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Curso de Português para INSS - Teoria e Exercícios

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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O INSS 
TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS 
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
AULA 1 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá! Tudo bem? Preparado para dar continuidade às nossas aulas? 
Conforme anunciei na aula demonstrativa, hoje a nossa tarefa é 
estudar o conteúdo discriminado no quadro abaixo: 
AULA CONTEÚDO 
1 
Texto 
Tipologia textual 
Compreensão e interpretação de textos 
 Coesão e coerência 
Interpretação dedutiva e indutiva 
 Paráfrase 
Significação contextual de palavras e expressões 
Figuras de linguagem 
A novidade fica por conta de algumas informações extraoficiais, 
que nos farão, por enquanto, focalizar também questões do Cespe. Foi isso 
mesmo que você entendeu: a partir desta aula nos concentraremos na Funrio 
e no Cespe. Não me faça, por enquanto, muitas perguntas sobre as tais 
informações extraoficiais; mas não as despreze. 
As questões apresentadas nesta aula encontram-se repetidas na 
última parte deste material, pois sempre há alunos que gostam de resolver 
tudo antes de ler os comentários. Caso você não seja um desses alunos, 
simplesmente não imprima a parte que mencionei (assim você economiza 
papel e tinta). 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
Texto injuntivo (instrucional) 
Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para 
predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e 
 
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simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura 
influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao 
receptor, é comum o uso de tu, você, nós, ou o nome da pessoa, além dos 
vocativos e imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que 
se dirigem diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho; 
leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito). 
Exemplos: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo) 
"Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente 
do indicativo) 
"Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo) 
Cuidados para evitar envenenamentos 
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora 
do alcance das crianças; 
Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 
4 e leia a bula antes de consumi-los; 
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção 
ao seu prazo de validade; 
7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar 
qualquer medicamento; 
Evite tomar remédio na frente de crianças; 
10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja 
trocas perigosas; 
Não utilize remédios sem orientação médica e com 
13 prazo de validade vencido; 
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; 
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Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação 
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; 
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados 
despertam a atenção e a curiosidade natural das 
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 
22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora 
do alcance dos pequenos. 
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 
1. (CESPE/MS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) O emprego do imperativo 
nas oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto 
narrativo. 
Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa 
como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à 
manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais 
empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo (“Não 
utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um aspecto coercitivo, a fim 
de que o resultado desejado seja obtido. O tipo de texto é injuntivo (ou 
instrucional). 
Resposta – Item errado. 
Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva) 
O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, 
não se faz a defesa de uma ideia. Encontrado em livros didáticos e 
paradidáticos (material complementar de ensino), enciclopédias, jornais, 
revistas (científicas, informativas, etc.). 
 
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1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. 
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou 
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles 
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo 
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma 
característica que as distingue das demais: elas são 
administradas por uma parceria entre o governo e uma 
19 associação formada por empresários da região. Os 
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas 
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é 
concedido bônus no salário. 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
2. (CESPE/STF/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) Predomina no fragmento o tipo 
textual narrativo ficcional. 
 
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Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos contam 
a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos conhecimento 
acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de educação daquele 
Estado. O texto é dissertativo expositivo. 
Resposta – Item errado. 
 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
 
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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré— Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
3. (CESPE/MTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Por suas características 
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. 
Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto 
informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de 
comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um 
assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um 
locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as 
informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este 
pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos 
propriamente ditos. 
Resposta – Item errado. 
 
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Texto narrativo 
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem 
em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. 
Note as características do tipo narrativo: 
1) O fato narrado pode ser real ou fictício. 
2) A descrição insere-se na narração, dada a importância de se 
caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que 
ela se desenvolve. 
3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que 
se envolve nos acontecimentos ao mesmo tempo em que conta o caso 
(uso dos pronomes nós, eu). 
4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de 
quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não 
participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)). 
5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar 
envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho 
impessoal e direto. 
6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos 
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os 
acontecimentos desencadeiam nos personagens. 
7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é 
essencial para o desenvolvimento da trama. 
8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora, 
uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback, 
é a memória do narrador). 
Trabalho escravo: 
longe de casa há muito mais de uma semana 
 
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1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação 
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel 
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil 
libertações de trabalhadores submetidos a condições 
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 
7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra 
Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações 
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de 
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para 
trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, 
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca 
teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba 
nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir 
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma 
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em 
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de 
R$ 5 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 
4. (CESPE/MTE/ADMINISTRADOR/2008) Empregam-se, no texto, alguns 
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais 
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. 
 
