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DISCIPLINA: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO MOTOR
PROFESSORA Dra. DÉBORA BOURSCHEID DORST
1 Desenvolvimento Motor
São as mudanças no comportamento motor ao longo do ciclo de vida resultante da maturação e experiência, que mediam a interação do indivíduo no ambiente. Enfoca mudanças que ocorrem numa escala de tempo de meses, anos, décadas. Enfoca mudanças que ocorrem em classes de movimento: Estabilizador; locomotor e manipulativo.
É um processo dinâmico cujos acontecimentos seguem uma determinada ordem, operacionalizado por intensas transformações oriundas no eixo temporal, cuja característica principal é levar o indivíduo à obtenção dos mais altos padrões da espécie.
Para Gallahue (2005) o desenvolvimento motor é uma contínua alteração do comportamento ao longo do ciclo de vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, as necessidades biológicas do indivíduo e as condições do ambiente.
O desenvolvimento humano pode ser dividido nos seguintes períodos:
	Época
	Idade
	Terceira idade
	acima de 60 anos
	Meia idade
	dos 40 aos 60 anos
	Idade adulta
	dos 20 aos 40 anos
	Adolescência
	10 a 20 anos
	Infância
	2 a 10 anos
	Primeira infância
	do nascimento aos 2 anos
	Pré-natal
	da concepção até o nascimento
Trata-se de um processo natural e progressivo que acontece sem necessidade de preparar o ambiente. Estuda as mudanças que ocorrem no comportamento motor da criança desde a sua concepção até a morte.
2 Evolução do Movimento Humano
A primeira forma de movimento humano é chamada de “Reflexo”, são os primeiros movimentos de um bebê no útero materno. São de natureza automática e involuntária, controlados por áreas subcorticais, filogeneticamente mais antigas. Nos primeiros anos de vida, os movimentos reflexos passam a ser dominados, inibidos ou integrados, com o controle corporal que passa para áreas corticais filogeneticamente mais recentes.
Assim nos primeiros anos de vida surgirá uma série de movimentos voluntários permitindo o controle da cabeça, tronco, movimentos de alcançar e pegar, manutenção da postura ereta, sentado, andar, correr, saltar, arremessar, etc. Toda criança normal domina seu corpo com grau mínimo de eficiência aos 3 anos de idade. É fundamental o domínio de vários movimentos fundamentais no final da infância e início da adolescência.
Outras atividades mais complexas, combinações de movimentos, surgirão com propósitos mais específicos, através do qual, passará a dominar atividades herdadas do patrimônio cultural.
A seqüência do desenvolvimento é a mesma para todas as crianças, apenas a velocidade de progressão varia. A ordem em que às atividades são dominadas depende do fator maturacional. O grau e a velocidade em que ocorre o domínio dependem da experiência e das diferenças individuais.
Existe uma dependência entre o que se está desenvolvendo e as mudanças futuras. As habilidades básicas constituem pré-requisito fundamental para que toda aquisição posterior seja possível e efetiva. Estas habilidades são caracterizadas por uma meta geral e que serve de base para a aquisição de habilidades mais específicas.
Todo conjunto de mudanças na seqüência de desenvolvimento, reflete mudanças em direção a uma maior capacidade de controlar movimentos. A seqüência não indica apenas a ordem do que a criança pode aprender, mais as suas necessidades.
A seqüência de desenvolvimento motor apresenta as seguintes características: Direção céfalo-caudal e próximo-distal: onde o primeiro é o controle da cabeça em direção aos pés e o segundo é o controle dos movimentos do centro do corpo para as extremidades.
Os componentes do desenvolvimento humano estão inter-relacionados e se auto-influenciam.
Fig.1- Componentes inter-relacionados do desenvolvimento humano Gallahue, 2005.
A teoria Desenvolvimentista descreve como o indivíduo é em cada faixa etária, e explica o que faz com que estas características ocorram (GALLAHUE 2005). Podemos observar que as diferenças no comportamento motor são provocadas por fatores biológicos (internos), ambientais (experiência) e pela tarefa (atividade). A observação pode ser feita nas alterações (processo, forma) e no produto (desempenho).
O movimento (observável) é uma janela para se estudar o desenvolvimento motor e pode ser agrupado em três categorias:
Movimentos estabilizadores – são aqueles movimentos que requerem um grau de equilíbrio. Ex girar, virar-se, empurrar, puxar, não-locomotores, posturas invertidas e rolamentos.
Movimentos locomotores – são movimentos que envolvem mudanças na localização do corpo relativamente a um ponto fixo na superfície. Ex.: andar, correr, pular, etc.
Movimentos manipulativos – refere-se à manipulação de objetos. Ex: arremessar, apanhar, chutar, cortar.
E para estudar esse processo de progressão seqüencial de habilidades motoras ao longo da vida, temos as fases do desenvolvimento motor e os estágios desenvolvimentistas de cada fase, que projetados servem como modelo.
Fig. 2 - Modelo teórico de desenvolvimento motor - Gallahue 2005.
As faixas etárias para cada fase do desenvolvimento motor devem ser consideradas como orientações gerais. Os indivíduos freqüentemente funcionam em fases diferentes, dependendo de seus ambientes de experiências e de certas estruturas genéticas. Para isso Gallahue propõe um modelo para estudar o desenvolvimento motor em forma de ampulheta. A areia que entra na ampulheta vem de 2 recipientes. Um, o hereditário, tampado, pois no momento da concepção o nosso potencial fica determinado, ou seja, a quantidade de areia é fixa. Já outro, é o ambiental, é sem tampa, onde pode se acrescentar areia no recipiente. Os dois fatores, hereditariedade e ambiente, influenciam o processo de desenvolvimento, não importando qual fator está influenciando o modelo, mas sim que haja influência.
Nas duas primeiras fases do desenvolvimento motor a seqüência de desenvolvimento é altamente previsível. Todas as crianças aprendem a sentar antes de ficar em pé, a ficar em pé antes de andar e andar antes de correr. Mas nota-se a importância da estimulação na fase dos movimentos rudimentares, pois é aí que começa a aquisição das habilidades fundamentais. 
Já na 3ª fase, dos movimentos fundamentais, as crianças estão começando a desenvolver um conjunto inteiro de habilidades motoras básicas – andar, correr, saltar, arremessar, receber, rebater, chutar e quicar, onde devemos oportunizar a criança, encorajá-la e instruí-la em um ambiente ecologicamente sadio. Na quarta fase, dos movimentos especializados, o desempenho bem sucedido da mecânica de habilidades motoras depende de movimentos fundamentais maduros.
