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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 1 1. RECEPTORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Para entender a farmacologia do sistema nervoso central, é fundamental conhecer os principais neurotransmissores e suas principais vias. Quanto aos transmissores do sistema nervoso central há seis tipos: gaba, glutamato, acetilcolina, dopamina, noradrenalina e serotonina. Esses receptores estão dispostos em duas maneiras: em vias abundantes, isto é, presentes em quase todos os locais do SNC como as vias gabaérgicas e glutamatérgicas; em vias neuronais, ou seja, concentrado em determinada via, como as vias colinérgicas, noradrénergicas, dopaminérgicas e serotoninérgicas. 1. Glutamato Envolvido em numerosas vias fisiológicas como, por exemplo, sensação aumentada da dor, neurotoxicidade cerebral e outros. O alfa-cetoglutarato formado no ciclo de krebs sofre uma transaminação (grupo amina toma o lugar de um grupo carbonila) e se transforma em glutamato. Há outra via na qual o glutamina é transformada em glutamato pela as células da glia. Quanto aos receptores do glutamato, eles podem ser divididos em: ionotrópicos e metabotrópicos. Os receptores ionotrópicos medeiam as respostas sinápticas excitatórias rápidas. Eles estão associados aos canais seletivos de cátions e ao serem ativados permitem o fluxo de ións de sódio, potássio e cálcio. Dividido em três subtipos: AMPA, NMDA e Cainato. Os receptores de AMPA localizam-se principalmente no hipocampo e córtex cerebral, quando ativados ocorre um influxo de sódio e efluxo de potássio, permitindo uma regularização da despolarização. Já os receptores Cainato são encontrado principalmente no cerebelo e hipocampo, funciona de mesmo modo que os receptores AMPA. Os receptores NMDA são expressos principalmente no hipocampo, no córtex cerebral e na medula, sua ativação permite um influxo de ións potássio bem como influxo de íons sódio e cálcio. Os receptores metabotrópicos, aqueles associados a proteína G, são encontrado principalmente do hipocampo, neocórtex e cerebelo. Eles agem em segundos mensageiros e em canais de íon. É dividido em três os grupos: I, correspondente a mGlurR1 e mGlurR5, ativam a adenilato ciclase e, consequente há um aumento do cAMP e também há um aumento da fosfolipase C, sendo considerados excitaórios. O grupo II (mGlurR2 e mGlurR3) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 2 e grupo III (mGlurR4, 6, 7, 8) são considerados inibitórios porque inibe a adenilado ciclase e os canais de íons de cálcio. NOTA: O excesso de glutamato vai inibir a liberação de mais glutamato. Importância no aumento da excitocidade, epilepsia, anestesia no aprendizado e na memória. 2. Gaba Glutamato sofre uma descarboxilação e se transforma em GABA, um neurotransmissor inibitório. Sua quantidade é controlada pela gaba transaminase e pela recapturação. Assim como Glutamato, possui dois tipos de receptores: ionotrópicos (Gaba A) e metabotrópico (Gaba B). O gaba A tem um N-terminal e C-terminais extracelulares e formato pentamérico. O Gaba B são ligados a proteína G e possui um subunidade α intrinsicamente relacionado com a abertura de canais de potássio e fechamento dos canais de sódio. Além disso, ainda age em proteínas efetoras, inibindo a adenilato ciclase e fosfolipase C. Possui importância farmacológica em sedativos e hipnóticos, anestésicos, anticonvulsivantes (inibição da Gaba Transaminase) e ansiolíticos. 3. Acetilcolina Encontrado no SNA, formada a partir a união da colina com AcetilCoA, possui receptores muscarínicos e nicotínicos. Os receptores muscarínicos m1, m3 e m5 estão associados a proteína Gq e são excitatórios, já m2 e m4 associados a proteína Gs. Os receptores nicotínicos estão bastante associados a abertura de canal de sódio e potássio. Os receptores m1, m4 e m5 são encontrados no SNC. No SNC, possui importância no processo de aprendizagem e memória, na doença de Parkinson e na regulação da PA. As vias colinérgicas originam-se em três núcleos: 1) Do pedúnculo Pontino (diencéfalo); 2) Basal (região cortical); 3) Septal Medial (Diencéfalo) 4. Dopamina Produzida por neurônicos dopaminérgicos, a tirosina é hidroxilada e se transforma em L-Dopa que, por sua vez, é descarboxilada se transformando em Dopamina. Essa via é importantíssima para síntese de NODA. Possui 4 tipos de vias: 1) Via Nigroestriatal (Subst. Negra até o Estriado) – Importantíssima no controle motor; 2) Via Mesolímbica (Mesencéfalo ao sist.. Límbico) – Envolvido nas sensações de recompensa e vício. 3) Via Mesocortical – Associada às emoções e comportamento.4) Via Nigroestrial – Ligado a secreção de hormônios. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 3 A dopamina é degrada pela MAO e COMT produzindo um produto denominado de ácido homovanílico que pode ser livremente excretado na urina. Quanto aos receptores de dopamina há duas famílias: Família do receptor D1 (+), compreende D1 (encontrado no estriado e neocórtex) e D5 (encontrado no hipocampo e hipotálamo): ativam a adenilato ciclase e promovem a hidrólise de PIP2. Família do receptor D2 (-), compreende os receptores D2 (encontrado no estriado, subst. Negra e hipófise), D3 (encontrado no túber olfatório, núcleo acúmens e hipotálamo) e D4 (Encontrado no córtex frontal, medula oblonga e mesencéfalo): inibem a adenilato ciclase, aumentam o efluxo de potássio e o influxo de íons de cálcio. Possuem importância farmacológica na doença de Parkinson, antidepressivos, psicoestimulantes, êmese, controle hormonal e no abuso de drogas. 5. Noradrenalina A dopamina é hidroxilada e transformada em norepinefrina, é degrada pela MAO e suas vias estão próximas das vias serotoninérgicas. Possuem origem comum no locus ceruleus que levam noda principalmente para o córtex cerebral. Seus receptores são α1 (aumento do IP3 e DAG), α2 (diminuição de AMPc), β1 e β2 (aumento do AMPc). Sua importância farmacológica no SNC está associado ao sono e estado de vigília, pressão arterial, estresse e humor. 6. Serotonina Derivada no triptofano, o qual sofre um hidroxilase e se transforma em 5- Hidroxitriptofano que em seguida perde CO2 e é convertida em 5- Hidroxitriptamina (5-HT) – A serotonina. As vias serotoninérgias apresentam uma colocalização com as vias adrenérgicas, originam-se no núcleo da rafe e a partir daí são distribuídas para o córtex, medula espinhal e cerebelo. Os receptores são: 5HT1a,b,d e f – Diminuição do AMPc 5HT2a,b e c – Ativam fosfolipase C 5HT3 – Canal Iônico por ligante 5HT4,6 e 7 – Ativam adenilato ciclase, aumentando o AMPc UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 4 Tem grande importância farmacológica nos antidepressivos, antipsicóticos, ansiolíticos e antieméticos. 2. FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS A ansiedade é um estado desagradável, de tensão, apreensão e inquietação. Os distúrbios que envolvem a ansiedade são os distúrbios mentais mais comuns. Os sintomas são similares ao do medo e envolvem ativação simpática. É comum haver taquicardia, sudoração, tremores e palpitações. Episódios de ansiedade leves são comuns da rotina diária. Entretanto, quando há sintomas de ansiedade intensa, é necessária a utilização de ansiolíticos. Estes fármacos causam alguma sedação, funcionando como indutores do sono, istoé, hipnóticos. BENZODIAZEPINAS São os fármacos mais utilizados como ansiolíticos. Substituíram os barbitúricos meprobamato por serem mais eficazes e seguros. Os alvos da ação dos benzodiazepínicos são os receptores GabaA (inibitório do SNC). Composto de subunidades que se estendem através da membrana plasmática numa combinação de 5 ou mais. Dependendo do tipo, número e localização cerebral haverá uma resposta farmacológica distinta. As benzodiazepinas modulam os efeitos do gaba ligando-se a um local específico de alta afinidade. Esses locais muitas vezes são chamados de “receptores benzodiazepínicos”. Os subtipos comumente encontrados no SNC são BZ1 e BZ2. A ligação do GABA a esses receptores abre o canal de Cloro, aumentando a condutância deste íon, gerando influxo e, em consequência, uma leve hiperpolarização, inibindo os potenciais de ação. Os benzodiazepínicos não possuem atividade antipsicótica nem ação analgésica e não afetam o SNA. As benzodiazepinas apresentam: redução da ansiedade deve-se a inibição dos circuitos neuronais no sistema límbico, sendo úteis no contra a ansiedade secundária ao tratamento do pânico, distúrbio obsessivo-compulsivo. Também se mostram eficazes no tratamento de ansiedade que acompanha algumas formas de depressão e esquizofrenia. Os fármacos de ação mais longa como, por exemplo, clonazepam, lorazepam e diazepam são preferidos em pacientes que necessitam de tratamento prolongado. Os efeitos ansiolíticos das benzodiazepinas são menos sujeitos a diminuição da resposta com doses repetida do que os efeitos sedativos e hipnóticos. O alprazolam é utilizado para tratamentos curtos ou longos, embora possa causar reações de abstinência em cerca de 