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Relação entre "A literatura e a formação do homem”, de Antônio Cândido e "Arte Poética", de Aristóteles

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE ESTUDOS DO XINGU CURSO DE LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA DISCIPLINA: TEORIA LITERÁRIA I DOCENTE: CARLOS AUGUSTO COSTA ALUNOS (AS): 
ANA CARLA RODRIGUES FEITOSA LÍLIA VIDAL VASCONCELOS
ATIVIDADE AVALIATIVA
*Esta atividade pode ser feita em dupla.
DATA DE ENTREGA: 17/04/2015.
Leia o texto “A literatura e a formação do homem”, de Antônio Cândido, e estabeleça relações com alguma questão tratada por Aristóteles nos capítulos estudados de sua Arte poética.
Após a leitura do texto “A literatura e a formação do homem”, de Antônio Cândido, e os capítulos estudados da obra “Arte Poética”, de Aristóteles, passamos a estabelecer relações entre os mesmos.
	Antônio Cândido coloca a literatura como um papel imprescindível para a formação do homem, ele só se torna humano através dela. A literatura passa a contribuir fortemente para a formação integral da pessoa, ou seja, deve-se fazer parte da vida das pessoas de maneira constante, pois nos fornece uma base cultural necessária para vivermos integrados à nossa vida prática. Segundo Antônio Cândido, o regionalismoé um instrumento poderoso de transformação da língua e da revelação e autoconsciência do país, podendo ser também um fator de artificialidade na língua e de alienação no plano de conhecimento no país.
	A literatura permanece como veículo primordial para as necessidades fundamentais do homem que são: dar sentido ao mundo e a si mesmo; pois vivemos em uma sociedade que dialoga pouco, e a literatura nos mostra como pensa, como sente e também nos mostra como vive as outras pessoas. Segundo Antônio Cândido, a literatura assume algumas funções que atuam diretamente no homem, pode-se identificar três funções exercidas pela literatura, as quais em seu conjunto, denomina de função humanizadora da literatura, sua principal função diz respeito ao seu caráter humanizador, uma vez que humanizar é:
 Um processo que confirma "no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do mundo, dos seres, o cultivo do humor." (CÂNDIDO, 1995, p. 249).	
	A primeira das funções por ele identificada é chamada de função psicológica, em virtude de sua ligação estrita com a capacidade e necessidade que tem o homem de fantasiar. Essa necessidade é expressa através dos devaneios, das novelas, da música e do fantasiar sobre o amor, sobre o futuro, etc.
	A segunda função por ele identificada é chamada de função formadora, em virtude de atuar como instrumento de educação, de formação do homem, uma vez que exprime realidades que a ideologia dominante tenta esconder.
	A terceira função levantada por Antônio Cândido é chamada de função social, que diz respeito à identificação do leitor e de seu universo vivencial representados na obra literária. Essa função é que possibilita ao indivíduo o reconhecimento da realidade que o cerca quando transposta para o mundo ficcional.	
	Relacionando Antônio Cândido com Aristóteles, ambos colocam em voga o processo pedagógico que nada mais é a busca pelo conhecimento. Aristóteles cita no quarto capítulo, que a imitação é o princípio de tudo, pois corresponde a um instinto humano, tal característica o distingue dos demais seres vivos; pela imitação, são adquiridos os primeiros conhecimentos e experimentos, ou seja, o conhecimento gera a literatura e a literatura gera o conhecimento, através da imitação se provoca a fantasia, o sonho, o devaneio etc. No primeiro capítulo deixa claro que a epopéia, a poesia trágica, a comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte das auléticas e da característica enquadram-se nas artes da imitação, deixando claro que não tem como chegar ao conhecimento sem a imitação. 
	Percebemos que ambos os autores ressalta o conhecimento que vem por meio da imitação, o qual contribui fortemente para a formação integral do homem como ser humano, pois a mesma fornece a base cultural necessária para o indivíduo viver plenamente sua subjetividade integrada à vida prática, exercendo, pois uma função social de extrema importância. Os contatos com textos literários são riquíssimos para o desenvolvimento cognitivo e emocional dos indivíduos, os tornando cada vez mais humanizados. 	
	Tendo em vista esse caráter humanizador da literatura, percebe-se o alcance do ato de ler tanto para o indivíduo, quanto para a sociedade na qual ele se insere. Ao ler, o sujeito não só mantém seu "equilíbrio psíquico" (CÂNDIDO, 1995, p. 243). A partir de suas leituras, é muito provável que passe a relacionar-se com o mundo e a agir de maneira diferenciada.

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