceto: 
a) lesão ou ameaça de lesão 
b) dano ao patrimônio público 
c) ilegalidade ou abuso de poder 
d) ato de autoridade 
e) direito líquido e certo não amparado por habeas-corpus ou habeas-data 
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Gabarito: B. 
 
Comentários: 
 
a) lesão ou ameaça de lesão 
O mandado de segurança (individual) é previsto na CF, art. 5º, LXIX, nos seguintes 
termos: 
“LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público;” 
O mandado de segurança pode ser utilizado de forma preventiva ou repressiva. 
Na preventiva ele é interposto em situação de ameaça a direito líquido e certo de 
seu autor; na repressiva ele é impetrado após a efetivação da lesão. 
Correta, então, a primeira alternativa. 
 
b) dano ao patrimônio público 
Esta é a alternativa incorreta. Embora o mandado de segurança possa ser utilizado 
por órgãos e entidades públicas, em certas hipóteses, nas quais pode haver dano ou 
ameaça de dano ao patrimônio público, este não é um pressuposto da ação. 
 
c) ilegalidade ou abuso de poder 
Outro pressuposto de impetração do writ é o ato praticado com ilegalidade ou 
abuso de poder (excesso de poder ou desvio de poder). Embora autores entendam 
que na verdade o abuso de poder é simplesmente espécie do gênero ilegalidade, 
mas para concursos devemos tratar os dois vícios como distintos. 
 
d) ato de autoridade 
o mandado de segurança é cabível contra atos deautoridade, assim considerados 
os atos comissivos ou omissivos praticados por autoridades públicas ou por agentes 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições típicas do Poder Público (como os 
agentes dos concessionários e permissionários de serviços públicos, por exemplo), 
no que disser respeito a tais atribuições. 
 
e) direito líquido e certo não amparado por habeas-corpus ou habeas-data 
Primeiramente, o mandado de segurança só é cabível para a defesa de direito 
líquido e certo do impetrante. Entende-se por direito líquido e certo aquele de cuja 
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existência não se tem dúvida e que está perfeitamente delimitado na sua extensão, 
podendo ser exercitado no momento da propositura da ação. Na verdade, apesar 
desta expressão (direito) o STF já pacificou o entendimento de que a liquidez e 
certeza são atributos que dizem respeito aos fatos alegados pelo impetrante do writ, 
os quais precisam ser por ele comprovados de plano. O direito, este pode ser objeto 
de controvérsia, sem qualquer prejuízo para a utilização do mandado de segurança. 
Nem todos os direitos podem ser defendidos por este instrumento. Como o próprio 
texto constitucional afirma, o mandado de segurança possui caráter residual, só 
sendo cabível quando não se tratar de direito líquido e certo protegido por habeas 
corpus (direito de locomoção) ou habeas data (direito de conhecimento, explicação e 
retificação de informações pessoais constantes de registros ou banco de dados de 
caráter público). 
 
Síntese do Comentário: 
1) são requisitos para a utilização do mandado de segurança: 
- direito líquido e certo (na verdade, os fatos devem ser líquidos e certos, 
comprováveis de plano, quando do ingresso da ação. O direito pode ser 
controvertido); 
- direito não protegido por habeas corpus ou habeas data: o mandado de segurança 
tem caráter residual, só podendo ser utilizado para assegurar direitos líquidos e 
certos não protegidos por estas duas ações; 
- ato praticado de forma ilegal ou com abuso de poder por autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica que esteja desempenhando funções típicas do Poder 
Público (apenas no que disser respeito a tais funções); 
 
 
Questão 07 
(Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná/2002) - Não se insere na 
finalidade do sistema de controle interno federal, constitucionalmente previsto, a 
atividade de: 
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual. 
b) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da Administração. 
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da União. 
d) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito 
privado. 
e) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
 
Gabarito: B. 
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Comentários: 
 
