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Farmacologia do SNC

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO 
RAIMUNDO F. DE C. NETO 
RESUMOS 
 
FARMACOLOGIA I Página 1 
 
 
 
 
 
1. RECEPTORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
Para entender a farmacologia do sistema nervoso central, é fundamental 
conhecer os principais neurotransmissores e suas principais vias. Quanto aos 
transmissores do sistema nervoso central há seis tipos: gaba, glutamato, 
acetilcolina, dopamina, noradrenalina e serotonina. Esses receptores estão 
dispostos em duas maneiras: em vias abundantes, isto é, presentes em quase 
todos os locais do SNC como as vias gabaérgicas e glutamatérgicas; em vias 
neuronais, ou seja, concentrado em determinada via, como as vias 
colinérgicas, noradrénergicas, dopaminérgicas e serotoninérgicas. 
1. Glutamato 
Envolvido em numerosas vias fisiológicas como, por exemplo, sensação 
aumentada da dor, neurotoxicidade cerebral e outros. 
O alfa-cetoglutarato formado no ciclo de krebs sofre uma transaminação 
(grupo amina toma o lugar de um grupo carbonila) e se transforma em 
glutamato. Há outra via na qual o glutamina é transformada em glutamato pela 
as células da glia. 
Quanto aos receptores do glutamato, eles podem ser divididos em: 
ionotrópicos e metabotrópicos. 
Os receptores ionotrópicos medeiam as respostas sinápticas excitatórias 
rápidas. Eles estão associados aos canais seletivos de cátions e ao serem 
ativados permitem o fluxo de ións de sódio, potássio e cálcio. Dividido em três 
subtipos: AMPA, NMDA e Cainato. Os receptores de AMPA localizam-se 
principalmente no hipocampo e córtex cerebral, quando ativados ocorre um 
influxo de sódio e efluxo de potássio, permitindo uma regularização da 
despolarização. Já os receptores Cainato são encontrado principalmente no 
cerebelo e hipocampo, funciona de mesmo modo que os receptores AMPA. Os 
receptores NMDA são expressos principalmente no hipocampo, no córtex 
cerebral e na medula, sua ativação permite um influxo de ións potássio bem 
como influxo de íons sódio e cálcio. 
 Os receptores metabotrópicos, aqueles associados a proteína G, são 
encontrado principalmente do hipocampo, neocórtex e cerebelo. Eles agem em 
segundos mensageiros e em canais de íon. É dividido em três os grupos: I, 
correspondente a mGlurR1 e mGlurR5, ativam a adenilato ciclase e, 
consequente há um aumento do cAMP e também há um aumento da 
fosfolipase C, sendo considerados excitaórios. O grupo II (mGlurR2 e mGlurR3) 
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RAIMUNDO F. DE C. NETO 
RESUMOS 
 
FARMACOLOGIA I Página 2 
 
e grupo III (mGlurR4, 6, 7, 8) são considerados inibitórios porque inibe a 
adenilado ciclase e os canais de íons de cálcio. 
NOTA: O excesso de glutamato vai inibir a liberação de mais glutamato. 
 Importância no aumento da excitocidade, epilepsia, anestesia no 
aprendizado e na memória. 
2. Gaba 
Glutamato sofre uma descarboxilação e se transforma em GABA, um 
neurotransmissor inibitório. Sua quantidade é controlada pela gaba 
transaminase e pela recapturação. 
Assim como Glutamato, possui dois tipos de receptores: ionotrópicos (Gaba 
A) e metabotrópico (Gaba B). O gaba A tem um N-terminal e C-terminais 
extracelulares e formato pentamérico. O Gaba B são ligados a proteína G e 
possui um subunidade α intrinsicamente relacionado com a abertura de canais 
de potássio e fechamento dos canais de sódio. Além disso, ainda age em 
proteínas efetoras, inibindo a adenilato ciclase e fosfolipase C. 
Possui importância farmacológica em sedativos e hipnóticos, anestésicos, 
anticonvulsivantes (inibição da Gaba Transaminase) e ansiolíticos. 
3. Acetilcolina 
Encontrado no SNA, formada a partir a união da colina com AcetilCoA, 
possui receptores muscarínicos e nicotínicos. Os receptores muscarínicos m1, 
m3 e m5 estão associados a proteína Gq e são excitatórios, já m2 e m4 
associados a proteína Gs. Os receptores nicotínicos estão bastante associados 
a abertura de canal de sódio e potássio. Os receptores m1, m4 e m5 são 
encontrados no SNC. 
No SNC, possui importância no processo de aprendizagem e memória, na 
doença de Parkinson e na regulação da PA. 
As vias colinérgicas originam-se em três núcleos: 1) Do pedúnculo Pontino 
(diencéfalo); 2) Basal (região cortical); 3) Septal Medial (Diencéfalo) 
4. Dopamina 
Produzida por neurônicos dopaminérgicos, a tirosina é hidroxilada e se 
transforma em L-Dopa que, por sua vez, é descarboxilada se transformando 
em Dopamina. Essa via é importantíssima para síntese de NODA. 
Possui 4 tipos de vias: 1) Via Nigroestriatal (Subst. Negra até o Estriado) – 
Importantíssima no controle motor; 2) Via Mesolímbica (Mesencéfalo ao sist.. 
Límbico) – Envolvido nas sensações de recompensa e vício. 3) Via 
Mesocortical – Associada às emoções e comportamento.4) Via Nigroestrial – 
Ligado a secreção de hormônios. 
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RAIMUNDO F. DE C. NETO 
RESUMOS 
 
