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O EIA é o documento mais importante de todo o processo de AIA. Dele se conclui a viabilidade ambiental do projeto, a necessidade de medidas mitigadoras e compensatórias e o alcance dessas medidas. Também é um instrumento que servirá de base de negociação entre empreendedor, governo e as partes interessadas. Deve ser o mais completo possível (SÁNCHEZ, 2008) Abordagem exaustiva – longos e detalhados estudos de impacto ambiental em que a descrição das condições atuais (diagnóstico ambiental) ocupa quase a totalidade do espaço Abordagem dirigida – coleta de dados efetivamente utilizados na análise dos impactos (úteis na tomada de decisões) (SÁNCHEZ, 2008) Caracterização das alternativas para o empreendimento Identificação preliminar dos impactos Determinação do escopo Plano de trabalho Reconhecimento ambiental inicial O EIA é sobre um determinado projeto; a análise das alternativas já podem ter sido contempladas no projeto ou pré-projeto Deve estar claro para toda a equipe multidisciplinar Compatibilidade com a legislação ambiental (inclusive municipal) Visitas a empreendimentos semelhantes Entrevistas ou reuniões com projetista e proponente para esclarecimentos Compreensão detalhada das atividades e processos em cada etapa do ciclo de vida até sua desativação Compilação de dados sobre o projeto e estudo dos documentos do projeto (plantas, memoriais, etc) Viabilidade econômica Caracterização das alternativas para o empreendimento Estudos de planos e programas governamentais incidentes sobre a área do empreendimento Mapas fotográficos oficiais (escalas 1:100.000 a 1:10.000) Fotografias aéreas Imagens de satélite Levantamento preliminar de dados socioambientais (IBGE) Levantamento preliminar de estudos sobre a região Visita de campo para reconhecimento da área do projeto e do entorno Breve pesquisa bibliográfica Conversas com moradores locais Conversas com prefeitos e funcionários municipais Reconhecimento ambiental inicial Legislação aplicável Planos/programas sobre a área Lista das prováveis alterações decorrentes do empreendimento (descartar os irrelevantes) Baseia-se nas interações possíveis entre ações ou atividades relativas ao empreendimento e os componentes e processos do meio ambiente: ◦ Analogia com casos similares ◦ Experiência e opinião de especialistas ◦ Dedução – confronto entre as principais atividades do empreendimento com os processos ambientais locais ◦ Indução – generalizar a partir de fatos ou fenômenos observados Identificação das mais evidentes características ambientais que podem ser afetadas pelo projeto (ex. tipos de vegetação, formas de uso do solo, atividades antrópicas do entorno, vias de acesso, características físicas do meio: relevo, solo, rede hidrográfica, etc) Identificação preliminar dos impactos Dois empreendimentos idênticos, localizados em lugares diferentes resultarão em diferentes impactos ambientais Num mesmo local, dois projetos diferentes resultarão em impactos diferentes Impactos e riscos ambientais não são percebidos da mesma forma por pessoas ou grupos sociais diferentes É mais útil analisar com profundidade três ou quatro questões relevantes que descrever com igual superficialidade 20 - 30 impactos ambientais abordados genericamente Determinação do escopo Identificação de questões relevantes: ◦ Analogia com casos similares ◦ Experiência e opinião de especialistas ◦ Consulta ao público ◦ Análise das questões definidas previamente por via legal (ex. bens tombados, patrimônio arqueológico e paleológico, cavidades subterrâneas, espécies raras e áreas protegidas) O escopo pode não ser obrigatório, mas é realizado, mesmo implicitamente Determinação do escopo Documento de orientação: TERMO DE REFERÊNCIA Plano de trabalho Plano de trabalho Estudos de base Identificação, previsão e avaliação dos impactos Plano de gestão EIA / RIMA É a atividade mais cara e demorada de um EIA Deve ser planejada cuidadosamente: ◦ Escalas temporal e espacial dos estudos e os métodos de coleta ◦ Eventual necessidade de