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personalidade PRINCIPAIS CONCEITOS.

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UNIVERSIDADE CAMILO CASTELO BRANCO
Curso de Psicologia
NAIARA BAUM 
PERSONALIDADE PARA ADLER, JUNG E REICH, E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS.
São Paulo
2013. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	ALFRED ADLER	4
3.	CARL GUSTAV JUNG	5
4.	WILHELM REICH	7
5.	REFLEXÃO DAS IDEIAS DE SIGMUND FREUD	8
6.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS	9
 INTRODUÇÃO
Personalidade é o modo de ser do indivíduo. Com esta expressão estamos querendo dizer que a personalidade é uma construção formal sobre o indivíduo e que ela abstrai todos os seus conteúdos. A partir desse conceito, retornando ao indivíduo, verificamos que cada indivíduo tem a tendência de ser de uma determinada forma, que predomina sobre a sua história e sobre a sua atualidade. 
E observamos que essa tendência já se manifesta nos primeiros meses de vida e o acompanha por toda a sua vida. Ele pode mudar de convicções, de idéias, de crenças, de profissão, etc., pode realizar revoluções em sua vida, mas continuará sempre com o seu mesmo modo de ser, isto é, ele sempre fará tudo com as suas mesmas tendências. Daí concluirmos que a personalidade é inata e que ela não modifica a sua natureza no decorrer da existência. 
Esta conclusão conflita com quase tudo o que se tem escrito sobre a personalidade, especialmente aquilo que sofre influências interpretacionistas, segundo as quais é teoricamente possível transformar completamente o indivíduo, o que na prática jamais foi percebido. 
Não que o indivíduo não possa transformar-se, a é possível fazê-lo até radicalmente, mas ele continuará tendo o mesmo tipo de personalidade com que nasceu. Isto é, o mundo interno pode transformar-se de qualquer modo, mas as tendências básicas do indivíduo sempre se manterão imutáveis. Ele pode tornar-se um depressivo de um modo completamente diferente do que o fora, mas sempre será um depressivo. 
Evidentemente, o modo de ser do indivíduo, a sua forma, é preenchida com o seu conteúdo, que lhe dá a unidade e a característica de ser exclusivo e ímpar em relação a todos os demais seres humanos. 
As definições de personalidade refletem as diferentes teorias e a perspectiva que se tem em relação ao tópico num  determinado momento histórico. E este trabalho tem por objetivo definir as perspectivas de Alfred Adler; Carl Jung; Wilhelm Reiche refletir sobre a aproximação e o distanciamento desses teóricos em relação à ênfase atribuída que Sigmund Freud deu a personalidade.
ALFRED ADLER
Inferioridade e Compensação
Segundo a teoria de Adler, a sede de poder e notoriedade é o principal estímulo da atividade humana. Os complexos de inferioridade podem se traduzir em um comportamento de compensação. A pessoa tenta compensar sentimentos de inferioridade através de atitudes que o façam sobressair na sociedade.
O sentimento de inferioridade é uma consequência inevitável do tamanho da criança e da sua falta de poder, seja em comparação aos adultos, seja em comparação a outras crianças. O sentimento de inferioridade a as tentativas feitas para compensar tal complexo constitui uma força motivadora do comportamento humano. Busca por superioridade como compensação para sentimentos de inferioridade.
Muitas pessoas que sofrem deste complexo de inferioridade, por exemplo, se dedicam com entusiasmo às atividades físicas para compensar deficiências intelectuais; outros procuram ser famosos, compensando o sentimento diminuição e obscurantismo, e ainda há quem procura fazer-se gênio para compensar uma deficiência física, é uma constante busca por superação. Enfim, há sempre uma necessidade de compensação.
A pedra fundamental da teoria da personalidade de Adler é o conceito de passar de um sentimento de inferioridade para um sentimento de domínio. Assim, a pessoa pode até chegar ao crime, como recurso para melhorar de vida econômica, através do roubo, desfalques, assaltos, etc., para compensar sentimentos de inferioridade social. Pode ter, portanto, pela intenção e pelo resultado, uma reação positiva ou negativa.
As pessoas que inconscientemente se sentem incompetentes e inseguras, elegem um arranjo psíquico compensador. Para sobrevivência ou conforto emocional a pessoa “elege” seu papel de vida, o script de sua personagem social. Pessoas com um estilo de vida mimado, por exemplo, exigem mais dos outros, evitam responsabilidades pessoais e incriminam os outros por seus fracassos.
CARL GUSTAV JUNG
Tipos Psicológicos, Anima-Animus e Inconsciente Coletivo.
