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Derrames Cavitários Profº José Eugênio Guimarães Depto. de Patologia e Clínicas/EMVZ/UFBA MEV A03 – Patologia Clínica Veterinária MEV 129 – Prática Hospitalar I � Hidratação dos tecidos � Hidratação ideal = equilíbrio entre o compartimento extravascular e a taxa de drenagem � Aumento do influxo de líquido ou diminuição na INTRODUÇÃO � Aumento do influxo de líquido ou diminuição na drenagem ou ambos: Acúmulo de líquido Disfunção Orgânica INTRODUÇÃO � Influxo Elevado de líquido: � Derrame sangüíneo � Aumento nas forças microvasculares de Starling (i.e.,hipoalbuminemia ou pressão hidrostática aumentada) � Aumento da permeabilidade vascular (ex.: inflamação)� Aumento da permeabilidade vascular (ex.: inflamação) � Ruptura de compartimento normal de fluido* (ex.: bexiga urinária ou vesícula biliar) � Drenagem Prejudicada: � Alteração do sistema linfático * Menos comumente LÍQUIDOS SEROSOS •Cavidades* fechadas dos corpos • Membranas serosas: parietal e visceral • Peritoneal • Pleural • Pericárdica • Sinovial** • *REVESTIMENTO: epitélio especializado = Mesotélio • SINAIS CLÍNICOS: � Localização do fluido � Exame físico � Evidência visual � Palpação DIAGNÓSTICO localização e caracterização � Balotamento do abdômen � Auscultação ou percussão do tórax � Diagnóstico de imagens � Radiologia � Ultra-sonografia � Centese exploratória ou Lavagem peritoneal Efusões não detectadas pelo exame físico Figura 1 – Aspecto macroscópico das efusões Diagnóstico � Caracterização do fluido � Análise básica: Densidade e concentração de proteínas � Citologia: � Contagens total e diferencial de células nucleadas/morfologia*nucleadas/morfologia* � Contagem de hemácias e VG � Bioquímica: Creatinina; Bilirrubina; Amilase; Colesterol; Triglicérides Obs.: *prioridade para pequenos volumes (ex.: aspirado de articulação): exame citológico, contagem celular e densidade. Tipos de Efusão classificação e causas � Transudato � Nefropatia, enteropatia, insuficiência hepática (albumina sérica < 1,5g/dL) � Fibrose hepática, trombose portal obstrução da veia porta (albumina sérica >1,5g/dL)(albumina sérica >1,5g/dL) � Transudato modificado � Insuficiência cardíaca ou insuficiência hepática crônica, cardiomiopatia, compressão venosa por neoplasias, lesão vascular como trombose pulmonar. � Exsudato � Séptico: ruptura do TGI, contaminação cirúrgica � Não séptico: Traumas Uroabdômen, ascite biliar DETERMINAÇÕES ESPECÍFICAS DAS EFUSÕES Determinação Indicação Comentário Creatinina Suspeita de uroabdomen Recomendado para o diagnóstico de uroabdomen Suspeita de ruptura Geralmente a Bilirrubina Suspeita de ruptura do trato biliar Geralmente a suspeita se baseia na aparência (cor) do líquido Amilase Suspeita de ascite pancreática Pancreatite (raro); Derrame intestinal ? Colesterol/ Triglicerídeos Líquido branco ou rosa (quilotórax ou quiloabdomen) Quilo = > Tri, <Col.; Pseudoquilo = > Col. e < Tri Figura 2 – Célula mesotelial reativa (seta), macrófago com hemácias - eritrofagocitose Tipos de Efusão classificação específica � Sangue � Traumas, neoplasias, distúrbios de coagulação � Quilo� Quilo � Traumas e obstruções, ruptura de vasos linfáticos, linfangiectasia, idiopáticas � Pseudoquilo � Neoplasias, infecções Figura 3 – Efusão quilosa fluido pleural (gato). Figura 4 – Fluido pleural – Gato. Macrófago (seta), pequenos linfócitos, neutrófilos não degenerados Transudato modificado Transudato Transudato modificado Exsudato Densidade <1,017 1,017-1,025 >1,025 Proteína total (g/dL) <2,5 > ou = 2,5 >3,0 Células <1.000 >1.000 >5.000Células nucleadas (µL) Tipos células predominantes Mononucleares Mesotelial Linfócitos Monócitos Mesotelial Hemácias Neutrófilos Neutrófilos Macrófagos Hemácias Bactéria Ausente Ausente Variável a b c d a b c d a b c d QUANTO A LOCALIZAÇÃO � EFUSÃO PLEURAL (/toracocentese) causas: � Neoplasia mediastinal: comum em gatos � Hérnias diafragmáticas: transudato modificado � Insuficiência cardíaca: IC congestiva do lado direito ascite em cães. (Obs.: Em gatos pode ocorrer dos dois lados do em cães. (Obs.: Em gatos pode ocorrer dos dois lados do coração) � Torção lobular pulmonar � Actinomicose/nocardiose: cães – exsudato � Piotórax: causa em gatos? Cães e gatos com perfuração do esôfago � Quilo: pode ser idiopática, dirofilariose, insuficiência cardíaca congestiva, laceração do ducto torácico, pleurite e doença granulomatosa ou neoplásica do mediastino. EFUSÃO PERICÁRDICA � Pericardiocentese: 3º. ao 5º. espaço intercostal, do lado direito, junção costocondral � Causas: � Insuficiência cardíaca transudato modificado� Insuficiência cardíaca transudato modificado � Hipoalbuminemia transudato � PIF exsudato � Trauma, tumor ou coagulopatia quilo ou hemopericárdio (ocasional) Séptica ou não séptica? Ela é neoplásica? Quanto a localização � Peritonial � Hipertensão portal, hipoalbuminemia � Fluido abdominal do eqüino � > contagem de células nucleadas > número de neutrófilos� > número de neutrófilos � Escrotal � Ascite, orquites severas, torção testicular � Articular Efusões Articulares � Função do líquido sinovial � Nutrição da cartilagem, eliminação de catabólitos e restos articulares, lubrificação e amortecimento. � Formação� Formação � Ultra filtrado plasmático acrescido de mucopolissacarídeo, rico em ácido hialurônico � Colheita: artrocentese � Derrames � Ruptura do sistema vascular e/ou linfático, infecções, traumas. Análise do líquido sinovial Articulação normal Artropatia degenerativa Artrite infecciosa Aspecto macroscópico Incolor, claro Amarelo pálido, pode conter restos floculentos Turvo, amarelo Volume total Normal ou pequeno aumento Geralmente aumento acentuado Formação de Não coagula Não coagula Pode coagular Formação de coágulo Não coagula Não coagula Pode coagular poucos minutos após a colheita Eritrócitos (µL) < 3.000 6.000 a 12.000 4.000 a 8.000 Leucócitos (µL) < 250 250 a 1.000 50.000 a 150.000 Neutrófilos(%) 7 10 a 15 80 a 90 Linfócitos (%) 35 a 40 45 a 50 4 a 8 Monócitos (%) 45 a 50 35 a 40 1 a 3 Análise do líquido sinovial Articulação normal Artropatia degenerativa Artrite infecciosa Microbiológico Possível cultura bacteriana para micoplasma ou vírus Proteína total (g/dL) 1,2 a 1,8 1,6 a 1,8 3,2 a 4,5 (g/dL) Viscosidade relativa + Levemente reduzida Diminuída Efusões Articulares � Derrames Não Inflamatórios � Traumas � Neoplasias� Neoplasias � Coagulopatias � Congênitas Efusões Articulares � Derrames Inflamatórios � Infecciosos: Bactérias, fungos, vírus � Não Infecciosos: Imunológicas� Imunológicas � Erosivos: Artrite reumatóide � Não erosivos: Poliartrite idiopática, Lupus eritematoso, medicamentosa, secundárias a infecções crônicas � Não Imunológicas � Pseudogota, gota Classificação Significado Clínico Não Inflamatórios Distúrbios articulares degenerativos Inflamatórios Problemas imunológicos como artrite reumatóide e lupus eritematoso Sépticos Infecção bacterianaSépticos Infecção bacteriana Provocados pela formação de cristais Gota Pseudogota Hemorrágicos Traumatismos (fratura, tumor) Deficiência de coagulação Terapia com anticoagulante Classificação Achados Laboratoriais Não Inflamatório Transparente, amarelo, boa viscosidade Leucócitos: < 3.000/µL Neutrófilos: < 10% Glicose: normal (~ ao sangue) Inflamatório Opaco, amarelo, pouca viscosidadeInflamatório Opaco, amarelo, pouca viscosidade Leucócitos: > 3.000/µL Neutrófilos: > 15% Glicose: baixos níveis Séptico Opaco, verde-amarelado, pouca viscosidade Leucócitos: muito elevado Neutrófilos: > 90% Glicose: níveis baixos Cultura: positiva; Gram + Classificação Achados Laboratoriais Induzidos por cristais Opaco ou Leitoso Poucaviscosidade Leucócitos: elevação moderada Neutrófilos: < 90% Glicose: baixos níveis Ácido úrico: elevadoÁcido úrico: elevado Cristais: presença Hemorrágicos Opaco, vermelho Pouca viscosidade Leucócitos: < 3.000/µL Neutrófilos: < 15% Glicose: normal Presença de