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Dinâmica Veicular Prof. Álvaro Costa Neto Departamento de Materiais, Aeronáutica e Automobilística. Escola de Engenharia de São Carlos Universidade de São Paulo Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 2 CONTEÚDO 1. INTRODUÇÃO ................................................................. 3 1.1 SISTEMAS MULTICORPOS .............................................. 4 1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS ................................... 5 1.3 HISTÓRIA DO AUTOMÓVEL ............................................. 7 1.4 MODELOS MATEMÁTICOS ............................................... 8 1.5 INTRODUÇÃO À DINÂMICA DE VEÍCULOS ................... 17 1.6 CLASSIFICAÇÃO DA DINÂMICA VEICULAR .................. 23 1.7 COORDENADAS E GRANDEZAS FÍSICAS .................... 28 1.8 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO CG ................... 35 2. DINÂMICA LONGITUDINAL .......................................... 42 2.1 DESEMPENHO EM ACELERAÇÃO ................................ 44 2.2 HABILIDADE PARA VENCER RAMPAS .......................... 53 2.3 DESEMPENHO EM DESACELERAÇÃO ......................... 56 3. DINÂMICA VERTICAL ................................................... 64 3.1 DESCRIÇÃO DAS IRREGULARIDADES DA VIA ............ 68 3.2 MODELOS DO CONJUNTO CHASSI E SUSPENSÃO ... 82 3.3 TOLERÂNCIA DO SER HUMANO A VIBRAÇÕES ........ 113 4. DINÂMICA LATERAL .................................................. 117 4.1 INTRODUÇÃO ................................................................ 118 4.2 SISTEMA DE DIREÇÃO ................................................. 123 4.3 MODELO DO PNEUMÁTICO ......................................... 126 4.4 MODELO SINGLE TRACK ............................................. 132 4.5 TENDÊNCIA DE ESTERÇAMENTO .............................. 154 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................ 165 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 3 1. INTRODUÇÃO Os objetivos deste curso são: Introdução à MODELAGEM MATEMÁTICA Introdução à DINÂMICA VEICULAR: Dinâmica Longitudinal Dinâmica Lateral Dinâmica Vertical Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 4 1.1 SISTEMAS MULTICORPOS (No inglês: Multibody Systems - MBS) São sistemas mecânicos RÍGIDOS compostos de várias partes que possuam grande movimento relativo entre si. Estas partes são interconectadas por juntas, influenciadas por esforços, acionadas por movimentos pré-estabelecidos e sujeitas a vínculos. Exemplos: Robôs Satélites Mecanismos AUTOMÓVEIS: Suspensões Sistema de direção Trem de força, etc. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 5 1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS Os veículos atualmente existentes são baseados em vários princípios de funcionamento. Uma forma de classificá-los é através: Meio no qual operam: Ar, mar ou terra. Forma de propulsão: Forças de escoamento Forças magnéticas Atrito, etc. Veículos terrestres movidos por atrito Guiados: ferroviários Não guiados: rodoviários, fora de estrada. Rodoviários com pneumático de borracha passeio carga competição Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 6 Neste curso: VEÍCULOS TERRESTRES, MOVIDOS POR ATRITO, NÃO GUIADOS, RODOVIÁRIOS, DE PASSEIO COM PNEUMÁTICO DE BORRACHA: VEÍCULO Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 7 1.3 HISTÓRIA DO AUTOMÓVEL 1769 - Nicholas Cugnot - Veículo a vapor 1784 - James Watt - Não Funcionou! 1802 - Richard Trevithick - Até 1865: pegou fogo! 1886 - Karl Benz e Gottlieb Daimler - Primeiro veículo a gasolina 1909 - Mais de 600 fabricantes nos EUA Primeiros artigos: William Lanchester (1868-1946) Limitação: falta de conhecimento sobre o pneu 1931 - Becker - Dinamômetro para pneus 1952-56 - Milliken, Segel et al. - Trabalhos extensos e completos em estabilidade e controle, utilizando terminologia aeronáutica. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 8 1.4 MODELOS MATEMÁTICOS Em engenharia, a palavra MODELO possui dois significados: MODELO EM ESCALA: Arranjo similar à situação real (leis e escalas apropriadas). MODELO MATEMÁTICO: Estabelecimento de equações matemáticas correspondentes a princípios ou leis físicas ou ainda a relações empíricas. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 9 Observações: Modelagem: HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS a respeito do comportamento do sistema real. O estabelecimento das hipóteses mais apropriadas é CENTRAL no processo de modelagem. Todo modelo deve procurar descrever da forma mais SIMPLES e da maneira mais PRECISA o sistema real. Esta é a contradição do processo de modelagem, cuja solução é a ENGENHARIA. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 10 Passos de uma modelagem Vários são os possíveis níveis de complexidade envolvidos em um problema de modelagem. A capacidade de definir adequadamente os aspectos relevantes de uma modelagem em cada nível é um atributo exigido de engenheiros e cientistas. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 11 Independentemente a que nível se refira, os seguintes passos são partes integrantes de uma modelagem: 1. Descrever um modelo físico do sistema que contenha os aspectos relevantes ao estudo, juntamente com as hipóteses simplificadoras estabelecidas. 2. Obter equações constitutivas que descrevam matematicamente o comportamento das grandezas do sistema 3. Resolver as equações, analítica ou numericamente a fim de obter o comportamento estimado do sistema. 4. Verificar os resultados do modelo por comparação com o comportamento do sistema real 5. Modificar o modelo físico, se necessário, ou utilizá- lo para análise e projeto. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 12 Esta situação pode ser ilustrada pelo diagrama da figura dada abaixo. Figura 1.1: Ilustração do processo de modelagem Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 13 O uso de computadores para executar as tarefas 2 e 3 é uma prática bastante comum nos dias de hoje. (MEF, MBS, Simulação geral, etc.). Esta prática permite aos engenheiros e cientistas concentrarem-se nos aspectos mais importantes do processo de modelagem, 1 e 5. O uso de MODELOS MATEMÁTICOS na DINÂMICA DE VEÍCULOS é um dos mais importantes recursos de desenvolvimento de produto para a indústria automobilística. Ele proporciona grande redução de custos e tempo de análise e desenvolvimento do automóvel. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 14 Na dinâmica de veículos encontram-se duas abordagens: Modelos simples Obtidos manualmente, através da aplicação de princípios físicos a modelos bastante simplificados do comportamento do veículo. Figura 1.2: Exemplos de modelos simplificados Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 15 Modelos complexos Obtidos com o auxílio de computadores baseados em descrição detalhada do veículo e seus subsistemas (motor/transmissão, suspensão, sistema de freios, sistema de direção, etc.). Suspensãode 5 barras: Figura 1.3: Suspensão de 5 barras Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 16 Veículo completo Suspensão: Figura 1.4: Veículo completo Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 17 1.5 INTRODUÇÃO À DINÂMICA DE VEÍCULOS Os principais OBJETIVOS da engenharia automobilística são tornar os veículos: Mais seguro Fáceis de operar Confortáveis Emissões minimizadas Relação cont reduzida Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 18 As áreas do conhecimento envolvidas são: Mecânica Física Teoria de sistemas e controle Eletrônica Informática Instrumentação Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 19 DINÂMICA, em seu sentido mais amplo, significa o estudo do MOVIMENTO e dos ESFORÇOS que o originaram. MOVIMENTO: Posições Velocidades Acelerações ESFORÇOS: Forças Momentos Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 20 A DINÂMICA DE VEÍCULOS estuda o movimento do veículo e de suas partes em resposta aos esforços aplicados pelo ambiente e aos comandos do motorista, conforme a figura. Figura 1.5: Diagrama ambiente/motorista/veículo Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 21 MOVIMENTOS Translação Posição Velocidade Aceleração Rotação Orientação Velocidade angular Aceleração angular Movimento relativo entre as partes Deslocamentos de suspensões Movimentos no motor e transmissão Movimentos no sistema de direção Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 22 ESFORÇOS Externos Gravitacionais Aerodinâmicos Contato pneumático/pavimento Internos Suspensão Motor/transmissão Sistema de freios Os esforços dominantes são aqueles originados no contato pneumático/pavimento. Portanto, é fundamental uma compreensão dos mecanismos explicativos de seu comportamento. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 23 1.6 CLASSIFICAÇÃO DA DINÂMICA VEICULAR O conjunto veículo e seus subsistemas utilizados nos estudos da dinâmica de veículos podem ser ilustrados pelo diagrama da figura. Figura 1.6: Diagrama veículo / subsistemas Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 24 Embora o motorista seja uma parte ativa do diagrama anterior, este curso não irá abordar a questão das dinâmicas associadas ao ser humano no que se refere à sua capacidade de seguir comandos (tracking ability). Devido à grande variabilidade de talentos é bastante difícil quantificar a resposta do veículo nesta situação de malha fechada. A solução normalmente adotada em dinâmica de veículos é desprezar o motorista e considerar o automóvel como um sistema isolado, isto é, em malha aberta. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 25 Na dinâmica de veículos 2 tipos de entradas: Entradas do motorista Distúrbios do ambiente As principais entradas do motorista são: Entradas na direção Deslocamento (fixed control) Torque (free control) Acelerador Freios Transmissão (embreagem e câmbio) Os principais distúrbios são: Irregularidades da pista Distúrbios aerodinâmicos Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 26 Por uma questão de conveniência de estudo e análise preliminar, costuma-se dividir o estudo da dinâmica de veículos em três grandes áreas: Dinâmica longitudinal Estuda o movimento longitudinal (x) e rotações em torno de (y) em resposta a torques aplicados às rodas. Dinâmica vertical Compreende o movimento vertical (z) e as rotações em torno de (x) e (y) em função de irregularidades da pista Dinâmica lateral Envolve o movimento lateral (y) e as rotações (z) e (x) como resultado da atuação na direção Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 27 A suspensão é parte fundamental do veículo e afeta vários aspectos de seu comportamento dinâmico: Na dinâmica longitudinal ela é responsável pelas alterações de atitude (dive e squat ou pitch) do chassi durante acelerações e desacelerações. Na dinâmica vertical ela é responsável pela isolação de vibrações do chassi e da manutenção do contato pneu/via. Na dinâmica lateral ela afeta as características de esterçamento (over, neutral ou understeer), bem como o movimento de rolamento do chassi. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 28 1.7 COORDENADAS E GRANDEZAS FÍSICAS Um veículo é composto de muitos subsistemas. Porém, para análises elementares pode se considerar que todos os seus componentes movimentam-se em conjunto. Desta forma, ele pode ser representado como uma única massa localizada no CG, com as propriedades inerciais adequadas. Para as dinâmicas longitudinal e lateral esta hipótese é suficiente. Para a dinâmica vertical normalmente é necessário tratar a suspensão como uma massa separada. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 29 As leis físicas utilizadas na dinâmica de veículos são as leis de Newton. Elas descrevem as relações de esforços que atuam em um sistema, em relação a um referencial INERCIAL. Todavia, antes que se possam escrever as equações de movimento, é necessária a adoção de um SISTEMA DE COORDENADAS. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 30 Os tipos de coordenadas mais comuns são: Coordenadas globais Expressa as grandezas do movimento no referencial inercial Coordenadas locais Expressa as grandezas de movimento em um referencial local É importante observar que embora as grandezas de movimento possam ser expressas em referenciais locais, elas são definidas em relação ao referencial inercial ou ABSOLUTO! Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 31 Coordenadas locais. Sistema da mão direita Chassi ou veículo como massa única Figura 1.7: Sistema de coordenadas locais SAE Para a dinâmica vertical o conjunto roda/suspensão deve ser considerado separadamente. z Y Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 32 As principais grandezas do movimento são: Deslocamentos, velocidades e acelerações longitudinais, laterais e verticais (x, y, z). Ângulos de orientação (body-three 3-2-1) e velocidades angulares Yaw e yaw rate (z) Pitch e pitch rate (y) Roll e roll rate (x) Deslocamentos e ângulos do sistema de direção e suspensão Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 33 Coordenadas globais. Não é muito utilizado devido ao fato das propriedades inerciais (momentos e produtos de inércia) variarem com o movimento. Figura 1.8: Sistema de coordenadas globais (plano) Grandezas normalmente do referencial global são: Direção do veículo Direção da trajetória Trajetória (X, Y) Prof.Álvaro Costa Neto ___________________________________ 34 No caso de sistemas multicorpos, trabalha-se com diversos sistemas locais, como por exemplo, a figura abaixo. Figura 1.9: Vários sistemas locais Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 35 1.8 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO CG Um dos parâmetros mais importantes em toda a dinâmica veicular, principalmente nos estágios preliminares de projeto, onde os modelos simplificados são utilizados é a localização do centro de massa ou centro de gravidade. Em muitos casos, só é possível determiná-lo experimentalmente. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 36 Localização Horizontal (xy) Figura 1.10 Localização horizontal do cg Onde: L = entre-eixos tf = bitola dianteira tr = bitola traseira x1-x1 = linha pelo centro da roda traseira LC = linha de centro y’’ = distância de x1 -x1 à linha de centro y' = distância de x1-x1 ao cg Condição de ensaio: W W1 W2 W3 W4 a b L tf tr x1 x1 y’ y’’ cg d LC Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 37 Plano, na altura de trabalho Empurre o veículo sobre 4 balanças niveladas Verifique a pressão dos pneus Condição de carga Anote: Peso individual por roda (Wi) Bitolas dianteira e traseira, no meio do pneu Entre-eixos (média) Use dimensões consistentes!!! Peso total (W): 4321 WWWWW 21 WWWF 43 WWWR Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 38 Somatória de momentos em relação ao eixo traseiro: longitudinal: bLa , W LW b F Supondo que o CG: não esteja sobre a linha de centro bitolas traseira e dianteira são diferentes Somatória de momentos em relação à linha x1–x1 (pelo centro da roda traseira): lateral W tW d W W dt W W ' y f f 412 Para y’’ (offset da LC) 2 412 rf f t W tW d W W dt W W '' y para ttt rf : 2 42 t t W WW '' y Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 39 Localização Vertical (z) Figura 1.11 Localização vertical do cg Condição de ensaio: suspensão travada na altura de trabalho (soldar amortecedor velho!!) o método para levantar a traseira não pode gerar esforço horizontal pendurar, colocar em plano mais alto (não brecar) prender carga móvel tanque cheio ou vazio (fechar respiros) a b L L1 b c W h1 h O b1 Wf Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 40 Fazendo somatória de momentos em relação a O e utilizando as identidades trigonométricas da figura: tanW WbLW h f 1 Mas h1 altura acima da linha ligando o centro da roda dianteira e traseira. Se RF = Rr = R 1hRh Se forem diferentes: L a R L b RR rFCG E a altura h: 1hRh CG Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 41 Outra forma é: tanW LW h f 1 Onde FW é a variação de FW para 0 no valor do ensaio (não muito preciso). (Faça vários ensaios para diferentes e tire a média) Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 42 2. DINÂMICA LONGITUDINAL A dinâmica longitudinal estuda o comportamento do veículo na direção (x) e a rotação em torno do eixo (y) (pitch). Também é estudado o comportamento do veículo quando sujeito a baixas acelerações laterais. No caso de estudos de sistemas ABS e ASR, as rotações das rodas também devem ser consideradas, assim como um modelo do pneumático que represente a força longitudinal do pneu em função do escorregamento longitudinal. Aplicando-se as leis de Newton às inércias correspondentes: Para a direção x: yzxx vVMF Para rotação y: yyyy IT Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 43 Para o estudo da dinâmica longitudinal o modelo físico ilustrado pela figura abaixo é adequado para uma compreensão dos aspectos fundamentais Figura 2.1: Modelo plano para a dinâmica longitudinal [Gillespie] Onde: i W Peso de veículo xi F Força de tração ou frenagem xi R Resistência ao rolamento h R Força do implemento a D Arrasto aerodinâmico Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 44 2.1 DESEMPENHO EM ACELERAÇÃO O desempenho em aceleração está associado ao movimento longitudinal resultante da aplicação de torque às rodas pelo conjunto motor e transmissão. Os principais aspectos estudados são: Máxima aceleração de partida Velocidade Máxima Capacidade de vencer rampas Manutenção da estabilidade lateral Consumo Emissões Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 45 Devem ser levados em consideração os seguintes subsistemas: Motor (Combustível) Torque x velocidade ou rotação Potência x velocidade ou rotação Consumo específico Figura 2.2: Curvas de desempenho de motores Transmissão (discreta (manual/automática),CVT). Forma de tração (TD, TT, 4WD). Tipo de diferencial Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 46 Máxima aceleração de partida A relação peso/potência é o fator preponderante na determinação da aceleração máxima para baixas velocidades. Desprezando-se as perdas e supondo pista plana WV gPotC ax x max Onde: C = Constante Pot = Potência nominal do motor Vx = Velocidade longitudinal do veículo. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 47 Desta forma, o efeito da velocidade na capacidade de aceleração pode ser ilustrado pelo gráfico da figura abaixo para automóveis e caminhões. Figura 2.3: Efeito da velocidade nas acelerações de carros e caminhões Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 48 Levando-se em consideração o efeito das inércias do conjunto motor e transmissão e as perdas A força trativa, supondo não ocorra escorregamento pode ser obtida da 2 a lei de Newton aplicada às inércias rotativas referidas ao eixo da roda. Isto é, 2 x w 2 fd 2 tfte tftfe x r a ININII r NT F Onde: Te = Torque do motor Ntf.f = Relações de transmissão tf = Eficiência do sistema Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 49 O termo Onde: e I Momento de inércia do motor t I Momento de inércia da transmissão vista do eixo do motor d I Momento de inércia do cardã w I Momento de inércia da roda Possui unidade de massa e corresponde à massa de translação equivalente das inércias rotativas r M . Desta forma, sinWDR r NT MM 1 ax ax tftfe r max 2 w 2 fd 2 tfte rININII Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 50Uma tabela indicando o efeito das inércias rotativas na massa equivalente do veículo pode ser vista abaixo, onde é apresentado o fator de massa (fm): M )MM( fm r Fator de massa (fm) Veículo Marcha Alta Segunda Primeira Reduzida Pequeno 1.11 1.20 1.50 2.4 Grande 1.09 1.14 1.30 Caminhão 1.09 1.20 1.60 2.5 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 51 Uma curva típica da força trativa x velocidade pode ser vista na figura abaixo: Figura 2.4: Característica força trativa x velocidade (manual). A curva ilustrada é para uma transmissão manual de 4 marchas e as perdas incluem 10% de inclinação. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 52 Aceleração limitada pela tração disponível rf,f,rmax W M 1 ax E a força normal a ser considerada depende do tipo de veículo e do efeito de transferência de carga. É importante observar que a massa a ser considerada é somente a massa total do veículo M, sem considerar Mr. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 53 2.2 HABILIDADE PARA VENCER RAMPAS Nestes casos supõe-se que nas marchas inferiores o veículo é capaz de fornecer a potência necessária e o fator limitante é a adesão disponível. O critério utilizado é o do coeficiente de atrito mínimo, min, necessário para vencer uma rampa de uma certa inclinação. Definindo 1 e tan Como a inclinação equivalente, têm-se as seguintes relações: Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 54 Tração Traseira lhlb e e min Tração Dianteira lhlc e e min Tração nas 4 Rodas (uniforme) Para Wr > Wf lhlc 2 e e min Para Wf > Wr lhlb 2 e e min Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 55 Esta situação é ilustrada na figura abaixo para os casos citados. Figura 2.5: Habilidade de rampa e tipo de tração Tração dianteira: b/l = 0.43; h/l = 0.2 Tração traseira: b/l = 0.49; h/l = 0.2 Tração nas 4 rodas: b/l = 0.43; h/l = 0.2 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 56 2.3 DESEMPENHO EM DESACELERAÇÃO O desempenho em desaceleração é uma das características mais importantes do comportamento do veículo, uma vez que está intimamente relacionado à segurança de operação do mesmo. Aspectos de interesse: Distância de frenagem Tempo de frenagem Máxima desaceleração Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 57 Estas grandezas dependem dos seguintes fatores: Tipo de freio Distribuição da força de frenagem Geometria do veículo Características do contato pneu/pavimento O comportamento do veículo durante a frenagem é crítico e pode ter implicações em seu comportamento lateral (instabilidade). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 58 Efeito das perdas Atuam no sentido de melhorar o desempenho em frenagem. São elas: - Resistência do rolamento (0.01g) - Arrasto aerodinâmico (0.03g) - Efeito freio motor: Atrito interno Bombeamento de ar Se as válvulas flutuarem não há efeito motor. Só terá efeito se a desaceleração for baixa o suficiente. Caso contrário, uma parcela da força de frenagem deverá desacelerar ainda as inércias rotativas do motor e transmissão. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 59 Distribuição das forças de frenagem A máxima desaceleração é obtida se todas as rodas forem freadas simultaneamente de acordo com a máxima adesão disponível. Os fatores preponderantes na força de frenagem são a força normal e o coeficiente de atrito. Porém durante a frenagem ocorre uma transferência de carga de uma roda (eixo) para outra (o) e que varia de acordo com o nível de desaceleração. Portanto a distribuição ideal das forças de frenagem varia com esta transferência de carga e conseqüentemente com a desaceleração sendo aplicada. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 60 Distribuição ideal da força de frenagem A força de frenagem será máxima se: Dianteira g ax 1MgWF fxf Traseira g ax MgWF rxr Onde: = b/l = h/l = ax/g Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 61 Representando as forças dianteira e traseira normalizadas e somando-as, W F g ax W F xfxr Que resulta quando se expressa Fxr/W como função de Fxf/W somente: 2 1 W F W F 2 1 W F xfxf 2 xr O que representa uma curva de uma função raiz quadrada em Fxf ou uma parábola em Fxr. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 62 O diagrama da figura abaixo é utilizado para analisar o desempenho de um freio em função de sua distribuição de forças de frenagem dianteira/traseira. Figura 2.6: Diagrama de distribuição de força de frenagem Veículos de passeio: distribuição constante Portanto, máxima capacidade não é utilizada Ela está sempre abaixo da parábola Distribuição típica: 85-65/15-35 Veículo carregado ocorre deteriora a frenagem. Solução: Válvulas proporcionadoras e ABS !! Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 63 Estabilidade lateral na frenagem A principal razão para se evitar travamento das rodas traseiras é manter a estabilidade lateral do veículo.O travamento das rodas dianteiras ocasiona perda de esterçabilidade, porém não a estabilidade. Figura 2.7: Estabilidade lateral na frenagem Obs: Pneus escorregando longitudinalmente não possuem capacidade de esterçamento. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 64 3. DINÂMICA VERTICAL Em inglês: Ride A dinâmica vertical estuda o comportamento do veículo e de seus ocupantes quando eles estão submetidos a excitações. Estas excitações podem ser externas (via) ou internas (roda, motor, transmissão). A suspensão desempenha um papel fundamental nas características de isolação de vibrações do chassi. Grandezas de interesse: Deslocamento vertical (z) Rotações (y) (pitch) e (x) (roll) Deslocamento roda/suspensão Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 65 Objetivos: Melhoria do conforto dos passageiros e integridade das cargas através da isolação de vibrações que são transmitidas ao veículo Aumentar a segurança na operação proporcionando a melhor condição de aderência no contato pneu/via Respeitando-se as limitações no espaço de trabalho. Vibrações em veículos (NHV): Até 25 Hz: Ride Acima de 25 até 20000 Hz: Noise Entre 25 e 100 Hz: Harshness Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 66 A dinâmica vertical pode ser dividida em 3 subproblemas: 1. Modelagem e caracterização das fontes de excitação 2. Previsão do movimentodo veículo 3. Previsão e caracterização da resposta dos passageiros a vibrações Em diagrama de blocos: Figura 3.1: Subproblemas na dinâmica vertical Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 67 Irregularidades da via Determinísticas (tempo e freqüência) Aleatórias (tempo e freqüência) Veículos Modelos simples, 1 ou 2 dof, unidimensionais Modelos complexos (e.g., 18dof), tridimensionais Tolerância do ser humano a vibrações Sensibilidade interna (desconforto e saúde) Fortemente experimental Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 68 3.1 DESCRIÇÃO DAS IRREGULARIDADES DA VIA Eventuais Imperfeições no pavimento Lombadas Inerentes Variações aleatórias do perfil, oriundas do próprio processo construtivo e do material da via Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 69 Irregularidades eventuais Funções determinísticas no tempo: Degrau Rampas terminadas Funções harmônicas Exemplos: Figura 3.2: Modelos de irregularidades eventuais Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 70 Irregularidades inerentes Funções aleatórias Propriedades estatísticas Média quadrada ou raiz média quadrada (RMS - Root mean square) Autocorrelação e correlação cruzada Densidade espectral média quadrada (PSD - Power spectral density) Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 71 As irregularidades da via são descritas em termos da freqüência espacial [número de onda ( - wavenumber)] cujas unidades são [ciclos /m]. Para a conversão em freqüência temporal, [Hz] ou [rd/s], deve-se fazer: Hz V . f x srd V2 x Onde: x V Velocidade do veículo Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 72 Um gráfico típico, com 2 tipos de via, asfáltica e de cimento, pode ser visto na figura abaixo. Figura 3.3: Densidade espectral típica de perfis de vias Podem-se observar as seguintes características: Diminuição da PSD com o aumento de Grandes irregularidades - grandes distâncias Pequenas irregularidades - distâncias curtas Nível geral: Está associado à qualidade da via Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 73 Modelos de S() da literatura Thompson 2 G S Hác 222 a a S Gillespie 2 2 oo 2 1S S Robson o KS Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 74 Têm-se os seguintes valores dos parâmetros das expressões anteriores: Gillespie o 1.5 ciclos/m para asfalto betuminoso o 0.06 ciclos/m para cimento Portland Robson 76.014.3, o 38.011.2, o ou simplesmente = 2.5 81010K - Auto-estrada 81050K - Estrada principal 810500K - Estrada secundária Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 75 Uma outra forma de se especificar vibrações é através de acelerações. Isto é: Irregularidade da via Acelerações aplicadas às rodas Supondo S() como proposto por Gilllespie e representando o nível das irregularidades em [db] tem-se os gráficos da figura abaixo. Figura 3.4: Irregularidades verticais em aceleração Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 76 Exemplo deste caso pode ser visto na figura abaixo: Figura 3.5: Exemplos de irregularidades verticais em aceleração Desta forma: Freqüências