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biomedicina_BR - LÍQUIDOS CAVITÁRIOS OU SEROSOS

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LÍQUIDOS CAVITÁRIOS OU
SEROSOS
 
PROF. DRA ELAINE CAMPANA SANCHES BORNIA
(Líquido pleural, pericárdico e peritoneal  )

•
•
•
 DEFINIÇÃO:
As cavidades fechadas do organismo (pleural, pericárdica e
peritoneal) são revestidas por duas membranas conhecidas como
serosas.
 Uma delas reveste as paredes da cavidade (parietal) e a outra
cobre os órgãos do interior da cavidade (membrana visceral).
O líquido situado entre essas duas membranas recebe o nome de
líquido seroso ou cavitário.
 
MEMBRANAS SEROSAS
Membrana Pleural
Membrana Pericárdica
Membrana Peritoneal
MEMBRANAS SEROSAS

•

•
•
•
 
FUNÇÃO DOS LÍQUIDOS SEROSOS
 "lubrificação" das superfícies das membranas (parietal e visceral)
evitando o atrito entre membranas quando ocorre a
movimentação dos órgãos (ex. movimentação dos pulmões).
 
 
 VOLUME NORMAL
Líquido pleural: 30 mL
Líquido pericárdico: 10-50 mL
Líquido peritoneal: 100 mL
Formação
•
•
•
Os fluidos serosos são formados como ultrafiltrados de plasma, sem
que nenhum material seja adicionado pelas células mesoteliais que
revestem as membranas.
 
A produção sofre influência das pressões hidrostáticas e
coloidosmótica (oncótica) dos capilares que servem a cavidade, bem
como da permeabilidade capilar das membranas serosas.
 
Perturbações dos mecanismos de formação, reabsorção e drenagem
dos fluidos serosos provocam aumento de líquido entre as membranas,
o que é denominado de derrame.
 
 
 
 
•
-
-
-
-
 
Principais causas de derrame:
 
1) Aumento da pressão hidrostática capilar
Insuficiência cardíaca; Retenção hidrosalina.
 
2) Diminuição da pressão oncótica (casos de hipoproteinemia)
Síndrome nefrótica; Cirrose hepática; Desnutrição.
 
3) Obstrução Linfática
Tumores malígnos, Linfomas; Infecção e Inflamação; Lesão do ducto
torácico.
 
4) Aumento da permeabilidade capilar das membranas serosas
Infecções microbianas das membranas; Inflamações das membranas;
Neoplasia das membranas;
 
 
Formação e drenagem dos líquidos serosos
Pressão hidrostática
Pressão oncótica
Drenagem linfática
Folha parietal Folha visceral
Vasos
linfáticos
estomas
Capilares
sistêmicos
Capilares
viscerais
FORMAÇÃO: pressão
hidrostática
 
 
REABSORÇÃO:
pressão oncótica
 
 
DRENAGEM: vasos
linfáticos
Pressão hidrostática
Pressão oncótica
Drenagem linfática
1) Derrame por aumento da pressão hidrostática em
capilares viscerais
Exemplos: Hipertensão portal (cirrose, ICC)
 Hipertensão pulmonar (ICC)
 
Líquido
seroso
Capilares
sistêmicos
Capilares
viscerais
Normal Anormal
Pressão hidrostática
Pressão oncótica
Drenagem linfática
Líquido
seroso
2) Derrame por diminuição da pressão oncótica
Exemplos: - síndrome nefrótica
 - desnutrição
 - cirrose avançada
 -doenças intestinais perdedoras de
 proteínas
Capilares
sistêmicos
Capilares
viscerais
Normal Anormal
Pressão hidrostática
Pressão oncótica
Drenagem linfática
Líquido
seroso
3) Derrame por obstrução linfática
Exemplos: linfomas
 traumas
Capilares
sistêmicos
Capilares
viscerais
Normal Anormal



Ducto torácico:
 é um grande tubo linfático que se estende do abdômen ao pescoço,
 é o maior ducto linfático do corpo,
 é o responsável por coletar a maior parte da linfa e realizar a drenagem dos
líquidos cavitários ou serosos.
4) Aumento da permeabilidade capilar
 Pode ser produzida por infecções da membrana serosa, inflamações ou neoplasias.
 
