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Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 1 Caro Aluno, Hoje é a penúltima aula do nosso curso, na qual, vamos continuar estudando política e sociedade brasileira. Você já viu que as aulas são grandes, mas a maior parte delas é de questões comentadas. O que é ótimo, quanto mais questões você resolver, mais preparado estará para gabaritar a nossa disciplina. Vamos aos estudos. Grande Abraço, Professor Leandro Signori Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira - II Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 2 Sumário 1. Migrações 2. As migrações e o Brasil 3. IDH e IDHM 4. Saúde 5. Violência e segurança pública 5.1 Violência no Brasil 5.2 Mudança de perfil 5.3 Sistema Prisional 5.4 Violência policial 5.5 Drogas 5.6 Redução da maioridade penal 6. Cultura 7. Ciência e Tecnologia 8. Esporte – A corrupção na Fifa e o negócio do futebol 9. Trabalho escravo 10. Memorex 11. Questões comentadas 12. Questões propostas Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 3 1. Migrações Migração é o deslocamento humano de um local ou região para outro dentro de um país, ou para outro país ou continente. Quem deixa seu local de nascimento ou criação é um emigrante, quem entra em uma nova região ou país é imigrante. Existem várias razões que levam as pessoas a migrarem, mas a principal delas é econômica – a busca por melhores condições de vida e trabalho, são os emigrantes voluntários. As pessoas migram também para escapar de perseguição religiosa ou política, guerras ou de calamidades naturais, como terremotos, secas e epidemias. São os emigrantes forçados. Nesses casos, os imigrantes poderão ser considerados refugiados, como acontece com os haitianos que migram para o Brasil ou dos sírios que fogem da guerra civil no seu país. A humanidade sempre migrou. Mas foi só no final do século XIX e início do século XX que acontecem as migrações em massa, provocadas por mudanças econômicas e guerras. Nas décadas recentes, os fluxos migratórios acontecem de regiões e países em desenvolvimento, como África e América Latina, para Europa, EUA e Japão. Frente ao crescimento no número de imigrantes, os países ricos impõem regras cada vez mais rígidas para a entrada e permanência e chegam a construir muros. Em vários pequenos países do mundo, os emigrantes cumprem um papel importante na economia nacional. Eles enviam remessas internacionais de dinheiro. São situações nas quais as pessoas partiram, em geral, para países desenvolvidos, nos quais conseguem empregos mais bem remunerados, com salários em moedas fortes. Regularmente, elas enviam dinheiro para a família, no país de origem. Há nações pequenas em que as remessas representam mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o total de migrantes internacionais chegou a 231,5 milhões de pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse número engloba qualquer pessoa que viva em um país diferente daquele em que nasceu, mesmo que a mudança de endereço tenha ocorrido há décadas. As nações ricas concentram quase 60% dos migrantes internacionais. Em 2012, eles representavam 10% da população desses países, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Contudo, a crise econômica global aberta em 2008 desencadeou uma mudança nas rotas migratórias. Atingidos, no início, com mais força pela crise, os países ricos mergulharam em recessão – o que afugentou os imigrantes. De Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 4 1990 a 2000, sete dos dez principais destinos de migração eram países desenvolvidos. De 2010 a 2013, a situação se inverteu: entre os dez primeiros, sete são países em desenvolvimento. Por outro lado, destinos antes pouco importantes tornaram-se mais atraentes. Um exemplo são países produtores de petróleo do Golfo Pérsico, como os Emirados Árabes Unidos e o Catar. Com um mercado de trabalho forte no setor da construção civil, esses países têm hoje os estrangeiros como maioria de sua população. O México – antes, um ponto de passagem na principal rota de migração em direção aos EUA – passou a atrair mais estrangeiros. Entre 2000 e 2010, quase dobrou o número de imigrantes legais em território mexicano. Outro fator que explica as mudanças no fluxo das migrações é político: as decisões adotadas por vários países desenvolvidos, mesmo antes de 2008, de fechar cada vez mais severamente as fronteiras à entrada de estrangeiros vindos de nações pobres. A menos que sejam trabalhadores altamente qualificados, as chances de ingresso legal no mercado de trabalho do mundo desenvolvido diminuem progressivamente. Mas, qualificados ou não, diante dos escassos empregos e recursos sociais, os imigrantes são recebidos, em muitos países, com desconfiança e aversão – xenofobia. Além da concorrência por postos de trabalho, as diferenças culturais ajudam a gerar tensão nos países ricos, onde ganham força os discursos de políticos da extrema direita, no geral com um viés nacionalista. Essa visão xenófoba vem acompanhada de um conteúdo abertamente racista, pela cor da pele, ou de preconceito religioso – por exemplo, identificar muçulmanos com o terrorismo. Nas mais recentes eleições do Parlamento Europeu, em 2014, partidos que defendem posições contrárias à imigração registraram expressivas votações. A Europa vive uma situação contraditória: apesar das políticas para frear a entrada de imigrantes, as nações europeias mais ricas dependem da mão de obra estrangeira para manter a economia em marcha. Isso acontece porque em muitos desses países a população está se reduzindo. Com a queda sistemática na taxa de natalidade nos países industrializados, o crescimento demográfico dessas populações acontece unicamente pela entrada de imigrantes. Nos países mais pobres, ao contrário, continua ocorrendo o crescimento natural da população (ou seja, com mais nascimentos do que mortes), ainda que num ritmo cada vez menor. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 5 Para onde vão os migrantes Crédito: Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU A crise de imigrantes na Europa A Europa vive uma crise migratória de enormes proporções. Desde o início de 2015, a Acnur/ONU estima que mais de 300 mil imigrantes tenham cruzado o Mediterrâneo para chegar ao continente europeu. No mesmo período, ao menos 2.500 imigrantes e refugiados morreram afogados ao tentar atravessar o Mediterrâneo em embarcações precárias. Traficantes de pessoas chegam a cobrar mais de R$ 10 mil por individuo para realizar a viagem pelo mar. Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos que fazem milhares de pessoas saírem de seus países em busca de uma vida melhor no continente europeu. Os imigrantes ilegais têm origem principalmente na Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia, Nigéria e Eritreia. As principaisportas de entrada são a Itália e a Grécia. Os principais destinos são a Alemanha, França, Áustria, Suécia e Inglaterra. Como já estudamos na Aula 01 a Síria vive uma sangrenta guerra civil. Tanto nesse país, como no Iraque atua o Estado Islâmico que conquistou militarmente vastos territórios, causando a fuga de milhões de pessoas das Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 6 regiões que passou a controlar. Na Nigéria, país populoso e com grande pobreza, atua outro grupo fundamentalista islâmico, o Boko Haram. O Afeganistão é outro país instável. Em 2001 foi invadido pelos Estados Unidos, logo após o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro daquele ano. Osama bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, assumiu a autoria dos atentados e se refugiava no país. Os norte-americanos depuseram do poder o Talibã, grupo fundamentalista islâmico. Mesmo fora do poder, o grupo continua ativo e controla regiões do Afeganistão. Dos imigrantes que cruzam o Mediterrâneo em direção ao sul da Itália, boas partes vêm da Eritreia. Segundo a BBC, um dos motivos para cidadãos desse país no Chifre da África decidirem emigrar é o serviço militar obrigatório - - comparável a um regime de escravidão. Grupos de defesa dos direitos humanos também afirmam que o país vive forte repressão política. Fonte: Folha de São Paulo Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 7 Além da rota pelo Mediterrâneo central (Líbia-Itália), outra rota pela Turquia, Mediterrâneo oriental e Grécia ganhou evidência. Da Grécia, os imigrantes seguem por via terrestre para a Macedônia e Sérvia e daí entram na Hungria, país membro da União Europeia. Até o final de agosto, os países europeus se mostravam bastante refratários em acolher os imigrantes ilegais, com alguns de seus líderes tendo opiniões muito críticas. A Hungria chegou a construiu um muro de 175km ao longo de toda a fronteira com a Sérvia para tentar diminuir o fluxo de pessoas buscando asilo no norte da Europa. O duro tratamento e a brutalidade das forças de segurança de países europeus para com os imigrantes motivaram protestos da população em diversas nações da Europa. Solidários, pediam que os seus governos acolhessem os imigrantes. Em países como a Alemanha, pessoas tem se mobilizado para receber bem os imigrantes. Um fato mudou os discursos refratários de líderes europeus. A foto acima mostra o menino Aylan Kurdi, curdo-sírio de Kobane, com três anos de idade, encontrado morto em uma praia da Turquia. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 8 O precário barco em que Aylan, seu irmão de cinco anos, a mãe e o pai seguiam, com outros imigrantes, da Turquia para a ilha de Kos, na Grécia, naufragou no mar Mediterrâneo, no dia 3 de setembro. Somente o pai sobreviveu. A União Europeia busca agora estabelecer cotas por país e o compromisso dos seus membros em acolher imigrantes que fogem das guerras na Ásia e África. O drama dos Rohingyas no Sudeste Asiático Outro drama humanitário é o da minoria Rohingya que vive em Mianmar e Bangladesh. Segundo a ONU, os Rohingyas são uma das minorias mais perseguidas do mundo. Seguidores do Islamismo, em Mianmar, os Rohingya são maltratados e reprimidos pela maioria Budista. Apesar de viverem há décadas e gerações no país, o governo local afirma que são novos imigrantes, provenientes de Bangladesh. A minoria não tem direito à cidadania do país, não são registrados, são submetidos a trabalhos forçados, proibidos de casar ou viajar sem permissão de autoridades e não podem ter terras ou propriedades. É uma situação de xenofobia e extremismo religioso, nesse caso de adeptos do Budismo para com essa minoria islâmica. A solução que encontram é imigrar. Os principais destinos são a Malásia, Tailândia ou Indonésia. Também caem nas mãos de traficantes de seres humanos e tem a sua entrada nesses países reprimidas pelas autoridades locais. Os governos dos três países se negam a recebê-los ou deixar os barcos dos traficantes aportar para o desembarque dos migrantes. No início de maio, a imprensa noticiava que embarcações lotadas de imigrantes rohingyas com fome, sede e maltratados estavam vagando pelo mar, sendo impedidos de desembarcar pelas forças de segurança da Malásia, Tailândia e Indonésia. 2. As migrações e o Brasil É cada vez maior o número de estrangeiros que residem em território nacional. Contribuem para isso as últimas ações da diplomacia brasileira, de acolher migrantes vítimas de catástrofes naturais ou que fogem de guerras. O Brasil, apontado como uma economia emergente, atrai um número cada vez maior de migrantes internacionais. É a lógica do país de futuro, em que o migrante encontra uma chance de começar vida nova e promissora. A maioria dos imigrantes chega de países vizinhos da América Latina, como Bolívia e Paraguai. Aumenta também o número de asiáticos e africanos, principalmente de países como Senegal, Nigéria e Gana. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 9 Os haitianos – personagens de notícias recentes sobre migração no Brasil – constituem um caso especial. A vinda em massa de habitantes da pequena e pobre república centro-americana, a partir de 2010, teve como motor propulsor o terrível terremoto que deixou o país em ruínas. O primeiro estímulo ao processo de migração foi dado pelo próprio governo brasileiro, pois o país chefia a missão militar da ONU no Haiti. Após o terremoto, o Brasil passou a conceder visto de migração aos haitianos para trabalhar aqui. O Acre tem sido a principal porta de entrada. A partir de 2012, o governo brasileiro criou um visto especial, chamado de visto humanitário, de cinco anos, sem requisitos de qualificação educacional ou profissional. De 2010 até julho de 2015, cerca de 40 mil haitianos entraram no Brasil. O governo brasileiro também deu refúgio a dezenas de milhares de sírios, desde 2013. Eles representam quase um quarto do total de refugiados no Brasil. (VUNESP/FUNDUNESP/2014 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Imigrantes haitianos sofrem racismo e xenofobia no Brasil Muitos haitianos vêm para o Brasil em busca de emprego e de condições mais seguras do que as de seu país, que sofre desde 2010 com as consequências de um terremoto que causou a morte de 300 mil pessoas. O Brasil optou por acolher esses imigrantes, oferecendo auxílio como alimentação, moradia e vistos provisórios de trabalho. (Terra, http://goo.gl/jRHpx1, 13.mai.2014. Adaptado) O grande número de imigrantes tem causado impasses, como o que aconteceu recentemente entre a) o Pará e o Espírito Santo. b) Rondônia e Minas Gerais. c) Roraima e o Distrito Federal. d) o Acre e São Paulo. e) o Amazonas e o Rio de Janeiro. COMENTÁRIOS: O terremoto que arrasou o Haiti em 2010 deu impulso extra ao grande fluxo de haitianos que, há várias décadas, deixa o país caribenho em busca de melhores condições de vida em outras nações. Nesse ano, começaram a entrar no Brasil pelas fronteiras no Norte do país, principalmente pelo Acre. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 10 No Acre, oshaitianos chegavam à cidade de Brasileia, na fronteira com a Bolívia, onde eram hospedados em alojamentos. Como chegavam sem vistos, eles permaneciam ali até tirar os documentos para trabalhar legalmente no país. Muitos haitianos foram recrutados ainda em Brasileia por empresários de várias regiões do Brasil, principalmente na região Sul. A maioria tem trabalhado em indústrias ou na construção civil. A partir de abril de 2014, o Governo do Acre deixou de alojar os haitianos. Os imigrantes que chegam em Brasileia, estão sendo colocados em ônibus e enviados para a cidade de São Paulo. Esse envio está sendo feito sem prévio aviso aos órgãos governamentais de São Paulo, para que pudessem planejar a sua recepção e hospedagem, o que gerou protestos dos paulistas. Gabarito: D 3. IDH e IDHM O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) surgiu em 1990, no Primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD/ONU. O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. No ranking os países são divididos em quatro categorias: nações com índice de desenvolvimento "muito alto", "alto", "médio" e "baixo". O último relatório do IDH dos países é de 2014. Nessa lista, o Brasil está em 79º lugar, mantendo a classificação de alto IDH. No índice de 2012, ocupava a 80º posição. Ainda que tímido, o crescimento foi bem avaliado por especialistas do Pnud, que destacam o Brasil como um dos 18 países, entre os 102 que têm alto ou muito alto IDH, que conseguiram melhorar no ranking. Eles atribuem o crescimento constante a ações políticas, como o investimento em programas sociais, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a busca pela estabilidade econômica e a expansão do acesso a universidades. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 11 (FCC/CAIXA/2013 – MÉDICO DO TRABALHO) Em 2012, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ficou em 85o lugar quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. Tal medida é elaborada a partir de três quesitos distintos: saúde, renda e a) acesso ao conhecimento. b) consumo de bens e serviços. c) casa própria. d) emprego fixo. e) tempo destinado ao lazer. COMENTÁRIOS: O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda. Gabarito: A 4. Saúde Chikungunya, Zica Vírus e a epidemia de Dengue E m 2013 foi um susto: a dengue deixou mais de 1,4 milhão de doentes no país. No ano seguinte, o número de casos caiu para menos da metade. Mas o alívio durou pouco e a epidemia voltou com força inédita em 2015. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como epidemia um surto de doença em regiões que registram acima de 300 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. No Brasil, essa taxa total no final de junho de 2015 era quase o dobro: 555 casos a cada 100 mil habitantes. O alto índice de contaminação desafia os serviços públicos de saúde, principalmente em regiões de estrutura mais precária. A Região Sudeste é a campeã no número de casos de dengue notificados no primeiro semestre de 2015: cerca de 726 mil casos, 64% do total do país. A maioria deles, 536 mil, apenas no estado de São Paulo. Também subiu o número de casos graves da doença (que podem levar à morte) e de óbitos. Entre janeiro e junho de 2015, morreram cerca de 430 pessoas pela doença – 42% acima do índice para o mesmo período em 2014. E 840 casos foram considerados graves, contra 518 no ano anterior. Nos dois últimos quesitos, o Sudeste e o estado de São Paulo mantêm uma triste liderança. Na capital Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 12 paulista e em cidades do interior, barracas foram montadas para o atendimento médico. A dengue é uma infecção viral, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, e mais raramente do Aedes albopictus. O mosquito macho não pica seres humanos. A fêmea de ambas as espécies torna-se o vetor do vírus ao picar uma pessoa contaminada e passa o vírus ao picar outras pessoas. Os sintomas clássicos da doença são erupções na pele, dores musculares e de cabeça, comprometimento das vias respiratórias superiores, febre e inchaço dos gânglios linfáticos. Mas pode se manifestar também como febre hemorrágica, com sangramentos gastrointestinais, na pele, nas gengivas e pelo nariz. Se não for tratada adequadamente, a doença leva à morte em 20% dos casos. O Aedes aegypti é originário da Ásia e da África e acredita-se que chegou ao Brasil nas caravelas dos colonizadores. Os primeiros relatos sobre a doença no Brasil aparecem no século XIX, mas acreditou-se que ela estava erradicada em nosso território nos anos de 1940. Ainda não existe uma vacina comprovadamente eficaz contra a dengue. Mas diversas equipes de pesquisadores buscam produzir uma capaz de prevenir o sistema imunológico contra o ataque das quatro cepas endêmicas no país. Outra frente de combate à dengue é genética. Pesquisadores da USP, em parceria com a empresa britânica de biotecnologia Oxitec, desenvolveram machos de Aedes aegypti geneticamente modificados, apelidados de “Aedes do bem”. Assim como o macho selvagem, o transgênico também não pica as pessoas. Mas do acasalamento nasce uma prole que morre antes de chegar à idade reprodutiva. O Aedes do Bem já passou pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e cerca de 20 milhões deles já foram liberados em diversas cidades do Brasil, em testes. O Aedes aegypti tem sido pródigo em trazer infecções para o brasileiro. Em 2014, o mosquito começou a espalhar outra doença, já em ritmo de epidemia – a febre do chikungunya. Entre setembro e dezembro de 2014, foram notificados mais de 3,6 mil casos autóctones – pessoas contaminadas na própria região em que vivem. E vários outros casos importados – pessoas diagnosticadas numa região, mas contaminadas em outra. Em 2015, apenas até o final de junho, já eram quase 7,3 mil casos suspeitos e 3 mil confirmados. Essa febre é também uma doença infecciosa, com sintomas semelhantes aos da dengue, associados a fortes dores nas articulações. Daí vem o nome: a palavra chikungunya tem origem numa língua falada no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique, e significa “aquele que se dobra” de dor. O vírus do chikungunya (CHIKV) foi isolado pela primeira vez nos anos 1950, na Tanzânia. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 13 Hoje se conhecem quatro cepas, cada uma delas batizada conforme sua região de origem ou maior ocorrência: Sudeste Africano, Oeste Africano, Centro- Africano ou Asiático. O Aedes é também responsável pelos primeiros casos de febre do Zika. Em maio de 2015, o Ministério da Saúde confirmou que o vírus (ZICAV) circulava em território brasileiro, nos estados da Bahia e do Rio Grande do Norte. Em junho, apareceram casos da febre no Rio de Janeiro. E, no início de julho, a Bahia já registrava 28 mil casos, entre doentes com os sintomas e casos confirmados. A febre do Zika aindaé pouco conhecida, e seus sintomas também lembram os da dengue. É considerada uma doença benigna, sem registro de óbitos. O ZICAV foi detectado pela primeira vez em 1947, em macacos na Floresta Zika, em Uganda, África. É um vírus endêmico do leste e oeste do continente africano, que até agora se espalhou pouco pelo mundo. Nas Américas, o Zika foi detectado apenas em 2014, na Ilha de Páscoa, território chileno no Oceano Pacífico. Mas pessoas infectadas na África foram diagnosticadas na Europa e na América do Norte. A dengue faz cada vez mais vítimas no mundo todo. A OMS estima que 50 milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano e que cerca de 2,5 bilhões delas vivam em regiões onde a doença é endêmica. Nas últimas três décadas, a taxa de incidência aumentou 30 vezes. As doenças infecciosas espalham-se cada vez mais rapidamente pelo mundo. Além da urbanização dominante, contribuem para isso, também, a facilidade e rapidez com que as pessoas atravessam longas distâncias por trens e aviões; o intenso comércio internacional com o tráfego cada vez maior de navios levando microrganismos patogênicos (transmissores de doenças) no casco, nos tanques de água de lastro, na própria carga transportada ou nos membros da tripulação. 5. Violência e segurança pública Até a metade da década de 1950, o Brasil era um país majoritariamente rural. A partir desta data passou por um processo de urbanização acelerada, que teve como causas um rápido processo de industrialização e o êxodo rural. A mecanização do campo liberou grandes contingentes de trabalhadores das suas atividades rurais. Esse fator somado a histórica concentração de terras, as péssimas condições de vida no meio rural e a maior oferta de Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 14 emprego nas cidades levou milhões de trabalhadores a se deslocarem do campo para a cidade, em um período de poucas décadas. As cidades não tiveram tempo, nem condições de se adaptarem, ocasionado o surgimento de grandes problemas urbanos. Os migrantes do campo foram residir na periferia e na periferia da periferia das cidades. Nesses lugares faltava quase tudo, infraestrutura, saneamento, áreas verdes e de lazer, saúde, educação, transporte de qualidade e moradia. Soma-se a isso tudo a carência de emprego e temos um ambiente propício para a explosão da violência e da criminalidade. A criminalidade tem como causas: - Ausência ou omissão do Estado (poder público), principalmente nas periferias – Lembre-se sempre que educação, saúde, trabalho, moradia, lazer e segurança são direitos sociais garantidos constitucionalmente aos cidadãos. Cabe ao Poder Público provê-los à coletividade. - Exclusão social ou desigualdade social ou má distribuição de renda – Observa-se que a pobreza é a principal causa da criminalidade, mas não a única. A relação não é direta, não é de causa e efeito, pois não se pode dizer que os ladrões surgem todos da pobreza. Aliás, sabemos disso muito bem no Brasil, vide o grande número de larápios provenientes das classes mais abastadas. - Ação dos traficantes de drogas ilícitas – O narcotráfico contribui significativamente para o aumento da violência e da sensação de insegurança nas cidades brasileiras. 5.1 Violência no Brasil O número total de mortos por causas violentas é muito alto no Brasil, e o de homicídios (assassinatos) é o maior do mundo. Relatório publicado pela ONU em 2014, com dados de 2012, informa que dez por cento dos homicídios mundiais ocorrem no Brasil. O número de mortos por homicídios gira em torno de 50 mil casos por ano no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que qualquer taxa acima de dez homicídios por 100 mil habitantes ao ano já é considerada uma situação de violência epidêmica e, portanto, inaceitável. A taxa de homicídios no Brasil, nos últimos anos, oscila entre 25-26 homicídios por 100 mil habitantes ao ano, ou seja, há uma epidemia de violência no Brasil. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 15 Mais da metade de todos os assassinatos no Brasil é de jovens (brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos), dos quais mais de 90% são do sexo masculino e mais de 70% são negros. A violência é a principal causa de morte de jovens – e a terceira da população em geral. A violência não faz parte do cotidiano da juventude só pelo lado do número de vítimas. Mais da metade de todos os presidiários do Brasil, tem entre 18 e 29 anos. E também aí, há a marca de desigualdades sociais e vulnerabilidade: 61% dos detentos são negros e 58% não completaram o ensino fundamental. Perfil da Criminalidade: Faixa etária: jovem (15 a 29 anos) Gênero: masculino Classe social: pobre Meio social: periferia das cidades Cor da pele: preta/parda Escolaridade: ensino fundamental incompleto 5.2 Mudança de perfil Desde 2003, a taxa de homicídios varia pouco no Brasil, ficando em torno de 25-26 por 100 mil habitantes. Mas isso não é uma boa notícia. Primeiro, porque é um patamar muito elevado de mortes. Segundo, porque essa aparente estabilidade disfarça mudanças significativas no perfil da violência no país. Uma delas diz respeito à distribuição geográfica: há uma interiorização dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas e conglomerados urbanos para capitais menores e destas