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A dopamina é degrada pela MAO e COMT produzindo um produto 
denominado de ácido homovanílico que pode ser livremente excretado na 
urina. 
Quanto aos receptores de dopamina há duas famílias: Família do receptor 
D1 (+), compreende D1 (encontrado no estriado e neocórtex) e D5 (encontrado 
no hipocampo e hipotálamo): ativam a adenilato ciclase e promovem a hidrólise 
de PIP2. Família do receptor D2 (-), compreende os receptores D2 
(encontrado no estriado, subst. Negra e hipófise), D3 (encontrado no túber 
olfatório, núcleo acúmens e hipotálamo) e D4 (Encontrado no córtex frontal, 
medula oblonga e mesencéfalo): inibem a adenilato ciclase, aumentam o efluxo 
de potássio e o influxo de íons de cálcio. 
Possuem importância farmacológica na doença de Parkinson, 
antidepressivos, psicoestimulantes, êmese, controle hormonal e no abuso de 
drogas. 
5. Noradrenalina 
A dopamina é hidroxilada e transformada em norepinefrina, é degrada pela 
MAO e suas vias estão próximas das vias serotoninérgicas. Possuem origem 
comum no locus ceruleus que levam noda principalmente para o córtex 
cerebral. 
Seus receptores são α1 (aumento do IP3 e DAG), α2 (diminuição de AMPc), 
β1 e β2 (aumento do AMPc). 
Sua importância farmacológica no SNC está associado ao sono e estado de 
vigília, pressão arterial, estresse e humor. 
6. Serotonina 
Derivada no triptofano, o qual sofre um hidroxilase e se transforma em 5-
Hidroxitriptofano que em seguida perde CO2 e é convertida em 5-
Hidroxitriptamina (5-HT) – A serotonina. 
As vias serotoninérgias apresentam uma colocalização com as vias 
adrenérgicas, originam-se no núcleo da rafe e a partir daí são distribuídas para 
o córtex, medula espinhal e cerebelo. 
Os receptores são: 
5HT1a,b,d e f – Diminuição do AMPc 
5HT2a,b e c – Ativam fosfolipase C 
5HT3 – Canal Iônico por ligante 
5HT4,6 e 7 – Ativam adenilato ciclase, aumentando o AMPc 
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RAIMUNDO F. DE C. NETO 
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 Tem grande importância farmacológica nos antidepressivos, 
antipsicóticos, ansiolíticos e antieméticos. 
2. FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
A ansiedade é um estado desagradável, de tensão, apreensão e 
inquietação. Os distúrbios que envolvem a ansiedade são os distúrbios mentais 
mais comuns. Os sintomas são similares ao do medo e envolvem ativação 
simpática. É comum haver taquicardia, sudoração, tremores e palpitações. 
Episódios de ansiedade leves são comuns da rotina diária. Entretanto, quando 
há sintomas de ansiedade intensa, é necessária a utilização de ansiolíticos. 
Estes fármacos causam alguma sedação, funcionando como indutores do 
sono, istoé, hipnóticos. 
 BENZODIAZEPINAS 
São os fármacos mais utilizados como ansiolíticos. Substituíram os 
barbitúricos meprobamato por serem mais eficazes e seguros. 
Os alvos da ação dos benzodiazepínicos são os receptores GabaA 
(inibitório do SNC). Composto de subunidades que se estendem através da 
membrana plasmática numa combinação de 5 ou mais. Dependendo do tipo, 
número e localização cerebral haverá uma resposta farmacológica distinta. As 
benzodiazepinas modulam os efeitos do gaba ligando-se a um local específico 
de alta afinidade. Esses locais muitas vezes são chamados de “receptores 
benzodiazepínicos”. Os subtipos comumente encontrados no SNC são BZ1 e 
BZ2. A ligação do GABA a esses receptores abre o canal de Cloro, 
aumentando a condutância deste íon, gerando influxo e, em consequência, 
uma leve hiperpolarização, inibindo os potenciais de ação. 
Os benzodiazepínicos não possuem atividade antipsicótica nem ação 
analgésica e não afetam o SNA. As benzodiazepinas apresentam: redução da 
ansiedade deve-se a inibição dos circuitos neuronais no sistema límbico, 
sendo úteis no contra a ansiedade secundária ao tratamento do pânico, 
distúrbio obsessivo-compulsivo. Também se mostram eficazes no tratamento 
de ansiedade que acompanha algumas formas de depressão e esquizofrenia. 
Os fármacos de ação mais longa como, por exemplo, clonazepam, lorazepam e 
diazepam são preferidos em pacientes que necessitam de tratamento 
prolongado. Os efeitos ansiolíticos das benzodiazepinas são menos sujeitos a 
diminuição da resposta com doses repetida do que os efeitos sedativos e 
hipnóticos. O alprazolam é utilizado para tratamentos curtos ou longos, embora 
possa causar reações de abstinência em cerca de 30% dos pacientes; Ações 
hipnóticas e sedativas, as benzodiazepinas prescritas comumente contra o 
distúrbio do sono incluem a de longa duração, flurazepam, a de ação 
intermediária, temazepam, de ação curta, triazolam. O flurazepam reduz 
significantemente o tempo de indução ao sono, número de despertares e 
aumenta a duração do sono, tem efeito de ação longa e causa pouco efeito 
rebote. Seu metabólito ativo possui meia-vida de 85 horas, o que pode resultar 
em sedação durante o dia. O temazepam é útil para os pacientes que acordam 
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frequentemente durante sono e seu efeito sedativo ocorres horas depois da 
dose oral, sendo necessário 1 a 2 horas antes da hora prevista de deitar. O 
triazolam é usada para induzir o sono em pacientes com insônia recorrente, 
eficaz no tratamento daqueles indivíduos que tem dificuldade em começar 
dormir. Entretanto, em poucos dias desenvolve-se a tolerância do fármaco, 
levando a sua suspensão. Por isso, é melhor utilizado se administrado de 
forma intermitente; Amnésia Anterógrada, diminuindo a capacidade de o 
paciente aprender e formar novas memórias, geralmente são fármacos de ação 
curtas utilizados como pré-medicação para procedimentos desconfortáveis e 
provocadoras de ansiedade. Eles provocam uma forma de sedação consciente 
mo qual o paciente conseguirá atender certas instruções durante realização de 
procedimento, o midazolam é empregado como indutor de anestesia; 
Anticonvulsivante, o clonazepam é utilizado em tratamentos de certos tipos 
epilepsia, o diazepam e lorazepam são fármacos de escolha no controle do 
estado epilético nas convulsões tônico-clônicas. Os oxazepam, diazepam, 
clorapezato e clordiazepóxido são úteis no tratamento agudo de abstinência do 
álcool e reduzem o risco de convulsões associado à abstinência. Relaxamento 
muscular devido à inibição pré-sináptica na medula espinhal, o diazepam é 
eficaz no tratamento de esmaos dos músculos esqueléticos e no tratamento da 
espasticidade devida a doenças degenerativas, como esclerose múltipla. 
As benzodiazepinas são lipofílicas, completamente absorvidas após 
ingestão oral, distribuindo-se por todo organismo. Quanto a duração de ação 
elas são divididas em grupos de curta (de 3 a 8 horas – Oxazepam e 
Triazolam), de média (de 10 a 20 horas – Alprazolam, Estazolamm, Lorazepam 
e Temazepam) e de longa (de 1 a 3 dias – Clorazepato, clordiazepóxido, 
Diazepam, Flurazepam e Quazepam) ação. A maioria das benzodiazepinas é 
transformada pelo sistema hepático para compostos ativos. Os efeitos 
terminam não só pela excreção, mas também por redistribuição. São 
excretadas na urina. Todas as benzodiazepinas atravessam a barreira 
placentária. Causam elevação para o limiar de convulsão. 
NOTA: O tempo de duração nem sempre se correlaciona com a devido a 
velocidade de dissociação do receptor no SNC e subsequente redistribuição 
para outros locais. 
 É possível desenvolver uma dependência física e psicológica por esses 
fármacos. Uma interrupção abrupta pode levar a sintomas de abstinência, 
incluindo confusão, ansiedade, agitação, intranquilidade, insônia, tensão e 
raramente convulsões. As abstinências mais abruptas e graves são observadas 
nas benzodiazepinas de ação curta como o triazolam. Além disso, há: 
sonolência e confusão (efeitos mais comuns dos benzodiazepínicos), no qual o 
triazolam como frequência apresenta este efeito adverso juntamente com 
amnésia. Em pacientes com doença hepática e em estágio terminal devido à 
doença renal devem ser utilizadas com cuidado, devem ser evitadas em 
pacientes com glauma de ângulo estreito aberto. Ele 
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 NOTA(2): O flumazenil é um antagonista do receptor GABA que pode 
reverter rapidamente os efeitos das benzodiazepinas. Disponível apenas IV, de 
início rápido e duração curta. Administrações frequentes podem ser 
necessárias para reverter ação de benzodiazenpinas de longa duração. Pode 
causar náusea, êmese e agitação. 
 BUSPIRONA 
Útil no tratamento de distúrbios de ansiedade generalizados e tem 
eficácia comparada com as da benzodiazepinas. Ações mediadas pelos 
receptores de serotonina 5HT1A e mostra alguma afinidade pelos receptores 
dopaminérgicos DA2. Assim, seu mecanismo de ação difere das 
benzodiazepinas. A buspirona não tem ações anticonvulsivantes e músculo 
relaxantes e causam mínima sedação. Ela causa hipotermia e aumento de 
hormônios do crescimento e prolactina. Sua meia vida é reduzida se utilizado 
indutor (rifampicina) e prolongada se utilizar inibidor (eritromicina) da CIP3A4. 
Entre os efeitos adversos estão: cefaleia, tontura, nervosismo, confusão 
mental. Além disso, ela também mostra menor interferência nas funções 
motoras se comparado com outros ansiolíticos, sendo importante para os 
idosos. 
 HIDRAZINA 
Anti-histamínico útil para pacientes ansiosos com história de abuso de 
fármacos. Também utilizado para sedação antes de procedimentos dentários. 
Sonolência é um efeito adverso. 
 ANTIDEPRESSIVOS 
Possuem eficácia no manejo de longa duração dos sintomas de 
ansiedade crônica. Inibidores da MAO, inibidores seletivos da captação de 
serotonina e antidepressivos tricíclicos têm potencial utilidade no tratamento de 
ansiedade. 
 BARBITÚRICOS 
Muito utilizados no passado, mas foram substituídos pelas 
benzodiazepinas porque eles induzem tolerância, enzimas biotransformadoras, 
dependência física e associada a sintomas de abstinência muito graves. Ainda 
podem causar coma em doses tóxicas. Poucos continuam em uso, por 
exemplo, tiopental – Induzir anestesia. 
Sua ação hipnótica se deve a interação com o GABAa, potencializando 
sua ação gabaérgica prolongando o tempo de abertura do canal cloreto. 
Podem bloquear os receptores excitatórios de glutamato. 
São classificados de acordo com sua duração de ação: Longa (1-2 dias: 
fenobarbital),curta (3-8 horas: pentobarbital, secobarbital e amobarbital) e 
ultracurta (20 minutos: tiopental). Em doses baixas ele produzem sedação, 
hipnose seguida de anestesia e finalmente coma e morte. Não aumentam o 
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RAIMUNDO F. DE C. NETO 
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limiar da dor e não tem propriedades analgésicas. O seu uso crônico pode 
levar a intolerância. A sua dosagem excessiva é seguida de depressão e 
morte. É utilizado em anestesia e como anticonvulsivante, o fenobarbital é 
utilizado das convulsões tônico-clônicas, mas compromete desempenho 
cognitivo de crianças e deve ser utilizado com cautela. Tem sido utilizados 
para como sedativos leves para aliviar ansiedade. 
São bem absorvidos oralmente, atravessam facilmente a placenta e 
deprimem o feto. 
Os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração, 
preguiça mental e física. Os efeitos depressores são acentuados com uso do 
álcool. Aumentam a síntese de porfirina e são contraindicados em paciente 
com porfiria intermitente aguda. Quando retirado de forma abrupta opde causar 
tremores, ansiedade, fraqueza, intranquilidade, náuses e êmese. A intoxicação 
também é um problema, sendo campeão de mortes causas por dosagem 
excessiva. Não existe um antagonista esécífico para os barbitúricos. 
 ZOLPIDEM, ZALEPLONA E ESZOPICLONA 
Eles não têm propriedades anticonvulsivantes ou músculo relaxantes, 
apresentam poucos efeitos de abstinência, pouca ou nenhuma tolerância 
ocorre com o uso prolongado. Entre os efeitos adversos: pesadelos, agitação, 
sonolência diurna. A Zaleplona causa menos efeitos residuais quando 
comparado com Zolpidem. Já a eszopiclona apresenta ainda como efeito 
adverso ansiedade, xerostomia, cefaleia e gosto desgradável. 
 RALMETONA 
Indicada no tratamento de insônia nos casos em que a queixa principal é 
pegar no sono, pode aumentar os níves de prolactina, causar fadiga, 
sonolência e tontura. 
 HIDRATO DE CLORAL 
Sedativo e hipnótico que induz sono cerca de 30 minutos e dura 6h. É 
irritante ao TGI e causa desconforto. Desagradável na desgustação. 
 ANTI-HISTAMÍNICOS 
Alguns são eficazes nos tipos leves de insônia como a difenidramina e 
doxilamina. Entretanto apresentam muitos efeitos indesejados. 
 ETANOL 
Efeitos ansiolíticos e sedativos, mas o potencial tóxico supera seus 
benefícios. Depressor do SNC, produzindo sedação e hipnose. Eliminação 
renal, mas parte é excretada pelo pulmão. Pode produzir depressão grave se 
associado com benzodiazepinas. 
TTO de Abstinência: 
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RESUMOS 
 
FARMACOLOGIA I Página 8 
 
Dissulfiram: Efeito dissulfiram – Ressaca pelo acúmulo de acetaldeído 
produzido pelo dissulfiram. Gera taquicardia, náusea, cefaleia, rubor e 
hiperventilação. 
Naltrexona – Melhor tolerado que o dissulfiram 
Acomprosato: mecaninosmo malcompreendido e que deve ser usado 
junto com psicoterapia de apoio. 
 QUESTIONÁRIO: ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 
1. Sobre os benzodiazepínicos é INCORRETO afirmar: 
a) Têm propriedades miorrelaxantes, sedativas, hipnóticas e 
anticonvulsivantes; 
b) Podem reduzir o fluxo salivar, o reflexo de vômito e metabolismo basal 
além de aumentar o limiar da dor. 
c) Podem causar incoordenação motora, náuseas, cefaleias, amnésia 
anterógrada. 
d) Como são depressores da SNC, a margem de segurança dos 
benzodiazepínicos não é muito grande. 
e) Permitem uma rápida recuperação, sem prejuízos piscomotores 
prolongados. 
 