 A tipologia de Jung considera que, para nos orientarmos, temos que ter uma função que nos assegure do concreto que está aqui (sensação). Em seguida, uma segunda função que estabeleça o que é esse concreto percebido (pensamento), depois, uma terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado ou que valor isso tem (sentimento), finalmente, uma quarta função que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição). Entretanto, ninguém desenvolve igualmente bem todas as quatro funções. O Sentimento se opõe ao Pensamento e a Sensação se opõe à Intuição. 
Segundo essa caracterização de personalidade de Jung, teríamos 4 tipos psicológicos mistos: Reflexiva-Sensitiva (caso prevaleça o Pensamento em primeiro plano e a Sensação em segundo, sobre as outras duas bastante apagadas); Sensitiva-Reflexiva, Intuitiva-Sentimental e Sentimental-Intuitiva.Nosso tipo funcional indica nossas forças e fraquezas relativas e o estilo de atividade que tendemos a preferir. 
Anima ou Animus
 Jung postulou uma estrutura inconsciente que representa a parte sexual oposta de cada indivíduo; ele denomina tal estrutura de Anima no homem e Animus na mulher. Esta estrutura psíquica básica funciona como um ponto de convergência para todo material psíquico que não se adapta à autoimagem consciente de um indivíduo como homem ou mulher, portanto, na medida em que uma mulher define a si mesma em termos femininos, seu Animus vai incluir aquelas tendências e experiências dissociadas que ela definiu como masculinas, e todo homem carrega dentro de si a eterna imagem da mulher, esta imagem é uma marca ou Arquétipo de todas as experiências ancestrais do feminino, esta imagem é inconsciente, e sempre será projetada na pessoa amada.
De acordo com Jung, o pai de sexo oposto ao da criança é uma importante influência no desenvolvimento da Anima ou Animus, e todas as relações com o sexo oposto, incluindo os pais, são intensamente afetadas pela projeção das fantasias da Anima ou Animus. Este Arquétipo é um dos mais influentes reguladores do comportamento. Ele aparece em sonhos e fantasias como figuras do sexo oposto, e funciona como um mediador fundamental entre processos inconscientes e conscientes, ele é orientado basicamente para os processos internos, da mesma forma como a Persona é orientada para processos externos é a porta da criatividade na psique. 
Inconsciente Coletivo
Jung acredita que nascemos com uma herança também psicológica, que se soma à herança biológica. Ambas são determinantes essenciais do comportamento e da experiência do ser, e postula que a mente da criança já possui uma estrutura que molda e canaliza todo posterior desenvolvimento e interação com o ambiente.
O chamado Inconsciente Coletivo inclui materiais psíquicos que não provêm da experiência pessoal, ao contrário de alguns autores, como Skinner, os quais assumem implicitamente que todo desenvolvimento psicológico vem da experiência pessoal. O Inconsciente Coletivo é constituído não por aquisições individuais, mas por um patrimônio coletivo da espécie humana esse conteúdo coletivo é essencialmente o mesmo em qualquer lugar e em qualquer época, não varia de pessoa para pessoa, os conteúdos do Inconsciente Coletivo são chamados de Arquétipos, condições ou modelos prévios da formação psíquica em geral. Jung também chama os Arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes. Os mesmos temas podem serencontrados em sonhos e fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os Arquétipos, como elementos estruturais e formadores do inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo.
WILHELM REICH
A Psicologia Corporal é uma ciência que se dedica a estudar as manifestações comportamentais e energéticas da mente sobre o corpo e do corpo sobre a mente, tratando-as em seu conjunto e em sua relação funcional. Tem por objetivo reencontrar a capacidade do ser humano em regular a sua própria energia e, por consequência, seus pensamentos e emoções. Suas raízes encontram-se nos trabalhos desenvolvidos por Wilhelm Reich (1897-1957), médico austríaco que abandonou a técnica da psicanálise quando descobriu que o corpo contém a história de cada indivíduo e é por meio dele que devemos resgatar as emoções mais profundas restabelecendo a mobilidade biopsíquica através da anulação e/ou flexibilização da couraça caracterológica que é a soma total de todas as forças defensivas repressoras organizadas de forma mais ou menos coerente dentro do próprio ego e muscular. 
