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O conceito de alienação A idéia de alienação, segundo Marx, refere-se I – à identidade entre os produtores e seus produtos. II – à separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho, devido à divisão social do trabalho, e à propriedade privada dos meios de produção. III- à separação do Estado como um poder autônomo, imparcial, acima da coletividade e que a domina. IV- ao fato de o trabalhador não se reconhecer no produto da sua atividade. a) I, III e IV estão corretas. b) I, II e III estão corretas. c) II, III e IV estão corretas. d) II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Descartes e o Método Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar, com certeza, que as suas mais importantes conseqüências foram I- a afirmação do caráter absoluto e universal da razão que, através de suas próprias forças, pode descobrir todas as verdades possíveis. II- a adoção do Método Matemático, que permite estabelecer cadeias de razões. III- a superação do dualismo psico-físico, isto é, a dicotomia entre corpo e consciência. Assinale a alternativa correta. a) II e III b) III c) I e III d) I e II Poder e dominação Sobre os conceitos de poder e dominação, tal como elaborados por Max Weber, é correto afirmar que a) a dominação prescinde do poder, uma vez que os indivíduos que se submetem a uma ordem de dominação não levam em conta os recursos que possuem aqueles que exercem a dominação. b) são equivalentes, pois tanto um quanto outro são relações sociais às quais os indivíduos atribuem sentido, compartilhando, portanto, motivações. c) toda relação de poder implica uma relação de dominação, já que a força sem uma base de legitimação não pode ser exercida. d) não são equivalentes, pois a dominação supõe a presença do consentimento na relação entre “X” e “Y”, o que, necessariamente, não se dá com o poder. Marx Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa que indica com qual teoria filosófica ele se relaciona. “É possível afirmar que a sociedade se constitui a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho, que as mudanças históricas são determinadas pelas modificações naquelas condições materiais e naquela divisão do trabalho e que a consciência humana é determinada a pensar as idéias que pensa por causa das condições materiais instituídas pela sociedade.” CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007. Este texto descreve A) a concepção de Marx, que escreveu obras como Contribuição à Economia Política e O Capital. B) a concepção de Nicolau Maquiavel, que escreveu, dentre outras obras, O Príncipe. C) a concepção de Thomas Hobbes, autor do Leviatã. D) a concepção de Jean Jacques Rousseau, autor de O Contrato Social. Locke: Tábula rasa A mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer idéias; como ela será suprida? De onde provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano ( com adaptações). Tendo como referência o texto acima, analise as asserções a seguir. Para Locke, a mente é uma tabula rasa e não contém nada inscrito antes de qualquer contato do homem com a experiência porque todo o material da mente é constituído exclusivamente de idéias. Considerando as afirmativas acima, assinale a opção correta. A- As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B- As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C- A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é falsa. D- A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E- Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas. Mito: explicações definitivas das coisas “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.) O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta. a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. c) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica. d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não- contradição. Weber: obediência e dominação O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) definiu dominação como a “possibilidade de encontrar obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas” (WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1991. p. 139). Em Weber este conceito está relacionado à idéia de autoridade e a partir dele é possível analisar a estrutura das organizações e instituições como empresas, igrejas e governos. Na sociedade capitalista, dentre os vários tipos de dominação existentes, predomina a dominação burocrática ou racional. Assinale a alternativa que indica corretamente a quem se deve obediência nesse tipo de dominação. a) “À ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.” b) “Aos mais velhos, pois são eles os melhores conhecedores da tradição sagrada.” c) “Ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de confiança pessoal na sua capacidade de revelação, heroísmo ou exemplaridade.” d) “À pessoa do senhor nomeada pela tradição e vinculada a esta, em virtude de devoção aos hábitos costumeiros.” e) “Ao senhor, mas não a normas positivas estabelecidas. E isto unicamente segundo a tradição.” A experiência empírica De acordo com David Hume, “… embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificamos, através de um exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limites muito reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e pela experiência.“ HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989. Coleção “Os Pensadores”. p. 70. Com base na citação acima é correto afirmar: I – as idéias inatas funcionam como fonte de todos os conhecimentos e são, também, o princípio regulador dos conhecimentos humanos, pois nada pode ser concebido sem a vitalidade dessas idéias, que são anteriores a toda experiência. II – o pensamento constrói uma realidade independente da percepção sensível, pois os sentidos contaminam a inteligência humana com o erro. Para operar com retidão, portanto, o pensamento deve compor, no seu interior, as idéias adventícias com as quais, em seguida, manifestar-se-á sobre a veracidade ou a falsidade das coisas. III – a base de todo conhecimento é a experiência, pois é ela que permite a formação das impressões, que estando ligadas às coisas, permitem que a inteligência tenha acesso aos objetos do conhecimento. IV – o conhecimentohumano é formado pelas impressões, que são percepções muito vivas e que se diferenciam das idéias, que são percepções menos vivas. Disto se conclui, segundo Hume, que o pensamento por si só é inferior à sensação. Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras. a) III e IV b) I e IV c) II e III d) I e II Tomás de Aquino – Provas da existência de Deus (UFU – 2009) Leia com atenção o texto abaixo: “Nos três primeiros artigos da 2ª questão da Suma de Teologia, Tomás de Aquino discute sobre a existência de Deus. Suas conclusões são: 1) a existência de Deus não é auto evidente, sendo preciso demonstrá-la; 2) a existência de Deus não pode ser demonstrada a partir de sua essência (pois isso ultrapassa a nossa capacidade de conhecimento); 3) a existência de Deus pode ser demonstrada, contudo, a partir de seus efeitos (demonstração quia), isto é, a partir da natureza criada podemos conhecer algo a respeito do seu Criador. A partir disso, ele desenvolve cinco argumentos ou vias segundo as quais se pode mostrar, a partir dos efeitos, que Deus existe.” Sobre as cinco vias da prova da existência de Deus, elaboradas por Tomás de Aquino, assinale a alternativa INCORRETA. A) Nos argumentos de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, pode-se perceber a influência dos escritos de Aristóteles em seu pensamento. B) Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo. C) Segundo a prova que se baseia no movimento, Deus é considerado o motor imóvel, isto é, como a causa primeira do movimento que percebemos no mundo, e deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito. D) Qualquer pessoa que consiga compreender os argumentos das cinco vias conhecerá, com certeza evidente, a essência de Deus. Theoria Prática comenta: Por Hugo Tiburtino. Tomás de Aquino se caracteriza por ter formulado cinco provas da existência de Deus partindo de características dos seres do mundo; são as famosas Cinco Vias de Aquino. Desse modo, ele recusou qualquer prova da existência de Deus que se baseasse em razões puramente