2. Os benzodiazepínicos caracteristicamente: 
a) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam a 
ansiedade. 
b) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e aumentam a 
ansiedade. 
c) Baixam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam a 
ansiedade, porém em doses elevadas. 
d) Não alteram o limiar para convulsão, não têm ação miorelaxante, mas 
atenuam ansiedade. 
e) Elevam o limiar para convulsão, têm ação miorelaxante e atenuam 
ansiedade. 
 
3. O flumazenil é utilizado para o antagonismo do medicamento da 
classe: 
a) Anti-hipertensivos 
b) β-bloqueadores 
c) Antidepressivos 
d) Benzodiazepínicos 
e) Nenhuma das alternativas acima 
 
4. Na atualidade, a população em geral vive a síndrome da insônia, 
associada ao estresse, ansiedade e demais consequências da vida 
atual. Para isso encontramos o grupo ansiolíticos e hipnóticos, os 
quais são consumidos em larga escala. Sobre esses podemos 
afirmar, EXCETO: 
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RESUMOS 
 
FARMACOLOGIA I Página 9 
 
a) O principal grupo de benzodiazepínicos que atuam em sítios específicos 
dos receptores GABA-A no SNC, facilitando a abertura dos canais de 
íons Cl- inibitórios o que gera sua ação terapêutica. 
b) São bem absorvidos via oral, atingem concentração plasmática em 1 
hora, porém, podem apresentar efeitos cardiovasculares como aumento 
da pressão arterial e diminuição do débito cardíaco, aumento da 
ventilação pulmonar e secreção gástrica. 
c) A buspirona tem afinidade por receptores serotoninérgicos, inibindo a 
liberação desta nos terminais pré-sinápticos, atuando como ansiolíticos, 
mas não produz sedação. 
d) De acordo com a farmacocinética os benzodiazepínicos são 
classificados como: de longa duração (diazepam), média duração 
(alprazolam) e curta duração (midazolam) 
 
5. Os benzodiazepínicos são considerados fármacos de escolha no 
tratamento de ansiedade. Sobre esses fármacos assinale a 
alternativa incorreta: 
a) São hidrossolúveis e não atravessam a barreira hematoencefálica 
b) Mostram-se úteis como anticonvulsivantes, sendo utilizados apenas nas 
crises de ausência e parciais complexas 
c) São hipnóticos eficazes, sendo os de ação curta como o lorazepam, 
mais utilizados para esta finalidade. 
d) São fármacos seguros com baixo risco de provoar parada 
cardiorrespiratória quando utilizado em doses elevadas. 
e) Seu uso deve ser evitadas em pacientes com apneia do sono, pois os 
sintomas podem ser agravados. 
 
6. Sobre os benzodiazepínicos é INCORRETO afirmar: 
a) Têm propriedade miorelaxantes, sedativas, hipnóticas e 
anticonvulsivantes. 
b) Causam amnésia anterógrada apenas quando associadas ao álcool. 
c) Pode causar incoordenação motora, dependência psicológica e amnésia 
anterógrada. 
d) Podem reduzir o reflexo de vômito e metabolismo basal. 
 
7. A respeito dos benzodiazepínicos marque a correta: 
a) Todos os ansiolíticos possuem como efeito adverso ação hipnótica. 
b) A buspirona é um agonista GABA com intensa atividade ansiolítica. 
c) Os barbitúricos não apresentam tolerância. 
d) O zolpidem apresenta as mesmas ações hipnóticas dos 
benzodiazepínicos, além disso, possui uma forta ação sedativa devido a 
longa meia vida. 
e) Os antagonistas dos receptores adrenérgicos são utilizados para tratar 
as formas de ansiedades que apresentam sintomas físicos como 
tremores, sudorese e taquicardia. 
8. Paciente chega ao pronto socorro desacordado com depressão 
respiratória e hipotensão. A pessoa que o conduziu ao PS diz ter 
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FARMACOLOGIA I Página 10 
 
encontrado comprimidos de diazepam próximos a ele. Nessa 
situação, qual a melhor medida a ser tomada. 
a) Uso de drogas estimulantes gabaérgicas. 
b) Utilização de drogras que estimulem o sistema microssomal hepático. 
c) Utilização de Flumazenil IV. 
d) Acidificação urinária para aumento da velocidade de excreção. 
e) Usode Barbitúricos agonistas diretos do receptor GABAa 
 
9. Sobre o flumazenil podemos afirmar: 
I. Atua como antagonista competitivo dos receptores 
benzodiazepínicos. 
II. Tem como efeito adverso sedação e náusea 
III. É utilizado para acelerar a recuperação após uso de 
benzodiazepínicos em procedimentos anestésicos. 
IV. Quando administrado por via intravenosa, atua rapidamente e 
apresenta meia vida longa. 
V. Não antagoniza os efeitos de outros sedativo-hipnóticos, do 
etanol e dos opióides. 
a) V, V, F, F, V 
b) F, V, V, F, F 
c) V, F, V, F, V 
d) F, F, V, F, V 
e) V, F, V, V, F 
 
GABARITO: 
1)D 
2)E 
3)D 
4)B 
5)A 
6)B 
7)E 
8)C 
9)C 
3. FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS 
A depressão é um distúrbio grave atinge milhões de adultos a cada ano. Os 
sintomas de depressão são sensações intensas de melancolia, desesperança e 
o desespero, bem como incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, 
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alterações nos padrões de sono e apetite, perda de vigor e pensamentos 
sucidas. 
A maioria dos fármacos antidepressivos úteis potencializam as ações da 
norepinefriena e/ou serotonina no cérebro. Isso levou a teoria das aminas 
biogênicas, que propões um déficit das monoamias. Entretanto, essa teoria é 
muito simplista, ela não explica o motivo pelo qual os efeitos farmacológicos de 
qualquer antidepressivo na neurotransmissão ocorram imediatamente, 
enquanto a resposta terapêutica precisa de várias semanas e a potência dos 
antidepressivos no bloqueio da captação do neurotransmissor com frequência 
não se correlaciona com os efeitos antidepressivos observados clinicamente. 
Foi proposto que a densidade dos receptores inibitórios pré-sinápticos no 
cérebro diminui em 2 a 4 semanas com o uso de antidepressivo. Esse 
dessensibilização dos receptores inibitórios permite uma maior síntese e 
liberação de neurotransmissores. 
 NOTA: O Sublinhado sugere que a diminuição da captação do 
neurotransmissor é só o efeito inicial do fármaco, que não pode ser diretamente 
responsável pelos efeitos antidepressivos. 
 
