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METODOLOGIAS 
DE PESQUISA PARA 
TRABALHOS DE 
CONCLUSÃO DE CURSO
METODOLOGIAS 
DE PESQUISA PARA 
TRABALHOS DE 
CONCLUSÃO DE CURSO
© 2024 PECEGE
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de texto e imagens desta obra são dos autores
Organizadores
Ricardo Harbs
Daniela Flores
Aline Bigaton
Revisores
Mayara Ribeiro de Araujo
Rafael Toassi Crispim
Projeto Gráfico
Lucas Moreira Rocha
B592m
CDD: 001.42
Bigaton, Aline et al.
Metodologias de pesquisa para trabalhos de conclusão de curso / Aline 
Bigaton, Daniel René Tasé Velázquez, Everton Dias de Oliveira, Maria Júlia 
Xavier Belém, Mayra Oliveira Ramos. – Piracicaba: Editora PECEGE, 2024.
ISBN: 
1. Pesquisa. 2. Metodologias. 3. TCC. I. Daniel René Tasé Velázquez. II. 
Everton Dias de Oliveira. III. Maria Júlia Xavier Belém. IV. Mayra Oliveira. V. 
Título.
3
APRESENTAÇÃO
Este manual tem como objetivo apresentar definições e etapas sugeridas 
para a classificação de pesquisas de natureza aplicada, indicadas para os 
Trabalhos de Conclusão dos Cursos (TCC) de MBA da USP/ESALQ. O manual 
complementa as informações apresentadas nos vídeos sobre Aulas do TCC 
disponíveis no Sistema de TCCs. Recomenda-se aos alunos que façam uma 
leitura cuidadosa do material, assim como indica-se que sejam assistidos os 
referidos vídeos, para melhor entendimento de como classificar as pesquisas 
de cunho aplicado que são desenvolvidas como uma das atividades para 
conclusão do curso em que estiver matriculado.
Sugere-se ainda que, em caso de não compreender alguma das seções 
que comtempla este manual, o(a) aluno(a) se comunique com seu(sua) 
orientador(a) para um alinhamento, de forma que este último possa auxiliá-
lo(a) no entendimento das classificações agrupadas neste manual. No entanto, 
encoraja-se aos alunos e orientadores a buscar suporte teórico, conceitual e 
prático na literatura especializada sobre o tema, não se limitando ao conteúdo 
deste documento.
4
CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS DE NATUREZA APLICADA
1. Classificação da pesquisa: quanto aos objetivos
4. Classificação da pesquisa: quanto às técnicas e instrumentos para obtenção de 
informações e dados
 1.2. Pesquisa Descritiva
 4.2. Pesquisa Documental
 1.3. Pesquisa Explicativa
 4.3. Entrevista
2. Classificação da pesquisa: quanto à natureza dos dados
 4.4. Questionário
3. Classificação da pesquisa: quanto ao delineamento da pesquisa
 2.1. Pesquisa Quantitativa
 4.5. Observação
 3.1. Pesquisa Experimental
 2.2. Pesquisa Qualitativa
 4.6. Levantamento de Dados Secundários
 3.2. Levantamento de Campo (“Survey”) 
 3.4. Pesquisa Participante
 2.3. Pesquisa Mista (qualitativa-quantitativa)
REFERÊNCIAS
 3.3. Estudo de Caso
 3.5. Pesquisa-ação
 3.6. Diferença entre pesquisa ação e pesquisa participante
 1.1. Pesquisa Exploratória
 4.1. Pesquisa Bibliográfica
6
7
35
7
35
8
37
9
40
13
7
36
9
43
13
10
46
16
28
11
49
23
29
34
SUMÁRIO
5
PESQUISA DE NATUREZA APLICADA
Objetivos
 » Exploratória
 » Explicativa
 » Descritiva
 » Quantitativa
 » Qualitativa
 » Qualitativa-
quantitativa
 » Experimental*
 » Levantamento de 
campo (Survey)
 » Estudo de 
Caso (único ou 
múltiplos casos)
 » Pesquisa 
participante
 » Pesquisa-ação
 » Implementação 
de Algoritmo 
(curso de DSA)
 » Pesquisa 
Bibliográfica
 » Pesquisa 
Documental
 » Entrevista*
 » Questionário*
 » Observação
 » Levantamento 
de dados 
secundários
Natureza dos dados Delineamento da 
Pesquisa
Técnica e 
Instrumentos 
para obtenção de 
informações e dados
 » Aos objetivos: exploratória, explicativa e descritiva;
 » À natureza dos dados: quantitativa, qualitativa e qualitativa-quantitativa 
(mista);
 » Ao delineamento da pesquisa: Pesquisa Experimental, Levantamento de 
Campo (Survey), Estudo de Caso (único ou múltiplos casos), Pesquisa 
Participante, Pesquisa-ação, Implementação de Algoritmo de “Machine 
Learning” (específico do curso de MBA em Data Science e Analytics);
 » Às Técnicas e Instrumentos para obtenção de informações e dados: 
Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa Documental, Entrevista, Questionário, 
Observação, Levantamento de dados secundários.
Figura 1. Classificação da pesquisa 
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Gil (2017)
Nota: os delineamentos e instrumentos marcados com asterisco devem ter atenção especial para 
avaliação do escopo da pesquisa e determinação da necessidade de submissão no Comitê de Ética
CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS DE 
NATUREZA APLICADA
A classificação da pesquisa pode considerar os seguintes delineamentos (Figura 1), quanto:
6
Segundo Gil (2017), quanto aos objetivos mais gerais ou propósitos, as pesquisas podem ser 
classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas.
1.1. Pesquisa Exploratória
1.2. Pesquisa Descritiva
A pesquisa com objetivo exploratório tem como finalidade garantir ao pesquisador uma maior 
familiaridade com o problema analisado, tornando-o explícito, além de desenvolver, esclarecer e 
modificar conceitos e ideias, ou, ainda, facilitar a construção de hipóteses (Turrioni e Mello, 2012; 
Prodanov e Freitas, 2013). Em um primeiro momento, pode-se afirmar que a maioria das pesquisas 
realizadas com propósitos acadêmicos assume o caráter de pesquisa exploratória, pois inicialmente é 
pouco provável que o pesquisador tenha uma definição clara do que irá investigar.
Ao realizar uma pesquisa exploratória, torna-se possível obter maiores informações sobre o assunto 
que se pretende estudar, de maneira a proporcionar uma melhor delimitação do tema pesquisado, 
favorecendo a consolidação dos objetivos estabelecidos e da formulação das hipóteses, podendo 
até encontrar um novo tipo de enfoque para o assunto em estudo. O principal objetivo deste tipo de 
pesquisa é aprimorar as ideias ou buscar novo foco para o tema (Gil, 2010).
Os pesquisadores tendem a realizar este tipo de pesquisa especialmente quando o tema a ser estudado 
é pouco investigado ou quando o tema é bastante genérico, o qual necessita de maior explicação e 
delimitação, com uma visão aproximada acerca do assunto. Isso exige realizar revisões da literatura, 
discussões com especialistas sobre o tema e outros procedimentos adequados, obtendo assim um 
problema esclarecido e suscetível para investigação por meio de metodologias mais sistematizadas 
(Gil, 2010).
Dessa forma, nesse tipo de pesquisa a coleta de dados pode ocorrer de diversas maneiras, mas 
geralmente envolve: levantamento bibliográfico; entrevistas com especialistas, que incluem estudiosos 
sobre o tema ou pessoas que tiveram experiência prática com o assunto; e análise de exemplos 
semelhantes. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados, é possível identificar o uso de: 
pesquisas bibliográficas; estudos de caso; e levantamentos de campo (“Survey”).
Esse tipo de pesquisa busca descrever as características de determinadas populações e fenômenos 
(Gil, 2010), a fim de observar, interrogar, coletar, analisar, registrar e interpretar fatos da realidade 
estudada sem a interferência do pesquisador (Campos, 2008). Além disso, os estudos descritivos 
também podem ser elaborados com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.
Os procedimentos mais utilizados em pesquisas descritivas são levantamento de campo (“Surveys”) 
e estudos de caso. E nesses tipos de pesquisa pode-se utilizar diversas técnicas para a coleta de dados, 
destacando-se: questionários, entrevistas, observação e pesquisa documental.
Na aplicação prática, alguns tipos de pesquisas se encaixam nessa categoria, como: as pesquisas 
de opinião, as pesquisas mercadológicas, e os levantamentos socioeconômicos e psicossociais, 
explicadas com mais detalhes a seguir:
1. Classificação da pesquisa: quanto aos objetivos
7
 » Pesquisas de opinião: essas pesquisas procuram levantar por meio 
de consulta verbal ou escrita e de caráter pontual, as preferências, 
pontos de vista, compreensão sobre atitudes das pessoasimersão 
na literatura disponível acerca do problema, e estabelecer contato direto com o campo em estudo, por 
meio do reconhecimento visual do local da pesquisa, da consulta de documentos e da interação com 
os envolvidos na pesquisa.
Após a etapa exploratória é necessário formular o problema. Na pesquisa-ação os problemas 
referentes a como fazer as coisas tendem a ser privilegiados, dado que o objetivo desse tipo de pesquisa 
é solucionar problemas de caráter prático. Por exemplo, uma pesquisa cujo objetivo é investigar 
as causas que levam à falta de interesse de alunos em aprender determinada matéria, indica-se a 
associação de um problema prático: como aumentar o interesse dos alunos? Todavia, é importante 
estabelecer ao longo da pesquisa uma mediação teórico-conceitual frente aos aspectos estudados na 
prática.
Na pesquisa-ação também se privilegia, não obrigatoriamente, a construção de hipóteses que devem 
ser expressas em termos claros, de forma concisa e que possibilitem a verificação empírica. Tal etapa não 
segue o esquema tradicional de formular hipóteses e coletar dados que as comprovam ou refutam, no 
entanto, desempenham funções semelhantes. As hipóteses nesta metodologia são definidas na forma 
de suposição elaborada pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções a um problema identificado 
na pesquisa. Com os resultados da pesquisa, essas diretrizes podem ser alteradas, abandonadas ou 
substituídas. Importante reforçar que, quanto à composição textual dos trabalhos de conclusão de 
curso do MBA USP ESALQ, o problema da pesquisa e as hipóteses a serem testadas, caso o trabalho 
elabore hipóteses, devem ser apresentadas na introdução do trabalho.