30% dos pacientes; Ações hipnóticas e sedativas, as benzodiazepinas prescritas comumente contra o distúrbio do sono incluem a de longa duração, flurazepam, a de ação intermediária, temazepam, de ação curta, triazolam. O flurazepam reduz significantemente o tempo de indução ao sono, número de despertares e aumenta a duração do sono, tem efeito de ação longa e causa pouco efeito rebote. Seu metabólito ativo possui meia-vida de 85 horas, o que pode resultar em sedação durante o dia. O temazepam é útil para os pacientes que acordam UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 5 frequentemente durante sono e seu efeito sedativo ocorres horas depois da dose oral, sendo necessário 1 a 2 horas antes da hora prevista de deitar. O triazolam é usada para induzir o sono em pacientes com insônia recorrente, eficaz no tratamento daqueles indivíduos que tem dificuldade em começar dormir. Entretanto, em poucos dias desenvolve-se a tolerância do fármaco, levando a sua suspensão. Por isso, é melhor utilizado se administrado de forma intermitente; Amnésia Anterógrada, diminuindo a capacidade de o paciente aprender e formar novas memórias, geralmente são fármacos de ação curtas utilizados como pré-medicação para procedimentos desconfortáveis e provocadoras de ansiedade. Eles provocam uma forma de sedação consciente mo qual o paciente conseguirá atender certas instruções durante realização de procedimento, o midazolam é empregado como indutor de anestesia; Anticonvulsivante, o clonazepam é utilizado em tratamentos de certos tipos epilepsia, o diazepam e lorazepam são fármacos de escolha no controle do estado epilético nas convulsões tônico-clônicas. Os oxazepam, diazepam, clorapezato e clordiazepóxido são úteis no tratamento agudo de abstinência do álcool e reduzem o risco de convulsões associado à abstinência. Relaxamento muscular devido à inibição pré-sináptica na medula espinhal, o diazepam é eficaz no tratamento de esmaos dos músculos esqueléticos e no tratamento da espasticidade devida a doenças degenerativas, como esclerose múltipla. As benzodiazepinas são lipofílicas, completamente absorvidas após ingestão oral, distribuindo-se por todo organismo. Quanto a duração de ação elas são divididas em grupos de curta (de 3 a 8 horas – Oxazepam e Triazolam), de média (de 10 a 20 horas – Alprazolam, Estazolamm, Lorazepam e Temazepam) e de longa (de 1 a 3 dias – Clorazepato, clordiazepóxido, Diazepam, Flurazepam e Quazepam) ação. A maioria das benzodiazepinas é transformada pelo sistema hepático para compostos ativos. Os efeitos terminam não só pela excreção, mas também por redistribuição. São excretadas na urina. Todas as benzodiazepinas atravessam a barreira placentária. Causam elevação para o limiar de convulsão. NOTA: O tempo de duração nem sempre se correlaciona com a devido a velocidade de dissociação do receptor no SNC e subsequente redistribuição para outros locais. É possível desenvolver uma dependência física e psicológica por esses fármacos. Uma interrupção abrupta pode levar a sintomas de abstinência, incluindo confusão, ansiedade, agitação, intranquilidade, insônia, tensão e raramente convulsões. As abstinências mais abruptas e graves são observadas nas benzodiazepinas de ação curta como o triazolam. Além disso, há: sonolência e confusão (efeitos mais comuns dos benzodiazepínicos), no qual o triazolam como frequência apresenta este efeito adverso juntamente com amnésia. Em pacientes com doença hepática e em estágio terminal devido à doença renal devem ser utilizadas com cuidado, devem ser evitadas em pacientes com glauma de ângulo estreito aberto. Ele UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 6 NOTA(2): O flumazenil é um antagonista do receptor GABA que pode reverter rapidamente os efeitos das benzodiazepinas. Disponível apenas IV, de início rápido e duração curta. Administrações frequentes podem ser necessárias para reverter ação de benzodiazenpinas de longa duração. Pode causar náusea, êmese e agitação. BUSPIRONA Útil no tratamento de distúrbios de ansiedade generalizados e tem eficácia comparada com as da benzodiazepinas. Ações mediadas pelos receptores de serotonina 5HT1A e mostra alguma afinidade pelos receptores dopaminérgicos DA2. Assim, seu mecanismo de ação difere das benzodiazepinas. A buspirona não tem ações anticonvulsivantes e músculo relaxantes e causam mínima sedação. Ela causa hipotermia e aumento de hormônios do crescimento e prolactina. Sua meia vida é reduzida se utilizado indutor (rifampicina) e prolongada se utilizar inibidor (eritromicina) da CIP3A4. Entre os efeitos adversos estão: cefaleia, tontura, nervosismo, confusão mental. Além disso, ela também mostra menor interferência nas funções motoras se comparado com outros ansiolíticos, sendo importante para os idosos. HIDRAZINA Anti-histamínico útil para pacientes ansiosos com história de abuso de fármacos. Também utilizado para sedação antes de procedimentos dentários. Sonolência é um efeito adverso. ANTIDEPRESSIVOS Possuem eficácia no manejo de longa duração dos sintomas de ansiedade crônica. Inibidores da MAO, inibidores seletivos da captação de serotonina e antidepressivos tricíclicos têm potencial utilidade no tratamento de ansiedade. BARBITÚRICOS Muito utilizados no passado, mas foram substituídos pelas benzodiazepinas porque eles induzem tolerância, enzimas biotransformadoras, dependência física e associada a sintomas de abstinência muito graves. Ainda podem causar coma em doses tóxicas. Poucos continuam em uso, por exemplo, tiopental – Induzir anestesia. Sua ação hipnótica se deve a interação com o GABAa, potencializando sua ação gabaérgica prolongando o tempo de abertura do canal cloreto. Podem bloquear os receptores excitatórios de glutamato. São classificados de acordo com sua duração de ação: Longa (1-2 dias: fenobarbital),curta (3-8 horas: pentobarbital, secobarbital e amobarbital) e ultracurta (20 minutos: tiopental). Em doses baixas ele produzem sedação, hipnose seguida de anestesia e finalmente coma e morte. Não aumentam o UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 7 limiar da dor e não tem propriedades analgésicas. O seu uso crônico pode levar a intolerância. A sua dosagem excessiva é seguida de depressão e morte. É utilizado em anestesia e como anticonvulsivante, o fenobarbital é utilizado das convulsões tônico-clônicas, mas compromete desempenho cognitivo de crianças e deve ser utilizado com cautela. Tem sido utilizados para como sedativos leves para aliviar ansiedade. São bem absorvidos oralmente, atravessam facilmente a placenta e deprimem o feto. Os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração, preguiça mental e física. Os efeitos depressores são acentuados com uso do álcool. Aumentam a síntese de porfirina e são contraindicados em paciente com porfiria intermitente aguda. Quando retirado de forma abrupta opde causar tremores, ansiedade, fraqueza, intranquilidade, náuses e êmese. A intoxicação também é um problema, sendo campeão de mortes causas por dosagem excessiva. Não existe um antagonista esécífico para os barbitúricos. ZOLPIDEM, ZALEPLONA E ESZOPICLONA Eles não têm propriedades anticonvulsivantes ou músculo relaxantes, apresentam poucos efeitos de abstinência, pouca ou nenhuma tolerância ocorre com o uso prolongado. Entre os efeitos adversos: pesadelos, agitação, sonolência diurna. A Zaleplona causa menos efeitos residuais quando comparado com Zolpidem. Já a eszopiclona apresenta ainda como efeito adverso ansiedade, xerostomia, cefaleia e gosto desgradável. RALMETONA Indicada no tratamento de insônia nos casos em que a queixa principal é pegar no sono, pode aumentar os níves de prolactina, causar fadiga, sonolência e tontura. HIDRATO DE CLORAL Sedativo e hipnótico que induz sono cerca de 30 minutos e dura 6h. É irritante ao TGI e causa desconforto. Desagradável na desgustação. ANTI-HISTAMÍNICOS Alguns são eficazes nos tipos leves de insônia como a difenidramina e doxilamina. Entretanto apresentam muitos efeitos indesejados. ETANOL Efeitos ansiolíticos e sedativos, mas o potencial tóxico supera seus benefícios. Depressor do SNC, produzindo sedação e hipnose. Eliminação renal, mas parte é excretada pelo pulmão. Pode produzir depressão grave se associado com benzodiazepinas. TTO de Abstinência: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 8 Dissulfiram: Efeito dissulfiram – Ressaca pelo acúmulo de acetaldeído produzido pelo dissulfiram. Gera taquicardia, náusea, cefaleia, rubor e hiperventilação. Naltrexona – Melhor tolerado que o dissulfiram Acomprosato: mecaninosmo malcompreendido e que deve ser usado junto com psicoterapia de apoio. QUESTIONÁRIO: ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 1. Sobre os benzodiazepínicos é INCORRETO afirmar: a) Têm propriedades miorrelaxantes, sedativas, hipnóticas e anticonvulsivantes; b) Podem reduzir o fluxo salivar, o reflexo de vômito e metabolismo basal além de aumentar o limiar da dor. c) Podem causar incoordenação motora, náuseas, cefaleias, amnésia anterógrada. d) Como são depressores da SNC, a margem de segurança dos benzodiazepínicos não é muito grande. e) Permitem uma rápida recuperação, sem prejuízos piscomotores prolongados. 