 INIBIDORES SELETIVOS DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA 
 Os ICSs têm escassa atividade bloqueadora em receptores 
muscarínicos, α-adrenérgicos e H1 histamínicos. Então os efeitos adversos 
presentes nos antidepressivos tricíclicos (xerostomia, visão borrada, 
hipotensão ortostática) não são observadas comumente na ISCS. Por 
consequência disso e por apresentar maior segurança em dosagens 
excessivas, os ISCs substituíram os antidepressivos tricíclicos. Essa classe 
inclui: fluoxentina, citaprolam, escitolopram, fluvoxamina, paroxetina e 
sertralina. Os dois primeiros são os inibidores mais potentes da bomba de 
captação de serotonina. 
Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando um aumento de 
concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Precisam de duas 
semanas para produzir melhora significativa no humor. Nenhum dos 
antidepressivos é uniformemente eficaz. Cerca de 40% dos pacientes 
deprimidos e tratados como doses adequadas de fármaco antidepressivo 
durante 4 a 8 semanas não respondem a ele. Esses pacientes que não 
responde a determinado fármaco pode responder a outro. 
Vários distúrbios psiquiátricos respondem favoravelmente aos ICSs, 
incluindo transtorno obsessivo-compulsivo (fluvoxamina) e bulimia (fluoxetina), 
distúrbio do pânico, distúrbios de ansiedade generalizada, de estresse pós-
traumático. 
Eles são bem absorvidos VO. Picos séricos de 2 e 8 horas. Alimentos 
tem pouca influência na absorção (exceto a Sertralina – Absorção aumenta 
com alimentação). Somente a Sertralina sofre biotransformação de primeira 
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passagem significativa. A biotransformação ocorre por enzimas do CP450. A 
fluoxetina difere dos demais em dois aspectos: meia-vida muito maior e é 
disponível para liberação lenta permitindo doses semanais. Assim como a 
paroxetina, a fluoxentina é um potente inibidor da isoenzima citocromo P450 
hepática responsável pela eliminação dos fármacos antidepressivos tricíclicos. 
A excreção os ISCSs ocorre principalmente pelos rins, exceto a Sertralina e 
Paroxetina, que podem ser excretadas pelas fezes. 
Os ISCSs não estão livres de efeitos desagradáveis como cefaleia, 
sudoração, ansiedade e agitação, efeitos no TGI, fraqueza e cansaço, 
disfunções sexuais, alteração de massa corporal e distúrbios de sono. A 
paraxetina e fluvoxamina são mais sedativas do que estimulantes, pacientes 
cansados ou em sonolência excessiva são beneficiados com fluoxetina e a 
sertralina. A perda da libido, retardo na ejaculação e anorgasmia também são 
observados. Uma opção para lidar com as disfunções sexuais é a substituição 
desse antidepressivo por outro com menos efeitos adversos sexuais 
(bupropiona) e (mirtazina). Terapia alternativa é reduzir a dosagem. Em 
homens como disfunções eréteis e depressão, o tratamento com sildenafila, 
vardenafila e tadalafila pode melhorar a função sexual. Devem ser utilizados 
com cautela em crianças, pois cerca de 1 a cada 50 torna-se suicida. 
Geralmente não causa arritmias cardíacas, mas convulsões podem ocorrer 
porque todos os antidepressivos podem reduzir o limiar convulsivo. Eles podem 
causar a síndrome de serotonina que pode incluir sinais de hipertermia, rigidez 
muscular, prostração, sudoração. Quando em presença com os inibidores da 
MAO pode causar alteração dos sinais vitais e do estado mental. Os fármacos 
com as meias-vidas menores e com metabólitos inativos apresentam maior 
risco de apresentar síndrome de interrupção quando retirados subitamente. 
NOTA: Sinais da síndrome de interrupção incluem cefaleia, mal-estar, 
sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo, alterações no padrão 
de sono. 
 INIBIDORES DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA/NOREPINEFRINA 
Esses fármacos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina 
sletivos podem ser eficazes no tratamento de depressão no qual os ISCSs 
foram ineficazes. A depressão acompanha com frequência sintomas dolorosos 
crônicos, como dor lombar e muscular, contra os quais a ISCs são 
relativamente ineficazes. Os ICSNs e o ATC algumas vezes são eficazes no 
alívio de dor neuropática. Também tem pouca atividade em receptores 
adrenérgicos, muscarínicos ou histamínicos e assim, têm menos efeitos 
adversos mediados por receptores quando comparados com os ATCs. 
Venfalaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em 
dosagens médias e altas, é um inibidor da captação de norepinefrina. Meia vida 
de 11 horas e parece não estar envolvidas e, interações de deslocamento de 
proteína. Os efeitos adversos mais comuns são: cefaleia, náuseas, disfunções 
sexuais, tonturas, insônias, sedação e constipação. Em doses elevadas pode 
haver aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. 
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Duloxetina inibe a captação da serotonina em todas as dosagens. Não 
devem ser administradas em pacientes com insuficiência hepáticas e não é 
recomendado em pacientes com doença renal em estágio terminal. Alimentos 
retardam sua absorção. Meia vida de 12 horas. Altamente ligada as proteínas 
plasmáticas. Efeitos adversos no TGI, xerostomia, insônia, tonturas, 
sonolência, sudoração, disfunção sexual e risco de aumento da pressão arterial 
e frequência cardíaca. 
NOTA: Os dois fármacos podem causar síndrome da interrupção se o 
tratamento é suspenso de modosúbito. 
 
 ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS 
Os antidepressivos atípicos são um grupo de fármacos que têm ação em 
diversos locais diferentes. Inclui: bupropiona, mirtazapina, nefazodona e 
trazodona. Não são mais eficazes do que os antidepressivos tricíclicos ou os 
ISCSs. 
Bupropiona atua como um fraco inibidor da captação de dopamina e 
norepinefrina, aliviando os sintomas da depressão. Sua meia vida pode exigir 
mais de uma dosagem por dia. Ajuda a diminuir a compulsão por nicotina e 
atenua os sintomas de abstinência dos usuários que tentam para de fumar. Os 
efeitos adversos são: xerostomia, sudoração, nervosismo, tremores, risco 
aumentedo de convulsões em doses elevadas. 
Mirtazapina aumenta a neurotransmissão por serotonina e norepinefrina 
bloqueando os receptores α2 pré sinápticos (envolvidos na recaptação pré 
sináptica de norepinefrina). Os efeitos são devido ao bloqueio de 5HT2. 
Sedativo devido sua atividade anti-histamínica, mas não causa efeitos 
muscarínicos dos antidepressivos tricíclicos, nem interfere na função sexual, 
como os ISCs. Ocorre aumento do apetite e de massa corporal 
frequentemente. 
Nefazodona e Trazodona são inibidores fracos da captação de 
serotonina. O uso crônico pode insensibilizar autorreceptores pré-sinápticos 5-
HT1A e aumentar a liberação de serotonina. Efeitos sedativos devido potente 
ação bloqueadores de H1. Tradazona foi associado ao priaprismo e 
nefazodona. 
 ANTIDEPRESSIVOS TRÍCICLICOS 
Bloqueiam a recaptação de norepinefrina e serotonina no neurônio. 
ATCs incluem as aminas terciárias: impramina, amitriptilina, clomipramina e 
trimipramina; aminas secundárias: desipramina e nortriplina. 
NOTA: Antidepressivos “tetracíclicos” como maprotilina e amoxapina são 
incluídos na classe geral dos ATC. 
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 Alternativa valiosa para paciente que não respondem aos ISCSs. 
 Os ATCs e amoxapina são potentes inibidores da captação neuronal de 
norepinefrina e serotonina no terminal nervoso pré-sináptico, causando o 
aumento da concentração de monoaminas na fenda sináptica, resultando no 
efeito antidepressivo. A maprotilina e desipramina são inibidores seletivos da 
captação de norepinefrina. Os ATCs também bloqueiam receptores 
serotonérgico, α-adrenérgico, histamínico e muscarínico. Sendo responsável 
pelos efeitos indesejados como, por exemplo, visão borrada, xerostomia, 
retenção urinária, constipação, agravamento de glaucoma, hipotensão 
ortostática, tonturas, taquicardia reflexa, sedação. Além desses, há aumento de 
massa corporal, disfunção sexual em baixa quantidade. 
 Os ATCs melhoram o humor e alerta mental, aumentam a atividade 
física. O início de melhora de humor é lento, necessitando de 2 semanas. 
Dependência física e psicológica é registrada raramente, contudo isso requer 
retirada lenta para minimizar os efeitos colinérgicos de rebote e síndromes de 
interrupção. Podem ser utilizados no tratamento prolongado de depressão, 
sendo eficazes no tratamento de depressão moderada e grave. Pacientes com 
síndrome do pânico também podem responder aos ATCs. 
 Imipramina é utilizada para controlar a micção de crianças na cama por 
causa da contração do esfíncter interno da bexiga. É usada com cautela devido 
à indução de arritmias cardíacas e de outros problemas cardiovasculares 
graves. 
 São bem absorvidos VO, facilmente penetram o SNC, amplamente 
distribuídos. Biodisponibilidade baixa e inconsistente, a dosagem pode ser 
reduzida gradualmente para melhorar a tolerância. São excretados como 
metabólitos inativos pelo os rins. 
NOTA: Um grande número de interações medicamentosas leva a 
contraindicações para uso simultâneo com os inibidores da MAO. Há um 
aumento mútuo de hipertensão, hirperpirexia, baixa o limiar de convulsão e 
pode induzir o coma. Os ATCs não podem ser utilizados com fármacos de ação 
adrenérgica direta, pois podem potencializar os efeitos das aminas 
simpaticomiméticas por evitar sua remoção da fenda sináptica. Já com os 
fármacos adrenérgicos de ação indireta há um bloqueio dos efeitos das aminas 
simpaticomiméticas evitando que o fármaco alcance seu local de ação 
intracelular. Quando os ATCs são associados com depressores do sistema 
nervoso central, há uma sedação tóxica. 
 “Os ADTs podem potencializar as ações das aminas simpaticomiméticas 
e não devem ser usados comitantemente com iMAOs ou em um período de 14 
dias após suspensão dos iMAOs.” (Goodman) 
 INIBIDORES DA MONOAMINA-OXIDASE 
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A MAO funciona como um válvula de segurança, desaminando 
oxidativamente e inativando qualquer excesso de moléculas de 
neurotransmissor (norepinefrina, dopamina e serotonina). 
O iMAO pode inativar reversível ou irreversivelmente a enzima, 
permitindo que as moléculas no neurotransmissor fujam da degradação e se 
acumulem no espaço sináptico. Três iMAOs estão disponíveis para tratamento 
de depressão: fenelzina, tranilcipromina e selegelina. O uso de iMAO hoje é 
limitado devidos às complicadas dietas alimentares exigidas dos pacientes que 
usam esses inibidores. 
A maioria dos fármacos dessa classe formam complexos estáveis com a 
enzina, causando uma inativação irreversível. Isso tem como consequências o 
aumento dos estoques de norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos 
neurônios. Esses fármacos inibem a MAO no cérebro, no fígado e intestino 
(que catalisam desaminações oxidativas e substância tóxicas), como a 
tiramina. É por isso que as iMAOs tem grande interação fármaco alimento. 
São indicadas a pacientes deprimidos que não respondem ou são 
alérgicos aos ATCs que apresentam forte ansiedade. Os pacientes com 
atividade psicomotora baixa também podem se beneficiar das propriedades 
estimulantes dos iMAOs. Úteis para depressão (caracterizada por humor lábil, 
sensibilidade à rejeição e distúrbios de apetite). São fármacos de ÚLTIMA 
ESCO LHA. 
São bem absorvidos VO, são biotransformados e excretados 
rapidamente na urina. Apresenta efeitos adversos graves devido interação 
fármaco-alimento. MAO promove a inativação da tiramina, mas quando há o 
uso do iMAO ela não é degradada e promove a liberação de grande quantidade 
de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em 
cefaleia, rispidez de pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmia 
cardíacas, convulsões. Fentolamina e Prazosina (lembrem-se: bloqueadores 
adrenérgicos) são úteis para o tratamento de hipertensão induzida por tiramina. 
NOTA: Os iMAOS não devem ser administrado simultaneamente com 
ISCSs devido ao risco de síndrome de serotonina. A associação com 
bupropiona pode provocar convulsões. 
NOTA (2): O iMAO precisa de um período para eliminação, de duas 
semanas no mínimo, antes de outro tipo de fármaco ser administrado, com 
exceção da fluoxetina, a qual deve ser suspensa no mínimo 6 semanas antes 
de iniciar o iMOA. 
 