abstratas, como a prova ontológica de Anselmo (a qual, mais tarde, inspiraria Descartes). Ele só pode ter recusado tais provas em razão do seu aristotelismo: para Aristóteles, se você quer provar algo, aquilo de que você parte deve melhor conhecido do que a conclusão, a prova; ora, nós precisaríamos conhecer Deus perfeitamente para poder provar que ele existe. Contudo, Deus, incomensuravelmente superior à criação, está além da inteligência humana, ao homem é impossível conhecer Deus completamente, logo: é impossível provar sua existência por essa via. Porém, Tomás acredita que podemos provar a existência de Deus a partir dos seus efeitos, a exemplo de quando vemos fumaça, logo deduzimos que existe fogo. Suas cinco vias podem ser resumidas da seguinte forma: “Primeira via Primeiro motor imóvel: tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido. Segunda via Causa primeira: decorre da relação “causa-e- efeito” que se observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita. Terceira via Ser necessário: existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser. Quarta via Ser perfeito: verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a causa da perfeição dos demais seres. Quinta via Inteligência ordenadora: existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.” (fonte: Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom% C3%A1s_de_Aquino) Todas as vias partem de algo que é melhor conhecido para nós, o mundo, e daí chegam à existência de Deus. Porém, saber que algo existe não é ainda saber o que este algo é, sua essência. Da mesma forma, só sabemos a existência de Deus, nada da sua essência. Portanto, o máximo que podemos fazer é conhecer que Deus existe e tentar entender, de uma maneira muito comparativa, a essência divina. O governo do Príncipe “A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar: a) As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe para governar. b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha pleno êxito e seja reconhecido pelo povo. c) O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas de seus ministros. d) A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde que o príncipe tenha um projeto político perfeito. e) Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos ministros. O cogito cartesiano “E quando considero que duvido, isto é, que sou uma coisa incompleta e dependente, a idéia de um ser completo e independente, ou seja, de Deus, apresenta-se a meu espírito com igual distinção e clareza; e do simples fato de que essa idéia se encontra em mim, ou que sou ou existo, eu que possuo esta idéia, concluo tão evidentemente a existência de Deus e que a minha depende inteiramente dele em todos os momentos da minha vida, que não penso que o espírito humano possa conhecer algo com maior evidência e certeza”. (DESCARTES, René. Meditações. Trad. de Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 297-298.) Com base no texto, é correto afirmar: a) O espírito possui uma idéia obscura e confusa de Deus, o que impede que esta idéia possa ser conhecida com evidência. b) A idéia da existência de Deus, como um ser completo e independente, é uma conseqüência dos limites do espírito humano. c) O conhecimento que o espírito humano possui de si mesmo é superior ao conhecimento de Deus. d) A única certeza que o espírito humano é capaz de provar é a existência de si mesmo, enquanto um ser que pensa. e) A existência de Deus, como uma idéia clara e distinta, é impossível de ser provada. A virtú do Príncipe Muito citado e pouco conhecido, Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua contribuição determinounovos horizontes para a filosofia política. A respeito do conceito de virtú, analise as assertivas abaixo. I – A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal. II – O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito. III – Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-las a seu favor. IV – Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo que não depende dos fatores históricos. Assinale a ÚNICA alternativa que contém as assertivas verdadeiras. a) I, II, e III b) II e III c) II e IV d) II, III e IV Aristóteles e o Conhecimento (UFAL – 2008) Desvendar os mistérios do mundo e tentar entendê-los, para melhor viver, faz parte da História nos seus mais diversos períodos. Na antiga Grécia, foram destacados os estudos e as concepções de mundo na Filosofia. Um dos seus filósofos mais conhecido, Aristóteles, defendeu: a) as teorias que consagravam o idealismo, criticando qualquer tipo de convivência social distante da democracia. b) a construção de uma ciência próxima dos pensadores sofistas, exaltando o relativismo na ética. c) a existência de um conhecimento resultado da observação e da experiência humanas, discordando, assim, de Platão. d) a desvinculação entre forma e matéria, considerado o universo resultado da criação de um Deus ético e generoso. e) a prevalência dos ensinamentos dialéticos de Heráclito, ressaltando o valor da convivência social para a cultura. Theoria Prática comenta: Por Hugo Tiburtino. Aristóteles não é considerado um idealista, mas um realista: para ele, não são as ideias que determinam a realidade, mas a realidade que determinam as ideias; por isso, descartemos a “a”. Embora Aristóteles tenha menos ojeriza aos sofistas que seu mestre Platão, ele igualmente os despreza; no assunto específico da ciência, Aristóteles tem uma concepção tão absoluta dela quanto seu mestre, isto é: quem tem conhecimento científico sabe, com certeza, o que acontece ou vai acontecer, não há espaço para relativismo: “b” está fora de cogitação. A “d” fala justamente o contrário do que pensa Aristóteles: para ele, a matéria e a forma estão intimamente ligadas e Deus é um ser distante e egocentrado. E, apesar de Heráclito ter influência sobre toda a filosofia grega, não se pode dizer que em Aristóteles prevaleceu o pensamento daquele filósofo. Por fim, sobrou a “c”. Alguns professores de filosofia pensam que a valorização da experiência só vei a acontecer na Idade Moderna e que, portanto, todos os que vieram antes não davam nenhum valor aos sentidos. Não é por menos, pois alguns grandes pensadores modernos de fato tinham essa imagem acerca, inclusive, de Aristóteles (veja, por exemplo, a seguinte passagem de Francis Bacon http://theoriapratica.org/concurso/212/o- novum-organon). Porém, isso não é inteiramente verdade: Aristóteles achava que a ciência não podia vir senão dos sentidos e da experiência; isso é claro pelo primeiríssimo capítulo da Metafísica e do último capítulo dos Analíticos Posteriores. Sabendo disso, o vestibulando só verá essa alternativa como coerente. Já Platão não despreza completamente os sentidos, mas não acha que o conhecimento venha dos sentidos: o saber já está impresso nas nossas almas, e a observação e a discussão apenas nos ajudam a rememorá-lo. Poesia capitalista “A casa não é destinada a morar, o tecido não é disposto a vestir, O pão ainda é destinado a alimentar: ele tem de dar lucro. Mas se a produção apenas é consumida, e não é também vendida Porque o salário dos produtores é muito baixo – quando é aumentado Já não vale mais a pena mandar produzir a mercadoria –, por que Alugar mãos? Elas têm de fazer coisas maiores no banco da fábrica Do que alimentar seu dono e os seus, se é que se quer que haja Lucro! Apenas: para onde com a mercadoria? A boa lógica diz: Lã e trigo, café e frutas e peixes e porcos, tudo junto É sacrificado ao fogo, a fim de aquentar o deus do lucro! Montanhas de maquinaria, ferramentas de exércitos em trabalho, Estaleiros, altos-fornos, lanifícios, minas e moinhos: Tudo quebrado e, para amolecer o deus do lucro, sacrificado! De fato, seu deus do lucro está tomado pela cegueira. As vítimas Ele não vê. [...] As leis da economia se revelam Como a lei da gravidade, quando a casa cai em estrondos Sobre as nossas cabeças. Em pânico, a burguesia atormentada Despedaça os próprios bens e desvaira com seus restos Pelo mundo afora em busca de novos e maiores mercados. (E pensando evitar a peste alguém apenas a carrega consigo, empestando Também os recantos onde se refugia!) Em novas e maiores crises A burguesia volta atônita a si. Mas os miseráveis, exércitos gigantes, Que ela, planejadamente, mas