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Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se por 
meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos 
relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais 
relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto 
alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde, 
como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de 
trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do 
MTE. 
Resposta – Item certo. 
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar 
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões 
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão 
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, 
fracos ou simplesmente estúpidos. 
16 Tão antigas como o conceito são as receitas para 
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão 
19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; 
 
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terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 
22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de 
 decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
5. (CESPE/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem 
do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, 
pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo. 
Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja, 
puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional. 
No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou 
caracterizam o conceito de “groupthinking”. 
Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos 
narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No segundo 
parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia” e propõe 
categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por 
considerá-lo indesejável. 
Resposta – Item certo. 
Texto argumentativo(dissertação argumentativa) 
É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação
de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um 
ponto de vista, por meio da persuasão. 
6. (CESPE/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-9) 
sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico 
de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e 
 
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“patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e 
indesejável de groupthinking. 
Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o autor 
tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de vista 
sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem carga 
semântica negativa. 
Resposta – Item certo. 
Texto descritivo (“retrato” verbal) 
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um 
determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta 
elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”. 
Exemplo: Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o 
sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de 
sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma 
fisionomia calma, que mais parecia uma pintura. 
Desperte para as características desse tipo de texto: 
1) Predomínio de adjetivos. 
2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e 
visíveis; não há opinião do autor sobre o tema. 
3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o 
assunto. 
4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais 
como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo, etc. 
5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da 
pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta, 
generosa, etc. 
 
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6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a 
apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um 
determinado momento. 
7) Aqui, a matéria é o objeto. 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
É muito comum nas provas constarem itens que exigem 
conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos dedutivos 
e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se pretende com 
esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de assimilar e 
transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender, mas exigem 
atenção por parte dos candidatos. As instituições costumam fazer um “jogo de 
palavras” para tentar confundi-los. 
Coesão Coerência 
Articulação entre palavras e 
enunciados do texto. 
Manutenção da sequência lógica de 
argumentação. 
Elementos coesivos (advérbios, 
conjunções, preposições, pronomes 
etc.). 
Não deve haver contradições e 
mudanças bruscas no rumo do 
pensamento. 
Relação sintática. Relação semântica. 
Observe o exemplo abaixo. 
Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava 
fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como 
fui à rua e me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada 
porque ficaram todas congeladas. 
 
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Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem ligação 
entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações; enfim, são 
elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos. 
Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos 
sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto. 
Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de 
vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada. 
Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao texto 
é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica (SENTIDO) ou 
pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da sequência. Assim sendo, é 
possível admitir que a coerência é mais relevante do que a coesão para a 
construção de um texto, embora os dois fatores sejam características 
importantes de todo bom texto. 
Processos de coesão textual 
Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser 
interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em função da 
referência que estabelecem com outros itens. Um item referencial tomado 
isoladamente é vazio e significa apenas: procure a informação em outro lugar. 
Observem o exemplo seguinte: 
João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há 
outro que o supere. 
Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome 
“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância 
de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma 
anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora. 
 
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Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por 
meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a 
deturpação do sentido do texto. 
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora 
sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
 
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25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
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7. (CESPE/MTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Em “Porque ele não quer ir 
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” 
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à 
mesma pessoa. 
Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os 
candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque faziaalusão, 
provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da proximidade 
entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão. Portanto, 
prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele” retoma, de 
fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi dirigida. Mas o 
segundo emprego recupera “patrão”, personagem que aparece pela primeira 
vez na linha 6. 
Resposta – item errado. 
 
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1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos 
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta 
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve 
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os 
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o 
atendimento às demandas públicas da maior parte da 
população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 
10 formas de participação/representação. 
Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência 
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses 
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos 
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de 
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde 
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. 
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de 
todas as gerações ou ciclos possíveis. 
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. 
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 
8. (CESPE/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo 
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre 
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base 
da ideia de democracia. 
 
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Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que isso 
ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o 
debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de instrumentos de 
reflexão e o debate público” são fundamentais para que haja um governo 
democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos 
claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo pronome demonstrativo 
“isso”). 
Resposta – Item certo. 
9. (CESPE/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, 
na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e 
de concordância gramatical com o termo “democracia”. 
Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior, 
subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve” 
mantém relações de coesão e de concordância. 
Resposta – Item errado. 
10. (CESPE/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização 
dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de 
que as “demandas públicas da maior parte da população” (l.8-9) são 
escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10). 
Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um 
governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e 
procedimentos claros. 
Resposta – Item errado. 
 
