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Líquidos serosos

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Líquidos serosos 
Sobre o líquido 
→ Ele é encontrado nas cavidades: Pleural tendo de 10 a 20 ml, Peritoneal tendo 50 ml e Pericárdica tendo mais 
de 100 ml. 
→ O seu acúmulo patológico nas cavidades é chamado de Derrame Seroso, ele pode ser dividido em derrame 
pleural (na C. pleural), Ascites (na C. peritoneal) e Derrame pericárdico (na C. pericádica). 
Sobre a cavidade pleural 
→ A Pleura é um folheto contínuo, formado por camada única de células mesoteliais, apoiadas sobre uma 
membrana basal e uma camada de tecidos conjuntivos. 
→ As cavidades são revestidas por duas membranas conhecidas como serosas. Uma delas reveste as paredes da 
cavidade (membrana parietal) e a outra cobre os órgãos do interior da cavidade (membrana visceral). O 
líquido entre as membranas é chamado de fluído seroso. 
→ Os líquidos entre as pleuras possuem células, eletrólitos, água e pouca proteína. 
o Sua finalidade é permitir o deslizamento das pleuras parietal e visceral. Ex: expansão e contração dos 
pulmões. 
o Sua formação: ocorre através da pleura parietal, por simples diferença entre as pressões hidrostática e 
oncótica. 
o Sua reabsorção ocorre através da pleura visceral, por meio da diferença de pressão. Ex: água e eletrólitos 
o Formação e reabsorção ocorrem a uma taxa constante. 
Derrame Pleural 
→ É um acúmulo de líquidos na cavidade pleural em decorrência de 
mecanismos capazes de aumentar a entrada ou diminuir a saída de 
líquido no espaço pleural. 
→ Etiologia: 
o Aumento da pressão hidrostática na microcirculação sistêmica 
causada pela insuficiência cardíaca (o acúmulo é transudato) 
o Redução da pressão oncótica plasmática causada pela cirrose 
hepática avançada, síndrome nefrótica e desnutrição grave (o 
acúmulo é transudato) 
o Aumento de permeabilidade capilar pleural causada por 
infecções, processos inflamatórios e neoplasias (o acúmulo é 
exsudato) 
o Dificuldade de saída de líquido do espaço pleural por redução 
da função linfática pleural (obstrução da drenagem linfática) 
causada por neoplasias e traumatismos (o acúmulo é exsudato) 
▪ Transudatos: é resultante de um processo mecânico, no qual um distúrbio sistêmico que resulta em um 
rompimento do equilíbrio entre filtração e reabsorção do líquido. 
▪ Exsudatos: provem de processos inflamatórios, ocorrendo, assim, comprometimento das membranas, 
inclusive infecções e neoplasias. 
→ Procedimentos diagnósticos invasivos: A coleta chamamos de toracocentese, que é realizada através da 
punção transparietal por agulha. É dividida em toracocentese diagnóstica onde coleta-se uma amostra do 
líquido e temos a toracocentese terapêutica onde temos o esvaziamento total ou parcial do derrame pleural 
par aliviar dispnéia e o desconforto. 
Posição do paciente: ele deve estar sentado. 
Técnica de acesso à cavidade pleural: espaço intercostal baixo -> assepsia -> anestesia com lidocaína -> uso de 
agulha fina -> coleta do material. 
→ Biópsia pleural: após toracocentese temos a obtenção de fragmentos da pleura parietal para finalidade 
diagnóstica. Útil sempre que houver suspeita de neoplasia ou tuberculose e o diagnostico não foi possível com 
os dados laboratoriais. Apresenta especificidade de 90% para a tuberculose. 
→ As análises microscópica, química e macroscópica proporcionam uma orientação diagnóstica para a 
determinação da conduta terapêutica. 
→ Exame macroscópico: 
 
Aspecto: 
 
 
 
 
→ Exame químico: 
Finalidade: é realizado para diferenciar transudatos de exsudatos e determinar a etiologia do exsudatos. 
o Utilizados para diferenciar transudatos e exsudatos: 
 