Movimentos Reflexos - Do útero até 4 meses
São as primeiras formas de movimento humano. São os movimentos involuntários, controlados subcorticamente – formam a base para as fases do desenvolvimento motor. Através dos reflexos a criança recém-nascida obtém informações sobre o ambiente imediato (toque, luz, sons, etc). Estes movimentos involuntários e a maturação do sistema nervoso, nestes primeiros meses de vida ajudam a criança a aprender sobre seu corpo e sobre o mundo. Os reflexos podem ser classificados em dois grupos:
Primitivos – são aqueles que agrupam informações, buscam alimentos e reações protetoras. Ex sugar, pesquisar pelo olfato.
Posturais – estes reflexos servem como equipamentos de testes neuromotores para os mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos. Ex. reflexo primário da marcha, arrastar. Estes reflexos estão intimamente ligados ao comportamento voluntário, mais tarde serão conscientes.
Movimentos Rudimentares - (4 meses ao 2º ano de vida)
Caracteriza-se pelo aparecimento dos primeiros movimentos voluntários – é a fase dos movimentos rudimentares. Os movimentos rudimentares são determinados de forma maturacional e caracterizam-se por uma seqüência de aparecimento previsível. O nível com que estas habilidades aparecem varia de acordo com a criança e depende de fatores biológicos, ambientais e da tarefa. 
O controle é o encéfalo caudal,onde a criança sustenta a cabeça e levanta os pés, depois passa para o estágio do pré-controle, com a preensão intencional, o gatinhar e o andar. Envolvem movimentos estabilizadores como o controle da cabeça, pescoço; tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar e movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e andar.
Pode ser dividida em dois estágios:
Estágio de inibição de reflexos - inicia-se com o nascimento, a partir daí os movimentos do bebê começam a ser influenciados pelo córtex. Então os reflexos começam a ser inibidos gradativamente até que sejam substituídos por movimentos voluntários, mas descontrolados e grosseiros (o processo de movimentar-se é voluntário, mas apresenta falta de controle).
Estágio de pré-controle – por volta de 1 ano de idade, a criança começa a ter maior precisão e controle de seus movimentos, com isso, a criança aprende a obter e manter seu equilíbrio, manipular objetos e locomover-se com maior eficiência e controle.
A fase de movimentos rudimentares desempenha um importante papel na vida da criança, pois prepara a criança para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. Essencialmente os movimentos rudimentares estabelecem a transição entre as formas reflexas de motricidade e os padrões fundamentais de movimento. Esta fase do desenvolvimento é muito rica nas descobertas das primeiras possibilidades intencionais de resposta e muito dependente das condições externas que podem permitir a cada indivíduo graus muito variáveis de estimulação. Fatores gerais do envolvimento, como o espaço físico disponível ou a qualidade das interações, determinam fortemente o nível da resposta e o tipo de comportamento individual. 
	Os movimentos rudimentares são em geral caracterizados por uma evolução rápida na direção dos movimentos fundamentais e por uma heterogeneidade comportamental muito grande. Nesta fase são observados muitos e diversificados movimentos locomotores, com perfis evolutivos e soluções motoras muito individualizadas.
	Embora a maioria das crianças siga um perfil evolutivo genericamente similar muitas delas mostram transições curiosas entre estágios de referência, saltando por cima de alguns ou fixando-se por tempo muito prolongado em outros. 	Estas particularidades individuais foram salientadas à medida que os estudos evoluíram de uma descrição geral, para uma descrição detalhada de certos aspectos da motricidade. Como regra, a seqüência evolutiva do 1º ano de vida parece invariante, já que a hierarquia de aquisições permanece sensivelmente a mesma para todas as crianças embora a cronologia de aquisições seja muito variável. 
	Estudos vêm registrando respectivamente os efeitos positivos e os negativos da qualidade de estimulação sobre o desenvolvimento motor, entre eles, o efeito positivo da estimulação parental sobre a idade de aquisições motoras rudimentares. Foram encontrados também atrasos significativos no desenvolvimento locomotor de crianças iranianas educadas em instituições sem qualquer organização da estimulação, podendo retardar em alguns anos a aquisição da marcha autônoma. 
Princípios do desenvolvimento. 
DESENVOLVIMENTO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS.
	
Em termos de desenvolvimento motor o controle postural pode ser visto a partir de duas grandes conquistas: (1) o controle da posição da cabeça com implicações no desenvolvimento da locomoção e da preensão e no desenvolvimento perceptivo, e (2) o controle da coluna vertebral. É importante salientar que a maturação e o controle muscular seguem uma direção cefalo-caudal, o que implica um controle mais remoto dos músculos da coluna vertebral em relação aos que regulam a posição e a mobilidade da cabeça. 
	Ao fim do 1º mês de vida têm lugar os primeiros sintomas de que a cabeça é controlada de uma forma voluntária, evoluindo até ao 3º mês em que já é visível um razoável controle na posição de deitado e de sentado com ajuda. A partir desta altura a cabeça passa a ser controlada em conjunção com a coluna vertebral, numa situação de interdependência. 
	Um mês mais tarde a cabeça eleva-se ao mesmo tempo em que a coluna possibilita o domínio visual na posição de deitado ventral. Os membros superiores ajudam nesta ação, embora a ação seja limitada, com conseqüências posteriores.
(2) A possibilidade de exploração visual ocorre pelo 6º mês que a extensão completa e sustentada dos braços permite uma elevação satisfatória do tronco e a rotação razoavelmente controlada da cabeça. Nesta idade a posição de sentado sem ajuda já é observada, e a mobilidade da cabeça potencia a leitura visual do envolvimento. 
O controle da coluna tem início pelas 4-6 semanas na posição de deitado ventral e evolui para o domínio da posição de sentado, com idades cronológicas de aparecimento muito variáveis. Um valor de referência para a posição de sentado situa-se pelos 6 meses, embora esteja muito dependente do tipo de apoio e suporte da posição, sendo também variável a sua cronologia conforme a população estudada ou a própria definição de posição de sentado. 
É particularmente importante o ângulo do tronco com o solo, o suporte das pernas e mesmo a posição da cabeça. Observações sobre a posição de sentado detectam claramente não a existência de uma, mas de várias alternativas possíveis. Um processo idêntico ocorre na posição bípede, extremamente dependente do tipo de ajuda e dos apoios de que a criança faz uso. 
DESENVOLVIMENTO DOS MOVIMENTOS LOCOMOTORES.