sem planos, arrasta consigo, Atirando-os a saunas e depois de volta a estradas geladas, Começam a entender que o mundo burguês tem seus dias contados Por se mostrar pequeno demais para comportar a riqueza que ele próprio criou.” (BRECHT, Bertolt. O manifesto. Crítica marxista, São Paulo, n. 16, p.116, mar. 2003.) Os versos anteriores fazem parte de um poema inacabado de Brecht (1898-1956) numa tentativa de versificar O manifesto do partido comunista de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). De acordo com o poema e com os conhecimentos da teoria de Marx sobre o capitalismo, é correto afirmar que, na sociedade burguesa, as crises econômicas e políticas, a concentração da renda, a pobreza e a fome são: a) Oriundos da inveja que sentem os miseráveis por aqueles que conseguiram enriquecer. b) Frutos da má gestão das políticas públicas. c) Inerentes a esse modo de produção e a essa formação social. d) Frutos do egoísmo próprio ao homem e que poderiam ser resolvidos com políticas emergenciais. e) Fenômenos característicos das sociedades humanas desde as suas origens. Descartes: cogito “Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade eu penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que poderia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava.” (DESCARTES, René. Discurso do método. Trad. de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 92. Coleção Os Pensadores.) De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta. a) Para Descartes, não podemos conhecer nada com certeza, pois tudo quanto pensamos está sujeito à falsidade. b) O “eu penso, logo existo” expressa uma verdade instável e incerta, o que fez Descartes ser vencido pelos céticos. c) A expressão “eu penso, logo existo” representa a verdade firme e certa com a qual Descartes fundamenta o conhecimento e a ciência. d) As “extravagantes suposições dos céticos” impediram Descartes de encontrar uma verdade que servisse como princípio para a filosofia. e) Descartes, ao acreditar que tudo era falso, colocava em dúvida sua própria existência. Conhecimento e Mito (UFU – 2003) “(…) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural; e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da experiência direta comum,parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) ‘divino’ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente”. CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.14-15. A partir do texto acima, é correto afirmar que a) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum. b) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum. c) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a todos os homens. d) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior. Theoria Prática comenta: Por Hugo Tiburtino. É uma questão na qual basta interpretar o texto. Porém, a opção “b” pode atrapalhar o vestibulando caso ele pense da seguinte maneira: se a magia e mitologia englobam o conhecimento comum, então, de certo modo, quem tem conhecimento comum tem também conhecimento mágico e, consequentemente, há uma certa confusão entre eles. É preciso, porém, ficar atento à palavra “confundir”, muito usada na filosofia, em frases semelhantes. Nesses casos, “confundir” significa “ser idêntico”, “tomar uma coisa pela outra”. Por exemplo, se digo “metafísica não se confunde com teologia”, estou dizendo que, embora originalmente ambas as disciplinas tenham forte relação entre si, elas porém não se identificam, não são exatamente a mesma coisa. Da mesma forma, embora, segundo Cornford, a magia englobe o conhecimento comum, eles não se identificam. Marx e as Estruturas “Cascavel – Uma pequena cidade no interior do Paraná está provando que machismo é coisa do passado. Com 15 mil habitantes, conforme o IBGE, Ampére (a 150 quilômetros de Cascavel), no Sudoeste, tem fartura de emprego para as mulheres. Ex-donas de casa partiram para o trabalho fixo, enquanto os homens, desempregados ou não, passaram a assumir os serviços domésticos. Assim, elas estão garantindo mais uma fonte de renda para a família, além de eliminar antigos preconceitos. A situação torna-se ainda mais evidente quando os homens estão desempregados e são as mulheres que pagam as contas básicas da família. Conforme levantamento informal, em Ampére, o número homens sem vínculo empregatício é maior do que o de mulheres. Para driblar as dificuldades, eles fazem bicos temporários e quando não há serviço, tornam donos de casa. O motivo para essa mudança de comportamento é a [...] Industrial Ltda., uma potência no setor de confecções que dá emprego a 1200 pessoas, das quais 80% são mulheres. Com a fábrica, famílias migraram do interior para a cidade. As mulheres abandonaram o posto de donas de de empregadas domésticas, aprendendo a apostar na capacidade de competição”. (Costa, Ilza Costa. Papéis trocados. Gazeta do Povo, Curitiba, 01 out. 1999. p. 14.) O fenômeno da troca de papéis sociais, relatado no texto, ilustra a base da tese usada por Karl Marx (1818-1883) na explicação geral que formula sobre a relação entre a infra-estrutura e a supra- sociedade capitalista. Com base no texto e nos conhecimentos sobre essa tese de Karl Marx, é correto afirmar: a) Na explicação das mudanças ocorridas no comportamento coletivo, deve-se privilegiar o papel ativo do indivíduo na escolha das ações, ou seja, o que importa é a motivação que inspira suas opções. b) É a imitação que constitui a sociedade, enquanto a invenção abre o caminho das mudanças e de seu progresso. A invenção, produtora das transformações sociais, é individual, dependendo de poucos; enquanto a imitação, coletiva, necessita sempre de mais de uma pessoa. c) A família é a verdadeira unidade social; é a célula social que, em seu conjunto, compõe a sociedade. Portanto, a sociedade não pode ser decomposta em indivíduos, mas em famílias. É a família a fonte espontânea da educação moral, bem como a base natural da organização política. d) Há uma relação de determinação entre a maneira como um grupo concreto estrutura suas condições materiais de existência – chamada de modo de produção – e o formato e conteúdo das demais organizações, instituições sociais e idéias gerais presentes nas relações sociais. e) A organização social deve fundar-se na separação dos ofícios, inerente à divisão do trabalho social e na combinação dos esforços individuais. Sem divisão do trabalho social, não há cooperação e, portanto, a coesão social entre as classes torna impossível. Conforme levantamento informal, em Ampére, o número de homens sem vínculo empregatício é maior do que o mulheres. Para driblar as dificuldades, eles fazem temporários e quando não há serviço, tornam-se ssa mudança de [...] Industrial Ltda., uma potência que dá emprego a 1200 mulheres. Com a fábrica, para a cidade. As donas de casa ou aprendendo a apostar na (Costa, Ilza Costa. Papéis Curitiba, 01 out. 1999. p. papéis sociais, relatado a por Karl Marx geral que formula sobre a -estrutura na Com base no texto e nos conhecimentos sobre tese de Karl Marx, é correto afirmar: mudanças ocorridas se privilegiar o ativo do indivíduo na escolha das ações, ou seja, que importa é a motivação que inspira suas opções. É a imitação que constitui a sociedade, enquanto das mudanças e de progresso. A invenção, produtora das sociais, é individual, dependendo de enquanto a imitação, coletiva, necessita A família é a verdadeira unidade social; é a em seu conjunto, compõe a Portanto, a sociedade não pode ser indivíduos, mas em famílias. É a família a fonte espontânea da educação moral, bem natural da organização política. d) Há uma relação de determinação entre a como um grupo concreto estrutura suas chamada de e o formato e conteúdo das organizações, instituições sociais e idéias se na dos ofícios, inerente à divisão do trabalho combinação dos esforços individuais. Sem trabalho social, não há cooperação e, coesão social entre as classes torna-se Karl Marx e o Totalitarismo A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl Marx (1818 caráter ideológico de certas noções de Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é correto afirmar: a) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem indispensável à sociedade. b) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes. c) O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos cidadãos e garantir, também, a liberdade individual dos homens. d) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social. e) Os regimes totalitários são condição essencial para que o Estado represente, igualmente, os interesses das diversas classes sociais. Maquiavel e a Ciência Em O Príncipe, Maquiavel (1469 idéias e conceitos que firmaram a sua reputação de o fundador da Ciência Política moderna. Dentre elas, pode-se citar os aspectos relacionados às ações políticas dos governantes e à dominação das massas. Para ele, a política deveria ser compreendida pelo governante como uma esfera independente dos pressupostos religiosos que até então a impregnavam. Ao propor a autonomia da pública e da ação dos dirigentes ética (esfera da vida privada e da indivíduos), é legítimo afirmar que deixou, entretanto, de reconhecer e religião como uma importante dimensão da sociedade. Segundo Maquiavel, a religião dos deveria ser objeto de análise atenta por parte do governante. Sobre a relação entre política e religião, de acordo com Maquiavel, écorreto afirmar: Totalitarismo A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica a perspectiva sociológica baseada nas teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao ideológico de certas noções de Estado. Sobre relação entre Estado e sociedade segundo Karl A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem indispensável rumento de dominação representa, prioritariamente, os interesses setores hegemônicos das classes dominantes. O Estado tem por finalidade assegurar a dos cidadãos e garantir, também, a individual dos homens. tender, por meio da legislação, vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, Os regimes totalitários são condição essencial que o Estado represente, igualmente, os das diversas classes sociais. Maquiavel e a Ciência Política Em O Príncipe, Maquiavel (1469-1527) formulou conceitos que firmaram a sua reputação de o da Ciência Política moderna. Dentre elas, os aspectos relacionados às ações governantes e à dominação das massas. política deveria ser compreendida pelo uma esfera independente dos que até então a impregnavam. a autonomia da política (esfera da vida pública e da ação dos dirigentes políticos) sobre a ética (esfera da vida privada e da conduta moral dos indivíduos), é legítimo afirmar que Maquiavel não deixou, entretanto, de reconhecer e valorizar a uma importante dimensão da vida em sociedade. Segundo Maquiavel, a religião dos súditos deveria ser objeto de análise atenta por parte governante. Sobre a relação entre política e acordo com Maquiavel, é correto afirmar: a) A religião deve ser cultivada pelo governante para garantir que ele seja mais amado do que temido. b) Por se constituírem em personagens importantes na vida política de uma comunidade, os líderes religiosos devem formular as ações a serem executadas pelos príncipes. c) O sentimento religioso dos súditos é um valor moral e, portanto, deverá ser combatido pelo príncipe, uma vez que conduz ao fanatismo e prejudica a estabilidade do Estado. d) A religião dos súditos é sempre um instrumento útil nas mãos do Príncipe, o qual deve aparentar ser virtuoso em matéria religiosa. e) O dirigente político deve se esforçar para tornar- se, também, o dirigente religioso de seu povo, rompendo, assim, com o preceito do Estado laico. Marx e o Estado Segundo Marx (séc. XIX), o Estado é a) garantidor do bem-comum, da justiça, da ordem, da lei, da paz, da segurança e da liberdade para todas as classes sociais. b) o aparato da ordem e da força pública, sendo um poder público distante e separado da sociedade civil, garantidor de justiça para todas as classes sociais. c) garantidor do direito de propriedade privada e expressão do interesse geral, intervindo para impedir a luta de classes. d) a expressão legal – jurídica e policial – dos interesses de uma classe social particular, a classe dos proprietários privados dos meios de produção ou classe dominante. Tomás de Aquino: Provas da existência de Deus A segunda via (para demonstrar a existência de Deus) procede da natureza da causa eficiente. Pois descobrimos que há certa ordem das causas eficientes nos seres sensíveis; porém, não concebemos, nem é possível que uma coisa seja causa eficiente de si própria, pois seria anterior a si mesma: o que não pode ser. Mas é impossível, nas causas eficientes, proceder-se até o infinito; pois, em todas as causas eficientes ordenadas, a primeira é causa da média e esta, da última, sejam as médias muitas ou uma só. E como, removida a causa, fica removido o efeito, se, nas causas eficientes, não houver primeira, não haverá média nem última. Procedendo-se ao infinito, não haverá primeira causa eficiente, nem efeito último, nem causas eficientes médias, o que evidentemente é falso. Logo, é necessário admitir uma causa eficiente primeira, à qual todos dão o nome de Deus. Tomás de Aquino. Suma Teológica I. Com base no texto acima, julgue os itens que se seguem. I- Desenvolve-se um argumento semelhante ao proposto por Santo Anselmo. II- Articula-se um argumento cosmológico, que parte da constatação da relação causal entre os seres. III- Nega-se qualquer possibilidade de se demonstrar a existência de Deus, porque ninguém o viu até hoje. IV- É evidente o cunho aristotélico do argumento utilizado: partir dos dados dos sentidos, apelar para causas ordenadas. V- Nas causas ordenadas, não se pode proceder ao infinito, devendo-se parar em uma causa primeira, que não é causada. Estão certos apenas os itens : A- I e II. B- I e IV. C- II e III. D- I, III e V. E- II, IV e V História da Filosofia Leia as caracterizações a seguir e identifique a que correntes filosóficas elas referem. I. Trata-se de uma diretriz filosófica, surgida no século XIX, que se caracteriza pelo culto da ciência e pela sacralização do método científico. O seu principal expoente é Augusto Comte. Segundo essa corrente o grande objetivo das ciências é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos. Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever esses fenômenos, podendo agir sobre a realidade. Assim, ver para prever é o lema dessa diretriz filosófica. II. Essa corrente teve como um dos seus principais expoentes o filósofo inglês John Locke que, em sua obra Ensaio acerca do entendimento humano, afirma ser a mente humana, inicialmente, uma tábula rasa , numa crítica à tese cartesiana nas idéias inatas. Essa corrente opõe ao ideal dedutivista a eficiência da indução como método de descoberta, colocando os sentidos como a única fonte do conhecimento, numa exaltação do método experimental. III. Essa corrente filosófica também surgiu no século XIX, num contexto em que se dava nos países capitalistas centrais o processo de Revolução Industrial. O seu principal expoente e fundador é um pensador muito famoso, que ao buscar elaborar uma explicação científica da História afirma que o desenvolvimento das forças produtivas explica o curso geral da história humana , além de também afirmar que toda a chamada história mundial nada mais é que a criação do homem pelo trabalho humano . No que diz respeito à relação entre teoria e prática, essa corrente defende a tese de que a prática é o critério de verdade da teoria, pois o conhecimento parte da prática e a ela volta dialeticamente . IV. Essa corrente surgiu na França, no século XVII. Exalta o método dedutivo de origem matemática. Defende a tese das idéias inatas que, segundo essa linha de pensamento, são as idéias às quais chegamos pelo uso único e exclusivo do trabalho da mente. Ela discorda, conseqüentemente, da tese de que os sentidos são a fonte única do conhecimento. O fundador dessa corrente é o autor das famosas obras Discurso do Método e Meditações Metafísicas. Com base nas informações acima, podemos afirmar que se tratam, respectivamente, das seguintes correntes filosóficas: a) Positivismo, Empirismo, Existencialismo, Racionalismo. b) Positivismo, Racionalismo, Marxismo, Empirismo. c) Racionalismo, Empirismo, Existencialismo, Estoicismo. d) Positivismo, Empirismo, Marxismo, Racionalismo. e) Racionalismo, Empirismo, Stalinismo, Positivismo. Substância “Substância – aquilo a que chamamos substância de modo mais próprio, primeiro e principal – é aquilo que