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1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. (...) 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
11. (CESPE/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no 
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” 
(l.1). 
Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de uma 
pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, 
resistência ou rebeldia”. Quem se comporta dessa maneira? A pessoa 
controlada, representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa). 
Resposta – Item errado. 
Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva 
Dependendo da abordagem, a sua resposta será diferente. Antes 
de apresentar as possibilidades de interpretação e as características de uma e 
de outra, darei um simples exemplo para você entender melhor o assunto. 
Segunda-feira choveu; Paulo ficou em casa. Terça-feira choveu também; Paulo 
ficou em casa. Na quarta-feira, choveu de novo; Paulo novamente ficou em 
casa. Mais um dia de chuva na quinta-feira; Paulo outra vez permaneceu em 
casa. Sexta-feira choveu. 
Com base nas informações acima, podemos afirmar que Paulo ficou 
em casa na sexta-feira? Não! Ainda que Paulo tenha ficado em casa nos dias 
anteriores por causa da chuva, nada é falado sobre onde ele se encontrava na 
 
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sexta-feira, quando também choveu. No texto não há evidências de que Paulo 
permaneceu em sua residência naquele dia porque choveu. 
Mas e se a assertiva fosse diferente: Com base nas informações 
acima, infere-se que Paulo ficou em casa na sexta-feira? Sim! Levando-se em 
conta que Paulo normalmente fica em casa quando chove, é possível pensar 
que ele tenha ficado lá também na sexta-feira, já que também choveu naquele 
dia. As circunstâncias (ou indícios) nos levam a considerar essa hipótese 
também, mesmo que ela não seja confirmada no final das investigações. 
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
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Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora 
sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará.O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
12. (CESPE/MTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) O que faz de Eduardo Silva 
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o trabalhador 
optou por trabalhar sem receber a remuneração correspondente, 
conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para ficar e eu fiquei” (l. 
6-7). 
Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho 
que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou 
impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4) mesmo 
depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso o correu 
há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários trabalhadores (l. 4) 
que, ao que tudo indica, estavam em condições semelhantes à de Jacaré. 
 
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Resposta – item errado. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 
7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, 
de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si 
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. 
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos 
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo 
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou 
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
13. (CESPE/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do 
texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua 
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, 
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, 
quanto os que a ele resistem. 
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Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios 
elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “ 
“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas” (l 
1-2)”; 
“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo 
do poder (...), mas também ao seu caráter positivo” (l. 5-7); 
“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10); 
“Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos ou 
programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo” (l. 12-
15). 
Resposta – item certo. 
14. (CESPE/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o 
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas 
relações de opressão social. 
Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para 
sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro ao dizer 
que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se reportam 
apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou repressão, mas 
também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar” 
(l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as evidências do próprio texto. 
Resposta – item errado. 
Reescritura de Texto 
Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto 
original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para atualizar, reafirmar 
os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o 
 
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que já foi dito. E não apenas com outras palavras, mas também com outra 
estruturação sintática. 
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão 
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram 
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na 
hora de parafrasear o texto original. 
Celular recebe ligação e relâmpago 
Não é recomendável usar telefones celulares durante 
tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas 
elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente. 
Os especialistas relataram o caso de uma menina de 
15 anos que usava o telefone em um parque quando foi 
eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos 
permanentes à saúde. 
O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde 
pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim, 
poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse 
Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino 
 Unido. 
Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida 
pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele 
humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado 
flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um 
telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o 
flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos. 
Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações). 
 
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Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à 
correção gramatical. 
15. (CESPE/ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2006) Durante 
tempestades, médicos, recentemente, alertaram que eles não 
recomendam o uso de telefones celulares que, com raios e trovões, 
atraíam descargas elétricas. 
Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre 
os celulares que atraem descargas elétricas e os que não as atraem. Isso 
ocorre por causa da utilização indevida da oração subordinada adjetiva “que 
(...) atraíam descargas elétricas”, a qual restringe o significado semântico de 
“telefones celulares”. A ausência de vírgula que isole a citada oração e lhe 
confira devido valor semântico explicativo acarretou prejuízo ao texto. Os 
médicos não fizeram o alerta estando eles mesmos sob uma circunstância de 
chuva. Além disso, não está bem empregado o verbo atrair (“atraíam”: 
pretérito imperfeito do indicativo). Deve ele ser flexionado no presente do 
indicativo (“atraem”) para indicar uma ação permanente no momento do 
discurso. 
Resposta – item errado. 
16. (CESPE/ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2006) Os médicos 
mencionaram uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 
anos de idade, ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela 
não morreu, tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 
Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a 
informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações 
feitas: 
 “Os especialistas relataram o caso de...” 
 