 QUESTIONÁRIO ANTIDEPRESSIVOS 
 
1. Com relação aos antidepressivos tricíclicos assinale V para Verdadeiro e 
F para Falso: 
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I - Inibem a recaptação de noradrenalina e serotonina para o interior das 
terminações nervosas. 
II - Os ATCs levam a concentrações diminuídas de monoaminas na fenda 
sináptica. 
III - Os Antidepressivos tricíclicos também bloqueiam receptores 
histaminérgicos e muscarínicos. 
IV - O antidepressivos tricíclicos reduzem o limiar convulsivo sendo 
contraindicados em pacientes epilépticos. 
V – O usode ATCs e alimentos com tiramina estão associados e alimentos 
com tiramina estão associados à um pico hipertensivo e risco cardiovascular 
conhecido. 
 
2. Com relação aos antidepressivos é incorreto afirmar: 
a) O mecanismo farmacológico da fluoxetina envolve a inibição da 
captação de serotonina. 
b) A ação anticolinérgica dos antidepressivos tricíclicos é a principal 
responsável pelo efeito antidepressivo desses fármacos. 
c) Um efeito adverso do uso dos antidepressivos iMAO é hipotensão 
ortostática. 
d) O uso ISRS deve ser evitado em jovens e adolescentes devido o risco 
do suicídio. 
 
3. A respeito da interação medicamentosa entre os fármacos usados em 
problemas do SNC, é incorreto afirmar que: 
a) Diuréticos, tais como tiazida, podem causar uma redução no clearence 
renal do lítio 
b) Alguns anti-inflamatórios não esteroidais podem diminuir o clearence 
renal no lítio. 
c) Pacientes em uso da fluoxetina devem interromper seu uso por 
aproximadamente duas semanais antes substituir por iMAO, sob risco de 
desenvolver síndrome serotoninérgica. 
d) Entre os iMAO apenas o inibidor seletivo da MAO-B, selegelina interage 
com a tiramina dos alimentos provocando aumento da liberação de 
enzimas bioativas como noradrenalina. 
 
4. A fluoxetina é um dos principais ISRS, sob esta droga é correto afirmar: 
a) Provoca dependência e tolerância 
b) Possibilidade de uso em crianças para tratamento de transtorno 
obsessivo compulsivo. 
c) Meia-vida prolongada, permitindo a administração de uma única dose 
diária e a melhor adesão do paciente à terapia. 
d) Ausência de interações medicamentosas, por não possuir ação inibitória 
de nenhuma enzima hepática. 
e) Ausência de efeitos sexuais como diminuição de libido e anorgasmia. 
 
5. São antidepressivos do grupo dos inibidores seletivos da recaptação de 
serotonina: 
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a) Amitriptilina, clomipramina e imipramina. 
b) Paroxetina, maprotilina, nortriptilina. 
c) Bupropiona, mirtazipina, nefazodona 
d) Fenelzina, tranicilcipromina, fluvoxamina. 
 
6. Explique porque os antidepressivos apesar de possuíres ações 
farmacológicas precoces só apresentam, normalmente, efeitos antidepressivos 
após duas semanas de início de tratamento. 
 
7. A fluoxentina, um inibidor seletivo da recaptação de serotonina, muito 
usado para o tratamento de depressão. Sobre estes fármacos assinale a 
resposta correta: 
a) São muito utilizados para tratar insônia e ansiedade. 
b) Além de tratar depressão, estes fármacos são utilizados para tratar 
náusea, anorexia e diarreia. 
c) Existem relatos do aumento de tendência suicidas em jovens e aumento 
do bruxismo 
d) Este fármaco além de ter ação sobre o SNC, tem pronunciada ação 
colinérgica, o que contra-indica o seu uso em idosos e pacientes 
fazendo uso de anticolinérgicos. 
 
8. Agentes antidepressivos são aqueles usados para restaurar pacientes 
mentalmente deprimidos a um estado mental melhorado. Assinale a alternativa 
que contém respectivamente o grupo farmacológico representante de cada 
droga utilizada para o tratamento de depressão: Clomipramina, fluoxetina e 
fenelzina. 
a) Antidepressivo atípico, inibidor específico da recaptação de 
noradrenalina, inibidor de monoaminaoxidase. 
b) Inibidor específico da recaptação de serotonina, antidepressivo 
dopaminérgico, antidepressivo tricíclico. 
c) Antidepressivo tricíclico, antidepressivo dopaminérgico, inibidor da 
recaptação da noradrenalina; 
d) Antidepressivo tricíclico, inibidor da recaptação de serotonina, inibidor da 
monoaminaoxidase 
e) Inibidor da recaptação de serotonina, antidepressivo tricíclico, 
antidepressivo dopaminérgico. 
 
9. Com relação ao uso de antidepressivos tricíclicos no tratamento de 
transtornos depressivos, em pacientes geriátricos, é correto afirmar: 
I. Deve se dar atenção especial para o agravamento do prostatismo, que 
poderá, como o agravamento, chegar ao desenvolvimento de retenção 
urinária. 
II. O principal efeito cardiovascular é a hipotensão postural que, em idosos, 
está relacionado ao aumento do número de quedas, com risco 
aumentado para traumatismo de crânio e fraturas. 
III. Os antidepressivos tricíclicos podem provocar arritmia em pacientes com 
bloquei de ramo de primeiro grau. 
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IV. Em pacientes idosos, em virtude da farmacocinética (absorção e 
metabolização mais lentas, redução da taxa de eliminação), deve-se 
usar doses maiores dos tricíclicos, para que ocorram efeitos 
terapêuticos. 
Correto está apenas em: 
a) II e III 
b) I e IV 
c) IV, I, II 
d) I, II, III 
 
10. Quanto aos antidepressivos tricíclicos marque a incorreta: 
 
a) Como os metabólitos dos ACTs são ativos terapeuticamente as 
diferenças individuais de metabolização fazem com que as doses 
equivalentes prescritas resultem, frequentemente, em níveis plasmáticos 
discrepantes de pessoa para pessoa. 
b) Os ACTs são potentes anticolinérgicos e por isso muitos de seus efeitos 
colaterais são explicados. 
c) Os ACTs são comumente associados a iMAO nos casos de depressão 
familiar com forte componente genético. 
d) Os ACTs podem provocar, principalmente no início do tratamento, um 
aumento da frequência cardíaca, mas as taquicardias são de ocorrência 
rara. 
 
11. São efeitos colaterais dos ATCs: 
a) Ganho de peso e hipertensão 
b) Aumento de peso e anúria 
c) Sedação e retenção urinária 
d) Problemas cardíacos e priapismo. 
 
12. Explique como ocorre e quais o sintomas da interação entre iMAO e 
alimentos contendo tiramina. 
 
13. Entre as drogas mais consumidas estão os antidepressivos, cujo 
consumo triplicou nas últimas décadas. Sobre essa classe de medicamentos é 
incorreto afirmar: 
 
a) ACTs como amitriptilina agem inibindo a captura de aminas pelos 
terminais nervosos competindo com o sítio ligante nas proteínas 
transportadoras. 
b) A fluoxetina também utilizada para ansiedade, TOC e bulimia age 
inibindo a captura de serotonina nos terminais nervosos. 
c) A bupropiona determina bloqueio de captação da dopamina, por isso 
usado anualmente no tratamento de tabagismo. 
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d) iMaos como moclobemida atuam na degradação de serotonina e 
noradrenalina, por ser seletiva para MAOA está menos implicado nos 
casos de interação com alimentos. 
e) Todos esses medicamentos têm um início de ação retardado, podendo 
demorar de 15-30 dias para o início de sintomas antidepressivos. 
 
14. Porque a troca de iMAO por outra classe de antidepressivo deve 
acontecer após um intervalo de aproximadamente 3 semanas ? 
 
GABARITO: 
1)V,F,V,V,F 8)D 
2)B e C 9)D 
3)C 10)C 
4)D 11)C 
5)B 13)E 
7)C 
6) “A luz dos receptores 5HT1A E 5HT2A e tomando os ISCSs como exemplo 
esta ação tardia pode ser explicada. Ainda que esta inibição seja imediata, 
espera-se um dessensibilização de de autorreceptores 5HT2A nos terminais 
axonais e dos 5HT1A somatodendríticos. Dada esta dessensibilização, os 
efeitos antidepressivos surtirão efeito.” 
12) Esses fármacos inibem a MAO no fígado e intestino (que catalisam 
desaminaçõesoxidativas e substância tóxicas), como a tiramina. MAO 
promove a inativação da tiramina, mas quando há o uso do iMAO ela não é 
degradada e promove a liberação de grande quantidade de catecolaminas 
armazenadas nos terminais nervosos, resultando em cefaleia, rispidez de 
pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmia cardíacas, convulsões 
14) O iMAO precisa de um período para eliminação, de duas semanas no 
mínimo, antes de outro tipo de fármaco ser administrado. 
4. FÁRMACOS NEUROLÉPTICOS 
 
Os fármacos antipsicóticos ou neurolépticos ou tranquilizantes maiores são 
usados para tratar as psicoses (perda de contato com a realidade) e 
esquizofrenia, também para tratar outros transtornos psicóticos. Todos os 
fármacos que aliviam os sintomas da esquizofrenia diminuem a 
neurotransmissão dopaminérgica e/ou serotoninérgica. 
A esquizofrenia é a principal síndrome psicótica tratada por esses 
fármacos. Caracteriza-se pela perda de contado com a realidade, deterioração 
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no nível de funcionamento da vida diária e desintegração (transtorno de 
pensamento e sentimento). 
É importante distinguir os sintomas da esquizofrenia em sintomas positivos, 
aqueles relacionados com a excitabilidade, e em sintomas negativos, aqueles 
relacionados com a inibição. 
 