A realização de seminários são reuniões que acontecem com os principais membros da equipe 
de pesquisadores e membros dos grupos interessados na pesquisa, com o objetivo de recolher as 
propostas dos participantes, e possíveis contribuições de especialistas convidados. A partir das 
discussões realizadas no seminário é que são elaboradas as diretrizes de pesquisa e de ação. Essa 
etapa pode ocorrer mais de uma vez ao longo do desenvolvimento da pesquisa.
Após delimitar o universo da pesquisa e a unidade que será analisada, é necessário determinar os 
elementos que serão pesquisados (seleção da amostra). Quando o universo de investigação apresenta 
poucas pessoas, convém que sejam pesquisados todos os elementos que estão inseridos naquela 
unidade, seja uma comunidade, empresa, escola etc. Todavia, quando a quantidade de pessoas que 
fazem parte do universo pesquisado é grande, recomenda-se selecionar uma amostra pelo critério de 
intencionalidade, onde os indivíduos são selecionados de acordo com certas características que foram 
tidas como relevantes pelos pesquisadores e participantes. 
Para a coleta de dados podem ser adotadas diversas técnicas na pesquisa-ação, como: entrevista, 
questionário e observação. A entrevista aplicada coletiva ou individualmente é a mais usual, mas 
também se utilizam os questionários quando o universo a ser pesquisado é constituído por grande 
número de elementos. 
A análise e interpretação dos dados deve ser feita de acordo com a origem dos dados coletados, 
que podem ser qualitativos ou quantitativos. Normalmente se utilizam procedimentos comuns ao 
da pesquisa clássica, que levam em consideração os seguintes passos: categorização, codificação, 
tabulação, análise estatística e generalização das informações. Para dados qualitativos, por exemplo, 
pode-se utilizar a técnica de análise de conteúdo, e para dados quantitativos, pode-se realizar análises 
estatísticas.
32
A pesquisa-ação se consolida com a construção de um plano de ações destinado a enfrentar o 
problema prático que foi investigado. Nessa etapa, além de elaborar o plano de ação, é importante 
implantá-lo, monitorá-lo e avaliá-lo. Segundo Gil (2017) um plano de ações deve contemplar: 
Por último, a redação do relatório. Essa etapa de pesquisa diz respeito à redação do documento final 
da pesquisa. Para os trabalhos de conclusão de curso do MBA USP/Esalq, deve-se seguir o manual 
de normas para elaboração de TCCs, disponibilizado para o aluno e orientador. Seguindo a estrutura: 
Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão ou Considerações finais; 
Referências; Apêndices e/ou Anexos (opcional).
Dessa forma, baseado no ciclo básico da pesquisa-ação e nas etapas para realizar o procedimento, 
para melhor entendimento, é ilustrado na Figura 9 as etapas propostas por Gil (2017) frente às etapas 
do ciclo básico de Tripp (2005).
a. quais os objetivos que se pretende atingir; 
b. a população a ser beneficiada; 
c. a natureza da relação da população com as instituições que serão 
afetadas; 
d. a identificação das medidas que podem contribuir para melhorar a 
situação; 
e. os procedimentos a serem adotados para assegurar a participação da 
população e incorporar suas sugestões; 
f. a determinação das formas de controle do processo e de avaliação de 
seus resultados. 
Figura 9. Etapas do ciclo básico da pesquisa-ação
Fonte: Adaptado de Tripp (2005) e Gil (2017)
PLANEJAR uma 
melhora na prática
 » Seleção da amostra
 » Coleta de dados
 » Análise e interpretação dos 
dados
 » Elaboração do plano de ação
 » Elaboração do plano de ação 
(monitoramento das atividades 
planejadas)
 » Avaliação do plano de ação
 » Redação do relatório
 » Fase exploratória
 » Formulação do problema
 » Construção de hipóteses
Realização dos 
Seminários
MONITORAR e 
DESCREVER os efeitos 
da ação
AGIR para implantar 
melhoria
AVALIAR os 
resultados da ação
33
Dessa forma, para planejar a melhora na prática pode-se utilizar, não obrigatoriamente todas, mas as 
etapas da fase exploratória, formulação do problema e construção de hipóteses. Para agir e implementar 
a melhoria planejada, pode–se selecionar a amostra, coletar os dados, analisá-los e, por fim, elaborar 
o plano de ação com as melhorias necessárias para acatar o problema identificado. Ao se elaborar o 
plano de ação é importante monitorar as ações de melhorias implantadas e, posteriormente, avaliar os 
resultados da ação. Por fim, Gil (2017) sugere que todas as informações sejam inseridas em relatório, 
para posterior divulgação dos resultados da pesquisa em congressos, conferências, simpósios, revistas 
acadêmicas etc. É importante reforçar que os seminários, que são as reuniões entre pesquisadores e 
participantes interessados, podem ocorrer durante todas as fases da pesquisa, no planejamento, na 
ação, no monitoramento e na avaliação.
Portanto, as etapas de condução não apresentam uma ordem cronológica e algumas delas não 
precisam ser necessariamente utilizadas, mas, de forma geral, é imprescindível que nesse tipo de 
pesquisa ocorra a identificação de um problema prático, a implantação de ações para solucionar esse 
problema e a avaliação dessa implantação. 
Uma dúvida frequente que surge ao se estudar a pesquisa participante e a pesquisa-ação é: Qual a 
diferença entre elas? De fato, tanto a pesquisa-ação quanto a pesquisa participante se caracterizam pelo 
envolvimento dos pesquisadores e dos pesquisados no processo de pesquisa. Entretanto, toda pesquisa-
ação é do tipo participante, porém, nem toda pesquisa participante é uma pesquisa-ação. Enquanto a 
pesquisa-ação supõe alguma forma de ação, que pode ser de caráter social, educativo, técnico ou outro, a 
pesquisa participante tem como propósito fundamental a emancipação das pessoas ou das comunidades 
que a realizam. Na Tabela 3 estão presentes as principais diferenças entre esses dois tipos de pesquisa.
Toda pesquisa ação é do tipo participativa
Supõe uma forma de ação planejada de caráter 
social, educacional, técnico ou outro.
O pesquisador não é pesquisado
O pesquisador tem uma ação destinada a 
resolver o problema em questão
Tudo o que é chamado de pesquisa participante 
não é pesquisa-ação;
Ações planejadas nem sempre se encontram em 
propostas de pesquisa participante 
Cada um dosenvolvidos é pesquisador e 
pesquisado ao mesmo tempo;
Aspira-se a uma comunicação o mais possível 
horizontal entre todos os participantes
O pesquisador não tem uma ação destinada a 
resolver o problema em questão
Pesquisa ação Pesquisa participante
Tabela 3. Diferenças entre pesquisa-ação e pesquisa participante
3.6. Diferença entre pesquisa ação e pesquisa participante
O pesquisador é que se apropria mais 
intensamente dos dados
Utiliza o diálogo como meio de comunicação mais 
importante no processo conjunto de estudo e 
coleta de informação
34
Para a coleta das informações e dados no decorrer da pesquisa realizada, deve-se utilizar técnicas 
e instrumentos que garantam ao pesquisador uma investigação sobre o tema em análise. Esses 
instrumentos e técnicas a serem utilizados no trabalho de conclusão de curso podem ser: Pesquisa 
Bibliográfica, Pesquisa Documental, Entrevista, Questionário, Observação e Levantamento de Dados 
Secundários; descritos com maior detalhamento a seguir.
A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico, sendo, geralmente, o 
primeiro passo de qualquer estudo a ser realizado. Praticamente, toda pesquisa acadêmica requer em 
algum momento a realização de trabalho que pode ser caracterizado como pesquisa bibliográfica ou 
revisão da literatura.
A pesquisa bibliográfica é realizada com base em material já publicado, no qual inclui material 
impresso e eletrônicos, como livros, revistas, teses, dissertações, anais de eventos científicos e outros 
textos acadêmicos. O propósito da pesquisa bibliográfica é fornecer fundamentação teórica ao trabalho, 
bem como a identificação do estágio atual do conhecimento referente ao tema. Assim, esse tipo de 
pesquisa procura explicar um problema a partir de referências já publicadas (Gil, 2017).
Para a busca de materiais a serem utilizados nesse tipo de pesquisa, é possível ter acesso online 
à produção científica mundial por meio das bases de dados. Essas bases de dados, que podem ser 
portais de acesso aberto, Portal CAPES¹ (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino 
Superior), ou outros como a Biblioteca Pecege² e Google Acadêmico³, contêm artigos publicados em 
periódicos científicos, trabalhos apresentados em congressos, relatórios de pesquisa, teses, trabalhos 
de conclusão de cursos, livros e outras fontes bibliográficas. Para o Trabalho de Conclusão de Curso 
USP/ESALQ, autores devem abster-se da utilização de informações oriundas de textos não científicos 
e de fontes que não são facilmente acessadas pelos leitores (literatura cinzenta ou “grey literature”), 
como por exemplo, blogs, sites populares, jornais e revistas não científicas e informações de slides 
e aulas (ABCD/USP, 2024). Nesse caso, autores devem utilizar das bases de dados mencionadas 
anteriormente, para fazer as buscas de fontes bibliográficas sobre o tema.
¹ https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php
² http://biblioteca.pecege.org.br/
³ https://scholar.google.com/
4. Classificação da pesquisa: quanto às técnicas e instrumentos para obtenção de 
informações e dados
4.1. Pesquisa Bibliográfica
Pesquisador deve ter um alto grau de análise, de 
moderação, de interpretação e de animação e 
dominar técnicas de dinâmicas de grupo
As metas e o desenvolvimento do projeto não são 
previamente determinados, mas que se elaborem 
com a intervenção de todos os participantes.
Fonte: Adaptado de Thiollent (2011) 
Pesquisa ação Pesquisa participante
Tabela 3. Diferenças entre pesquisa-ação e pesquisa participante
35
Para realizar a pesquisa nas bases de dados eletrônicas, a partir da escolha do tema, deve-se: 
definir as palavras-chave; fazer a busca na(s) base(s) de dados escolhida(s) com as palavras-chave 
definidas; e catalogar a pesquisa bibliográfica, extraindo as informações necessárias para a revisão. 
Resumidamente, na análise da fonte bibliográfica, o pesquisador deve: identificar as informações e 
os dados constantes do material impresso ou eletrônico; estabelecer relações das informações e dos 
dados obtidos com o problema proposto; analisar a consistência das informações e dados apresentados 
pelos autores; e fazer a redação das informações teóricas extraídas nas seções do trabalho acadêmico, 
fazendo as devidas citações das fontes (Prodanov e Freitas, 2013).