2. Os benzodiazepínicos caracteristicamente: a) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam a ansiedade. b) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e aumentam a ansiedade. c) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam a ansiedade, porém em doses elevadas. d) Não alteram o limiar para convulsão, não têm ação miorelaxante, mas atenuam ansiedade. e) Elevam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam ansiedade. 3. O flumazenil é utilizado para o antagonismo do medicamento da classe: a) Anti-hipertensivos b) β-bloqueadores c) Antidepressivos d) Benzodiazepínicos e) Nenhuma das alternativas acima 4. Na atualidade, a população em geral vive a síndrome da insônia, associada ao estresse, ansiedade e demais consequências da vida atual. Para isso encontramos o grupo ansiolíticos e hipnóticos, os quais são consumidos em larga escala. Sobre esses podemos afirmar, EXCETO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 9 a) O principal grupo de benzodiazepínicos que atuam em sítios específicos dos receptores GABA-A no SNC, facilitando a abertura dos canais de íons Cl- inibitórios o que gera sua ação terapêutica. b) São bem absorvidos via oral, atingem concentração plasmática em 1 hora, porém, podem apresentar efeitos cardiovasculares como aumento da pressão arterial e diminuição do débito cardíaco, aumento da ventilação pulmonar e secreção gástrica. c) A buspirona tem afinidade por receptores serotoninérgicos, inibindo a liberação desta nos terminais pré-sinápticos, atuando como ansiolíticos, mas não produz sedação. d) De acordo com a farmacocinética os benzodiazepínicos são classificados como: de longa duração (diazepam), média duração (alprazolam) e curta duração (midazolam) 5. Os benzodiazepínicos são considerados fármacos de escolha no tratamento de ansiedade. Sobre esses fármacos assinale a alternativa incorreta: a) São hidrossolúveis e não atravessam a barreira hematoencefálica b) Mostram-se úteis como anticonvulsivantes, sendo utilizados apenas nas crises de ausência e parciais complexas c) São hipnóticos eficazes, sendo os de ação curta como o lorazepam, mais utilizados para esta finalidade. d) São fármacos seguros com baixo risco de provoar parada cardiorrespiratória quando utilizado em doses elevadas. e) Seu uso deve ser evitadas em pacientes com apneia do sono, pois os sintomas podem ser agravados. 6. Sobre os benzodiazepínicos é INCORRETO afirmar: a) Têm propriedade miorelaxantes, sedativas, hipnóticas e anticonvulsivantes. b) Causam amnésia anterógrada apenas quando associadas ao álcool. c) Pode causar incoordenação motora, dependência psicológica e amnésia anterógrada. d) Podem reduzir o reflexo de vômito e metabolismo basal. 7. A respeito dos benzodiazepínicos marque a correta: a) Todos os ansiolíticos possuem como efeito adverso ação hipnótica. b) A buspirona é um agonista GABA com intensa atividade ansiolítica. c) Os barbitúricos não apresentam tolerância. d) O zolpidem apresenta as mesmas ações hipnóticas dos benzodiazepínicos, além disso, possui uma forta ação sedativa devido a longa meia vida. e) Os antagonistas dos receptores adrenérgicos são utilizados para tratar as formas de ansiedades que apresentam sintomas físicos como tremores, sudorese e taquicardia. 8. Paciente chega ao pronto socorro desacordado com depressão respiratória e hipotensão. A pessoa que o conduziu ao PS diz ter UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 10 encontrado comprimidos de diazepam próximos a ele. Nessa situação, qual a melhor medida a ser tomada. a) Uso de drogas estimulantes gabaérgicas. b) Utilização de drogras que estimulem o sistema microssomal hepático. c) Utilização de Flumazenil IV. d) Acidificação urinária para aumento da velocidade de excreção. e) Usode Barbitúricos agonistas diretos do receptor GABAa 9. Sobre o flumazenil podemos afirmar: I. Atua como antagonista competitivo dos receptores benzodiazepínicos. II. Tem como efeito adverso sedação e náusea III. É utilizado para acelerar a recuperação após uso de benzodiazepínicos em procedimentos anestésicos. IV. Quando administrado por via intravenosa, atua rapidamente e apresenta meia vida longa. V. Não antagoniza os efeitos de outros sedativo-hipnóticos, do etanol e dos opióides. a) V, V, F, F, V b) F, V, V, F, F c) V, F, V, F, V d) F, F, V, F, V e) V, F, V, V, F GABARITO: 1)D 2)E 3)D 4)B 5)A 6)B 7)E 8)C 9)C 3. FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS A depressão é um distúrbio grave atinge milhões de adultos a cada ano. Os sintomas de depressão são sensações intensas de melancolia, desesperança e o desespero, bem como incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 11 alterações nos padrões de sono e apetite, perda de vigor e pensamentos sucidas. A maioria dos fármacos antidepressivos úteis potencializam as ações da norepinefriena e/ou serotonina no cérebro. Isso levou a teoria das aminas biogênicas, que propões um déficit das monoamias. Entretanto, essa teoria é muito simplista, ela não explica o motivo pelo qual os efeitos farmacológicos de qualquer antidepressivo na neurotransmissão ocorram imediatamente, enquanto a resposta terapêutica precisa de várias semanas e a potência dos antidepressivos no bloqueio da captação do neurotransmissor com frequência não se correlaciona com os efeitos antidepressivos observados clinicamente. Foi proposto que a densidade dos receptores inibitórios pré-sinápticos no cérebro diminui em 2 a 4 semanas com o uso de antidepressivo. Esse dessensibilização dos receptores inibitórios permite uma maior síntese e liberação de neurotransmissores. NOTA: O Sublinhado sugere que a diminuição da captação do neurotransmissor é só o efeito inicial do fármaco, que não pode ser diretamente responsável pelos efeitos antidepressivos. INIBIDORES SELETIVOS DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA Os ICSs têm escassa atividade bloqueadora em receptores muscarínicos, α-adrenérgicos e H1 histamínicos. Então os efeitos adversos presentes nos antidepressivos tricíclicos (xerostomia, visão borrada, hipotensão ortostática) não são observadas comumente na ISCS. Por consequência disso e por apresentar maior segurança em dosagens excessivas, os ISCs substituíram os antidepressivos tricíclicos. Essa classe inclui: fluoxentina, citaprolam, escitolopram, fluvoxamina, paroxetina e sertralina. Os dois primeiros são os inibidores mais potentes da bomba de captação de serotonina. Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando um aumento de concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Precisam de duas semanas para produzir melhora significativa no humor. Nenhum dos antidepressivos é uniformemente eficaz. Cerca de 40% dos pacientes deprimidos e tratados como doses adequadas de fármaco antidepressivo durante 4 a 8 semanas não respondem a ele. Esses pacientes que não responde a determinado fármaco pode responder a outro. Vários distúrbios psiquiátricos respondem favoravelmente aos ICSs, incluindo transtorno obsessivo-compulsivo (fluvoxamina) e bulimia (fluoxetina), distúrbio do pânico, distúrbios de ansiedade generalizada, de estresse pós- traumático. Eles são bem absorvidos VO. Picos séricos de 2 e 8 horas. Alimentos tem pouca influência na absorção (exceto a Sertralina – Absorção aumenta com alimentação). Somente a Sertralina sofre biotransformação de primeira UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 12 passagem significativa. A biotransformação ocorre por enzimas do CP450. A fluoxetina difere dos demais em dois aspectos: meia-vida muito maior e é disponível para liberação lenta permitindo doses semanais. Assim como a paroxetina, a fluoxentina é um potente inibidor da isoenzima citocromo P450 hepática responsável pela eliminação dos fármacos antidepressivos tricíclicos. A excreção os ISCSs ocorre principalmente pelos rins, exceto a Sertralina e Paroxetina, que podem ser excretadas pelas fezes. Os ISCSs não estão livres de efeitos desagradáveis como cefaleia, sudoração, ansiedade e agitação, efeitos no TGI, fraqueza e cansaço, disfunções sexuais, alteração de massa corporal e distúrbios de sono. A paraxetina e fluvoxamina são mais sedativas do que estimulantes, pacientes cansados ou em sonolência excessiva são beneficiados com fluoxetina e a sertralina. A perda da libido, retardo na ejaculação e anorgasmia também são observados. Uma opção para lidar com as disfunções sexuais é a substituição desse antidepressivo por outro com menos efeitos adversos sexuais (bupropiona) e (mirtazina). Terapia alternativa é reduzir a dosagem. Em homens como disfunções eréteis e depressão, o tratamento com sildenafila, vardenafila e tadalafila pode melhorar a função sexual. Devem ser utilizados com cautela em crianças, pois cerca de 1 a cada 50 torna-se suicida. Geralmente não causa arritmias cardíacas, mas convulsões podem ocorrer