▪ Proteínas: transudato: < 3 g/dl Diagnóstico diferencial entre: derrame tuberculoso: 4,5% 
 Exsudato: > 3 g/dl derrame neoplásico: 3,5% 
▪ Lactato desidrogenase (LDH): é um critério diferencial entre transudato e exsudato. Transudato menor que 
200 U/L indica insuficiência cardíaca congestiva ou cirrose. Eleva-se quando há restos de tecidos no líquido 
pleural ou quando há mutas células degeneradas. Maior que 1000 U/L indica empiema, artrite reumatoide ou 
paragominiase. 
▪ Glicose: seu valor normal é semelhante à glicose sérica. Se a concentração está baixa indica presença de 
células livres, maior glicólise ou pleura espessada. 
▪ < 60 
mg/dl 
▪ Exsudato, podendo ser tuberculose, neoplasias 
e etc 
▪ < 40 
mg/dl 
▪ Indica empiema, podendo atingir zero mg/dl 
▪ < 20 
mg/dl 
▪ Indica artrite reumatóide 
 
▪ pH: o normal é pH 7,4 ; transudato é > 7,4 ; exsudato é < 7,3 ; derrames parapneumonicos é < 7,1. 
→ Exame microscópico: realizamos a contagem total, porém raramente diagnosticada. 
Transudato: <1000 mm³ 10.000/mm³ indica inflamação, como pneumonia ou infarto pulmonar. 
>50 000/mm³ indica derrames pleurais parapneumônicos, geralmente empiema. 
o Esfregaços: usamos a coloração Leishmam. As células normais encontradas são os monócitos, células 
mesoteliais, linfócitos e macrófagos. 
▪ Monócitos: tem predomínio ao transudatos e exsudatos crônicos, como linfoma, carcinoma, 
tuberculose e artrite reumatóide. 2/3 é equivalente aos casos de neoplasias e 85 a 90% equivale a 
tuberculose, linfoma, sarcoidose e artrite reumatóide. 
▪ Linfócitos: Predomínio nas turbeculoses, carcinomas, linfomas, sarcoidose e derrames crônicos. 85% 
equivalem a tuberculose, linfoma, sarcoidose e derrames crônicos. 50% a 85% equivale a 
carcinomas. 
▪ Neutrófilo: exsudatos infecciosos, indica infecção bacteriana, como pneumonia 
▪ Eosinófilos: 10% total de leucócitos não apresenta significado clínico. Indica infecção por parasitas e 
fungos ou reação alérgica. Também pode estar associado com trauma que resulta na presença de 
ar ou sangue 
▪ Células mesoteliais: são células arredondadas, com núcleo central ovóide. Pouca concentração 
indica tuberculose e empiema. Concentração aumentada indica embolia pulmonar e algumas 
viroses. 
▪ Células neoplásicas: indica adenocarcinoma. 
→ Exames não de rotina: 
o Densidade: não muito utilizada pois há correlação linear entre o conteúdo proteico e a densidade. Menor 
que 1,016 é transudato, maior que 1,016 é exsudato 
o Amilase: tem relação entre líquido pleural ao nível sérico. Menor que 1 é transudatos e maior que 1 é 
derrame pleural à esquerda. 
o Adenosina Desaminase (ADA): produto da degradação das purinas. Aumentado (maior que 45 U/L): indica 
tuberculose, artrite reumatóide e empiemas. 
o Ácido hialurônico: elevado no mesotelioma maligno 
o Marcadores imunológicos: fator reumatóide >1:160 
o Triglicerídeos: >110 mg/dl indica quilotórax. 
 
Amarelo claro: transudatos e alguns exsudatos / Normal 
Hemorrágico: punção traumática, derrames neoplásicos e traumatismo / embolia pulmonar 
Turvo: infecção, podendo ser uma tuberculose 
Opalescente, leitoso: derrames quilosos e empiema 
 
 
A presença de uma destas características 
indica exsudato 
 
 
 