	Podemos considerar duas fases distintas para os movimentos locomotores entre os 0 e os 2 anos. A primeira fase termina por volta dos 13 meses com os primeiros passos autônomos e é antecedida pelas seguintes conquistas fundamentais: 
	Sem controle da cabeça - 1º mês
	De deitado lateral para decúbito dorsal - 2º mês
	Levanta a cabeça em decúbito ventral - 2º mês
	De decúbito dorsal para deitado lateral - 3º mês
	Sentado com apoios – 4 º e 5º mês
	Sentado com autonomia - 5º ao 8 º mês 
	Em pé com ajuda 6º ao 8 º mês
	Rastejar (contato do abdômen) - 7º ao 10 º mês
	Mantém-se em pé com apoios fixos 8º ao 10º mês
	Quadrúpede baixa 8º ao 12 º mês
	Alterna entre sentado e de pé 9º ao 10º mês
	Tenta pôr-se em pé sozinho 9º ao 12º mês
	Anda lateralmente com apoios fixos 10º ao 12º mês
	Anda com ajuda 10º ao 12º mês
	Anda sozinho 12º mês
McGraw (1943) identificou 5 fases na evolução motora conducente à marcha, com base na lei céfalo-caudal do desenvolvimento, isto é, de que o controle motor segue numa direção da cabeça para as extremidades inferiores da coluna: 
	até aos 5 meses
	Marcha reflexa 
	4-5 meses 
	Inibição reflexa (controle dos movimentos da cabeça) 
	4-7 meses 
	Transição (controlo do tronco) 
	7-9 meses 
	Passada intencional ("deliberate stepping") controle dos apoios 
	9-15 meses 
	marcha autônoma 
DESENVOLVIMENTO DA PREENSÃO
A preensão segue uma série de etapas dependentes não apenas da coordenação muscular em sentido estrito, mas também da capacidade de organização de ações coerentes com a captação e tratamento de informação visual. Esta evolução é extremamente variável de criança para criança e apresenta as suas fases essenciais até por volta dos 6 anos de idade, culminando com o início do domínio dos instrumentos e dos movimentos da escrita, em que a conquista de automatismos de motricidade fina é importante. 
Um estudo clássico da evolução do comportamento manipulativo é o de Halverson (1931) em que a cronologia das principais aquisições manipulativas é apresentada de forma descritiva (sub-dividida em 10 fases) até ao 1º ano de vida. A preensão evolui de uma pega palmar, estruturalmente semelhante ao reflexo de preensão inclusivamente na seqüência temporal de ação dos dedos (médio-anelar-mínimo-indicador), para uma pega com inclusão do polegar e, posteriormente para uma pega em pinça com oposição indicador-polegar. Por volta dos 10 meses têm início formas evoluídas de preensão, possibilitando diferentes ajustamentos a variações específicas dos objetos e uma diversidade de aproximações conforme a forma do objetoou a finalidade da ação. 
A observação de que crianças muito pequenas quando suportadas e com liberdade para mover os braços exibem movimentos de aproximação a objetos, conduziu a uma série de estudos que procuram reapreciar as reais potencialidades para agarrar (Hofsten, 1982). Uma primeira noção é a de que o controle dos movimentos dos braços no recém-nascido é organizado num espaço visuo-manual Hofsten (1982) observou tentativas de agarrar em bebês de 5 dias, desde que o objeto esteja em movimento; quando a criança não olha para o objeto a frequência de tentativas esboçadas de agarrar é significativamente inferior. A combinação alcançar-agarrar pode ser adequada a características do objeto, nomeadamente a sua orientação espacial. Entre as 18 e as 34 semanas o ajustamento da mão em relação à orientação do objeto pode ser observado.
Aos 5 meses é possível verificar a correção da orientação manual para o objeto quando a visão é distorcida por prismas ópticos sugerindo que o controlo desta fase do agarrar não é feito por modo exclusivamente visual mas visuo-proprioceptivo. A evolução processa-se no sentido da independência sequencial de duas fases de ação: uma fase inicial, balística, de aproximação ao objeto, e uma fase lenta de precisão com a finalidade de estabelecer contacto ajustado. 
As formas mais primitivas de preensão são de natureza reflexa (reflexo de preensão) e sinergias musculares elementares podem ser observadas no período fetal a partir das 10.5 semanas. Antes que a preensão voluntária possa ocorrer é preciso, contudo, que alguns pré-requisitos estejam reunidos, nomeadamente a capacidade de abrir voluntariamente a mão contrariando a tendência comportamental do recém-nascido para mantê-la fechada e a capacidade de orientar visualmente a mão para o objeto. Por volta das 12 semanas e às vezes mais cedo, o bebe é capaz de reter um objeto colocado na sua mão.
Nesta altura evidencia desejo de agarrar objetos embora não se oriente para eles. Gradualmente e de forma imperceptível as mãos orientam-se para o objeto até que, por volta dos 4 meses, a mão e a visão estão orientadas mas a preensão ainda não surge. 
Uma distinção importante deve ser feita quanto à categorias de comportamento manipulativo. Basicamente podem surgir três formas: o alcançar, o agarrar objetos imóveis e o agarrar objetos móveis. O agarrar objetos imóveis pode surgir sobre forma reflexa ou voluntária quando o objeto é colocado em contato com a mão ou pode implicar e associar-se ao movimento de alcançar. Nesta ação seqüencial foram detectadas, em adultos e também em crianças duas fases: uma primeira de controle visuo-proprioceptivo com o objetivo de aproximação ao alvo, muito rápida e cobrindo a maior parte da aproximação, e uma fase final guiada visualmente destinada a assegurar um agarrar suave. Nesta última fase a posição do alvo e da mão é visualmente tratada para controlar os ajustamentos finos que aí têm luga. 
Aos 5 meses pode agarrar claramente um objeto colocado próximo das suas mãos, e um mês mais tarde pode trocar objetos de mão, evoluindo rapidamente para formas muito precisas de agarrar e para o intercâmbio de objetos entre mãos (7 - 8 meses). Por volta dos 9 meses a preensão em pinça indicador-polegar é observável. A partir desta idade são freqüentes os jogos de dar e receber tipicamente repetitivos, com domínio das mãos, da posição de sentado, da coordenação mão-visão e da comunicação entre criança e adulto ou criança-criança.
	Meses
	1
	2 
	3 
	4 
	5 
	6 
	7 
	8 
	9 
	10 
	11 
	12 
	Mãos fechadas e polegar para dentro 
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Alcançar descontrolado 
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Desaparece o reflexo de preensão 
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Segura objeto entre mão e tronco. 
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Preensão cúbito e rádio-palmar 
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Preensão palmar 
	
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	
	
	
	Preensão radial 
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	
	
	Muda objeto de mão 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Preensão em pinça rudimentar 
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	
	Preensão em pinça com precisão 
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	X
	X
	Dá objetos a pedido 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	Primeiras formas de lançar 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	Quase agarra objetos em movimento 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
Referenciais do desenvolvimento.
	Idade
	Grandes movimentos
	Pequenos movimentos
	Até ao fim do 1º ano
	Sentado sem suporte.
Soluções evoluídas de quadrúpede.
Atinge posição bípede e mantém-se de pé sem ajuda.
Anda com ajuda ou apoio.
Rola uma bola imitando um adulto.
	Alcança, agarra e põe objeto na boca.
Apanha objetos pequenos com pinça digital (polegar e outro dedo).
Transfere um objeto de uma mão para a outra.
Deixa cair e apanha de novo um objeto.
	Entre o 1º e o 2 ano
	Anda sozinho.
Anda para trás.
Apanha objeto do chão sem cair.
