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Damásio- Aula Constitucional 04

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MPMagEst 
Direito Constitucional 
Pedro Lenza 
Data: 26/02/2014 
Aula 04 
 
MPMagEst 
Anotador(a): Michele Saito 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
1. PODER CONSTITUINTE 
1.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
1.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
1.3 PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
1.4. PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
2. RECEPÇÃO, REPRISTINAÇÃO, DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO, RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
 
1.PODER CONSTITUINTE 
 
1.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
É também denominado poder de primeiro grau; genuíno; inaugural. 
Vai instalar um novo ordenamento jurídico. 
 
Características do poder constituinte originário: 
 
I- Inicial – vai instalar o novo ordenamento jurídico. 
Ruptura com o ordenamento anterior. 
 
II- Autônomo – não há limitação à manifestação do poder constituinte originário. 
 
Para alguns autores, há vetores a balizar a atuação do constituinte. São os princípios do bem comum, do 
direito natural, da moral e da razão. 
Esses grandes princípios colocariam algum parâmetro de atuação para o constituinte originário. 
A frase afirmando que o poder constituinte originário é totalmente ilimitado é tida como errada nas provas. 
Há vedação ao retrocesso. 
Exemplo: não retornar a escravidão, ampliação das hipóteses de pena de morte. 
Onipotência do poder constituinte originário – frase que tem sido repensada. 
 
III- Ilimitado juridicamente 
 
IV- Incondicionado e soberano na tomada de suas decisões- não é possível alegar direito adquirido em 
face do poder constituinte originário. 
Exemplo: direito já consolidado em razão de aposentadoria. O poder constituinte originário pode rever essa 
situação já consolidada. 
Art.17, caput, do ADCT. 
 
V- Poder de fato (poder político)- não é um poder de natureza jurídica. 
É caracterizado como uma força ou energia social. 
Tem natureza pré-jurídica. 
 
 
2 de 6 
VI- Permanente – Após a elaboração da constituição, o poder constituinte originário não irá se desfazer. 
 
Distinção entre poder constituinte originário formal e poder constituinte originário material: 
 
Poder constituinte originário formal – preocupação com a formalidade. 
Poder constituinte originário material – preocupação com a matéria. 
Exemplo: tratado de direitos humanos no Brasil – podem ter força de Emenda Constitucional. 
 
Formas de expressão do poder constituinte originário: 
 
- Outorga; 
- Assembleia Nacional Constituinte – convenção 
 
- Outorga- A outorga se verifica diante de uma imposição – constituição outorgada. 
Foram as de 1824, 1937, 1967, EC n°01/69. 
- Assembleia Nacional Constituinte (Convenção)- elaboração em nome do povo, pelo povo e para o povo. 
São elas: 1891, 1934, 1946, 1981. 
 
1.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
É também chamado de poder: constituído, instituído, secundário, de segundo grau, remanescente. 
 
Pode ser: reformador, revisor, decorrente. 
É um poder limitado juridicamente. 
Tudo o que for produto do derivado e violar os limites estabelecidos pela Constituição poderão ser objeto de 
controle. 
 
Poder constituinte derivado reformador: 
Tem por objetivo a atualização da Constituição. 
Ele se implementa por meio das emendas à constituição (espécie normativa). 
Atualmente existem 77 emendas, fruto desse poder constituinte derivado reformador. 
O procedimento de reforma da CF está previsto no art. 60 (parâmetros de reforma). 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades 
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos 
membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
 
3 de 6 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou 
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
 
Exemplo: limites de forma – quem pode encaminhar a PEC – art.60, I,II, III, CF. 
Há as cláusulas pétreas – art. 60, parágrafo 4º, CF. 
A Emenda Constitucional pode sofrer controle de constitucionalidade. 
É possível declarar inconstitucionalidade de uma lei que violar artigo de emenda constitucional. 
 
Poder constituinte derivado revisor: 
Art. 3º, do ADCT. 
 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, 
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão 
unicameral. 
 
Revisão – realizada após 5 anos, contados da promulgação da Constituição pelo voto da maioria absoluta dos 
membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
Há limite temporal (5 anos). 
Porque esse prazo? 
Influência do prazo quinquenal de Portugal. 
Há 6 emendas revisionais. 
A norma do ADCT (art. 3º) tem eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. 
Não mais é possível a sua manifestação. Ele se manifestou e não se manifesta mais. 
 
Art. 2º, ADCT – prevê plebiscito – monarquia ou presidencialismo. 
O povo votou – manter o presidencialismo e a república. 
 
Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, 
através de plebiscito, a forma (república ou monarquia 
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou 
presidencialismo) que devem vigorar no País. (Vide emenda 
Constitucional nº 2, de 1992) 
§ 1º - Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas 
formas e sistemas, através dos meios de comunicação de massa 
cessionários de serviço público. 
§ 2º - O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, 
expedirá as normas regulamentadoras deste artigo. 
 
Plebiscito - Forma de exercício direto do poder pelo próprio povo. 
O Poder Constituinte Derivado revisor não estava ligado ao plebiscito do art. 2º, ADCT. Manifestou-se 
independentemente do resultado do plebiscito. 
Limites de matéria: cláusulas pétreas balizariam o poder de revisão (art.60, parágrafo 4º, CF). 
 
A República é cláusula pétrea? 
Não. 
 