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Os médicos mencionaram uma situação em que... 
 “A jovem sobreviveu...” 
 Ela não morreu... 
“...mas teve danos permanentes à saúde.” 
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 
Resposta – item correto. 
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro 
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é 
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às 
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 
7 conflitantes. 
(...) 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
17. ( ) Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, 
como o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se 
no meio de embates muito intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em 
um só período sintático — Uma nação se constrói no meio de 
embates —, o que preservaria a correção gramatical do texto, mas 
reduziria a intensidade de sua argumentação. 
Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência, mas 
realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da reiteração 
da estrutura aludida. 
Resposta: item certo. 
 
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SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES 
Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que, 
acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova, 
principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto. 
• Antônimos 
São palavras de sentido contrário. 
Ex.: velho – novo / bom – mau 
• Sinônimos 
São palavras de sentidos idênticos ou aproximados. 
Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro. 
Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana. 
• Polissemia 
É a propriedade de uma palavra apresentar sentidos diversos. 
Compare este par de enunciados: 
a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô. (fibra) 
b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste. (cabo de metal) 
• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia 
Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma 
impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar 
conta do trabalho. 
 
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Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado” 
apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo 
campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra 
“equipamento” possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras. 
Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado” 
são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, “equipamento” é um 
hiperônimo das outras palavras. 
• Denotação 
A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no 
seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; 
seu sentido é objetivo, explícito, constante. 
Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal) 
• Conotação 
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a 
inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, 
evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva. 
Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um 
sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. 
Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim 
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35) 
(...) 
22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter 
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O 
discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em 
 
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25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira 
tradicional, deixando as externalidades para a sociedade. 
E mais, não são apenas os grandes líderes do setor 
28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete 
recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores 
e jornalistas também não entenderam as oportunidades que 
31 estão surgindo a partir das transformações que estamos 
vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica 
pode reduzir aquecimento global, diz estudo”. 
(...) 
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). 
18. (CESPE/AGU/ADMINISTRADOR/2010) O trecho “a partir das” (l.31) 
poderia ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por 
um dos termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as. 
Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o efeito 
das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é corroborada 
pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção de causa (ou 
motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo sintático ou 
semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos reescrever a 
passagem e tirar a dúvida: 
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as 
oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que estamos 
vivendo.” 
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as 
oportunidades que estão surgindo em consequência das transformações que 
estamos vivendo.” 
 
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– ““...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as 
oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos 
vivendo.” 
Resposta – Item certo. 
19. (CESPE/AGU/ADMINISTRADOR/2010) Na linha 22, o deslocamento do 
vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” — 
ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, 
que passaria a significar também. 
Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se altera 
por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no texto 
original, é a seguinte: as empresas não estão preparadas para enfrentar as 
mudanças que estão em curso atualmente e também (ainda) parecem ter 
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. 
Resposta – Item errado. 
(...) 
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no 
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias 
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências 
37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro 
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais 
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de 
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios 
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais 
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis, 
43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para 
plantar. 
 
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 (...) 
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. 
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações). 
20. (CESPE/ANEEL/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2010)O termo 
“consequências deletérias” (l.36-37) significa resultados que não 
podem ser apagados, alterados. 
Comentário – Não adianta resmungar. Tem hora que o examinador abre o 
dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar 
uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que 
prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente, indica 
aquilo que corrompe, que é degradante. 
Resposta – Item errado. 
O avanço da publicidade na Internet 
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase 
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de 
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por 
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede. 
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado 
publicitário do país. 
Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 
21. (CESPE/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção 
gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento. 
Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é 
obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os períodos e 
os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição proposta não 
gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são sinônimos. O 
 
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problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em relação à 
articulação sintática entre os elementos que compõem o texto. Façamos a 
substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se deve à 
aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir 
acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição a 
exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao. 
Resposta – Item errado. 
 (...) 
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me 
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um 
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que 
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e 
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei 
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto 
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos 
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os 
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam 
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; 
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação 
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de 
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia 
universal. 
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 
22. (CESPE/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRADOR/2007) A palavra 
“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método. 
 
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Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo 
Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”. 
Resposta – Item errado. 
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do 
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter 
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em 
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão 
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de 
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma, 
mas se mantiveram nas províncias. 
10 Muitos defendem o federalismo, quando se 
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando 
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta 
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos 
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em 
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 
16 política. 
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
23. (CESPE/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRADOR/2007) A palavra 
“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de 
mobilizados. 
Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas, tolhido 
de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário (antônimo) ao do 
adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa, movimentar-se. Res-
posta – Item errado. 
 