Puxa e empurra brinquedos.
Senta-se sozinho em cadeira para crianças.
Sobe e desce escadas com ajuda. Dirige-se para sons e música.
Lança uma bola sem perder equilíbrio.
	Constrói torres de 3 blocos.
Viram as páginas de um livro, duas e três de cada vez.
Lança bola pequena.
Pinta com a mão toda, e muda canetas de mão.
Consegue tirar luvas e as pega.
Descalça os sapatos.
	Entre o 2º e o 3º ano
	Corre para frente com facilidade.
Saltita no mesmo lugar com dois pés.
Mantém-se de pé num só pé, com ajuda.
Anda em bicos de pés.
Ponta peia uma bola em frente.
	Vira uma página de cada vez.
Segura lápis com polegar e dedo (não com a mão toda). Usa o pulso ao desenhar.
Usa consistentemente uma mão na maioria das ações.
Veste-se e despe-se, se ajudado com botões, sapatos e orientação da roupa.
	Entre o 3º e o 4º ano
	Corre contornando obstáculos.
Saltita e equilibra-se num pé cerca de 10 s.
Empurra, puxa e viram brinquedos com rodas.
Anda de triciclo e usa o escorrega sozinho.
Salta de degrau com pés juntos e equilibra-se na recepção.
Lança bola por cima do ombro.
Agarra bola ressaltada no chão.
	Constrói torres com nove blocos pequenos.
Copia círculos.
Imita cruzes.
Manipula bem (bolas, rolos, etc,).
	Entre o 4º e o 5º ano
	Anda para trás (ponta do pé – calcanhar).
Saltita para frente 10 vezes sem cair.
Sobe e desce escadas autonomamente com técnica alternada.
	Corta a direito com tesoura.
Copia cruz.
Copia quadrado.
Desenha algumas letras maiúsculas.
	Grandes Movimentos
Corre nas pontas dos pés
Anda sobre trave de equilíbrio
Percorrem a saltitam 2 metros
	Pequenos Movimentos
Recorta formas simples
Copia triângulos
Copia o primeiro nome
	
Movimentos Fundamentais: dos 2 aos 7 anos
	A criança em idade pré-escolar desenvolve movimentos básicos que serão necessários para o desenvolvimento posterior de outras habilidades motoras. Essa fase é o período mais crítico para que as formas motoras básicas sejam desenvolvidas corretamente. 
	Os padrões de movimento não são inatos, mas sim adquiridos com o tempo e a vivência. Esse processo inicia-se em casa, nas brincadeiras realizadas no dia-a-dia e, portanto, a criança chega à escola dominando-os parcialmente. Para que ela possa se aperfeiçoar, as atividades realizadas devem buscar o desenvolvimento desses padrões através de jogos e brincadeiras que envolvam os movimentos fundamentais. É importante salientar que a aceleração do processo de aprendizagem de um movimento básico (desenvolvimento precoce) pode causar insucessos futuros. 
	Devem-se respeitar os limites das crianças e jamais forçá-las a fazer alguma atividade sem que estejam preparadas para isso. Um ambiente planejado adequadamente seja no lar, num centro de aprendizagem infantil ou num jardim de infância, pode assegurar o domínio das formas motoras básicas num estágio ótimo. Mas se esse nível ótimo do desenvolvimento não for alcançado, uma aprendizagem terapêutica terá que ser planejada, conseqüentemente, não haverá garantia quanto ao comportamento motor da criança em ser tão completo quanto eficiente no futuro.
Padrões fundamentais do movimento, que estão assim divididos:
Os padrões de locomoção permitem a exploração detodo o ambiente e incluem atividades como andar, correr, saltar e suas variações, além de todos os movimentos que deslocam o corpo no espaço.
Os padrões de manipulação envolvem o relacionamento do indivíduo com os objetos que estão à sua volta. Podemos dividi-los em dois tipos de ações: no primeiro, o objeto aproxima-se do corpo da pessoa, e esta deve interromper a sua trajetória. No segundo, o objeto deve ser afastado do corpo da pessoa, com o auxílio do próprio corpo ou com a utilização de outro objeto. Estão incluídos nesse grupo atividades como receber, pegar, arremessar, rebater, chutar, entre outras.
Os padrões de equilíbrio permitem às pessoas manter a postura do corpo no espaço e estão relacionados com as forças que a gravidade exerce sobre o corpo. Embora as suas posições sejam estáticas, esses padrões são importantes para os padrões de locomoção e manipulação, porque o equilíbrio auxilia na coordenação do movimento durante uma ação. Como exemplos de padrões de equilíbrio, podemos citar ficar em pé, sentar, equilibrar-se, etc.
Estes movimentos estão divididos em 3 estágios: 
Inicial – representa as primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. O movimento é caracterizado por elementos que faltam ou que são seqüenciados e restritos, pelo uso exagerado do corpo e por falhas na coordenação e no ritmo. Os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores da maioria das crianças de 2 anos, estão nos níveis iniciais.
Elementar – envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Melhora a sincronia espaço-temporal, mas os movimentos ainda são restritos ou exagerados, embora mais coordenados. Muitas crianças de 3 a 4 anos de idade apresentam movimentos no estágio elementar. Muitos adultos e crianças não vão além do estágio elementar em muitos padrões de movimento.
Maduro – é caracterizado por desempenhos eficientes, coordenados e controlados. A literatura sugere que as crianças atinjam o estágio maduro por volta de 5/6 anos. As habilidades manipulativas desenvolvem um pouco mais tarde em função das exigências visuais e motoras mais sofisticadas.
Todas as alterações ocorridas nesses estágios serão no sentido de um refinamento das habilidades básicas para que o desenvolvimento seja mais eficiente e para que a criança consiga combinar estas habilidades da forma mais variada possível, o que irá marcar a passagem para a fase seguinte, a fase dos movimentos especializados.
A Educação Física adquire então um papel de fundamental importância, pois ela pode estruturar um ambiente adequado para a criança, oferecendo experiências, auxiliando o desenvolvimento humano, em especial ao desenvolvimento motor e garantindo a aprendizagem de habilidades específicas nos jogos, esportes, ginásticas e dança. 
Para que estas habilidades sejam desenvolvidas é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenhá-las. O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois, é através da execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os outros, apreendendo sobre si, seus limites, capacidades e solucionando problemas. Pois como é comum encontrar indivíduos que, não atingiram o padrão maduro nas habilidades básicas, nas quais apresenta um nível inicial ou elementar, o que prejudicará todo o desenvolvimento posterior, ressalta-se assim, a preocupação que os profissionais de Educação Física deveriam ter em relação ao conhecimento sobre a aquisição e desenvolvimento dos padrões fundamentais de movimento, elegendo-o como foco principal para o desenvolvimento da Educação Física na pré-escolar e nas séries iniciais do ensino fundamental.
