Buscar

Aula4_atualidades_TJDFT_91789_unlocked

Prévia do material em texto

Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
1 
 
 
 
 Caro Aluno, 
 Hoje é a penúltima aula do nosso curso, na qual, vamos continuar 
estudando política e sociedade brasileira. 
 Você já viu que as aulas são grandes, mas a maior parte delas é de 
questões comentadas. O que é ótimo, quanto mais questões você resolver, 
mais preparado estará para gabaritar a nossa disciplina. 
 Vamos aos estudos. 
 Grande Abraço, 
 Professor Leandro Signori 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira - II 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
2 
Sumário 
 
 1. Migrações 
2. As migrações e o Brasil 
 3. IDH e IDHM 
4. Saúde 
 5. Violência e segurança pública 
5.1 Violência no Brasil 
5.2 Mudança de perfil 
5.3 Sistema Prisional 
5.4 Violência policial 
5.5 Drogas 
5.6 Redução da maioridade penal 
6. Cultura 
7. Ciência e Tecnologia 
 8. Esporte – A corrupção na Fifa e o negócio do futebol 
9. Trabalho escravo 
10. Memorex 
11. Questões comentadas 
12. Questões propostas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
3 
 1. Migrações 
Migração é o deslocamento humano de um local ou região para outro 
dentro de um país, ou para outro país ou continente. Quem deixa seu local de 
nascimento ou criação é um emigrante, quem entra em uma nova região ou 
país é imigrante. 
Existem várias razões que levam as pessoas a migrarem, mas a principal 
delas é econômica – a busca por melhores condições de vida e trabalho, 
são os emigrantes voluntários. As pessoas migram também para escapar de 
perseguição religiosa ou política, guerras ou de calamidades naturais, 
como terremotos, secas e epidemias. São os emigrantes forçados. Nesses 
casos, os imigrantes poderão ser considerados refugiados, como acontece com 
os haitianos que migram para o Brasil ou dos sírios que fogem da guerra civil 
no seu país. 
A humanidade sempre migrou. Mas foi só no final do século XIX e início 
do século XX que acontecem as migrações em massa, provocadas por 
mudanças econômicas e guerras. Nas décadas recentes, os fluxos migratórios 
acontecem de regiões e países em desenvolvimento, como África e América 
Latina, para Europa, EUA e Japão. Frente ao crescimento no número de 
imigrantes, os países ricos impõem regras cada vez mais rígidas para a entrada 
e permanência e chegam a construir muros. 
Em vários pequenos países do mundo, os emigrantes cumprem um papel 
importante na economia nacional. Eles enviam remessas internacionais de 
dinheiro. São situações nas quais as pessoas partiram, em geral, para países 
desenvolvidos, nos quais conseguem empregos mais bem remunerados, com 
salários em moedas fortes. Regularmente, elas enviam dinheiro para a família, 
no país de origem. Há nações pequenas em que as remessas representam mais 
de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). 
Em 2013, o total de migrantes internacionais chegou a 231,5 milhões de 
pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse 
número engloba qualquer pessoa que viva em um país diferente daquele em 
que nasceu, mesmo que a mudança de endereço tenha ocorrido há décadas. As 
nações ricas concentram quase 60% dos migrantes internacionais. Em 2012, 
eles representavam 10% da população desses países, de acordo com a 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 
Contudo, a crise econômica global aberta em 2008 desencadeou uma 
mudança nas rotas migratórias. Atingidos, no início, com mais força pela crise, 
os países ricos mergulharam em recessão – o que afugentou os imigrantes. De 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
4 
1990 a 2000, sete dos dez principais destinos de migração eram países 
desenvolvidos. De 2010 a 2013, a situação se inverteu: entre os dez primeiros, 
sete são países em desenvolvimento. 
Por outro lado, destinos antes pouco importantes tornaram-se mais 
atraentes. Um exemplo são países produtores de petróleo do Golfo Pérsico, 
como os Emirados Árabes Unidos e o Catar. Com um mercado de trabalho forte 
no setor da construção civil, esses países têm hoje os estrangeiros como 
maioria de sua população. O México – antes, um ponto de passagem na 
principal rota de migração em direção aos EUA – passou a atrair mais 
estrangeiros. Entre 2000 e 2010, quase dobrou o número de imigrantes legais 
em território mexicano. 
Outro fator que explica as mudanças no fluxo das migrações é político: as 
decisões adotadas por vários países desenvolvidos, mesmo antes de 2008, de 
fechar cada vez mais severamente as fronteiras à entrada de estrangeiros 
vindos de nações pobres. A menos que sejam trabalhadores altamente 
qualificados, as chances de ingresso legal no mercado de trabalho do mundo 
desenvolvido diminuem progressivamente. 
Mas, qualificados ou não, diante dos escassos empregos e recursos 
sociais, os imigrantes são recebidos, em muitos países, com desconfiança e 
aversão – xenofobia. Além da concorrência por postos de trabalho, as 
diferenças culturais ajudam a gerar tensão nos países ricos, onde ganham força 
os discursos de políticos da extrema direita, no geral com um viés nacionalista. 
Essa visão xenófoba vem acompanhada de um conteúdo abertamente racista, 
pela cor da pele, ou de preconceito religioso – por exemplo, identificar 
muçulmanos com o terrorismo. Nas mais recentes eleições do Parlamento 
Europeu, em 2014, partidos que defendem posições contrárias à imigração 
registraram expressivas votações. 
A Europa vive uma situação contraditória: apesar das políticas para frear 
a entrada de imigrantes, as nações europeias mais ricas dependem da mão de 
obra estrangeira para manter a economia em marcha. Isso acontece porque em 
muitos desses países a população está se reduzindo. Com a queda sistemática 
na taxa de natalidade nos países industrializados, o crescimento demográfico 
dessas populações acontece unicamente pela entrada de imigrantes. Nos países 
mais pobres, ao contrário, continua ocorrendo o crescimento natural da 
população (ou seja, com mais nascimentos do que mortes), ainda que num 
ritmo cada vez menor. 
 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
5 
Para onde vão os migrantes 
 
Crédito: Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU 
 
A crise de imigrantes na Europa 
A Europa vive uma crise migratória de enormes proporções. Desde o 
início de 2015, a Acnur/ONU estima que mais de 300 mil imigrantes tenham 
cruzado o Mediterrâneo para chegar ao continente europeu. No mesmo período, 
ao menos 2.500 imigrantes e refugiados morreram afogados ao tentar 
atravessar o Mediterrâneo em embarcações precárias. Traficantes de pessoas 
chegam a cobrar mais de R$ 10 mil por individuo para realizar a viagem pelo 
mar. 
Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos 
que fazem milhares de pessoas saírem de seus países em busca de uma vida 
melhor no continente europeu. Os imigrantes ilegais têm origem principalmente 
na Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia, Nigéria e Eritreia. As principaisportas 
de entrada são a Itália e a Grécia. Os principais destinos são a Alemanha, 
França, Áustria, Suécia e Inglaterra. 
Como já estudamos na Aula 01 a Síria vive uma sangrenta guerra civil. 
Tanto nesse país, como no Iraque atua o Estado Islâmico que conquistou 
militarmente vastos territórios, causando a fuga de milhões de pessoas das 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
6 
regiões que passou a controlar. Na Nigéria, país populoso e com grande 
pobreza, atua outro grupo fundamentalista islâmico, o Boko Haram. 
O Afeganistão é outro país instável. Em 2001 foi invadido pelos Estados 
Unidos, logo após o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro daquele ano. 
Osama bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, assumiu a autoria dos atentados e se 
refugiava no país. Os norte-americanos depuseram do poder o Talibã, grupo 
fundamentalista islâmico. Mesmo fora do poder, o grupo continua ativo e 
controla regiões do Afeganistão. 
Dos imigrantes que cruzam o Mediterrâneo em direção ao sul da Itália, 
boas partes vêm da Eritreia. Segundo a BBC, um dos motivos para cidadãos 
desse país no Chifre da África decidirem emigrar é o serviço militar obrigatório -
- comparável a um regime de escravidão. Grupos de defesa dos direitos 
humanos também afirmam que o país vive forte repressão política. 
 
Fonte: Folha de São Paulo 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
7 
Além da rota pelo Mediterrâneo central (Líbia-Itália), outra rota pela 
Turquia, Mediterrâneo oriental e Grécia ganhou evidência. Da Grécia, os 
imigrantes seguem por via terrestre para a Macedônia e Sérvia e daí entram na 
Hungria, país membro da União Europeia. 
Até o final de agosto, os países europeus se mostravam bastante 
refratários em acolher os imigrantes ilegais, com alguns de seus líderes tendo 
opiniões muito críticas. A Hungria chegou a construiu um muro de 175km ao 
longo de toda a fronteira com a Sérvia para tentar diminuir o fluxo de pessoas 
buscando asilo no norte da Europa. 
O duro tratamento e a brutalidade das forças de segurança de países 
europeus para com os imigrantes motivaram protestos da população em 
diversas nações da Europa. Solidários, pediam que os seus governos 
acolhessem os imigrantes. Em países como a Alemanha, pessoas tem se 
mobilizado para receber bem os imigrantes. 
 