porque todos os antidepressivos podem reduzir o limiar convulsivo. Eles podem causar a síndrome de serotonina que pode incluir sinais de hipertermia, rigidez muscular, prostração, sudoração. Quando em presença com os inibidores da MAO pode causar alteração dos sinais vitais e do estado mental. Os fármacos com as meias-vidas menores e com metabólitos inativos apresentam maior risco de apresentar síndrome de interrupção quando retirados subitamente. NOTA: Sinais da síndrome de interrupção incluem cefaleia, mal-estar, sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo, alterações no padrão de sono. INIBIDORES DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA/NOREPINEFRINA Esses fármacos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina sletivos podem ser eficazes no tratamento de depressão no qual os ISCSs foram ineficazes. A depressão acompanha com frequência sintomas dolorosos crônicos, como dor lombar e muscular, contra os quais a ISCs são relativamente ineficazes. Os ICSNs e o ATC algumas vezes são eficazes no alívio de dor neuropática. Também tem pouca atividade em receptores adrenérgicos, muscarínicos ou histamínicos e assim, têm menos efeitos adversos mediados por receptores quando comparados com os ATCs. Venfalaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é um inibidor da captação de norepinefrina. Meia vida de 11 horas e parece não estar envolvidas e, interações de deslocamento de proteína. Os efeitos adversos mais comuns são: cefaleia, náuseas, disfunções sexuais, tonturas, insônias, sedação e constipação. Em doses elevadas pode haver aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 13 Duloxetina inibe a captação da serotonina em todas as dosagens. Não devem ser administradas em pacientes com insuficiência hepáticas e não é recomendado em pacientes com doença renal em estágio terminal. Alimentos retardam sua absorção. Meia vida de 12 horas. Altamente ligada as proteínas plasmáticas. Efeitos adversos no TGI, xerostomia, insônia, tonturas, sonolência, sudoração, disfunção sexual e risco de aumento da pressão arterial e frequência cardíaca. NOTA: Os dois fármacos podem causar síndrome da interrupção se o tratamento é suspenso de modosúbito. ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Os antidepressivos atípicos são um grupo de fármacos que têm ação em diversos locais diferentes. Inclui: bupropiona, mirtazapina, nefazodona e trazodona. Não são mais eficazes do que os antidepressivos tricíclicos ou os ISCSs. Bupropiona atua como um fraco inibidor da captação de dopamina e norepinefrina, aliviando os sintomas da depressão. Sua meia vida pode exigir mais de uma dosagem por dia. Ajuda a diminuir a compulsão por nicotina e atenua os sintomas de abstinência dos usuários que tentam para de fumar. Os efeitos adversos são: xerostomia, sudoração, nervosismo, tremores, risco aumentedo de convulsões em doses elevadas. Mirtazapina aumenta a neurotransmissão por serotonina e norepinefrina bloqueando os receptores α2 pré sinápticos (envolvidos na recaptação pré sináptica de norepinefrina). Os efeitos são devido ao bloqueio de 5HT2. Sedativo devido sua atividade anti-histamínica, mas não causa efeitos muscarínicos dos antidepressivos tricíclicos, nem interfere na função sexual, como os ISCs. Ocorre aumento do apetite e de massa corporal frequentemente. Nefazodona e Trazodona são inibidores fracos da captação de serotonina. O uso crônico pode insensibilizar autorreceptores pré-sinápticos 5- HT1A e aumentar a liberação de serotonina. Efeitos sedativos devido potente ação bloqueadores de H1. Tradazona foi associado ao priaprismo e nefazodona. ANTIDEPRESSIVOS TRÍCICLICOS Bloqueiam a recaptação de norepinefrina e serotonina no neurônio. ATCs incluem as aminas terciárias: impramina, amitriptilina, clomipramina e trimipramina; aminas secundárias: desipramina e nortriplina. NOTA: Antidepressivos “tetracíclicos” como maprotilina e amoxapina são incluídos na classe geral dos ATC. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 14 Alternativa valiosa para paciente que não respondem aos ISCSs. Os ATCs e amoxapina são potentes inibidores da captação neuronal de norepinefrina e serotonina no terminal nervoso pré-sináptico, causando o aumento da concentração de monoaminas na fenda sináptica, resultando no efeito antidepressivo. A maprotilina e desipramina são inibidores seletivos da captação de norepinefrina. Os ATCs também bloqueiam receptores serotonérgico, α-adrenérgico, histamínico e muscarínico. Sendo responsável pelos efeitos indesejados como, por exemplo, visão borrada, xerostomia, retenção urinária, constipação, agravamento de glaucoma, hipotensão ortostática, tonturas, taquicardia reflexa, sedação. Além desses, há aumento de massa corporal, disfunção sexual em baixa quantidade. Os ATCs melhoram o humor e alerta mental, aumentam a atividade física. O início de melhora de humor é lento, necessitando de 2 semanas. Dependência física e psicológica é registrada raramente, contudo isso requer retirada lenta para minimizar os efeitos colinérgicos de rebote e síndromes de interrupção. Podem ser utilizados no tratamento prolongado de depressão, sendo eficazes no tratamento de depressão moderada e grave. Pacientes com síndrome do pânico também podem responder aos ATCs. Imipramina é utilizada para controlar a micção de crianças na cama por causa da contração do esfíncter interno da bexiga. É usada com cautela devido à indução de arritmias cardíacas e de outros problemas cardiovasculares graves. São bem absorvidos VO, facilmente penetram o SNC, amplamente distribuídos. Biodisponibilidade baixa e inconsistente, a dosagem pode ser reduzida gradualmente para melhorar a tolerância. São excretados como metabólitos inativos pelo os rins. NOTA: Um grande número de interações medicamentosas leva a contraindicações para uso simultâneo com os inibidores da MAO. Há um aumento mútuo de hipertensão, hirperpirexia, baixa o limiar de convulsão e pode induzir o coma. Os ATCs não podem ser utilizados com fármacos de ação adrenérgica direta, pois podem potencializar os efeitos das aminas simpaticomiméticas por evitar sua remoção da fenda sináptica. Já com os fármacos adrenérgicos de ação indireta há um bloqueio dos efeitos das aminas simpaticomiméticas evitando que o fármaco alcance seu local de ação intracelular. Quando os ATCs são associados com depressores do sistema nervoso central, há uma sedação tóxica. “Os ADTs podem potencializar as ações das aminas simpaticomiméticas e não devem ser usados comitantemente com iMAOs ou em um período de 14 dias após suspensão dos iMAOs.” (Goodman) INIBIDORES DA MONOAMINA-OXIDASE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 15 A MAO funciona como um válvula de segurança, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de moléculas de neurotransmissor (norepinefrina, dopamina e serotonina). O iMAO pode inativar reversível ou irreversivelmente a enzima, permitindo que as moléculas no neurotransmissor fujam da degradação e se acumulem no espaço sináptico. Três iMAOs estão disponíveis para tratamento de depressão: fenelzina, tranilcipromina e selegelina. O uso de iMAO hoje é limitado devidos às complicadas dietas alimentares exigidas dos pacientes que usam esses inibidores. A maioria dos fármacos dessa classe formam complexos estáveis com a enzina, causando uma inativação irreversível. Isso tem como consequências o aumento dos estoques de norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos neurônios. Esses fármacos inibem a MAO no cérebro, no fígado e intestino (que catalisam desaminações oxidativas e substância tóxicas), como a tiramina. É por isso que as iMAOs tem grande interação fármaco alimento. São indicadas a pacientes deprimidos que não respondem ou são alérgicos aos ATCs que apresentam forte ansiedade. Os pacientes com atividade psicomotora baixa também podem se beneficiar das propriedades estimulantes dos iMAOs. Úteis para depressão (caracterizada por humor lábil, sensibilidade à rejeição e distúrbios de apetite). São fármacos de ÚLTIMA ESCO LHA. São bem absorvidos VO, são biotransformados e excretados rapidamente na urina. Apresenta efeitos adversos graves devido interação fármaco-alimento. MAO promove a inativação da tiramina, mas quando há o uso do iMAO ela não é degradada e promove a liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em cefaleia, rispidez de pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmia cardíacas, convulsões. Fentolamina e Prazosina (lembrem-se: bloqueadores adrenérgicos) são úteis para o tratamento de hipertensão induzida por tiramina. NOTA: Os iMAOS não devem ser administrado simultaneamente com ISCSs devido ao risco de síndrome de serotonina. A associação com bupropiona pode provocar convulsões. NOTA (2): O iMAO precisa de um período para eliminação, de duas semanas no mínimo, antes de outro tipo de fármaco ser administrado, com exceção da fluoxetina, a qual deve ser suspensa no mínimo 6 semanas antes de iniciar o iMOA. QUESTIONÁRIO ANTIDEPRESSIVOS 1. Com relação aos antidepressivos tricíclicos assinale V para Verdadeiro e F para Falso: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 16 I - Inibem a recaptação de noradrenalina e serotonina para o interior das terminações nervosas. II - Os ATCs levam a concentrações diminuídas de monoaminas na fenda sináptica. III - Os Antidepressivos tricíclicos também bloqueiam receptores histaminérgicos e muscarínicos. IV - O antidepressivos tricíclicos reduzem o limiar convulsivo sendo contraindicados em pacientes epilépticos. V – O usode ATCs e alimentos com tiramina estão associados e alimentos com tiramina estão associados à um pico hipertensivo e risco cardiovascular conhecido. 