Habilidade Andar
A aquisição do andar ereto corresponde a um dos momentos mais importantes para a seqüência de desenvolvimento motor. Costuma-se dizer que o andar envolve uma organização complexa de movimentos; com contínua perda e ganho de equilíbrio dinâmico, onde há alternância entre as fases da ação, da perna e fases de apoio. Há também uma fase de duplo apoio, importante para a manutenção do equilíbrio, que tende a desaparecer quando a velocidade de locomoção aumenta, e, assim, a forma de locomoção passa do andar para o correr. 
A progressão na seqüência de desenvolvimento é determinada em grande parte pela maturação, visto que dependem de força muscular, reflexos antigravitacionais e um mínimo funcionamento do mecanismo de equilíbrio. 
O padrão imaturo do andar de uma menina de 14 meses e meio de idade, sete dias após ela ter feito suas primeiras tentativas, apresentou os braços em posição de "guarda alta", contato no solo com toda a planta do pé e "travamento simples do joelho da perna de oscilação".
Nas primeiras tentativas do andar independente, a criança perde facilmente o equilíbrio, mas, após este breve período, o desenvolvimento se apresenta de uma forma bem rápida. Sintetizando, Stewart (1980a) apresentou a seguinte seqüência de desenvolvimento do padrão fundamental do movimento de andar organizada em três níveis: 
Nível 1 - "A criança caminha com uma exagerada flexão do quadril e joelho, e coloca o pé para frente e para baixo de maneira abduzida, apoiando toda planta do pé no chão. Há pouca evidência de extensão do quadril, perna e tornozelo da perna de propulsão. Os braços permanecem numa posição de guarda alta e são usados primariamente para proteção, e a passada mais ampla é utilizada para proporcionar uma base estável de apoio". 
Nível 2 - "A flexão do quadril e do joelho é diminuída e os braços, ao lado do corpo, oscilam alternadamente em oposição às pernas, embora pareçam cruzar a linha média do corpo. Há uma diminuição da base de' apoio e a abdução do pé é diminuída”.
Nível 3 - "A flexão do quadril e do joelho continua a diminuir, os braços são mantidos lateralmente, oscilando num arco vertical em oposição às pernas. A oscilação do braço é aumentada com o movimento para frente, sendo o dobro do movimento para trás. A base estável de apoio passa a corresponder às dimensões laterais do corpo, ,com o calcanhar tocando a superfície em primeiro lugar. O quadril, perna .e tornozelo da perna de propulsão são amplamente estendidos" 
O padrão maduro apresenta como pontos chaves, apoio pelo calcanhar, "travamento duplo de joelho" e oscilação coordenada de braços. 
	Estágio Inicial
	Estagio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Correr
O correr é uma extensão natural do andar e se caracteriza por uma fase com apoio e uma fase aérea sem apoio. Alguns índices são tomados para avaliar as mudanças no correr, como a velocidade de corrida numa determinada distância e a relação entre amplitude e freqüência de passadas. Com o avanço da idade, a velocidade e a amplitude de passadas aumentam gradualmente, enquanto que a freqüência se mantém inalterada. 
Outros estudos ainda reportaram a diminuição na altura do centro de gravidade durante as passadas, na distância do pé de apoio em relação ao centro de gravidade e aumento na altura do calcanhar na fase de recuperação (oscilação posterior) e na extensão da perna de impulsão (Wickstrom, 1975). O padrão imaturo do correr caracterizasse por uma corrida "saltada", com oscilação para os lados. Isto pode ser observado na corrida de um menino de dezoito meses de idade. A aquisição de o padrão maduro no correr é apresentada por Stewart (1980a) na seguinte seqüência de desenvolvimento: 
Nível 1 - "A criança apresenta, na corrida, uma fase aérea (sem apoio) muito curta. O pé é apoiado no solo num ponto bem além do centro de gravidade. O apoio é feito com toda a planta do pé no chão, direcionando para fora os dedos da perna dianteira. Os braços são mantidos numa posição de guarda e a criança demonstra uma corrida saltada, quando o corpo é propulsionado para frente". Nível 2 - "A fase aérea é maior e o pé de apoio é colocado quase sob o centro de gravidade. Um menor direcionamento para fora dos dedos do pé é evidenciado e os braços são usados, costumandocruzar a linha média do corpo. Uma pequena flexão do cotovelo' é demonstrada. A corrida é menos saltada e há um aumento na elevação do joelho da perna da frente, enquanto que há uma maior extensão do quadril, joelho e tornozelo da perna de propulsão". 
Nível 3 - “Para uma corrida mais rápida, o apoio é feito pela ponta do pé e diretamente sob o centro de gravidade. A fase aérea é máxima. A extensão do quadril, joelho e tornozelo da perna de propulsão são aumentadas”. O movimento dos pés para fora praticamente inexiste e a flexão do quadril da perna de oscilação para frente é máxima. Os braços oscilam em oposição às pernas numa posição antero-posterior, e estão numa posição de cotovelo flexionado.
Segundo Wickstrom (1977), o padrão maduro apresenta as seguintes características:
“O tronco mantém uma leve inclinação para frente durante o padrão de passadas”;
- ambos os braços balançam, através de um amplo arco, no plano oblíquo vertical e numa oposição sincronizada em relação à ação das pernas;
- extensão completa da perna de apoio no quadril, joelho e tornozelo, propulsiona o corpo para frente e para cima, fazendo com que o mesmo entre na fase sem apoio do padrão;
- assim que a perna de recuperação oscila rapidamente para frente até a elevação alta do joelho, a parte inferior da perna flexiona trazendo o calcanhar perto da nádega;
- o pé da perna de recuperação que se move de trás para frente toca o solo aproximadamente plano e sob o centro de gravidade;
- o joelho da perna de apoio flexiona-se levemente após o contato do pé com o solo.
	Estágio Inicial
	Estagio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Saltar
O objetivo do saltar é impulsionar o corpo à frente e/ou acima, através da ação de uma perna ou de ambas em conjunto, com ação efetiva dos braços para a impulsão, fase de vôo e aterrissagem. Esta característica possibilita uma variedade de formas em que a habilidade de saltar se manifesta. 
Na mesma época em que a criança tenha desenvolvido a habilidade de correr, ela apresenta os requisitos necessários para saltar. Acredita-se que a percepção da dificuldade de cada novo salto pela criança é um dos fatores críticos que influenciam a progressão com a qual ela irá adquirir a habilidade de saltar.
Na forma usada para saltar, por um menino de 4 anos de idade,observa-se que ele, ao oscilar os braços para trás, leva o corpo para frente; no entanto, a ação do braço não é coordenada com a da perna e a extensão do quadril. 
A seqüência de desenvolvimento do padrão fundamental de saltar em distância parada foi apresentada da seguinte forma por (STEWAR, 1980): 
Nível 1 - "A criança salta mais no plano vertical do que no horizontal. Há pouco uso dos braços, seja na oscilação para trás ou' para cima. Os pés normalmente não deixam a superfície simultaneamente. Além disso, há uma pequena flexão preparatória nos tornozelos, joelhos e quadris, e muito pouca flexão destas partes na aterrissagem" (p. 51). 