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1 O poder político é produto de uma convenção, não 
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente 
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus 
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, 
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de 
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao 
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade 
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da 
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à 
preservação da propriedade. 
(...) 
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, 
ciência & vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 
24. (CESPE/ANATEL/NÍVEL SUPERIOR/2009) A organização do texto permite a 
substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem 
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção 
gramatical. 
Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para indicar 
relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência, mesmo 
significado que “convivência”. O substantivo “avesso”, que rege preposição “a”, 
passa a ser complementado por “a convivência” (substantivo feminino 
acompanhado de artigo definido feminino). Vamos unir tudo: “avesso a a 
convivência” = “avesso à convivência”. 
Resposta – Item certo. 
 
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25. (CESPE/ANATEL/NÍVEL SUPERIOR/2009) Na linha 3, a argumentação do 
texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, 
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de 
posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção 
gramatical do texto. 
Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de 
palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos de 
posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade 
decidem...”. A troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois 
desfaz-se a concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente. 
Além disso, a troca de posição fere a coerência porque passa a afirmar que o 
poder político surge em outra época, juntamente com os homens, ou seja, 
antes da organização deles em sociedade. Nas linhas 6 e 7, a autora faz 
distinção entre o tempo do surgimento do homem e o da sua organização em 
sociedade: “Mesmo antes do estado de sociedade, o homem não é um ente 
isolado”. Apesar de tudo, os termos estão empregados em sentido conotativo 
(a “sociedade” não nasce literalmente e “homens” não representa apenas 
seres do sexo masculino). 
Resposta – Item errado. 
(...) Tendo como principal propósito 
a 
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à 
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente 
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 
16 país explicitavamfirmemente a sua crença de que o 
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um 
sistema nacional de comunicações e de que o 
 
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19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial 
para o alargamento da base econômica do país. (...) 
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). 
26. (CESPE/DETRAN-DF/ANALISTA/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo 
empregada com o sentido de árduo, difícil. 
Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação 
contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir 
ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar algo 
árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial. Mas, 
no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo aconteça, 
ocorra, ou exista; é o mesmo que capital, essência, fundamental. 
Resposta – Item errado. 
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, 
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria 
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. 
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 
10 acordo. (...) 
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008. 
27. (CESPE/MRE–IRBR/BOLSAS-PRÊMIO/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) 
está sendo empregada com o sentido de sancionaram. 
Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar, 
ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro. 
Resposta – Item certo. 
A diferença na linguagem 
 
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1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na 
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos 
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” 
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso 
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de 
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no 
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do 
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido 
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à 
modulação da voz significa estar cego às modalidades do 
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da 
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas 
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição 
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre 
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que 
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos 
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à 
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 
22 essencialmente homogêneo. 
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 
28. (CESPE/MRE/IRBR/DIPLOMATA/2009) Com relação às ideias do texto 3, 
julgue (C ou E) o item a seguir. 
A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento” 
(l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação. 
 
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Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe 
recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio que 
não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom ficar 
atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao texto. 
Resposta – Item certo. 
29. (CESPE/MRE/IRBR/DIPLOMATA/2009 – adaptada) Com relação às ideias e 
aos aspectos gramaticais do texto, julgue o item abaixo. 
O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da 
visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto. 
Comentário – É o contrário! Pela afinidade de sentidos existente entre elas, 
as palavras do mesmo campo semântico contribuem com a coerência e a 
coesão do texto. 
Resposta – Item errado. 
Receita – 96:924$985 
1 No orçamento do ano passado houve supressão de 
várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto, 
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985. 
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas 
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que 
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam 
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados, 
escorchados, esbrugados pelos exatores. 
(...) 
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do 
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos. 
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51. 
 
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30. (CESPE/SEFAZ-AC/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2009) Considerando os 
sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo. 
A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora 
menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados, 
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8). 
Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo menos 
“perceber”) o significado das seguintes palavras: 
a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados; 
b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal 
corrupto tinha até uma lista dos comerciantes 
escorchados.); 
c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso 
esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem 
nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente; 
d) “exatores” – cobrador de impostos. 
Resposta – Item certo. 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
Inicialmente, quero dizer que o Cespe não cobra esse assunto. 
Por isso aqui você não encontrará nenhuma questão dessa banca sobre figuras 
de linguagem. Já a Funrio cobra isso muito pouco em suas provas. 
Figuras de linguagem (ou de estilo) são formas de expressar o 
pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de 
impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das 
palavras e da língua. Podem ser classificadas em: 
a) figuras de palavras (ou tropos = desvio, giro); 
b) figuras de construção (ou de sintaxe); 
 
