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Da Prova Testemunhal no Processo Civil e No Processo do Trabalho

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Da Prova Testemunhal no Processo Civil e No Processo do Trabalho: Sua Existência e Suas Diferenças
Arian Moreira Nunes, Bruno Dantas Bezerra
Resumo: Esse trabalho tem como foco a análise comparativa do processo do trabalho e do processo civil, no âmbito da produção da prova testemunhal, descrevendo as principais características da formulação da prova testemunhal em cada uma das duas esferas do direito. Inclui, breve estudo teórico da prova testemunhal no processo civil, inserindo considerações acerca dos sujeitos que podem testemunhar, assim como dos direitos e deveres das testemunhas, para ao fim, tecer comentários sobre a produção da prova testemunhal. Aborda ainda, as testemunhas no processo do trabalho, comentando sobre os sujeitos que podem testemunhar, assim como as obrigações de cada testemunha. Para que em seguida, seja possível fazermos uma comparação a respeito da prova testemunhal nos dois campos do direito. E é com base nesse substrato, que no final faremos uma ligeira apresentação das principais diferenças, observados depois da comparação feita no início do trabalho.
Palavras-chave: Prova Testemunhal; Processo Civil; Processo do Trabalho;
Sumário: Introdução, 2 Prova Testemunhal no Processo Civil, 3 Prova Testemunhal no Processo do Trabalho, 4 Prova Testemunhal Processo Civil X Processo do Trabalho, Conclusões, Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO
O conceito de prova não compreende a um tema pacífico na doutrina, tendo em vista que existe um leque de sentidos para o termo prova. Levando em consideração o entendimento doutrinário majoritário, entendemos como prova o instrumento pelo qual torna possível a comprovação das alegações feitas pelas partes do processo.
Ademais, podemos ainda, analisar as provas como sendo os meios ou elementos que contribuem para a formação do entendimento do juiz a respeito da existência de determinados fatos.
Utilizando de uma breve busca histórica, temos que prova deriva do latim probatio, que significa prova, ensaio, verificação, inspeção, exame, argumento, razão, aprovação, confirmação. Este com certeza é o nosso ponto de partida para a análise das provas, mas especificadamente a prova testemunhal.
Os objetos da prova são os fatos pertinentes e relevantes ao processo, em outras palavras, são aqueles fatos que influenciarão na decisão final. Desde já faz-se necessário ter em mente, que os fatos notórios, aqueles fatos que são de conhecimento geral, não estão sujeitos à provas, assim como os fatos que possuem presunção de legalidade.
PROVA TESTEMUNHAL NO PROCESSO CIVIL
A prova testemunhal é toda prova produzida sob a forma oral, necessitando ser entendida de forma lato sensu. Nesse grupo, além da prova testemunhal propriamente dita, também incluem-se nesse grupo o depoimento pessoal, o interrogatório e o depoimento do perito em audiência de instrução. Neste Artigo será tratado a prova testemunhal propriamente dita, sendo todas as outras que compõem o mesmo grupo tratadas em um momento posterior. 
Tradicionalmente, a testemunha é aquele determinado indivíduo que viu o fato, entretanto sem afastar os outros sentidos humanos, como o olfato, a audição, o tato ou o paladar. Tendo como exemplo ilustrativo, um indivíduo que sentiu um forte odor que faria presumir um vazamento de gás, mesmo que nada tenha visto.
Dentre o grupo de testemunhas podemos dividi-las inicialmente entre testemunhas presenciais e testemunhas de referência. A testemunha presencial é aquela que presenciou o fato, já a testemunha de referência é aquela que não presenciou o fato, mas tomou conhecimento dele por informações, vale salientar que nesses casos o testemunho compreende a um mero indício.
A prova testemunhal acontece de maneira que o terceiro dará a sua versão ao juiz, de como percebeu o fato. Naturalmente as testemunhas podem desvirtuar o conteúdo das declarações testemunhais, seja pela perda de memória, pela falsa percepção de como os fatos se desenrolaram, pela incapacidade de reproduzir o fato, ou resultado de má-fé de testemunha já preparada.