Reich não foi o primeiro cientista a reconhecer a fundamental importância dos meios não verbais de comunicação, mas foi o primeiro a buscar entender um mapa detalhado dos elaborados sistemas que são construídos pelos pacientes para se defenderem do estresse do mundo externo e dos impactos causados na mente e no corpo. Isso o levou a tirar o paciente do divã para sentar-se frente a frente com o terapeuta, o qual intervinha de forma ativa e direta sobre todos os processos patológicos do paciente, técnica denominada análise do caráter.
O caráter se forma com base nos bloqueios sofridos nas etapas do desenvolvimento psicoemocional que a criança atravessa desde o momento da fecundação e serão decisivas para a formação de seu caráter. A Couraça é o maior obstáculo ao crescimento segundo Reich, o indivíduo encouraçado seria incapaz de dissolver sua couraça e, portanto, seria incapaz de expressar as emoções biológicas primitivas e o Self é o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas.
Reich dava grande ênfase à importância de desenvolver uma livre expressão de sentimentos sexuais e emocionais dentro do relacionamento amoroso maduro e enfatizou a natureza essencialmente sexual das energias com as quais lidava e descobriu que a bioenergia no organismo individual não é nada mais do que um aspecto de uma energia universal, presente em todas as coisas e era bloqueada de forma mais intensa na área pélvica de seus pacientes e que a meta da terapia deveria ser a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção de plena capacidade para o orgasmo sexual. Ele derivou o termo energia "orgônica" a partir de organismo e orgasmo. Dizia que a Energia Orgônica cósmica funciona no organismo vivo como energia biológica específica. Assim sendo, governa o organismo total e se expressa nas emoções e nos movimentos puramente biofísicos dos órgãos.
REFLEXÃO DAS IDEIAS DE SIGMUND FREUD
Aproximação e distanciamento:
Freud tentou ordenar o "aparelho" psíquico propondo três componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego. A mais conhecida das ideias de Freud é talvez a ênfase colocada no papel desempenhado nos processos mentais pelo Inconsciente, a parte submersa e invisível do iceberg" que constitui a camada maior, e em muitos aspectos a mais poderosa da nossa mente. O inconsciente contém as nossas forças instintivas e as nossas vivências recalcadas, devidas em grande parte a experiências traumáticas da primeira infância, algumas das quais podem ter sido vividas conscientemente, enquanto outras se desenrolaram na sombra do inconsciente. Isto significa que, nos nossos pensamentos, emoções e ações, são comandados por forças em grande parte ocultas, que só podem ser chamadas à consciência quando muito, através de uma técnica especial, a psicanálise.
Jung; O seu sistema de psicologia analítica e sua teoria dos tipos psicológicos, e seus conceitos de introvertido e extrovertido, ocupa um lugar de prestígio. Mesmo depois das desavenças com Freud as ideias de Jung mantiveram muitos pontos de convergências e de discórdia relevantes. Jung criticou o que considerava ser exagerado peso que Freud dava ao instinto sexual. A sua teoria de que há um continuo entre extroversão e a introversão, constitui um ponto de partida para um conjunto de investigações sobre a base psicológica da repetição ou reincidência e o continuo extroversão-introversão é uma das dimensões básicas da personalidade para Jung.
Adler; Outro dos discípulos de Freud que posteriormente se veio a afastar dele notabilizou-se como fundador da escola de psicologia individual e como criador da ideia do complexo de inferioridade. Enquanto o sistema de Freud assentava fundamentalmente na ideia de sexo (no seu sentido mais amplo), o sistema de Adler apoia-se na vontade de poder, o sentimento originário de inferioridade e a consequente luta pela superioridade, o que já levou alguns autores a compará-lo à filosofia do poder de Friedrich Nietzsche, com o qual se considera, contudo ter poucos pontos em comum. Enquanto que Nietzsche se mostrou, sobretudo atraído pelo poder do super-homem, Adler, pelo contrário privilegiou a fraqueza humana comum e procura ver o lado racional dos fenómenos psicológicos, não tentando alcançar nada para além das determinações racionais e motivadas do comportamento humano enquanto que Freud dá um relevo considerado exagerado aos aspectos irracionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
ALLPORT GW. – “Personalidade”, EDUSP, 1973, SP.
J. Fadiman, R. Frager  -"Teorias da Personalidade" - Harbra – 1980.
DOROKHVA, E. – O Trabalho e a Personalidade, Livraria Bertrand,300 p.
Sites visitados
BALLONE GJ - Teoria da Personalidade, in. PsiqWeb, internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008. Acesso em: 07/09/2013.
VOLPI J.H - Análise Reichiana, in. Centro Reichian, internet, disponível em http://www.centroreichiano.com.br/. Acesso em: 07/09/2013.

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