hemácias Caso Clínico 1 � Paciente: cão macho, 6 anos � Histórico: Pneumonia com possível ICC � Exame físico: Acúmulo de líquido à base dos � Exame físico: Acúmulo de líquido à base dos pulmões pela percussão e auscultação – Efusão pleural � Realizado toracocentese Caso Clínico 1 � Avaliação do líquido torácico: Aparência: amarelo muito pálido, aqüoso e ligeiramente turvo Proteína total: 1,8g/dL (1 a 2g/dL)Proteína total: 1,8g/dL (1 a 2g/dL) Contagem celular: Le: 0,45x109/L(<0,5x109/L), com linfócitos, monócitos e poucos neutrófilos Cultura e Coloração Gram: negativos (cultura estéril) Proteína total sérica: 6,2g/dL (6 a 7g/dL) Caso Clínico 1 1. De acordo com os níveis de proteína no soro e no líquido pleural, como classificar este líquido? R – Transudato. Um nível de proteína total nas efusões de 2,5g/dL, freqüentemente é usado como cutoff (ponto de corte) entre transudato e exsudato. Os transudatos possuem níveis baixos de proteína, i.é, inferiores a 2,5g/dL. Obs.: Uma relação entre a proteína sérica e do líquido pleural pode ser feita: 1,8/6,2 = 0,29. Quando a relação for inferior a 0,5 o líquido pode ser considerado um transudato. 2. Que outros resultados laboratoriais poderiam também definir este líquido como transudato? R - A cor (amarelo muito pálido e translúcido), a citologia (número de Le baixo e predomínio de linfócitos) e a cultura e Gram negativos. Caso clínico 1 3. Após um processo infeccioso envolvendo os pulmões, a efusão pleural é mais comumente associada a um transudato ou exsudato? R – Exsudato. Por causa da dilatação e aumento da permeabilidade dos pequenos vasos sangüíneos associados ao processo infeccioso, há pequenos vasos sangüíneos associados ao processo infeccioso, há exsudação de líquido, proteínas plasmáticas e de células para a cavidade pleural. 4. O que causa o acúmulo de líquido pleural na insuficiência cardíaca? R - Aumento da pressão hidrostática nos vasos sanguíneos do pulmão resultante da função do coração de bombear sangue insuficiente com retorno também pobre do pulmão ao coração. Caso Clínico 3 � Paciente: Canino, pastor alemão, fêmea, 4 anos, 27Kg � Sinais e queixas: apatia, urina amarelo-escura e pouca, fezes escuras, corrimento vaginal escuro.escuro. � Exame físico: fraqueza, membranas mucosas amareladas, dispnéia, alopecia, presença de carrapatos, presença de líquido na cavidade abdominal � Listagem dos problemas: anorexia, letargia, icterícia, ascite Caso Clínico 3 �Exame do Líquido Abdominal Cor: amarelo escura Aspecto: turvo Densidade: 1010Densidade: 1010 pH: 8,0 Citologia: He: 60.000/ µL Le: 4.800/ µL Grande quantidade de polimorfonucleares com predominância de segmentados; � Células mesoteliais grandes, transformadas, com inclusões Caso Clínico 3 Citologia citoplasmáticas/ presença de vacúolos; � Presença de células mesoteliais reacionais; � Presença de macrófagos (raros) � Presença de cristais de bilirrubina. Caso Clínico 4 Exame 2618 – 26/05/10 � Paciente: gato, SRD, macho, 02 anos de idade � Tipo de fluido: ascítico � Exame do líquido abdominal: � Ex. Físico: cor amarelo claro, aspecto turvo,densidade 1030 � Ex. Químico: Proteína de 4,0g/dL, sangue de 4+, pH de 8,0, � Ex. Químico: Proteína de 4,0g/dL, sangue de 4+, pH de 8,0, He = 1.340/mm3, células nucleadas = 3.395. � Citologia: amostra hipercelular apresentando grande quantidade de PMN com predomínio de neutrófilos não degenerados e de macrófagos íntegros com grande quantidade de inclusões citoplasmáticas sugerindo processo inflamatório séptico. Observou-se também moderada quantidade de células linfocitóides, apresentado cromatina grosseira, nucléolos múltiplos e evidentes e citoplasma basofílico sugerindo linfoma. Notou-se também figuras de mitose, bactérias e pequena quantidade de plasmócitos e células mesoteliais. Caso Clínico 4 Exame 2618 – 26/05/10 Caso Clínico 4 Exame 2618 – 26/05/10 Caso Clínico 4 Exame 2618 – 26/05/10
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