2. Com relação aos antidepressivos é incorreto afirmar: a) O mecanismo farmacológico da fluoxetina envolve a inibição da captação de serotonina. b) A ação anticolinérgica dos antidepressivos tricíclicos é a principal responsável pelo efeito antidepressivo desses fármacos. c) Um efeito adverso do uso dos antidepressivos iMAO é hipotensão ortostática. d) O uso ISRS deve ser evitado em jovens e adolescentes devido o risco do suicídio. 3. A respeito da interação medicamentosa entre os fármacos usados em problemas do SNC, é incorreto afirmar que: a) Diuréticos, tais como tiazida, podem causar uma redução no clearence renal do lítio b) Alguns anti-inflamatórios não esteroidais podem diminuir o clearence renal no lítio. c) Pacientes em uso da fluoxetina devem interromper seu uso por aproximadamente duas semanais antes substituir por iMAO, sob risco de desenvolver síndrome serotoninérgica. d) Entre os iMAO apenas o inibidor seletivo da MAO-B, selegelina interage com a tiramina dos alimentos provocando aumento da liberação de enzimas bioativas como noradrenalina. 4. A fluoxetina é um dos principais ISRS, sob esta droga é correto afirmar: a) Provoca dependência e tolerância b) Possibilidade de uso em crianças para tratamento de transtorno obsessivo compulsivo. c) Meia-vida prolongada, permitindo a administração de uma única dose diária e a melhor adesão do paciente à terapia. d) Ausência de interações medicamentosas, por não possuir ação inibitória de nenhuma enzima hepática. e) Ausência de efeitos sexuais como diminuição de libido e anorgasmia. 5. São antidepressivos do grupo dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 17 a) Amitriptilina, clomipramina e imipramina. b) Paroxetina, maprotilina, nortriptilina. c) Bupropiona, mirtazipina, nefazodona d) Fenelzina, tranicilcipromina, fluvoxamina. 6. Explique porque os antidepressivos apesar de possuíres ações farmacológicas precoces só apresentam, normalmente, efeitos antidepressivos após duas semanas de início de tratamento. 7. A fluoxentina, um inibidor seletivo da recaptação de serotonina, muito usado para o tratamento de depressão. Sobre estes fármacos assinale a resposta correta: a) São muito utilizados para tratar insônia e ansiedade. b) Além de tratar depressão, estes fármacos são utilizados para tratar náusea, anorexia e diarreia. c) Existem relatos do aumento de tendência suicidas em jovens e aumento do bruxismo d) Este fármaco além de ter ação sobre o SNC, tem pronunciada ação colinérgica, o que contra-indica o seu uso em idosos e pacientes fazendo uso de anticolinérgicos. 8. Agentes antidepressivos são aqueles usados para restaurar pacientes mentalmente deprimidos a um estado mental melhorado. Assinale a alternativa que contém respectivamente o grupo farmacológico representante de cada droga utilizada para o tratamento de depressão: Clomipramina, fluoxetina e fenelzina. a) Antidepressivo atípico, inibidor específico da recaptação de noradrenalina, inibidor de monoaminaoxidase. b) Inibidor específico da recaptação de serotonina, antidepressivo dopaminérgico, antidepressivo tricíclico. c) Antidepressivo tricíclico, antidepressivo dopaminérgico, inibidor da recaptação da noradrenalina; d) Antidepressivo tricíclico, inibidor da recaptação de serotonina, inibidor da monoaminaoxidase e) Inibidor da recaptação de serotonina, antidepressivo tricíclico, antidepressivo dopaminérgico. 9. Com relação ao uso de antidepressivos tricíclicos no tratamento de transtornos depressivos, em pacientes geriátricos, é correto afirmar: I. Deve se dar atenção especial para o agravamento do prostatismo, que poderá, como o agravamento, chegar ao desenvolvimento de retenção urinária. II. O principal efeito cardiovascular é a hipotensão postural que, em idosos, está relacionado ao aumento do número de quedas, com risco aumentado para traumatismo de crânio e fraturas. III. Os antidepressivos tricíclicos podem provocar arritmia em pacientes com bloquei de ramo de primeiro grau. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 18 IV. Em pacientes idosos, em virtude da farmacocinética (absorção e metabolização mais lentas, redução da taxa de eliminação), deve-se usar doses maiores dos tricíclicos, para que ocorram efeitos terapêuticos. Correto está apenas em: a) II e III b) I e IV c) IV, I, II d) I, II, III 10. Quanto aos antidepressivos tricíclicos marque a incorreta: a) Como os metabólitos dos ACTs são ativos terapeuticamente as diferenças individuais de metabolização fazem com que as doses equivalentes prescritas resultem, frequentemente, em níveis plasmáticos discrepantes de pessoa para pessoa. b) Os ACTs são potentes anticolinérgicos e por isso muitos de seus efeitos colaterais são explicados. c) Os ACTs são comumente associados a iMAO nos casos de depressão familiar com forte componente genético. d) Os ACTs podem provocar, principalmente no início do tratamento, um aumento da frequência cardíaca, mas as taquicardias são de ocorrência rara. 11. São efeitos colaterais dos ATCs: a) Ganho de peso e hipertensão b) Aumento de peso e anúria c) Sedação e retenção urinária d) Problemas cardíacos e priapismo. 12. Explique como ocorre e quais o sintomas da interação entre iMAO e alimentos contendo tiramina. 13. Entre as drogas mais consumidas estão os antidepressivos, cujo consumo triplicou nas últimas décadas. Sobre essa classe de medicamentos é incorreto afirmar: a) ACTs como amitriptilina agem inibindo a captura de aminas pelos terminais nervosos competindo com o sítio ligante nas proteínas transportadoras. b) A fluoxetina também utilizada para ansiedade, TOC e bulimia age inibindo a captura de serotonina nos terminais nervosos. c) A bupropiona determina bloqueio de captação da dopamina, por isso usado anualmente no tratamento de tabagismo. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 19 d) iMaos como moclobemida atuam na degradação de serotonina e noradrenalina, por ser seletiva para MAOA está menos implicado nos casos de interação com alimentos. e) Todos esses medicamentos têm um início de ação retardado, podendo demorar de 15-30 dias para o início de sintomas antidepressivos. 14. Porque a troca de iMAO por outra classe de antidepressivo deve acontecer após um intervalo de aproximadamente 3 semanas ? GABARITO: 1)V,F,V,V,F 8)D 2)B e C 9)D 3)C 10)C 4)D 11)C 5)B 13)E 7)C 6) “A luz dos receptores 5HT1A E 5HT2A e tomando os ISCSs como exemplo esta ação tardia pode ser explicada. Ainda que esta inibição seja imediata, espera-se um dessensibilização de de autorreceptores 5HT2A nos terminais axonais e dos 5HT1A somatodendríticos. Dada esta dessensibilização, os efeitos antidepressivos surtirão efeito.” 12) Esses fármacos inibem a MAO no fígado e intestino (que catalisam desaminaçõesoxidativas e substância tóxicas), como a tiramina. MAO promove a inativação da tiramina, mas quando há o uso do iMAO ela não é degradada e promove a liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em cefaleia, rispidez de pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmia cardíacas, convulsões 14) O iMAO precisa de um período para eliminação, de duas semanas no mínimo, antes de outro tipo de fármaco ser administrado. 4. FÁRMACOS NEUROLÉPTICOS Os fármacos antipsicóticos ou neurolépticos ou tranquilizantes maiores são usados para tratar as psicoses (perda de contato com a realidade) e esquizofrenia, também para tratar outros transtornos psicóticos. Todos os fármacos que aliviam os sintomas da esquizofrenia diminuem a neurotransmissão dopaminérgica e/ou serotoninérgica. A esquizofrenia é a principal síndrome psicótica tratada por esses fármacos. Caracteriza-se pela perda de contado com a realidade, deterioração UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 20 no nível de funcionamento da vida diária e desintegração (transtorno de pensamento e sentimento). É importante distinguir os sintomas da esquizofrenia em sintomas positivos, aqueles relacionados com a excitabilidade, e em sintomas negativos, aqueles relacionados com a inibição. A esquizofrenia tem forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica. TEORIAS 1) Neuroanatômica A esquizofrenia é causada pelo o aumento do tamanho ventricular e diminuição do córtex pré-frontal e hipocampo. 