No caso do TCC USP/ESALQ, a pesquisa bibliográfica deve ser utilizada para obtenção de informações 
e dados da literatura publicada, a ser descrita nas seções de Introdução, em que o pesquisador deve 
contextualizar o assunto, estabelecendo uma relação com outros trabalhos publicados sobre o tema, 
apoiado em citações bibliográficas de fontes confiáveis. Além disso, a pesquisa bibliográfica deve ser 
realizada para coletar informações a serem utilizadas na seção de Resultados e Discussão, a fim de 
apresentar uma discussão comparativa dos resultados do trabalho realizado com aqueles existentes 
na literatura. A pesquisa bibliográfica também pode ser utilizada na seção de Material e Métodos, para 
definição de alguma metodologia ou descrição de ferramentas. Aponta-se que esse tipo de pesquisa 
garante ao pesquisador apresentar uma fundamentação teórica sobre o tema e o problema de pesquisa.
Vale ressaltar que, as metodologias Revisão Sistemática da Literatura e o Mapeamento Sistemático 
não são mais permitidas como delineamento metodológico principal para conduzir o desenvolvimento 
e elaboração dos Trabalhos de Conclusão dos Cursos. Bem como a pesquisa bibliográfica, como único 
instrumento de coleta de dados, não é permitida.
A pesquisa documental é caracterizada por utilizar como fontes de coletas de dados documentos 
escritos ou não (documentos de arquivos públicos, estatísticos (censos), gravações, fotografias etc.), 
que possam ser utilizados como fonte de informação, por meio de investigação do pesquisador: 
observação, leitura, reflexão e crítica (Prodanov e Freitas, 2013).
A pesquisa documental se difere da pesquisa bibliográfica devido às fontes de consulta utilizadas. 
Esses dois tipos de pesquisa têm o documento como objeto de investigação, mas a pesquisa documental 
é baseada em materiais que não possuem um tratamento analítico, ou seja, os dados e as informações 
coletadas não foram tratados de forma científica, podendo ser reelaborados de acordo com os objetivos 
da pesquisa; ao contrário da pesquisa bibliográfica, que utiliza das contribuições de diferentes autores 
sobre determinado assunto, como as que estão presentes em livros e artigos (Gil, 2010).
Os documentos que não possuem qualquer tratamento analítico são: documentos oficiais, de 
arquivos públicos, cartas, contratos, documentos de arquivos privados, diários, gravações, fotografias 
etc. Ainda, existem outros tipos de documentos que, de alguma forma, já foram analisados e podem ser 
utilizados na pesquisa documental, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa, tabelas e 
pesquisas estatísticas, entre outros.
Nesse tipo de pesquisa, as informações a serem coletadas que, em primeiro momento, estão 
dispersas, devem ser organizadas, discutidas e avaliadas de maneira crítica pelo pesquisador, de forma 
a atender ao objetivo de obter aspectos importantes para a construção do conhecimento científico em 
determinada área na qual está sendo analisada.
4.2. Pesquisa Documental
36
A pesquisa documental apresenta diversas vantagens quanto à sua realização: os documentos 
utilizados na pesquisa constituem uma fonte rica e estável de dados; o custo é significativamente 
baixo quando comparado com outras pesquisas, pois o que exige para realizar esse tipo de pesquisa 
é disponibilidade de tempo; e a pesquisa documental não exige contato com os sujeitos da pesquisa, 
sendo que, muitas vezes, o contato com os sujeitos é difícil, podendo ser até impossível (Gil, 2010).
As limitações da pesquisa documental estão relacionadas com a representatividade e subjetividade 
dos documentos, no qual o pesquisador deve ter atenção na seleção dosdocumentos a serem 
utilizados, de maneira que garantam a representatividade. Além disso, é importante considerar as 
diversas implicações relativas aos documentos antes de apresentar uma conclusão definitiva sobre o 
problema analisado (Gil, 2010).
Os dados documentais podem ser de natureza quantitativa e/ou qualitativa. Quando coletados 
dados dentro de uma empresa, estes podem estar presentes em manuais da organização, publicações 
do censo empresarial, relatórios internos, como relatórios de estoques, relatórios de entrada e saída 
de recursos financeiros, entre outros. Na análise dos documentos, o pesquisador deve interpretar e 
sintetizar as informações, fornecendo uma interpretação coerente sobre a teoria específica (Zanella, 
2013).
No TCC USP/ESALQ, a pesquisa documental deve ser utilizada como um instrumento de coleta de 
dados, integrada a um tipo de delineamento da pesquisa, como o estudo de caso, ou ainda combinar com 
outras técnicas e instrumentos de obtenção de informações e dados. Nesse caso, o objetivo da análise 
documental, inserida dentro de um tipo de delineamento da pesquisa, é extrair informações e dados 
necessários para apresentar no TCC uma maior coerência e uma análise crítica do tema investigado.
A realização de entrevista também é caracterizada como uma das técnicas e instrumentos para 
obtenção de informações e dados de uma determinada pesquisa. Os aspectos para construção e 
elaboração de uma entrevista se assemelha com a mesma estrutura de elaboração de questionários, 
porém se diferem pois na maioria dos casos a realização de uma entrevista permite que o pesquisador 
possa entender os aspectos com maior riqueza dos detalhes sobre os pontos a serem considerados 
mediante o problema de pesquisa e do objetivo do TCC do aluno principalmente quando a entrevista é 
conduzida com perguntas abertas (Malhotra, 2004).
É importante salientar que a decisão de utilizar entrevistas como um instrumento de coleta de dados 
cabe ao aluno discutir em conjunto com o orientador a depender do tipo de análise que se deseja fazer 
nos resultados do TCC. Os principais objetivos do entrevistador para uma boa condução da entrevista 
são traduzir a informação coletada de acordo os parâmetros definidos no objetivo do trabalho e motivar 
o entrevistado a se expressar livremente, deixando-o confortável sobre o assunto da entrevista a fim de 
coletar os dados com qualidade e que reflitam a realidade do problema.
A elaboração de entrevista(s) requer do pesquisador que ele conheça a literatura da área e do tema 
a ser entrevistado, além da definição de maneira clara e direta dos pontos gerais e específicos que se 
deseja entrevistar. O fluxo para elaboração de uma entrevista é apresentado na Figura 10.
4.3. Entrevista
37
Figura 10. Processo de elaboração de entrevistas
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
Ao observar o fluxograma apresentado (Figura 10) reflete-se sobre os seguintes pontos:
Especificar a informação que se necessita: a especificação do tipo de informação que se necessita 
deve estar diretamente alinhada entre o aluno e o orientador de acordo com a definição do problema 
de pesquisa e objetivo do TCC;
Especificar o tipo de método de entrevista: a especificação do método de condução da entrevista 
pode ser: presencial, “on-line” ou por telefone;
Determinar o conteúdo da entrevista: com relação ao conteúdo da entrevista, o aluno e o orientador 
devem avaliar em conjunto se existe a necessidade de encaminhar o projeto de pesquisa bem como o 
conteúdo das questões a serem utilizados ao comitê de ética da instituição. Devem também considerar 
a necessidade de realizar perguntas sensíveis aos entrevistados (como por exemplo como ele se sente 
ou se comporta em uma situação de conflito no ambiente de trabalho);
Planejar as questões e superar as dificuldades do processo de entrevista: a atenção neste ponto de 
elaboração da entrevista aplica-se em principalmente o condutor da entrevista se adaptar por exemplo 
as limitações de linguagem e comunicação do entrevistado;
Definir a estrutura das questões da entrevista: como mencionado no tópico de “elaboração de 
questionário” as perguntas podem ser de dois tipos sendo elas não estruturadas ou estruturadas.
Especificar a Informação que se Necessita
Especificar o Tipo de Método de Entrevista
Determinar o Conteúdo da Entrevista 
(e Questões Individuais)
Planejar as Questões e Superar as Dificuldades do 
Processo de Entrevista
Definir a Estrutura das Questões da Entrevista
Planejar a Estrutura das Questões
Organizar a Ordem das Questões
Realizar um Pré-teste
Eliminar Dificuldades Após o Pré-teste
38
 » Perguntas Estruturadas: são perguntas que já pré-estabelecem as 
respostas que podem ser fornecidas ao que está sendo ali perguntado, 
podendo ser de múltipla escolha, dicotômica ou escalonada.
 » Perguntas de Múltipla Escolha: neste formato de questão o pesquisador 
fornece quais são as possíveis respostas, e o questionado/respondente 
deve escolher uma ou mais das alternativas oferecidas.
Exemplo: Você pretende otimizar o processo de gestão da qualidade?
(a) Decididamente não;
(b) Provavelmente não;
(c) Talvez sim;
(d) Decididamente sim.
 » Pergunta Dicotômica: neste tipo de pergunta existem somente duas 
possíveis respostas (alternativas), como por exemplo: sim ou não.
Ou como outro exemplo de possibilidade de resposta: “concordo” 
ou “discordo”, sendo também considerado importante conter uma 
alternativa considerada neutra como: “não tenho opinião”, “não sei”, 
“nenhum”.
Exemplo: pretende investir no mercado imobiliário no próximo semestre?
(a) Sim;
(b) Não;
(c) Não tenho opinião;
 » Pergunta Escalonada: para este caso e tipo de pergunta, as respostas 
são apresentadas em escala ou níveis, em que o entrevistado seleciona 
apenas uma alternativa. Esse tipo de pergunta é utilizado, por exemplo, 
para identificar uma relação com o grau de satisfação ou insatisfação 
de um produto ou determinada situação.
Exemplo: pretende investir no mercado de tecnologia neste ano?
Certamente não: 1;
Provavelmente não: 2;
Indeciso: 3;
Provavelmente sim: 4;
Certamente sim: 5.
 » Perguntas Não Estruturadas: são perguntas abertas em que o 
questionado responde com suas próprias palavras. Esses tipos de 
perguntas são conhecidas também como perguntas de resposta livre: 
Qual a sua profissão, qual a sua idade, dentre outras;
Exemplo de perguntas não-estruturadas são: qual a sua profissão; qual 
a sua idade; qual ferramenta de gestão do cronograma a organização 
em que trabalha utiliza?