Nível 2 - "A distância horizontal do salto aumenta, enquanto a vertical diminui. Os braços são usados em alguma extensão, mas não se estendem para trás do corpo durante’ a fase as preparatórias. Há um aumento na flexão dos tornozelos, joelhos e quadris durante as fases preparatórias e de aterrissagem".
Nível 3 - "A flexão dos tornozelos, joelhos e quadris aumenta durante a fase preparatória e de aterrissagem. O ângulo de impulsão é diminuído até aproximadamente 15°. Há uma completa extensão dos tornozelos, Joelhos, quadris e braços durante a fase de impulsão. Durante a fase preparatória, os braços são estendidos, ao nível do ombro, para trás e para cima, bem atrás do corpo". 
No salto horizontal, o padrão maduro apresenta as seguintes características, segundo Wickstrom (1977): 
“As articulações são preparadas pelo agachamento e oscilação dos braços para trás e para cima”;
Os braços oscilam para frente e para cima. Com a extensão do corpo, há uma rápida sucessão de extensões ao nível do quadril, joelhos e tornozelos (os movimentos continuam até que o corpo esteja completamente estendido e fora do solo);
As pernas flexionam-se durante o vôo;
O quadril flexiona-se, levando os joelhos para frente, e os braços e tronco movem-se para frente e para baixo; 
As pernas estendem-se apenas antes da aterrissagem;
Os joelhos flexionam-se ao impacto com o solo, e o peso corporal se transfere para frente e para baixo na linha do vôo. 
Para o desenvolvimento da forma madura do padrão fundamental do salto vertical, um problema básico é a criança pensar que, o importante para o salto é elevar os pés o mais alto Possível. (Wickstrom, 1975), trazendo implicações como uma impulsão em que pouca força é aplicada: A forma imatura se caracteriza por uma ação dos braços que pouco auxilia o salto, já que são elevados apenas à altura da cintura, e tem-se ainda a extensão incompleta seguida de rápida flexão das pernas, além do salto apresentar um grande componente horizontal Wickstrom (1975) afirmou que algumas tendências no desenvolvimento podem ser estabelecidas, como a ação dos braços, que se inicia mais cedo em relação à seqüência dos movimentos para o salto, o agachamento preparatório torna-se mais baixo, o tronco permanece numa posição mais ereta durante o agachamento preparatório, as pernas e todo o corpo são estendidos na impulsão, diminuição no deslocamento para frente do centro de gravidade, e, finalmente, o ajuste do timing dos movimentos dos braços com os demais movimentos do corpo. 
A seqüência de desenvolvimento do padrão fundamental do salto vertical foi dividida em três estágios por Gallahue.
Estágio inicial - O agachamento preparatório é inconsistente e há dificuldade em dar impulsão com os dois pés, com pobre extensão do corpo. Há pouca ou nenhuma elevação da cabeça e a ação dos braços não, está coordenada com a ação do tronco e pernas, sendo que pouca altura é obtida.
Estágio elementar -. A flexão do joelho excede os 90° no agachamento preparatório, havendo uma exagerada inclinação dó tronco para frente. A impulsão e feita com os dois pés, mas o corpo não se estende completamente, durante o mês e na fase de vôo. Os braços tentam ajudar no vôo (mas freqüentemente de maneira desigual) e equilíbrio, havendo um marcante deslocamento horizontal na aterrissagem.
Estágio Maduro – há uma flexão dos joelhos de 60 a 90° no agachamento preparatório. Na impulsão há uma vigorosa extensão nos quadris, joelhos e tornozelos, coordenados simultaneamente com a elevação dos braços. A cabeça eleva-se com os olhos focalizando o alvo. Há uma ampla extensão do corpo e elevação da cintura do lado do braço que busca o alvo, combinada com o abaixamento do outro braço no ponto mais alto de vôo. A aterrissagem é controlada, sendo feita quase sobre o ponto de impulsão. Uma série de estudos tem demonstrado que um aspecto crítico no desenvolvimento do padrão é a colocação ou não de objeto no alto a ser alcançado. Wickstrom (1983) reportou resultados sobre o padrão de crianças de 4 anos de idade que apresentavam uma forma imatura no salto vertical, mas, quando era colocado algum alvo a ser alcançado, as crianças demonstraram uma drástica melhora do padrão com uma, ação mais efetiva dos braços na impulsão e uma extensão bem marcante de todo o corpo. Wickstrom (1977) ainda apresenta as seguintes características do padrão maduro:
“Há flexão do quadril, joelhos e tornozelos durante o agachamento preparatório”;
O salto inicia-se com uma vigorosa elevação para frente e para cima dos braços;
O impulso é seguido por vigorosa extensão do quadril, joelhos e tornozelos;
O corpo permanece em extensão até os pés estarem prontos para a aterrissagem e então os tornozelos, joelhos e quadris flexionam-se para absorver o impacto com o solo. 
	Estágio Inicial
	Estágio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Arremessar
No arremesso, o propósito é propulsionar um objeto o mais longe possível ou em direção a algum alvo arremesso envolve principalmente o braço, mas deve haver uma participação efetiva de todos os segmentosdo corpo. Em geral, quando se fala em arremesso, entende-se arremesso por cima, contudo há também o arremesso por baixo e pelo lado.
Num estudo clássico sobre seqüência de desenvolvimento, Wild (1938) caracterizou bem tanto o padrão imaturo como o maduro do arremesso, que foram observados e categorizados dentro de uma seqüência de quatro estágios de desenvolvimento:
Estágio 1 - A bola é arremessa da primariamente por uma extensão do antebraço e os movimentos do corpo e braço são inteiramente no plano antero-posterior. Os pés permanecem fixos, o corpo fica de frente para onde a bola é arremessada, havendo uma inclinação do tronco para frente quando o braço finaliza o arremesso.
Estágio 2 - Os movimentos do braço e tronco são introduzidos também no plano horizontal. Na preparação, todo o corpo gira para a direita (no caso do executante ser destro), mas os pés permanecem fixos no lugar. O braço move-se num plano superior oblíquo acima ou na linha do ombro. O cotovelo está bastante flexionado. Então o corpo gira em direção ao arremesso, cabendo ao braço a ação iniciadora do arremesso. 
Estágio 3 - Há introdução de um passo a frente com a perna do mesmo lado de arremesso. Na preparação para, o arremesso, o peso é transferido para trás sobre a perna esquerda, o tronco gira para a direita, o braço oscila obliquamente sobre o ombro, numa posição retraída, e o cotovelo fica muito flexionado arremesso propriamente dito consiste num passo à frente, unilateral em relação ao braço de arremesso, com o tronco girando para a esquerda e depois se flexionando a frente. O braço oscila para frente, num plano oblíquo acima ou ao lado do ombro, finalizando com a extensão do cotovelo. 