Ascite 
→ É o acúmulo patológico de fluido na cavidade peritoneal 
→ Cavidade peritoneal: possui 100ml de líquido 
→ Volume superior a 500ml de líquido acumulado é clinicamente detectável 
→ Líquido peritoneal: transudado e tem um turnover de 50% por hora; produção via capilares viscerais; reabsorção 
por vias linfáticas diafragmáticas 
→ Patogênese: 
o Aumento da pressão hidrostática, causando doenças hepáticas (cirrose, hepatite). 
o Diminuição da pressão osmótica coloidal, causando síndrome nefrótica, enteropatia e má nutrição com 
anasarca. 
o Saída de fluidos para a cavidade peritoneal, causando ascite quilosa, ascite pancreática e ascite biliar. 
o Aumento da permeabilidade dos capilares peritoneais, causando peritonite bacteriana, peritonite 
tuberculosa e neoplasias do peritônio (peritoneu). 
→ Coleta: 
o Paracentese abdominal: punção do abdômen com uma agulha para a extração de líquido; pode ser 
diagnóstica ou terapêutica; é o método mais rápido e eficaz paradeterminar a etiologia do líquido 
ascético; deve ser efetuada em todos os doentes com ascite. 
o Local de punção: quadrante inferior esquerdo entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca antero-superior. 
→ Líquido ascético: aspecto macroscópico; conteúdo proteico; contagem total e diferencial de células; cultura e 
coloração de gram; exame citológico. 
o Aspecto macroscópico: cor de palha, tinto de bile ou transparente indica cirrose; turvo indica infecção; 
sanguinolento indica paracentese traumática e ascite maligna; leitoso indica ascite quiloso; castanho 
indica perfuração de úlcera duodenal e ruptura da vesícula biliar. E amarelo claro é normal. 
o Conteúdo proteico: 
▪ Proteína total: Transudato: indica inferior a 1,016; menos de 25 g/L de proteína; peritoneo normal. 
Exsudado: mais de 25 g/L de proteína; peritoneu doente (infecção ou tumor). 
OBS: concentração de amilase no líquido ascitico é sugestiva de ascite pancreática ou perfuração 
intestinal. 
▪ Albumina: Alto gradiente: valor igual ou superior a 1,1 g/dL; ocorre hipertensão portal causando 
cirrose, hepatite alcoólica. 
Baixo gradiente: valor inferior a 1,1 g/dL; não ocorre hipertensão Portal ocorrendo carcinomatose 
peritoneal, tuberculose. 
 
Alto gradiente (maior ou igual a 1,1 g/dL) Baixo gradiente (menor que 1,1 g/dL) 
Cirrose Carcinomatose peritoneal 
Hepatite alcoólica Peritonite tuberculosa 
Ascite cardíaca Ascite pancreática 
Metástases hepática Ascite biliar 
Falência hepática fulminante Síndrome nefrótico 
Síndrome de Budd-chiari Fuga linfática pós-operatória 
Trombose da veia porta Serose em doenças do tecido conjuntivo 
Mixedema 
 
▪ Contagem total e diferencial de células: 
Normal: <300 leucócitos/mm³ e <25% de neutrófilos 
Processo inflamatório agudo: indica peritonite bacteriana; >250 leucócitos/mm³ e >50% de neutrófilos 
Leucocitose com predomínio linfocitário: indica tuberculose peritoneal e carcinomatose. 
▪ Cultura e coloração de gram: fazemos a inoculação de frascos de hemocultura com líquido ascítico 
junto ao leito, pois aumenta a sensibilidade para detectar peritonite bacteriana. 
 
 
▪ Laparoscopia: feito no caso de tumor, tuberculose peritoneal e doença metastática do fígado. 
 
 
 
 
 
 
Derrame pericárdico 
→ Pericárdio: formação sacular com camada dupla que envolve o coração, parietal e visceral; elástico com 
volumes pequenos e inelástico com volumes grandes, pois previne a dilatação aguda do ventrículo; doenças 
do pericárdio, inflamação (pericardite) ou acúmulo de líquido em quantidades anormais (derrame pericárdico). 
→ Causas: insuficiência cardíaca congestiva; mixedema; quilopericardio; esclerodermia; fibrose endomiocárdica. 
→ Drenagem – pericardiocentese: 
 Indicações: evolução prolongada, sem diagnóstico etiológico firmado, casos com toxemia que sugere 
acúmulo purulento e punção terapêutica. 
→ Análise do líquido pericárdico: 
o Aspecto macroscópico: amarelo indica vírus e tuberculose; purulento indica bactérias inespecíficas; 
hemorrágico indica neoplasias. 
o Exames bacterioscópicos e de cultura: encontramos bactérias aeróbias, anaeróbias, fungos e bacilo de 
Koch. 
o Exame citológico: encontramos células neoplásicas e leucócitos; alto neutrófilos indica vírus e tuberculose 
(fase inicial); alto mononucleares indica fase mais tardia; piócitos nas amostras purulentas. 
o Exame bioquímico: baixa glicose indica infecções; ADA alta indica tuberculose.

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