Explica José Augusto Rodrigues Pinto:[1: Pinto, Processo Trabalhista de Conhecimento, p.396]
Dependendo o registro do fato pela testemunha de seus sentidos, sobretudo da visão, sujeita-se às distorções provenientes da capacidade de percepção e memória, à pressão dos sentimentos e do interesse e, como síntese de todos os fatores, da condição sociocultural do indivíduo.
As circunstâncias descritas anteriormente levaram a prova testemunhal a ser vista como não confiável. Mesmo que esta seja o meio de prova mais antigo, o preconceito com a prova testemunhal perdura nos dias atuais, entretanto mesmo desacreditada ninguém duvida da importância desse meio de prova.
Entretanto, retrata Ísis Almeida:[2: Almeida, Manual de Direito Processual do Trabalho, p. 193]
Tem-se de lidar com a memória, antes de tudo, da pessoa da testemunha, com a sua honestidade, com a sua integridade psíquica, ou seja, com o equilíbrio, a normalidade e a experiência, nos seus processos mentais.
Segundo o art. 400 do CPC:
“Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.”
Mostra os incisos do artigo acima citado, as primeiras exceções à admissibilidade da prova testemunhal, o primeiro inciso veda a inquirição de testemunha sobre fatos já confessados pela parte ou provados por documento. Levando em consideração o art. 348 do CPC, a parte confessa quando confirma a veracidade de fato que lhe é desfavorável processualmente em relação à outra parte.
Já o segundo inciso diz ser inadmissível a prova testemunhal que só pr documento ou por exame pericial puderem ser provados. São casos em que a prova testemunhal se apresenta como inadequada. As restrições trazidas por este artigo, reverenciam o princípio da efetividade e caminham em favor do princípio da duração razoável do processo, tendo em vista que eliminam a produção de prova inútil.
Em regra, qualquer terceiro pode testemunhar, entretanto são incapazes de prestar depoimento o interdito por demência, o acometido de doença ou debilidade mental que o impossibilite de ter o discernimento necessário e/ou a devida percepção sobre os fatos, o menor de 16 anos, o cego e surdo, quando a ciência dos fatos depender dos sentidos que lhes faltam. Vale salientar que, levando em consideração entendimento de parcela majoritária da doutrina, os menores de 16 anos podem ser ouvidos como informantes.
São impedidos de depor como testemunhas o cônjuge, ascendente e descendente em qualquer grau, ou colateral até o terceiro grau de qualquer das partes, por consanguinidade ou afinidade. Também são impedidos de depor as partes na causa e o sujeito que intervém em nome de uma parte, temos como exemplo o tutor na causa de um menor.
É sabido que além do dever de comparecer e depor, a testemunha tem a obrigação de dizer a verdade, tendo em vista que um depoimento fundado em inverdades de nada adiantaria. Em razão dessa obrigação, a testemunha será avisada pelo magistrado antes do início da audiência , que a ação de mentir em audiência constitui o crime de falso testemunho.
Necessário observar que os informantes também serão avisados, mesmo tendo a obrigação de dizer a verdade, sua mentira não acarretará crime.
Como regra geral, a prova testemunhal será realizada na audiência de instrução e julgamento, excepcionalmente nas hipóteses previstas no CPC. Uma das exceções são aquelas testemunhas que prestam depoimento antecipadamente, na maioria dos casos de produção antecipada de provas existe a possibilidade de perda da prova se a produção não for feita o mais rápido possível, mesmo que o colhimento do depoimento seja antecipado será feito em audiência.
Quando as testemunhas residirem em outra comarca ou em outra seção judiciária, não será necessário estas se deslocarem, tendo em vista que poderão ser ouvidaspor carta precatória. Já nos casos em que as testemunhas residem fora do país, estas serão ouvidas por carta rogatória. Logo temos outra situação que a testemunha não irá depor na audiência de instrução e julgamento, a testemunha será inquirida por carta.
Quando as testemunhas devido à doença ou outro motivo relevante estejam impossibilitadas de comparecer em juízo, caberá ao juiz designar o dia, hora e lugar para inquiri-las. Estas serão ouvidas onde for possível, com dados do encontro previamente agendados.
O rol de testemunhas descrito no artigo 411 do CPC, também não serão ouvidas na audiência de instrução e julgamento, mas sim em suas respectivas residências.
Temos no rol do artigo 411 do CPC, o Presidente e o Vice-Presidente da República, o Presidente do Senado e da Câmara dos Deputados, como também os Ministros de Estado. Os Ministros do STF, STJ, STM, TSE, TST, e do TCU também serão ouvidos em suas residências ou onde exercem suas funções.
Seguindo ainda, o rol das testemunhas do artigo 411 do CPC, que não irão depor na audiência de instrução e julgamento, ainda consta o Procurador-Geral da República, os Senadores e Deputados Federais, os Governadores dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal e Deputados Estaduais. Mas também os Desembargadores do TJ, os juízes dos Tribunais de Alçada, os juízes dos TRTs e TREs, e os Conselheiros dos Tribunais de Contas do Estado e do Distrito Federal. E por fim, o embaixador de país que concede idêntica prerrogativa ao agente diplomático do Brasil.
Vale ressaltar que o juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte, que a arrolou como testemunha.
Mas voltando a regra geral, existe uma fase preparatória na produção da prova testemunhal, para que as partes interessadas possam arrolar as testemunhas. Segundo o CPC, poderá cada parte oferecer no máximo dez testemunhas.
A necessidade de arrolamento prévio do rol de testemunhas justifica-se pelo fato de preservar o princípio do contraditório, permitindo que a parte contrária tenha o conhecimento antecipado de quais as testemunhas que serão ouvidas na audiência.
Depois de apresentado o rol de testemunhas, a parte só poderá substituir uma das testemunhas na hipótese de falecimento, quando não estiver a testemunha em condições de depor devido a enfermidade ou quando a testemunha tenha mudado de residência, e não foi possível localizá-la nem pelo oficial de justiça nem tampouco pelo correio.
Ressaltando que as testemunhas arroladas pelo autor serão ouvidas antes das arroladas pela parte requerida. Existe algumas correntes doutrinárias que entendem que esta ordem deve ser invertida quando existir a inversão do ônus da prova. Sobre o tema diverge Daniel Amorim Assumpção Neves:[3: Neves, Manual de Direito Processual Civil, p.532]
“Não entendo correta essa inversão porque nada no sistema corrobora tal entendimento, devendo-se lembrar que o ônus da prova é regra de julgamento e que, em razão do princípio da comunhão das provas, não será utilizado na hipótese de produção da prova, independentemente do responsável por sua produção.” (NEVES, 2015, p. 532)
Quanto aos depoimentos das testemunhas, ainda pode existir a divergência entre eles. Nesse caso o juiz se utilizará da acareação, que consiste em colocar as testemunhas face a face com o intuito de esclarecer algumas divergências presentes em suas declarações.
PROVA TESTEMUNHAL NO PROCESSO DO TRABALHO
No processo do trabalho, como no processo civil, prevalece o livre convencimento na apreciação da prova, chamado também de persuasão racional da prova. Logo, o juiz estará livre para apreciar a prova, entretanto deverá indicar na sentença quais foram os motivos que levaram a chegar a determinada conclusão.
A prova tem natureza processual, já que é apresentada no processo, como também é forma de mostrar os negócios jurídicos praticados pelas partes. Portanto, sua natureza é mista, pois a prova pode ser feita extrajudicialmente.
Segundo Amauri Mascaro Nascimento:[4: Nascimento, Curso de Direito Processual do Trabalho, p.225]
A avaliação da prova comporta dois momentos que se completam: o primeiro é o conhecimento, pelo qual opera-se a representação mental do objeto do mundo exterior na subjetividade do intérprete, através dos meios de percepção do sujeito; o segundo é o juízo de valor formulado a respeito desse objeto representado na mente do sujeito. Esta última etapa nada mais é que um juízo crítico de conjunto sobre o significado da prova.
Não existindo acordo entre as partes, começará a fase de instrução do processo, todos os meios legais, como também os moralmente legítimos, ainda que não descritos no CPC, são legítimos para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa.
Os meios de prova para a instrução do processo são as espécies de provas que serão produzidas em juízo. Logo, são meios de prova o depoimento pessoal das partes, as testemunhas, os documentos, as perícias e a inspeção judicial. 
A testemunha, é um terceiro em relação à lide que vem prestar depoimento em juízo, tendo em vista possuir conhecimento dos fatos narrados pelas partes. A prova testemunhal, em regra, sempre será admissível, excepcionalmente quando a lei dispor de modo diverso.
No processo do trabalho, a prova testemunhal, na maioria das vezes, é a única forma de as partes provarem suas alegações. Como é o caso do reclamante que não tem acesso aos documentos da empresa. Por outro lado, a prova testemunhal é a pior prova que existe, tendo em vista que esta é a mais insegura, portanto a mais duvidosa.
Existem diversos casos em que a testemunha não captou corretamente os fatos, outros momentos não os reteve na memória, ou até mesmo seja efetivamente parcial.
De acordo com Francisco Augusto das Neves e Castro:[5: Castro, Teoria das provas e suas aplicações aos atos civis, p. 466]
O valor da prova testemunhal depende, em regra, do prudente arbítrio do julgador, que deve apreciá-la em conformidade com o conhecimento que as testemunhas mostrarem ter dos fatos, com a fé que merecem pelo seu estado, vida e costumes, ou interesse que possam ter ou não ter na questão, ou, finalmente, pelo seu parentesco ou relações com as partes.
Tendo como base o CPC, o juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre os fatos já provados por documento ou confissão da parte, como também sobre aqueles fatos que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Em contrapartida, a parte poderá fazer prova por testemunhas nos contratos simulados, para demonstrar a divergência entre a vontade real e a vontade declarada. Assim como nos contratos em geral, dos vícios de consentimento. É o que ocorre em relação aos descontos autorizados pelo empregado, para mostrar que foram viciados (de acordo com a Súmula 342 do TST).
No caso de o juiz da causa ser arrolado como testemunha, se este tiver conhecimento dos fatos que possam influir na decisão, irá se declarar impedido. Por outro lado, se nada souber, mandará excluir seu nome do rol de testemunhas.
Tomando como base o artigo 829 da CLT, não poderá ser testemunha o indivíduo que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, valendo seu depoimento como uma mera informação. Essa regra é complementada pelo artigo 405 do CPC, já que não podem ser testemunhas os incapazes, os impedidos e os suspeitos.
Aquela testemunha que for parente até terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, deverá ser ouvida como um simples informante, tendo em vista que não deve seu depoimento ser dispensado
No processo do trabalho, o número máximo de testemunhas que cada parte poderá ouvir em juízo será de três, de acordo com o artigo 821 da CLT. Vale salientar que não são 3 testemunhas para cada fato que se deseja provar, mas sim, 3 testemunhas para tudo aquilo que se deseja provar.
Segundo Carrion (1999, p. 635 apud MARTINS, 2014, p. 350):[6: CARRION, Valentin.Comentários à CLT, 1999. In: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Ed. Atlas, 2014. P. 350.]
“Nos dissídios individuais plúrimos, ou cumulação subjetiva de ações (art.842), os reclamantes que propuserem as ações conjuntamente renunciam a seu direito de ouvir três testemunhas para cada um deles. Se o juiz determina a unificação de várias reclamações, juntando aos autos e nada dizem os litisconsortes, renunciam igualmente àquele direito”.
Nos momentos em que o litisconsórcio é passivo, entende-se que cada um dos réus poderá ouvir até três testemunhas. No procedimento sumaríssimo em contrapartida, serão ouvidas duas testemunhas para cada parte.
Necessária uma maior atenção com relação ao rol de testemunhas, já que no processo do trabalho não existe essa possibilidade, tendo em vista que as testemunhas tem o dever de comparecer independentemente de intimação. Aquelas testemunhas que não comparecerem espontaneamente, serão intimadas, existindo a possibilidade de condução coercitiva.
Na maioria dos momentos, as testemunhas que são ouvidas primeiro são as do autor, e em seguida as do réu. Entretanto, nos casos em que o magistrado observar que existe maior ônus da prova da reclamada, poderá inverter a ordem da oitiva de testemunhas.