nem é dito de algum sujeito nem existe em algum sujeito, como, por exemplo, um certo homem ou um certo cavalo. Chamam-se substâncias segundas as espécies a que as coisas primeiramente chamadas substâncias pertencem e também os gêneros dessas espécies. Por exemplo, um certo homem pertence à espécie homem, e animal é o gênero da espécie; por conseguinte, homem e animal são chamados substâncias segundas”. Aristóteles. Categorias. Trad.Ricardo Santos. Porto: Porto Editora, 1995, p. 39. Tendo o texto acima como referência, é correto afirmar que, segundo Aristóteles, a) a substância primeira, assim como o acidente, existe em algum sujeito e é dito dele. b) as substâncias segundas assemelham-se às Formas de Platão por ambas existirem em si e por si mesmas. c) as substâncias segundas são universais que não existem por si mesmos, mas que podem ser conhecidos. d) a substância primeira diferencia-se da substância segunda por esta última englobar todos os acidentes a ela pertencentes. Materialismo Histórico A luta de classes para Marx, até hoje, tem sido a história dos homens. Podemos afirmar que o materialismo histórico, para ele, é dialético, porque a) é a consciência dos homens que determina o mundo material. b) a base do conhecimento histórico é a arte do diálogo que permite a compreensão da História. c) o processo histórico é linear e contínuo. d) o processo histórico é movido por contradições sociais. e) a base do mundo material é a superestrutura jurídica e política. O materialismo histórico Considere a citação abaixo e, a seguir, marque a alternativa correta acerca da concepção materialista da história formulada por Karl Marx. … na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência. MARX, Karl. Contribuição para a crítica da economia política. Lisboa: Estampa, 1973. p. 28. a) Marx expressa, também nessa passagem, sua concepção determinista e finalista, segundo a qual o conjunto das relações sociais reduz-se ao âmbito da produção econômica. b) Marx afirma que a moral, os sistemas políticos, os princípios jurídicos e as ideologias não têm vida própria diante do modo pelo qual os homens produzem e reproduzem a existência. c) Marx nega todo e qualquer papel ativo na história à consciência, sendo esta, antes, um mero reflexo da esfera da produção material. d) Marx sustenta que o ser social que pensa, que atua politicamente e que representa o seu espaço reproduz simplesmente as condições históricas vigentes, independente de sua classe social. A filosofia platônica Considerando os Livros VI e VII da obra A república, de Platão, coloque F ou V, conforme sejam as afirmações Falsas ou Verdadeiras: I. O método utilizado por Sócrates em seus diálogos ficou conhecido pela tradição filosófica como fenomenologia. ( ) II. “A alegoria da caverna” representa o conhecimento humano em seus estágios de desenvolvimento. ( ) III. Platão lança as bases da democracia e, ao mesmo tempo, faz críticas à aristocracia. ( ) IV. Das ciências particulares, a que assume um caráter essencial na formação do filósofo é a Geometria. ( ) Agora, assinale a alternativa CORRETA. a) V, V, F, F b) V, F, V, F c) F, F, V, V d) F, F, V, F e) F , V, F, V Locke Para Locke, os homens em estado de natureza são, cada um, juiz em causa própria; assim é necessário constituir a sociedade civil mediante contrato social para organizar a vida em sociedade. Isto se daria através do pacto, tornando legítimo o poder do Estado. Para ele, o poder a) encontra-se na soberania do poder executivo. b) é confiado aos governantes e não pode ser contestado em hipótese alguma. c) é confiado aos governantes, podendo haver insurreicão, caso eles não visem o bem público. d) é absoluto e não há possibilidade de instituir-se um novo pacto. e) é instituído pela vontade geral. Hobbes Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta. “É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem.” Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35. A) Para Hobbes, a guerra é uma situação anterior ao estado de natureza. B) Hobbes associa, em suas reflexões, a situação de guerra e o estado de natureza. C) Um poder comum, segundo Hobbes, mantém os homens no estado de natureza. D) Em Hobbes, a guerra de todos contra todos é compatível com um poder comum. Descartes Leia com atenção o texto abaixo: “Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo”. DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora da UNICAMP, 2004. p. 45. Para atingir o processo extremo da dúvida, Descartes lança a hipótese de um gênio maligno, sumamente poderoso e que tudo faz para me enganar. Essa radicalização do processo dubitativo ficou conhecida como dúvida hiperbólica.Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação estabelecida por Descartes entre a dúvida hiperbólica (exagerada) e o cogito (eu penso). A) Descartes sustenta que o ato de pensar tem tamanha evidência, que eu jamais posso ser enganado acerca do fato de que existo enquanto penso. B) A dúvida hiperbólica é insuperável, uma vez que todos os conteúdos da mente podem ser imagens falsas produzidas pelo gênio maligno. C) Com o exemplo dos juízos matemáticos, que são sempre indubitáveis, Descartes consegue eliminar a hipótese do gênio maligno. D) Somente a partir da descoberta da ideia de Deus é que Descartes consegue eliminar a dúvida hiperbólica e afirmar a existência do pensante. Tomás de Aquino: Teoria do conhecimento “O nosso conhecimento natural tem origem nos sentidos. Portanto, a alma não conhece as coisas corpóreas por imagens que estão naturalmente dentro dela. O intelecto humano, unido ao corpo, tem como objeto a eqüididade ou natureza existente na matéria corpórea e, por tais naturezas, ascende do conhecimento das coisas sensíveis a um certo conhecimento das coisas invisíveis. ” Tomás de Aquino. Suma Teológica I. Em cada uma das opções a seguir, há duas asserções ligadas pela palavra porque. Assinale a opção em que as duas asserções são verdadeiras, sendo a segunda uma justificativa correta da primeira. A- O ser humano não conhece nada que esteja acima do alcance dos sentidos porque nosso conhecimento se inicia a partir dos sentidos. B- O ser humano conhece a Deus tal como conhece uma coisa sensível porque nosso conhecimento abrange tanto as coisas sensíveis como as não-sensíveis. C- O ser humano só pode ter um conhecimento imperfeito de Deus porque o específico de nosso conhecimento é partir das coisas sensíveis. D- O ser humano pode conhecer todas as coisas sensíveis porque possuímos idéias inatas delas em nossa inteligência. E- O conhecimento do ser humano parte das coisas sensíveis porque sua natureza é a de um animal racional. Dúvida cartesiana A dúvida cartesiana é a “pedra de toque do conhecimento” e por ela os modos de conhecimento são testados. Isso significa dizer que, para Descartes: a) A verdade não existe. Existe apenas verossimilhança, logo os céticos têm razão em duvidar e em descrer na verdade. b) Os sentidos nos enganam,portanto só podemos emitir opiniões e nunca proferir a verdade, sob pena de não atentarmos para a própria dinâmica da natureza. c) Pela falta de um método adequado e de um critério de verdade, não há como dizer com segurança qual o modo de conhecer que nos leve à verdade. d) A verdade não será necessariamente alcançada após os modos de conhecimento serem postos em dúvida, e aplicado o método. e) O modo de conhecer pela razão, também, nos leva à incerteza, como mostra o argumento dos sonhos, impedindo qualquer possibilidade da verdade. Maquiavel e as circunstâncias Segundo Nicolau Maquiavel, aquilo que do ponto de vista da moral pode ser considerado um bem, no âmbito da política pode converter-se em um mal e vice-versa, pois o que qualifica a boa e a má ação na política é o êxito ou não da ação no trato com a circunstância. Baseado nessa premissa, é correto afirmar: a) A moral deve servir de fundamento para a ação política. b) A política tem normas próprias ditadas pelo contexto, logo não deve estar vinculada à moral. c) O príncipe deve ser sempre cruel para não perder o poder, sem se importar com a moral. d) Independentemente das circunstâncias, o príncipe deve agir moralmente. e) Moral e política são inseparáveis, mas deve-se respeitar as peculiaridades da política. A política na Alegoria da Caverna A Alegoria da