Ex. neoplasia (mesotelioma pleural) derrame pleural.
 
O mesotelioma que seria
o tumor primário é de
ocorrência rara.
A maioria dos derrames
malignos tem origem de
tumores metastáticos
Asbesto=Amianto
 Coleta e Manuseio da Amostra
•
-
-
-
COLETA: aspiração com agulha estéril das respectivas cavidades.
 
Toracocentese: aspiração do líquido pleural.
 
Pericardiocentese: aspiração do líquido pericárdico.
 
Paracentese: aspiração do líquido peritoneal ou ascítico.
 
 Coleta e Manuseio da Amostra




PARÂMETROS ANALISADOS
 
CONTAGEM DE CÉLULAS E DIFERENCIAL: frasco com anticoagulante
(citrato de sódio ou EDTA)
 
 BIOQUÍMICA: frasco sem anticoagulante ou heparinizados.
 
MICROBIOLOGIA E CITOLOGIA: frasco estéril e heparinizado ou
diretamente em frascos de hemocultura.
 
pH: seringa heparinizada mantida em gelo.
 
- Os testes bioquímicos dos fluidos cavitários ou serosos são
comparados com as concentrações plasmáticas porque tais líquidos
são um ultrafiltrado do sangue, deste modo, uma amostra de sangue
deve ser obtida no momento da coleta.
 
 
 Transudatos e Exsudatos
•


•
A classificação geral da causa de um derrame pode ser realizada pela
separação dos fluidos na categoria de transudato ou exsudato.
 
 
TRANSUDATOS: Acúmulo de líquido secundário a doenças sistêmicas.
(ex: Insuficiência Cardíaca Congestiva, Hipoproteinemia e Cirrose hepática).
 
EXSUDATOS: Acúmulo de líquido devido ao acometimento direto das
membranas das cavidades por processos infecciosos (tuberculose,
pneumonia bacteriana e viral ou por micoplasma), neoplasias, doença
inflamatória não infecciosa envolvendo a pleura (doença reumatóide ou LES))
.
 
 
IMPORTÂNCIA DA DIFERENCIAÇÃO: orientar a investigação etiológica dos
derrames de causa desconhecida, indicar a necessidade de outros testes
laboratoriais.
 Diferenciação Laboratorial de Transudatos e Exsudatos.
 
 Transudatos e Exsudatos
 Transudato Exsudato
Aspecto Límpido Turvo
Relação de proteína fluido:
soro
< 0,5 >0,5
Relação DHL fluido:soro <0,6 >0,6
Contagem de GBs <1000/μL >1000/μL
Contagem de GVs <100.000/μL >100.000/μL
 
Coagulação espontânea Não Possível
Colesterol no Líquido
Pleural
<45-60 mg/ml >60 mg/ml
Relação de Colesterol fluido:
soro
<0,3 >0,3
Relação de bilirrubina fluido:
soro
<0,6 >0,6
•


•
•
•
Os testes que são realizados em todos os fluidos serosos incluem:
 avaliação do aspecto
diferenciação entre transudato e exsudato
 
Em fluídos transudatos geralmente não há necessidade de testes
adicionais.
 
Efusões de origem exsudativas são examinadas para a presença de
anormalidades microbiológicas e citológicas.
 
Testes adicionais são realizados com base em sintomas clínicos
específicos e de acordo com a particularidade de cada líquido (pleural,
pericárdico e peritoneal).
 
 
Contagem global de Células
(Geralmente realizada em câmara de Neubauer)
•
•



Importante para fazer a diferenciação entre
transudato e exsudato.
 