39
Determinar o enunciado das questões: é sempre recomendado que o enunciado das questões 
(perguntas) a serem realizadas na entrevista não apresentem nenhum segmento de tendenciosidade 
para a resposta do entrevistado;
Organizar a ordem das questões: organizar a ordem de apresentação e realização das questões 
da entrevista, que deve seguir uma sequência que se relacione com a evolução dos pontos a serem 
questionados e identificados como importantes dentro da coleta de dados, fazendo com que o 
participante da entrevista compreenda os pontos que estão sendo levantados durante a entrevista;
Realizar um pré-teste: realizar o pré-teste da entrevista é importante para que o entrevistador possa 
analisar que o que foi planejado pode ser executado sem falhas e interrupções. A literatura recomenda 
que este pré-teste seja aplicado entre 10 e 20 membros (ou mediante o que esteja alinhado com o 
orientador). 
Eliminar as dificuldades após o pré-teste: mediante os pontos observados no pré-teste como 
falhas, as melhorias devem ser realizadas dentro da estrutura de condução da(s) entrevista(s) e assim 
posteriormente realizar a(s) entrevista(s) junto ao público-alvo.
Ressalta-se que é responsabilidade do pesquisador (neste caso a relação acontece entre o aluno e 
orientador) apresentar o termo de consentimento e participação da pesquisa ao entrevistado contendo 
identificação do aluno (pesquisador) o curso que ele se encontra matriculado, os interesses eobjetivo da 
realização da entrevista e, por fim, perguntar ao entrevistado se ele concorda em participar da pesquisa. 
Exemplo de realização de entrevista: pesquisa de mercado para implantação de um novo modelo de 
negócios, criação de um novo produto etc.; entrevista para entender as dificuldades de um processo de 
gestão de aquisições, comunicação, riscos, dentre outros.
A aplicação de questionário classifica-se como uma das técnicas e instrumentos existentes para a 
obtenção de informações e coleta de dados dentro de uma pesquisa. O desenvolvimento de questionário 
se constitui como um procedimento importante no contorno do planejamento de uma pesquisa.
Basicamente o questionário se define como uma técnica consolidada como mecanismo de coleta 
de dados, contendo em seu interior uma série de questões formalizadas de maneira escrita em que o 
público-alvo será questionado (Malhotra, 2004).
Os questionários têm como foco e objetivo a partir das informações coletadas nas questões (ou seja, 
as respostas deste questionário) traduzir a informação em dados que sirvam de base para a construção 
do diagnóstico, análise e avaliação do problema de pesquisa, conhecendo assim de perto a realidade 
do problema e objeto de estudo da pesquisa. Existem três tipos de informação a serem identificadas 
quando ocorre a aplicação do questionário, sendo elas (Malhotra, 2004):
4.4. Questionário
 » Informação primária/básica: informação ela que se relaciona diretamente 
com o problema de pesquisa do TCC;
 » Informação de classificação: este tipo de informação refere-se em 
ordenar por classe os questionados, podendo ser de acordo com o seu 
perfil social, nível de escolaridade, localidade, faixa de idade, dentre 
outras informações;
 » Informação de identificação: essa é a informação que refere a 
diversidade de propósitos que o trabalho possui, questionando os pontos 
mais específicos sobre o cenário de análise e serve para identificar se o 
questionário atende a todos os pontos previstos.
40
Figura 11. Processo de elaboração de questionários
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
Sobre o fluxo de atividades apresentados na Figura 11, destacam-se os seguintes pontos:
Especificar a informação que se necessita: a partir do problema de pesquisa e do objetivo do trabalho 
alinhados entre o aluno e o orientador do trabalho;
Especificar o tipo de método do questionário: se ele será aplicado de maneira física e presencial ou 
pelo uso de algum tipo de recurso tecnológico;
Determinar o conteúdo das questões: neste ponto é fundamental elaborar as questões levando em 
consideração todos os aspectos que o trabalho visa identificar, analisar e diagnosticar posteriormente 
dentro do tópico de ‘Resultados e Discussão’ do TCC;
Planejar as questões visando superar as dificuldades no processo de coleta: neste ponto o aluno e 
o orientador devem se atentar em olhar diretamente para o público-alvo, as formas de linguagem que o 
público se encontra adaptado bem como a vivência dele no problema a ser alisado;
Definir a estrutura das questões: as questões podem ser de dois tipos sendo elas estruturadas ou 
não estruturadas.
Especificar a Informação que se Necessita
Especificar o Tipo de Método do Questionário
Determinar o Conteúdo das Questões
Planejar as Questões e Superar as Dificuldades do processo 
Captação das Respostas
Definir a Estrutura das Questões
Determinar o Enunciado das Questões
Organizar as Questões em ordem Adequada
Conduzir o Pré-teste
Eliminar Dificuldades Após o Pré-teste
O processo de elaboração de um questionário é composto por uma série de atividades, passando 
desde a especificação da informação que se necessita até a etapa de eliminar as dificuldades após 
aplicação do pré-teste. Na Figura 11 é apresentado um fluxo com a sequência dessas atividades 
(Malhotra, 2004).
41
 » Perguntas Não Estruturadas: são perguntas abertas em que o 
questionado responde com suas próprias palavras; são conhecidas 
também como perguntas de resposta livre.
Exemplo de Questão não-estruturada: qual ferramenta de reuniões “on-
line” a organização em que trabalha utiliza?
 » Perguntas Estruturadas: são questões que especificam previamente 
as respostas que podem ser dadas ao que está sendo ali perguntado, 
podendo ser de múltipla escolha, dicotômica ou escalonada.
 » Perguntas de Múltipla Escolha: neste formato de questão o pesquisador 
fornece quais são as possíveis respostas, e o questionado/respondente 
deve escolher uma ou mais das alternativas oferecidas.
Exemplo: você pretende otimizar o processo de gestão da comunicação?
(a) Decididamente não;
(b) Provavelmente não;
(c) Talvez sim;
(d) Decididamente sim.
 » Pergunta Dicotômica: neste tipo de pergunta existem somente duas 
possíveis respostas (alternativas), como por exemplo: sim ou não.
Ou como outro exemplo de possibilidade de resposta: “concordo” ou 
“discordo”, sendo também considerado importante conter uma alternativa 
considerada neutra como: “não tenho opinião”, “não sei”, “nenhum”.
Exemplo: pretende investir no mercado financeiro no próximo trimestre?
(a) Sim;
(b) Não;
(c) Não tenho opinião;
 » Pergunta Escalonada: para este caso e tipo de pergunta, as respostas são 
apresentadas em escala ou níveis, podendo-se selecionar apenas uma 
alternativa. Tendo uma relação com o grau de satisfação ou insatisfação 
de um produto ou determinada situação.
Exemplo: pretende investir no mercado imobiliário neste ano?
Certamente não: 1;
Provavelmente não: 2;
Indeciso: 3;
Provavelmente sim: 4;
Certamente sim: 5.
42
Determinar o enunciado das questões: as questões não devem conter em seu enunciado nenhum 
tipo de tendência que se reflita em algum tipo de respostas para a questão;
Organizar as questões em ordem adequada: as questões devem ser organizadas seguindo um 
encadeamento lógico dentro do conjunto de informações que se queira averiguar ou coletar.
Conduzir o pré-teste: o pré-teste da aplicação do questionário consiste em uma atividade que visa 
validar toda a construção idealizada com base no problema de pesquisa e objetivo do trabalho. 
Desta maneira deve-se inicialmente aplicar o questionário a uma quantidade de respondentes reduzida 
por volta de 10 a 20 membros (ou de acordo com o que for alinhado junto ao orientador) observando 
se os questionados conseguem entender as questões com clareza, se conseguem responder dentro do 
tempo proposto e outras dificuldades que possam existir;
Eliminar as dificuldades após aplicação do pré-teste: observando as dificuldades encontradas no 
pré-teste do questionário o aluno (pesquisador) em conjunto com o seu orientador deve trabalhar para 
sanar os pontos que causaram algum tipo de dificuldades junto ao questionado (respondente).
Finalizadas as etapas acima sobre o processo de construção do questionário é chegada a hora de 
encaminhar o questionário para toda a população/amostra selecionada, dando início à fase da coleta 
de dados. Em toda aplicação de questionário seja ela em formato físico ou por meio de recursos digitais 
eletrônicos deve-se conter o termo de consentimento por parte do respondente. Este termo deve ser 
elaborado pelo aluno e colocado na primeira página do questionário informando a identificação do 
aluno (pesquisador) e o curso em que se encontra matriculado, os interesses e objetivo da aplicação do 
questionário e, por fim, perguntar ao respondente se ele concorda em participar da pesquisa. 
É muito importante que durante todo o processo o aluno e o orientador tenham cuidado sobre o 
conteúdo das perguntas para que não contenham situações de exposição dos participantes. Cabe 
também ao aluno e ao orientador verificarem a necessidade de submissão do projeto de pesquisa e do 
questionário junto ao comitê de ética da instituição.
Exemplos para utilização de questionários: avaliar o processo de gestão da comunicação de uma 
empresa; identificação de oportunidades e melhorias em uma determinada metodologia educacional; 
avaliar o processo de gestão da qualidade de uma empresa; avaliara estratégia de “marketing” aplicada 
para a divulgação de um determinado produto bem como a sua aderência ao mercado; dentre outros.
A observação, segundo Malhotra (2019), constitui-se como uma técnica de coleta de dados em 
pesquisas descritivas e envolve o registro sistemático de padrões de comportamento de pessoas, 
objetos e eventos, a fim de obter informações sobre o fenômeno de interesse. Importante destacar que 
o observador não interroga as pessoas que estão sendo observadas, nem se comunica com elas. As 
informações podem ser registradas à medida que os eventos ocorrem ou a partir de registros de eventos 
passados. Os métodos observacionais podem ser estruturados ou não estruturados, disfarçados ou 
não disfarçados. Além disso, a observação pode ser realizada em um ambiente natural ou planejado. 
4.5. Observação
43
Observação estruturada e não estruturada: na observação estruturada, o pesquisador especifica 
detalhadamente o que será observado e como devem ser registradas as medidas. Por exemplo, no caso 
de um auditor que realiza a análise de estoques em uma loja, fica muito claro aos envolvidos como e 
quando ele vai realizar aquela atividade. Isso reduz o potencial de tendenciosidade do observador e 
reforça a confiabilidade dos dados. Já na observação não estruturada o observador monitora todos os 
aspectos do fenômeno que parecem importantes para o problema que ele está estudando. Essa forma 
de observação é adequada quando o problema ainda precisa ser formulado com precisão, tornando-se 
necessária certa flexibilidade para identificar os principais componentes do problema e para formular 
hipóteses. Na observação não estruturada, o potencial para a tendenciosidade do observador é 
elevado, por esse motivo os resultados da observação devem ser tratados como hipóteses, e não como 
resultados conclusivos. Isso faz com que a observação não estruturada seja mais adequada para as 
pesquisas exploratórias.