Caverna de Platão, além de ser um texto de teoria do conhecimento, é também um texto político. No sentido político, é correto afirmar que Platão sustentava um modelo a) monárquico, cujo governo deveria ser exercido por um filósofo e cujo poder deveria ser absoluto, centralizador e hereditário. b) aristocrático, baseado na riqueza e que representava os interesses dos comerciantes e nobres atenienses, por serem eles os mecenas das artes, das letras e da filosofia. c) democrático, baseado, principalmente, na experiência política de governo da época de Péricles. d) aristocrático, cujo governo deveria ser confiado aos melhores em inteligência e em conduta ética. Conciliação entre Fé e Razão, segundo Tomás de Aquino Tomás de Aquino não via conflito entre a fé e a razão, sendo possível para a segunda atingir o conhecimento da existência de Deus. Contudo, Tomás de Aquino defende a relação harmônica entre ambas, pois, se a razão demonstra a existência de Deus, ela o faz graças à fé que revela tal verdade. Assim, a filosofia de Tomás de Aquino insistiu nos limites do conhecimento humano. Com base nas afirmações precedentes, assinale a alternativa correta. a) O conhecimento humano atinge a verdade do mundo e de Deus sem precisar se servir de outra ordem que não aquela da própria razão, o que se confirma com o fato de que os governantes organizam o mundo conforme sua inteligência. b) A realidade sensível é a via direta e exclusiva para a ascensão do conhecimento humano, porque, tal como afirmou Santo Anselmo, a perfeição de Deus tem, entre seus atributos, a existência na realidade mundana. c) Existe um domínio comum à fé e à razão. Este domínio é a realidade do mundo sensível, morada humana, que a razão pode conhecer, porque a realidade sensível oferece à razão os vestígios imperfeitos da substância de Deus. d) A razão humana é impotente para tratar de idéias que estejam além da realidade do mundo sensível. Deus, portanto, nada mais é que uma palavra que deve ser reverenciada como o centro sensível de irradiação de tudo o que existe. Zoon politikon, o animal político de Aristóteles “Toda cidade [pólis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é seu estágio final. (…) Estas considerações deixam claro que a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade.” (ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. de Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.) De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a pólis: a) É instituída por uma convenção entre os homens. b) Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade. c) Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana. d) É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota. e) É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam. Theoria Prática comenta: Por Hugo Tiburtino. A resposta se encontra no próprio trecho escolhido. a) Contratualismo, teoria nascida no século XVII com Thomas Hobbes, segundo a qual o homem, por natureza, não vive em sociedade, mas acabou optando por esse modo de vida por ver nisso maiores vantagens. c) Platão escreve no Protágoras um mito envolvendo o nascimento das sociedades. A princípio, os homens não conseguiam viver em sociedade por não conhecerem a justiça; eles viviam dispersos e só se encontravam de vez em quando. Ameaçada de extinção, Zeus presenteia à humanidade a justiça, distribuída entre todos os homens, permitindo enfim que se formem cidades. Essa opinião é colocada na boca do próprio sofista Protágoras e nem mesmo Platão parece concordar com ela, menos ainda Aristóteles. d) Faz-se alusão aqui à teoria de Thomas Hobbes, segundo o qual a justificativa racional para haver um Estado Absoluto (nos moldes dos séculos XVII e XVIII e que pode ser ilustrado pela frase de Luis XIV “o Estado sou eu”) está no fato de que os homens são naturalmente inimigos entre si (“O homem é lobo do homem”). Portanto, cabe um rei com poderes absolutos sobre seus súditos para impedir que eles se destruam mutuamente. e) A grande maioria dos filósofos, de um modo ou de outro, dizem que a capacidade de raciocinar do homem está ligada ao nascimento das sociedades organizadas, inclusive Aristóteles. Porém, não é isso o que está no texto. Locke e os direitos do homem Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homen eram a) família, propriedade e religião. b) liberdade, propriedade e servidão. c) propriedade, servidão e família. d) liberdade, igualdade e propriedade. e) família, religião e pátria. Mitologia Grega Os mitos gregos são narrativas sobre a origem de alguma coisa (da terra, das plantas, do bem e do mal, da doença, da morte, da chuva,…). Sobre mito, analise as afirmativas abaixo. I. É um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra. II. É uma narrativa feita em público, baseada na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. III. É uma narrativa inventada pelos gregos, baseada na razão sistemática. IV. É uma narrativa, que encontra a origem de tudo o que existe a partir de relações sexuais entre forças divinas e pessoais. V. É uma narrativa, que toma como base situações de rivalidade ou de aliança entre deuses para explicar a origem de alguma coisa no mundo. Somente está CORRETO o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) II, IV e V. c) I e IV. d) I, II, IV e V. e) IV e V. As funções do mito O mito nasce do desejo da humanidade de entender o mundo, para afugentar o medo e a insegurança. Está ligado à magia, ao desejo, ao querer que as coisas aconteçam de um determinado modo. Sobre as funções do mito, analise os itens abaixo. I. Questionar os principais problemas da humanidade em cada tempo histórico. II. Acomodar e tranquilizar o ser humano diante de um mundo assustador, dando-lhe a confiança de que, através de suas ações mágicas, o que acontece no mundo natural depende, em parte, dos seus atos. III. Fixar modelos exemplares de funções e atividades humanas. IV. Acomodar o ser humanoao mundo. V. Explicar a realidade do mundo ao ser humano. Qual alternativa abaixo contém os itens INCORRETOS? a) I, II, III e IV. b) II, IV e V. c) I e V. d) I, III e IV. e) IV e V. Sobre o mito Os mitos gregos são narrativas sobre a origem de alguma coisa (da terra, das plantas, do bem e do mal, da doença, da morte, da chuva,…). Sobre mito, analise as afirmativas abaixo. I – É um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra. II – É uma narrativa feita em público, baseada na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. III – É uma narrativa inventada pelos gregos, baseada na razão sistemática. IV – É uma narrativa, que encontra a origem de tudo o que existe a partir de relações sexuais entre forças divinas e pessoais. V – É uma narrativa, que toma como base situações de rivalidade ou de aliança entre deuses para explicar a origem de alguma coisa no mundo. Somente está CORRETO o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) II, IV e V. c) I e IV. d) I, II, IV e V. e) IV e V. Dialética marxista Sobre a dialética marxista, podemos afirmar que a) na produção do mundo material, surge a contradição entre homens reais em condições históricas e sociais reais. b) a dialética transcendental trata das idéias puras da razão e se chama dialética, porque as idéias se defrontam com antinomias insolúveis. c) o movimento de exteriorização e interiorização da Idéia se faz por meio de contradições sempre superadas. d) a lógica dialética parte de uma realidade estática e a explica por meio de noções absolutas, em que a contradição não é possível. Hobbes e o pacto social As sociedades mudam suas relações de poder e sugerem formas de organização visando a garantia do pacto social. O inglês Thomas Hobbes foi um importante teórico político dos tempos modernos. Nas suas concepções sobre o poder, Hobbes: a) ressaltava a competição entre os indivíduos como marca ou componente da sociedade. b) definia a importância da pedagogia para superar as relações de poder do mundo medieval. c) defendia a importância da liberdade e da solidariedade na construção de uma sociedade justa. d) combatia a existência de um Estado forte, mostrando a necessidade de afirmar a democracia. e) recusava a idéia do individualismo humano, negando os princípios políticos de Maquiavel. Weber: eleições: relações sociais Por trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há uma base minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas de preferências de voto, buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos atrás de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns de diferentes classes que, em troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam e debatem as campanhas políticas. Nessa técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles propõem e ouvem argumentos sobre o tema. A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na teoria sociológica de Max Weber (1864-1920). A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem: a) investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e família, para entender o comportamento dos grupos sociais. b) pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação da vida social. c) analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os comportamentos individuais. d) estudar a psique humana que revela a autonomia do indivíduo em relação à sociedade. e) pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais. Hobbes: estado de natureza e soberania “Sabemos que Hobbes é um contratualista, quer dizer, um daqueles filósofos que, entre o século XVI e o XVIII (basicamente), afirmaram que a origem do Estado e/ou da sociedade está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de comércio social e de subordinação política.” (RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. p. 53.) Com base no texto, que se refere ao contratualismo de Hobbes, considere as seguintes afirmativas: I. A soberania decorrente do contrato é absoluta. II. A noção de estado de natureza é imprescindível para essa teoria. III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado social para o estado político. IV. O cumprimento do contrato independe da subordinação política dos indivíduos. Quais das afirmativas representam o pensamento de Hobbes? a) Apenas as afirmativas I e II. b) Apenas as afirmativas I e III. c) Apenas as afirmativas II e III. d) Apenas as afirmativas II e IV. e) Apenas as afirmativas III e IV. Sociedade Capitalista Assinale a alternativa correta quanto as principais características da sociedade capitalista. a) feudo, mais-valia, escravos b) salário, mercadoria, mais-valia c) corvéia, renda fundiária, servos d) solidariedade mecânica, alienação e corporações de ofício e) ócio, comércio, cavaleiros Locke e o Liberalismo John Locke (1632-1704) é considerado, na História da Filosofia, como o fundador do liberalismo político. Segundo este filósofo inglês, o Estado surge através de um contrato entre os indivíduos e deve ter como função básica a) controlar, de forma absoluta, a vida de todos os cidadãos. b) proteger os interesses dos que não possuem, contra os que possuem. c) promover a harmonia entre os grupos rivais, preservando os interesses do bem comum. d) garantir os privilégios da realeza e da Igreja na Inglaterra. Descartes e obra A obra de René Descartes (1596-1650) foi uma das bases da filosofia moderna, constituindo-se como referência indiscutível na formação do pensamento pós-medieval. Sobre a obra cartesiana, é CORRETO afirmar que; A) rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar um sistema de pensamento próprio. B) sua produção se resume à publicação do Discurso do Método. C) nega veementemente a existência de Deus em franco ataque à Filosofia Medieval. D) não se ocupou da Matemática no seu processo de construção do conhecimento. E) sua influência no devir da História da Filosofia pode ser caracterizado como limitada ao trabalho dos autores pósestruturalistas. Maquiavel Maquiavel esteve empenhado na renovação da política em um período ainda dominado pela teologia cristã com os seus valores que atribuíam ao poder divino a responsabilidade sobre os propósitos humanos. Em sua obra mestra, O príncipe, escreveu: “Deus não quer fazer tudo, para não nos tolher o livre arbítrio e parte da glória que nos cabe”.MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 108. Assinale a alternativa que fundamenta essa afirmação de Maquiavel. A) Deus faz o mais importante, conduz o príncipe até o trono, garantindo-lhe a conquista e a posse. Depois, cabe ao soberano fazer um bom governo submetendo-se aos dogmas da fé. B) A conquista e a posse do poder político não é uma dádiva de Deus. É preciso que o príncipe saiba agir, valendo-se das oportunidades que lhe são favoráveis, e com firmeza alcance a sua finalidade. C) Os milagres de Deus sempre socorreram os homens piedosos. Para serdigno do auxílio divino e alcançar a glória terrena é preciso ser obediente à fé cristã e submeter-se à autoridade do papa. D) Nem Deus, nem o soberano são capazes de conquistar o Estado. Tudo que ocorre na História é obra do capricho, do acaso cego, que não distingue nem o cristão nem o gentio. Aristóteles e São Tomás de Aquino (UFU – 1999) O filósofo grego que maior influência exerceu sobre Santo Tomás de Aquino foi a) Platão. b) Aristóteles. c) Sócrates. d) Heráclito. e) Parmênides. Theoria Prática comenta: Por Hugo Tiburtino. Desde o século XII d.C., ideias de Aristóteles invadiram de modo irreversível o mundo cristão, dando início à escola filosófica chamada deescolástica. A escolástica foi a corrente filosófica feita pelos acadêmicos (“escolados”) das então jovens universidades europeias e uma de suas principais características foi a tentativa de harmonizar o aristotelismo com o cristianismo. Até então, o filósofo grego que maior influência exercia entre os cristãos era Platão por meio dos pensadores da patrística, a corrente filosófica feita pelos primeiros padres. Enquanto a patrística dominou entre os cristãos, as únicas obras de Aristóteles conhecidas por eles eram algumas de lógica; as outras obras, entre elas as sobre física e metafísica, se perderam na Europa ou simplesmente foram esquecidas. Mas, no século XII, com a fundação das universidades, as demais obras aristotélicas voltaram a circular em terras cristãs, apesar da desconfiança inicial da Igreja. A Igreja Católica achava contrárias aos dogmas algumas das doutrinas aristotélicas como, por exemplo, a de que o mundo era eterno, o que parece conflitar com um mundo criado do nada por Deus. Porém, apesar das proibições do Vaticano, Aristóteles continuava a ganhar aceitação entre os cristãos e surgiram os primeiros pensadores que tentaram harmonizar o aristotelismo com o cristianismo. Quando Tomás de Aquino nasceu, no século XIII, Aristóteles já era autoridade máxima em questões filosóficas e o frei dominicano não pôde deixar de se filiar à escolástica. Entenda-se: Aquino teve influência de vários outros pensadores gregos, em particular dos neoplatônicos, filósofos que praticamente dominaram o cenário do século II ao século VII d.C. Porém, foi Aristóteles quem ele considerava “O Filósofo” e Aquino acabou recebendo a reputação de ter sido quem mais perfeitamente harmonizou o aristotelismo com os ensinamentos da fé católica, fortalecendo assim a racionalidade dessa religião. O pacto social, segundo Hobbes A filosofia política de Thomas Hobbes combatia as tendências liberais de sua época. Hobbes sustentava que o poder resultante do pacto político deveria ser I- ilimitado, julgando sobre o justo e o injusto, acima do bem e do mal e em que a alienação do súdito ao soberano deveria ser total. II- dividido entre o rei e o parlamento, superando as discórdias e disputas em favor do bem-comum da coletividade. III- absoluto, podendo utilizar a força das armas para manter a soberania e o silêncio dos súditos. Assinale a alternativa correta. a) I e III b) II e III c) I e II d) II Hobbes, Locke e a comunidade política Para Thomas Hobbes e John Locke, a comunidade política era a) artifício criado pelos homens através de um contrato. b) direito natural. c) mandamento divino. d) imposição de poder de um único homem sobre os outros. e) um estado democrático. Discurso do método Seguindo os preceitos descritos no Discurso do Método, pode-se afirmar que Descartes conduz seu intelecto: I. Partindo dos dados fornecidos a ele pela sua fé. II. Por meio de cálculos matemáticos. III. Partindo das coisas mais simples e mais conhecidas para as menos conhecidas e mais complexas. IV. Para um conhecimento seguro sem necessitar, para isto, fiar-se nos dogmas da