Estágio 4 – Há oposição entre a perna e o braço de arremesso, com rotação do tronco e adução horizontal de braço na oscilação para frente. O início do arremesso propriamente dito não é feito com o braço de arremesso, mas com o giro do tronco em direção ao local para onde a bola será arremessada.
Segundo Wickstrom (1977) o padrão maduro do arremesso apresenta as seguintes características:
“Movimentos de preparação”.
O corpo gira para a direita com o peso sobre o pé direito, e o braço de arremesso oscila para trás e para cima.
Movimentos do arremesso
O pé esquerdo vai para frente na direção em que se intenciona arremessar;
O quadril então gira e os ombros, em seqüência, também giram, com o braço de arremesso permanecendo atrasado;
O úmero gira medialmente e o antebraço é estendido com uma ação de açoite.
A bola é arremessada num ponto pouco acima da cabeça, com o braço quase estendido. 
Reversão
O movimento continua até que o momento de força gerado pelo arremesso seja dissipado. 
	Estágio Inicial
	Estagio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Receber
O receber, com o uso de uma ou ambas as mãos e outras partes do corpo, visa interromper e controlar uma bola ou outro objeto em sua trajetória. Este padrão fundamental de movimento requer uma habilidade com ênfase no aspecto temporal (Kay, 1969). Pode-se dizer que a criança sabe onde a bola está, mas não sabe onde a bola estará. 
No padrão imaturo do receber, numa criança de quatro anos de idade que tenta receber uma bola, observa-se um problema comum nos níveis mais rudimentares, ou seja, ela gira a cabeça para o lado e coloca o tronco um pouco para trás. 
Seefeldt, Reuschlein e Vogel (1972) apresentaram cinco estágios para o desenvolvimento do receber:
Estágio. 1 - A criança coloca seus braços à frente, com os cotovelos estendidos e virados para cima ou em direção ao plano médio sagital. Quando faz contato, os cotovelos são flexionados e os braços e mãos tentam segurar a bola, levando-a de encontro ao peito. 
Estágio 2 - A criança prepara-se, para receber a bola com os braços à frente do corpo e com os cotovelos estendidos ou levemente flexionados. A ação do braço inicia-se ao contato com a bola, que novamente será levada ao peito. 
Estágio 3 - A criança prepara-se para receber a bola com os braços levemente flexionado e estendido em relação ao ombro. Dois subestágios podem ser identificados:
a criança usa o peito como primeiro contato e tenta depois abraçar a bola;
a criança tenta pegar a bola com suas mãos e, havendo um erro, ela tenta usar o peito para controlar a bola. 
Estágio 4 - A bola é recebida com as mãos, sem necessidade de outras partes do corpo; Os cotovelos são mantidos ao lado do corpo e flexionados, quando se iniciam os movimentos em direção a bola.
Estágio 5 - Idêntico ao estágio anterior, só que a criança é obrigada a mudar a sua 'base estacionária para receber a bola.
Williams (1983) estabeleceu que o padrão maduro do receber surge ao redor dos 5 anos de idade e apresenta as seguintes características: 
“O corpo está alinhado de acordo com a chegada da bola”;
Os pés estão levemente em paralelo ou em posição de afastamento antero-posterior;
Os braços estão ao lado do corpo, os cotovelos flexionados. Mãos e dedos estão relaxados, mas levemente flexionados e direcionados para o objeto que está chegando;
Os olhos seguem o vôo da bola até que o contato seja feito;
As mãos vão se colocar numa posição alta ou baixa de acordo com a trajetória da bola;
Quando a bola faz contato com as mãos, os cotovelos flexionam-se, para absorver o impacto, e os dedos se fecham sobre ela;
O peso é transferido, da frente para trás.
	Estágio Inicial
	Estágio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Rebater
Este padrão fundamental caracteriza-se pela propulsão de um objeto com uma parte do corpo ou com outro implemento. Vários problemas surgem para a organização do padrão fundamental. Um deles é a introdução de um novo elemento, que é o implemento utilizado para rebater. Assim, a criança tem que coordenar os segmentos do seu corpo mais o implemento. Caso o objeto, ao ser propulsionado, esteja estacionário, há o problema do posicionamento em relação a ele. Caso o objeto esteja em movimento, é necessário um rápido e preciso julgamento da trajetória do objeto, de maneira a iniciar. a resposta no tempo apropriado (Williams, 1983). 
Wickstrom (1983) afirmou que a maioria das habilidades de rebater envolve geralmente um movimento do braço à lateral num plano horizontal. No entanto, o primeiro estágio deste padrão se desenvolve do arremesso por cima. 
A progressão no desenvolvimento deste padrão partirá de uma ação no plano vertical, Passando progressivamente para planos oblíquos até chegar a um plano predominantemente horizontal (Wickstrom, 1983). 
Outras características da progressão são apresentadas: 
“Maior uso de um passo para frente, atrasando a ação do braço com o implemento. Este aspecto é de vital importância para o padrão maduro”;
Maior liberdade na oscilação, com um aumento na amplitude de movimento nas várias articulações;
Rotação do tronco e quadril mais definida e antecipada à ação dos braços (p. 176). 
As três tarefas de rebater, ou seja, o padrão de rebatida por cima, o padrão de rebatida lateral (plano horizontal) e o padrão de rebatida oblíqua (a tacada no golfe), demonstram similaridade de' desenvolvimento intertarefas, com domínio do padrão por cima, precedendo o domínio do padrão lateral e este precedendo o oblíquo (Wickstrom, 1975). 
A seqüência de desenvolvimento do padrão fundamental de rebater lateral foi dividida em três estágios, por Gallahue (1982):
Estágio inicial - O movimento dos braços é de trás para frente e os pés estão estacionários. O tronco não gira e fica de frente para a direção da bola arremessada. Os cotovelos ficam bem flexionados. A força para a rebatida é aplicada pela extensão das articulações no plano descendente.
Estágio elementar - O tronco gira para o lado em antecipação à. bola arremessada. O peso é transferido para o pé da frente antes do contato com a bola. Há uma rotação combinada do tronco e quadril e os cotovelos estão menos flexionados. A força para rebatida é aplicada pela extensão das articulações flexionadas, rotação do tronco e movimento para frente num plano oblíquo.
Estágio maduro- O tronco gira para o lado em antecipação à bola arremessada e o peso é,transferido para o pé de trás; o quadril gira e a transferência do peso é feita num padrão contralateral. A mudança do peso para frente ocorre com um amplo e completo arco num padrão horizontal. No contato com a bola, tem-se a transferência do peso para o pé da frente.