Observação disfarçada e não-disfarçada: com relação a diferença entre a observação disfarçada e 
a não disfarçada, na observação disfarçada, os entrevistados não sabem que estão sendo observados. 
O disfarce permite que os participantes se comportem de maneira natural, já que as pessoas tendem 
a se comportar de modo diferente quando sabem que estão sendo observadas. Na observação não 
disfarçada, os entrevistados sabem que estão sendo analisados.
Observação natural e planejada: a diferença entre a natural e planejada é que a observação natural 
envolve a observação do comportamento da maneira como ele se desenvolve em seu ambiente natural. 
Já na observação planejada, o comportamento dos entrevistados é observado em um ambiente artificial. 
A vantagem da observação natural é que o fenômeno observado reflete com mais precisão o verdadeiro 
fenômeno. As desvantagens são o custo de esperar que o fenômeno ocorra e a dificuldade de medir o 
fenômeno em um contexto natural.
Os métodos de observação podem ser classificados, segundo o modo com que eles são aplicados, e 
para isso tem-se a observação pessoal, observação mecânica, auditoria, análise de conteúdo e análise 
de rastro (Figura 12).
Figura 12. Classificação dos métodos de observação
Fonte: Adaptado de Malhotra (2019)
Observação 
Pessoal
Estratégia observacional d epesquisa em que os observadores humanos 
registram o fenômeno analisado tal como ele ocorre
Estratégia de pesquisa observacional em que dispositivos mecânicos 
registram o fenômeno que está sendo observado
O pesquisador coleta dados por meio do exame de registros físicos
Descrição objetiva, sistemática e qualitativa do conteúdo manifesto de 
uma comunicação
Abordagem em que a coleta de dados se baseia em rastros ou 
evidências fisicas d eum comportamento passado
Observação 
Mecânica
Auditoria
Análise de 
Conteúdo
Análise 
de Rastro
44
Observação pessoal: na observação pessoal, um pesquisador observa o comportamento real, 
tal como ele ocorre. O observador não procura controlar ou manipular o fenômeno que está sendo 
observado, ele simplesmente registra o que ocorre. Por exemplo, um pesquisador pode registrar 
contagens de tráfego e observar o fluxo de tráfego em uma loja de departamentos. Essas informações 
servem para planejar a disposição da loja e para determinar a localização dos departamentos, das 
prateleiras e dos mostruários de mercadorias.
Observação mecânica: na observação mecânica, dispositivos mecânicos, e não observadores 
humanos, registram o fenômeno que está sendo observado. Esses dispositivos podem exigir ou não 
a participação direta dos entrevistados, e são usados para registrar continuamente o comportamento 
real para análise posterior. Alguns exemplos incluem: portas giratórias que contam as pessoas que 
entram e saem de um edifício e contadores de tráfego instalados nas ruas que registram o número de 
veículos passando em determinados locais. Outro exemplo é o sistema de códigos de barras que, junto 
a escaneadores ópticos, possibilita a coleta de informações mecanizadas sobre as compras feitas 
pelos consumidores por categoria de produto, marca, tipo de loja, preço e quantidade. A Internet é outra 
excelente fonte para observação que podem ser feitas de várias maneiras, como: a captação do número 
de vezes que a página da Internet é visitada; o tempo gasto na página também pode ser medido etc.
Auditoria: em uma auditoria, o pesquisador coleta dados por meio do exame de registros físicos 
ou fazendo análise dos estoques. As auditorias apresentam duas características distintas. Primeiro, o 
pesquisador coleta os dados pessoalmente. Segundo os dados baseiam-se em contagens, em geral, 
de objetos físicos. Por exemplo, em empresas são realizadas auditorias para controle de estoque ou 
contagem de produtos não-conformes.
Análise de conteúdo: a análise de conteúdo é um método apropriado quando o fenômeno a ser 
observado é a comunicação, e não um comportamento ou objetos físicos. Define-se como a descrição 
objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo proveniente de uma comunicação, incluindo tanto a 
observação quanto a análise. Elaboram-se categorias analíticas para classificação das unidades, em 
que a comunicação é decomposta de acordo com regras prescritas. Por exemplo, em um projeto de 
fidelização de lojas de departamentos, pode-se usar a análise de conteúdo para analisar anúncios de 
estabelecimentos patrocinadores e concorrentes, e comparar suas imagens projetadas.
Análise de rastro: na análise de rastro, a coleta de dados baseia-se em rastros ou evidências físicas de 
um comportamento passado. Como exemplo, os registros de débito em cartões de crédito são rastros 
que permitem examinar o comportamento dos consumidores quanto ao uso desses cartões. E o ano 
de fabricação e as condições dos carros em um estacionamento servem para avaliar a prosperidade 
dos clientes.
De forma geral, a observação tem algumas vantagens, como: ela permite recolher dados no momento 
em que estão a acontecer, sem criar situações artificiais; a avaliar alguns aspectos para os quais não 
há outras técnicas; proporcionar o retorno imediato do resultado da aprendizagem; e é fácil de aplicar. 
Entretanto, é uma técnica de coleta que exige mais tempo do pesquisador. E tem como principal 
desvantagem o fato de que a presença do pesquisador pode provocar mudanças no comportamento 
dos observados, tirando a espontaneidade e gerando resultados pouco confiáveis, enviesados. 
45
Análise de dados secundários é um dos recursos e um dos procedimentos existentes na comunidade 
acadêmica para a coleta de dados, para construção das análises e consequentemente a construção 
dos resultados e discussão de um TCC.
Os dados secundários se diferenciam dos dados primários por conta de alguns aspectos: os dados 
primários por exemplo necessitam de um desprendimento maior de tempo por parte do pesquisador 
para visitação e procedimento de coleta de dados a partir de deslocamentos em campo e experimentos. 
Já os dados secundários podem ser coletados e acessadosa partir de bancos de dados em que os 
dados já passaram pelo processo primário de coleta e pelos tratamento de dados necessários. Isso 
facilita ao pesquisador ter acesso às informações e, a partir daí, construir as análises necessárias em 
seu TCC. A Figura 13 ilustra os principais tipos de banco de dados secundários (Malhotra, 2004).
4.6. Levantamento de Dados Secundários
Figura 13. Principais tipos de banco de dados secundários
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
A tomada de decisão em escolher ter como fonte do trabalho dados primários ou secundários da sua 
pesquisa, tem como etapa inicial para essa escolha os aspectos que são definidos se procede a partir 
da análise que é delimitada no recorte da pesquisa estabelecidos entre os pesquisadores (aluno e seu 
orientador de TCC). Nesse sentido, qualquer coleta de dados deve estar associada a um planejamento 
que deve ser construído em torno da problemática e objetivo do trabalho (Malhotra, 2004).
 As principais vantagens da utilização do processo de coleta de dados a partir dos dados secundários 
são: menor tempo empregado para coleta das informações, podem ser coletados para diferentes fins e 
correlações dos dados analisados, geralmente estão disponíveis de maneira “on-line”, são oriundos de 
órgãos confiáveis (Malhotra, 2004).
Os dados e informações secundárias são classificados de duas maneiras (internos e externos) e 
estão apresentados no fluxograma da Figura 14.
Tipos de Banco de Dados Secundários
Banco de Dados Bibliográficos
Banco de Dados Numéricos
Banco de Dados de Texto Completo
Banco de Dados de Anuários
Banco de Dados Para Fins Especiais
46
Figura 14. Principais tipos de banco de dados secundários
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
 » Dados internos: são os dados e informações oriundos dentro da 
empresa, instituição, escola, organização em que a pesquisa se encontra 
o processo de investigação;
 » Dados externos: são aqueles provenientes por meio de publicações em 
bases de dados, sejam eles artigos, relatórios de pesquisa, relatórios 
censitários, dados de Governos (Federal, Estadual e municipal), 
instituições sem fins lucrativos, guias, anuários, dados estatísticos, 
dados de censos, dentre outros. 
Outro ponto importante é a escolha do tipo de variável que será considerada na problemática da pesquisa 
e no objetivo do trabalho, para que as informações possam ser coletadas e discutidas posteriormente. 
Como, por exemplo, que tipo de informação quantitativa ou qualitativa será pesquisada e em qual nível 
de análise isso será feito, se é para um estudo de caso único, caso múltiplo de estudo de caso, uma 
organização, uma instituição financeira, uma escola, uma comunidade etc.
Vale destacar que todo trabalho de especialização se caracteriza pelo nível de argumentação e 
criticidade desenvolvidos a partir da coleta de dados com base em procedimentos metodológicos (sejam 
eles dados primários ou dados secundários). A depender do objetivo da pesquisa e da natureza dos 
dados, é necessário que após o encerramento da coleta de dados também esteja planejado dentro das 
ações metodológicas a construção da análise a partir de ferramentas estatísticas utilizando por exemplo: 
estatística descritiva (mínimo, máximo, média, mediana, análise de tendência, dentre outras); análise de 
correlação (positiva, negativa, nula com apresentação do gráfico de dispersão) e o teste de hipótese 
(utilizando softwares como: Excel, “R”, Phyton, outros).
Dados 
Secundários
Internos
Sem necessidade 
de Processamento
Com necessidade 
de Processamento
Banco de 
Dados 
On-line
Artigos e 
Relatórios 
Publicados
Externos
47
Principais Bancos de Dados para Coleta de dados secundários:
 » Comissão de Valores Mobiliários [CVM] – Governo Federal Brasileiro;
 » Catálogo de Bases de Dados Governo Digital do Brasil;
 » Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE];
 » Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios [PNAD];
 » Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA DATA];
 » Estatística do Agronegócio;
 » Dados Abertos do Governo Federal Brasileiro;
 » United States Census;
 » World Health Organization;
 » Dados Abertos do Governo Americano;
 » UNICEF Data;
 » Machine Learning Repository;
 » Coin Market Cap;
 » Banco Mundial.
48
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50
mbauspesalq.com
 /mbauspesalqou múltiplos casos), Pesquisa 
Participante, Pesquisa-ação, Implementação de Algoritmo de Machine Learning (para o curso de Data 
Science e Analytics).