Um fato mudou os discursos refratários de líderes europeus. A foto acima 
mostra o menino Aylan Kurdi, curdo-sírio de Kobane, com três anos de idade, 
encontrado morto em uma praia da Turquia. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
8 
O precário barco em que Aylan, seu irmão de cinco anos, a mãe e o pai 
seguiam, com outros imigrantes, da Turquia para a ilha de Kos, na Grécia, 
naufragou no mar Mediterrâneo, no dia 3 de setembro. Somente o pai 
sobreviveu. A União Europeia busca agora estabelecer cotas por país e o 
compromisso dos seus membros em acolher imigrantes que fogem das guerras 
na Ásia e África. 
 
O drama dos Rohingyas no Sudeste Asiático 
 Outro drama humanitário é o da minoria Rohingya que vive em 
Mianmar e Bangladesh. Segundo a ONU, os Rohingyas são uma das minorias 
mais perseguidas do mundo. Seguidores do Islamismo, em Mianmar, os 
Rohingya são maltratados e reprimidos pela maioria Budista. Apesar de viverem 
há décadas e gerações no país, o governo local afirma que são novos 
imigrantes, provenientes de Bangladesh. A minoria não tem direito à cidadania 
do país, não são registrados, são submetidos a trabalhos forçados, proibidos de 
casar ou viajar sem permissão de autoridades e não podem ter terras ou 
propriedades. É uma situação de xenofobia e extremismo religioso, nesse caso 
de adeptos do Budismo para com essa minoria islâmica. 
 A solução que encontram é imigrar. Os principais destinos são a Malásia, 
Tailândia ou Indonésia. Também caem nas mãos de traficantes de seres 
humanos e tem a sua entrada nesses países reprimidas pelas autoridades 
locais. Os governos dos três países se negam a recebê-los ou deixar os barcos 
dos traficantes aportar para o desembarque dos migrantes. No início de maio, a 
imprensa noticiava que embarcações lotadas de imigrantes rohingyas com 
fome, sede e maltratados estavam vagando pelo mar, sendo impedidos de 
desembarcar pelas forças de segurança da Malásia, Tailândia e Indonésia. 
 
2. As migrações e o Brasil 
É cada vez maior o número de estrangeiros que residem em território 
nacional. Contribuem para isso as últimas ações da diplomacia brasileira, de 
acolher migrantes vítimas de catástrofes naturais ou que fogem de guerras. O 
Brasil, apontado como uma economia emergente, atrai um número cada vez 
maior de migrantes internacionais. É a lógica do país de futuro, em que o 
migrante encontra uma chance de começar vida nova e promissora. A maioria 
dos imigrantes chega de países vizinhos da América Latina, como Bolívia e 
Paraguai. Aumenta também o número de asiáticos e africanos, principalmente 
de países como Senegal, Nigéria e Gana. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
9 
Os haitianos – personagens de notícias recentes sobre migração no Brasil 
– constituem um caso especial. A vinda em massa de habitantes da pequena e 
pobre república centro-americana, a partir de 2010, teve como motor propulsor 
o terrível terremoto que deixou o país em ruínas. O primeiro estímulo ao 
processo de migração foi dado pelo próprio governo brasileiro, pois o país chefia 
a missão militar da ONU no Haiti. Após o terremoto, o Brasil passou a conceder 
visto de migração aos haitianos para trabalhar aqui. O Acre tem sido a principal 
porta de entrada. A partir de 2012, o governo brasileiro criou um visto especial, 
chamado de visto humanitário, de cinco anos, sem requisitos de qualificação 
educacional ou profissional. De 2010 até julho de 2015, cerca de 40 mil 
haitianos entraram no Brasil. O governo brasileiro também deu refúgio a 
dezenas de milhares de sírios, desde 2013. Eles representam quase um quarto 
do total de refugiados no Brasil. 
 
(VUNESP/FUNDUNESP/2014 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Imigrantes 
haitianos sofrem racismo e xenofobia no Brasil 
Muitos haitianos vêm para o Brasil em busca de emprego e de 
condições mais seguras do que as de seu país, que sofre desde 2010 
com as consequências de um terremoto que causou a morte de 300 mil 
pessoas. O Brasil optou por acolher esses imigrantes, oferecendo 
auxílio como alimentação, moradia e vistos provisórios de trabalho. 
(Terra, http://goo.gl/jRHpx1, 13.mai.2014. Adaptado) 
O grande número de imigrantes tem causado impasses, como o que 
aconteceu recentemente entre 
a) o Pará e o Espírito Santo. 
b) Rondônia e Minas Gerais. 
c) Roraima e o Distrito Federal. 
d) o Acre e São Paulo. 
e) o Amazonas e o Rio de Janeiro. 
COMENTÁRIOS: 
O terremoto que arrasou o Haiti em 2010 deu impulso extra ao grande 
fluxo de haitianos que, há várias décadas, deixa o país caribenho em busca de 
melhores condições de vida em outras nações. Nesse ano, começaram a entrar 
no Brasil pelas fronteiras no Norte do país, principalmente pelo Acre. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
10 
No Acre, oshaitianos chegavam à cidade de Brasileia, na fronteira com a 
Bolívia, onde eram hospedados em alojamentos. Como chegavam sem vistos, 
eles permaneciam ali até tirar os documentos para trabalhar legalmente no 
país. Muitos haitianos foram recrutados ainda em Brasileia por empresários de 
várias regiões do Brasil, principalmente na região Sul. A maioria tem trabalhado 
em indústrias ou na construção civil. 
A partir de abril de 2014, o Governo do Acre deixou de alojar os haitianos. 
Os imigrantes que chegam em Brasileia, estão sendo colocados em ônibus e 
enviados para a cidade de São Paulo. Esse envio está sendo feito sem prévio 
aviso aos órgãos governamentais de São Paulo, para que pudessem planejar a 
sua recepção e hospedagem, o que gerou protestos dos paulistas. 
Gabarito: D 
 
 3. IDH e IDHM 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) surgiu em 1990, no 
Primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD/ONU. O IDH reúne 
três dos requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das 
pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter 
acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida 
digno – renda. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 
1, mais elevado é o IDH. No ranking os países são divididos em quatro 
categorias: nações com índice de desenvolvimento "muito alto", "alto", "médio" 
e "baixo". 
O último relatório do IDH dos países é de 2014. Nessa lista, o Brasil está 
em 79º lugar, mantendo a classificação de alto IDH. No índice de 2012, 
ocupava a 80º posição. Ainda que tímido, o crescimento foi bem avaliado por 
especialistas do Pnud, que destacam o Brasil como um dos 18 países, entre os 
102 que têm alto ou muito alto IDH, que conseguiram melhorar no ranking. 
Eles atribuem o crescimento constante a ações políticas, como o investimento 
em programas sociais, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde 
(SUS), a busca pela estabilidade econômica e a expansão do acesso a 
universidades. 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
11 
(FCC/CAIXA/2013 – MÉDICO DO TRABALHO) Em 2012, de acordo com 
a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ficou em 85o lugar 
quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. 
Tal medida é elaborada a partir de três quesitos distintos: saúde, renda 
e 
a) acesso ao conhecimento. 
b) consumo de bens e serviços. 
c) casa própria. 
d) emprego fixo. 
e) tempo destinado ao lazer. 
COMENTÁRIOS: 
O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das 
liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável 
– saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um 
padrão de vida digno – renda. 
Gabarito: A 
 