 
 
 
A esquizofrenia tem forte componente genético e provavelmente reflete 
alguma anormalidade bioquímica. 
 
 TEORIAS 
 
1) Neuroanatômica 
 
A esquizofrenia é causada pelo o aumento do tamanho ventricular e 
diminuição do córtex pré-frontal e hipocampo. 
 
2) Dopaminérgica 
O aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia. Teoria 
desenvolvida após observarem um aumento de densidade de receptores 
dopaminérgicos em pacientes não tratados. 
Há quatro vias dopaminérgicas. Entretanto, é importante elencar apenas 
duas: A via mesocortical, associada aos sintomas negativos, possui 
abundantes neurotransmissores do grupo D1 (D1 e D5); e a via mesolímbica, 
associada aos sintomas positivos, abundantes de neurotransmissores D2 no 
hipocampo – Esse excesso vai inibir a produção da liberação e produção de 
gaba no tálamo, que é um neurotransmissor inibitório. Dessa forma, vai um 
ocorre algo semelhante à inibição da inibição, resultando na excitação da 
atividade neuronal no tálamo. Essa excitação irá promover os sintomas 
positivos da esquizofrenia-. 
 
3) Serotoninérgica 
 
Essa teoria é importante e é aqui que os antipsicóticos atípicos irão se 
basear. Foi observado que drogas que mimetizam os sintomas da 
SINTOMAS POSITIVOS 
 
Agitação, Insônia 
Alucinações 
Delírios 
Transtorno de pensamento 
Desorganização de discurso 
Desorganização de comportamento 
SINTOMAS NEGATIVOS 
 
Afastamento do contato social 
Embotamento afetivo 
Falta de iniciativa 
Pobreza de linguagem 
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esquizofrenia como, por exemplo, o LSD, está intrinsicamente associado à 
ativação dos receptores serotoninérgicos 5HT2A. 
 
4) Glutamatérgica 
 
A teoria glutamatérgica foi desenvolvida a partir de estudos pós-morte de 
pacientes esquizofrênicos, nos quais foram observado uma diminuição da 
concentração de glutamato no córtex frontal e hipocampo. Além disso, o uso de 
fenilciclidina, um antagonista dos receptores glutamatérgicos, induz psicose 
semelhante à esquizofrenia. 
 
O mecanismo de ação dos neurolépticos é associado a bloqueio de 
dopamina e serotonina no cérebro. Todos os fármacos antigos e a maioria dos 
mais novos bloqueiam a dopamina. A eficácia clínica dos neurolépticos típicos 
(de primeira geração) é associada a sua capacidade de bloqueio de receptores 
D2 no sistema mesolímbico. É por isso que a ação dos neurolépticos é 
antagonizada por fármacos que aumentam a concentração de dopamina (ex: 
levodopa). Já os fármacos atípicos (de segunda geração) parecem exercer sua 
ação pela inibição de receptores 5HT2A. Entretanto, há bloqueio de outros 
receptores como de histamina, α-adrenérgicos e muscarínicos. 
Os neurolépticos não deprimem o SNC e a incoordenção motora é 
mínima. Após administração oral, apresentam absorção variável não afetado 
pela alimentação. Produzem alguma tolerância, mas pouca dependência física. 
Todos neurolépticos podem baixar o limiar às convulsões. 
 
 ANTIPSICÓTICOS DE 1ª GERAÇÃO 
 
São divididos principalmente em três classes: fenotiazínicos (alifáticos – 
clorpromazina e levomeprazina – e piperidínicos – tioridazina e pipotiazina), 
tioxantenos (zuclopentixol) e butirofenonas. 
É importante saber que os fármacos de primeira geração bloqueiam as 
quatro vias dopaminérgicas, isso irá determinar seu uso clínico e seus efeitos 
adversos: 
 Da via nigroestriatal: aumentará a produção de acetilcolina controlada pela 
dopamina, o que resultará no efeito extrapiramidal (transtorno de 
movimentos). 
 Da via mesolímbica: O bloqueio dos receptores D2 causam melhoras nos 
sintomas positivos da esquizofrenia. 
 Da via mesocortical: O bloqueio do grupo D1 provoca diminuição da 
estimulação da região pré-frontal, fato que agrava os sintomas negativos. 
 Da via túbero-infundibular: Resulta no aumento de prolactina, 
desencadeando ginecomastia e amenorreia. 
 
Desse modo, são benéficos para o tratamento dos sintomas positivos da 
esquizofrenia. Os efeitos extrapiramidais são: distonia, sintomas do Parkinson, 
intranquilidade motora. Com o tratamento crônico, em longo prazo, há 
discinesia tardia, resultado do “up regulation” do número de receptores de 
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dopamina, às vezes irreversível e persiste mesmo após suspensão do 
tratamento. Os efeitos extrapiramidais são minimizados com a administração 
de anticolinérgico (benztropina) e podem ocorrer dentro de poucas horas até 
dias de tratamento. Os sintomas do tipo Parkinson, de bradicinesia, rigidez e 
tremores costumam ocorrer dentro de semanas a meses do início do 
tratamento. 
Principais fármacos do grupo são: clorpromazina, tioridazina e haloperidol. 
 
NOTA: A tioridazina mostram menos EEP, pois deprime a atividade colinérgica. 
Isso contrasta com o haloperidol. A clopromazina é utilizada para tratar o 
soluço intratável e contra-indicada em pacientes com distúrbios compulsivos, é 
eficaz na redução de náusea e vômito. O haloperidol é utilizado contra tiques 
da síndrome de tourette e possui pouca atividade muscarínica ou adrenérgica. 
 
Esses neurolépticos são úteis no tratamento da náusea. Contudo, 
náusea originada dos movimentos deve ser tratada com anti-histamínico e 
anticolinérgico. 
Os efeitos adversos podem ser explicados pelo bloqueio dos receptores 
M, α1 e H1: 
 Receptores muscarínicos: perda da acomodação visual, xerostomia, 
constipação e retenção urinária. 
 H1: Sedação, ganho de peso e sonolência. 
 α1: Hipotensão ortostática, redução da PA e disfunção erétil. 
 
NOTA (2): O efeito adverso mais grave é a síndrome maligna neuroléptica, que 
pode ser fatal. Caracterizada por catatonia, febre alta, alteração do estado de 
humor, instabilidade autônoma, pressão arterial instável e mioglobinemia. Está 
associada com a alta afinidade ao D2 como, por exemplo, haloperidol. O 
tratamento necessita a interrupção do neuroléptico e de tratamento de apoio. A 
administração de dantroleno e bromocriptina pode ser útil. 
 
 
 ANTIPSICÓTICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO 
 
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Bloqueiam os receptores 5HT2A e dopaminérgicos D2. Os fármacos 
atípicos têm efeitos principalmente sobre os sintomas negativos, como falta de 
afeto, anedonia, apatia e falta de atenção. São eficazes em pacientes 
resistentes ao antipsicóticos. Essa classe de fármacos também exibe menor 
incidência sofre os efeitos extrapiramidais (EPP). Assim como os antipsicóticos 
de primeira geração, possuem atividade anticolinérgica (clozapina e 
olanzapina) e anti-histamínica. Possuem eficácia comprovada no tratamento de 
sintomas psicóticos, mas sua eficácia não considerada superior. 
Principais fármacos são: clozapina, risperidona, quetiadona, aripiprazol, 
olanzapina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Richard Finkel: “Todos os neurolépticos podem baixar o limiar às 
convulsões e a clorpromazina e clozapina são contraindicados em pacientes 
com distúrbios compulsivos”. 
É recomendado o controle de glicemia e lipidemia dos pacientes que 
tomam neurolépticos atípicos, pois eles têm o potencial de aumentar essas 
variáveis laboratoriais e exarcerbar diabete melito e hiperlipidemia. 
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 QUESTIONÁRIO ANTIPSICÓTICOS 
 
1) A esquizofrenia é uma doença mental crônica, classificada como 
psicótica, em que o paciente tem dificuldade de reconhecer a realidade, de 
pensar logicamente e de se comportar normalmente em sociedade. Seu 
tratamento envolve uma combinação de tratamentos farmacológicos, 
psicológicos e sociais. A respeito dos fármacos utilizados no tratamento dessa 
enfermidade, assinale a opção correta: 
a) Todos os fármacos disponíveis atualmente são eficazes tanto para 
sintomas positivos como para os sintomas negativos da esquizofrenia. 
b) A ação antipsicótica dos fármacos utilizados no tratamento desta 
patologia é determinada pelo bloqueio dos receptores D2 da dopamina. 
c) Devido a alta potência de antipsicóticos, baixa ocupação dos receptores 
D2 é capaz de reverter os sintomas da esquizofrenia. 
d) Devido a sua ação de bloqueio imediato dos receptores D2, os efeitos 
são observados após administração de antipsicóticos. 
e) As substâncias com afinidade aos receptores 5-HT aumentam os 
sintomas observados na esquizofrenia. 
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2) Assinale a alternativa correta em relação aos antipsicóticos: 
a) São fármacos com maior potencial de dependência 
b) Podem diminuir os efeitos analgésicos e sedativos de outras drogas e do 
álcool. 
c) Os efeitos sobre as vias dopaminérgicas na região nigroestriatal estão 
implicados com efeitos motores indesejáveis. 
d) A discinesia tardia desenvolve-se após meses a anos de uso dos 
antipsicóticos e é totalmente reversível após substituição ou interrupção 
deste fármaco. 
e) São usados comumente nos transtornos de ansiedade. 
 