2) Dopaminérgica O aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia. Teoria desenvolvida após observarem um aumento de densidade de receptores dopaminérgicos em pacientes não tratados. Há quatro vias dopaminérgicas. Entretanto, é importante elencar apenas duas: A via mesocortical, associada aos sintomas negativos, possui abundantes neurotransmissores do grupo D1 (D1 e D5); e a via mesolímbica, associada aos sintomas positivos, abundantes de neurotransmissores D2 no hipocampo – Esse excesso vai inibir a produção da liberação e produção de gaba no tálamo, que é um neurotransmissor inibitório. Dessa forma, vai um ocorre algo semelhante à inibição da inibição, resultando na excitação da atividade neuronal no tálamo. Essa excitação irá promover os sintomas positivos da esquizofrenia-. 3) Serotoninérgica Essa teoria é importante e é aqui que os antipsicóticos atípicos irão se basear. Foi observado que drogas que mimetizam os sintomas da SINTOMAS POSITIVOS Agitação, Insônia Alucinações Delírios Transtorno de pensamento Desorganização de discurso Desorganização de comportamento SINTOMAS NEGATIVOS Afastamento do contato social Embotamento afetivo Falta de iniciativa Pobreza de linguagem UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 21 esquizofrenia como, por exemplo, o LSD, está intrinsicamente associado à ativação dos receptores serotoninérgicos 5HT2A. 4) Glutamatérgica A teoria glutamatérgica foi desenvolvida a partir de estudos pós-morte de pacientes esquizofrênicos, nos quais foram observado uma diminuição da concentração de glutamato no córtex frontal e hipocampo. Além disso, o uso de fenilciclidina, um antagonista dos receptores glutamatérgicos, induz psicose semelhante à esquizofrenia. O mecanismo de ação dos neurolépticos é associado a bloqueio de dopamina e serotonina no cérebro. Todos os fármacos antigos e a maioria dos mais novos bloqueiam a dopamina. A eficácia clínica dos neurolépticos típicos (de primeira geração) é associada a sua capacidade de bloqueio de receptores D2 no sistema mesolímbico. É por isso que a ação dos neurolépticos é antagonizada por fármacos que aumentam a concentração de dopamina (ex: levodopa). Já os fármacos atípicos (de segunda geração) parecem exercer sua ação pela inibição de receptores 5HT2A. Entretanto, há bloqueio de outros receptores como de histamina, α-adrenérgicos e muscarínicos. Os neurolépticos não deprimem o SNC e a incoordenção motora é mínima. Após administração oral, apresentam absorção variável não afetado pela alimentação. Produzem alguma tolerância, mas pouca dependência física. Todos neurolépticos podem baixar o limiar às convulsões. ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO São divididos principalmente em três classes: fenotiazínicos (alifáticos – clorpromazina e levomeprazina – e piperidínicos – tioridazina e pipotiazina), tioxantenos (zuclopentixol) e butirofenonas. É importante saber que os fármacos de primeira geração bloqueiam as quatro vias dopaminérgicas, isso irá determinar seu uso clínico e seus efeitos adversos: Da via nigroestriatal: aumentará a produção de acetilcolina controlada pela dopamina, o que resultará no efeito extrapiramidal (transtorno de movimentos). Da via mesolímbica: O bloqueio dos receptores D2 causam melhoras nos sintomas positivos da esquizofrenia. Da via mesocortical: O bloqueio do grupo D1 provoca diminuição da estimulação da região pré-frontal, fato que agrava os sintomas negativos. Da via túbero-infundibular: Resulta no aumento de prolactina, desencadeando ginecomastia e amenorreia. Desse modo, são benéficos para o tratamento dos sintomas positivos da esquizofrenia. Os efeitos extrapiramidais são: distonia, sintomas do Parkinson, intranquilidade motora. Com o tratamento crônico, em longo prazo, há discinesia tardia, resultado do “up regulation” do número de receptores de UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 22 dopamina, às vezes irreversível e persiste mesmo após suspensão do tratamento. Os efeitos extrapiramidais são minimizados com a administração de anticolinérgico (benztropina) e podem ocorrer dentro de poucas horas até dias de tratamento. Os sintomas do tipo Parkinson, de bradicinesia, rigidez e tremores costumam ocorrer dentro de semanas a meses do início do tratamento. Principais fármacos do grupo são: clorpromazina, tioridazina e haloperidol. NOTA: A tioridazina mostram menos EEP, pois deprime a atividade colinérgica. Isso contrasta com o haloperidol. A clopromazina é utilizada para tratar o soluço intratável e contra-indicada em pacientes com distúrbios compulsivos, é eficaz na redução de náusea e vômito. O haloperidol é utilizado contra tiques da síndrome de tourette e possui pouca atividade muscarínica ou adrenérgica. Esses neurolépticos são úteis no tratamento da náusea. Contudo, náusea originada dos movimentos deve ser tratada com anti-histamínico e anticolinérgico. Os efeitos adversos podem ser explicados pelo bloqueio dos receptores M, α1 e H1: Receptores muscarínicos: perda da acomodação visual, xerostomia, constipação e retenção urinária. H1: Sedação, ganho de peso e sonolência. α1: Hipotensão ortostática, redução da PA e disfunção erétil. NOTA (2): O efeito adverso mais grave é a síndrome maligna neuroléptica, que pode ser fatal. Caracterizada por catatonia, febre alta, alteração do estado de humor, instabilidade autônoma, pressão arterial instável e mioglobinemia. Está associada com a alta afinidade ao D2 como, por exemplo, haloperidol. O tratamento necessita a interrupção do neuroléptico e de tratamento de apoio. A administração de dantroleno e bromocriptina pode ser útil. ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃORAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 23 Bloqueiam os receptores 5HT2A e dopaminérgicos D2. Os fármacos atípicos têm efeitos principalmente sobre os sintomas negativos, como falta de afeto, anedonia, apatia e falta de atenção. São eficazes em pacientes resistentes ao antipsicóticos. Essa classe de fármacos também exibe menor incidência sofre os efeitos extrapiramidais (EPP). Assim como os antipsicóticos de primeira geração, possuem atividade anticolinérgica (clozapina e olanzapina) e anti-histamínica. Possuem eficácia comprovada no tratamento de sintomas psicóticos, mas sua eficácia não considerada superior. Principais fármacos são: clozapina, risperidona, quetiadona, aripiprazol, olanzapina. Richard Finkel: “Todos os neurolépticos podem baixar o limiar às convulsões e a clorpromazina e clozapina são contraindicados em pacientes com distúrbios compulsivos”. É recomendado o controle de glicemia e lipidemia dos pacientes que tomam neurolépticos atípicos, pois eles têm o potencial de aumentar essas variáveis laboratoriais e exarcerbar diabete melito e hiperlipidemia. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 24 QUESTIONÁRIO ANTIPSICÓTICOS 1) A esquizofrenia é uma doença mental crônica, classificada como psicótica, em que o paciente tem dificuldade de reconhecer a realidade, de pensar logicamente e de se comportar normalmente em sociedade. Seu tratamento envolve uma combinação de tratamentos farmacológicos, psicológicos e sociais. A respeito dos fármacos utilizados no tratamento dessa enfermidade, assinale a opção correta: a) Todos os fármacos disponíveis atualmente são eficazes tanto para sintomas positivos como para os sintomas negativos da esquizofrenia. b) A ação antipsicótica dos fármacos utilizados no tratamento desta patologia é determinada pelo bloqueio dos receptores D2 da dopamina. c) Devido a alta potência de antipsicóticos, baixa ocupação dos receptores D2 é capaz de reverter os sintomas da esquizofrenia. d) Devido a sua ação de bloqueio imediato dos receptores D2, os efeitos são observados após administração de antipsicóticos. e) As substâncias com afinidade aos receptores 5-HT aumentam os sintomas observados na esquizofrenia. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 25 2) Assinale a alternativa correta em relação aos antipsicóticos: a) São fármacos com maior potencial de dependência b) Podem diminuir os efeitos analgésicos e sedativos de outras drogas e do álcool. c) Os efeitos sobre as vias dopaminérgicas na região nigroestriatal estão implicados com efeitos motores indesejáveis. d) A discinesia tardia desenvolve-se após meses a anos de uso dos antipsicóticos e é totalmente reversível após substituição ou interrupção deste fármaco. e) São usados comumente nos transtornos de ansiedade. 3) Sobre os neurolépticos não podemos afirmar: a) Provocam efeitos gastrointestinais como náusea, vômitos e perda de sono. b) Os atípicos apresentam menor potencial de causar sintomas extrapiramidais. c) Sua ação neuroléptica está associada ao bloqueio de receptores D2(dopamina) e 5-HT(serotonina) porém também podem bloquear receptores alfa adrenérgicos e muscarínicos do SNC. d) Sintomas do tipo Parkinson, bradicinesia, rigidez e tremores, costumam ocorrer dentro de semanas e meses do início do tratamento. e) Podemos baixar o limiar às convulsões sendo que os fármacos como clozapina e clorpromazina são contraindicados em pacientes com distúrbios convulsivos. 