4. Saúde 
Chikungunya, Zica Vírus e a epidemia de Dengue 
E m 2013 foi um susto: a dengue deixou mais de 1,4 milhão de doentes 
no país. No ano seguinte, o número de casos caiu para menos da metade. Mas 
o alívio durou pouco e a epidemia voltou com força inédita em 2015. A 
Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como epidemia um surto de 
doença em regiões que registram acima de 300 casos a cada grupo de 100 mil 
habitantes. No Brasil, essa taxa total no final de junho de 2015 era quase o 
dobro: 555 casos a cada 100 mil habitantes. O alto índice de contaminação 
desafia os serviços públicos de saúde, principalmente em regiões de estrutura 
mais precária. 
A Região Sudeste é a campeã no número de casos de dengue notificados 
no primeiro semestre de 2015: cerca de 726 mil casos, 64% do total do país. A 
maioria deles, 536 mil, apenas no estado de São Paulo. Também subiu o 
número de casos graves da doença (que podem levar à morte) e de óbitos. 
Entre janeiro e junho de 2015, morreram cerca de 430 pessoas pela doença – 
42% acima do índice para o mesmo período em 2014. E 840 casos foram 
considerados graves, contra 518 no ano anterior. Nos dois últimos quesitos, o 
Sudeste e o estado de São Paulo mantêm uma triste liderança. Na capital 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
12 
paulista e em cidades do interior, barracas foram montadas para o atendimento 
médico. 
A dengue é uma infecção viral, transmitida pela picada do mosquito Aedes 
aegypti, e mais raramente do Aedes albopictus. O mosquito macho não pica 
seres humanos. A fêmea de ambas as espécies torna-se o vetor do vírus ao 
picar uma pessoa contaminada e passa o vírus ao picar outras pessoas. Os 
sintomas clássicos da doença são erupções na pele, dores musculares e de 
cabeça, comprometimento das vias respiratórias superiores, febre e inchaço dos 
gânglios linfáticos. Mas pode se manifestar também como febre hemorrágica, 
com sangramentos gastrointestinais, na pele, nas gengivas e pelo nariz. Se não 
for tratada adequadamente, a doença leva à morte em 20% dos casos. 
O Aedes aegypti é originário da Ásia e da África e acredita-se que chegou 
ao Brasil nas caravelas dos colonizadores. Os primeiros relatos sobre a doença 
no Brasil aparecem no século XIX, mas acreditou-se que ela estava erradicada 
em nosso território nos anos de 1940. 
Ainda não existe uma vacina comprovadamente eficaz contra a dengue. 
Mas diversas equipes de pesquisadores buscam produzir uma capaz de prevenir 
o sistema imunológico contra o ataque das quatro cepas endêmicas no país. 
Outra frente de combate à dengue é genética. Pesquisadores da USP, em 
parceria com a empresa britânica de biotecnologia Oxitec, desenvolveram 
machos de Aedes aegypti geneticamente modificados, apelidados de “Aedes do 
bem”. Assim como o macho selvagem, o transgênico também não pica as 
pessoas. Mas do acasalamento nasce uma prole que morre antes de chegar à 
idade reprodutiva. O Aedes do Bem já passou pela Comissão Técnica Nacional 
de Biossegurança (CTNBio), e cerca de 20 milhões deles já foram liberados em 
diversas cidades do Brasil, em testes. 
O Aedes aegypti tem sido pródigo em trazer infecções para o brasileiro. 
Em 2014, o mosquito começou a espalhar outra doença, já em ritmo de 
epidemia – a febre do chikungunya. Entre setembro e dezembro de 2014, 
foram notificados mais de 3,6 mil casos autóctones – pessoas contaminadas na 
própria região em que vivem. E vários outros casos importados – pessoas 
diagnosticadas numa região, mas contaminadas em outra. Em 2015, apenas até 
o final de junho, já eram quase 7,3 mil casos suspeitos e 3 mil confirmados. 
Essa febre é também uma doença infecciosa, com sintomas semelhantes 
aos da dengue, associados a fortes dores nas articulações. Daí vem o nome: a 
palavra chikungunya tem origem numa língua falada no sudeste da Tanzânia e 
norte de Moçambique, e significa “aquele que se dobra” de dor. O vírus do 
chikungunya (CHIKV) foi isolado pela primeira vez nos anos 1950, na Tanzânia. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
13 
Hoje se conhecem quatro cepas, cada uma delas batizada conforme sua região 
de origem ou maior ocorrência: Sudeste Africano, Oeste Africano, Centro-
Africano ou Asiático. 
O Aedes é também responsável pelos primeiros casos de febre do Zika. 
Em maio de 2015, o Ministério da Saúde confirmou que o vírus (ZICAV) 
circulava em território brasileiro, nos estados da Bahia e do Rio Grande do 
Norte. Em junho, apareceram casos da febre no Rio de Janeiro. E, no início de 
julho, a Bahia já registrava 28 mil casos, entre doentes com os sintomas e 
casos confirmados. A febre do Zika aindaé pouco conhecida, e seus sintomas 
também lembram os da dengue. É considerada uma doença benigna, sem 
registro de óbitos. 
O ZICAV foi detectado pela primeira vez em 1947, em macacos na 
Floresta Zika, em Uganda, África. É um vírus endêmico do leste e oeste do 
continente africano, que até agora se espalhou pouco pelo mundo. Nas 
Américas, o Zika foi detectado apenas em 2014, na Ilha de Páscoa, território 
chileno no Oceano Pacífico. Mas pessoas infectadas na África foram 
diagnosticadas na Europa e na América do Norte. 
A dengue faz cada vez mais vítimas no mundo todo. A OMS estima que 50 
milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano e que cerca de 2,5 bilhões 
delas vivam em regiões onde a doença é endêmica. Nas últimas três décadas, a 
taxa de incidência aumentou 30 vezes. 
As doenças infecciosas espalham-se cada vez mais rapidamente pelo 
mundo. Além da urbanização dominante, contribuem para isso, também, a 
facilidade e rapidez com que as pessoas atravessam longas distâncias por trens 
e aviões; o intenso comércio internacional com o tráfego cada vez maior de 
navios levando microrganismos patogênicos (transmissores de doenças) no 
casco, nos tanques de água de lastro, na própria carga transportada ou nos 
membros da tripulação. 
 
 5. Violência e segurança pública 
Até a metade da década de 1950, o Brasil era um país majoritariamente 
rural. A partir desta data passou por um processo de urbanização acelerada, 
que teve como causas um rápido processo de industrialização e o êxodo rural. 
A mecanização do campo liberou grandes contingentes de trabalhadores 
das suas atividades rurais. Esse fator somado a histórica concentração de 
terras, as péssimas condições de vida no meio rural e a maior oferta de 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
14 
emprego nas cidades levou milhões de trabalhadores a se deslocarem do campo 
para a cidade, em um período de poucas décadas. 
As cidades não tiveram tempo, nem condições de se adaptarem, 
ocasionado o surgimento de grandes problemas urbanos. Os migrantes do 
campo foram residir na periferia e na periferia da periferia das cidades. Nesses 
lugares faltava quase tudo, infraestrutura, saneamento, áreas verdes e de 
lazer, saúde, educação, transporte de qualidade e moradia. Soma-se a isso 
tudo a carência de emprego e temos um ambiente propício para a explosão da 
violência e da criminalidade. 
A criminalidade tem como causas: 
- Ausência ou omissão do Estado (poder público), principalmente 
nas periferias – Lembre-se sempre que educação, saúde, trabalho, moradia, 
lazer e segurança são direitos sociais garantidos constitucionalmente aos 
cidadãos. Cabe ao Poder Público provê-los à coletividade. 
- Exclusão social ou desigualdade social ou má distribuição de 
renda – Observa-se que a pobreza é a principal causa da criminalidade, mas 
não a única. A relação não é direta, não é de causa e efeito, pois não se pode 
dizer que os ladrões surgem todos da pobreza. Aliás, sabemos disso muito bem 
no Brasil, vide o grande número de larápios provenientes das classes mais 
abastadas. 
- Ação dos traficantes de drogas ilícitas – O narcotráfico contribui 
significativamente para o aumento da violência e da sensação de insegurança 
nas cidades brasileiras. 
 
5.1 Violência no Brasil 
O número total de mortos por causas violentas é muito alto no Brasil, e 
o de homicídios (assassinatos) é o maior do mundo. Relatório publicado pela 
ONU em 2014, com dados de 2012, informa que dez por cento dos homicídios 
mundiais ocorrem no Brasil. 
O número de mortos por homicídios gira em torno de 50 mil casos por 
ano no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que qualquer 
taxa acima de dez homicídios por 100 mil habitantes ao ano já é 
considerada uma situação de violência epidêmica e, portanto, inaceitável. 
A taxa de homicídios no Brasil, nos últimos anos, oscila entre 25-26 
homicídios por 100 mil habitantes ao ano, ou seja, há uma epidemia de 
violência no Brasil. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
15 
Mais da metade de todos os assassinatos no Brasil é de jovens (brasileiros 
na faixa etária de 15 a 29 anos), dos quais mais de 90% são do sexo masculino 
e mais de 70% são negros. A violência é a principal causa de morte de 
jovens – e a terceira da população em geral. A violência não faz parte do 
cotidiano da juventude só pelo lado do número de vítimas. Mais da metade de 
todos os presidiários do Brasil, tem entre 18 e 29 anos. E também aí, há 
a marca de desigualdades sociais e vulnerabilidade: 61% dos detentos são 
negros e 58% não completaram o ensino fundamental. 
 