mais altas: Maiores entradas A atenuação é obtida através da suspensão primária Freqüências de corpo rígido do chassi: 1.0 a 2.0Hz Freqüência de corpo rígido do conjunto roda/suspensão: 10 a 15Hz Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 77 Irregularidade direita/esquerda Uma forma de gerar estas irregularidades pode ser vista na figura abaixo [Rill]. Figura 3.6: Modelo de irregularidade bidimensional Irregularidade longitudinal central Utiliza-se um ângulo de variação aleatória usando correlação conhecida direita/esquerda para gerar os dois perfis Limitação: veículo realizando curvas Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 78 Outra forma de especificar a excitação direita/esquerda é normalizando-a em relação à amplitude vertical (ruído branco de banda limitada). Um exemplo desta abordagem pode ser vista na figura Figura 3.7: Entrada em roll normalizada Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 79 Em termos do raciocínio anterior Figura 3.8: Explicação entrada em roll normalizada Isto é, para número de onda baixo (grandes comprimentos de onda) a entrada de rolamento é muito menor que a vertical e iguala-se em comprimentos de onda curtos. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 80 Outras formas utilizadas por Rill para a representação do perfil da via são: Modelo bidimensional Figura 3.9: Geração do perfil da via Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 81 Modelo tridimensional Figura 3.10: Modelo tridimensional Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 82 3.2 MODELOS DO CONJUNTO CHASSI E SUSPENSÃO Um grande número de modelos é utilizado atualmente, dependendo do tipo de estudo que se deseja efetuar, em função dos objetivos principais da dinâmica vertical. Conforto: Minimizar acelerações e deslocamentos verticais da massa do chassi do veículo (sprung mass) Segurança: Minimizar a variação da força normal nos pneus (unsprung masses) Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 83 Modelo simples de 1 dof Para conforto ótimo Para segurança ótima Figura 3.11: Modelos simples da dinâmica vertical Neste caso para ambos modelos 0ZZ.2Z 2n Com condições iniciais: oz0Z e 00Z Para conforto Para segurança ss 2 n ss s MK MB 2 Z Z ust 2 n us u MKK MB 2 Z Z Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 84 Teoria de Controle Ótimo Uma maneira de se especificar características de comportamento desejado de sistemas dinâmicos é através de índices de desempenhos quadráticos da forma: d)(Qx)(xPI t to T2 Para a dinâmica vertical Conforto ótimo dtZZPI 2 0 2 s 2 n 2 s 2 s Segurança ótima 0 2 ut 2 u dtZKPI Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 85 Da teoria de controle ótimo para sistemas lineares da forma Axx Tem-se solução da forma tRxtxRxxPI T o T o 2 E a matriz R satisfaz a equação de Lyapunov 0QRARAT Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 86 Para o nosso caso Z Z x ; 2 1 0 A 2 n 0 z x o o ; 0 0 tx E portanto 11 2 o o 2221 2111 o 2 rz 0 z r r r r 0zPI Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 87 Para conforto ótimo 2s2n 2 s 2 ns T ZZZ2Qxx Que resulta 22 n 2 n 4 n 4 2 2 2 Q 2r 2n2n11 Logo 2ZPI 2 n 2 nso 2 2PI é mínimo se 0 PI Isto é 2 n 2 22 Substituindo sss MK2 conforto ótimo B Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 88 Para segurança ótima 2 utx T ZKQx Que resulta 0 0 0 K Q 2 t 2 t2 n 11 K 4 1 r Logo 4 1 KZ 2 n 2 tuo 2PI é mínimo se 0 PI Isto é 2 n 2 2 Substituindo usts MKK segurança ótima B Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 89 Exemplo Ms = 250kg Mu = 50kg Ks = 12000 N/m Kt = 250000 N/m Bs = 2450 Ns/m Para conforto Bs = 3620 Ns/m Para segurança Aplicação prática [Rill] Figura 3.12: Amortecedor BMW série 7 Normalmente o amortecimento em extensão (rebound) é da ordem de 3 vezes o coeficiente em compressão (jounce), pois este tipo de esforço se transmite à carroceria. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 90 Modelo quarter-car Um modelo mais complexo do que os anteriores é o quarter-car, ilustrado na figura: Figura 3.13: Modelo quarter-car Mesmo este modelo mais simples já resulta em equações matemáticas complexas, conforme será visto posteriormente. Inicialmente, serão tecidas algumas considerações iniciais a respeito do comportamento deste sistema. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 91 A rigidez vertical efetiva, dada pela associação em série da suspensão e do pneumático, é chamada de ride rate. Ele é dado pela equação st ts KK KK RR A freqüência natural vertical aproximada de cada quarto de veículo é dada pela equação s 1n M RR Todavia, o veículo (Ms) vibra na freqüência natural amortecida dada por 2 snd 1 Onde: ss s s MK2 B (0.2 0.4) Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 92 Uma relação bastante usada nos estágios preliminares do projeto é a deflexão estática, ss KgM , da suspensão. Traçando-se o gráfico deflexão estática x freqüência natural, tem-se a figura Figura 3.14: Deflexão estática x n. A escolha preliminar da rigidez da suspensão deve ser um compromisso entre espaço de trabalho (de) e características de isolação (n). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 93 O fator limitante é o espaço de trabalho Menor n Maior isolação Maior espaço de trabalho Limites práticos: Hz 1f ;srd 2 nn Casos práticos: Hz 5.1 a 1:f n Molas mais rígidas transmitem mais acelerações da pista para o chassi, piorando o ride. Veículos esportivos: Melhor handling e pior ride: zn H 0.2 f Outras soluções: Molas progressivas Veículos de mercado: espaço de trabalho: +/- 125 a 200 [mm] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 94 A resposta dinâmica deste modelo pode ser obtida de várias maneiras. 1) Resolvendo as equações matemáticas analítica ou numericamente no tempo 2) Representando o sistema no domínio de Laplace e resolvendo no domínio da freqüência (Resposta em Freqüência (RF)) De qualquer forma, ambos os métodos requerem a obtenção do modelo matemático do sistema. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 95 O modelo matemático que descreve o comportamento do sistema para as várias entradas deve ser obtido através da aplicação da 2 a lei de Newton às massas Ms e Mu. Desta forma, aplicando a lei de Newton à massa massas Ms resulta ssussusss ZMZZBZZKF E aplicando a lei de Newton à massa Mu fornece uususussrutu ZMZZBZZKZZKF onde Fs e Fu. são, respectivamente, forças oriundas de vibrações do chassi e do conjunto roda/suspensão. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 96 Escrevendo estas equações em forma matricial s rtu s u ss sst s u ss ss s u s u F ZKF Z Z KK KKK Z Z BB BB Z Z M0 0M Isto é tFzKzBzM Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 97 Que resulta nas seguintes funções transferência: 1 s2s 1 s2s 1 s2s K s Z Z 2n 2 2 2n 2 1n 1 2 1n 2 na a 2 na 2 1 r u 1 s2s 1 s2s 1ssK s F Z 2n 2 2 2n 2 1n 1 2 1n 2 1 2 2 u s 1 s2s 1 s2s 1 s2s sK s F Z 2n 2 2 2n 2 1n 1 2 1n 2 nb b 2 nb 2 2 3 s s 1 s2s 1 s2s 1ssK s F Z 2n 2 2 2n 2 1n 1 2 1n 2 2 2 4 u s onde 1n é freqüência natural do chassi (1.0 1.5 Hz) e 2n é a freqüência natural da roda e suspensão (10 15 Hz). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 98 A resposta em freqüência (RF) do sistema descreve como a saída senoidal de regime varia em função da freqüência , quando a entrada for senoidal. Ela indica a relação de amplitudes RARA e o ângulo de fase entre o seno de saída e o seno de entrada, em função da freqüência do seno de entrada, . Ela pode ser obtida substituindo-se o s por i nas funções transferência dadas pelas equações anteriores. Oresultado será um número complexo cujo módulo é a relação de amplitudes entre a saída e a entrada e cuja fase é o ângulo de fase entre elas. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 99 Análise da RF para alguns pares entrada /saída As RFs para a saída aceleração do chassi, s Z , e entradas aceleração da via, u Z , força na roda, Fu, e força no chassi, Fs, podem ser vistas na figura Figura 3.15: Resposta do chassi para diferentes entradas Pode-se observar que a RA é bastante diferente para cada uma destas entradas. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 100 Entrada via - Saída chassi - Baixas freqüências: RA é unitária, isto é o chassi acompanha a via. - O valor do pico na ressonância é muito sensível ao amortecimento (1.5 a 3.0 para de 0.2 a 0.4). - Altas freqüências: grande atenuação das excitações da via, conforme pode ser visto na figura Figura 3.16: Atenuação de acelerações da via pelo veículo in 2 out PSD RA PSD Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 101 Entrada força na roda - Saída chassi - RA tende a zero na freqüência = 0 - RA aumenta através do valor de 1 Hz da freqüência natural do chassi até 10-12 Hz que corresponde à freqüência natural da roda e suspensão. - Mede a sensibilidade da variação das forças radiais nos pneus - O chassi responde mais às excitações devido à não uniformidade do pneu próximo da freqüência de ressonância dele e estas vibrações são transmitidas ao chassi. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 102 Entrada força chassi - Saída chassi - Semelhante à anterior, porém com uma maior influência na freqüência de ressonância do chassi - Altas freqüências: RA tende para um valor constante. Isto implica que todas as forças externas que chegam ao chassi são prejudiciais à qualidade do ride Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 103 Efeito da rigidez da suspensão Pneu: muito rígido Suspensão predomina no ride rate Figura 3.17: Efeito da rigidez da suspensão Como as acelerações da via crescem com a freqüência, a melhor saída é manter n1 o mais baixo possível. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 104 Efeito do amortecimento A função do amortecedor é dissipar a energia absorvida pela suspensão ao atravessar irregularidades da via. Normalmente ele é explicitado pelo fator de amortecimento () que é uma medida adimensionalizada do coeficiente de amortecimento. O valor da RA, para o sistema de 1 dof, na freqüência de ressonância é dada por 2p 12 K RA Onde 2 np 21 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 105 Para o sistema mais complexo, com 2 dof, um gráfico da RA da RF é dado por Figura 3.18: Efeito do amortecimento na RA Observa-se que: Amortecimento baixo RA alta Valores típicos para automóveis: = 0.3 a 0.4 0p RA 0.25.1RA Amortecimento alto Muito rígido. Chassi ressona nos pneus (3 a 4 Hz) Na prática Mais complicado. Razão 3:1 extensão compressão Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 106 Ressonância do conjunto roda/suspensão As ressonâncias dos conjuntos rodas suspensões são muito mais altas do que as freqüências do chassi. Cada roda possui um modo de vibrar vertical que é excitado pela via, irregularidades do pneu, etc., que acaba se transmitindo na forma de vibração ao chassi. A freqüência de ressonância das rodas é dada por u st 2n M KK Valores típicos: n f = 10 - 12 Hz (com atrito 12 - 15 Hz) Mu = 40 - 50 kg Kt = 150 - 200 kN/m Ks = 15 - 20 kN/m Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 107 Efeito da massa da roda e suspensão Este efeito é ilustrado na figura abaixo Figura 3.19: Efeito do valor da massa não suspensa Valores típicos: Mu/Ms = 0.1 típico Mu/Ms = 0.05 leve Mu/Ms = 0.2 pesada Pequena massa não suspensa, melhor ride Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 108 Modelo bidimensional - 2 dof - 1 massa Freqüências de bounce (z) e pitch (rotação x) O veículo real, devido à distância entre eixos, é um sistema de múltiplas entradas e responde com movimento vertical e rotação em x. É importante entender bounce e pitch pois sua combinação determina as vibrações verticais e longitudinais em qualquer ponto do veículo. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 109 Modelo Matemático para pitch e bounce Para a direção Z: Para a rotação θ: A entrada no eixo traseiro é a mesma do eixo dianteiro, porém atrasada de um certo tempo, dado pela equação abaixo xd VLt r Z r K r Z r B f Z f K f Z f Ba)θ f Kb r (K θa) f Bb r (B)Z r K f (KZ) r B f (BZM. rrrffff frfr 2 r 2 f 2 r 2 fy bZKrZbBaZKZaB a)ZKb(KZa)Bb(B )θbKa(Kθ)bBa(BθI Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 110 Este tempo de atraso funciona como um filtro nas RA das RF de bounce e pitch em função da irregularidade da pista. Este efeito é denominado wheelbase filtering . Ele pode ser visto na figura Figura 3.20: Efeito do wheelbase filtering Só bounce: freqüências espaciais múltiplas inteiros da distância entre eixos. Só pitch: freqüências espaciais iguais à metade dos múltiplos inteiros ímpares da distância entre eixos. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 111 O ajuste das freqüências de bounce e pitch tem um efeito direto na qualidade do ride. Figura 3.21: Efeito do Modelo plano para pitch e bounce Cada freqüência natural possui o seu modo de vibrar associado. Normalmente há um acoplamento entre eles. Todavia, se um centro de oscilação estiver fora do entre eixos, o modo predominante é de bounce. Caso contrário, o modo predominante é de pitch. A localização destes centros depende das freqüên- cias das suspensões dianteira e traseira. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 112 A figura abaixo ilustra o lugar geométrico dos centros de oscilação em função da razão das freqüências naturais dianteira e traseira. Figura 3.22: Lugar geométrico dos centros de rotação Valor recomendado: Dianteira mais baixa Centro de bounce atrás do eixo traseiro (front- end bounce) Centro de pitch próximo do eixo dianteiro (rear- end bounce) Motivo: Do ponto de vista de conforto, bounce é menos irritante do que pitch. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 113 3.3 TOLERÂNCIA DO SER HUMANO A VIBRAÇÕES A avaliação da tolerância do ser humano à vibrações é ainda uma área controversa na comunidade automobilística. Uma revisão é apresentada no Manual of ride and vibration SAE Uma norma bastante utilizada é ISO 2631-1978/1985/1997E uma série de estudos existe na literatura. Estes estudos focam sobre a tolerância humana à vibrações numa posição sentada e tentam quantificá-la em função da freqüência. Todavia, algumas características comuns entre as abordagens são observadas. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 114 Tolerância na direção vertical Região de mínimo 4 - 8 Hz Cavidade abdominal 10 - 20 Hz Cabeça Figura 3.23: Tolerância humana à vibrações verticais Abaixo e acima destes valores a tolerância aumenta. De acordo com a norma ISO a duração da vibração também influencia. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 115 Resultados da NASA em aviões de transporte de massa mostram que linhas de conforto constantes são dependentes do nível de aceleração. Figura 3.24: Curvas de desconforto da NASA Para níveis altos, o resultado coincide com o de outros pesquisadores Para baixas amplitudes ele é independente da freqüência. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 116 Tolerância na direção longitudinal Mínimo na faixa de 1 - 2 Hz Torso Menor tolerância do que na vertical Figura 3.25: Limites de tolerância humana à vibrações longitudinais Duas observações finais [Gillespie]: A eliminação de uma vibração sempre irá expor outra de menor nível Vibrações são fontes de sensações sobre a estrada e o veículo e, portanto, um feedback importante para o motorista. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 117 4. DINÂMICA LATERAL A dinâmica lateral aborda os aspectos de dirigibilidade, controle e estabilidade laterais dos veículos. Cornering, Turning Estão relacionados a aspectos objetivos da dinâmica lateral, e.g. aceleração lateral. Handling Descreve características mais subjetivas do comportamento do veículo. Inclui também as impressões do motorista. Na literatura estes termos são usados sem muito rigor. Handling, porém possui uma conotação mais abrangente. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 118 4.1 INTRODUÇÃO Os principais graus de liberdade associados à dinâmica lateral são: Chassi Deslocamento lateral (y) Rotação z (yaw) Rotação x (roll) Conjunto suspensão/sistema de direção Rotação dos elementos da suspensão (camber e roll) Movimentos (rotação e translação) dos elementos do sistema de direção (steer, caster, etc.) As principais entradas são: Ângulo na direção - (fixed control) Torque na direção - (free control) Ângulo nas rodas, etc Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 119 Modelos utilizados Bycicle Model ou Single Track Model Figura 4.1: Bycicle Model 3 dof 2 entradas bidimensional Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 120 Modelo plano de 4 rodas Figura 4.2: Modelo plano sem rolamento 3 dof Transferência de carga (direita/esquerda) aproximada (steady-state) 4 entradas bidimensional Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 121 Modelo tridimensional com aproximação para roll Figura 4.3: Modelo de 2 massas 2 massas 4 dof 4 entradas Transferência de carga aproximada Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 122 Modelo tridimensional considerando a geometria da suspensão Figura 4.4: Modelo com efeito da geometria da suspensão 9 massas 18 dof 4 entradas Transferência de carga exata Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 123 4.2 SISTEMA DE DIREÇÃO Sua função é movimentar as rodas de forma a fazer o veículo executar as manobras desejadas pelo motorista. Possui grande influência na dinâmica lateral. As principais grandezas de interesse são: Geometria do sistema de direção Geometria da suspensão Esforços e deslocamentos internos Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 124 Exemplos: Figura 4.5: Tipos de sistemas de direção Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 125 Modelos de sistemas de direção Deve ser levado em consideração quando a entrada é torque na direção ou quando se considera a elasticidade ou dinâmica do sistema quando a entrada é ângulo de direção. Figura 4.6: Modelo do sistema de direção O efeito da elasticidade é diminuir a rigidez em curva (cornering stiffness) dos pneus. Outros efeitos como roll steer, toe change, devem ser estudados levando-se em consideração também a geometria da suspensão. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 126 4.3 MODELO DO PNEUMÁTICO Força lateral Numa roda esterçada, sua velocidade instantânea e sua linha de centro não coincidem. O ângulo entre elas projetado no plano do solo é o SLIP ANGLE (). O slip angle é responsável pela geração da força lateral no pneu, que ocasiona a mudança de direção do veículo. Figura 4.7: Força lateral Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 127 Neste caso, tem-se que: x y1 V V tan E para a rigidez em curva (cornering stiffness) o y f,r F C Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 128 Algumas variáveis que afetam a rigidez em curva do pneu e seus efeitos estão ilustradas na figura abaixo: Figura 4.8: Efeito de algumas grandezas na força lateral Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 129 Torque auto-alinhante A força lateral não está aplicada no centro do ponto de contato, mas sim num ponto que depende dentre outras grandezas do slip angle. A distância entre o centro da roda e o ponto de aplicação da força lateral é denominado pneumatic trail. Figura 4.9: Torque auto-alinhante Ele se localiza posteriormente ao centro da roda e seu efeito é auto-alinhante (para entre 12 o a 12 o ). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 130 Variação da força lateral com o slip angle e a força normal. Figura 4.10: Força lateral versus slip angle e força normal Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 131 Variação do pneumatic trail com o slip angle e a força normal. Figura 4.11: Pneumatic trail versus slip angle e força normal Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 132 4.4 MODELO SINGLE TRACK Seja o modelo físico representado pela figura abaixo. Figura 4.12: Modelo single track Equações de movimento Têm-se os seguintes dof: Xo, Yo e (3 coordenadas generalizadas) e Zo = C pois o movimento é plano (vínculo). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 133 A matriz dos cossenos diretores de transformação do referencial local B para o referencial inercial O é 100 0cos sin 0 sincos C b,o Onde 3 ,2 ,1j,i obc jiij e Tb,oo,b CC Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________134 Posições Cm (com ou cg) do veículo em relação ao referencial inercial 0 Y X r o o o ob Eixo dianteiro b 1b obo ob o 1o rCrr Onde T 1 b 1b 00lr Eixo traseiro b 2b obo ob o 2o rCrr Onde T 2 b 2b 00lr Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 135 Velocidades Velocidade do cm em relação ao referencial inercial 0 Y X v o o o ob 0 0 b,o Expressando-as no referencial local (ainda são em relação ao referencial inercial!!) 