Controle interno é o controle administrativo exercido por um órgão sobre os 
demais órgãos e entidades do mesmo Poder. Deste modo, sempre que um órgão 
ou entidade de determinado Poder for controlado por um órgão pertencente ao 
mesmo Poder, estaremos perante uma hipótese de controle interno. 
Deste modo, são exemplos de controle interno: o controle efetuado pelos órgãos 
superiores sobre os órgãos hierarquicamente subordinados de uma mesma pessoa 
jurídica (seja política ou administrativa), o controle exercido pelos órgãos 
especializados em julgamento de recursos administrativos sobre os atos praticados 
por outros órgãos que não lhes sejam hierarquicamente subordinados, como o 
controle feito pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento sobre os atos 
praticados pelas Delegacias da Receita Federal, e o controle finalístico que os órgãos 
centrais da Administração Direta exercem sobre as entidades da Administração 
Indireta que lhes sejam vinculadas, como o controle efetuado pelo Ministério da 
Previdência e Assistência Social sobre os atos do Instituto Nacional do Seguro Social. 
Como regra geral, no âmbito de controle interno é apreciada não somente a 
legalidade do ato, mas também aspectos relacionados ao seu mérito. 
O art. 74 da Constituição Federal dispõe acerca do controle interno de caráter 
financeiro-orçamentário, que deve ser obrigatoriamente realizado por cada um 
dos Três Poderes. 
Reza o artigo em questão: 
 “Art. 74 – Os Poderes legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos 
programas de governo e dos orçamentos da União; 
II – comprovar a legalidade e avaliara os resultados, quanto à eficácia e eficiência, 
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da 
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de 
direito privado; 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos 
direitos e haveres da União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão constitucional. 
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob 
pena de responsabilidade solidária. 
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima 
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de 
Contas da União.” 
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Pelos termos do dispositivo, é fácil nos assegurarmos que o controle interno envolve 
tanto a análise da legalidade como do mérito administrativo. Basta repararmos no 
inc. II do art. 74, que afirma competir ao sistema de controle interno comprovar a 
legalidade e avaliar os resultados da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal. 
O art. 74 fala especificamente no controle na esfera federal. Nas demais esferas de 
Governo, todavia, deverá ser estabelecido um sistema de controle interno seguindo 
os mesmos moldes e com as mesmas finalidades estabelecidas no dispositivo em 
apreço. 
Isto posto, vamos analisar as alternativas: 
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual: é a previsão do 
art. 74, I; 
b) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da Administração: 
podemos entender que a ESAF considerou esta alternativa errada por mencionar 
genericamente Administração, ao passo que o art. 74, II menciona a Administração 
Federal (o que não temos por correto, visto que as demais esferas de Governo 
deverão adotar um sistema de controle interno nos termos definidos no art. 74); ou 
por trazer o termo efetividade, não citado na Constituição. É este, a nosso ver, o 
motivo pelo qual a ESAF considerou errada a alternativa. Entendo que a instituição 
foi exageradamente preciosista: efetividade nada mais é do que eficácia social, e, 
portanto, também está dentro dos aspectos do ato sujeitos ao controle interno; 
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da União: é o 
controle previsto no inc. III do art. 74; 
d) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito 
privado: previsão do inc. II do art. 74 
e) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional: é o que estatui 
o inc. IV do art. 74. 
 
Síntese do comentário: 
1) o controle interno é o controle exercido no âmbito do mesmo Poder. Envolve, em 
regra, tanto aspectos de legalidade como de mérito do ato; 
2) o controle interno de caráter orçamentário-financeiro está previstono art. 74 da 
CF, sendo de adoção obrigatória em todos os níveis de Governo. Tal controle, que 
será exercido de forma integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, 
têm como objetivos: 
– avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos 
programas de governo e dos orçamentos da União; 
– comprovar a legalidade e avaliara os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da 
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da 
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administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de 
direito privado; 
– exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos 
direitos e haveres da União; 
– apoiar o controle externo no exercício de sua missão constitucional. 
 
