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* **Embargo de obra nova Finalidade: impedir o prosseguimento da obra, que ainda esteja em andamento. Não é atribuída natureza possessória: não se refere ao direito de o possuidor defender a posse contra ataques de terceiros. Possuidor também é parte legítima para ingressar com ação. Ação de nunciação de obra nova artigos 934 a 940, do CPC ** CC: 1.299 e 1.301 (...) * Função: paralisação de obra construída sem obediência às normas do direito de vizinhança ou de construção. Artigo 1.229, CC. Natureza: cominatória. (pois determina que eu deixe de terminar a obra) Ação de dano infecto DIFERE da nunciação de obra nova Fundamento (dano infecto) - receio da ruína do prédio vizinho. Obra encerrada, que ameaça ruir. * Necessidade de OBRA NOVA (não concluída) Obra pode ser: edificação ou construção E modificações¹ que sejam realizadas. Circunstâncias: 1) Obra já iniciada; 2) Obra não concluída, SEQUER em vias de finalização. Momento para verificação do estado da obra: ajuizamento da ação ¹ demolições, reformas, plantações, extrações, escavações, aterros, desterros… Requisitos gerais * E se a obra já estiver concluída? Ingressa com ação de demolição “Se concluída, o caso não é mais de nunciação, mas de ação demolitória” (GRECO FILHO, Vicente. 1997, v. 3, p. 226) * Requisitos específicos: Artigo 934, I, CPC - obra nova em imóvel vizinho: Legitimidade ativa: proprietário ou possuidor (direto/indireto; justo/injusto; boa/má-fé) Legitimidade passiva: dono da obra, pessoa que determinou a construção. Se vários donos: citação de todos (litisconsórcio necessário) Hipóteses de ajuizamento da ação: art. 934, CPC * Fundamento: obra deve trazer dano ao IMÓVEL VIZINHO. Dano presente (já existe) ou potencial (que está na iminência de acontecer) Dano deve ser injusto relações de vizinhança exigem tolerância. “Não é qualquer inconveniente relacionado com a construção em imóvel contíguo que lesa direito e autoriza o embargo. Ainda que o prédio sofra algum prejuízo no tocante à ventilação e à vista, o proprietário não pode, só por isso, sem que haja apurado a infração de disposição legal, impedir que o vizinho realize a obra (RT 664:129) Artigo 1.277 e 1.299, ambos do CC * O que é considerado imóvel vizinho? (extremante) Imóveis suficientemente próximos (e não necessariamente contíguos) e desde que a obra de um, repercuta na do outro. “Para fins de direito, o conceito de vizinhança abrange a sistemática de nosso Código Civil, não só nos prédios confinantes como os mais afastados, desde que sujeitos às consequências do uso nocivo das propriedades que o rodeiam” (RT, 505:74) * Há possibilidade de ajuizamento de ação de nunciação de obra nova para impedir edificação de obra que invada terreno alheio?? R.: se o A ocupar totalmente o terreno de B, este poderá ingressar com ação reivindicatória ou possessória; se A invadiu apenas um pedaço do terreno de B, este poderá ingressar com ação de nunciação de obra nova; * Artigo 573, Código Civil de 1916 O proprietário pode embargar a construção do prédio que invada a área do seu, ou sobre este deite goteiras, bem como a daquele, em que, a menos de metro e meio do seu, se abra janela, ou se faça eirado, terraço ou varanda. O Código Civil de 2002 não repetiu essa norma. O que fazer? * Se obra construída integralmente no terreno do vizinho: ação reivindicatória ou possessória Se obra construída em terreno próprio e invade o do vizinho: cabe nunciação hipótese do artigo 1.258, CC STF: decisões que permitem a conversão de nunciação de obra nova em perdas e danos (art. 461, §1º, CPC), quando o desfazimento da obra pudesse trazer mais prejuízo ao nunciado e desde que a invasão fosse pequena. * Artigo 934, II, CPC – alteração da coisa comum: Artigo 1.314, parágrafo único, CC Exigência: obra não acabada ou em vias de finalização. OBRA nova realizada em coisa COMUM *** consentimento unânime (em assembleia) dos condôminos, independentemente se condomínio pro diviso ou pro indiviso. Legitimidade: condomínio em edifício ação pode ser ajuizada pelo próprio condômino ou representado pelo síndico (basta um condômino) * Artigo 934, III, CPC – construção em desrespeito às normas: Fundamento: Respeito às normas legais e administrativas. Legitimidade (ativa): Do Município, Estado, União e do particular (divergência) STJ: “O particular também tem nunciação contra o vizinho, para impedir que este construa com