para cidades do interior. O crescimento econômico de cidades do interior sem o adequado investimento em segurança pública e infraestrutura é tido como uma das causas para isso. Outro motivo é o fato de que muitos pequenos municípios são controlados pelo crime organizado por estar em rota de tráfico de drogas e contrabando. Há também uma nítida mudança nos índices de violência entre as regiões brasileiras. A violência explodiu no Norte e no Nordeste, são as regiões com as Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 16 maiores taxas de homicídios. Destaque para Alagoas e Maceió, respectivamente o Estado e a capital com as maiores taxas de homicídios do Brasil. PRESTEM ATENÇÃO: Estou falando em taxas, não em números absolutos. O Sudeste é a região onde as taxas de homicídios tiveram a maior queda, puxadas por São Paulo e Rio de Janeiro. O aumento da violência contra o conjunto da população negra é outra mudança escondida na taxa média e estável do país. Entre 2002 e 2012 o número de homicídios teve queda acentuada entre brancos e aumentou na população negra. Mudanças no mapa da violência DISSEMINAÇÃO - A violência, que em 2000 estava concentrada na Região Sudeste, está se espalhando para outras regiões. Apesar da melhora parcial no Sudeste, houve pioras no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste. Crédito: Revista Atualidades - Mapa da Violência 2013 De acordo com especialistas em segurança pública, a queda de homicídios no Estado de São Paulo se deve, fundamentalmente, ao melhor aparelhamento da Polícia Civil – responsável pelas investigações – e da Polícia Militar. Outra causa é um dado demográfico: a população de idosos do Estado aumenta. E os homicídios atingem principalmente a população mais jovem, que se envolve com mais frequência em situações de risco, como o tráfico de drogas. Assim, conforme a população idosa se torna proporcionalmente maior, cai o índice de Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. LeandroSignori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 17 assassinatos. A partir dos 50 anos de idade, inclusive, o homicídio nem sequer aparece entre as quatro principais causas de morte de homens e mulheres no Brasil. 5.3 Sistema Prisional Por lei, a grande responsabilidade pela manutenção dos presos no país está a cargo dos estados. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (junho/2014) a população carcerária chegou a 567.655. É o maior número da história e, em termos mundiais, o país só fica atrás de Estados Unidos (2,23 milhões), China (1,7 milhão) e Rússia (676.400). Se computados também os que estão em prisão domiciliar, o Brasil tem 715.655 presos, passando a ser o terceiro país com o maior número de presos do mundo. O problema é que o total de vagas disponível no sistema penitenciário é de 357.219. Em outras palavras, há 1,6 presos para cada vaga. E o excedente de detentos só cresce, com o aumento das prisões provisórias – realizadas antes do julgamento e condenação – na última década. Segundo o CNJ, 41% dos detentos são presos em situação provisória (sem julgamento). Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que produz o Anuário da Segurança Pública, os números elevados de encarceramento resultam da política de guerra às drogas em vários estados e da morosidade judicial – há acusados que respondem a todo o processo presos, às vezes por dois anos ou mais. Apesar de a taxa média de superlotação no país ser de 1,6 presos por vaga, ela é maior que isso em 15 estados. A defasagem de vagas é mais grave nas regiões mais pobres: Nordeste e Norte, nos Estados de Alagoas, Amazonas, Pernambuco, Amapá, Rio Grande do Norte e Bahia. O Tocantins, Espírito Santo e Paraná têm o menor déficit do Brasil. A superlotação agrava a precariedade das penitenciárias. Celas lotadas, em que os presos têm de se revezar para dormir, com falta de condições sanitárias, contribuem para a disseminação de doenças, a violência interna e o crescimento das facções criminosas, ao facilitar o contato entre presos perigosos e os detidos por delitos leves. O excedente de detentos cresce também devido a outros fatores, como a lentidão da Justiça e, consequentemente, o aumento das prisões provisórias, realizadas antes do julgamento e condenação. 5.4 Violência policial Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 18 Além de campeão de homicídios, o Brasil detém outro triste título: é um dos países em que os policiais mais matam – e também mais morrem. Conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013, 2.212 pessoas morreram assassinadas em ações das polícias Civil e Militar em todo o país. É uma média de seis pessoas por dia. Se consideramos de 2009 a 2013, a soma chega a 11.197 mortes. É um número altíssimo. Para efeito de comparação, a polícia norte-americana foi responsável pela morte do mesmo número de pessoas, mas num intervalo de 30 anos, entre 1983 e 2012. Segundo o anuário, essa é uma “evidência empírica de que as polícias brasileiras mantêm um padrão absolutamente abusivo do uso da força letal como resposta pública ao crime e à violência”. No alvo da violência policial aparecem novamente os negros. Estudo divulgado em 2014, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mostra que a proporção de negros mortos por ações da Polícia Militar de São Paulo, entre 2010 e 2011, foi três vezes maior que a de brancos. A pesquisa também constatou que a própria vigilância policial é operada de modo diferente. A taxa de flagrantes de negros é mais do que o dobro da verificada para brancos. Segundo os pesquisadores, os dados demonstram que a vigilância policial reconhece os negros como suspeitos criminais em potencial, flagrando em maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os brancos gozam de menor vigilância da polícia. Matar e morrer Se, por um lado, o grau de letalidade da polícia brasileira é alto, por outro, os policiais também são vítimas desse mesmo sistema. De acordo com o Anuário de Segurança Pública, 490 policiais foram mortos em 2013. Nos países desenvolvidos, como o Reino Unido, dificilmente mais do que uma dezena de policiais perdem a vida por ano em decorrência de sua profissão. Um dado que chama a atenção é que do total de policiais brasileiros assassinados, 121 estavam em serviço, enquanto 369 não estavam trabalhando oficialmente no momento da morte. Uma das explicações para esse fenômeno é que, devido à baixa remuneração, muitos policiais prestam serviço por conta própria, fazendo “bicos” para aumentar a renda. Essa é uma das situações em que muitos deles perdem a vida, quando estão sem o apoio de colegas. Muitos são também mortos por perseguição de facções criminosas fora do trabalho. 5.5 Drogas Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 19 Para o projeto Ameripol, o Brasil se tornou o epicentro do narcotráfico mundial. Estudos do projeto indicam que o país é refúgio para chefões do tráfico da América Latina em fuga, ponte principal para a distribuição da droga produzida no continente para a Europa, provedor de produtos químicos para a produção de algumas delas e também tornou-se um importante mercado consumidor. Além disso, o país virou a base das grandes novas rotas do tráfico mundial, que, segundo o estudo, passa pela África para seguir à Europa e à Ásia. O uso de drogas cresce no Brasil, e os problemas sociais vinculados a ele se agravam. Quase 3 milhões de brasileiros usaram cocaína, aspiraram (pó) ou fumaram (crack ou oxi), nos 12 meses anteriores ao Levantamento Nacional de Álcool e Drogas no Brasil, realizado em 2012 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Esses números representam 20% do consumo global da droga e colocam o Brasil como o segundo mercado de cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil é o maior consumidor de crack do mundo. A parte mais visível dos usuários se encontra em regiões degradadas das cidades, nas chamadas “cracolândias”, que se espalham muito além das metrópoles. Mas sabe-se que o conjunto desses usuários abarca um público em todas as classes sociais, cujos integrantes têm algo em comum: 80% deles afirmam que tiveram acesso fácil à droga, apesar disso ser ilegal. Os programas públicos para o tratamento de dependentes químicos passaram a incluir a possibilidade da internação de pacientes à revelia de sua vontade. O dispositivo já era previsto na legislação brasileira, e recentemente foram criadas parcerias entre as áreas de saúde, assistência social e justiça para que pudesse ser utilizado como política pública. Na internação involuntária, parentes podem solicitar a internação do paciente, desde que aceita por um médico psiquiatra. Nesses casos, o Ministério Público precisa ser informado da internação e dos motivos. Na internação compulsória, a determinação cabe apenas ao juiz, após um pedido formal feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre suas capacidades psicológicas e físicas. Legal ou ilegal A ampliação do tráfico e do uso de drogas coloca em discussão a forma de tratar o assunto. A Lei nº 11.343/2006 isentou os usuários da pena de prisão, ainda que o porte de drogas seja crime. Ao mesmo tempo, endureceu as Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 20 condenações por tráfico. Ao usuário, a lei prevê três tipos de pena:advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade (de cinco a dez meses) e medida educativa de comparecimento à programa ou curso. A quem produz ou trafica entorpecentes, a lei prevê de cinco a 15 anos de prisão e multa de 500 a 1.500 reais. Cabe ao juiz determinar qual a finalidade da droga apreendida – se para consumo pessoal ou tráfico –, pois a lei não especifica quantidades para a diferenciação. Esse ponto é polêmico: a fronteira imprecisa entre usuário e traficante favorece a fixação arbitrária da pena. Quando se fala sobre a legalização das drogas, está se falando da legalização da maconha e não de outras drogas mais. Termos diferentes como legalizar ou descriminalizar (descriminar também é correto) têm sido, muitas vezes, usados indistintamente no debate da legislação sobre drogas. • Legalização - Há projetos distintos de legalização: estatizante, controlada ou liberal. Nos debates, a legalização de inspiração liberal é a mais abordada. Significa colocar as drogas no mesmo patamar do cigarro e do álcool, ou seja, produção e consumo regulados e o Estado recolhe impostos sobre essas operações. Defensores dessa via argumentam que, ao regulamentar o comércio, as drogas sairiam das mãos dos traficantes e a violência seria menor. Essa posição era defendida por Milton Friedman (1912-2006), prêmio Nobel de Economia, um dos pais do neoliberalismo. Para ele, o mercado regularia o consumo da droga. Mesmo assim, temia que houvesse um aumento expressivo de consumidores e viciados. • Descriminalização - Esse conceito diz respeito ao usuário: é a ideia de deixar de caracterizar o porte, a compra e o uso de drogas como crime. Ou seja, não cometeria crime quem fosse flagrado consumindo ou portando drogas em quantidade compatível com o consumo individual. O crime seria do traficante. No Brasil, o movimento pela descriminalização tem a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que preside a organização Comissão Global de Políticas sobre Drogas. • Manter a proibição - A possibilidade de expansão do consumo de substâncias que podem causar forte dependência é o principal argumento de quem defende manter a proibição ao uso e tráfico de drogas. 5.6 Redução da maioridade penal De tempos em tempos, o tema da redução da maioridade penal ganha destaque na política e sociedade brasileira. O tema é objeto de diversas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e da Comissão Especial do Senado Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 21 que está analisando mudanças para um novo Código Penal. A maioridade penal define a idade mínima pela qual um indivíduo é reconhecido como adulto consciente das consequências de seus atos, podendo ser processado pelo sistema judiciário. A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 19 de agosto, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, como sequestro e estupro, para homicídio doloso (quando houve intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. Como se trata de uma PEC, o texto aprovado ainda deve por duas votações no Senado para que a Constituição seja alterada. Devido a polêmica que o debate está gerando, elencamos a seguir cinco argumentos a favor e contra a redução da maioridade penal: Contra A Favor 1. A redução da maioridade penal fere uma das cláusulas pétreas (aquelas que não podem ser modificadas por congressistas) da Constituição de 1988. O artigo 228 é claro: "São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos. 1. A mudança do artigo 228 da Constituição de 1988 não seria inconstitucional. O artigo 60 da Constituição, no seu inciso 4º, estabelece que as PECs não podem extinguir direitos e garantias individuais. Defensores da PEC 171 afirmam que ela não acaba com direitos, apenas impõe novas regras. 2. A inclusão de jovens a partir de 16 anos no sistema prisional brasileiro não iria contribuir para a sua reinserção na sociedade. Relatórios de entidades nacionais e internacionais vêm criticando a qualidade do sistema prisional brasileiro. 2. A impunidade gera mais violência. Os jovens "de hoje" têm consciência de que não podem ser presos e punidos como adultos. Por isso continuam a cometer crimes. 3. A pressão para a redução da maioridade penal está baseada em casos isolados, e não em dados estatísticos. Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, jovens entre 16 e 18 anos são responsáveis por menos de 0,9% dos crimes praticados no país. Se forem 3. A redução da maioridade penal iria proteger os jovens do aliciamento feito pelo crime organizado, que tem recrutado menores de 18 anos para atividades, sobretudo, relacionadas ao tráfico de drogas. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 22 considerados os homicídios e tentativas de homicídio, esse número cai para 0,5%. 4. Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles ao crime. No Brasil, segundo dados do IBGE, 486 mil crianças entre cinco e 13 anos eram vítimas do trabalho infantil em todo o Brasil em 2013. No quesito educação, o Brasil ainda tem 13 milhões de analfabetos com 15 anos de idade ou mais. 4. O Brasil precisa alinhar a sua legislação à de países desenvolvidos com os Estados Unidos, onde, na maioria dos Estados, adolescentes acima de 12 anos de idade podem ser submetidos a processos judiciais da mesma forma que adultos. 5. A redução da maioridade penal iria afetar, preferencialmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas do Brasil, na medida em que este é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira. Estudo da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) aponta que 72% da população carcerária brasileira é composta por negros. 5. A maioria da população brasileira é a favor da redução da maioridade penal. Em 2013, pesquisa realizada pelo instituto CNT/MDA indicou que 92,7% dos brasileiros são a favor da medida. No mesmo ano, pesquisa do instituto Datafolha indicou que 93% dos paulistanos são a favor da redução. 6. Cultura Morreu em setembro o escritor e historiador Joel Rufino dos Santos 04 de setembro de 2015, em razão de complicações de uma cirurgia cardíaca realizada três dias antes. Rufino ganhou o Prêmio Jabuti em 1979 e em 2008 (com as obras "Uma Estranha Aventura em Talalai" e "O Barbeiro e o judeu da prestação contra o Sargento da Motocicleta", respectivamente). Foi agraciado com Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto- juvenil. 7. Ciência e Tecnologia Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 23 Nasa encontra planeta similar à Terra em potencial zona habitável Cientistas da NASA divulgaram em julho a descoberta de um exoplaneta com características muito similares à Terra e que orbita uma estrela semelhante ao Sol. O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas de "primo distante" da Terra. Ele é 60% maior e tem boa chance de ser rochoso, embora sua massa e composição ainda não tenham sido determinados. Ele demora 385 dias para dar uma volta completa ao redor de sua estrela, chamada de Kepler-452, astro do sistema que está a 1.400 anos-luz de distância da Terra. "É inspirador considerar que esse planeta já vive há 6bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", afirmou o pesquisador Jon Jenkins, da Nasa. A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície. Pedras gigantes em fila podem ser descoberta arqueológica sem precedentes Cientistas descobriram em setembro, cerca de cem monólitos, a poucos quilômetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge. Essa poderia ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha. As pedras de 4,5 mil anos, algumas com mais de 4 metros de altura, estão enterradas a cerca de um metro de profundidade e foram identificadas com o uso de um radar no "Super-henge" de Durrington Walls, um enorme círculo de pedras, cinco vezes maior que Stonehenge, na mesma região do monumento. Acredita-se, era um lugar destinado a realização de rituais. O monumento, que teria 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma "escala extraordinária" e único, de acordo com os pesquisadores. A área de Durrington Walls teria cinco vezes o tamanho de Stonehenge. As pedras foram erguidas ao lado de uma vala circular escavada na terra, formato característico dos henges, nome dado a um tipo específico de aterro do Período Neolítico que consiste em uma área terraplanada em forma circular ou oval com uma vala interna cercando outra área circular de cerca de 20 m de diâmetro. Os cientistas descobriram que as pedras ficavam de pé, no que poderia ser um monumento mais impressionante que o vizinho. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 24 8. Esporte – A corrupção na Fifa e o negócio do futebol Em uma operação envolvendo autoridades suíças e o FBI, sete dirigentes da Fifa foram presos em 27 de maio na Suíça. Entre eles está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - José Maria Marin. Os “cartolas” – ligados principalmente às confederações de futebol da América do Sul (Conmebol) e da América do Norte e Central (Concacaf) – são acusados pelo Departamento de Justiça norte-americano de participação em um esquema de corrupção que movimentou mais de 100 milhões de dólares nos últimos 20 anos. O caso envolve o pagamento de propinas na negociação de direitos de marketing e de transmissão de campeonatos como Eliminatórias da Copa do Mundo, Copa América e Copa Libertadores. As autoridades dos Estados Unidos entraram em cena alegando que parte das transações ilícitas foi fechada no país, utilizando-se de bancos locais. As investigações incluem também a suspeita de compra de votos no processo que define os países-sedes da Copa do Mundo, com foco principalmente nas escolhas em relação à Copa de 2018, na Rússia, e à de 2022, no Catar. O anúncio das investigações e as prisões dos dirigentes ocorreram dois dias antes da eleição para a presidência da Fifa. Mesmo assim, a eleição ocorreu e elegeu para mais um mandato de quatro anos o suíço Joseph Blatter. Porém pressionado pelo maior escândalo da história da entidade, dias depois, Blatter anunciou que irá renunciar ao cargo e propôs a realização de novas eleições na Fifa até o início de 2016. Esporte mais popular do mundo, o futebol é um grande negócio. A Copa do Mundo gera bilhões de dólares em receita e de lucro para a Fifa. Na Copa de 2014, no Brasil, a entidade arrecadou 5,7 bilhões de dólares, com lucro de 4,5 bilhões de dólares. Em nível mundial, as instituições financeiras se tornaram os maiores investidores do negócio futebol, esporte cuja febre há muito tempo já ultrapassou a Europa e a América Latina e se expande rapidamente nos Estados Unidos, China e Oriente Médio. Jogadores são negociados por cifras milionárias e grandes clubes do mundo são empresas privadas, de propriedade de pessoas com grandes fortunas. O Brasil é um grande mercado para o surgimento e venda de novos talentos futebolísticos. Por ano chegam a sair mil atletas para jogar em clubes do exterior. Antes da realização da Copa do Mundo de 2014 em nosso país, muito se falou do legado que ficaria para o Brasil. Passada a Copa, talvez se possa concluir que o maior legado tenha sido a vinda para o país de 1 milhão de Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 25 estrangeiros, recebidos com tremenda hospitalidade e entusiasmo pelos brasileiros. É o maior fluxo de estrangeiros já visto por aqui, que pode se desdobrar em frutos futuros: segundo pesquisa, 95% falaram em voltar. Durante um mês, o país viveu no puro entusiasmo, mesmo sem a seleção empolgar. Causaram justas críticas a construção ou reformas estruturais de estádios em lugares com pouco uso previsto, como em Manaus, Brasília, Natal e Cuiabá. Podem se transformar em elefantes brancos, sem utilidade. Um verdadeiro desperdício. Nos estádios, gastaram-se 8 bilhões de reais. Vários dos estádios públicos, uma vez modernizados, estão sendo arrendados para consórcios privados, como é o caso do Mineirão e do Maracanã. Para a melhoria da vida cotidiana, a maior herança da Copa são as obras de infraestrutura. Ao todo, foram 45 obras em transporte coletivo (ônibus, trens, metrô), 30 em aeroportos (construção, reforma, ampliação) e seis em portos, distribuídas nas 12 cidades-sede e suas imediações. Uma parte dos projetos atrasou, mas a maioria deles está em execução para acabar no médio prazo. Um tema ainda presente no futebol é o do racismo. Não é de hoje que o preconceito de raça e cor está presente nesse esporte. A Fifa anunciou em junho 2014 novas sanções contra atos discriminatórios que incluem, além de penas pecuniárias, dedução de pontos, expulsão e rebaixamento de equipes. Durante a Copa do Mundo de 2014 a entidade lançou a campanha #saynotoracisme (diga não ao racismo). Numa decisão inédita no Brasil, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) excluiu o Grêmio da Copa do Brasil de 2014 por conta de atos de injúria racial praticados por alguns torcedores do clube. O incidente ocorreu em partida disputada em Porto Alegre, válida pelas oitavas-de-final do torneio. Na ocasião o Grêmio perdeu em casa para o Santos por 2 a 0 e alguns torcedores locais foram flagrados pela televisão chamando o goleiro santista Aranha de “macaco”, além de fazerem gestos imitando o animal. Após recurso do Grêmio, o STJD revê a decisão e troca a pena de expulsão do torneio pela perda de três pontos, pena que, na prática, manteve a eliminação do clube gaúcho da Copa do Brasil. 9. Trabalho escravo Após tramitar por 15 anos no Congresso Nacional, o Senado Federal aprovou em 2014 a chamada PEC do Trabalho Escravo. Com a aprovação o Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 26 artigo 243 da Constituição Federal passou a ter a seguinte redação: As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,no que couber, o disposto no art. 5º. A matéria precisará ser regulamentada por lei. De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador), jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. No Brasil contemporâneo, trabalho escravo é quando o trabalhador não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é forçado a trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é obrigado a trabalhar tão intensamente que seu corpo não aguenta e sua vida pode ser colocada em risco. Utiliza-se a expressão "trabalho análogo ao de escravo", porque o trabalho escravo foi formalmente abolido em 13 de maio de 1888 e o Estado passou a considerar ilegal um ser humano ser dono de outro. O que permaneceram foram situações semelhantes ao trabalho escravo, tanto do ponto de vista de cercear a liberdade quanto de suprimir a dignidade do trabalhador, tratando-o como uma coisa, um objeto comercializado, não como um ser humano. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimam que entre 25 mil e 40 mil trabalhadores estejam atualmente submetidos ao trabalho escravo no Brasil. De 1985 a 2014, mais de 46 mil trabalhadores foram libertados dessa condição no Brasil. Apesar de estar normalmente associado ao campo, o trabalho escravo tem sido cada vez mais flagrado nas grandes cidades. Em 2013, segundo dados da CPT, o número de libertações no meio urbano foi maior que o do meio rural Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 27 pela primeira vez na história. Uma das explicações para a mudança é o boom de grandes obras pelo país. Os dados da CPT revelam que uma em cada quatro libertações ocorreu em São Paulo. Logo atrás estão Minas Gerais, Bahia e Pará. Além do campo e da construção civil, outro foco do trabalho escravo em São Paulo são as confecções que empregam imigrantes, principalmente bolivianos. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 28 Migrações – As Migrações e o Brasil Migração é o deslocamento humano de uma região para outra dentro de um país, ou para outro país ou continente. A maioria dos migrantes se desloca dentro de seu país. Quem deixa seu local de nascimento ou criação é um emigrante, quem entra em uma nova região ou país é imigrante. O principal motivo das imigrações é econômico, as pessoas migram em busca de trabalho e emprego e de uma vida melhor. Refugiados são imigrantes que fogem de guerras e perseguição política, ou de flagelos como seca, fome e epidemias. Nos anos recentes, os países da Europa, os Estados Unidos e o Japão adotam medidas cada vez mais restritivas à entrada de imigrantes e estimulam sua saída. Os fluxos migratórios mundiais dirigem-se atualmente com mais força para os países em desenvolvimento. Entre os fatores que explicam isso estão a crise econômica mundial, que atingiu de forma mais dura os países ricos, e o fato de que estes países dificultam cada vez mais a entrada de imigrantes. A xenofobia (aversão aos estrangeiros) cresce como bandeira de partidos políticos, em particular na União Europeia (UE). Continua a haver grande fluxo de imigrantes ilegais dos países pobres em direção aos EUA e à UE. Para atingir seu objetivo, submetem-se a quadrilhas que controlam as rotas de ingresso (coiotes), em viagens arriscadas. De outro lado, o crescimento demográfico nos países europeus é insuficiente para suprir suas necessidades de mão de obra a médio prazo, o que contribui para a imigração. Migrações no Brasil - Dados do IBGE indicam que as migrações internas têm diminuído o ritmo. Dentre as causas, encontram-se uma melhor distribuição das atividades econômicas pelas cinco regiões do país e o crescimento de polos de desenvolvimento em cidades de médio porte. Há também uma fixação maior das populações em seus locais de origem, assim como um aumento na migração internacional de retorno. Em termos internacionais, o Brasil tem recebido grande número de migrantes do Haiti, vítimas do terremoto de 2010, e da Síria, que se encontra em forte conflito político. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 29 IDH e IDHM O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda. O Brasil está no grupo de Desenvolvimento Humano Alto, com IDH de 0,744, em 79º lugar no ranking. Saúde O Brasil vive a maior epidemia de dengue da sua história no primeiro semestre de 2015. A Região Sudeste e o estado de São Paulo apresentam o maior número de casos, mas as regiões menos populosas e as cidades pequenas sofrem maior impacto, com taxas de incidência mais altas. A dengue é uma virose causada por quatro cepas do vírus DEN, transmitidos para o homem pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. O inseto vive originalmente nas matas, mas o avanço das cidades sobre o campo ampliou seu hábitat natural. A dengue não tem cura, mas vários institutos de pesquisa e empresas testam vacinas. A chikungunya é transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus. A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. Comparado com a dengue, o vírus mata com menos frequência. Diferente do Aedes aegypti, o Aedes albopictus também pode ser encontrado em áreas rurais, não apenas em cidades. O Zica Vírus também é causado pelo Aedes aegypti. Já há casos de infectados no Brasil. É uma doença viral que passa sozinha, em geral, após até sete dias. Ela se caracteriza por febre, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, inchaço nas extremidades, e dor atrás dos olhos, que também podem ficar vermelhos. Não há registros de óbitos causados pela doença. Não há vacinas para a dengue, chikungunya e zica vírus. Sobre a prevenção, valem as mesmas regras de controle dos mosquitos que transmitem o vírus. Evitar água parada, que os insetos usam para se reproduzir, é a principal medida. Segurança Pública Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 30 Causas da criminalidade: ausência ou omissão do Estado (poder público), principalmente nas periferias; exclusão social ou desigualdade social ou má distribuição de renda e ação dos traficantes de drogas ilícitas. Perfil da Criminalidade: jovem (15 a 29 anos), sexo masculino, pobre, moradorda periferia das cidades, preto/pardo e com ensino fundamental incompleto. O número total de mortos por causas violentas é muito alto no Brasil, e o de homicídios (assassinatos) é o maior do mundo. O homicídio é a principal causa de mortes entre os jovens dos 15 aos 29 anos. Causas violentas (acidentes de trânsito, suicídios e homicídios) são o terceiro maior fator na população em geral. Cresce a violência contra o conjunto da população negra. Na última década, o número de homicídios teve queda acentuada entre brancos e aumentou na população negra. Há uma interiorização dos homicídios, das grandes regiões metropolitanas e conglomerados urbanos para capitais menores e destas para cidades do interior. A violência explodiu no Norte e no Nordeste, são as regiões com as maiores taxas de homicídios. Destaque para Alagoas e Maceió, respectivamente o Estado e a capital com as maiores taxas de homicídios do Brasil. O Sudeste é a região onde as taxas de homicídios tiveram a maior queda, puxadas por São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil é um dos países em que os policiais mais matam – e também mais morrem. As polícias brasileiras mantêm um padrão absolutamente abusivo do uso da força letal como resposta pública ao crime e à violência”. O país tem um grande contingente de presos e faltam vagas nas penitenciárias. A superlotação agrava as condições já precárias de vida nas cadeias. O excedente de detentos cresce também devido à lentidão da Justiça. Como resultado, há também a elevação no número de prisões provisórias, feitas antes do julgamento e da condenação dos acusados. A Câmara dos Deputados aprovou a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, como sequestro e estupro, para homicídio doloso (quando houve intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. Como se trata de uma PEC, o texto aprovado ainda deve passar por duas votações no Senado para que a Constituição seja alterada. O uso de drogas cresce no Brasil, e os problemas sociais vinculados a ele se agravam. O Brasil é o segundo mercado consumidor de Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 31 cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos e o maior consumidor de crack do mundo. Os programas públicos para o tratamento de dependentes químicos passaram a incluir a possibilidade da internação de pacientes à revelia de sua vontade. Na internação involuntária, parentes podem solicitar a internação do paciente, desde que aceita por um médico psiquiatra. Na internação compulsória, a determinação cabe apenas ao juiz, após um pedido formal feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre suas capacidades psicológicas e físicas. A Lei nº 11.343/2006 isentou os usuários da pena de prisão, ainda que o porte de drogas seja crime. Ao usuário, a lei prevê três tipos de pena: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento à programa ou curso. A quem produz ou trafica entorpecentes, a lei prevê de cinco a 15 anos de prisão e multa de 500 a 1.500 reais. Há um debate na sociedade sobre como enfrentar o uso de drogas. Além de se manter a proibição, há propostas de descriminalização (descriminação) e de legalização. Há países que já liberalizaram o consumo de drogas, com resultados variados. Cultura Morreu o escritor e historiador Joel Rufino dos Santos. Ganhou o Prêmio Jabuti em 1979 e em 2008 (com as obras "Uma Estranha Aventura em Talalai" e "O Barbeiro e o judeu da prestação contra o Sargento da Motocicleta", respectivamente). Foi agraciado com Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil. Ciência e tecnologia Cientistas da NASA divulgaram em julho a descoberta de um exoplaneta com características muito similares à Terra e que orbita uma estrela semelhante ao Sol. O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas de "primo distante" da Terra. Cientistas descobriram cerca de cem monólitos, a poucos quilômetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge. Essa poderia ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha. O monumento, que teria 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma "escala extraordinária" e único, Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 32 de acordo com os pesquisadores. A área teria cinco vezes o tamanho de Stonehenge. Esporte Em uma operação envolvendo autoridades suíças e o FBI, sete dirigentes da Fifa foram presos em 27 de maio na Suíça. Entre eles está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - José Maria Marin. Os “cartolas” são acusados pelo Departamento de Justiça norte-americano de participação em um esquema de corrupção que movimentou mais de 100 milhões de dólares nos últimos 20 anos. O caso envolve o pagamento de propinas na negociação de direitos de marketing e de transmissão de campeonatos como Eliminatórias da Copa do Mundo, Copa América e Copa Libertadores. O futebol é um grande negócio. A Copa do Mundo gera bilhões de dólares em receita e de lucro para a Fifa. Em nível mundial, as instituições financeiras se tornaram os maiores investidores do negócio futebol. Jogadores são negociados por cifras milionárias e grandes clubes do mundo são empresas privadas, de propriedade de pessoas com grandes fortunas. O Brasil é um grande mercado para o surgimento e venda de novos talentos futebolísticos. Por ano chegam a sair mil atletas para jogar em clubes do exterior. Trabalho escravo O Senado Federal aprovou no final de maio a PEC do Trabalho Escravo. As propriedades rurais e urbanas onde ocorrer a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário. Trabalho escravo é quando o trabalhador não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é forçado a trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é obrigado a trabalhar tão intensamente que seu corpo não aguenta e sua vida pode ser colocada em risco. Apesar de estar normalmente associado ao campo, o trabalho escravo tem sido cada vez mais flagrado nas grandes cidades. Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 33 QUESTÕES COMENTADAS: (CESPE/IRBr/2015 – DIPLOMATA) Em dois casos recentes, centenas de imigrantes ilegais morreram em naufrágios no mar Mediterrâneo. No primeiro deles, em 21 de abril, ocorreram cerca de oitocentas mortes. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o que se verifica na atualidade é uma grave crise humanitária no mar Mediterrâneo, principal rota de entrada de refugiados e imigrantes ilegais no continente europeu. A respeito dessa crise, julgue (C ou E) os itens a seguir. 01) A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo são originários de países africanos e do Oriente Médio, regiões onde conflitos armados, miséria e perseguições estimulam a migração, tendo grande número de sírios passado a utilizar essa rota com a eclosão e o agravamento da guerra civil na Síria. COMENTÁRIOS: A maior parte dos migrantes que utiliza a rota do Mediterrâneo central (Líbia-Itália) e Mediterrâneo oriental (Turquia-Grécia) são originários de países africanos e do Oriente Médio, como a Síria,Iraque, região da Palestina, Líbia, Eritreia e Nigéria. São imigrantes que fogem dos conflitos armados, da miséria e perseguições em países da Ásia e África. Estes conflitos estimulam o maior fluxo migratório para a Europa desde o final da II Guerra Mundial. Gabarito: Certo 02) No começo do século XXI, a rota mais popular entre imigrantes ilegais situava-se entre o oeste africano e a Espanha, e incluía territórios espanhóis no norte da África, como Ceuta e Melilla, e as Ilhas Canárias. Porém, com a crise em diversos países do norte da África, como Líbia, Tunísia e Egito, houve mudança de rota, em razão da desarticulação política e dos sistemas de controle marítimo e de fronteiras desses países. COMENTÁRIOS: Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 34 Ceuta e Melilla são enclaves espanhóis no norte do Marrocos, de frente para a Espanha e o continente europeu. As ilhas Canárias se localizam no Atlântico, também próximas à Europa. No começo do século XXI eram a rota mais popular entre os imigrantes ilegais que pretendiam entrar na Europa. Porém, com a crise em diversos países do norte da África, como Líbia, Tunísia e Egito, houve mudança de rota, em razão da desarticulação política e dos sistemas de controle marítimo e de fronteiras desses países. Gabarito: Certo 03) A União Europeia não criminaliza a entrada de imigrantes ilegais no território de seus países-membros, o que incentiva pessoas oriundas da África, do Oriente Médio e da Europa Oriental a buscarem empregos e melhores condições de vida na Europa Ocidental. COMENTÁRIOS: A imigração ilegal é criminalizada na União Europeia. Os ilegais, podem ser presos e deportados de volta ao país de origem. Gabarito: Errado 04) Em 2015, intensificou-se ainda mais a saída de imigrantes a partir do Marrocos, que se tornou ponto de partida de muitas viagens, já que traficantes de pessoas aproveitam-se do caos político no país, onde milícias rivais estão em conflito. COMENTÁRIOS: Em 2015, intensificou-se a saída de imigrantes da Líbia, em direção a Itália, via o mar Mediterrâneo. Na Líbia, traficantes de pessoas se aproveitam do caos político do país, onde milícias rivais estão em conflito. Gabarito: Errado 05) (CESPE/DEPEN/2015 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Julgue os itens a seguir, referentes ao sistema prisional brasileiro e às políticas de segurança pública e cidadania. Nesse sentido, considere que a sigla Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 35 SUSP, sempre que empregada, se refere ao Sistema Único de Segurança Pública. O Brasil tem a décima quarta maior população carcerária do mundo e atinge o décimo lugar se forem considerados os indivíduos que cumprem prisão domiciliar. COMENTÁRIOS: O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Se for considerado os indivíduos que cumprem prisão domiciliar, o país tem a terceira maior população carcerária do mundo. Gabarito: Errado (CESPE/DEPEN/2015 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) O Ministério da Justiça realizou, no período de 2003 a 2012, um levantamento das taxas de homicídios nas capitais e nas regiões metropolitanas do país, bem como nas cidades do interior. A análise dos indicadores aponta as causas do aumento dessas taxas e auxilia na formulação das políticas de segurança pública e de cidadania que devem ser adotadas para impedir o avanço da criminalidade. Por sua vez, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada realizou, em 2013, um estudo sobre os fatores que têm elevado as taxas de homicídios no Brasil, a fim de avaliar os efeitos das políticas de repressão que estão sendo adotadas no país para reduzir essas taxas. A partir dessas informações, julgue os próximos itens. 06) O crescimento econômico das cidades sem o adequado investimento em infraestrutura e segurança pública, e a atuação do crime organizado são fatores que contribuem para o aumento das taxas de homicídio. COMENTÁRIOS: Estas são duas causas que contribuem para o aumento das taxas de homicídio. A primeira delas é uma das causas estruturais. As cidades cresceram e crescem no Brasil sem o adequado investimento em infraestrutura e Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 36 segurança pública, bem como sem o adequado investimento em políticas sociais como saúde, educação e habitação. Essas deficiências estruturais contribuem para a geração da miséria, uma das fontes da criminalidade. Uma melhor segurança pública é importante para o combate à criminalidade e a violência nas cidades brasileiras. Gabarito: Certo 07) (CESPE/PM CE/2014 – PRIMEIRO TENENTE) No novo mapa da riqueza no Brasil, as cidades médias avançam e as capitais perdem espaço. Apesar dessa tendência, a riqueza continua concentrada no país. A renda gerada por apenas seis municípios — São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus — responde por um quarto de toda a riqueza no país. O Globo, 18/12/2013, p. 23 (com adaptações). Com base no fragmento de texto acima e nos diversos aspectos que envolvem o tema por ele abordado, julgue o item que se segue. Na atualidade observa-se que a população e a economia de muitas cidades médias e pequenas do interior do Brasil crescem a taxas maiores que as grandes cidades brasileiras. Esse crescimento é reflexo principalmente da desconcentração do desenvolvimento econômico brasileiro. COMENTÁRIOS: Correta a questão ao afirmar como fatores a capacidade empreendedora do interior do país e a busca por novas oportunidades, somadas à ineficiência dos grandes centros, às dificuldades de infraestrutura e aos elevados custos operacionais encontrados nesses espaços. Gabarito: Certo (CESPE/DPF/2014 – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) Um homem australiano foi considerado o primeiro criminoso a ser condenado por pedofilia no mundo depois de cair em uma armadilha tecnológica e propor sexo a uma menina virtual de nove anos. A polícia de uma cidade australiana, que o monitorava, usou uma personagem de computação gráfica, criada por uma ONG holandesa, para atraí-lo. O Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT Aula 04 – Política e Sociedade Brasileira – II Prof. Leandro Signori www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori 37 criminoso fez ofertas sexuais, despiu-se e enviou imagens suas sem roupa para a suposta criança em uma sala de bate-papo sobre sexo na Internet. O Globo, 22/10/2014, p. 29 (com adaptações). Tendo o fragmento de texto acima como referência e considerando a amplitude do tema que ele aborda, julgue o item subsequente. 08) No Brasil, as investigações no submundo da rede mundial de computadores — que possibilitariam, por exemplo, a prisão de pedófilos — ainda estão cerceadas legalmente, o que inviabiliza operações dessa natureza até que se aprove emenda constitucional que as autorize. COMENTÁRIOS: Não há impedimento legal para a investigação de crimes cometidos por meio da rede mundial de computadores. Pelo contrário, a polícia brasileira se aperfeiçoa cada vez mais no combate as atividades ilegais cometidas pela internet. Temos como exemplo, a primeira operação da Polícia Federal contra a pedofilia na internet profunda, em outubro de 2014. A PF prendeu 51 pessoas, no que foi a maior operação
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