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c) figuras de pensamento. 
FIGURAS DE PALAVRAS (OU TROPOS) 
• METONÍMIA 
Consiste em usar uma palavra por outra, por haver relação de 
sentidos entre ambas. Não se trata de vocábulos sinônimos, mas ocorre que 
uma palavra evoca a outra. Tem como base a contiguidade (e não a similar-
idade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, 
relativos. 
Exemplos: 
1. Adoro ler Shakespeare. (O famoso poeta inglês, morto há mais 
de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a 
sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare.) 
2. Depois da partida, o time bebeu vinte copos de água! (Ainda 
que os jogadores possam ter tido bastante sede, eles não tomaram os copos, 
mas a água que estava dentro deles). 
3. Ele é um bom garfo. (comilão, glutão)4. Aquele que quiser vir após mim deve tomar a sua cruz. 
(sofrimento) 
5. Ganharás o pão com o suor do teu rosto. (Pão, no caso, vale 
por toda a alimentação. Suor do rosto significa esforço, trabalho.) 
6. Luíza completou 15 primaveras ontem. (Não foram só 
primaveras, mas também verões, invernos e outonos, ou seja, "primavera" aí 
significam "anos".) 
• PERÍFRASE (ou antonomásia) 
 
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É a designação de uma pessoa não pelo seu nome, mas pelos 
atributos ou circunstâncias que a tornaram famosa: 
Exemplos: 
1. O poeta dos escravos, expressão usada para designar Castro 
Alves. 
2. Cidade Maravilhosa, modo de se referir ao Rio de Janeiro. 
• SINESTESIA (ou sinopsia) 
Transferência de percepções da esfera de um sentido para a de 
outro. 
Exemplos: 
1. Sua voz (audição) doce (paladar) e aveludada (tato) era uma 
carícia em meus ouvidos. 
2. Em seu olhar (visão) gelado (tato), percebi uma ponta de 
desprezo. 
• METÁFORA 
A mais famosa figura de linguagem, a metáfora é, assim como a 
metonímia, uma figura de palavras – isto é, o efeito se dá pelo jogo de 
palavras que se faz na frase. 
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto 
convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação 
(conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade 
(característica comum) existente entre as duas. 
Exemplos: 
 
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1. Buscava o coração do Brasil. (Ora, o Brasil não possui o órgão 
biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o 
âmago do país.) 
2. Achamos a chave do problema. (O problema não é nenhuma 
fechadura; mas, para resolvê-lo – ou abri-lo –, o elemento que se diz ter 
achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.) 
• COMPARAÇÃO 
Metáfora e comparação não se confundem. Nesta, os termos 
confrontados vêm ligados por conectivos. 
Exemplos: 
1. A criança é tal qual uma plantinha delicada. 
2. Hitler foi cruel como um monstro. 
• CATACRESE 
Tropo que consiste no emprego de termos com significação 
diferente da usual, por falta de termos próprios na língua. 
Exemplos: 
Cauda do avião; pé da mesa; boca da noite; dente de alho; 
embarcar no trem etc. 
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE) 
• ELIPSE 
Constitui-se na omissão de um ou mais termos que facilmente 
podem ser subentendidos no contexto. 
Exemplos: 
 
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1. Na cabeça, um lindo chapéu. (omissão da forma verbal havia) 
2. As mãos eram pequenas e os dedos, finos e delicados. 
(omitiu-se, na segunda oração, o verbo eram) 
Obs.: há um tipo especial de elipse conhecido por ZEUGMA, que consiste na 
omissão de um termo anteriormente expresso (como no exemplo 2). 
• PLEONASMO 
É a redundância intencional de palavras ou sentidos a fim 
de 
enfatizar o significado da informação. 
Exemplos: 
1. Vi com meus próprios olhos. 
2. A mim, resta-me o choro. 
Obs.: são condenáveis, por viciosos, pleonasmos como descer para baixo, 
entrar para dentro, sair para fora, subir para cima, ilha fluvial, nova criação, 
monocultura exclusiva etc. 
• POLISSÍNDETO 
É a repetição intencional da conjunção (normalmente o conectivo 
e). É um recurso eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações 
que se sucedem rapidamente. 
Exemplos: 
1. E corre, e pula, e brinca, e cai. 
2. “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” 
• ASSÍNDETO 
 
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Consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, 
conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações 
coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. 
Exemplos: 
1. "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as 
unhas" (Graciliano Ramos) 
2. Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, 
briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo. 
• INVERSÃO 
Alteração da ordem normal dos termos ou orações da frase. 
Exemplos: 
1. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana) 
2. Justo ela diz que é, mas eu não acho não. (Drummond) 
• ANACOLUTO 
Caracteriza-se pela mudança brusca do pensamento. Evidencia-se 
por meio do desrespeito às regras de sintaxe. Em geral, o termo sem nexo 
sintático é colocado no início da frase, para ser realçado. 
Exemplos: 
1. "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto." 
(Drummond) 
2. A rua onde moras, nela é que desejo morar. 
3. Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. (dito 
popular) 
• SILEPSE 
 