análises laboratoriais ◦ Procedimentos ou métodos de tratamento dos resultados ◦ Interpretação dos dados ◦ Definição da necessidade de dados primários ou secundários ◦ Definição da área de estudo O resultado dos estudos de base formam um capítulo do EIA: DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Estudos de base Revisão, atualização ou correção da lista preliminar de impactos, baseada nos estudos de base Enumeração das prováveis consequências futuras de uma ação – justificada e fundamentada Procedimentos dedutivos e indutivos de formulação de hipóteses Identificação dos impactos Hipótese fundamentada e justificada (quantitativamente) sobre o comportamento futuro de alguns parâmetros (indicadores ambientais), representativos da qualidade ambiental Necessita de entendimento mais detalhado das relações ecológicas e interações sociais do que a simples identificação dos impactos Pode usar modelos matemáticos, ensaios de laboratório e de campo, extrapolação, modelos de simulação, técnicas de construção de cenários e opinião de profissionais Fornece a magnitude ou intensidade das modificações ambientais Previsão dos impactos Trata da importância ou significância dos impactos “Como o empreendimento implicará a drenagem completa da área úmida, a espécie “Brejus brasiliensis”, recentemente descrita e considerada endêmica da região, correrá sério risco de desaparecer” – previsão Na avaliação de impacto, este seria considerado muito grande, pois implicaria na extinção da espécie – motivo suficiente para a recusa da aprovação do projeto O dimensionamento do impacto também implica num juízo de valor – consulta pública Avaliação dos impactos Impactos negativos poderão ser aceitáveis se houver medidas mitigadoras, que devem ser descritas no EIA (CONAMA 1/86) Plano de gestão ambiental é o conjunto de medidas necessárias, em qualquer fase do período de vida do empreendimento, para evitar, atenuar ou compensar os impactos adversos e realçar ou acentuar os impactos benéficos É a ligação entre os estudos prévios e os procedimentos de gestão ambiental que a empresa adotará, caso o projeto seja aprovado. Será aplicado após a aprovação do projeto (a implementação e fiscalização correspondem à fase de acompanhamento do projeto Algumas medidas poderão já estar descritas no projeto; a equipe de EIA então avalia a eficiência Plano de gestão Estudos complementares após o EIA – envolverão o detalhamento dos programas de gestão ambiental Plano de monitoramento e acompanhamento (baseados nos Estudos de base: ◦ Verificar os impactos reais do projeto ◦ Compará-los com as previsões ◦ Alertar para a necessidade de intervir, se os impactos ultrapassem certos limites ◦ Avaliar a capacidade do EIA de fazer previsões válidas e formular recomendações para outros projetos semelhantes ou localizados no mesmo meio Plano de gestão É responsabilidade do investidor, mas parte recai sobre o governo, na análise da AIA ◦ Custo de elaboração do EIA ◦ Custo de organização da consulta pública Custos: < 0,5 ou 1% do valor do investimento Devem ser considerados: ◦ Custos de mitigação e/ou compensação ◦ Estudos complementares e subsequentes (LI, LO) ◦ Custos de acompanhamento (supervisão, auditoria e monitoramento ambiental) Custo de preparação de um EIA = 0,1 – 1% do custo do investimento Custo de consulta pública = 0,0025% Custo de elaboração do EIA = 60 – 90% do total do processo de AIA Identificação da equipe necessária Conteúdo: ◦ Breve descrição do empreendimento ◦ Breve descrição das alternativas que serão avaliadas ◦ Localização ◦ Delimitação da área de estudo ◦ Características ambientais básicas da área ◦ Principais impactos prováveis causados pelo empreendimento ◦ Considerações sobre os impactos mais significativos ◦ Estrutura proposta para o EIA e conteúdo de cada capítulo/seção ◦ Metodologia de levantamento e tratamento dos dados ◦ Procedimentos de análise dos impactos ◦ Formas de apresentação dos resultados ◦ Compromissos de consulta pública Plano de trabalho
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