Williams (1983) afirmou que o padrão-lateral, maduro com uma bola, estacionária é dominado pela criança por volta dos cinco anos de idade, e apresenta as seguintes características:
Fase preparatória
Os pés estão separados aproximadamente numa largura igual à do ombro e num sentido antero-posterior;
O corpo está perpendicular à linha de vôo da bola; 
O tronco gira para trás e o peso é transferido para o pé de trás;
O cotovelo é mantido acima e a frente do corpo, com o implemento mantido acima e atrás dos ombros
Ação
O tronco gira em direção à linha da rebatida intencionada, com o quadril iniciando o giro; - o peso é transferido para frente, em direção à rebatida; 
Os braços oscilam para fora e para longe;
Os movimentos continuam depois do contato.
	Estágio Inicial
	Estagio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
Habilidade Quicar
Esta é uma habilidade na qual, para ter sucesso, a criança deve tocar a bola em seu centro de massa, com as mãos indo de encontro a ela, após a mesma voltar de seu contato com o solo. 
Espenschade e Eckert (1980) afirmaram que, a origem deste padrão é a queda casual ou deliberada da bola, levando ao quicar.
Wickstrom (1983) apresenta as seguintes características do nível mais rudimentar de desenvolvimento:
“Os dedos das mãos, que têm contato com a bola, estão juntos e freqüentemente hiperestendidos”;
A ação do pulso fixo faz parecer que a criança está dando uma bofetada na bola;
A limitada extensão do cotovelo é seguida por uma rápida retração da mão de contato;
A coordenação olho-mão é pobre, resultando em uma variação no tipo de contato, na direção da batida, e,no ritmo de contato (p. 231).
	A relação entre tamanho da bola e tamanho da mão é importante para o desenvolvimento do padrão fundamental de movimento de quicar. Segundo Espenschade e Eckert (1980), uma bola pequena pode ser quicada a uma distância de 30 a 90 cm aproximadamente aos 27 meses de idade, e esta distância pode ser aumentada para 120 a 150 cm por volta de 40 meses. O padrão fundamental de quicar com uma bola grande pode ser dominado, primeiro, com ambas as mãos, com o quicar numa distância de 120 a 150 cm por volta dos 46 meses. Quicar uma bola grande com uma das mãos apresenta, como problema, o controle de bola e a necessidade de força suficiente. Estas dificuldades serão superadas por volta dos 71 meses de idade. Embora o quicar com as duas mãos possa aparentemente oferecer vantagens pela maior superfície de contato, alguns problemas surgem, como o posicionamento do corpo em relação à bola e o controle preciso e sincronizado de ambas as mãos no contato com a mesma. Isto levará, segundo Espenschade e Eckert (1980), à tendência de utilizar o padrão com apenas uma mão. A seqüência de desenvolvimento do padrão fundamental de quicar foi dividida em três estágios, por Gallahue (1982): 
Estágio inicial - A bola é controlada com ambas as mãos, que se mantêm ao lado dela, com as palmas voltadas de frente uma para a outra. Há uma ação de bater na descendente com ambos os braços. A bola toca o solo bem próximo ao corpo, podendo tocar os pés. Também há uma grande variação na altura do salto da bola e um padrão repetido de quicar e pegar. 
Estágio elementar - A bola é controlada com ambas as mãos, uma em cima e a outra mais em baixo, para iniciar a ação; há uma leve inclinação à frente, com a bola elevada ao nível do peito. A batida descendente é feita com a mão mais em cima, mas com força inconsistente. A mão bate na bola, como se estivesse lhe dando uma bofetada, onde o pulso é flexionado e estendido, com a palma da mão tocando a bola em cada quicar. A criança mantém os olhos na bola, com muitas limitações no controle.
Estágio maduro - Os pés são posicionados numa passada estreita, com o pé da frente opondo-se à mão que toca a bola, e com leve inclinação do tronco para frente. A bola eleva-se à altura da cintura e é empurrada ao solo com extensão do braço, pulso e dedos. A forma mais madura do padrão apresenta segundo Williams (1983), as seguintes características:
“Há flexão ao nível do joelho, quadril e abdômen”;
A bola é contatada com os dedos abertos;
A bola é empurrada para o solo com a extensão do cotovelo;
A altura da bola, no quicar, atinge aproximadamente a do abdômen;
Os olhos focalizam as mãos e a bola. 
	Estágio Inicial
	Estagio Elementar
	Estágio Maduro
	
	
	
MOVIMENTOS ESPECILIALIZADOS
Esta fase é o resultado da fase de movimentos fundamentais. Na fase dos movimentos especializados as habilidades locomotoras, manipulativas e estabilizadoras são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para uso em situações cada vez mais exigentes.
O aparecimento e a ampliação do desenvolvimento de habilidades na fase de movimentos especializados dependem de muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais, como por exemplo: tempo de reação, velocidade de movimento, coordenação, altura, peso, hábitos, pressão do grupo social, etc.
Um movimento especializado exige capacidade de executar uma ação complexa ou uma forma motora com alto grau de eficiência, combina vários elementos de movimentos e incorpora todos os fatores relativos ao desenvolvimento motor previamente aprendido.
São classificadas nesse nível de desenvolvimento motor as habilidades relativas aos desportos e dança. É possível que crianças em idade pré-escolar estejam aptas a atingir esse nível, encontraremos exemplos disso nos nadadores infantis de idade pré-escolar. Uma criança nesta faixa etária pode ter o domínio máximo de uma habilidade, porém se ela apresentar um alto nível de desenvolvimento motor básico nos quatro níveis do domínio motor pode, entretanto, estar sujeita a ser destituída da maturidade total do comportamento motor em habilidades complexas, quando solicitada.
Os movimentos especializados se dividem em 3 estágios:
Estágio Transitório (dos 7 aos 10 anos) - começa a combinar e aplicar as habilidades motoras fundamentais para a performance de habilidades relacionadas ao esporte em ambientes recreacionais. Esse estágio contém os mesmos elementos que os movimentos fundamentais, mas com forma, precisão e controle maiores. São aplicações dos movimentos fundamentais em formas mais específicas e mais complexas. Ex: jogos, brincadeiras ou situações da vida diária.
Estágio de Aplicação (dos 11 aos 13 anos) – acontece um aumento da habilidade cognitiva e as experiências ampliadas tornam o indivíduo capaz de tomar decisões sobre fatores inerentes à tarefa, a ela mesma e ao ambiente para participar de tarefas cada vez mais complexas. Nesse estágio os indivíduos começam a buscar ou a evitar a participação em atividades específicas. Há uma ênfase crescente na forma, habilidade, precisão e nos aspectos quantitativos de desempenho motor. Essa é a época para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos mais difíceis, atividades de liderança e esportes selecionados. 
Estágio de Utilização Permanente – (14 anos e acima). A especialização representa o ápice do processo de desenvolvimento e é caracterizada pelo uso do repertório de movimentos adquiridos pelo indivíduo por toda a vida. Fatores como tempo disponível, dinheiro, equipamento, instalações e limitações físicas e mentais afetam esse estágio.
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