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Ocorre quando efetuamos a concordância não com os termos 
expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente. 
Exemplos: 
1. Vossa Excelência será informado sobre tudo. 
2. “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto) 
3. Todos somos brasileiros. 
• ONOMATOPEIA 
É a imitação de um som ou da voz natural dos seres com um 
fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, 
barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das 
onomatopeias. 
Exemplos: 
Aaai! – dor ou grito emoção; Ah! – grito; Ah!; Ah! Ah! – riso; 
Atchim! – espirro; Au Au – latido; Bang! – tiro; Buáá! – choro; Clap! clap! – 
palmas; Grrr! – grunhido; Miau! – miado; Nhec Nhec – rangido; Oops! upa! 
epa! – espanto; medo; surpresa; Tic-tac – relógio; Tchibum – mergulho; Zzz! 
– zumbido ou alguem dormindo; Splash – mergulho; Quack! Quack! – pato; 
Pling! – campainha. 
• ALITERAÇÃO (ou assonância) 
Consiste em repetir fonemas em um verso ou em uma frase, 
especialmente as sílabas tônicas. A assonância é largamente utilizada em 
poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em 
frases curtas. 
Exemplos: 
 
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1. Anule aliterações aliteralmente abusivas (manual de redação 
humorístico – assonância em A) 
2. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento 
(Carlos Drummond de Andrade – jassonância em O) 
• ANÁFORA 
Consiste em REPETIR a mesma palavra no princípio de várias 
frases; processo mediante o qual um termo da cadeia textual refere-se a outro 
termo anteriormente manifestado na mesma cadeia 
Exemplos: 
1. Amor é fogo que arde sem se ver, 
é ferida que dói e não se sente; 
é um contentamento descontente, 
é dor que desatina sem doer. (Camões) 
2. Nem tudo que ronca é porco, 
Nem tudo que berra é bode, 
Nem tudo que reluz é ouro, 
Nem tudo falar se pode. 
FIGURAS DE PENSAMENTO 
Nelas intervêm fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. 
• PROSOPOPEIA (ou personificação) 
Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos próprios do ser 
humano a seres inanimados. 
Exemplos: 
 
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1. "A Bomba atômica é triste / Coisa mais triste não há / Quandocai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais) 
2. A noite está triste. (A noite em si é neutra no que diz respeito 
a sentimentos. Somos nós que podemos lhe atribuir emoções.) 
3. O furacão rugia, expressando sua fúria. (Comparam-se aqui os 
sons do furacão aos rugidos de uma fera, bem como a sua intensidade à 
expressão de um sentimento humano ou animal, a fúria.) 
• HIPÉRBOLE 
É o exagero puro e simples. É uma deformação da verdade que 
visa a um efeito expressivo. 
Exemplos: 
1. Era louco por seu time. (Com isso, quer-se dizer que o sujeito 
gostava demasiadamente, amava seu time, a ponto de perder a razão.) 
2. Derramei rios de lágrimas por você. (Por mais que alguém 
chore, não formará sequer um riacho.) 
• ANTÍTESE 
É o uso de palavras ou expressões de sentidos opostos numa 
mesma construção. 
Exemplo: Às vezes, fazemos o mal, quando queremos fazer o bem. 
• PARADOXO 
Ocorre quando a conotação extrapola o senso comum, ou seja, a 
lógica. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do 
senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista 
psicológico/poético. 
 
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Exemplos: 
Antítese: "Eu sou velho, você é moço." 
Paradoxo: "Eu sou um velho moço." 
A diferença existencial entre antítese e paradoxo, é que antítese 
toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o 
paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários 
• EUFEMISMO 
É a suavização de uma ideia desagradável ou agressiva. 
Exemplo: O senhor está faltando com a verdade (ou seja, com todas 
as letras, está mentindo). 
• IRONIA 
Consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando 
entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que 
realmente pensamos. 
Exemplos: 
1. Fez um excelente serviço! Tão bom, que foi despedido. 
2. Há recessão e desemprego, mas tudo está sob controle de 
geniais economistas. 
• GRADAÇÃO 
Relacionada com a enumeração, é a exposição de determinadas 
ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente 
(anticlímax). 
Exemplos: 
 