inobservância das normas edilícias municipais (STJ, 4ª Turma, RESP 126.281-PB, rel. Min. Sálvio de Figueiredo) * Embargo extrajudicial: art. 935, CPC (determinação verbal, com duas testemunhas *melhor se fizer por escrito) Obras que se concluem em poucos dias. Precede de ajuizamento de ação. (mesmo fazendo embargo extrajudicial, depois de 3 dias devo ingressar com ação) Hipótese de autotutela: reservada para situações extremas. Antecipam para antes do ajuizamento da ação a tutela que só seria obtida depois da sentença. Não é mera advertência, é DETERMINAÇÃO para que a obra seja paralisada. Procedimentos * Forma: Interessado notifica VERBALMENTE o proprietário OU o construtor para que, de imediato, paralise a obra. Deve estar (o notificante) acompanhado de 2 testemunhas. Desnecessária a notificação por escrito, no entanto, É ACONSELHÁVEL. Se escrito: idem DUAS testemunhas. Se proprietário ausente: notifica construtora ou responsável. * Se notificada construtora, a legitimidade passiva (para o ingresso da ação), CONTINUA SENDO O PROPRIETÁRIO. Artigo 935, parágrafo único, CPC Prazo: começa a correr a partir do 1º dia útil seguinte ao da notificação. Se juiz verificar: ausência de URGÊNCIA; medida desnecessária; não observadas as formalidades legais o embargo NÃO será homologado. Juiz ouve as 2 testemunhas. * Se Juiz não homologa o embargo extrajudicial, PODE conceder o judicial. Ratificado o embargo: medida RETROAGE à data em que a notificação foi efetivada (art. 879, II, CPC). Se não ratificado e concedido judicialmente: medida vale A PARTIR DO EMBARGO JUDICIAL. Petição inicial: descrever de que forma a obra se encontrava (notificação) para que o Juiz verifique se ocorreu atentado (descumprimento da determinação da paralisação da obra). * Embargo judicial Petição inicial: art. 282, CPC + art. 936, CPC Competência: art. 95, CPC - foro da situação do imóvel (competência absoluta) Descrever com precisão qual obra pretende paralisar, que terreno está situada e quais os MOTIVOS pelos quais não deve prosseguir Valor da causa: benefício patrimonial pretendido, se cumulados pedidos: conteúdo econômico pretendido. Inaplicabilidade do art. 10, CPC (outorga uxória – autorização do cônjuge). * Requisitos do art. 936, CPC Apenas o 1º é INDISPENSÁVEL para que a ação seja qualificada como nunciação de obra nova (que a obra seja paralisada). NÃO EXISTE EMBARGO SE O AUTOR NÃO REQUERER A SUSPENÇÃO DA OBRA. * Da Liminar: Pode ser deferido o embargo de plano, DESDE QUE DEMONSTRADOS OS REQUISITOS. Se não demonstrados: audiência de justificação (art. 937, CPC) Citação do réu na AJ: não há dispositivo expresso no CPC. “A citação da nunciação de obra nova é para o nunciado contestar a ação (CPC 938). Mas convém que seja comunicada ao nunciado a realização da audiência de justificação prévia (CPC 937), em homenagem aos princípios da comunicação e da bilateralidade dos atos processuais”(STJ, 3ª Turma, RMS 171-GO, rel. Min. Gueiros Leite) * Da Liminar: Alguns doutrinadores dizem que: se não concedida a liminar, o processo é extinto pois prejudicado a parte inicial do caput do artigo 938, CPC (deferimento do embargo). Posicionamento contrário: pode o processo seguir pois existem outros pedidos a serem analisados. (art. 936, II, III) Ainda: o artigo 937 (CPC) FACULTA ao juiz conceder ou não liminarmente a suspensão da obra. Concedida a liminar segue o disposto no art. 938, CPC * Da citação do réu/prazo: a) Se réu NÃO citado para AJ: prazo de defesa flui A PARTIR DA CITAÇÃO EFETIVADA, com a juntada aos autos do MANDADO CUMPRIDO. b) Se réu citado para AJ: prazo de defesa flui DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL QUE APRECIOU A LIMINAR. * Quando houver embargo extrajudicial, após a ratificação, deve-se proceder na forma do artigo 938, CPC. Contra a decisão que concede ou não o embargo judicial, cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARTIGO 940, CPC (caução) O prosseguimento não decorre de revogação da liminar, mas de cautela tomada pelo juiz em face de danos que poderiam advir da paralisação. * Resposta do réu Hipóteses do Art. 297, CPC prazo de CINCO dias Reconvenção: postular ressarcimento pela paralisação da obra. Depois da resposta do réu: RITO das CAUTELARES (art. 803, CPC) * Modo de aquisição originária da propriedade ou de outros direitos reais decorrente da posse prolongada do tempo. Objeto: bens móveis ou imóveis. Possuidor tenha permanecido na