Perfil da Criminalidade: 
Faixa etária: jovem (15 a 29 anos) 
Gênero: masculino 
Classe social: pobre 
Meio social: periferia das cidades 
Cor da pele: preta/parda 
Escolaridade: ensino fundamental incompleto 
 
5.2 Mudança de perfil 
Desde 2003, a taxa de homicídios varia pouco no Brasil, ficando em torno 
de 25-26 por 100 mil habitantes. Mas isso não é uma boa notícia. Primeiro, 
porque é um patamar muito elevado de mortes. Segundo, porque essa 
aparente estabilidade disfarça mudanças significativas no perfil da violência no 
país. 
Uma delas diz respeito à distribuição geográfica: há uma interiorização 
dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas e conglomerados 
urbanos para capitais menores e destas para cidades do interior. O 
crescimento econômico de cidades do interior sem o adequado investimento em 
segurança pública e infraestrutura é tido como uma das causas para isso. Outro 
motivo é o fato de que muitos pequenos municípios são controlados pelo crime 
organizado por estar em rota de tráfico de drogas e contrabando. 
Há também uma nítida mudança nos índices de violência entre as regiões 
brasileiras. A violência explodiu no Norte e no Nordeste, são as regiões com as 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
16 
maiores taxas de homicídios. Destaque para Alagoas e Maceió, respectivamente 
o Estado e a capital com as maiores taxas de homicídios do Brasil. PRESTEM 
ATENÇÃO: Estou falando em taxas, não em números absolutos. 
O Sudeste é a região onde as taxas de homicídios tiveram a maior queda, 
puxadas por São Paulo e Rio de Janeiro. O aumento da violência contra o 
conjunto da população negra é outra mudança escondida na taxa média e 
estável do país. Entre 2002 e 2012 o número de homicídios teve queda 
acentuada entre brancos e aumentou na população negra. 
Mudanças no mapa da violência 
DISSEMINAÇÃO - A violência, que em 2000 estava concentrada na Região Sudeste, está se 
espalhando para outras regiões. Apesar da melhora parcial no Sudeste, houve pioras no 
Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste. 
 
Crédito: Revista Atualidades - Mapa da Violência 2013 
 
De acordo com especialistas em segurança pública, a queda de homicídios 
no Estado de São Paulo se deve, fundamentalmente, ao melhor aparelhamento 
da Polícia Civil – responsável pelas investigações – e da Polícia Militar. Outra 
causa é um dado demográfico: a população de idosos do Estado aumenta. E os 
homicídios atingem principalmente a população mais jovem, que se envolve 
com mais frequência em situações de risco, como o tráfico de drogas. Assim, 
conforme a população idosa se torna proporcionalmente maior, cai o índice de 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. LeandroSignori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
17 
assassinatos. A partir dos 50 anos de idade, inclusive, o homicídio nem sequer 
aparece entre as quatro principais causas de morte de homens e mulheres no 
Brasil. 
 
5.3 Sistema Prisional 
Por lei, a grande responsabilidade pela manutenção dos presos no país 
está a cargo dos estados. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (junho/2014) 
a população carcerária chegou a 567.655. É o maior número da história e, em 
termos mundiais, o país só fica atrás de Estados Unidos (2,23 milhões), China 
(1,7 milhão) e Rússia (676.400). Se computados também os que estão em 
prisão domiciliar, o Brasil tem 715.655 presos, passando a ser o terceiro país 
com o maior número de presos do mundo. 
O problema é que o total de vagas disponível no sistema penitenciário é 
de 357.219. Em outras palavras, há 1,6 presos para cada vaga. E o excedente 
de detentos só cresce, com o aumento das prisões provisórias – 
realizadas antes do julgamento e condenação – na última década. Segundo o 
CNJ, 41% dos detentos são presos em situação provisória (sem julgamento). 
Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que produz o Anuário da 
Segurança Pública, os números elevados de encarceramento resultam da 
política de guerra às drogas em vários estados e da morosidade judicial – há 
acusados que respondem a todo o processo presos, às vezes por dois anos ou 
mais. 
Apesar de a taxa média de superlotação no país ser de 1,6 presos por 
vaga, ela é maior que isso em 15 estados. A defasagem de vagas é mais grave 
nas regiões mais pobres: Nordeste e Norte, nos Estados de Alagoas, Amazonas, 
Pernambuco, Amapá, Rio Grande do Norte e Bahia. O Tocantins, Espírito Santo 
e Paraná têm o menor déficit do Brasil. 
A superlotação agrava a precariedade das penitenciárias. Celas lotadas, 
em que os presos têm de se revezar para dormir, com falta de condições 
sanitárias, contribuem para a disseminação de doenças, a violência interna e o 
crescimento das facções criminosas, ao facilitar o contato entre presos 
perigosos e os detidos por delitos leves. O excedente de detentos cresce 
também devido a outros fatores, como a lentidão da Justiça e, 
consequentemente, o aumento das prisões provisórias, realizadas antes do 
julgamento e condenação. 
 
5.4 Violência policial 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
18 
Além de campeão de homicídios, o Brasil detém outro triste título: é um 
dos países em que os policiais mais matam – e também mais morrem. 
Conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013, 2.212 
pessoas morreram assassinadas em ações das polícias Civil e Militar em todo o 
país. É uma média de seis pessoas por dia. Se consideramos de 2009 a 2013, a 
soma chega a 11.197 mortes. É um número altíssimo. Para efeito de 
comparação, a polícia norte-americana foi responsável pela morte do mesmo 
número de pessoas, mas num intervalo de 30 anos, entre 1983 e 2012. 
Segundo o anuário, essa é uma “evidência empírica de que as polícias 
brasileiras mantêm um padrão absolutamente abusivo do uso da força letal 
como resposta pública ao crime e à violência”. 
No alvo da violência policial aparecem novamente os negros. Estudo 
divulgado em 2014, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mostra 
que a proporção de negros mortos por ações da Polícia Militar de São Paulo, 
entre 2010 e 2011, foi três vezes maior que a de brancos. A pesquisa também 
constatou que a própria vigilância policial é operada de modo diferente. A taxa 
de flagrantes de negros é mais do que o dobro da verificada para brancos. 
Segundo os pesquisadores, os dados demonstram que a vigilância policial 
reconhece os negros como suspeitos criminais em potencial, flagrando em 
maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os brancos gozam de 
menor vigilância da polícia. 
 
Matar e morrer 
Se, por um lado, o grau de letalidade da polícia brasileira é alto, por 
outro, os policiais também são vítimas desse mesmo sistema. De acordo com o 
Anuário de Segurança Pública, 490 policiais foram mortos em 2013. Nos países 
desenvolvidos, como o Reino Unido, dificilmente mais do que uma dezena de 
policiais perdem a vida por ano em decorrência de sua profissão. 
Um dado que chama a atenção é que do total de policiais brasileiros 
assassinados, 121 estavam em serviço, enquanto 369 não estavam trabalhando 
oficialmente no momento da morte. Uma das explicações para esse fenômeno é 
que, devido à baixa remuneração, muitos policiais prestam serviço por conta 
própria, fazendo “bicos” para aumentar a renda. Essa é uma das situações em 
que muitos deles perdem a vida, quando estão sem o apoio de colegas. Muitos 
são também mortos por perseguição de facções criminosas fora do trabalho. 
 
5.5 Drogas 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
19 
Para o projeto Ameripol, o Brasil se tornou o epicentro do narcotráfico 
mundial. Estudos do projeto indicam que o país é refúgio para chefões do 
tráfico da América Latina em fuga, ponte principal para a distribuição da droga 
produzida no continente para a Europa, provedor de produtos químicos para a 
produção de algumas delas e também tornou-se um importante mercado 
consumidor. Além disso, o país virou a base das grandes novas rotas do tráfico 
mundial, que, segundo o estudo, passa pela África para seguir à Europa e à 
Ásia. 
O uso de drogas cresce no Brasil, e os problemas sociais 
vinculados a ele se agravam. Quase 3 milhões de brasileiros usaram cocaína, 
aspiraram (pó) ou fumaram (crack ou oxi), nos 12 meses anteriores ao 
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas no Brasil, realizado em 2012 pela 
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Esses números representam 20% 
do consumo global da droga e colocam o Brasil como o segundo mercado de 
cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil é o maior consumidor de 
crack do mundo. 
A parte mais visível dos usuários se encontra em regiões degradadas das 
cidades, nas chamadas “cracolândias”, que se espalham muito além das 
metrópoles. Mas sabe-se que o conjunto desses usuários abarca um público em 
todas as classes sociais, cujos integrantes têm algo em comum: 80% deles 
afirmam que tiveram acesso fácil à droga, apesar disso ser ilegal. 
Os programas públicos para o tratamento de dependentes químicos 
passaram a incluir a possibilidade da internação de pacientes à revelia de sua 
vontade. O dispositivo já era previsto na legislação brasileira, e recentemente 
foram criadas parcerias entre as áreas de saúde, assistência social e justiça 
para que pudesse ser utilizado como política pública. 
Na internação involuntária, parentes podem solicitar a internação do 
paciente, desde que aceita por um médico psiquiatra. Nesses casos, o Ministério 
Público precisa ser informado da internação e dos motivos. Na internação 
compulsória, a determinação cabe apenas ao juiz, após um pedido formal feito 
por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre suas 
capacidades psicológicas e físicas. 
 