PROVA TESTEMUNHAL PROCESSO CIVIL X PROCESSO DO TRABALHO
A primeira diferença básica entre os dois liames do direito, é perceptível sem muitos esforços, o processo do trabalho predominantemente oral e o processo civil em contrapartida feito quase todo de forma escrita, se estreitam em um dos poucos momentos em que a área civil traz ao processo a oralidade, isto é, no momento da prova testemunhal.
A instrução processual, na fase processual de conhecimento, na Justiça do Trabalho, é sem sombra de dúvidas a mais esclarecedora para o magistrado. Neste momento são colhidas as provas necessárias para a elucidação da lide. E dentre o leque de meios de prova disponíveis, a testemunhal é a mais utilizada para provar os fatos descritos na inicial, além de ser o mais acessível para o reclamante, já que, na maioria das vezes não possui documentos suficientes que consigam provar o postulado.
Em vários momentos ao colher o depoimento da testemunha, a Justiça do Trabalho recorre ao processo civil, como exemplo temos os depoimentos das testemunhas que estão se conflitando. Nesse momento, ao julgador trabalhista é possível apelar ao dispositivo civil e proceder com a acareação das testemunhas conforme artigo 418, II, do Código de Processo Civil.
Em outros momentos, a justiça do trabalho se diferencia da justiça comum. As testemunhas comparecerão para depor em audiência independentemente de qualquer intimação ou mesmo notificação, logo cabe às partes o ônus de apresentar suas testemunhas.
O CPC em seu artigo 401 traz que a prova exclusivamente testemunhal só será admitida nos contratos em que o valor não exceda ao décuplo do salário mínimo, já que na lei trabalhista é admitido até mesmo o trabalho tácito, independentemente de seu valor pecuniário.
A prova testemunhal adquire mais força e importância, atingindo tamanhas proporções, mais no processo do trabalho do que nos demais tipos de processo, tendo em vista a hipossuficiência do empregado e da prevalência dos fatos sobre documentos. Elevando as informações das testemunhas ao patamar de essenciais para a formação da decisão do magistrado.
Distingue-se também da Justiça Comum, quando no processo do trabalho não poderão ser inquiridas mais de 3 testemunhas, salvo quando se tratar de um inquérito, quando o número de testemunhas poderá ser de até 6. No processo civil, as partes poderão apresentar até 10 testemunhas, salvo quando já tiverem apresentado 3 testemunhas para a prova de cada fato.
Por fim, temos a edição do TST, que modificou a Súmula nº 357, ao qual não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Tal fato, diferencia em léguas o processo do trabalho dos outros demais tipos de processo, já que nem o fato de já estar em conflito com o mesmo empregador torna a testemunha impedida de prestar informações em outro processo.
CONCLUSÕES
Por meio deste trabalho foi possível observar a importância da prova testemunhal, não só no processo do trabalho ou no processo civil, mas em todas as áreas do direito.
Observamos ainda que existe uma demasiada atenção da prova testemunhal no processo civil, já que esta pode ser facilmente adulterada. Interessante observar que alguns autores chegaram a tratar a prova testemunhal, como a prostituta das provas no processo civil.
Em contrapartida, quanto ao processo do trabalho, nos foi facultado analisar que a prova testemunhal continua sendo o meio de prova mais importante com o qual o empregado pode contar, no intuito de assegurar seus direitos através do Poder Judiciário, além de ser uma das poucas armas que podem fazer com que a justiça prevaleça nos conflitos de ordem trabalhista.
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
PINTO, José Augusto Rodrigues. Processo trabalhista de conhecimento. 5. Ed. São Paulo: Ltr, 2000.
ALMEIDA, Ísis. Manual de direito processual do trabalho. 10. Ed. Atual. E apl. São Paulo: Ltr, 2002. 
MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho / Sergio Pinto Martins. – 35. Ed. – São Paulo: Atlas, 2014.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil / Daniel Assumpção Neves. – 6. Ed. Ver., atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
CASTRO, Francisco Augusto das Neves e. Teoria das provas e suas aplicações aos atos civis. Campinas: Servanda, 2000.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 22. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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