coisa sem que o proprietário tenha reivindicado a posse/propriedade Posse prolongada, sem interrupções. Ação de usucapião de terras particulares artigos 941 a 945, do CPC ** CC: 1.238 a 1.244 * Requisitos gerais da ação de usucapião: (PROVA) * posse; * posse contínua e ininterrupta (prolongada e sem interrupções); * posse pacífica (entrei tranquilamente) e pública (é notório que a pessoa está ali): é preciso que tenha cessado a violência, clandestinidade ou precariedade; * animus domini. (vontade de ser dono/ânimo de ser dono) * Tem natureza declaratória. (vai declarar a alguém a propriedade) Sentença tem eficácia ex tunc (desde então, desde à época) RETROAGE para o instante em que preenchidos os requisitos. Também chamada de prescrição aquisitiva (perda do direito da propriedade para quem está titulado no registro de imóvel). Accessio temporis: falecendo o possuidor no curso do prazo (para declarar usucapião), seus sucessores podem SOMAR seu tempo de posse ao do falecido antecessor. * Podem ser usucapidos: bens móveis ou imóveis desde que sejam corpóreos, tangíveis e suscetíveis de apropriação. Possibilidade de usucapião de bens incorpóreos: Súmula 193 STJ. (linha telefônica) Não é permitida a usucapião de bens públicos e fora do comércio (inalienáveis e insuscetíveis de desapropriação). Usucapião de herança jacente e vacante: município torna-se proprietário ao final de CINCO anos. Se neste ínterim o possuidor completar o prazo, terá usucapido. * Pode-se usucapir imóvel com área inferior ao módulo rural? Não. O Estatuto da Terra tem por objetivo impedir a proliferação de minifúndios “Não se admite usucapião de imóvel rural de área inferior ao módulo”(RT 652:65; RJTJESP 90:335) * Espécies de usucapião. * * * * Procedimento: a) Usucapião extraordinária e ordinária de bens imóveis: artigos 941 a 945, CPC – rito comum b) Usucapião extraordinária e ordinária de bens móveis: rito ordinário ou sumário (valor da causa até 60 s.m.) c) Usucapião especial rural: rito sumário (art. 5º, da Lei nº 6.969/81) d) Usucapião especial urbana: rito sumário (art. 12 e ss., Estatuto da Cidade) * Competência: * Bens imóveis: foro de situação da coisa (art. 95, CPC) * Bens móveis: foro de domicílio do réu (art. 94, CPC) Legitimidade: - Ativa: É o possuidor (Usucapião imóvel: indispensável outorga uxória) - Passiva: Litisconsórcio necessário. Réu: pessoa que o imóvel estiver registrado Súmula 263, STF * Artigo 942, CPC (CITAÇÃO) * Confinantes (e cônjuges) Se confrontante União: competência da Justiça Federal Citação por edital de eventuais interessados. Artigo 943, CPC (INTIMAÇÃO) não integram o pólo passivo, são apenas intimados e não citados. DEVE ser intimado o representante do MINISTÉRIO PÚBLICO (usucapião de bens imóveis – repercute no registro de imóveis) * Petição inicial: a) artigo 282, CPC; b) dizer a data e a origem e características da posse; c) apresentar fatos que qualifiquem a posse animus domini; d) apresentar planta da imóvel (levantamento planimétrico); e) identificação completa do imóvel; f) pedido de citação dos réus; g) intimação das fazendas e MP (MP se bem imóvel); h) indicação das provas para demonstrar o alegado; i) valor da causa (valor de mercado do bem) * Resposta do réu (hipóteses do art. 297, CPC): Citados todos os réus, passa a fluir o prazo da contestação (art. 241, CPC) Observar artigos 188 e 191, CPC Reconvenção: proprietário quer reaver o imóvel. * Sentença: RECURSO APELAÇÃO (Duplo efeito) Natureza declaratória (declara uma situação jurídica pré-constituída que determina a modificação na matrícula do imóvel) e de eficácia ex tunc. A sentença será registrada, por mandado, no Cartório do Registro de Imóveis. Artigo 167, Lei nº 6.015/73: Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos: I – o registro: Omissis. 28) das sentenças declaratórias de usucapião [...] (grifo meu) * Súmula 237, STF: A usucapião pode ser arguida como matéria de defesa. “A usucapião, quando articulada como matéria de defesa, só pode ser deduzida utilmente na contestação e não posteriormente” (JTJ 198/157, 210/74; RTFR 120/192) “Dúvida não há sobre a possibilidade de arguição de usucapião como matéria de defesa. Todavia, nesse caso, o magistrado, acolhendo a arguição da defesa, não pode emitir julgado declarando a aquisição do domínio, mas, apenas, julgar improcedente o pedido de reivindicação” (STJ – RT – 760/214) * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *