Prévia do material em texto
Insuficiência Respiratória Aguda Luciana da Costa Ziviani Ventilação Pulmonar • A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O2) e a remoção do gás carbônico (CO2) do sangue. • Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do sistema nervoso central (SNC) e periférico e o aparelho cardiocirculatório, todos interagem para adequar o balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, de onde resulta a troca gasosa. • A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a oferta de O2 aos tecidos e a remoção de CO2 dos mesmos, define a insuficiência respiratória. Insuficiência Respiratória Aguda • A insuficiência respiratória aguda (IRA) é, portanto, uma síndrome caracterizada pelo aparecimento de disfunção súbita de qualquer setor do sistema fisiológico responsável pela troca gasosa. • Na síndrome de insuficiência respiratória, os sinais e sintomas refletem os efeitos da hipoxemia (↓O₂) e/ou da hipercapnia (↑CO₂) sobre o SNC e o sistema cardiovascular, além daqueles pertinentes à doença responsável pela condição. • A confirmação diagnóstica deve ser feita com a análise gasométrica do sangue arterial, que inclui os valores de PaO2, PaCO2 e pH em conjunto ao estado clínico do paciente. Insuficiência Respiratória Aguda Classificação: • 1) IRA Hipoxêmica- PaO2 50 mmhg (*VRN=35-45 mmHg) Causas de IRA • Adulto – multifatoriais : lesões pulmonares x distúrbios não pulmonares • Anormalidades do SNC, sistema neuromuscular, VAS e VAI, Parênquima pulmonar e Sistema cardiovascular *VRN (Valor de Referência Normal) Insuficiência Respiratória Aguda • Tipo I ou Insuficiência respiratória hipoxêmica (PaO2 ≤ 60 mmHg) – Causada pela hipoxemia secundária a alterações da barreira alvéolo- capilar, porém a ventilação está normal (não há retenção de CO2). • O comprometimento da troca gasosa intrapulmonar geralmente resulta, primariamente, em hipoxemia, porque a capacidade de difusão do CO2 é muito maior que a do O2 e porque as áreas regionais de hipoventilação (ventilação alveolar inadequada) com pouca remoção de CO2 podem ser compensadas pelo aumento das unidades de ventilação do pulmão normal. • Dentre as possíveis causas, pode-se citar: Agudização de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma grave, atelectasia, pneumonia, pneumotórax, alterações intersticiais pulmonares, embolia pulmonar e síndrome de quase afogamento. Insuficiência Respiratória Aguda • Mecanismos que induzem à hipoxemia: alteração da relação ventilação/perfusão (V/Q) – Causa mais comum de distúrbio de troca gasosa pulmonar. Ocorre em toda doença pulmonar que afeta a distribuição do ar entre os alvéolos. • O Efeito shunt (mistura de sangue venoso com sangue arterial) em virtude de áreas de baixa ventilação em relação à perfusão: O sangue proveniente da artéria pulmonar, irriga áreas pulmonares mal ventiladas, alterando a relação ventilação/perfusão. Sendo assim, esse sangue mal oxigenado atinge as veias pulmonares e o coração ainda como sangue venoso, misturando-se ao sangue que foi oxigenado corretamente em outras áreas pulmonares bem ventiladas. O mecanismo de shunt pulmonar está diretamente relacionado à gravidade da hipoxemia. Insuficiência Respiratória Aguda • O Shunt Pulmonar pode ser classificado em dois tipos: • a) Shunt parenquimatoso pulmonar (corresponde a causa mais comum de shunt): Causado pelo preenchimento dos alvéolos por líquido ou pela atelectasia. Etiologias principais: edema agudo de pulmão cardiogênico/não cardiogênico e a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) – edema, inflamação e colapso dos alvéolos sem causa circulatória. • b) Shunt vascular pulmonar: O sangue das artérias pulmonares alcançam as veias do pulmão sem passar pelos alvéolos, assim não há oxigenação pulmonar. Dentre as causas, citam-se: fístula arteriovenosa pulmonar congênita; Síndrome hepato-pulmonar (associada a cirrose hepática), que, por ação de mediadores químicos, pequenos vasos pulmonares são patologicamente dilatados em base pulmonar, permitindo a passagem direta de sangue das artérias para as veias pulmonares. Ocorre o efeito espaço- morto: Caracteriza-se por áreas de baixa perfusão em relação à ventilação. Insuficiência Respiratória Aguda • Tipo II ou Insuficiência respiratória hipercápnica (PaCO2 ≥ 50 mmHg) – Há diminuição da ventilação alveolar, com aumento da PaCO2, uma vez que o ar não é adequadamente renovado nos pulmões/alvéolos. Deve-se ressaltar que, na insuficiência respiratória aguda Tipo II, devido à hipoventilação e a consequente hipercapnia características, o paciente pode evoluir com acidose respiratória. • Possíveis causas: alterações do sistema nervoso central (SNC), alterações do sistema nervoso periférico (SNP), disfunção da musculatura respiratória, disfunção da parede torácica e pleura e obstrução das vias aéreas superiores. • Distúrbio misto (combinação simultânea dos dois tipos acima referidos) Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda • Dessa forma, o encontro de valores de PaO2 menores do que 60 mmHg ou saturação O2 menor do que 90% ou valor de pH menor do que 7,35, associado a um valor de PaCO2 acima de 50 mmHg, são diagnósticos de insuficiência respiratória aguda GASOMETRIA ARTERIAL Hipoxemia aguda Hipercapnia Sistema nervoso central Confusão Apreensão Instabilidade motora Confusão Convulsões/coma Torpor/coma Efeitos cardiovasculares Iniciais: taquicardia, hipotensão Sinais de vasoconstrição e vasodilataçãoHipoxemia grave: bradicardia, sinais de baixo débito Aparelho respiratório Taquipneia Taquipneia Dispneia Dispneia Uso de musculatura acessória Uso de musculatura acessória Insuficiência Respiratória Aguda Causas de insuficiência respiratória aguda Uma infecção grave e extensa (sepse) Pneumonia Pressão arterial muito baixa (choque) Aspiração (inalação) de alimentos para o interior do pulmão Várias transfusões de sangue Lesão pulmonar provocada pela respiração de concentração de oxigênio elevadas Embolia pulmonar Lesões do tórax Queimaduras Afogamento quase total Cirurgia derivativa (bypass) cardiopulmonar Inflamação do pâncreas (pancreatite) Superdosagem de uma droga ou de um fármaco (como heroína, metadona, propofol) TRATAMENTO Objetivos: - Manter trocas gasosas em níveis seguros até a compensação da causa - Oxigenação – fundamental - Eliminação do CO2, normalização do pH - Manter a segurança das vias aéreas - Evitar o trabalho respiratório excessivo, que pode contribuir para a descompensação cardiovascular e fadiga muscular respiratória Insuficiência Respiratória Aguda QUAIS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA O QUE FAZER E COMO FAZER????? Insuficiência Respiratória Aguda • Devido à necessidade de intervenção rápida, que geralmente é observada na unidade de emergência, nem sempre é possível ter o tempo adequado para a identificação das necessidades afetadas dos pacientes. • Entretanto, por mais curto que seja esse tempo, é importante que o enfermeiro aplique uma metodologia de identificação de problemas. • Para que a conduta de enfermagem seja realizada de forma rápida e eficiente, é importante que o enfermeiro conheça os principais critérios de avaliação respiratória, de modo a identificar evidências de obstrução das vias aéreas ou de insuficiência respiratória aguda. Insuficiência Respiratória Aguda • Anamnese Na anamnese (ou história clinica) são obtidas as informações de interesse do enfermeiro que permitem compreender as dimensões do processo saúde-doença vivenciado pelo paciente. A anamnese também visa à relação enfermeiro-paciente. • Exame físico O exame físico é uma etapa fundamental para o planejamento do cuidado de enfermagem, noqual o paciente é avaliado por meio de sinais e sintomas, procurando por anormalidades que podem sugerir problemas no processo de saúde e doença. Esse exame deve ser realizado de maneira sistematizada, de acordo com as necessidades básicas, através de uma avaliação minuciosa de todos os segmentos do corpo utilizando as técnicas propedêuticas: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. A frequência respiratória deve ser contada por um minuto inteiro, e avaliada em uma das seguintes categorias: A Eupneia é a frequência “normal”, que corresponde às frequências entre 12 a 20 movimentos ventilatórios por minuto (mvm). A Taquipneia se refere a frequências superiores a 20 por minuto, sendo geralmente o primeiro indicador de dificuldade respiratória. Suas possíveis causas incluem febre, ansiedade, dor, problemas circulatórios, ou ainda, anemia. A Bradipneia é a frequência respiratória inferior a 10 movimentos respiratórios por minuto. Ela pode ser um indicativo de elevação da pressão intracraniana, depressão do centro respiratório, overdose por narcóticos, deterioração severa na condição do paciente, hipotermia. Finalmente, a Hiperpneia corresponde ao aumento na profundidade da respiração além do normal, que pode existir com ou sem hiperventilação. Pode estar presente em diferentes situações tais como acidose metabólica, febre, ansiedade. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • O movimento do tórax deve ser igual, bilateral e simétrico. • O uso excessivo da musculatura abdominal indica um aumento do esforço ventilatório – MAS FICAR ATENTO, POIS NEM SEMPRE O USO DO ABDOME PRA RESPIRAR INDICA ALTERAÇÃO. • Na observação do ritmo, é importante identificar a dispneia que é a presença de sensações respiratórias desconfortáveis, falta de ar repentina e severa, ou a dificuldade na respiração. Tem como características físicas o batimento de asas do nariz e/ou elevações da frequência respiratória. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. A dispneia também possui algumas denominações especiais: • Respiração de Kussmaul: Um padrão respiratório que se caracteriza por inspirações profundas seguidas de um período de apneia e uma expiração rápida e breve, acompanhado por outro período de apneia. Resulta da estimulação do centro respiratório cerebral; ocorre nos casos de acidose diabética. • Respiração de Cheyne-Stokes: O padrão respiratório se apresenta como período de apneia seguido por aumento progressivo da amplitude respiratória, até atingir um máximo, quando então diminui progressivamente, entrando em um novo período de apneia. Esse ritmo respiratório ocorre mais comumente em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva grave, podendo também estar presente em vigência de lesões do sistema nervoso central, hipertensão intracraniana, intoxicação por morfina. • Respiração de Biot: É caracterizada por irregularidade imprevisível. Períodos de apneia irregulares seguidos por períodos respiratórios com frequência e amplitude variáveis, sem qualquer padrão de sucessão entre eles. Ocorre em pacientes com hipertensão intracraniana e lesões do sistema nervoso central. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • A frequência, o ritmo e a qualidade dos movimentos ventilatórios são pontos-chave da função respiratória, podendo também ser indicadores de disfunção neurológica. • O grau de esforço ventilatório, o uso de musculatura acessória (tais como dos músculos esternocleidomastoideo, escaleno e trapézio) pode indicar dificuldade ventilatória. • A cianose pode ocorrer quando há uma grande quantidade de hemoglobina não saturada, e pode ser detectada quando a saturação de oxigênio no sangue arterial cai abaixo de 85%. A cianose geralmente é considerada um sinal tardio da disfunção respiratória, entretanto é sujeita a uma variação considerável. Há dois tipos de cianose: 1) A cianose periférica, que geralmente indica má circulação, é observada na pele e leito ungueal e melhor identificada ao redor dos lábios, lóbulo da orelha e ponta dos dedos. 2) A cianose central, que indica problemas circulatórios ou ventilatórios, é indicada por uma cor azulada na língua e lábios. • A avaliação da tosse do paciente também é importante, pois indica a dificuldade de eliminação de secreção ou líquidos que estejam obstruindo os pulmões ou vias aéreas. A avaliação da tosse inclui várias observações importantes, sendo o escarro um indicativo útil da patologia pulmonar. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. AVALIAÇÃO DA TOSSE Tosse: É o resultado da irritação das membranas mucosas em qualquer parte do sistema respiratório. Características da tosse: •Intensidade: fraca, média ou forte. •Duração: contínua ou intermitente. •Período: tosse matinal, diurna ou noturna. •Presença de secreção: improdutiva ou seca, quando sem secreção,produtiva quando há presença de secreção. •Fenômenos que acompanham a tosse: astenia, tontura e mal estar; vômitos, são comuns em crianças, em pacientes com bronquite crônica e,m ás vezes, após as refeições. •Expectoração: expulsão de material líquido ou semi-líquido pela boca, proveniente dos pulmões e das vias aéreas através da tosse. -Devemos observar na expectoração: Quantidade: pequena, média ou grande. Aspecto: mucóide, purulento, de cor esbranquiçada, amarelo-esverdeado ou róseo. Odor: fétido ocorrem nas infecções por microorganismos anaeróbios. •Hemoptise: é a eliminação de sangue pela boca após acesso de tosse. O sangue eliminado é vermelho vivo e espumoso. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • Sobre o estado mental do paciente, sabe-se que a redução do seu nível de consciência e/ou a alteração do estado mental pode indicar hipoxemia. • Os sinais podem incluir um comportamento inapropriado, agitação e confusão mental. Qualquer mudança no estado mental deve ser comunicada imediatamente, pois isto pode indicar que o cérebro esta sofrendo privação de oxigênio. • Se não forem tomadas medidas apropriadas e imediatas, o paciente pode desenvolver deterioração do quadro clínico e apresentar inconsciência, que pode resultar em dano cerebral irreversível. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • Outra técnica propedêutica realizada durante o exame físico é a palpação, cujas características veremos na animação a seguir: Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. • Outra técnica propedêutica realizada durante o exame físico é a palpação, cujas características veremos na animação a seguir: • A palpação da caixa torácica pode ser particularmente efetiva no diagnóstico diferencial. Ela é realizada colocando ambas as mãos no tórax posterior (ou anterior) com os polegares em contato na linha média espinhal (ou esternal). O tórax deve mover-se simetricamente. Movimentos assimétricos do tórax podem indicar: atelectasia unilateral, pneumotórax, tórax instável (fratura de costelas), dentre outras condições. • A palpação também é usada na determinação do frêmito (vibrações da parede torácica criadas durante a fala ou ventilação). As vibrações durante estas atividades são conduzidas através dos brônquios e parênquima pulmonar até a superfície da pele, onde as oscilações são sentidas como vibrações da parede torácica. • O frêmito bilateral deve ser checado e comparado na parede torácica posterior e anterior. Aumento no frêmito está associado com condições que aumentama densidade do tecido. Materiais sólidos ou líquidos entre os tecidos transmitem a vibração melhor que o ar. Diminuição no frêmito ocorre quando há uma quantidade anormal de ar no pulmão ou espaço pleural. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Os tipos de sons anormais são chamados ruídos adventícios e classificam-se em: • Ronco É usado para denominar os sons graves com ruído alto, semelhantes ao roncar ou ressonar das pessoas. Associado a produção excessiva de muco, como pneumonia, bronquite. • Sibilo Sons agudos produzidos pelas vias respiratórias quando em constrição e que ocorrem durante a expiração; semelhantes a um assobio ou chiado. Quando intensos, podem ser audíveis sem estetoscópio e são associados a asma e broncoconstrição. • Estertores finos ou crepitação: Frequência relativamente alta, pequena amplitude e duração mais curta, não são influenciados pela tosse e são ouvidos na metade final da inspiração. O som é comparado ao ruído produzido pelo atrito dos fios de cabelo. Associadas a edema pulmonar, fibrose, bronquite, bronquiectasia, pneumonia. Insuficiência Respiratória Aguda EXAME FÍSICO: AUSCULTA Os tipos de sons anormais são chamados ruídos adventícios e classificam-se em: • Estertores grossos Têm frequência mais baixa e maiores amplitude e duração que os estertores finos, são ouvidos principalmente no início da inspiração e em quase toda a expiração e são modificados ou mesmo desaparecem com a tosse. O som é comparado ao ruído produzido por um velcro. Se produzem quando se encontram na traqueia, nos brônquios, nos bronquíolos, ou no tecido pulmonar, substâncias líquidas que entram em conflito com o ar e se agitam (secreção, pus, sangue) • Atrito pleural Apresenta-se como um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração e nas regiões axilares inferiores. Frequentemente comparado com o ranger de couro atritado. Tem grande duração, baixa frequência e tonalidade grave. Decorre da inflamação pleural. É descrito como ruído semelhante a um estalo ou um roçar, é intenso na inspiração e pode ser auscultado também na expiração. Associa-se a infarto pleural. Insuficiência Respiratória Aguda • As primeiras medidas a serem realizadas na hipótese de falência do Sistema Respiratório ou em pacientes dispneicos graves devem ser: Imediatas: • Desobstrução (abertura bucal, elevação da língua – cânula guedel, aspirações); • Oxigenoterapia (cateter, máscara, VMNI ou VMI); • Elevação de decúbito; • Instalar oximetria de pulso. Insuficiência Respiratória Aguda Oxigenoterapia: • A oferta de oxigênio é fundamental na correção da hipoxemia (diminuição de O2 sanguíneo) e na hipóxia (diminuição da O2 tecidual); • A FiO2, fração inspirada de oxigênio, ofertada deve ser aquela que proporcione saturação de O2 ideal para idade, no jovem 96%; • Para baixas frações - os cateteres; • Para altas frações - as máscaras de nebulizações faciais com ou sem reservatório, estas permitindo FiO2 até 100%; Insuficiência Respiratória Aguda Fornecimento de 02 - dispositivos com alta concentração e alto fluxo 1) Cateter nasal: • O2 100% - fluxo baixo ( 0,5 – 5 l/min) • Fio2 baixa • Resseca mucosa – fluxo alto • Baixo fluxo – baixo O2 Insuficiência Respiratória Aguda 2) Máscara facial de entrada de ar (máscara de Venturi) • Liberam 100% de O2 através da mistura de jato de ar • Fio2 baixa • Alto fluxo e O2 controlado Insuficiência Respiratória Aguda 3) Máscara facial com reservatório • Fluxo: 6 a 15 litros/min, com Fi O2 a 100%. • Vantagens: fornece uma alta concentração de oxigênio em curto prazo de tempo. • Desvantagens: limitações da própria máscara; reinalação parcial de dióxido de carbono. Insuficiência Respiratória Aguda Dispositivo de Oxigenoterapia FIO2 Principais Indicações Cateter nasal de O2 Cada L/min aumenta em 3 a 4% a FiO2 Ex.: 3 L/min, FiO2 de 30 a 34% Uso de baixos fluxos, máximo: 5 L/min Casos menos graves Qualquer IRespA sem shunt como mecanismo predominante Máscara facial de Venturi Mustura ar-oxigênio FiO2 precisa (24 a 50%) Uso de altos fluxos Necessidade de precisão de titulação de FiO2 Exacerbação de DPOC ou IRespA mista Máscara facial de aerosol Combinações variáveis de O2 e fluxos moderados Qualquer IRespA hipoxêmica não refratária a O2 Máscara facial com reservatório Alta concentração (90 a 100%) de O2 e altos fluxos IRA hipoxêmica com predomínio de shunt (SARA, Pneumonia grave) Insuficiência Respiratória Aguda 4) Ventilação mecânica não invasiva Objetivo: • Melhorar trocas gasosas • Aliviar trabalho respiratório • Evitar TOT (Tubo Oro Traqueal) Vantagens: • Redução dos riscos da VM • Redução da infecção respiratória • Redução da morbimortalidade • Redução estadia UTI/hospital Insuficiência Respiratória Aguda Características: • Paciente deve estar colaborativo; • Sem náuseas ou vômitos; • Com vias aéreas desobstruídas. Pode causar: • Ressecamento das mucosas; • Irritação da conjuntiva ocular; • Ulceração na face; • Insuflação gástrica; • Escapes de ar. Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO (CNAF) • Uma nova abordagem sendo utilizada nas emergências é o oxigênio na cânula nasal de alto fluxo, que pode chegar até 60 litros por minuto e uma fração ofertada de O2 (FiO2) de 21% a 100%. Os níveis de fluxo são altos o suficiente para gerar pressão positiva nas vias aéreas, diminuindo o aprisionamento de ar ambiente e o trabalho da respiração. O alto fluxo é ofertado aquecido e umidificado, aumentando assim o conforto do paciente. • O sistema consiste de um misturador de ar oxigênio com FiO2 ajustável, que fornece um fluxo de gás modificável, para uma câmara aquecida onde o gás é aquecido e umidificado. A mistura de gás é então encaminhada através de um circuito de alto desempenho para ser entregue a 37 graus celsius contendo 44 mg de H2O por litro ao paciente por meio de prongas binasais. Insuficiência Respiratória Aguda CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO (CNAF) • Dentre os benefícios apresentados, incluem a eliminação do espaço morto naso-faríngeo, atenuação da resistência inspiratória, melhora da complacência pulmonar e fornecimento de uma pequena quantidade de CPAP para facilitar o recrutamento alveolar 9. A umidificação e aquecimento também podem evitar a desidratação da mucosa, manter a atividade ciliar, reduzir a perda de calor e minimizar atelectasias. BENEFÍCIOS: • promover a lavagem do volume de ar que é inalado pelo corpo, sem participar das trocas gasosas, o chamado espaço morto nasofaríngeo. Isso facilita a eliminação de CO2 e melhora a oxigenação; • reduzir a resistência inspiratória, diminuindo o esforço respiratório; • melhorar a complacência pulmonar; • evitar o ressecamento e a irritação das mucosas e manter a atividade mucociliar, garantindo a limpeza das vias aéreas; • permitir conforto para o paciente. Insuficiência Respiratória Aguda Fonte: https://www.fphcare.com/pt-br/covid-19/nasal-high-flow-therapy-covid-19/ https://www.fphcare.com/pt-br/covid-19/nasal-high-flow-therapy-covid-19/ Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda 5) Ventilação Mecânica Invasiva Objetivo: • Alívio do desconforto respiratório • Correção da acidose respiratória e da hipoxemia • Reversão da fadiga muscular respiratória • Reversão e/ou e prevenção de atelectasias • Diminuição do consumo de O2 da musculatura respiratória• Aumento da oferta de O2 aos tecidos • Diminuição da hipertensão intracraniana Insuficiência Respiratória Aguda Atenção (sempre elerta): • Cabeceira elevada no mínimo a 30º; • Observar nível de consciência; • Aspiração do tubo traqueal e VAS = rolhas; • Higienização da cavidade oral; • Fixação do tubo traqueal; • Cuff insuflado (20-25 mmHg); • Extensões do ventilador em bom estado e esticadas; • Observar reservatórios/presença de filtros; Insuficiência Respiratória Aguda Atenção: • Alarmes desligados = PROIBIDO; • Falhas técnicas; • Desconexões; • Umidificação; • Aquecimento; • Paciente “brigando” = agitação, ↓ saturação de O2; ↑ FC; ↑ FR Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Modos Ventilatórios • Espontânea: Parâmetros mínimos. • Controlada (CMV): faz tudo pelo paciente que está sem estímulo, fornece volume e frequência, disparo por tempo. • Assistida: o ciclo controlado entra sempre que o paciente não disparar o ciclo assistido. • Assistida/Controlada: combinação de ventilação controlada e/ou assistida intercalada com ventilações espontâneas do paciente. • Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada(SIMV): fornece volume e frequência, disparo por tempo + esforço respiratório do paciente. Permite que ciclos espontâneos ocorram. • CPAP • BIPAP Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Diferença entre CPAP e BiPAP (VNI) • A máquina de CPAP fornece um nível predeterminado de pressão. Ela libera uma corrente de ar comprimido através de uma mangueira para a máscara de nariz e mantém aberta a via aérea superior, sob pressão de ar contínua. A pressão do ar impede apnéia obstrutiva do sono, que ocorre como resultado do estreitamento das vias aéreas devido ao relaxamento dos músculos das vias respiratórias superiores durante o sono. Esta máquina ajuda a aumentar o fluxo de oxigênio, mantendo as vias aéreas abertas. CPAP, embora inicialmente usado para tratar a apnéia do sono, também é usado para pacientes com doenças neuromusculares e problemas respiratórios. • BiPAP uma máquina de ventilação não invasiva oferece dois níveis de pressão. Inspiratory Positive Airway Pressure (IPAP) é uma quantidade elevada de pressão, aplicada quando o paciente inala e uma baixa pressão positiva expiratória (EPAP) durante a expiração. BiPAP é usado para tratar a apnéia central do sono e apnéia obstrutiva do sono grave. Também é prescrito para pacientes que têm dificuldade respiratória e doenças cardíacas. Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Principais diagnósticos de enfermagem (NANDA): • Desobstrução ineficaz de vias aéreas; • Padrão respiratório ineficaz; • Troca de gases prejudicada; • Incapacidade de manter ventilação espontânea; Principais intervenções de enfermagem (NIC): • Monitorização respiratória; • Controle de vias aéreas artificiais. Prescrição de enfermagem: • Monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforço nas respirações • Monitorar ruídos adventícios • Monitorar dados do ventilador mecânico • Monitorar secreções respiratórias • Manter insuflação do cuff entre 20 e 25mm Hg • Trocar fixação de tubo endotraqueal a cada 24 horas • Realizar aspiração endotraqueal. Insuficiência Respiratória Aguda Edema Agudo De Pulmão Definição: O Edema Agudo de Pulmão (EAP) é um aumento súbito na pressão dos capilares pulmonares, levando ao extravasamento de líquido para os alvéolos, deixando o pulmão menos elástico e com menos superfície de contato para troca de gases, manifestando-se por dificuldade respiratória. É um quadro clínico crítico, decorrente da incapacidade do ventrículo esquerdo em bombear o sangue para válvula aórtica, causando um acúmulo de líquido nos pulmões. Etiologia: Numerosas patologias cardiovasculares predispõem o aparecimento do EAP, como insuficiência coronariana (angina e IAM), crise hipertensiva, as arritmias cardíacas , as infecções , a anemia, a hiper hidratação e a intoxicação digitálica. Insuficiência Respiratória Aguda Edema Agudo De Pulmão Fisiopatologia: A pressão capilar pulmonar excede à pressão coloidosmótica do plasma com transudação alvéolo – intersticial a exemplo da Insuficiência ventricular esquerda aguda ou crônica descompensada, estenose mitral ou hipervolemia. A pressão capilar normal é de 8 mmHg. No EAP vai a 25 – 30mmHg. Manisfestações Clínicas: - Dispnéia e tosse, produzindo um escarro espumoso e tingido muitas vezes de sangue (aspecto rosado), taquicardia, pele cianótica, fria e úmida, inquietação e ansiedade. Tratamento: Morfina (diminui a resistência vascular e o retorno venoso – mas pode levar a hipotensão severa e parada respiratória), diuréticos e digitálicos (aumentam a força de contração e débito cardíaco – Digoxina). Insuficiência Respiratória Aguda Edema Agudo De Pulmão Cuidados de enfermagem: •Manter cabeceira elevada; •Fornecer oxigenoterapia indicada; •Restrição hídrica para não aumentar a sobrecarga cardíaca; •Controle rigoroso dos sinais vitais; •Balanço hídrico rigoroso; •Observação contínua dos padrão respiratório; •Medicamentos conforme prescrição médica. Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória do Aguda (SARA) pode ser definida como uma insuficiência respiratória aguda grave, associada a alterações da permeabilidade da membrana alvéolos capilar com extravasamento de plasma para o interior dos alvéolos resultando com isto, no desenvolvimento de edema pulmonar não- hidrostático e de origem não cardiológica. Os critérios indicados para diagnosticar e identificar a SARA caracteriza se pela presença de infiltrados pulmonares difusos bilateralmente no exame radiográfico e por hipoxemia persistente, refratária à terapia com oxigênio. Causas: •Sepse •Pneumonia •Aspiração de conteúdo gástrico •Hemotransfusão •Overdose •Trauma •Aumento da gravidade com co-morbidades (ex; doença pulmonar e pH baixo) Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória Aguda •É importante salientar que o quadro clínico inicial pode caracterizar-se apenas por taquipnéia e alcalose respiratória, sem hipoxemia ou alteração radiológica. •A evolução do quadro clínico para insuficiência respiratória franca pode ser súbita. O principal sintoma da SARA é a dispnéia. •Os sinais clínicos são reflexos da hipoxemia e do edema pulmonar, e incluem taquicardia, taquipnéia com batimentos das asas do nariz e cianose. Roncos e estertores pulmonares bilaterais e difusos podem estar presentes. Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Tratamento •Os pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda são tratados na unidade de terapia intensiva. •Estabelecer á causa da SARA, com especial atenção para sepse, pneumonia e infecções abdominais. Do ponto vista hemodinâmico existe uma tendência á restrição de volume nos pacientes com SARA, visando reduzir edema pulmonar. •No choque séptico o uso de drogas vasoativa está indicado para manutenção da perfusão orgânica e normalização da oferta de oxigênio para os tecidos. •Independente da etiologia, quase todos os pacientes que apresentam SARA necessitam de suporte ventilatório. São objetivos da ventilação mecânica na SARA: •Promover adequada troca gasosa; •Evitar a lesão pulmonar associada à ventilação mecânica; Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Evolução clínica e monitorização SARA é uma síndrome grave, com taxa de mortalidade de 40 a 60%. Numerosas complicações podem ocorrer levando a falência de múltiplos órgãos. O tratamento da SARA requer monitorizaçãorigorosa de: •Gasometria arterial, •Parâmetros respiratórios, •Parâmetros hemodinâmicos, especialmente pressão de artéria pulmonar (cateter de Swan-Ganz), •Monitorização dos sinais vitais e saturação de O2 contínua, •Raio X de tórax. Monitorização de outros parâmetros podem estar indicados conforme a causa ou na ocorrência de falência de outros órgãos. Complicações tardias Fibrose pulmonar crônica pode ocorrer. Tromboembolismo pulmonar Embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é o bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos. Geralmente, ocorre quando um trombo venoso (sangue coagulado de uma veia) se desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos pulmões. Quase todas as TEPs se originam de trombos das veias das pernas ou pelve (trombose venosa profunda). É a terceira síndrome cardiovascular aguda mais frequente, ficando atrás do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral. Tromboembolismo pulmonar Embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é o bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos. Geralmente, ocorre quando um trombo venoso (sangue coagulado de uma veia) se desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos pulmões. Quase todas as TEPs se originam de trombos das veias das pernas ou pelve (trombose venosa profunda). É a terceira síndrome cardiovascular aguda mais frequente, ficando atrás do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral. Tromboembolismo pulmonar Fatores de risco Embora qualquer pessoa possa desenvolver coágulos sanguíneos, existem alguns fatores que podem fazer com que isso aconteça com mais facilidade. Histórico familiar: distúrbios hereditários que afetam o sangue, tornando-o mais propenso a coagular. Tratamentos médicos: insuficiência cardíaca, câncer (principalmente no pâncreas, ovário e pulmão), quimioterapia, cirurgias no geral (medicamentos devem ser tomados antes e depois de grandes cirurgias para ativar a circulação). Imobilidade: é mais provável que coágulos de sangue se desenvolvam diante de repouso, ficar de cama após uma cirurgia, fratura na região das pernas, ficar sentado em carros, ônibus, trens e aviões por muito tempo. Gravidez: o peso do bebê pressionando as veias na pelve pode retardar o retorno do sangue, especialmente se o paciente fumar. Tabagismo. Sobrepeso ou obesidade. Anticoncepcionais. Tromboembolismo pulmonar FISIOPATOLOGIA Depois que a trombose venosa profunda se desenvolve, o coágulo pode se deslocar e se mover pelo sistema venoso e coração direito para se alojar nas artérias pulmonares, ocluindo parcial ou totalmente um ou mais vasos. As consequências dependem do tamanho e do número de êmbolos, condição subjacente dos pulmões, grau de funcionamento do ventrículo direito (VR) e habilidade do sistema trombolítico intrínseco corporal de dissolver os coágulos. Pequenos êmbolos podem não ter nenhum efeito fisiológico agudo e muitos podem iniciar a lise imediatamente e desaparecer em horas ou dias. Êmbolos maiores podem desencadear aumento reflexo da ventilação (taquipneia), hipoxemia por desequilíbrio de ventilação/perfusão (V/Q) e baixo teor de oxigênio no sangue venoso misto como resultado do baixo débito cardíaco, atelectasia decorrente da hipocapnia alveolar e anormalidades no surfactante e aumento na resistência vascular pulmonar causado pela obstrução mecânica e vasoconstrição. Tromboembolismo pulmonar FISIOPATOLOGIA De acordo com os efeitos fisiológicos, a Embolia Pulmonar (EP) pode ser classificada como: Maciça: Função ventricular direita prejudicada com hipotensão, como definido por uma PA sistólica 50% dos vasos mais distais, a pressão no ventrículo direito aumenta, o que pode ocasionar insuficiência ventricular direita aguda, choque ou morte súbita. O risco de morte depende do grau e da taxa de aumento nas pressões cardíacas do lado direito e do estado cardiopulmonar subjacente do paciente. Pacientes com doença cardiopulmonar preexistente têm maior risco de morte, mas jovens e/ou pacientes saudáveis podem sobreviver à EP que oclui > 50% do leito pulmonar. Em 3 a 4% dos casos, a obstrução residual crônica leva à hipertensão pulmonar (hipertensão pulmonar tromboembólica crônica) que pode evoluir ao longo de anos e pode resultar em insuficiência cardíaca direita crônica. Tromboembolismo pulmonar Tromboembolismo pulmonar Tromboembolismo pulmonar Tromboembolismo pulmonar SINAIS E SINTOMAS: Os sintomas de embolia pulmonar podem variar bastante, dependendo da quantidade de pulmão afetado, do tamanho da dimensão dos coágulos sanguíneos e da existência de uma possível doença pulmonar ou cardíaca subjacente. Os sinais e sintomas mais frequentes no tromboembolismo pulmonar são: Falta de ar - este sintoma surge subitamente e piora com os esforços; Dor torácica (dor nas costas) - a dor pode ser semelhante a um enfarte (ataque cardíaco). As dores agravam quando se respira profundamente (pleuresia). A dor agrava com o esforço, mas não desaparece mesmo em repouso; Tosse - a tosse pode ser com expetoração hemoptoica (hemoptises). Apesar de menos frequentes que os anteriores, podem surgir outros sinais e sintomas, a saber: Dor nas pernas ou edema (inchaço); Cianose; Febre; Sudorese (suor abundante); Batimentos cardíacos (do coração) rápidos ou irregulares; Tonturas. Tromboembolismo pulmonar DIAGNÓSTICO: O diagnóstico é desafiador, uma vez que os sinais e sintomas são inespecíficos e os testes diagnósticos não são 100% sensíveis ou específicos. É importante incluir a EP no diagnóstico diferencial quando são encontrados sintomas inespecíficos como dispneia, dor torácica pleurítica, hemoptise, tontura leve ou síncope. A avaliação inicial deve incluir oximetria de pulso, eletrocardiograma (ECG) e radiografia de tórax. Um ECG, gasometria arterial ou ambos podem ajudar a excluir outros diagnósticos (p. ex., infarto agudo do miocárdio). Principais exames para o diagnóstico: Testes de dímero D; Angiografia por TC; Cintigrafia V/Q; Ultrassonografia dúplex; Tromboembolismo pulmonar DIAGNÓSTICO: O dímero-D é um subproduto da fibrinólise intrínseca; assim, níveis elevados ocorrem na presença de trombo recente. Quando a probabilidade pré-teste é considerada improvável, um nível de dímero-D negativo ( 95%; na maioria dos casos, isso torna o resultado suficientemente confiável para excluir o diagnóstico de EP na prática clínica de rotina. Contudo, níveis elevados não são específicos para trombose venosa porque muitos pacientes sem trombose venosa profunda (TVP) ou EP também têm níveis elevados. A angiografia por TC é a técnica de imagem preferida para o diagnóstico de embolia pulmonar aguda. Ela é rápida, precisa e altamente sensível e específica. Ela também pode fornecer informações adicionais sobre outra doença pulmonar (p. ex., mostrar uma pneumonia em vez de uma EP como a causa de uma hipóxia ou dor torácica pleurítica). Tromboembolismo pulmonar DIAGNÓSTICO: As cintigrafias V/Q na EP detectam áreas do pulmão que estão ventiladas, mas não perfundidas. A cintigrafia V/Q demora mais tempo do que a angiografiapor TC e é menos específica. Contudo, quando os achados do raio-x de tórax são normais ou quase normais e não existe doença pulmonar subjacente significativa, ela é um teste altamente sensível. A ultrassonografia doppler é uma técnica segura, não invasiva e portátil para a detecção de trombos nas pernas ou nos braços (principalmente na veia femoral). Pode-se detectar o coágulo mostrando compressibilidade baixa da veia ou mostrando redução de fluxo por ultrassonografia Doppler. O teste tem sensibilidade > 95% e especificidade > 95% para trombos. Na embolia pulmonar aguda suspeita, a ausência de trombose venosa na ultrassonografia não descarta uma EP. Tromboembolismo pulmonar TRATAMENTO: Terapia de suporte: tratar a hipoxemia, a hipotensão e demais sinais clínicos agudos; Anticoagulação: Indica-se anticoagulação inicial seguida de anticoagulação de manutenção para pacientes com embolia pulmonar aguda a fim de prevenir a extensão dos coágulos e embolização adicional, bem como a formação de novos coágulos. A anticoagulação inicial é feita principalmente com heparina endovenosa ajustada para o peso ou heparina subcutânea de baixo peso molecular (enoxaparina), também ajustada para o peso. Mas outros medicamentos mais modernos também podem ser utilizados. A anticoagulação de manutenção é indicada para reduzir o risco de extensão de coágulos ou embolização e para reduzir o risco de formação do novos coágulos. As opções de fármaco para a anticoagulação de manutenção incluem: Antagonista oral da vitamina K (varfarina), Inibidores orais do fator de coagulação Xa (apixaban, rivaroxaban, edoxaban), Inibidor oral direto de trombina (dabigatrana) e Heparina de baixo peso molecular subcutânea, principalmente para pacientes com alto risco de câncer ou pacientes com EP recorrente apesar do uso de outros anticoagulantes; Tromboembolismo pulmonar TRATAMENTO: Às vezes, colocação de filtros na veia cava inferior, compressão pneumática intermitente (também conhecida como dispositivos de compressão sequencial) e meias elásticas de compressão gradual podem ser utilizados em combinação com os fármacos para prevenir a EP. A indicação específica dita se estes dispositivos são utilizados isoladamente ou em combinação; Algumas vezes, redução rápida da quantidade de coágulos através da terapia trombolítica guiada por cateter para a EP ou a embolectomia por sucção guiada por cateter ; CONTINUA......