4 de 6 
Era clausula pétrea na CF anterior. 
República é um dos princípios sensíveis da CF, previsto no art.34, VII, “a”. 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
 
Em tese, é possível introduzir a monarquia no Brasil por emenda constitucional. 
Se eventualmente uma EC introduzir monarquia, parlamentarismo no Brasil – em tese é possível. 
Na prática não é possível introduzir porque essa emenda violaria não cláusula pétrea, mas a soberania popular 
(o povo decidiu que não quer o parlamentarismo nem a monarquia). 
Precedente: julgamento da ADI 981- medida cautelar, julgada em 17/03/1993. 
Observação: Tanto o resultado do reformador como o resultado do revisor tem força de constituição. 
Não há prevalência do poder revisor sobre o reformador e vice-versa. 
As limitações do poder reformador encontram-se no art.60, da CF (limites de forma, de matéria, de 
circunstância). 
São limites que balizam a atuação do Poder Constituinte Derivado reformador. 
 
Poder constituinte derivado decorrente:Poder que os Estados-membros têm de elaborar as suas constituições. 
Esse poder decorre de uma capacidade de auto-organização, autogoverno e autolegislação. 
É uma exigência do poder constituinte originário. 
Todo Estado-membro é obrigado a ter constituição estadual. 
Art. 11, do ADCT – Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes elaborará sua constituição, no 
prazo de um ano, devendo obedecer aos princípios da CF. 
 
Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, 
elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado 
da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios 
desta. 
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à 
Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica 
respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o 
disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. 
 
Art.25, “caput”, CF. 
 Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e 
leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
 
As constituições estaduais não podem ser ilimitadas juridicamente; devem obedecer aos princípios e preceitos 
estabelecidos pela CF. 
 
Expressões da Prof. Anna Cândida da Cunha Ferraz ligadas ao poder constituinte: 
1- poder constituinte decorrente inicial (“instituidor” ou “institucionalizador”) – é o responsável pela 
elaboração da Constituição Estadual. 
 
 
5 de 6 
2-poder constituinte decorrente de revisão estadual – poder decorrente de 2º grau- finalidade de modificar o 
texto da Constituição Estadual. 
2.a) Poder de revisão estadual normal; 
2.b) Poder de revisão estadual extraordinário ou anômalo. 
 
2.a) Poder de revisão estadual normal – nos termos da Constituição Estadual e de acordo com a liberdade 
política da Assembleia Legislativa. 
 
2.b) Poder de revisão estadual extraordinário ou anômalo – a reforma estadual é impulsionada por uma 
reforma da Constituição Federal. 
 
O Poder Constituinte Derivado decorrente deve observar os limites estabelecidos pelo Poder Constituinte 
Originário. 
 
Esse poder constituinte derivado se manifesta também no âmbito do DF e dos Municípios? 
O DF também se auto-organiza, por meio de uma lei orgânica (art. 32, da CF). 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, 
reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício 
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara 
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências 
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. 
§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas 
as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a 
dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual 
duração. 
§ 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o 
disposto no art. 27. 
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do 
Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros 
militar. 
 
A lei orgânica é produto, resultado de um Poder Constituinte Derivado decorrente. 
Essa lei orgânica do DF está no mesmo nível, do ponto de vista da hierarquia das constituições estaduais. 
Ela busca a sua validade na CF. 
O DF, no seu art. 32, parágrafo 3º, da CF manda observar as regras do Estado. Além disso, o art.32, parágrafo 
1º, da CF diz que o DF vai exercer as suas atribuições dentro de competências legislativas reservadas ao Estado 
e ao Município. 
 
A validade da sua lei orgânica é diretamente na CF. 
Isso não se verifica nos Municípios. 
Eles se regulam por lei orgânica. A lei orgânica de Município está abaixo da Constituição Estadual. Deve 
observar a Constituição Estadual e a Constituição Federal – dupla vinculação. 
Como a Lei Orgânica de Município tem duas vinculações, seria um poder de 3º grau. Não é considerado poder 
constituinte derivado decorrente. 
O Poder Constituinte Derivado decorrente se manifesta para os Estados, para o DF, mas não para os 
Municípios. 
Municípios – têm competência de auto-organização. 
 
6 de 6 
Uma lei municipal que viola lei orgânica de município – não há que se falar em controle de 
constitucionalidade. 
O Poder Constituinte não se manifesta em relação a território. Território não é ente federativo, mas mera 
autarquia. 
É como se o território fosse uma extensão da União. 
 
1.3. PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
É um poder que se manifesta não por um processo formal, mas por um processo informal. 
O processo formal é por emenda. 
Ele se manifesta por meio das denominadas mutações constitucionais. 
É uma mudança no sentido interpretativo da norma (disposição escrita). 
O texto é o mesmo; o que muda é o seu sentido de interpretação (mantém-se o texto, mas altera-se a norma). 
Exemplo: não se pode diferenciar da união estável entre pessoas de sexos diferentes da união estável entre 
pessoas do mesmo sexo. 
 
1.4. PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
 
Que exista uma constituição que esteja acima dos Estados. 
Fontes de validade: cidadania universal, pluralismo de ordenamentos jurídicos, vontade de integração, 
conceito remodelado de soberania. 
 
Transconstitucionalismo – Prof. Marcelo Neves – O Transconstitucionalismo. 
 
2. RECEPÇÃO, REPRISTINAÇÃO, DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO E RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
 
Recepção 
A lei no tempo diante de uma revolução. 
Só se fala em recepção de normas editadas antes de 1988. Este é o marco temporal. 
 
Antes da CF Depois da CF 
 
Recepção controle 
ADPF – permite a análise 
Em abstrato da recepção ADI

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