Os tipos celulares que podem ser encontrados
nos líquidos serosos são:
Leucócitos
Células mesoteliais
Hemácias
•
•
•
•
•
 
Contagem global de Células
Leucócitos e Células Mesoteliais: são contadas nos quatro
quadrantes laterais da Câmara de Neubauer e o resultado é multiplicado pelo
fator de correção para μl que é de 2,5.
 
Amostras com elevada celularidade devem ser diluídas em solução aquosa de
fucsina 0,2% na proporção de 1:20.
 
A solução de fucsina otimiza a contagem por corar o núcleo das células e lisar
as hemácias que dependendo da quantidade podem prejudicar a contagem.
 
Se a diluição com fucsina (1:20) for utilizada o fator de conversão da câmara é
multiplicado por 50
 
 
 
 
 
 
 
 



 
Resultado:
 N0 de leucócitos/μl
N0 de células mesoteliais/ μl
Contagem global de Células
 HEMÁCIAS: são contadas no quadrante central e o
resultado multiplicado por 10 como fator de
correção para μl.


 
Resultado:
 N0 de hemácias/μl
 
•A contagem diferencial deve ser realizada a partir de
amostra centrifugada e corada com corante hematológico, a
lâmina deve ser analisada para leucócitos (tipo) e outros
tipos celulares, quando células com suspeita de malignidade
foram encontradas, a amostra deve ser encaminhada para
análise patológica.
CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS
1) Líquido Pleural
• É obtido através da cavidade pleural, situada entre a membrana pleural
parietal da parede torácica e a membrana pleural visceral que recobre o
pulmão.
•
•
•Toracocentese: é indicada tanto
para diagnóstico, como para fins
terapêuticos (alívio).
 
Colher com heparina para evitar a
coagulação e uma amostra com
EDTA, para citologia.
 
Em geral é possível colher
volumes elevados (100 ml ou mais).
•
1.1) Aspecto
A observação do aspecto do líquido pleural pode fornecer importantes
informações clínicas sobre a etiologia do derrame pleural.
 Correlação do Aspecto do Líquido Pleural e Doenças
1) Líquido Pleural
Aspecto Doença
Claro/amarelo pálido Normal
Turvo Infecção bacteriana (tuberculose, pneumonia)
Sanguinolento Hemotórax (lesão traumática)
Lesão da membrana (embolia pulmonar, tuberculose,
neoplasia)
Leitoso Material quiloso do ducto torácico
Material pseudoquiloso de inflamação crônica
Marrom Ruptura de abscesso amebiano hepático
Preto Aspergilose
Viscoso Mesotelioma maligno (aumento de ác. hialurônico)

•
-
-
-
•
•
•
1.1) Aspecto
Líquido pleural sanguinolento
A presença de sangue no Líquido Pleural pode significar:
Hemotórax (lesão traumática)
Lesão da membrana (neoplasias, infecções)
Aspiração traumática (pode ser diferenciada das demais por irregularidade na
distribuição entre os tubos de análise).
 
Para fazer a diferenciação entre o sangramento ocasionado por hemotórax ou
lesão de membrana pode ser realizado o hematócrito do líquido pleural e do
sangue.
 
Hemotórax: hematócrito do fluido > que 50% do valor do hematócrito do sangue
(o derrame está acontecendo devido ao sangramento da lesão).
 
Lesão da membrana: hematócrito do fluido < que 50% do valor do hematócrito
do sangue (além do sangue ocorre também aumento de líquido pleural porque
há comprometimento da permeabilidade da membrana).
1) Líquido Pleural
Distribuição homogênea de sangue
1) Líquido Pleural

•
-
•
•
1.1) Aspecto
Líquido pleural leitoso
 Pode ser causado por:
- Material quiloso: proveniente do ducto torácico.
Material pseudoquiloso: produzido em condições inflamatórias crônicas
das membranas pleurais.
 