 
Questão 08 
(TRF/2002) – A fiscalização dos órgãos da Administração Pública Federal, quanto aos 
aspectos da legalidade, legitimidade e economicidade, será exercida pelo Congresso 
Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU, e pelo sistema de 
controle interno de cada Poder, sendo que ao TCU compete apreciar as contas anuais 
do Presidente da República e das suas decisões, em geral, cabe recurso para o 
Congresso, salvo as de que resulte imputação de débito, porque terão eficácia de 
título executivo. 
a) Correta a assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque a apreciação das contas presidenciais é competência 
exclusiva do Congresso Nacional. 
c) Incorreta a assertiva, porque das decisões do TCU não cabe recurso para o 
Congresso Nacional. 
d) Incorreta a assertiva, porque as decisões do TCU imputando débito não têm 
eficácia de título executivo. 
e) Incorreta a assertiva, porque o controle interno se restringe a verificar a 
regularidade contábil de contas. 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
O TCU é composto por nove membros, chamados Ministros. Um terço é escolhido 
pelo Presidente da República, após a aprovação do nome pelo Senado Federal, sendo 
dois alternadamente entre auditores e membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal, segundo os 
critérios de antiguidade e merecimento, e um de livre escolha pelo Presidente. Os 
dois terços restantes são indicados pelo Congresso nacional. 
São requisitos para a investidura no cargo: 
1) condição de brasileiro, nato ou naturalizado; 
2) mais de 35 e menos de 65 anos; 
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3) idoneidade moral e reputação ilibada; 
4) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de 
administração pública; 
5) mais de 10 anos de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos 
mencionados no inciso anterior. 
Os Ministros do TCU gozam das mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos, 
vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ. O auditor, quando em substituição a 
Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício 
das demais funções da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. Todas 
estas regras constam do art. 73 da CF. 
De acordo com o art. 75 da CF, aplicar-se-ão as normas estabelecidas nos art. 70 a 
74, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas 
dos Estados, do DF e dos Municípios, os quais serão integrados por 07 conselheiros. 
As Constituições Estaduais disciplinarão os respectivos Tribunais de Contas. 
É importante ressaltar que os poderes atribuídos pela CF ao TCU limitam o âmbito 
dos poderes dos demais Tribunais de Contas. Pelo princípio da simetria, tais órgãos 
não poderão exercer funções não previstas na CF como de competência do TCU. Em 
importante julgamento (ADIN nº 461-BA, rel. Min. Carlos Velloso, julg. em 
8/8/2001), O STF declarou inconstitucionais dois poderes outorgados pela 
Constituição da Bahia ao seu Tribunal de Contas: (a) apreciação sobre isenções 
fiscais, atribuição não prevista no art. 71 da CF para o TCU; (b) julgamento de 
recurso contra decisão denegatória de pensão proferida pelo órgão previdenciário 
estadual, pois o art. 71, III, da CF, só confere ao TCU poder para apreciar a 
legalidade, para fins de registro, das pensões concedidas. 
Como visto, é no art. 71 da Constituição que estão discriminadas as competências do 
Tribunal de Contas da União. Vamos analisar as afirmações da questão sobre o 
Tribunal à luz deste dispositivo: 
- apreciação das Contas do Presidente da República: nos termos do art. 71, I, ao 
TCU compete apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da 
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a 
contar de seu recebimento. A competência do TCU nesta matéria é meramente 
opinativa. O Tribunal se limita a elaborar um parecer sobre as contas do Presidente 
da República, no prazo referido na Constituição, e enviá-lo ao Congresso Nacional, a 
quem compete, efetivamente, julgar as contas da autoridade (CF, art. 49, IX); 
- recurso das decisões do TCU para o Congresso Nacional: A CF não prevê este 
recurso, pois o TCU atua com independência função em relação a qualquer dos 
Poderes da República, inclusive e principalmente do Poder Legislativo (sempre 
ressalvada a possibilidade de discussão judicial de suas decisões). Para termos uma 
melhor idéia da autonomia do órgão basta a leitura do art. 71, IV, segundo o qual se 
insere dentre as competências do TCU “realizar, por iniciativa própria, da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções 
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e 
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Judiciário, e demais entidades referidas no inc. II”. A norma não deixa margem para 
dúvidas, ao estabelecer que o TCU atua por iniciativa própria, podendo realizar 
inspeções e auditorias até mesmo nos órgãos do Poder Legislativo; 
- eficácia executiva das decisões do TCU: o § 3º do art. 71 assevera que as decisões 
do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título 
executivo. Isso significa que, uma vez proferida a decisão, passa-se diretamente à 
ação de execução, a fim de ser cobrado o débito, não se fazendo necessária a 
interposição de ação de conhecimento, para se discutir a própria existência da dívida 
e do seu valor. A competência do TCU cessa com a decisão, uma vez que a execução 
não é promovida por órgão do próprio Tribunal, mas pela Advocacia-Geral da União; 
Pelo exposto, está realmente correta a alternativa c: das decisões do TCU não cabe 
recurso para o Congresso Nacional. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a composição do TCU é a seguinte: são nove membros, dois terços de seus deles 
indicados pelo Congresso Nacional, e o terço restante pelo Presidente da República, 
sendo um nome de sua livre escolha e dois alternadamente entre auditores e 
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice elaborada 
pelo próprio Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; 
2) são requisitos para a investidura no cargo: (a) condição de brasileiro, nato ou 
naturalizado;(b) mais de 35 e menos de 65 anos; (c) idoneidade moral e reputação 
ilibada; (d) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou 
de administração pública; (e) mais de 10 anos de efetiva atividade profissional que 
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior; 
3) os Ministros do TCU gozam das mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos, 
vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ. O auditor, quando em substituição a 
Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício 
das demais funçõesda judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal; 
4) A Constituição, ao estabelecer a competência do TCU, limita também a 
competência dos demais Tribunais de Contas, os quais não poderão exercer 
atribuições não conferidas pela CF ao TCU; 
5) ao TCU cabe emitir parecer prévio sobre as contas anuais do Presidente da 
República, no prazo de 60 dias a contar de seu recebimento. O julgamento das 
contas, por sua vez, é competência exclusiva do Congresso Nacional; 
6) as decisões do TCU são definitivas na esfera administrativa, não sendo cabível 
contra elas recurso para o Congresso Nacional; 
7) as decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa têm eficácia 
de título executivo, sendo lastro suficiente para a ação de execução, a qual, 
entretanto, não é promovida pelo próprio Tribunal, mas pela Advocacia-Geral da 
União. 
 