3. Classificação da pesquisa: quanto ao delineamento da pesquisa
A pesquisa experimental consiste em realizar algum tipo de experimento, seja em laboratório ou em 
campo, a depender do escopo, envolvendo o trabalho com variáveis, que podem ser manipuladas pelo 
pesquisador (variáveis independentes), ou que sofrem a influência da manipulação do pesquisador 
(variáveis dependentes) (Zanella, 2013). Na realidade, o pesquisador manipula as variáveis 
independentes, estabelece níveis para essas variáveis, e observa qual o resultado obtido na variável(eis) 
dependente(s) (Miguel et al., 2012).
Para realizar esse tipo de pesquisa é necessária a determinação de um objeto de estudo, a seleção 
das variáveis que influenciam o objeto e a definição das formas de controle e de observação dos efeitos 
que são produzidos no objeto por meio das variáveis. Na pesquisa experimental, o pesquisador é um 
agente ativo, e não um observador passivo, sendo o responsável por estudar a relação causal entre 
duas variáveis de um sistema sob o controle das condições (Gil, 2017; Miguel et al., 2012).
É importante mencionar que o pesquisador deve analisar se o trabalho a ser realizado se enquadra 
como uma pesquisa experimental, pois existem pesquisas que são caracterizadas como quase-
experimental e pré-experimental (Gil, 2008).
Na pesquisa quase-experimental há alguns aspectos específicos que a diferencia de uma pesquisa 
experimental, como: não contemplam todas as características de um experimento, não apresenta 
distribuição aleatória dos sujeitos nem grupos de controle, ou seja, não é possível selecionar com 
aleatoriedade a população. Devido a isso, é improvável garantir que os grupos experimentais e de 
controle sejam iguais no início do estudo, o que torna a pesquisa substancialmente mais fraca que a 
pesquisa experimental, visto não ser possível controlar rigorosamente o que ocorre (Gil, 2008). Caso 
o pesquisador tenha uma população consideravelmente grande e opte em realizar uma pesquisa 
‘quase-experimental’, devem ser descritos todos os fatores que foram ou não controlados no estudo, 
esclarecendo o tipo de trabalho que realizou.
Para a categoria denominada pesquisa pré-experimental, tem-se como característica um estudo 
realizado em um único grupo em que não há uma duplicata de controle para fazer uma relação. É 
determinada como pré-teste ou pós teste de um único grupo. Esse tipo de pesquisa por ser realizado 
com um único grupo, não havendo controle anterior ao experimento e não existindo algum nível 
comparativo, apresentam fraquezas, o que faz esse tipo de delineamento de caso único ser vulnerável 
(Gil, 2008).
Para Gil (2008), o melhor exemplo de pesquisa científica é representado pelo experimento. O 
delineamento da pesquisa experimental compreende na determinação de um objeto de estudo, na 
seleção das variáveis capazes de influenciá-lo, na definição das formas de controle e da observação 
dos efeitos produzidos pela variável no objeto.
3.1. Pesquisa Experimental
13
Figura 2. Etapas do planejamento da pesquisa experimental
Fonte: Adaptado de Gil (2017)
No planejamento da pesquisa experimental, Gil (2017) sugere 9 etapas a serem seguidas, visando 
estabelecer uma sequência que ajude o pesquisador a desenvolver a pesquisa, conforme ilustra a 
Figura 2.
A primeira etapa de toda pesquisa consiste na formulação do problema. Para a pesquisa experimental 
o problema deve ser descrito de forma clara, precisa e objetiva. O problema consiste em um assunto 
ainda não resolvido e que é objeto de discussão em qualquer campo do conhecimento. O pesquisador 
deve apresentar qual é o seu objeto de estudo que será analisado e discutido ao longo do trabalho. 
Quando se analisa um problema de natureza científica, são testadas proposições mediante verificação 
empírica, ou seja, envolve variáveis suscetíveis a observação.
Na formulação do problema, deve-se: elaborar questões a serem resolvidas sobre o tema em questão; 
apresentar um problema de maneira clara e precisa; retirar subjetividades dos fatos a serem abordados; 
delimitar a metodologia necessária para investigar o problema; restringir a pesquisa, devendo ser 
objetiva e focada no tema a ser estudado; analisar os aspectos envolvidos no estudo para respeitar a 
ética na pesquisa (verificar necessidade de passar por um comitê de ética). Dentro da ética na pesquisa, 
com suporte ao conselho nacional, têm-se quatro pontos principais a serem analisados:
 » Respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia;
 » Ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos, como 
potenciais, individuais ou coletivos;
 » Garantia de que danos previsíveis serão evitados; e
 » Relevância social da pesquisa.
1
6
7
2
5
8
3
4
9
Formulação 
do problema
Determinação do 
ambiente
Coleta 
de dados
Construção 
das hipóteses
Determinação dos 
sujeitos
Análise e 
interpretação 
dos dados
Operacionalização 
das variáveis
Definição do plano 
experimental
Redação do 
relatório
14
Para a etapa de construção das hipóteses na pesquisa experimental, é importante ter a compreensão 
que esse tipo de pesquisa é caracterizado pela clareza e precisão, por isso, pode envolver uma única 
hipótese. As hipóteses na pesquisa experimental consistem, geralmente, em estabelecer relações 
causais entre variáveis pré-estabelecidas no estudo, visando correlatar os aspectos analisados.
Normalmente, usar a fórmula ‘se...então’, pode facilitar na estruturação da hipótese da pesquisa. 
Tem-se como exemplo a seguinte hipótese: ‘Se for aplicada uma metodologia de gestão de projetos 
na empresa, então sua produtividade aumenta’. Com a hipótese construída, deve-se testar por meio da 
pesquisa a ser realizada.
A operacionalização das variáveis consiste na etapa de definir claramente quais serão as operações 
a serem realizadas na pesquisa experimental, ou seja, é fundamental esclarecer as variáveis contidas 
nas hipóteses, especificar o procedimento utilizado para a coleta de dados, descrever o procedimento 
capaz de mensurar a variável e estabelecer qual critério adotado para avaliar a medida. Esse processo 
de definição operacional irá garantir que as variáveis possibilitem o esclarecimento do que será 
investigado na pesquisa.
A etapa de definição do plano experimental é necessária, pois, nesse tipo de pesquisa são manipuladas 
uma ou mais variáveis independentes, sendo que a designação dos sujeitos ocorre de forma aleatória 
em grupos experimentais. Por razão desses aspectos, pode haver a definição de diferentes maneiras 
de planos experimentais, sendo os mais utilizados: plano de uma única variável independente, plano 
fatorial e teste A/B.
O plano de uma única variável, também conhecido como ‘mão única’, consiste em manipular uma 
única variável independente. Já no plano fatorial são introduzidas mais de uma variável independente 
no experimento, simultaneamente, a fim de estudar quais são os efeitos conjuntos ou separados em 
uma variável dependente, sendo possível testar hipóteses mais complexas. 
O teste A/B consiste em um processo em que são comparadas duas versões de fenômeno/processo 
(a atual e uma ‘desafiante’, com modificações), visando determinar qual tem o melhor desempenho 
para alcançar o objetivo. Para isso, tem-se as duas versões: o grupo controle é normalmente o primeiro 
elemento ou página especificada; já o grupo experimental (variação) é a versão modificada do controle, 
visando confrontar o objeto para testar a existência de diferença significativa entre os grupos, uma vez 
que não é possível supor que a versão ‘controle’ do objetivo é 100 % perfeita.
A determinação dos sujeitos é uma etapa fundamental para efetivar o experimento. No experimento, 
tem-se uma amostra composta pelos sujeitos pesquisados, que deve ser representativa de uma 
população de sujeitos. A pesquisa visa generalizaros resultados obtidos para essa população (número 
total de elementos de uma classe). Ao planejar o experimento, deve-se determinar com precisão 
qual a população a ser estudada, podendo ser pessoas, outros tipos de organismos ou ainda objetos 
inanimados, considerando as características relevantes que definem precisamente a população.
Dentro da determinação do sujeito, é importante que haja a randomização da população, visando 
garantir que cada participante que foi selecionado na amostra tenha a mesma chance de ser alocado 
em qualquer um dos grupos. Têm-se dois tipos: a randomização simples, na qual é selecionada a 
amostra de dentro da população a partir de um sorteio, por exemplo; e a randomização pareada, em 
que a população é distribuída em pares, sendo que dentro desses pares é feito um sorteio para alocar 
um membro de cada par para cada grupo de estudo.
Na etapa de determinação do ambiente, considera-se que os sujeitos de um experimento desenvolvem 
ações em um determinado ambiente. Partindo desse ponto, o ambiente deve possibilitar as condições 
que manipulam a variável independente, além de verificar os efeitos que causam nos sujeitos do 
experimento. 
15
Conforme já mencionado, a pesquisa experimental pode ser realizada em laboratório ou em campo. 
As diferenças desses dois ambientes ocorrem principalmente no controle das variáveis, sendo que em 
laboratório há um controle maior, visto a possibilidade de preparar o ambiente de forma a maximizar 
o efeito das variáveis independentes sobre a dependente. Já no experimento em campo, o controle 
das variáveis é reduzido, considerado custoso, além de artificializar situações que seriam desejadas 
naturalmente.
Assim, é importante ter o maior controle possível sobre o ambiente em que será realizado o 
experimento, no intuito de minimizar erros e garantir que a pesquisa seja feita da forma mais adequada 
possível.
A etapa de coleta de dados na pesquisa experimental é realizada manipulando certas condições e 
observando os efeitos produzidos. Podem ser utilizadas ferramentas diversas para registrar os dados 
coletados. O pesquisador deve descrever a forma que foi realizada a coleta de dados.
A penúltima etapa consiste na análise e interpretação dos dados, que, para a pesquisa experimental, 
é utilizada a análise estatística, a qual deve ser planejada antes de iniciar o experimento. O teste da 
diferença entre as médias é o procedimento básico adotado nas pesquisas experimentais, porém 
existem outros testes estatísticos que podem ser utilizados de acordo com o escopo da pesquisa.
O pesquisador deve recorrer aos materiais específicos sobre técnicas utilizadas em testes estatísticos 
na pesquisa experimental, para que assim as análises sejam feitas de maneira adequada. Além disso, 
deve-se realizar uma interpretação dos resultados, utilizando da fundamentação teórica para discutir os 
resultados obtidos com as teorias publicadas.
Por fim, o pesquisador deve fazer a redação do relatório da pesquisa experimental. Para os trabalhos 
de conclusão dos MBAs USP/ESALQ deve-se seguir o manual de normas para elaboração de TCCs, 
disponibilizado para o aluno e para o orientador. Seguindo a estrutura: Resumo; Introdução; Material 
e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão ou Considerações finais; Referências; Apêndices e/ou 
Anexos (opcional). 