Material quiloso: altas concentrações de triglicerídeos (coloração Sudan
III fortemente positiva).
Material pseudoquiloso: grande concentração de colesterol, podendo
aparecer também cristais de colesterol.
1) Líquido Pleural
1.1) Aspecto
Diferenciação entre Derrame Pleural Quiloso e Pseudoquiloso
 
 Efusão Quilosa Efusão Pseudoquilosa
Causa Lesão de ducto torácico Inflamação crônica
Aspecto Leitoso/branco Leitoso/tonalidade verde
Leucócitos Predominantemente
linfócitos
Misto de células
(predomínio de neutrófilos)
Cristais de colesterol Ausente Presente
Triglicérides >110 mg/dL < 50 mg/dL
Coloração com Sudam III Fortemente positiva Negativo/fracamente
positiva
•
1.2) Testes Hematológicos
A contagem diferencial de células é o teste hematológico mais significativo, pois a
celularidade da amostra pode dar informações importantes a respeito da causa do
derrame pleural.
 Importância da células vistas no Líquido Pleural
 
1) Líquido Pleural
Células Significado
Neutrófilos Infecções bacterianas (Pneumonia) e derrames devido à
Pancreatite e Infarto Pulmonar.
Linfócitos Tuberculose, Infecção Viral, Doença Autoimune (LES,
Artrite Reumatóide), Neoplasias.
Células Mesoteliais
(Por serem pleomórficas podem ser confundidas com
linfócitos, células plasmáticas e células neoplásicas).
Formas normais e reativa s não tem significado clínico.
Podem estar aumentadas em pneumonias e neoplasias.
Redução de células mesoteliais esta associada a
tuberculose.
Plasmócitos Tuberculose
Células Neoplásicas Carcinoma primário (mesotelioma), Carcinoma
metastático.
Eosinófilos Maior que 10%: trauma que resulta na presença de ar
ou de sangue (pneumotórax e hemotórax) na cavidade
pleural.
 
 Em reações alérgicas e infecções parasitárias.


Células mesoteliais, linfócitos e
monócitos em Líquido Pleural normal
(X500)
Maioria são células mesoteliais, e alguns
segmentados em Líquido Pleural normal
(X500)
Macrófago carregado de
hemossiderina, indicando exsudato
hemorrágico (x1000).
Célula mesotelial reativa (em inflamação)
em líquido seroso.Observe também a
presença de eosinófilos, monócitos,
neutrófilos e linfócitos.
•
•
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
1.2) Testes Hematológicos
 
A principal preocupação do exame citológico diferencial em todas as efusões
serosas é detectar a presença de células neoplásicas.
 
Características das Células Neoplásicas
Aumento da relação núcleo:citoplasma
Cromatina nuclear irregularmente distribuída
Variação no tamanho e forma dos núcleos
Número e tamanho de nucléolos aumentados
Nucléolos hipercromáticos
Células gigantes e multinucleação
 Citoplasma vacuolizado
Aglomerados celulares
 
1) Líquido Pleural
1) Líquido Pleural
Células de carcinoma da mama
metastático no líquido pleural,
observe a presença de nucléolos
(X1000)
Células de adenocarcinoma no
líquido pleural que demonstram
vacuolização do citoplasma (X1000)



-
•
1.3) Testes Bioquímicos
Glicose
Valor de referência: 60 mg/dL
Valores reduzidos são observados na tuberculose, inflamação reumatóide
e infecções purulentas.
Lactato
Valores superiores a 90 mg/dL aparecem em infecções bacterianas.
 
pH
pH<7,0: pode indicar necessidade de drenagem da cavidade pleural
além do uso do medicamento (ex. pneumonias).
 
Um pH <6,0 : indica ruptura esofágica que está permitindo o afluxo de
líquido gástrico.
 
1) Líquido Pleural

•
•
•
1.3) Testes Bioquímicos
Enzimas
Amilase
Níveis elevados estão associados a pancreatite, ruptura esofágica e em
neoplasias.
 