Legal ou ilegal 
A ampliação do tráfico e do uso de drogas coloca em discussão a forma de 
tratar o assunto. A Lei nº 11.343/2006 isentou os usuários da pena de 
prisão, ainda que o porte de drogas seja crime. Ao mesmo tempo, endureceu as 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
20 
condenações por tráfico. Ao usuário, a lei prevê três tipos de pena:advertência 
sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade (de cinco a 
dez meses) e medida educativa de comparecimento à programa ou curso. A 
quem produz ou trafica entorpecentes, a lei prevê de cinco a 15 anos de prisão 
e multa de 500 a 1.500 reais. Cabe ao juiz determinar qual a finalidade da 
droga apreendida – se para consumo pessoal ou tráfico –, pois a lei não 
especifica quantidades para a diferenciação. Esse ponto é polêmico: a fronteira 
imprecisa entre usuário e traficante favorece a fixação arbitrária da pena. 
Quando se fala sobre a legalização das drogas, está se falando da 
legalização da maconha e não de outras drogas mais. Termos diferentes como 
legalizar ou descriminalizar (descriminar também é correto) têm sido, muitas 
vezes, usados indistintamente no debate da legislação sobre drogas. 
• Legalização - Há projetos distintos de legalização: estatizante, 
controlada ou liberal. Nos debates, a legalização de inspiração liberal é a mais 
abordada. Significa colocar as drogas no mesmo patamar do cigarro e do álcool, 
ou seja, produção e consumo regulados e o Estado recolhe impostos sobre 
essas operações. Defensores dessa via argumentam que, ao regulamentar o 
comércio, as drogas sairiam das mãos dos traficantes e a violência seria menor. 
Essa posição era defendida por Milton Friedman (1912-2006), prêmio Nobel de 
Economia, um dos pais do neoliberalismo. Para ele, o mercado regularia o 
consumo da droga. Mesmo assim, temia que houvesse um aumento expressivo 
de consumidores e viciados. 
• Descriminalização - Esse conceito diz respeito ao usuário: é a ideia de 
deixar de caracterizar o porte, a compra e o uso de drogas como crime. Ou 
seja, não cometeria crime quem fosse flagrado consumindo ou portando drogas 
em quantidade compatível com o consumo individual. O crime seria do 
traficante. No Brasil, o movimento pela descriminalização tem a participação do 
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que preside a organização Comissão 
Global de Políticas sobre Drogas. 
• Manter a proibição - A possibilidade de expansão do consumo de 
substâncias que podem causar forte dependência é o principal argumento de 
quem defende manter a proibição ao uso e tráfico de drogas. 
 
5.6 Redução da maioridade penal 
De tempos em tempos, o tema da redução da maioridade penal ganha 
destaque na política e sociedade brasileira. O tema é objeto de diversas 
Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e da Comissão Especial do Senado 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
21 
que está analisando mudanças para um novo Código Penal. A maioridade penal 
define a idade mínima pela qual um indivíduo é reconhecido como adulto 
consciente das consequências de seus atos, podendo ser processado pelo 
sistema judiciário. 
A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 19 de agosto, a redução da 
maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, como sequestro e 
estupro, para homicídio doloso (quando houve intenção de matar) e lesão 
corporal seguida de morte. Como se trata de uma PEC, o texto aprovado ainda 
deve por duas votações no Senado para que a Constituição seja alterada. 
Devido a polêmica que o debate está gerando, elencamos a seguir cinco 
argumentos a favor e contra a redução da maioridade penal: 
Contra A Favor 
1. A redução da maioridade penal fere 
uma das cláusulas pétreas (aquelas 
que não podem ser modificadas por 
congressistas) da Constituição de 
1988. O artigo 228 é claro: "São 
penalmente inimputáveis os menores 
de 18 anos. 
1. A mudança do artigo 228 da 
Constituição de 1988 não seria 
inconstitucional. O artigo 60 da 
Constituição, no seu inciso 4º, 
estabelece que as PECs não podem 
extinguir direitos e garantias 
individuais. Defensores da PEC 171 
afirmam que ela não acaba com 
direitos, apenas impõe novas regras. 
2. A inclusão de jovens a partir de 16 
anos no sistema prisional brasileiro 
não iria contribuir para a sua 
reinserção na sociedade. Relatórios de 
entidades nacionais e internacionais 
vêm criticando a qualidade do sistema 
prisional brasileiro. 
2. A impunidade gera mais violência. 
Os jovens "de hoje" têm consciência 
de que não podem ser presos e 
punidos como adultos. Por isso 
continuam a cometer crimes. 
3. A pressão para a redução da 
maioridade penal está baseada em 
casos isolados, e não em dados 
estatísticos. Segundo a Secretaria 
Nacional de Segurança Pública, jovens 
entre 16 e 18 anos são responsáveis 
por menos de 0,9% dos crimes 
praticados no país. Se forem 
3. A redução da maioridade penal iria 
proteger os jovens do aliciamento feito 
pelo crime organizado, que tem 
recrutado menores de 18 anos para 
atividades, sobretudo, relacionadas ao 
tráfico de drogas. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
22 
considerados os homicídios e 
tentativas de homicídio, esse número 
cai para 0,5%. 
4. Em vez de reduzir a maioridade 
penal, o governo deveria investir em 
educação e em políticas públicas para 
proteger os jovens e diminuir a 
vulnerabilidade deles ao crime. No 
Brasil, segundo dados do IBGE, 486 
mil crianças entre cinco e 13 anos 
eram vítimas do trabalho infantil em 
todo o Brasil em 2013. No quesito 
educação, o Brasil ainda tem 13 
milhões de analfabetos com 15 anos 
de idade ou mais. 
4. O Brasil precisa alinhar a sua 
legislação à de países desenvolvidos 
com os Estados Unidos, onde, na 
maioria dos Estados, adolescentes 
acima de 12 anos de idade podem ser 
submetidos a processos judiciais da 
mesma forma que adultos. 
5. A redução da maioridade penal iria 
afetar, preferencialmente, jovens 
negros, pobres e moradores de áreas 
periféricas do Brasil, na medida em 
que este é o perfil de boa parte da 
população carcerária brasileira. Estudo 
da UFSCar (Universidade Federal de 
São Carlos) aponta que 72% da 
população carcerária brasileira é 
composta por negros. 
5. A maioria da população brasileira é 
a favor da redução da maioridade 
penal. Em 2013, pesquisa realizada 
pelo instituto CNT/MDA indicou que 
92,7% dos brasileiros são a favor da 
medida. No mesmo ano, pesquisa do 
instituto Datafolha indicou que 93% 
dos paulistanos são a favor da 
redução. 
 
6. Cultura 
Morreu em setembro o escritor e historiador Joel Rufino dos Santos 04 de 
setembro de 2015, em razão de complicações de uma cirurgia cardíaca 
realizada três dias antes. Rufino ganhou o Prêmio Jabuti em 1979 e em 2008 
(com as obras "Uma Estranha Aventura em Talalai" e "O Barbeiro e o judeu da 
prestação contra o Sargento da Motocicleta", respectivamente). Foi agraciado 
com Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-
juvenil. 
 
7. Ciência e Tecnologia 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
23 
Nasa encontra planeta similar à Terra em potencial zona habitável 
Cientistas da NASA divulgaram em julho a descoberta de um exoplaneta 
com características muito similares à Terra e que orbita uma estrela semelhante 
ao Sol. O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas de "primo distante" 
da Terra. Ele é 60% maior e tem boa chance de ser rochoso, embora sua massa 
e composição ainda não tenham sido determinados. 
Ele demora 385 dias para dar uma volta completa ao redor de sua estrela, 
chamada de Kepler-452, astro do sistema que está a 1.400 anos-luz de 
distância da Terra. "É inspirador considerar que esse planeta já vive há 6bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é 
uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os 
ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", 
afirmou o pesquisador Jon Jenkins, da Nasa. 
A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na 
pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do 
tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais 
de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície. 
 