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Questão 09 
(Técnico da Receita Federal/2003) - Em tema de controle externo, no âmbito da 
Administração Pública Federal, a competência constitucional para julgar as contas 
dos administradores e demais responsáveis por bens, dinheiros ou valores públicos, 
é 
a) do Tribunal de Contas local, recorrível ao Tribunal de Contas da União. 
b) do Tribunal de Contas da União, recorrível ao Supremo Tribunal Federal. 
c) do Tribunal de Contas da União, recorrível ao Congresso Nacional. 
d) própria e privativa do Tribunal de Contas da União. 
e) própria e privativa do Congresso Nacional. 
 
Gabarito: D. 
 
Comentários: 
 
Segundo o art. 71, inc. II, da Constituição Federal, compete ao TCU: 
“II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e 
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles 
que derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao 
erário público;” 
A competência do TCU nesta hipótese é distinta daquela conferida ao órgão com 
relação às contas anuais do Presidente da República. Enquanto que, com relação a 
estas contas, o TCU tem sua competência limitada à elaboração de um parecer 
prévio, competindo o julgamento ao Congresso, nas hipóteses do inc. II o TCU 
efetivamente vai julgar as contas, ou seja, emitir um pronunciamento de caráter 
decisório acerca de sua regularidade ou irregularidade. 
Devemos neste ponto fazer menção a uma importantíssima decisão do STF, proferida 
em 2004, na qual o Pretório Excelso entendeu que não cabe ao Tribunal julgar as 
contas dos dirigentes de sociedades de economia mista. Valendo-se de uma 
interpretação literal da Constituição, que fala em bens públicos, o STF considerou 
que os bens das sociedades de economia mista, por se tratarem de bens privados, 
não têm sua gestão sujeita ao crivo do TCU. 
 
Síntese do Comentário: 
1) nos termos do art. 71, II, da CF, compete ao TCU “julgar as contas dos 
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e 
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mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa à perda, 
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público”; 
2) em recente pronunciamento, o STF decidiu que os dirigentes de sociedades de 
economia, em face do regime privado dos bens destas entidades, não estão sujeitos 
ao julgamento de suas contas pelo TCU. 
 