ADA (adenosina deaminase)
Níveis acima de 40 U/L são altamente indicativos de tuberculose, como
também em neoplasias.
 
Triglicerídeos podem ser pedidos para confirmar a presença de
derrame quiloso.
1) Líquido Pleural
•
-
-
-
-
•
-
-
-
1.4) Testes Microbiológicos
Microorganismos rotineiramente associados aos derrames pleurais:
Staphylococcus aureus
Enterobacteriaceae
Anaeróbios (Prevotella; Bacterióides sp, Fusubacterium sp)
Mycobacterium tuberculosis
 
Dependendo do microorganismo suspeito podem ser realizadas no
líquido pleural:
Coloração de Gram
Cultura (anaeróbios e aeróbios)
 Coloração para BAAR
1)Líquido Pleural
•
-
-
•
-
-
-
-
1.5) Testes Sorológicos
São utilizados para diferenciar as efusões de origem imunológicas dos
processos não inflamatórios.
Testes de anticorpos antinucleares (FAN)
Fator reumatóide
 
 Detecção de marcadores tumorais em casos de derrames de origem
neoplásica:
Antígeno carcinoembrionário (CEA) – câncer colorretal, gástrico,
pâncreático.
CA 125 (câncer uterino metastático)
CA 15.3 e CA549 (câncer de mama)
Cyfra 21-1 (câncer de pulmão)
1)Líquido Pleural
Algorítmo de testes no Líquido Pleural
Relação de proteínas fluido:soro>0,5
Relação de DHL fluido:soro>0,6
DHL no fluido > 2/3 do limite superior de referência no soro
Algum Positivo
Não Sim
Transudato Exsudato
Glicose
ADA
GBs/Diferencial
Amilase
pH
ADA>40 U/L GBs/Dif.
Linfócitos Neutrófilos
Tuberculose Inf. bacteriana
Amilase
Elevada
Pancreatite
pH
<7,0 <6,0
Possível necessidade de
drenar
Ruptura
do
esôfago
Algorítmo de testes no Líquido Pleural
Aspect
o
Sanguinolento Leitoso
Hematócrito Triglicérides
> 50% do valor do
hematócrito do
sangue
 Hemotórax
< 50% do valor do
hematócrito do
sangue
Lesão da
Membrana
Colesterol
Material
Quiloso
Material
Pseudoquiloso
Lesão do Ducto
Torácico
Inflamação
crônica
2)Líquido Pericárdico
• Normalmente pequena quantidade de fluido (10-50 ml) é encontrada entre as
membranas serosas do pericárdico.
2)Líquido Pericárdico
• O derrame pericárdico é causado por processos infecciosos, malignos,
hemorrágicos ou metabólicos.
 
-
-
-
Processos Infecciosos
-Pericardite bacteriana
Tuberculose
Pericardite fungica
 Pericardite viral
-
-
Processos Neoplásicos
 Carcinoma metastático
Linfoma
 
-
-
-
Processos Hemorrágicos
Trauma
Terapia anticoagulante
Extravasamento de aneurisma da aorta
-
-
-
-
Processos Metabólicos
Uremia
Mixidema
Doença reumática
LES
Infarto doMiocárdio Relacionados a AIDS
2.1) Aspecto
2)Líquido Pericárdico
Aspecto Significado
Claro, amarelo pálido Normal, transudato
Turvo Infecção e neoplasia
Laivos de sangue Neoplasia
Macroscopicamente
sanguinolenta
Punção cardíaca,
medicação anticoagulante
Leitoso Material quiloso e
pseudoquiloso
2)Líquido Pericárdico
•
2.2) Coleta
 O líquido pericárdico é obtido por pericardiocentese (punção com
agulha e seringa) ou pericardiotomia após uma toracotomia limitada.
Pericardiocentese

•
•
•
2.3) Testes Laboratoriais
 
 Exame Microscópico
Contagem global de leucócitos acima de 1.000/μL são sugestivas de
pericardite bacteriana, tuberculosa ou maligna.
 