Pedras gigantes em fila podem ser descoberta arqueológica sem 
precedentes 
Cientistas descobriram em setembro, cerca de cem monólitos, a poucos 
quilômetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge. Essa 
poderia ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha. 
As pedras de 4,5 mil anos, algumas com mais de 4 metros de altura, 
estão enterradas a cerca de um metro de profundidade e foram identificadas 
com o uso de um radar no "Super-henge" de Durrington Walls, um enorme 
círculo de pedras, cinco vezes maior que Stonehenge, na mesma região do 
monumento. Acredita-se, era um lugar destinado a realização de rituais. 
O monumento, que teria 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é 
de uma "escala extraordinária" e único, de acordo com os pesquisadores. A 
área de Durrington Walls teria cinco vezes o tamanho de Stonehenge. 
As pedras foram erguidas ao lado de uma vala circular escavada na terra, 
formato característico dos henges, nome dado a um tipo específico de aterro do 
Período Neolítico que consiste em uma área terraplanada em forma circular ou 
oval com uma vala interna cercando outra área circular de cerca de 20 m de 
diâmetro. Os cientistas descobriram que as pedras ficavam de pé, no que 
poderia ser um monumento mais impressionante que o vizinho. 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
24 
 8. Esporte – A corrupção na Fifa e o negócio do futebol 
Em uma operação envolvendo autoridades suíças e o FBI, sete dirigentes 
da Fifa foram presos em 27 de maio na Suíça. Entre eles está o ex-presidente 
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - José Maria Marin. Os “cartolas” – 
ligados principalmente às confederações de futebol da América do Sul 
(Conmebol) e da América do Norte e Central (Concacaf) – são acusados pelo 
Departamento de Justiça norte-americano de participação em um esquema de 
corrupção que movimentou mais de 100 milhões de dólares nos últimos 20 
anos. 
O caso envolve o pagamento de propinas na negociação de direitos de 
marketing e de transmissão de campeonatos como Eliminatórias da Copa do 
Mundo, Copa América e Copa Libertadores. As autoridades dos Estados Unidos 
entraram em cena alegando que parte das transações ilícitas foi fechada no 
país, utilizando-se de bancos locais. As investigações incluem também a 
suspeita de compra de votos no processo que define os países-sedes da Copa 
do Mundo, com foco principalmente nas escolhas em relação à Copa de 2018, 
na Rússia, e à de 2022, no Catar. 
O anúncio das investigações e as prisões dos dirigentes ocorreram dois 
dias antes da eleição para a presidência da Fifa. Mesmo assim, a eleição 
ocorreu e elegeu para mais um mandato de quatro anos o suíço Joseph Blatter. 
Porém pressionado pelo maior escândalo da história da entidade, dias depois, 
Blatter anunciou que irá renunciar ao cargo e propôs a realização de novas 
eleições na Fifa até o início de 2016. 
Esporte mais popular do mundo, o futebol é um grande negócio. A Copa 
do Mundo gera bilhões de dólares em receita e de lucro para a Fifa. Na Copa de 
2014, no Brasil, a entidade arrecadou 5,7 bilhões de dólares, com lucro de 4,5 
bilhões de dólares. Em nível mundial, as instituições financeiras se tornaram os 
maiores investidores do negócio futebol, esporte cuja febre há muito tempo já 
ultrapassou a Europa e a América Latina e se expande rapidamente nos Estados 
Unidos, China e Oriente Médio. 
Jogadores são negociados por cifras milionárias e grandes clubes do 
mundo são empresas privadas, de propriedade de pessoas com grandes 
fortunas. O Brasil é um grande mercado para o surgimento e venda de novos 
talentos futebolísticos. Por ano chegam a sair mil atletas para jogar em clubes 
do exterior. 
Antes da realização da Copa do Mundo de 2014 em nosso país, muito se 
falou do legado que ficaria para o Brasil. Passada a Copa, talvez se possa 
concluir que o maior legado tenha sido a vinda para o país de 1 milhão de 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
25 
estrangeiros, recebidos com tremenda hospitalidade e entusiasmo pelos 
brasileiros. É o maior fluxo de estrangeiros já visto por aqui, que pode se 
desdobrar em frutos futuros: segundo pesquisa, 95% falaram em voltar. 
Durante um mês, o país viveu no puro entusiasmo, mesmo sem a seleção 
empolgar. 
Causaram justas críticas a construção ou reformas estruturais de estádios 
em lugares com pouco uso previsto, como em Manaus, Brasília, Natal e Cuiabá. 
Podem se transformar em elefantes brancos, sem utilidade. Um verdadeiro 
desperdício. Nos estádios, gastaram-se 8 bilhões de reais. Vários dos estádios 
públicos, uma vez modernizados, estão sendo arrendados para consórcios 
privados, como é o caso do Mineirão e do Maracanã. 
Para a melhoria da vida cotidiana, a maior herança da Copa são as obras 
de infraestrutura. Ao todo, foram 45 obras em transporte coletivo (ônibus, 
trens, metrô), 30 em aeroportos (construção, reforma, ampliação) e seis em 
portos, distribuídas nas 12 cidades-sede e suas imediações. Uma parte dos 
projetos atrasou, mas a maioria deles está em execução para acabar no médio 
prazo. 
Um tema ainda presente no futebol é o do racismo. Não é de hoje que o 
preconceito de raça e cor está presente nesse esporte. A Fifa anunciou em 
junho 2014 novas sanções contra atos discriminatórios que incluem, além de 
penas pecuniárias, dedução de pontos, expulsão e rebaixamento de equipes. 
Durante a Copa do Mundo de 2014 a entidade lançou a campanha 
#saynotoracisme (diga não ao racismo). 
Numa decisão inédita no Brasil, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva 
(STJD) excluiu o Grêmio da Copa do Brasil de 2014 por conta de atos de injúria 
racial praticados por alguns torcedores do clube. O incidente ocorreu em partida 
disputada em Porto Alegre, válida pelas oitavas-de-final do torneio. Na ocasião 
o Grêmio perdeu em casa para o Santos por 2 a 0 e alguns torcedores locais 
foram flagrados pela televisão chamando o goleiro santista Aranha de 
“macaco”, além de fazerem gestos imitando o animal. Após recurso do Grêmio, 
o STJD revê a decisão e troca a pena de expulsão do torneio pela perda de três 
pontos, pena que, na prática, manteve a eliminação do clube gaúcho da Copa 
do Brasil. 
 
9. Trabalho escravo 
Após tramitar por 15 anos no Congresso Nacional, o Senado Federal 
aprovou em 2014 a chamada PEC do Trabalho Escravo. Com a aprovação o 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
26 
artigo 243 da Constituição Federal passou a ter a seguinte redação: As 
propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de 
trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma 
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao 
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,no 
que couber, o disposto no art. 5º. A matéria precisará ser regulamentada por 
lei. 
De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos 
que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes 
de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela 
violação de direitos fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do 
trabalhador), jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço 
excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco 
de vida), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, 
isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão 
por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a 
ele). Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. 
No Brasil contemporâneo, trabalho escravo é quando o trabalhador não 
consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é forçado a 
trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de 
trabalho ou é obrigado a trabalhar tão intensamente que seu corpo não aguenta 
e sua vida pode ser colocada em risco. 
Utiliza-se a expressão "trabalho análogo ao de escravo", porque o 
trabalho escravo foi formalmente abolido em 13 de maio de 1888 e o Estado 
passou a considerar ilegal um ser humano ser dono de outro. O que 
permaneceram foram situações semelhantes ao trabalho escravo, tanto do 
ponto de vista de cercear a liberdade quanto de suprimir a dignidade do 
trabalhador, tratando-o como uma coisa, um objeto comercializado, não como 
um ser humano. 
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) estimam que entre 25 mil e 40 mil trabalhadores estejam 
atualmente submetidos ao trabalho escravo no Brasil. De 1985 a 2014, mais de 
46 mil trabalhadores foram libertados dessa condição no Brasil. 
Apesar de estar normalmente associado ao campo, o trabalho escravo 
tem sido cada vez mais flagrado nas grandes cidades. Em 2013, segundo dados 
da CPT, o número de libertações no meio urbano foi maior que o do meio rural 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
27 
pela primeira vez na história. Uma das explicações para a mudança é o boom 
de grandes obras pelo país. 
Os dados da CPT revelam que uma em cada quatro libertações ocorreu 
em São Paulo. Logo atrás estão Minas Gerais, Bahia e Pará. Além do campo e 
da construção civil, outro foco do trabalho escravo em São Paulo são as 
confecções que empregam imigrantes, principalmente bolivianos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
28 
 