 
Questão 10 
(Oficial de Chancelaria – MRE/2002) – A fiscalização da administração financeira, 
contábil, orçamentária e patrimonial da Administração Pública atribuída ao Tribunal 
de Contas da União compreende a sua competência específica para 
a) julgar as contas anuais do Presidente da República. 
b) julgar as contas anuais dos responsáveis por bens e dinheiros públicos da União e 
suas autarquias. 
c) julgar a legalidade das licitações, como condição prévia para serem firmados os 
contratos delas decorrentes. 
d) julgar a legalidade dos contratos administrativos, como condição prévia da sua 
execução. 
e) julgar as contas anuais dos Governadores e Prefeitos Municipais. 
 
Gabarito: B. 
 
Comentários: 
Dentre as competências elencadas na questão, apenas a constante na alternativa b 
se insere dentre as previstas na Constituição Federal para o Tribunal de Contas da 
União, segundo o art. 71, II, apresentado na questão anterior. 
O TCU, e por via de conseqüência os demais Tribunais de Contas, não tem 
competência para apreciar a legalidade das licitações como condição prévia para a 
celebração dos contratos dela decorrentes, e nem a legalidade dos contratos como 
condição prévia para sua execução. 
Note-se bem: o erro está em colocar a atuação do TCU como requisito prévio, 
respectivamente, para a celebração e execução de contratos pela Administração, 
pois o TCU possui competência para apreciar a regularidade dos atos e contratos da 
Administração. 
Tratando-se de atos, conforme o art. 71, X, da CF, o TCU deve, em verificando 
irregularidade, conferir prazo ao órgão ou entidade para sua correção. Transcorrido 
este prazo sem a adoção das providências cabíveis, o TCU tem competência para, 
diretamente, sustar o ato (suspender sua execução), comunicando da sua decisão 
a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Note-se que o TCU não tem 
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competência para anular o ato, prerrogativa da Administração que o praticou e do 
Poder Judiciário. 
O STF recentemente de certo modo ampliou esta competência no que tange a 
licitações, ao reconhecer que, se o TCU verificar irregularidade durante um 
procedimento licitatório, poderá suspendê-lo cautelarmente, até sua regularização, 
sem necessidade de antes conferir prazo para a correção do vício. 
No caso de contrato, consoante o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 71, a atuação do 
Tribunal segue regras diversas. Neste caso, se o Tribunal verificar irregularidade, 
deverá também conferir prazo ao órgão ou entidade para sua correção. A diferença é 
que, não sanado o vício no prazo estabelecido, o Tribunal não pode sustar o 
contrato, limitando-se a comunicar o fato ao Congresso Nacional, a quem 
incumbe sua sustação, após o que deverá solicitar ao Poder Executivo as medidas 
cabíveis. Somente se o Congresso ou o Executivo, no prazo de 90 dias, não tiverem 
efetivado as providências que o caso exigir é que o Tribunal competência para decidir 
sobre a questão. 
Por fim, julgar as contas anuais dos Prefeitos e Governadores é atribuição dos 
respectivos Poderes Legislativos, após a emissão de parecer prévio pelos Tribunais 
de Contas do DF e dos Estados. 
 
Síntese do Comentário: 
1) se o TCU verificar ilegalidade em ato da Administração deve conferir prazo para 
correção ao órgão ou entidade responsável. Não sanado o vício neste prazo, o TCU 
pode sustar (não anular) diretamente o ato impugnado. O STF reconheceu 
competência ao TCU para suspender cautelarmente procedimentos licitatórios nos 
quais for verificada ilegalidade, sem necessidade de antes conferir prazo para a 
correção do vício; 
2) em se tratando de contratos, se o TCU verificar ilegalidade deve, do mesmo 
modo, conferir prazo para correção. Ocorre que, aqui, se não adotadas as 
providências necessárias para tanto, o Tribunal não pode sustar o contrato, mas 
apenas comunicar o fato ao Congresso Nacional, a quem compete sua sustação, 
após o que deverá solicitar ao Poder Executivo a adoção das providências 
necessárias. Apenas se o Congresso ou o Executivo se mantiverem inertes por 90 
dias é que passa o Tribunal a ter competência para decidir sobre a questão. 
 