fé. V. Terminando sempre com uma dúvida. A) apenas III e IV. B) apenas I e II. C) apenas II e III. D) apenas IV e V. E) todas. Burguesia e mercado “Pela exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela retirou à indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente. (…) Em lugar das antigas necessidades satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades, que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isso se refere tanto à produção material como à produção intelectual. (…) Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras.” (MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global, 1981. p. 24-25.) Com base no texto de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado pela primeira vez em 1848, assinale a alternativa correta. a) Desde o início, a expansão do modo burguês de produção fica restrita às fronteiras de cada país, pois o capitalista é conservador quanto às inovações tecnológicas. b) O processo de universalização é uma tendência do capitalismo desde sua origem, já que a burguesia precisa de novos mercados, de novas mercadorias e de condições mais vantajosas de produção. c) A expansão do modo capitalista de produção em escala mundial encontrou empecilhos na mentalidade burguesa apegada aos métodos tradicionais de organização do trabalho. d) Na maioria dos países não europeus, a universalização do capital encontrou barreiras alfandegárias que impediram sua expansão. e) A dificuldade de comunicação entre os países, devido ao baixo índice de progresso tecnológico, adiou para o século XX a universalização do modo capitalista de produção. Maquiavel: o poder do príncipe “Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir- se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. (…) E há de se entender o seguinte: que um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião.” (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 74-75.) A partir das metáforas propostas por Nicolau Maquiavel, pensador italiano renascentista, considere as afirmativas sobre a noção do poder próprio ao governante: I. A sabedoria e o uso da força fundamentam o poder. II. O poder encontra seu fundamento na bondade e na caridade. III. A sobrevivência do poder depende das virtudes da fé e da religião. IV. Os fins podem justificar os meios, para resolver conflitos na disputa pelo poder. Estão de acordo com o pensamento de Maquiavel apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) II e III. e) III e IV. Karl Marx Marx, no Prefácio de Para a crítica da economia política, afirma que “… na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais.” Nesse sentido, desenvolve também seu conceito de consciência, que define como sendo determinada: a) pela Filosofia.Assim, é o pensamento filosófico que forma a consciência do homem; b) pela produção espiritual dos homens. Assim, é a consciência que determina a produção social da vida e não a produção social da vida que determina a consciência; c) pela Religião. Assim, é toda a ética religiosa que determina a consciência humana; d) pelo ser social dos homens. Assim, é a produção social da vida que determina a consciência e não a consciência que determina a produção social da vida; e) pelo aparelho ideológico do Estado. Assim, é a política, à qual se subordina a economia, a responsável pela formação da consciência de um povo. O poder político para Maquiavel “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.” (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é: a) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político. b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade. c) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja. d) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente. e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado. Locke: Estado de natureza: contratualismo Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através de acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade. (J. Locke. Segundo tratado sobre o governo civil.) De acordo com o texto acima, I- os homens são coagidos por sua natureza a se reunir em sociedade. II- há um momento real em que os homens entram em entendimento e criam a sociedade civil. III -a sociedade civil tem como fim a promoção de uma vida confortável e segura. IV- a sociedade civil impõe a submissão do indivíduo ao poder do Estado. V -em estado de natureza, os homens são considerados livres e iguais. Estão certos apenas os itens : A- I e II. B- I e IV. C- II e III. D- III e V. E- IV e V. A lei em Hobbes Thomas Hobbes escreveu que “Uma lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para preservá-la.” HOBBES, Thomas. Leviatã, ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e Civil. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”. p.79. Assinale a alternativa correta. a) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu semelhante. b) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la. c) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina. d) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso, ele tem segurança. Max Weber O Estado é constituído por instituições responsáveis pela formulação e execução de leis e políticas públicas de um país. De acordo com Weber, o Estado possui o monopólio da força e da violência, exercendo, assim, uma dominação legítima. A partir da informação acima, assinale a alternativa que contém a característica do Estado segundo Weber. A) É definido pelos seus fins e não pelos seus meios, sendo sua finalidade fundamental o exercício da dominação legítima junto às pessoas daquela sociedade. B) É definido pelos seus meios e não pelos seus fins, sendo o seu meio peculiar o monopólio legítimo do uso da força física na esfera da vida social daquela sociedade. C) Constitui um instrumento de dominação de classe legítimo que não necessita de qualquer justificativa para o exercício de sua autoridade. D) Consiste em uma relação de dominação entre os homens sob a condição de que os dominados se rebelam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores. Locke e a propriedade privada Assinale a alternativa INCORRETA. Segundo John Locke (1632-1704), são proprietários a) todos que são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, isto é, todos são proprietários. b) todos os operários, pois fazem parte da sociedade civil, portanto, podem governar como qualquer cidadão, pois é sua prerrogativa. c) todos os homens, já que a primeira coisa que o homem possui é o seu próprio corpo; assim, todo homem é proprietário de si mesmo e de suas capacidades. d) somente aqueles que podem governar, isto é, os homens de fortuna, pois somente esses podem ter plena cidadania. Maquiavel e O príncipe O filósofo italiano Nicolau Maquiavel, observou que havia uma distância entre o ideal de política e a realidade política de sua época. Na sua obra O Príncipe, nos diz: Não pode e não deve um príncipe prudente manter a palavra empenhada quando tal observância se volte contra ele e hajam desaparecido as razes que a motivaram. (…) Nas ações de todos os homens, especialmente os príncipes, (…) os fins é que contam. Faça, pois, o príncipe tudo para alcançar e manter o poder; os meios de que se valer serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo atenta sempre para aquilo que parece ser e para os resultados. (Maquiavel, Nicolau. O Príncipe, p. 112-3.) Segundo o texto, é correto afirmar que: I – Para Maquiavel a política, fundamentada na moral cristã, tem como objetivo a manutenção do poder do Estado. II – O governante deve fazer aquilo que, a cada momento, mostrar-se interessante para conservar seu poder. Não está ligado a uma questão moral, mas a uma decisão que atente contra a lógica do poder. III – Moral e Política caminham juntas, por isso os fins justificam os meios. IV – Maquiavel define a vida social como um campo de forças, que por sua vez devem se manter equilibradas para prosperar. Estão corretas: a) I, II, III. b) Somente II e IV. c) Somente I e III. d) II, III, IV. e) Somente II e III. Locke e o Contrato Social “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”. (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir. I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder
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