4) Qual dos fármacos abaixo é um antipsicótico atípico? a) Clorpromomazina b) Haloperidol c) Clozapina d) Flufenazina e) Tioridazina 5) Acerca do uso de antipsicóticos e antidepressivos, analise as seguintes alternativas e em seguida marque a resposta correta: I. O mecanismo de ação dos neurolépticos – como asfenotiazinas (clorpromazina) e as butirofenonas (haloperidol) no tratamento de quadros psicóticos, está relacionado à inibição da enzima monoamino- oxidase. II. Os efeitos colaterais do uso de antipsicóticos incluem sintomas extrapiramidais, discinesia tardia e hiperprolactemia. III. A imipramina representa um protótipo da primeira geração de antidepressivos tricíclicos que atuam bloqueando a recaptação de noradrenalina ou serotonina. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 26 IV. A eficácia de inibidores da monoamino-oxidase como antidepressivos está relacionada à sua ação de estimuladores do metabolismo de serotonina. a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. b) Apenas as alternativas II e III estão corretas. c) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. d) Apenas as alternativas I, II e IV estão corretas. e) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas. 6) Além de sua utilização no tratamento de esquizofrenia, a Clorpromazina é eficaz: a) É eficaz para tratar insônia b) Como um anti-histamínico nas reações de hipersensibilidade c) Na redução de náuseas e vômito d) Como um agente anti-hipertensivo e) No tratamento de depressão 7) Em relação aos antipsicóticos marque a alternativa correta: a) Sua ação neuroléptica está associada ao bloqueio de receptores D2(dopamina) e 5-HT(serotonina) porém também podem bloquear receptores alfa adrenérgicos e muscarínicos do SNC. b) Agem facilitando a inibição do GABA, o principal neurotransmissor inibidor do cérebro. c) A perda de peso associado aos antipsicóticos atípicos é variável e parece se estabilizar dentros dos primeiros seis meses. d) A risperidona é um antipsicótico convencional e causa mais efeitos extrapiramidais que o haloperidol. 8) Com relação às drogas neurolépticas faça a diferença entre drogas típicas e atípicas sobre as seguintes características: a) Mecanismo de ação b) Efeitos colaterais c) Tipos de sintomas bloqueados 9) A clorpromazina é uma fenotiazina da classe dos neurolépticos utilizado como antipsicótico. Sobre esta classe do fármaco assinale a alternativa correta: a) Seus efeitos colaterais são: vômito, induz insônia e causa hipertensão b) Ajuda o controle muscular do paciente antipsicótico(acatisia) c) São utilizados para tratar tiques, caretas e movimentos involuntários d) O retardo motor e a fácies em máscara (Síndrome Parkinsoniana) podem ocorrer e) Pode induzir efeitos contra piramidais, os quais podem ser irreversíveis. 10) A clozapina é um neuroléptico cujo efeito colateral mais marcante é: a) Agranulocitose b) Hipoglicemia c) Hipercolesterolemia UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 27 d) Hiponatremia e) Acatisia 11) Acatisia e distonia aguda são efeitos colaterais de: a) Antidepressivo tricíclico b) Neurolépticos c) Sais de lítio d) Benzodiazepínicos e) Antidepressivos bloqueadores de receptores de serotonina 12) Assinale a alternativa correta em relação aos antipsicóticos a) Tanto os antipiscóticos de primeira geração quanto os de nova geração proporcionam remissão total do prejuízo cognitivo relacionado a esquizofrenia. b) Agentes de primeira geração apresentam efetividadesuperior aos agentes de nova geração quanto à remissão de sintomas negativos. c) Os antipsicóticos são antagonistas pré-sináticos de receptores dopaminérgicos no SNC. d) Os agentes de nova geração associam-se com o desenvolvimento de distúrbios metabólicos. e) Agentes de primeira geração tem eficácia inferior aos de nova geração em relação à remissão de sintomas positivos. 13) Com relação aos antipsicóticos típicos, assinale a alternativa correta: a) A agranulocistose ocorre com mais frequência com a utilização de clorpromazina do que com a clozapina. b) Icterícia obstrutiva é um efeito adverso observado apenas no grupo dos atípicos. c) Provocam discinesia tardia, movimento involuntário da face e dos membros que aparece meses depois de tratamento. d) Hipertensão arterial e arritmias são observadas com ingestão de alimentos ricos em tiramina e) Provocam ações muscarínicas como diarreia, aumento de secreções, broncoconstrição e miose. 14) Sabendo que, com a síntese de antipsicóticos, no final da década de 1950, descobriu-se que as drogas antipsicóticas são antagonistas pós- sinápticas da dopamina e exercem sua ações nos quatro tratos dopaminérgicos produzindo efeitos terapêuticos assim como os adversos, é correto afirmar que, no trato: I. Nigroestriatal os antipsicóticos provocam transtornos de movimentos. II. Mesolímbico os antipsicóticos provocam alívios de sintomas psicóticos. III. Mesocortical os antipisicóticos provocam o aumento dos sintomas negativos. IV. Tuberoinfundibular os antipsicóticos provocam alívio de alucinações e delírios. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 28 O correto está apenas em: a) I e II b) III e IV c) I, II e IV d) I, II e III GABARITO 1)B 2)C 9)D 3)A 10)A 4)C 11)B 5)B 12)D 6)C 13)C 7)A 14)D 8) a) Mecanismo de ação dos antipsicóticos típicos e atípicos se dá principalmente pelo bloqueio de determinados receptores. Os típicos ou de primeira geração bloqueiam os receptores D2 de dopamina, principalmente. Já os atípicos atuam também nos receptores serotoninérgicos ou sendo agonistas parciais de D2 (aripripazol). b) Os típicos causam mais efeitos extrapiramidais que os atípicos, estando mais relacionados com a discinesia tardia. Vale ressaltar que a discinesia tardia está associado a alta afinidade dos fármacos aos receptores D2. Por exemplo, a discinesia tardia está bastante associada ao uso de haloperidol. Além disso há efeitos os típicos apresentam vários efeitos atropínicos Já os atípicos causam menos efeitos extrapiramidais, pois sua ação ocorre principalmente nos receptores 5HT2a da serotonina. Também estão menos relacionados com discinesia. c) Os típicos bloqueiam principalmente os sintomas positivos da esquizofrenia, uma vez que evitam a hiperestimulação dopaminérgica da via mesolímbica. Já os atípicos são mais eficazes nos sintomas negativos, pois são responsáveis por um aumento da ação dopaminérgica na via mesocortical. 5. OPIOIDES Geralmente os opioides são fármacos de escolha para tratamento de dor (definida como uma sensação desagradável) crônica, intensa e na dor no câncer. É importante lembra que a dor é subjetiva, e o clínico deve se basear na sua percepção do paciente. Todos os fármacos dessa categoria agem ligando-se a receptores específicos do SNC para produzir efeitos que imitam a ação de neurotransmissores peptídeos endógenos. As famílias de receptores mais importantes são: μ, κ, δ. As propriedades analgésicas são mediadas principalmente pelos receptores μ, mas o κ também contribui. Esses três UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 29 receptores são acoplados a proteína G e inibem a adenilato ciclase. Também estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo pós-sináptico de K+ (diminuindo a resposta dos neurônios pós-sinápticos excitatórios) e reduzindo o influxo de Ca²+ (diminuindo a liberação de neurônios excitatórios) Esses receptores estão presentes: no tronco cerebral, influenciando na respiração, tosse, PA, no controle de secreção estomacal; no tálamo medial, área associada a dor profunda pouco localizada; na medula espinal, envolvidos na recepção e integração das informações sensoriais; no hipotálamo, afetando secreção neuroendócrina; no sistema límbico, provavelmente não exercem ação analgésica. Divididos em agonistas potentes, agonistas moderados, agonistas parciais e antagonistas. AGONISTAS POTENTES Morfina é o principal representante. Esses fármacos apresentam uma alta afinidade pelo receptor μ. Morfina é um fármaco com absorção lenta e errática no TGI, ocorre biotransformação de primeira passagem no fígado. Assim, apresentam respostas mais confiáveis via IM, SC ou IV. Quando administrado via oral é para obter níveis plasmáticos mais constantes, para liberação lenta. Entra rapidamente nos tecidos do organismo. Somente uma pequena fração atravessa a barreira hematoencefálica. É conjugada no fígado com ácido glicurônico no fígado, o conjugado na posição 3 é muito menos ativo se comparado com o conjugado na posição 6. Exerce seus principais efeitos interagindo no SNC, no TGI e na bexiga. Age também nos receptores kappa, reduzindo a liberação de substância P, que modula a percepção da dor na medula espinhal. Também inibe a liberação de neurotransmissores excitatórios que levam a estímulos nociceptivos. Aliviam a dor elevando o limiar de dor na medula espinhal e, mais importante, alterando a percepção da dor no cérebro. Quando administrada em paciente sem dor, pode causar náusea e êmese. A morfina produz uma forte sensação de contentamento e bem estar causado pela desinibição do tegumento ventral. Possui propriedades antitussígenas. Causa pupila puntiforme e um aumento da estimulação parassimpática do olho. Alivia a diarreia e disenteria devido à diminuição da motilidade e aumento do tônus do músculo liso circular intestinal. Também pode aumentar a pressão no trato biliar devido a constrição do esfíncter biliar. Possui ações hormonais, aumenta a liberação do hormônio de crescimento, a secreção de prolactina e o hormônio antidiurético. Diminui os níveis de cortisol, testosterona, a concentração de hormônio luteinizante, folículo-estimulante, adrenocorticotrófico. Além disso, provoca a liberação de histamina por macrófagos (urticária, sudoração e vasodilatação). Não possuem grandes efeitos sobre PA e FC. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 30 NOTA: Prolongar o segundo trabalho de parto diminuindo a força, duração e a frequência de contrações uterinas. Mas não deve ser utilizada para analgesia durante o trabalho de parto. É utilizada para analgesia e podem complementar a indução do sono com algum benzodiazepínico. Para tratamento de diarreia, alivio da tosse (codeína é mais utilizado) e para o tratamento do edema pulmonar agudo, aliviando a dispneia (provavelmente devido seu efeito vasodilatador) Ocorre grave depressão do sistema respiratório (principal causa de morte por efeito adverso dos opioides), um grave efeito adverso em paciente com enfisema pulmonar. Outros efeitos incluem êmese, náuseas e efeitos hipotensivos, elevação dapressão intracraniana (sendo contraindicada em indivíduos com lesão cerebral grave). Na HPB pode causar retenção urinária aguda. Contraindicado em pacientes asmáticos, pois possui efeito broncoconstritor. Produz tolerância aos seus efeitos depressor respiratório, analgésico, eufórico e sedativo. Entretanto, não desenvolve (geralmente) tolerância aos efeitos de constrição pupilar e de constipação. A retirada desse opioide produz uma série de respostas autônomas, motoras e causa sintomas graves. O desintoxição é feita, geralmente, com clonidina, metadona e buprenorfina. Ações depressivas da morfina são acentuado com iMAO e pelos antidepressivos tricíclicos. Meperidina é um fármaco bem absorvido no TGI e é útil quando utilizado VO, mas é administrado com maior frequência via parenteral. Duração de ação de 2 a 4 horas e é secretado na urina. Utilizado contra dor aguda. Liga-se principalmente aos receptores mu e kappa. Causa depressão da respiração assim como a morfina, mas apresenta ação cardiovascular significativa quando administrado VO. Dilata os vasos cerebrais, aumenta a pressão do LCR e contrai a musculatura lisa (assim como a morfina). Não é útil no tratamento de diarreia e tosse. Produz menos efeitos de retenção urinária e no músculo liso uterino. NOTA: A meperidina não causa pupila puntiforme, mas a dilatação de pupilas. Pode causar tremores, espasmos musculares e, raramente, convulsões, devido ao acúmulo de metabólito tóxico normeperidina. Difere dos opioides quando administrado em grandes quantidades, causando dilatação da pupila e efeitos hiperativos. Pode ocorrer hipotensão grave quando utilizado no pós- operatório. Devido seus efeitos antimuscarínicos causa xerostomia e visão borrada. NOTA: Quando associada com iMAO ode ocasionar convulsões e hipertermia. Quando associado com neurolépticos a depressão é muito acentuada. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 31 Metadona é um opioide sintético, eficaz por VO e causa menos euforia e tem ação pouco maior quando comparado com a morfina, com meia vida de 24 horas. Acumula-se nos tecidos, é biotransformada no fígado e excretada na urina. A suas ações são mediadas pelos receptores mu, com potência similar a da morfina. É bem absorvida VO, ao contrário da morforina. Aumenta a pressão biliar e a constipação. É utilizada como analgésico, bem como é usada na retirada controlada de dependentes de heroína e morfina. Causa síndrome de abstinência mais suave, porém mais longa. Fentanila apresenta 100 vezes a potência analgésica da morfina, sendo utilizada na anestesia. Altamente lipofílica, apresenta rápido início de ação e curta duração. Geralmente aplicado via IV, mas também há uma preparação oral transmucosa (para pacientes com câncer com início de dor súbita) e um adesivo transdermal (pode levar ao óbito devido hipoventilação). São biotransfromados pelo sistema do citocromo P450 e eliminados na urina. É utilizada para analgesia pós-operatória, durante o parto e, frequentemente, durante cirurgias cardíacas (devido escasso efeito sobre contratilidade do miocárdio). Seus efeitos adversos são similares ao agonistas de um. Contraindicado no tratamento de dor aguda ou na dor que pode ser reduzidas com outros analgésicos. Causa constrição pupilar. NOTA: sufentanila, anlfentanila e remifentanila são fármacos relacionados à fentanila, mas diferem quanto a potencia e destino metabólico. Sufentanila é ainda mais potente que a fentanila, mas os outros dois são menos potentes. Heroína é produzida pela diacetilação da morfina, que leva a triplicação de sua potência. Sua maior lipossolubilidade permite penetrar barreira hematoencefálica mais rapidamente que a morfina. Causa euforia mais exagerada que morfina. Seus efeitos duram metade do tempo quando comparada com a morfina. Oxicodona é usado no tratamento da dor moderada intensa, biotransformada em produtos com menores atividades analgésicas. O abuso de preparações de liberação lenta é associada a muitos óbitos. AGONISTAS MODERADOS Codeína é bem absorvida VO, sua ação analgésica é devido sua conversão em morfina. Possui efeitos antitussígenos devidos à própria codeína. Ela é utilizada frequentemente em combinação com AAS ou com paracetamol. A codeína é bastante substituída por dextrometorfano, um depressor da tosse em atividade analgésica. Propoxifeno é um derivado da metadona, analgésico no alívio de dores leves e moderadas. É um analgésico mais fraco que a codeína. Utilizado com UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 32 frequência associado ao paracetamol para obter uma analgesia maior. É bem absorvido via oral e biostransformado no fígado. Pode causar náuseas, anorexia, constipação. Em doses tóxicas pode causar depressão respiratória, convulsões, alucinações, cardiotoxicidade e edema pulmonar. Quando associado com álcool e sedativos ocorre grave depressão do SNC. AGONISTAS-ANTAGONISTAS E AGONISTAS PARCIAS Fármacos que estimulam um receptor e deprimem outro são denominados de agonistas-antagonistas. Eles dependem da exposição prévia a opioides e são utilizados no alívio da dor. Eles podem apresentar efeitos bloqueadores – isto é, produzem sintomas de abstinência. Pentozacina age como agonista nos receptores k e um antagonismo fraco nos receptores μ e δ. É empregada no alívio da dor moderada. Pode ser administrado via parenteral ou por via oral. Produz menos euforia se comparado com a morfina. Em doses elevadas provoca depressão respiratória, taquicardia, alucinações, pesadelos, disforias, tontura, reduzir a atividade do TGI, aumentam a PA, PApulmonar e pressão aórtica média. Apesar da ação antagonista não antagoniza a depressão respiratória causada pela morfina. Buprenorfina atua no receptor μ. Atua como a morfina e uma das suas principais indicações é na desintoxicação por ela, pois provoca sintomas de abstinência menores que ela. Via VO para desintoxicação e IV para alívio de dor moderada a intensa. Biotransformada pelo fígado e excretada na bile e na urina. Entre os efeitos adversos estão redução da PA, náusea, tontura e depressão respiratória (dificilmente revertida) Nalbufina e Butorfanol possuem papel limitado no tratamento de dor crônica. Nenhum disponível VO. A nalbufina não aumenta a PA, em contraste com o butorfanol. A vantagem deles é apresentar um teto para depressão respiratória. ANTAGONISTAS Se ligam com alta afinidade aos receptores opioides, mas não ativam respostas mediadas pelo receptor. Não produz efeitos significativos em indivíduos normais. Revertem rapidamente os efeitos agonistas. Naloxona é utilizada para reverter como e a depressão respiratória da dose excessiva de opioides. Desloca todas as moléculas opioides ligadas ao receptor. Reverte o efeito da dose excessiva de heroína dentro de 30s da injeção IV. Antagonistas dos três receptores. Pequena reversão da analgesia. Nalmofeno é um antagonista parenteral, pode ser administrado via IV, SC ou IM, meia-vida de 8-10h. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO RAIMUNDO F. DE C. NETO RESUMOS FARMACOLOGIA I Página 33 Naltrexona efeitos parecidos com a naloxona e tem ações similares, com duração de ação mais longa. É utilizada para desintoxicação associada à clonidina e buprenorfina. Também é útil no tratamento de alcoolismo crônico. NOTA: Outro analgésico importante é tramadol, que se liga ao receptor μ, inibe fracamente a captação de norepinefrina e serotonina. Utilizado no manejo da dor moderada. Biotransformação
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