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1. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para despertar 
suspeita. 
2. "Ó não guardes, que a madura idade 
te converta essa flor, essa beleza, 
em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada." 
Bem, a teoria necessária já foi estudada; algumas questões do 
Cespe já foram resolvidas. Então, chegou a hora de resolvermos questões da 
Funrio para entendermos como ela aborda os assuntos tratados nesta aula. 
Sinceramente, eu acho as questões da Funrio mais fáceis. Compare tudo e tire 
suas conclusões. 
TEXTO I 
Brasília, 1º/07/08 (MJ) – “Após a invasão de camelôs nas ruas brasileiras 
vendendo produtos falsos, agora esse tipo de mercado migra para a 
Internet, com potencial ofensivo muito maior. Verdadeiras redes estão se 
estruturando e há vinculação de várias delas com o crime organizado, 
como o tráfico de drogas e de armamentos”. A declaração é do 
presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Luiz Paulo 
Barreto, também secretário-executivo do Ministério da Justiça. 
Segundo o secretário, o trabalho da Polícia Federal na Operação I-
Commerce 2, que teve início nesta terça-feira (1º) é de fundamental 
importância, para acabar com o problema na raiz, antes que comece a se 
alastrar. Barreto informou que se trata de uma segunda fase da 
operação, que começou em 2006, em que a PF deu início à repressão da 
pirataria na Internet em 13 estados e no Distrito federal. 
 
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“A pessoas, por Download, estão comprando gato por lebre. Nossa ação 
é positiva, não apenas pelas prisões, mas principalmente pela 
desarticulação das quadrilhas, numa forte demonstração de que o 
Governo está atento, para não permitir que a Internet se torne um 
campo livre de práticas ilícitas”, disse o secretário. “Não há como punir o 
consumidor, mas devemos educar e alertar para os fins que o dinheiro 
da pirataria é utilizado, como o narcotráfico”. 
Luiz Paulo Barreto informou, ainda, que o a pirataria provoca uma 
redução de dois milhões de postos de trabalho no mercado formal. O 
Brasil, de acordo com o secretário, perde, por ano, R$ 30 bilhões em 
arrecadação de impostos. No mundo, a Interpol (Polícia Internacional) já 
considera a pirataria o crime do século, movimentando U$ 522 
bilhões/ano, bem mais do que o tráfico de entorpecentes, de U$ 360 
 bilhões/ano. 
(Disponível em: http://www.mj.gov.br, acesso: 16/08/2008) 
31. (FUNRIO/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/ADMINISTRAÇÃO/2008) Pode-se 
afirmar que o texto I é: 
A) lírico. 
B) narrativo. 
C) figurado. 
D) informativo. 
E) antitético. 
Comentário – O texto é predominantemente expositivo. Nele, sobressai a 
intenção de informar o leitor sobre a comercialização de produtos piratas na 
Internet, o importante trabalho que a Polícia Federal vem desenvolvendo para 
combater esse tipo de comércio ilícito e a cosequência danosa que essa 
atividade ilegal causa ao país. 
Resposta – D 
 
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32. (FUNRIO/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/ADMINISTRAÇÃO/2008) De acordo 
com o texto I, a Operação I-Commerce 2 objetiva: 
A) acabar com a pirataria na Internet. 
B) coibir a ação de camelôs nas ruas brasileiras. 
C) corrigir os rumos de uma operação anterior. 
D) identificar e punir os consumidores de pirataria. 
E) dar início à repressão da pirataria em 13 estados e no Distrito federal. 
Comentário – A Polícia Federal deu início à segunda fase da operação para 
acabar com a pirataria na Internet, esse é o propósito do trabalho da PF. 
Tome cuidado com a última alternativa, pois ela não 
caracteriza um objetivo a ser alcançado. A operação já foi iniciada; portanto 
isso já se concretizou. Um objetivo é algo pretendido, desejado; algo que 
ainda não foi alcançado. 
Resposta – A 
TEXTO II 
Trabalho de camelô é fuga da marginalidade, conclui pesquisa 
 Raquel Souza 
 Equipe GD 
A venda ambulante não é trabalho. Essa é a opinião de 38 camelôs de 
São Paulo. Expulsos ou sequer convidados para o mercado formal, essas 
pessoas se viram obrigadas a montar uma barraquinha e vender 
bugigangas nas ruas da cidade. No entanto, creditam à prática apenas 
um "jeito de ganhar a vida" sem cometer crimes. 
 
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"Eles não criam uma identidade de trabalhador como outro profissional 
qualquer. O trabalho de camelô é encarado como ganha pão e o jeito de 
distinguir-se daqueles que cometem atos ilícitos para ter dinheiro, apesar 
da perseguição policial", comenta Francisco José Ramires, que pesquisou 
o tema entre 1999 e 2001. Os resultados estão em seu trabalho de 
mestrado, apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências 
Humanas da USP. 
Intitulado "Severinos na metrópole: a negação do trabalho na cidade de 
São Paulo", a pesquisa conta com depoimentos de camelôs de diversos 
cantos da cidade – do D. Pedro II, Praça da Sé, Hospital das Clínicas e da 
rua Teodoro Sampaio. 
As histórias de vida variam bastante. Possuem em comum o fato

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