3) Sobre os neurolépticos não podemos afirmar: 
a) Provocam efeitos gastrointestinais como náusea, vômitos e perda de 
sono. 
b) Os atípicos apresentam menor potencial de causar sintomas 
extrapiramidais. 
c) Sua ação neuroléptica está associada ao bloqueio de receptores 
D2(dopamina) e 5-HT(serotonina) porém também podem bloquear 
receptores alfa adrenérgicos e muscarínicos do SNC. 
d) Sintomas do tipo Parkinson, bradicinesia, rigidez e tremores, costumam 
ocorrer dentro de semanas e meses do início do tratamento. 
e) Podemos baixar o limiar às convulsões sendo que os fármacos como 
clozapina e clorpromazina são contraindicados em pacientes com 
distúrbios convulsivos. 
 
4) Qual dos fármacos abaixo é um antipsicótico atípico? 
a) Clorpromomazina 
b) Haloperidol 
c) Clozapina 
d) Flufenazina 
e) Tioridazina 
 
 
5) Acerca do uso de antipsicóticos e antidepressivos, analise as seguintes 
alternativas e em seguida marque a resposta correta: 
I. O mecanismo de ação dos neurolépticos – como asfenotiazinas 
(clorpromazina) e as butirofenonas (haloperidol) no tratamento de 
quadros psicóticos, está relacionado à inibição da enzima monoamino-
oxidase. 
II. Os efeitos colaterais do uso de antipsicóticos incluem sintomas 
extrapiramidais, discinesia tardia e hiperprolactemia. 
III. A imipramina representa um protótipo da primeira geração de 
antidepressivos tricíclicos que atuam bloqueando a recaptação de 
noradrenalina ou serotonina. 
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IV. A eficácia de inibidores da monoamino-oxidase como antidepressivos 
está relacionada à sua ação de estimuladores do metabolismo de 
serotonina. 
a) Apenas as alternativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as alternativas II e III estão corretas. 
c) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. 
d) Apenas as alternativas I, II e IV estão corretas. 
e) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas. 
 
6) Além de sua utilização no tratamento de esquizofrenia, a Clorpromazina 
é eficaz: 
a) É eficaz para tratar insônia 
b) Como um anti-histamínico nas reações de hipersensibilidade 
c) Na redução de náuseas e vômito 
d) Como um agente anti-hipertensivo 
e) No tratamento de depressão 
 
7) Em relação aos antipsicóticos marque a alternativa correta: 
a) Sua ação neuroléptica está associada ao bloqueio de receptores 
D2(dopamina) e 5-HT(serotonina) porém também podem bloquear 
receptores alfa adrenérgicos e muscarínicos do SNC. 
b) Agem facilitando a inibição do GABA, o principal neurotransmissor 
inibidor do cérebro. 
c) A perda de peso associado aos antipsicóticos atípicos é variável e 
parece se estabilizar dentros dos primeiros seis meses. 
d) A risperidona é um antipsicótico convencional e causa mais efeitos 
extrapiramidais que o haloperidol. 
 
8) Com relação às drogas neurolépticas faça a diferença entre drogas 
típicas e atípicas sobre as seguintes características: 
a) Mecanismo de ação 
b) Efeitos colaterais 
c) Tipos de sintomas bloqueados 
 
9) A clorpromazina é uma fenotiazina da classe dos neurolépticos utilizado 
como antipsicótico. Sobre esta classe do fármaco assinale a alternativa correta: 
a) Seus efeitos colaterais são: vômito, induz insônia e causa hipertensão 
b) Ajuda o controle muscular do paciente antipsicótico(acatisia) 
c) São utilizados para tratar tiques, caretas e movimentos involuntários 
d) O retardo motor e a fácies em máscara (Síndrome Parkinsoniana) 
podem ocorrer 
e) Pode induzir efeitos contra piramidais, os quais podem ser irreversíveis. 
 
10) A clozapina é um neuroléptico cujo efeito colateral mais marcante é: 
a) Agranulocitose 
b) Hipoglicemia 
c) Hipercolesterolemia 
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d) Hiponatremia 
e) Acatisia 
 
11) Acatisia e distonia aguda são efeitos colaterais de: 
a) Antidepressivo tricíclico 
b) Neurolépticos 
c) Sais de lítio 
d) Benzodiazepínicos 
e) Antidepressivos bloqueadores de receptores de serotonina 
 
12) Assinale a alternativa correta em relação aos antipsicóticos 
a) Tanto os antipiscóticos de primeira geração quanto os de nova geração 
proporcionam remissão total do prejuízo cognitivo relacionado a 
esquizofrenia. 
b) Agentes de primeira geração apresentam efetividadesuperior aos 
agentes de nova geração quanto à remissão de sintomas negativos. 
c) Os antipsicóticos são antagonistas pré-sináticos de receptores 
dopaminérgicos no SNC. 
d) Os agentes de nova geração associam-se com o desenvolvimento de 
distúrbios metabólicos. 
e) Agentes de primeira geração tem eficácia inferior aos de nova geração 
em relação à remissão de sintomas positivos. 
 
13) Com relação aos antipsicóticos típicos, assinale a alternativa correta: 
a) A agranulocistose ocorre com mais frequência com a utilização de 
clorpromazina do que com a clozapina. 
b) Icterícia obstrutiva é um efeito adverso observado apenas no grupo dos 
atípicos. 
c) Provocam discinesia tardia, movimento involuntário da face e dos 
membros que aparece meses depois de tratamento. 
d) Hipertensão arterial e arritmias são observadas com ingestão de 
alimentos ricos em tiramina 
e) Provocam ações muscarínicas como diarreia, aumento de secreções, 
broncoconstrição e miose. 
 
14) Sabendo que, com a síntese de antipsicóticos, no final da década de 
1950, descobriu-se que as drogas antipsicóticas são antagonistas pós-
sinápticas da dopamina e exercem sua ações nos quatro tratos dopaminérgicos 
produzindo efeitos terapêuticos assim como os adversos, é correto afirmar que, 
no trato: 
I. Nigroestriatal os antipsicóticos provocam transtornos de movimentos. 
II. Mesolímbico os antipsicóticos provocam alívios de sintomas 
psicóticos. 
III. Mesocortical os antipisicóticos provocam o aumento dos sintomas 
negativos. 
IV. Tuberoinfundibular os antipsicóticos provocam alívio de alucinações 
e delírios. 
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O correto está apenas em: 
a) I e II 
b) III e IV 
c) I, II e IV 
d) I, II e III 
 