 
Questão 11 
(AFC/2002) – No contexto do controle externo daAdministração Pública Federal, 
quanto ao que concerne ao Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar ser correto 
que 
a) das suas decisões cabe recurso para o Congresso Nacional. 
b) as suas decisões são insusceptíveis de revisão judicial. 
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c) escapam de sua jurisdição os órgãos do Poder Legislativo. 
d) lhe compete sustar a execução do contrato por ele impugnado por vício de 
ilegalidade não sanada. 
e) lhe compete aplicar multa aos responsáveis por despesa ilegal, cuja decisão tem 
eficácia de título executivo. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
a) das suas decisões cabe recurso para o Congresso Nacional (errado). 
O TCU atua com independência funcional no desempenho de suas atribuições, sendo 
suas decisões insuscetíveis de recurso para o Congresso Nacional. 
 
b) as suas decisões são insusceptíveis de revisão judicial (errado). 
O princípio da inafastabilidade da jurisdição incide em termos absolutos sobre as 
decisões do TCU, sempre ressalvada a impossibilidade de o Judiciário julgar o mérito 
administrativo. Quanto a aspectos de legalidade não há qualquer limitação. 
 
c) escapam de sua jurisdição os órgãos do Poder Legislativo (errado). 
Segundo o art. 71, IV o TCU, por iniciativa própria, pode realizar inspeções e 
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
nos órgãos do Poder Legislativo. 
Ademais, os dirigentes do Poder Legislativo Federal também têm suas contas 
julgadas pelo TCU. 
 
d) lhe compete sustar a execução do contrato por ele impugnado por vício de 
ilegalidade não sanada (errado). 
Não concordamos com a ESAF nesta questão. Se o Congresso Nacional ou o Poder 
Executivo, em 90 dias, não tomarem as providências necessárias com relação a 
contratos que tenham apresentado ilegalidades, segundo pronunciamento do TCU, 
esta adquire competência para decidir a respeito. Logo, poderá determinar a 
sustação do contrato. 
 
e) lhe compete aplicar multa aos responsáveis por despesa ilegal, cuja decisão tem 
eficácia de título executivo (certo). 
Em caso de ilegalidade de despesa é atribuição do TCU aplicar multa aos 
responsáveis, a qual possui eficácia de título executivo. 
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É a alternativa correta da questão, com a ressalva do comentário anterior. 
 
Síntese do Comentário (apenas pontos não abordados): 
1) o TCU tem competência para julgar as contas dos dirigentes do Poder Legislativo 
Federal; 
2) a ESAF entendeu que falece ao TCU competência para determinar a sustação de 
contratos administrativos. Em nosso entender o Tribunal tem esta atribuição, se o 
Congresso Nacional ou o Poder Executivo se mantiverem inertes por período superior 
a 90 dias. 
 
 
Questão 12 
(AFPS – Administração Tributária e Previdenciária/2002) - Entre as finalidades 
institucionais dos sistemas de controle externo dos Poderes da União, previstas 
expressamente na Constituição, não se inclui a de 
a) exercer o controle das operações de crédito. 
b) exercer o controle dos haveres da União. 
c) apoiar o controle externo. 
d) avaliar os resultados da aplicação de recursos públicos, por entidades de direito 
privado. 
e) examinar os planos e programas nacionais e regionais previstos na Constituição. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
A competência para examinar os planos e programas nacionais e regionais previstos 
na Constituição e sobre eles emitir parecer foi atribuída às Comissões Parlamentares 
do Congresso Nacional ou de uma de suas Casas Legislativas, a teor do art. 58, VI, 
da CF. 
As demais competências listadas são efetivamente previstas na CF para o TCU. 
 
Síntese do Comentário: 
1) compete às Comissões Parlamentares do Congresso, da Câmara ou do Senado 
examinar os planos e programas nacionais e regionais previstos na Constituição, não 
ao TCU. 
 
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Até.

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