Migrações – As Migrações e o Brasil 
Migração é o deslocamento humano de uma região para outra dentro de 
um país, ou para outro país ou continente. A maioria dos migrantes se desloca 
dentro de seu país. Quem deixa seu local de nascimento ou criação é um 
emigrante, quem entra em uma nova região ou país é imigrante. 
O principal motivo das imigrações é econômico, as pessoas migram em 
busca de trabalho e emprego e de uma vida melhor. Refugiados são 
imigrantes que fogem de guerras e perseguição política, ou de flagelos como 
seca, fome e epidemias. Nos anos recentes, os países da Europa, os Estados 
Unidos e o Japão adotam medidas cada vez mais restritivas à entrada de 
imigrantes e estimulam sua saída. 
Os fluxos migratórios mundiais dirigem-se atualmente com mais força 
para os países em desenvolvimento. Entre os fatores que explicam isso estão a 
crise econômica mundial, que atingiu de forma mais dura os países ricos, e o 
fato de que estes países dificultam cada vez mais a entrada de imigrantes. A 
xenofobia (aversão aos estrangeiros) cresce como bandeira de partidos 
políticos, em particular na União Europeia (UE). 
Continua a haver grande fluxo de imigrantes ilegais dos países pobres em 
direção aos EUA e à UE. Para atingir seu objetivo, submetem-se a quadrilhas 
que controlam as rotas de ingresso (coiotes), em viagens arriscadas. De outro 
lado, o crescimento demográfico nos países europeus é insuficiente para suprir 
suas necessidades de mão de obra a médio prazo, o que contribui para a 
imigração. 
Migrações no Brasil - Dados do IBGE indicam que as migrações internas 
têm diminuído o ritmo. Dentre as causas, encontram-se uma melhor 
distribuição das atividades econômicas pelas cinco regiões do país e o 
crescimento de polos de desenvolvimento em cidades de médio porte. Há 
também uma fixação maior das populações em seus locais de origem, assim 
como um aumento na migração internacional de retorno. Em termos 
internacionais, o Brasil tem recebido grande número de migrantes do Haiti, 
vítimas do terremoto de 2010, e da Síria, que se encontra em forte conflito 
político. 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
29 
IDH e IDHM 
O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das 
liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável 
– saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um 
padrão de vida digno – renda. O Brasil está no grupo de Desenvolvimento 
Humano Alto, com IDH de 0,744, em 79º lugar no ranking. 
 
Saúde 
O Brasil vive a maior epidemia de dengue da sua história no primeiro 
semestre de 2015. A Região Sudeste e o estado de São Paulo apresentam o 
maior número de casos, mas as regiões menos populosas e as cidades 
pequenas sofrem maior impacto, com taxas de incidência mais altas. A dengue 
é uma virose causada por quatro cepas do vírus DEN, transmitidos para o 
homem pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. O inseto vive 
originalmente nas matas, mas o avanço das cidades sobre o campo ampliou seu 
hábitat natural. A dengue não tem cura, mas vários institutos de pesquisa e 
empresas testam vacinas. 
A chikungunya é transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito 
Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus. A infecção pelo vírus 
chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais 
dolorosos. Comparado com a dengue, o vírus mata com menos frequência. 
Diferente do Aedes aegypti, o Aedes albopictus também pode ser encontrado 
em áreas rurais, não apenas em cidades. 
O Zica Vírus também é causado pelo Aedes aegypti. Já há casos de 
infectados no Brasil. É uma doença viral que passa sozinha, em geral, após até 
sete dias. Ela se caracteriza por febre, dores musculares, manchas vermelhas 
no corpo, inchaço nas extremidades, e dor atrás dos olhos, que também podem 
ficar vermelhos. Não há registros de óbitos causados pela doença. 
Não há vacinas para a dengue, chikungunya e zica vírus. Sobre a 
prevenção, valem as mesmas regras de controle dos mosquitos que transmitem 
o vírus. Evitar água parada, que os insetos usam para se reproduzir, é a 
principal medida. 
 
Segurança Pública 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
30 
Causas da criminalidade: ausência ou omissão do Estado (poder 
público), principalmente nas periferias; exclusão social ou desigualdade social 
ou má distribuição de renda e ação dos traficantes de drogas ilícitas. 
Perfil da Criminalidade: jovem (15 a 29 anos), sexo masculino, pobre, 
moradorda periferia das cidades, preto/pardo e com ensino fundamental 
incompleto. 
O número total de mortos por causas violentas é muito alto no Brasil, e 
o de homicídios (assassinatos) é o maior do mundo. O homicídio é a 
principal causa de mortes entre os jovens dos 15 aos 29 anos. Causas violentas 
(acidentes de trânsito, suicídios e homicídios) são o terceiro maior fator na 
população em geral. 
Cresce a violência contra o conjunto da população negra. Na última 
década, o número de homicídios teve queda acentuada entre brancos e 
aumentou na população negra. 
Há uma interiorização dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas 
e conglomerados urbanos para capitais menores e destas para cidades do 
interior. A violência explodiu no Norte e no Nordeste, são as regiões com as 
maiores taxas de homicídios. Destaque para Alagoas e Maceió, respectivamente 
o Estado e a capital com as maiores taxas de homicídios do Brasil. O Sudeste é 
a região onde as taxas de homicídios tiveram a maior queda, puxadas por São 
Paulo e Rio de Janeiro. 
O Brasil é um dos países em que os policiais mais matam – e também 
mais morrem. As polícias brasileiras mantêm um padrão absolutamente abusivo 
do uso da força letal como resposta pública ao crime e à violência”. 
O país tem um grande contingente de presos e faltam vagas nas 
penitenciárias. A superlotação agrava as condições já precárias de vida nas 
cadeias. O excedente de detentos cresce também devido à lentidão da Justiça. 
Como resultado, há também a elevação no número de prisões provisórias, 
feitas antes do julgamento e da condenação dos acusados. 
A Câmara dos Deputados aprovou a redução da maioridade penal de 18 
para 16 anos para crimes hediondos, como sequestro e estupro, para homicídio 
doloso (quando houve intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. 
Como se trata de uma PEC, o texto aprovado ainda deve passar por duas 
votações no Senado para que a Constituição seja alterada. 
O uso de drogas cresce no Brasil, e os problemas sociais 
vinculados a ele se agravam. O Brasil é o segundo mercado consumidor de 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
31 
cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos e o maior consumidor de crack do 
mundo. 
Os programas públicos para o tratamento de dependentes químicos 
passaram a incluir a possibilidade da internação de pacientes à revelia de sua 
vontade. Na internação involuntária, parentes podem solicitar a internação 
do paciente, desde que aceita por um médico psiquiatra. Na internação 
compulsória, a determinação cabe apenas ao juiz, após um pedido formal feito 
por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre suas 
capacidades psicológicas e físicas. 
A Lei nº 11.343/2006 isentou os usuários da pena de prisão, ainda que 
o porte de drogas seja crime. Ao usuário, a lei prevê três tipos de pena: 
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e 
medida educativa de comparecimento à programa ou curso. A quem produz ou 
trafica entorpecentes, a lei prevê de cinco a 15 anos de prisão e multa de 500 a 
1.500 reais. 
Há um debate na sociedade sobre como enfrentar o uso de drogas. Além 
de se manter a proibição, há propostas de descriminalização (descriminação) e 
de legalização. Há países que já liberalizaram o consumo de drogas, com 
resultados variados. 
 
Cultura 
Morreu o escritor e historiador Joel Rufino dos Santos. Ganhou o Prêmio 
Jabuti em 1979 e em 2008 (com as obras "Uma Estranha Aventura em Talalai" 
e "O Barbeiro e o judeu da prestação contra o Sargento da Motocicleta", 
respectivamente). Foi agraciado com Prêmio Hans Christian Andersen, 
considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil. 
 
Ciência e tecnologia 
Cientistas da NASA divulgaram em julho a descoberta de um 
exoplaneta com características muito similares à Terra e que orbita uma 
estrela semelhante ao Sol. O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas 
de "primo distante" da Terra. 
Cientistas descobriram cerca de cem monólitos, a poucos quilômetros do 
misterioso monumento arqueológico de Stonehenge. Essa poderia ser a maior 
estrutura neolítica da Grã-Bretanha. O monumento, que teria 1,5 km de 
circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma "escala extraordinária" e único, 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
32 
de acordo com os pesquisadores. A área teria cinco vezes o tamanho de 
Stonehenge. 
 
Esporte 
Em uma operação envolvendo autoridades suíças e o FBI, sete dirigentes 
da Fifa foram presos em 27 de maio na Suíça. Entre eles está o ex-presidente 
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - José Maria Marin. Os “cartolas” 
são acusados pelo Departamento de Justiça norte-americano de participação 
em um esquema de corrupção que movimentou mais de 100 milhões de dólares 
nos últimos 20 anos. O caso envolve o pagamento de propinas na negociação 
de direitos de marketing e de transmissão de campeonatos como Eliminatórias 
da Copa do Mundo, Copa América e Copa Libertadores. 
O futebol é um grande negócio. A Copa do Mundo gera bilhões de dólares 
em receita e de lucro para a Fifa. Em nível mundial, as instituições financeiras 
se tornaram os maiores investidores do negócio futebol. Jogadores são 
negociados por cifras milionárias e grandes clubes do mundo são empresas 
privadas, de propriedade de pessoas com grandes fortunas. O Brasil é um 
grande mercado para o surgimento e venda de novos talentos futebolísticos. 
Por ano chegam a sair mil atletas para jogar em clubes do exterior. 
 