O predomínio de neutrófilos na contagem diferencial reforça a suspeita
de pericardite bacteriana.
 
A presença de células neoplásicas estão associadas a metástase de
carcinoma de pulmão e mama.
2)Líquido Pericárdico
2)Líquido Pericárdico

2.3) Testes Laboratoriais
 
 Exame Microscópico
Líquido Pericárdico: exsudato maligno com nucléolos
hipercromáticos (X1000).

•
-
-
-
-
2.3) Testes Laboratoriais
 
 Exame Bioquímico
 Os parâmetros bioquímicos deste líquido ainda não foram estudados no mesmo
nível que os de outros líquidos e devem ser usados com precaução.
 
Proteínas > 3g/dL: sugestivo de exsudato, porém uma relação proteína líquido/
soro > 0,5 tem maior valor discriminativo.
 
Glicose < 40 mg/dL: sugestivo de derrames bacterianos, reumáticos ou
malignos.
 
Desidrogenase Lática (DHL) > 300 U/dL ou a relação de DHL líquido/plasma >0,6:
sugestivo de exsudato.
 
A atividade da ADA (>40 U/L): é um teste útil quando a baciloscopia em
amostras suspeitas de tuberculose se mostram negativas.
 
2)Líquido Pericárdico

•
•
•
2.3) Testes Laboratoriais
 
 Exame Microbiológico
 Culturas bacterianas e coloração de Gram são realizadas em fluidos
concentrados quando se suspeita de endocardite ou pericardite
(sensibilidade de 50 a 80%).
 
As infecções são, em geral, causadas por infecções respiratórias
prévias, incluindo, Haemophilus, Streptococcus, Staphylococcus e
adenovírus.
 
Os derrames pericárdicos de origem tuberculosa estão aumentando
devido a AIDS, deste modo coloração para BAAR (sensibilidade de 50%)
e teste de adenosina deaminase (ADA) são frequentemente solicitados
em derrames pericárdicos de pacientes com HIV.
 
2)Líquido Pericárdico
•
•
•
 O acúmulo de líquidos entre as membranas do peritôneo é chamado de
ascite, e o fluido é, normalmente, referido como fluido ascítico em vez
de líquido peritoneal.
 
A cavidade peritoneal pode conter em torno de 100 ml de líquido.
 
Como os líquidos pleural e pericárdico, o líquido ascítico é produzido
como um ultrafiltrado do plasma.
3)Líquido Peritoneal
• Causas de Efusões Peritoniais
 
 
3)Líquido Peritoneal
-
-
-
Transudatos: pressão hidrostática aumentada ou pressão
oncótica plasmática reduzida.
ICC
Cirrose hepática
 Hipoproteinemia (ex. Síndrome Nefrótica)
•
-
-
-
•
-
-
-
-
•
•
•
Exsudatos: permeabilidade capilar das membranas
aumentada ou reabsorção linfática reduzida.
 Infecções:
Tuberculose
Peritonite bacteriana primária
Peritonite bacteriana secundária (ex. ruptura de apêndice;
perfuração intestinal).
 Neoplasias:
Hepatoma
Carcinoma metastático
Linfoma
Mesotelioma
 Trauma
Pancreatite
Peritonite por rompimento da bile
•
Efusões Quilosas:
 Dano ou obstrução ao ducto torácico
(ex. trauma, linfoma, carcinoma,
tuberculose, infestação parasitária).
 
•
•
•
•
 TRANSUDATOS X EXSUDATOS
 
Os critérios laboratoriais para dividir líquidos ascíticos em transudatos e exsudatos, não
estão bem definidos como para o líquido pleural.
 
O gradiente de albumina soro:ascite (GASA) é o mais recomendado para transudatos de
origem hepática.
 