Segundo Gil (2017), pesquisas de levantamentos, dos mais diversos tipos, desenvolvem-se seguindo 
várias etapas, que, de modo geral, podem ser definidas na seguinte sequência (Figura 3). 
3.2. Levantamento de Campo (“Survey”) 
Figura 3. Etapas da pesquisa do tipo Levantamento de Campo
Fonte: Adaptado de Gil (2017)
1
8
2
7
3
6
4
5
Especificação do 
objetivo
Redação do relatório
Operacionalização 
dos conceitos e 
variáveis
Análise e 
interpretação 
dos dados
Elaboração do 
instrumento de 
coleta de dados
Coleta e verificação 
dos dados
Pré teste do 
instrumento
Seleção 
de amostra
16
Na etapa de especificação do objetivo é imprescindível definir o objetivo da pesquisa, que se refere 
a como se pretende chegar ao produto final, bem como as etapas que serão realizadas na pesquisa 
para alcançá-lo. Em algumas pesquisas que utilizam como procedimento o levantamento de campo 
objetiva-se testar hipóteses. A hipótese é uma proposição da solução de um problema, e que precisa 
ser testada para verificar se será ou não aceita como solução, sendo que nesse tipo de procedimento 
as hipóteses a serem testadas devem indicar apenas a existência de associação entre variáveis. Para 
analisar uma relação causal entre variáveis é necessário utilizar um delineamento de tipo experimental 
ou quase experimental.
Operacionalização dos conceitos e variáveis: alguns conceitos e variáveis utilizados em pesquisas 
de levantamento podem ser facilmente observáveis e mensuráveis, como exemplos pode-se citar idade, 
nível de escolaridade, renda familiar etc. Entretanto, algumas variáveis não são passíveis de observação 
imediata e nem de mensuração, sendo necessário operacionalizá-las para torná-las menos abstratas. 
Para isso é importante, primeiramente, definir o conceito ou variável investigada teoricamente e, caso 
sejam muito complexos, faz-se necessário delimitar as dimensões deles. Por exemplo, não é possível 
medir ou determinar por apenas um fator o “status social” de alguém, que seria a posição que uma pessoa 
ocupa na sociedade. Essa variável envolve diversas dimensões, como: a econômica, a educacional e a 
de prestígio ocupacional, o que a torna bastante complexa. Entretanto, as três dimensões que compõem 
a variável “status social” podem ser medidas por indicadores bastante concretos, como: renda mensal, 
grau educacional e ocupação profissional. É a partir da medida dessas três dimensões que se faz 
possível determinar a medição de “status social”.
Na elaboração do instrumento de coleta de dados comumente se utilizam o questionário e/ou a 
entrevista como técnicas para coleta de dados, com vários pontos de semelhança entre si. A diferença 
entre essas e demais técnicas de coleta de dados são expostas no Tópico 4 (Técnicas e Instrumentos 
para Obtenção de Informações e Dados) desse material.
Após redigir as perguntas contidas no questionário ou no roteiro da entrevista é necessário submeter 
o instrumento a um pré-teste. Essa tarefa acaba passando despercebida por muitos pesquisadores, 
entretanto, somente a partir dela é que tais instrumentos estão validados para o levantamento.
Essa etapa corresponde à avaliação do instrumento em si, identificando tudo o que puder implicar 
na inadequação do instrumento para coleta de dados, a fim de garantir que meça exatamente o que se 
pretende medir. Dessa forma, a fase de pré-teste não visa a captação de resultados. 
Independente do instrumento, o primeiro passo nessa etapa consiste em selecionar indivíduos 
pertencentes ao grupo que se pretende estudar. Gil (2017) recomenda que o número de respondentes 
do pré-teste pode ser bastante restrito: entre 10 e 20 indivíduos, independentemente da quantidade de 
elementos que compõem a amostra a ser pesquisada. 
Se o instrumento escolhido for o questionário, este deverá ser entregue aos indivíduos selecionados 
para que o respondam. É necessário realizar a contagem do tempo despendido para responder 
às perguntas e, posteriormente, deve-se analisar o questionário. Para isso, os respondentes são 
entrevistados, a fim de conferir se todas as perguntas foram respondidas adequadamente, se houve 
dificuldade no entendimento das questões, ou se as respostas correspondentes às perguntas abertas 
são passíveis de categorização e de análise, por exemplo. 
Quando o procedimento escolhido é a entrevista, selecionam-se os indivíduos para responder às 
questões propostas. Posteriormente, são solicitadas informações aos entrevistados acerca das 
dificuldades encontradas para responder às perguntas do instrumento, se as perguntas provocaram 
constrangimento, quais termos ficaram confusos etc.
17
Os aspectos maisimportantes a serem considerados no pré-teste, segundo Gil (2017), podem ser 
assim discriminados:
1. Buscar clareza e precisão dos termos, visto que os termos adequados 
são os que não necessitam de explicação;
2. Reduzir a quantidade de perguntas caso os entrevistados apresentarem 
cansaço ou impaciência no momento de responder o questionário;
3. Fazer uma mesma pergunta sob duas formas diferentes, com o objetivo 
de sondar a reação dos pesquisados a cada uma delas;
4. Identificar qual a melhor ordem das perguntas, visto o possível contágio 
que uma pergunta exerce sobre outra.
Seleção da amostra: normalmente em pesquisas de levantamento o universo investigado apresenta 
uma grande quantidade de elementos, tornando impossível considerá-los em totalidade. Por esse motivo, 
pesquisadores fazem uso da amostragem, que consiste em obter informações de apenas uma parte 
de um grande grupo ou população, a fim de inferir sobre toda a população. O objetivo da amostragem 
é, portanto, obter uma amostra que represente a população e reproduza o mais próximo possível as 
características importantes da população em estudo. Entretanto, para que os resultados obtidos por 
meio de uma amostra representem a população investigada, é necessário utilizar procedimentos 
estatísticos para estabelecer a quantidade de indivíduos presentes na amostra, a fim de minimizar a 
probabilidade de que as amostras selecionadas sejam tendenciosas ou muito pequenas, podendo até 
calcular a margem de erro dos resultados obtidos. 
Segundo Malhotra (2019) o processo de elaboração da amostragem segue alguns estágios, conforme 
indicado na Figura 4. Esses estágios são extremamente relevantes para todos os aspectos da pesquisa 
a ser desenvolvida, desde a definição do problema até a análise dos resultados.
O primeiro estágio de elaboração da amostragem diz respeito à definição da população-alvo, que 
é uma coleção de elementos ou objetos que possuem as informações procuradas pelo pesquisador e 
sobre as quais devem ser feitas inferências. Para isso, é necessário definir também outros termos, que 
são: os elementos a serem entrevistados, que diz respeito ao objeto sobre o qual se deseja obter as 
informações; a unidade amostral, que é onde o elemento está contido (domicílio no qual o elemento 
reside, por exemplo); as fronteiras geográficas para a amostragem (exemplo: bairro, município, 
quarteirão, país), e; o período de tempo que está sendo considerado durante a pesquisa. 
Figura 4. Processo de elaboração da amostragem
Fonte: Adaptado de Malhotra (2019)
Definir a 
população alvo
Determinar o 
aracabouço 
amostral
Escolher a(s) 
técnica(s) de 
amostragem
Determinar o 
tamanho da 
amostra
Executar o 
processo de 
amostragem
1 2 3 4 5
18
Para exemplificar, está apresentada abaixo a definição da população alvo de um projeto de fidelização 
de clientes em uma loja de eletrodomésticos:
Posteriormente, busca-se pela definição do arcabouço amostral, que consiste em gerar uma lista 
ou conjunto de instruções para identificar a população-alvo, como lista telefônica, lista de clientes de 
uma empresa, lista de fornecedores etc. Entretanto, pode ocorrer a existência de discrepância entre a 
população definida e a presente no arcabouço amostral, por exemplo:
Frente a essas questões, é sugerido como solução redefinir a população como aquela listada 
corretamente em uma determinada área, ou levar em conta o erro do arcabouço amostral, examinando 
os entrevistados na fase de coleta de dados, perguntando a eles sua idade.
Selecionar a técnica de amostragem. Os estatísticos recomendam selecionar uma amostra 
probabilística ao fazer a amostragem a partir de uma população finita porque permite a realização de 
inferências estatísticas válidas acerca da população. Entretanto, os pesquisadores também podem 
utilizar técnicas não probabilísticas para selecionar amostras, sendo utilizada principalmente em testes 
de conceito, testes de embalagens, teste de denominação e testes de impacto de propaganda, para os 
quais geralmente não são necessárias projeções para as populações.
Com a amostragem probabilística um pesquisador pode especificar a probabilidade de um elemento 
ser incluído na amostra. Com a amostragem não probabilística, não há como estimar a probabilidade 
de um elemento estar incluído em uma amostra. Se o interesse do pesquisador está em generalizar 
os resultados derivados da amostra para a população em geral, então a amostragem probabilística é 
muito mais útil e precisa. Infelizmente, também é muito mais difícil e cara do que a amostragem não-
probabilística. As técnicas mais utilizadas de amostragem probabilísticas e não probabilística são as 
seguintes:
A amostra não probabilística consiste em coleta baseada em critérios previamente definidos. Os 
tipos dessa amostragem são: Amostragem por conveniência; Amostragem por julgamento; Amostragem 
bola de neve, descritos a seguir.
 » Elementos: chefe de família, homem ou mulher, responsável pela maior 
parte das compras em lojas de eletrodomésticos.
 » Unidades amostrais: residências
 » Extensão: área metropolitana da cidade de São Paulo
 » Período: dezembro de 2021.
 » População definida: moradores de determinado município com mais de 
18 anos;
 » Arcabouço amostral: lista telefônica do município;
 » Problemas: a lista capta apenas os elementos que possuem telefone 
fixo, excluindo as parcelas da população que não possuem. Além disso, 
não é possível verificar objetivamente a idade do entrevistado.
19
A amostragem por conveniência é uma técnica de amostragem não probabilística, em que 
elementos são incluídos na amostra sem probabilidade especificada previamente de seleção ou que 
sejam conhecidas. Por exemplo, um professor que deseja realizar uma pesquisa em uma universidade 
poderá utilizar estudantes voluntários para constituir uma amostra, simplesmente porque estes 
estão prontamente disponíveis e participarão do estudo por um custo mínimo ou nulo. Dessa forma, 
a amostragem por conveniência tem a vantagem de ser rápida, barata e conveniente. Entretanto, é 
impossível avaliar a “qualidade” da amostra em termos de sua representatividade da população, não 
sendo possível especificar a probabilidade de que qualquer elemento populacional seja selecionado 
para a amostra.