Trabalho escravo 
O Senado Federal aprovou no final de maio a PEC do Trabalho Escravo. As 
propriedades rurais e urbanas onde ocorrer a exploração de trabalho 
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e 
a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário. 
Trabalho escravo é quando o trabalhador não consegue se desligar do 
patrão por fraude ou violência, quando é forçado a trabalhar contra sua 
vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é obrigado a 
trabalhar tão intensamente que seu corpo não aguenta e sua vida pode ser 
colocada em risco. Apesar de estar normalmente associado ao campo, o 
trabalho escravo tem sido cada vez mais flagrado nas grandes cidades. 
 
 
 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
33 
QUESTÕES COMENTADAS: 
 
(CESPE/IRBr/2015 – DIPLOMATA) Em dois casos recentes, centenas de 
imigrantes ilegais morreram em naufrágios no mar Mediterrâneo. No 
primeiro deles, em 21 de abril, ocorreram cerca de oitocentas mortes. 
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados, o que se verifica na atualidade é uma grave crise 
humanitária no mar Mediterrâneo, principal rota de entrada de 
refugiados e imigrantes ilegais no continente europeu. A respeito dessa 
crise, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
 
01) A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo são 
originários de países africanos e do Oriente Médio, regiões onde 
conflitos armados, miséria e perseguições estimulam a migração, tendo 
grande número de sírios passado a utilizar essa rota com a eclosão e o 
agravamento da guerra civil na Síria. 
 
COMENTÁRIOS: 
 A maior parte dos migrantes que utiliza a rota do Mediterrâneo central 
(Líbia-Itália) e Mediterrâneo oriental (Turquia-Grécia) são originários de países 
africanos e do Oriente Médio, como a Síria,Iraque, região da Palestina, Líbia, 
Eritreia e Nigéria. São imigrantes que fogem dos conflitos armados, da miséria 
e perseguições em países da Ásia e África. Estes conflitos estimulam o maior 
fluxo migratório para a Europa desde o final da II Guerra Mundial. 
 Gabarito: Certo 
 
02) No começo do século XXI, a rota mais popular entre imigrantes 
ilegais situava-se entre o oeste africano e a Espanha, e incluía 
territórios espanhóis no norte da África, como Ceuta e Melilla, e as 
Ilhas Canárias. Porém, com a crise em diversos países do norte da 
África, como Líbia, Tunísia e Egito, houve mudança de rota, em razão da 
desarticulação política e dos sistemas de controle marítimo e de 
fronteiras desses países. 
 
COMENTÁRIOS: 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
34 
 Ceuta e Melilla são enclaves espanhóis no norte do Marrocos, de frente 
para a Espanha e o continente europeu. As ilhas Canárias se localizam no 
Atlântico, também próximas à Europa. No começo do século XXI eram a rota 
mais popular entre os imigrantes ilegais que pretendiam entrar na Europa. 
Porém, com a crise em diversos países do norte da África, como Líbia, Tunísia e 
Egito, houve mudança de rota, em razão da desarticulação política e dos 
sistemas de controle marítimo e de fronteiras desses países. 
 Gabarito: Certo 
 
03) A União Europeia não criminaliza a entrada de imigrantes ilegais no 
território de seus países-membros, o que incentiva pessoas oriundas da 
África, do Oriente Médio e da Europa Oriental a buscarem empregos e 
melhores condições de vida na Europa Ocidental. 
 
COMENTÁRIOS: 
 A imigração ilegal é criminalizada na União Europeia. Os ilegais, podem 
ser presos e deportados de volta ao país de origem. 
 Gabarito: Errado 
 
04) Em 2015, intensificou-se ainda mais a saída de imigrantes a partir 
do Marrocos, que se tornou ponto de partida de muitas viagens, já que 
traficantes de pessoas aproveitam-se do caos político no país, onde 
milícias rivais estão em conflito. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Em 2015, intensificou-se a saída de imigrantes da Líbia, em direção a 
Itália, via o mar Mediterrâneo. Na Líbia, traficantes de pessoas se aproveitam 
do caos político do país, onde milícias rivais estão em conflito. 
 Gabarito: Errado 
 
05) (CESPE/DEPEN/2015 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Julgue os 
itens a seguir, referentes ao sistema prisional brasileiro e às políticas 
de segurança pública e cidadania. Nesse sentido, considere que a sigla 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
35 
SUSP, sempre que empregada, se refere ao Sistema Único de 
Segurança Pública. 
 
O Brasil tem a décima quarta maior população carcerária do mundo e 
atinge o décimo lugar se forem considerados os indivíduos que 
cumprem prisão domiciliar. 
 
COMENTÁRIOS: 
 O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Se for 
considerado os indivíduos que cumprem prisão domiciliar, o país tem a terceira 
maior população carcerária do mundo. 
 Gabarito: Errado 
 
(CESPE/DEPEN/2015 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) O Ministério da 
Justiça realizou, no período de 2003 a 2012, um levantamento das 
taxas de homicídios nas capitais e nas regiões metropolitanas do país, 
bem como nas cidades do interior. A análise dos indicadores aponta as 
causas do aumento dessas taxas e auxilia na formulação das políticas 
de segurança pública e de cidadania que devem ser adotadas para 
impedir o avanço da criminalidade. Por sua vez, o Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada realizou, em 2013, um estudo sobre os fatores que 
têm elevado as taxas de homicídios no Brasil, a fim de avaliar os efeitos 
das políticas de repressão que estão sendo adotadas no país para 
reduzir essas taxas. 
A partir dessas informações, julgue os próximos itens. 
 
06) O crescimento econômico das cidades sem o adequado 
investimento em infraestrutura e segurança pública, e a atuação do 
crime organizado são fatores que contribuem para o aumento das taxas 
de homicídio. 
 
COMENTÁRIOS: 
 Estas são duas causas que contribuem para o aumento das taxas de 
homicídio. A primeira delas é uma das causas estruturais. As cidades cresceram 
e crescem no Brasil sem o adequado investimento em infraestrutura e 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
36 
segurança pública, bem como sem o adequado investimento em políticas sociais 
como saúde, educação e habitação. Essas deficiências estruturais contribuem 
para a geração da miséria, uma das fontes da criminalidade. Uma melhor 
segurança pública é importante para o combate à criminalidade e a violência 
nas cidades brasileiras. 
 Gabarito: Certo 
 
07) (CESPE/PM CE/2014 – PRIMEIRO TENENTE) No novo mapa da 
riqueza no Brasil, as cidades médias avançam e as capitais perdem 
espaço. Apesar dessa tendência, a riqueza continua concentrada no 
país. A renda gerada por apenas seis municípios — São Paulo, Rio de 
Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus — responde por um 
quarto de toda a riqueza no país. 
O Globo, 18/12/2013, p. 23 (com adaptações). 
Com base no fragmento de texto acima e nos diversos aspectos que 
envolvem o tema por ele abordado, julgue o item que se segue. 
 Na atualidade observa-se que a população e a economia de muitas 
cidades médias e pequenas do interior do Brasil crescem a taxas 
maiores que as grandes cidades brasileiras. Esse crescimento é reflexo 
principalmente da desconcentração do desenvolvimento econômico 
brasileiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
Correta a questão ao afirmar como fatores a capacidade empreendedora 
do interior do país e a busca por novas oportunidades, somadas à ineficiência 
dos grandes centros, às dificuldades de infraestrutura e aos elevados custos 
operacionais encontrados nesses espaços. 
Gabarito: Certo 
 
(CESPE/DPF/2014 – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) Um homem 
australiano foi considerado o primeiro criminoso a ser condenado por 
pedofilia no mundo depois de cair em uma armadilha tecnológica e 
propor sexo a uma menina virtual de nove anos. A polícia de uma 
cidade australiana, que o monitorava, usou uma personagem de 
computação gráfica, criada por uma ONG holandesa, para atraí-lo. O 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 
 
37 
criminoso fez ofertas sexuais, despiu-se e enviou imagens suas sem 
roupa para a suposta criança em uma sala de bate-papo sobre sexo na 
Internet. 
O Globo, 22/10/2014, p. 29 (com adaptações). 
Tendo o fragmento de texto acima como referência e considerando a 
amplitude do tema que ele aborda, julgue o item subsequente. 
 
08) No Brasil, as investigações no submundo da rede mundial de 
computadores — que possibilitariam, por exemplo, a prisão de pedófilos 
— ainda estão cerceadas legalmente, o que inviabiliza operações dessa 
natureza até que se aprove emenda constitucional que as autorize. 
 
COMENTÁRIOS: 
Não há impedimento legal para a investigação de crimes cometidos por 
meio da rede mundial de computadores. Pelo contrário, a polícia brasileira se 
aperfeiçoa cada vez mais no combate as atividades ilegais cometidas pela 
internet. Temos como exemplo, a primeira operação da Polícia Federal contra a 
pedofilia na internet profunda, em outubro de 2014. 
A PF prendeu 51 pessoas, no que foi a maior operação

Continue navegando