A concentração de albumina é medida simultaneamente no soro e no fluido; o nível de
albumina do soro é, então, subtraído do nível de albumina do fluido.
 
A diferença (gradiente) de 1,1 ou maior sugere uma efusão transudato de origem hepática,
e gradientes menores estão associados com efusões exsudativas.
 
 
 
 
 
3)Líquido Peritoneal
Exemplo:
 
Albumina no soro = 3,8 mg/dL Albumina no soro = 3,8 mg/dL
 
Albumina no fluido = 1,2 mg/dL Albumina no fluido = 3,0 mg/dL
 
Gradiente = 2,6 Gradiente = 0,8
 
Transudato Exsudato

•
•
•
•
3.1) Coleta da amostra
Paracentese
É realizada na maioria dos pacientes com ascite recente, ou quando ocorre uma
mudança no quadro clínico do paciente com ascite (aumento rápido do volume e
febre).
Para um exame de rotina são necessários 30 ml e pelo menos 100 ml para um
diagnóstico citológico.
Para a contagem de células: colher em tubo com EDTA.
Para cultura: colher em frasco de hemocultura.
 
3)Líquido Peritoneal
3.2) Aspecto
 
 
3)Líquido Peritoneal
Aspecto Significado
Claro, amarelo pálido Normal
Turvo Infecção bacteriana
Verde Doença da vesícula, pâncreas
Laivos de sangue Trauma, infecção ou neoplasia
Leitoso Trauma e obstrução linfática
Lavado peritoneal * > 100.000 GVs/μl indica lesão
traumática, contusão.
* A salina pode ser introduzida na cavidade peritoneal para lavagem e detecção de lesões
abdominais que ainda não resultaram em acúmulo de líquido.
 
* O lavado peritoneal é um teste sensível para a detecção de sangramento intra-abdominal
nos casos de contusão, e os resultados da contagem de GVs podem ser utilizados,
juntamente com procedimentos radiográficos.
3)Líquido Peritoneal

•
-
•
•
•
3.3) Testes Laboratoriais
 
Exame Citológico
 A contagem diferencial de leucócitos é útil na distinção da ascite produzida por
cirrose da causada por uma peritonite bacteriana (migração de bactérias do
intestino para o líquido ascítico).
 
Contagem Global de GBs:
Líquido ascítico normal: < 500 GBs/μl
Peritonite Bacteriana ou Cirrose: > 500 GBs/μl
 
 
 
 Contagem diferencial
Peritonite bacteriana: quando os neutrófilos representam mais de 50 % da
contagem global dos GBs.
Cirrose: neutrófilos representam menos que 50% da contagem global dos GBs.
 
Linfócitos são as células predominantes na tuberculose.
 
 
3)Líquido Peritoneal

•
•
•
3.3) Testes Laboratoriais
 
Exame Citológico
Neoplasia
 
As neoplasias mais comuns são de origem gastrointestinal, próstata ou
ovário (células vacuolizadas).
 
A medida de marcadores tumorais CEA (câncer gastrointestinal) e CA
125 (câncer ovariano) é valiosa para identificar a fonte primária dos
tumores produtores de ascite exsudativa.
 
A presença do antígeno CA 125 com CEA negativo sugere que a fonte
seja ovários, trompas ou endométrio.
 
 
Células de carcinoma de colon com
vacúolos de mucina e irregularidades
nucleares.
Carcinoma ovariano, que mostra
limites comunitários, irregularidade
nuclear e nucléolos hipercromáticos.
3)Líquido Peritoneal

•
•
•
3.3) Testes Laboratoriais
Exame Citológico
Linfócitos são as células predominantes na tuberculose.
Macrófagos podem também estar presentes.
Microorganismos como bactérias, leveduras e Toxoplasma gondii
podem, também estar presentes.
 
 
 
Fungos que gemulam no líquido
peritoneal
Líquido peritoneal: macrófagos

•
-
-
-
3.3) Testes Laboratoriais
 
Exame Bioquímico
Consiste basicamente na análise de glicose, amilase e fosfatase alcalina.
 