0 v v 0 cosY sinX sinYcosX vCv y x oo oo o ob Tb,ob ob e z b,o 0 0 0 0 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 136 Eixo dianteiro 0 lv v v z1y x b 1o Eixo traseiro 0 lv v v z2y x b 2o Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 137 Definindo vx, vy e z como velocidades generalizadas, as equações diferenciais cinemáticas ficam: cosv sinv Y sinvcosvX yxo yxo z Observação: O ponto () sobre a grandeza representa a derivada no tempo da grandeza no referencial no qual esta está expressa. Portanto: o oi Tb,ob oi VCV Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 138 Acelerações o obV b ob b,ooTb,ob ob VC dt d .Ca De uma relação conhecida na dinâmica v dt dv dt dv b,aba Logo b ob b,ob ob b ob VVa Substituindo 0 vv vv v v v 0 0 0 v v a xzy yzx z y x z y x b ob Analogamente obtém-se z b b,o 0 0 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 139 Desta forma, as equações de movimento do veículo, expressas no referencial B, ficam: zbzb xzyyb yzxxb IM vvMF vvMF Portanto 6 incógnitas: Xo, Yo, , vx, vy, z 6 equações: 3 equações cinemáticas 3 equações dinâmicas Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 140 Forças e Torques Figura 4.13: Forças e torques num modelo single track 22y22x11y11xxb sinFcosFsinFcosFF 22y22x11y11xy b cosFsinFcosFsinFF 2z1z 222y22x 111y11xzb MM lcosFsinF lcosFsinFM Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 141 Linearização: Adotando as seguintes hipóteses simplificadoras: V:H 1 constante 1vvtan:H xy 1 2 e 1 z3 :H pequeno Logo VcosVv 0 Vsinv V v 0 v V Vsin v VcosV v zzxz zyz y x y x E as equações de movimento ficam zbzb zy b xb IM VVMF 0F Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 142 :H 4 Sem aceleração, sem frenagem 1y1x FF e 2y2x FF 1:H 15 e 1 2 , então: 2z1z22y11yzb 2y1yy b MMlFlFM FFF 22y11y2z1z6 lFlFM,M:H , logo zb22y11y z2y1y IlFlF VVM FF :H 7 Força lateral linear 222y 111y CF CF Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 143 Ângulo de escorregamento do pneu (slip angle) Figura 4.14: Slip angle para a roda i Para a roda i sabe-se que xi y i1 i V V tan Mas 100 0cossin 0sincos C ii ii i,b E ainda bi ,bi V CV Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 144 Logo z1y1x1 z1y1x1 1 lvsinvcos lvcosvsin tan 1 z1 11 V l tan Analogamente 2 z2 22 V l tan E portanto V l CF z1111y V l CF z2222y Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 145 Finalmente: 2 1 b 22 b 11 21 z b 2 22 2 11 b 2211 2 221121 z l lC l lC MV C MV C Vl lClC l lClC MV lClC 1 MV CC Que é da forma: BuAxx Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 146 Análise de estabilidade Para estabilidade 0R ic onde i é autovalor de A (raíz de 0IAdet i ). Se V 0, então MV CC 21 1 ; VI lClC b 2 22 2 11 2 Portanto o sistema é estável. Se V , então 0 I lClC b 22112 E é sempre estável se 2211 lC lC . Nos outros casos, existe um valor de V que torna o sistema instável 2211 2 2121 crítico lClCM llCC V Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 147 Exemplos Ferrari 328 Figura 4.15: Variação de i em função de V Dados M = 1420 [kg] Ib = 2075 [kg m 2 ] ll = 1.29 [m] l2 = 1.06 [m] C1 = 131335 [N/rd] C2 = 181210 [N/rd] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 148 Jaguar XJ?? Dados M = 1600 [kg] Ib = 3000 [kg m 2 ] ll = 1.32 [m] l2 = 1.50 [m] C1 = 66000 [N/rd] C2 = 70000 [N/rd] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 149 Figura 4.16: Variação de i em função de V Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 150 Resposta transitória Baixa velocidade Figura 4.17: Ângulo de escorregamento , em baixa velocidade [1]Figura 4.18: Comportamento transitório em baixa velocidade [5] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 151 Alta velocidade Figura 4.19: Ângulo de escorregamento , em alta velocidade [1] Figura 4.20: Comportamento transitório em alta velocidade [5] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 152 Pneu linear x Pneu não-linear Figura 4.21: Comparação de pneus lineares e não-lineares Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 153 Resposta de regime permanente Em regime: RV 0 0 zz onde R é o raio de curvatura. As equações de movimento são 0lFlF M FF 22y11y R V 2y1y 2 Mas 222y111y CF CF E os ângulos de escorregamento das rodas são R V llC Ml 2 211 2 1 R V llC Ml 2 212 1 2 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 154 4.5 TENDÊNCIA DE ESTERÇAMENTO 11 22 2 1 Cl Cl oversteer 1 neutral 1 understeer 1 Portanto: Veículo understeer é sempre estável Veículo oversteer depende da velocidade Gradiente de esterçamento (steer gradient) Supondo 02 , o ângulo de direção 1 , na condição de regime é R V llCC lClCM R ll 2 gradient steer 2121 1122 mannkerac 21 1 Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 155 Geometria de Ackermann 2R ll io21 A Veículo fazendo a curva com sideslip angle zero. Figura 4.22: Geometria em curva As linhas perpendiculares ao eixo traseiro e a cada roda dianteira passam pelo mesmo ponto (centro de curvatura). Geometria ideal, pois as rodas não brigam. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 156 Margem estática (static margin) Caso plano Distância normalizada entre o centro de reação das forças laterais e o cm. Isto é: 2121 1122 llCC lClC SM Extensão do conceito (neutral steer line) Figura 4.23: Linha de esterçamento neutro [1] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 157 Em termos da margem estática, a tendência do esterçamento pode ser definida como: Understeer: cm à frente do ponto neutro Neutral: cm e ponto neutro coincidem Oversteer: cm atrás do ponto neutro Figura 4.24: Comportamento do esterçamento a uma força no cm [Olley] Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 158 Característica de esterçamento Ângulo de direção x velocidade Figura 4.25: Mudança do ângulo de direção com a velocidade A equação que descreve esta relação é: R V K R ll 2 21 onde 2121 1122 llCC lClCM K é o steer gradient visto anteriormente. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 159 Ganho da velocidade em yaw (z / ) x velocidade Figura 4.26: Ganho em yaw rate x velocidade Neste caso tem-se a seguinte relação: 2211 z KVll V Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 160 Obtenção do steer gradient Raio de curvatura constante Valores crescentes de aceleração lateral são obtidos com velocidades crescentes. Figura 4.27: Obtenção do steer gradient - raio constante Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 161 A equação que descreve esta situação é: R V K R ll 2 21 onde RV 2 é a aceleração lateral ay. E o steer gradient é obtido de y 1 a K ps: é necessário o motorista neste caso! Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 162 Velocidade constante Valores crescentes de aceleração lateral são obtidos com ângulo de direção crescentes. Figura 4.28: Obtenção do steer gradient - velocidade constante Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 163 Neste caso, tem-se: R V K R ll 2 21 1 E o steer gradient é obtido de R ll a K 21 y 1 onde a segunda parcela corresponde à geometria de Ackermann. Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 164 Observações Finais: Estes resultados foram obtidos para modelos bastante simplificados, porém indicam caracte- rísticas fundamentais da dinâmica lateral de veículos. Quando não linearidades são consideradas, as rigidezes C1 e C2 se alteram e é possível um veículo inicialmente understeer tornar-se oversteer e até mesmo instável. Alterações nas condições de carregamento (posição do cg) alteram as características de dirigibilidade dos veículos (l1 e l2 e portanto K). Prof. Álvaro Costa Neto ___________________________________ 165 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fundamentals of Vehicle Dynamics. T.D. Gillespie; 1992 Automotive Handbook. Bosch. 2a. Edição; 1986 Car Suspension and Handling. D. Bastow; G. Howard; 3a edição; 1993 Simulation von Kraftfahrzeugen. G. Rill; 1994 Race Car Vehicle Dynamics. W. Milliken; D. Milliken; 1995
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