 
GABARITO 
 
1)B 
2)C 9)D 
3)A 10)A 
4)C 11)B 
5)B 12)D 
6)C 13)C 
7)A 14)D 
8) 
a) Mecanismo de ação dos antipsicóticos típicos e atípicos se dá 
principalmente pelo bloqueio de determinados receptores. Os típicos ou de 
primeira geração bloqueiam os receptores D2 de dopamina, principalmente. Já 
os atípicos atuam também nos receptores serotoninérgicos ou sendo agonistas 
parciais de D2 (aripripazol). 
b) Os típicos causam mais efeitos extrapiramidais que os atípicos, estando 
mais relacionados com a discinesia tardia. Vale ressaltar que a discinesia tardia 
está associado a alta afinidade dos fármacos aos receptores D2. Por exemplo, 
a discinesia tardia está bastante associada ao uso de haloperidol. Além disso 
há efeitos os típicos apresentam vários efeitos atropínicos Já os atípicos 
causam menos efeitos extrapiramidais, pois sua ação ocorre principalmente 
nos receptores 5HT2a da serotonina. Também estão menos relacionados com 
discinesia. 
c) Os típicos bloqueiam principalmente os sintomas positivos da esquizofrenia, 
uma vez que evitam a hiperestimulação dopaminérgica da via mesolímbica. Já 
os atípicos são mais eficazes nos sintomas negativos, pois são responsáveis 
por um aumento da ação dopaminérgica na via mesocortical. 
5. OPIOIDES 
Geralmente os opioides são fármacos de escolha para tratamento de dor 
(definida como uma sensação desagradável) crônica, intensa e na dor no 
câncer. É importante lembra que a dor é subjetiva, e o clínico deve se basear 
na sua percepção do paciente. Todos os fármacos dessa categoria agem 
ligando-se a receptores específicos do SNC para produzir efeitos que imitam a 
ação de neurotransmissores peptídeos endógenos. As famílias de receptores 
mais importantes são: μ, κ, δ. As propriedades analgésicas são mediadas 
principalmente pelos receptores μ, mas o κ também contribui. Esses três 
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receptores são acoplados a proteína G e inibem a adenilato ciclase. Também 
estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo pós-sináptico de K+ 
(diminuindo a resposta dos neurônios pós-sinápticos excitatórios) e reduzindo o 
influxo de Ca²+ (diminuindo a liberação de neurônios excitatórios) 
Esses receptores estão presentes: no tronco cerebral, influenciando na 
respiração, tosse, PA, no controle de secreção estomacal; no tálamo medial, 
área associada a dor profunda pouco localizada; na medula espinal, envolvidos 
na recepção e integração das informações sensoriais; no hipotálamo, afetando 
secreção neuroendócrina; no sistema límbico, provavelmente não exercem 
ação analgésica. 
Divididos em agonistas potentes, agonistas moderados, agonistas 
parciais e antagonistas. 
 AGONISTAS POTENTES 
Morfina é o principal representante. Esses fármacos apresentam uma 
alta afinidade pelo receptor μ. 
Morfina é um fármaco com absorção lenta e errática no TGI, ocorre 
biotransformação de primeira passagem no fígado. Assim, apresentam 
respostas mais confiáveis via IM, SC ou IV. Quando administrado via oral é 
para obter níveis plasmáticos mais constantes, para liberação lenta. Entra 
rapidamente nos tecidos do organismo. Somente uma pequena fração 
atravessa a barreira hematoencefálica. É conjugada no fígado com ácido 
glicurônico no fígado, o conjugado na posição 3 é muito menos ativo se 
comparado com o conjugado na posição 6. 
Exerce seus principais efeitos interagindo no SNC, no TGI e na bexiga. 
Age também nos receptores kappa, reduzindo a liberação de substância P, que 
modula a percepção da dor na medula espinhal. Também inibe a liberação de 
neurotransmissores excitatórios que levam a estímulos nociceptivos. 
Aliviam a dor elevando o limiar de dor na medula espinhal e, mais 
importante, alterando a percepção da dor no cérebro. Quando administrada em 
paciente sem dor, pode causar náusea e êmese. A morfina produz uma forte 
sensação de contentamento e bem estar causado pela desinibição do 
tegumento ventral. Possui propriedades antitussígenas. Causa pupila 
puntiforme e um aumento da estimulação parassimpática do olho. Alivia a 
diarreia e disenteria devido à diminuição da motilidade e aumento do tônus do 
músculo liso circular intestinal. Também pode aumentar a pressão no trato 
biliar devido a constrição do esfíncter biliar. Possui ações hormonais, aumenta 
a liberação do hormônio de crescimento, a secreção de prolactina e o hormônio 
antidiurético. Diminui os níveis de cortisol, testosterona, a concentração de 
hormônio luteinizante, folículo-estimulante, adrenocorticotrófico. Além disso, 
provoca a liberação de histamina por macrófagos (urticária, sudoração e 
vasodilatação). Não possuem grandes efeitos sobre PA e FC. 
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 NOTA: Prolongar o segundo trabalho de parto diminuindo a força, duração e a 
frequência de contrações uterinas. Mas não deve ser utilizada para analgesia 
durante o trabalho de parto. 
 É utilizada para analgesia e podem complementar a indução do sono 
com algum benzodiazepínico. Para tratamento de diarreia, alivio da tosse 
(codeína é mais utilizado) e para o tratamento do edema pulmonar agudo, 
aliviando a dispneia (provavelmente devido seu efeito vasodilatador) 
 Ocorre grave depressão do sistema respiratório (principal causa de 
morte por efeito adverso dos opioides), um grave efeito adverso em paciente 
com enfisema pulmonar. Outros efeitos incluem êmese, náuseas e efeitos 
hipotensivos, elevação dapressão intracraniana (sendo contraindicada em 
indivíduos com lesão cerebral grave). Na HPB pode causar retenção urinária 
aguda. Contraindicado em pacientes asmáticos, pois possui efeito 
broncoconstritor. 
Produz tolerância aos seus efeitos depressor respiratório, analgésico, 
eufórico e sedativo. Entretanto, não desenvolve (geralmente) tolerância aos 
efeitos de constrição pupilar e de constipação. A retirada desse opioide produz 
uma série de respostas autônomas, motoras e causa sintomas graves. O 
desintoxição é feita, geralmente, com clonidina, metadona e buprenorfina. 
Ações depressivas da morfina são acentuado com iMAO e pelos 
antidepressivos tricíclicos. 
Meperidina é um fármaco bem absorvido no TGI e é útil quando 
utilizado VO, mas é administrado com maior frequência via parenteral. Duração 
de ação de 2 a 4 horas e é secretado na urina. 
Utilizado contra dor aguda. Liga-se principalmente aos receptores mu e 
kappa. Causa depressão da respiração assim como a morfina, mas apresenta 
ação cardiovascular significativa quando administrado VO. Dilata os vasos 
cerebrais, aumenta a pressão do LCR e contrai a musculatura lisa (assim como 
a morfina). Não é útil no tratamento de diarreia e tosse. Produz menos efeitos 
de retenção urinária e no músculo liso uterino. 
NOTA: A meperidina não causa pupila puntiforme, mas a dilatação de pupilas. 
Pode causar tremores, espasmos musculares e, raramente, convulsões, 
devido ao acúmulo de metabólito tóxico normeperidina. Difere dos opioides 
quando administrado em grandes quantidades, causando dilatação da pupila e 
efeitos hiperativos. Pode ocorrer hipotensão grave quando utilizado no pós-
operatório. Devido seus efeitos antimuscarínicos causa xerostomia e visão 
borrada. 
NOTA: Quando associada com iMAO ode ocasionar convulsões e hipertermia. 
Quando associado com neurolépticos a depressão é muito acentuada. 
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 Metadona é um opioide sintético, eficaz por VO e causa menos euforia e 
tem ação pouco maior quando comparado com a morfina, com meia vida de 24 
horas. Acumula-se nos tecidos, é biotransformada no fígado e excretada na 
urina. 
 A suas ações são mediadas pelos receptores mu, com potência similar a 
da morfina. É bem absorvida VO, ao contrário da morforina. Aumenta a 
pressão biliar e a constipação. É utilizada como analgésico, bem como é usada 
na retirada controlada de dependentes de heroína e morfina. Causa síndrome 
de abstinência mais suave, porém mais longa. 
 Fentanila apresenta 100 vezes a potência analgésica da morfina, sendo 
utilizada na anestesia. Altamente lipofílica, apresenta rápido início de ação e 
curta duração. Geralmente aplicado via IV, mas também há uma preparação 
oral transmucosa (para pacientes com câncer com início de dor súbita) e um 
adesivo transdermal (pode levar ao óbito devido hipoventilação). São 
biotransfromados pelo sistema do citocromo P450 e eliminados na urina. 
 É utilizada para analgesia pós-operatória, durante o parto e, 
frequentemente, durante cirurgias cardíacas (devido escasso efeito sobre 
contratilidade do miocárdio). Seus efeitos adversos são similares ao agonistas 
de um. Contraindicado no tratamento de dor aguda ou na dor que pode ser 
reduzidas com outros analgésicos. Causa constrição pupilar. 
NOTA: sufentanila, anlfentanila e remifentanila são fármacos relacionados à 
fentanila, mas diferem quanto a potencia e destino metabólico. Sufentanila é 
ainda mais potente que a fentanila, mas os outros dois são menos potentes. 
 Heroína é produzida pela diacetilação da morfina, que leva a triplicação 
de sua potência. Sua maior lipossolubilidade permite penetrar barreira 
hematoencefálica mais rapidamente que a morfina. Causa euforia mais 
exagerada que morfina. Seus efeitos duram metade do tempo quando 
comparada com a morfina. 
 Oxicodona é usado no tratamento da dor moderada intensa, 
biotransformada em produtos com menores atividades analgésicas. O abuso 
de preparações de liberação lenta é associada a muitos óbitos. 
 AGONISTAS MODERADOS 
Codeína é bem absorvida VO, sua ação analgésica é devido sua 
conversão em morfina. Possui efeitos antitussígenos devidos à própria 
codeína. Ela é utilizada frequentemente em combinação com AAS ou com 
paracetamol. A codeína é bastante substituída por dextrometorfano, um 
depressor da tosse em atividade analgésica. 
Propoxifeno é um derivado da metadona, analgésico no alívio de dores 
leves e moderadas. É um analgésico mais fraco que a codeína. Utilizado com 
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frequência associado ao paracetamol para obter uma analgesia maior. É bem 
absorvido via oral e biostransformado no fígado. Pode causar náuseas, 
anorexia, constipação. Em doses tóxicas pode causar depressão respiratória, 
convulsões, alucinações, cardiotoxicidade e edema pulmonar. Quando 
associado com álcool e sedativos ocorre grave depressão do SNC. 
 AGONISTAS-ANTAGONISTAS E AGONISTAS PARCIAS 
Fármacos que estimulam um receptor e deprimem outro são 
denominados de agonistas-antagonistas. Eles dependem da exposição prévia 
a opioides e são utilizados no alívio da dor. Eles podem apresentar efeitos 
bloqueadores – isto é, produzem sintomas de abstinência. 
Pentozacina age como agonista nos receptores k e um antagonismo 
fraco nos receptores μ e δ. É empregada no alívio da dor moderada. Pode ser 
administrado via parenteral ou por via oral. Produz menos euforia se 
comparado com a morfina. Em doses elevadas provoca depressão respiratória, 
taquicardia, alucinações, pesadelos, disforias, tontura, reduzir a atividade do 
TGI, aumentam a PA, PApulmonar e pressão aórtica média. Apesar da ação 
antagonista não antagoniza a depressão respiratória causada pela morfina. 
Buprenorfina atua no receptor μ. Atua como a morfina e uma das suas 
principais indicações é na desintoxicação por ela, pois provoca sintomas de 
abstinência menores que ela. Via VO para desintoxicação e IV para alívio de 
dor moderada a intensa. Biotransformada pelo fígado e excretada na bile e na 
urina. Entre os efeitos adversos estão redução da PA, náusea, tontura e 
depressão respiratória (dificilmente revertida) 
Nalbufina e Butorfanol possuem papel limitado no tratamento de dor 
crônica. Nenhum disponível VO. A nalbufina não aumenta a PA, em contraste 
com o butorfanol. A vantagem deles é apresentar um teto para depressão 
respiratória. 
 ANTAGONISTAS 
Se ligam com alta afinidade aos receptores opioides, mas não ativam 
respostas mediadas pelo receptor. Não produz efeitos significativos em 
indivíduos normais. Revertem rapidamente os efeitos agonistas. 
Naloxona é utilizada para reverter como e a depressão respiratória da 
dose excessiva de opioides. Desloca todas as moléculas opioides ligadas ao 
receptor. Reverte o efeito da dose excessiva de heroína dentro de 30s da 
injeção IV. Antagonistas dos três receptores. Pequena reversão da analgesia. 
Nalmofeno é um antagonista parenteral, pode ser administrado via IV, 
SC ou IM, meia-vida de 8-10h. 
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Naltrexona efeitos parecidos com a naloxona e tem ações similares, 
com duração de ação mais longa. É utilizada para desintoxicação associada à 
clonidina e buprenorfina. Também é útil no tratamento de alcoolismo crônico. 
NOTA: Outro analgésico importante é tramadol, que se liga ao receptor μ, 
inibe fracamente a captação de norepinefrina e serotonina. Utilizado no manejo 
da dor moderada. Biotransformação

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