- Glicose: abaixo dos níveis séricos na peritonite bacteriana, tuberculosa e
neoplasias.
 
Amilase: aumentada em casos de pancreatite e perfurações
gastrointestinais.
 
Fosfatase Alcalina: elevada em casos de perfuração intestinal.
 
Medidas de nitrogênio ureico e creatinina no líquido ascítico são
solicitados quando ruptura vesical ou punção acidental da bexiga ocorrem
durante a paracentese.
 
 
 
3)Líquido Peritoneal

-
-
-
•
•
•
3.3) Testes LaboratoriaisExame Microbiológico
Coloração pelo Gram e Culturas Bacterianas para aeróbios e anaeróbios
são realizadas quando existe suspeita de peritonite bacteriana.
 
A inoculação de líquido ascítico em garrafas de hemocultura à beira do
leito aumenta a recuperação de anaeróbios.
 
Na suspeita de tuberculose:
Coloração de Ziehl Neelsen (BAAR)
Cultura para Mycobacterium tuberculosis
Adenosina deaminase (ADA)
 
 
3)Líquido Peritoneal
Exercícios
1)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
O principal propósito do fluido seroso é:
Remoção de produtos residuais
Abaixar a pressão capilar
Lubrificação de membranas serosas
Nutrição da membranas serosas
 
2) A membrana que recobre a parede de uma cavidade é:
Visceral
Peritoneal
Pleural
Parietal
 
3) A produção de fluido seroso é controlada por:
Pressão oncótica capilar
Pressão hidrostática capilar
Permeabilidade capilar
Todas as anteriores
 
Exercícios
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
4) O aumento na quantidade de fluido seroso é chamado de:
Exsudato
Transudato
Efusão
Mesotelioma
 
5) O líquido pleural é coletado por:
Pleurocentese
Paracentese
Pericentese
Toracocentese
 
6) As relações proteína e desidrogenase láctica entre fluido e soro são
calculadas em fluidos serosos:
Quando se suspeita de neoplasia
Para classificar transudato e exsudato
Para determinar o tipo de fluido seroso
Quando ocorre punção traumática
 
 
 
Exercícios
A)
B)
7) Coloque as letras à frente das seguintes afirmações que descrevem
transudatos e exsudatos.
Transudato
Exsudato
 
____Causada pelo aumento da permeabilidade capilar
____Causada pelo aumento da pressão hidrostática
____Causada pela diminuição da pressão oncótica
____Causada por insuficiência cardíaca congestiva
____Relacionado à neoplasia
____Relacionado à tuberculose
____Relacionado à síndrome nefrótica
____ Aspecto turvo
 
 
Exercícios
a)
8) Qual da opções a seguir melhor representa o hemotórax?
Hematócrito sangue: 42
 Hematócrito fluido: 15
 
b) Hematócrito sangue: 42
 Hematócrito fluido: 10
 
c) Hematócrito sangue: 30
 Hematócrito fluido: 10
 
d) Hematócrito sangue: 30
 Hematócrito fluido: 20
 
 
 
 
Exercícios
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
9) Outro nome para efusão peritoneal é:
Peritonite
Lavagem
Ascite
Cirrose
 
10) Qual é o teste recomendado para determinar se um líquido peritoneal
é transudato ou exsudato?
Relação albumina fluido:soro
Gradiente de albumina soro:ascite
Relação de desidrogenase láctica fluido:soro
Contagem absoluta de neutrófilos
 
 
 
REFERÊNCIAS
•
•
HENRY,John Bernard; BIANCO, Andrea, trad. Diagnósticos clínicos e
tratamento por métodos laboratoriais. São Paulo: Manole, 21o ed.,
2012.
 
 
STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise
e fluidos corporais. São Paulo, SP. Livraria Médica Paulista, 2009.

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