Outra técnica de amostragem não probabilística é a amostragem por julgamento. Nessa técnica 
a pessoa com mais conhecimento acerca do tema estudado seleciona elementos da população que 
considera mais representativos. Por exemplo, um repórter pode amostrar dois ou três senadores, 
julgando que estes refletem a opinião geral de todos os senadores. No entanto, assim como na 
amostragem por conveniência, é necessário ter muito cuidado ao tirar conclusões e fazer inferências a 
respeito das populações com base em amostras por julgamento. 
Na amostragem por bola de neve, escolhe-se, geralmente de forma aleatória, um grupo inicial de 
entrevistados. Após a entrevista, é solicitado que o entrevistado identifique outros elementos que 
pertencem à população-alvo de interesse e, assim, os próximos entrevistados são selecionados com 
base nessas referências, e esse processo pode ocorrer em ondas sucessivas. Importante mencionar 
que, mesmo que seja utilizada a amostragem probabilística para selecionar os primeiros entrevistados, 
a amostra final é não-probabilística. 
Os tipos de amostragem probabilística são: Amostragem aleatória simples; Amostragem sistemática; 
Amostragem estratificada; Amostragem por conglomerados, descritos a seguir.
A palavra aleatória descreve o procedimento usado para selecionar elementos (participantes, carros, 
itens de teste) a partir de uma população. Quando a amostragem aleatória é usada, cada elemento da 
população tem a mesma chance de ser selecionado (no caso da amostragem aleatória simples), ou ao 
menos uma probabilidade conhecida de ser selecionada (para a amostragem aleatória estratificada). 
Um procedimento para selecionar uma amostra aleatória simples a partir deuma população consiste 
em gerar números aleatórios e realizar um sorteio. Para isso, são utilizadas tábuas de números aleatórios 
que estão disponíveis em livros de estatística ou programas estatísticos como o Excel.
Em alguns casos, principalmente naqueles com grandes populações, é demorado selecionar uma 
amostra aleatória simples, pois é necessário procurar uma lista da população até que o elemento 
correspondente seja encontrado. Uma alternativa para a amostragem aleatória simples é a sistemática. 
Por exemplo, se for desejado um tamanho amostral igual a 100 a partir de uma população contendo 10.000 
elementos, pode-se amostrar 1 elemento para cada 10.000/100 = 100 elementos na população. Uma 
amostra aleatória para esse caso envolve selecionar aleatoriamente um dos 100 primeiros elementos 
da lista da população. A seguir, selecionam-se itens em intervalos de amplitude igual a 100, ou seja, os 
outros elementos da amostra são identificados iniciando com o primeiro elemento selecionado e, então, 
escolhendo cada centésimo elemento na sequência que aparece na lista da população. Na verdade, a 
amostra de 100 é identificada movendo-se sistematicamente por toda a população e identificando cada 
centésimo elemento após o primeiro elemento selecionado aleatoriamente. 
Na amostragem aleatória estratificada os elementos na população são, primeiramente, divididos em 
grupos chamados estratos, de modo que cada elemento na população pertence a um e somente a um 
estrato. Os estratos podem ser formados por departamento, localização, idade, tipo de indústria, por 
exemplo, e fica a critério de quem planeja a amostra. E depois que os estratos são formados, obtém-se 
uma amostra aleatória simples de cada estrato. 
20
Importante destacar que melhores resultados são obtidos quando os elementos dentro de cada 
estrato são os mais similares possíveis. Se os estratos são homogêneos, o procedimento de amostragem 
aleatória estratificada oferece resultados tão precisos quanto os da amostragem aleatória simples, 
utilizando um tamanho total amostral menor.
Na amostragem por conglomerados os elementos na população são, primeiramente, divididos em 
grupos distintos, chamados conglomerados. Cada elemento da população pertence a um e somente 
um conglomerado. Então, uma amostra aleatória dos conglomerados é obtida e todos os elementos 
dentro de cada conglomerado selecionado formam a amostra. Tende-se a obter melhores resultados 
quando os elementos dentro dos conglomerados são semelhantes. 
Esse tipo de técnica é utilizado quando se objetiva selecionar uma amostra por área, onde os 
conglomerados são quarteirões da cidade, organizações, edifícios, fazendas etc. A amostragem 
por conglomerados geralmente requer um tamanho amostral maior do que a aleatória simples ou a 
estratificada. Apesar disso, pode resultar em economia de custos em virtude do fato de que quando 
um entrevistador é enviado para um conglomerado selecionado (por exemplo, um quarteirão de uma 
cidade), muitas observações amostrais podem ser obtidas em um período relativamente curto.
Alguns fatores são considerados no momento de escolher entre a amostragem probabilística e a não 
probabilística. Na Tabela 1 são descritos os fatores que devem ser analisados nessa decisão frente às 
condições que favorecem o uso de ambas as amostragens.
Fatores
Natureza da pesquisa
Magnitude relativa dos erros amostrais e não 
amostrais
Variabilidade na população
Considerações estatísticas
Considerações operacionais (tempo e custo)
Exploratória
Erros não amostrais 
são maiores
Homogênea (baixa)
Desfavoráveis
Favoráveis
Conclusiva
Erros amostrais são 
maiores
Heterogênea (alta)
Favoráveis
Desfavoráveis
Amostragem não 
probabilística
Condições que favorecem o uso de
Amostragem 
probabilística
Tabela 1. Escolha entre amostragem probabilística e não probabilística 
Fonte: Adaptado de Malhotra (2019)
21
Após definir a(s) técnica (s) de amostragem, é necessário determinar o tamanho da amostra. A 
etapa de seleção da amostra deve ser cuidadosamente conduzida, visto que o tamanho da amostra 
determina o quão próximo os valores coletados da amostra estão dos valores da população. Se o 
tamanho da amostra for suficientemente grande, praticamente qualquer diferença populacional resultará 
em significância estatística. Por outro lado, quanto menor o tamanho da amostra, maior deve ser a 
diferença da população para se obter significância estatística. Apresentado de outra forma, assumindo 
procedimentos de amostragem válidos, quanto maior o tamanho da amostra, menor é a probabilidade 
de se chegar a uma conclusão equivocada. Dessa forma, é necessário obter um número adequado de 
elementos na amostra para que os dados obtidos num levantamento sejam significativos e, para isso, 
é necessário consultar os procedimentos estatísticos existentes, que incluem diversos cálculos que 
auxiliam a estimar esse número. O livro publicado por Malhotra (2019), por exemplo, dispõe de um 
capítulo dedicado a esses procedimentos. Alguns procedimentos também podem ser observados com 
maiores detalhes no vídeo disponível no sistema TCC, referente à metodologia de Levantamento de 
Campo. 
Na execução do processo de amostragem exige-se que haja uma explicação detalhada a respeito 
das decisões envolvidas no processo de amostragem. Por exemplo, se a unidade amostral são as 
residências, é necessário esclarecer: Como os entrevistados foram selecionados dentro de uma mesma 
residência? E no caso de residências que estão desocupadas? E se apenas pessoas não-qualificadas 
para a pesquisa estivessem disponíveis? Com isso, devem ser disponibilizadas informações detalhadas 
sobre todo o processo decisório dentro da elaboração da amostragem 
Após a seleção da amostra, inicia-se a coleta de dados em si, em que é preciso garantir que os 
dados sejam coletados de forma correta, completa, clara, coerente e sem viés do pesquisador. Para 
isso, recomenda-se que o instrumento seja reaplicado para alguns elementos, a fim de verificar alguma 
discrepância. A partir daí será possível controlar deformações durante o processo, conferindo se houve 
erro no preenchimento ou na obtenção dos dados. 
Para análise dos dados é necessário desenvolver alguns procedimentos, que são: codificação das 
respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Além disso, é importante estabelecer ligação 
entre os resultados obtidos com outros já publicados na literatura, sejam eles provenientes de teorias 
ou de estudos empíricos realizados anteriormente.
Após, a etapa da redação do relatório de pesquisa diz respeito à redação do documento final da 
pesquisa. Para os trabalhos de conclusão de curso dos MBAs USP/Esalq, deve-se seguir o manual 
de normas para elaboração de TCCs, disponibilizado ao aluno e ao orientador. Seguindo a estrutura: 
Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão ou Considerações finais; 
Referências; Apêndices e/ou Anexos (opcional).
22
Os alunos que optarem pela realização de um estudo de caso deverão elaborar o TCC conceitualizando 
de forma explícita e objetiva na Introdução uma contextualização do tema; a justificativa e identificação 
do problema de pesquisa e a definição do objetivo do trabalho. 
Neste tipo de pesquisa, na seção de Material e Métodos deve-se especificar que se trata de estudo de 
caso, indicando o(s) procedimento(s) utilizado(s) para a coleta, análise, processamento e interpretação 
dos dados. Além disso, caracterizar a empresa alvo do Estudo de caso, ou seja, sem identificar 
nominalmente a empresa, sugere-se definir ramo de atividade, objeto social, porte, localização (região, 
estado ou país), serviços agregados, forma jurídica ou qualquer outro elemento que permita para fins 
de replicação ou adaptação, desenvolver trabalhos futuros. 
Na seção de Resultados e Discussão, deve-se iniciar com um levantamento breve do histórico da 
empresa (contextualização histórica da empresa, sua trajetória, mercados atendidos, tipos deprodutos 
e serviços comercializados, dentre outros). Ainda pode-se realizar uma breve descrição do mercado 
ao qual a empresa pertence (o que pode incluir a descrição da concorrência, do mercado consumidor, 
identificação de principais “players”, as linhas de produtos ou serviços e o diferencial de cada um). Logo, 
pode-se inserir uma seção dedicada ao detalhamento da situação ou do dilema (detalhar a ferramenta, 
o processo ou o projeto específico da empresa, por exemplo, que foi objeto de intervenção e discussão. 
Ou seja, descrever os fatos que levaram ao problema objeto de análise, mostrando a decisão tomada 
pela empresa – sejam resultados favoráveis ou desfavoráveis). Em seguida, devem ser apresentados os 
resultados da pesquisa de acordo com os objetivos delineados e mediante aplicação do(s) método(s) 
utilizado(s), assim como a discussão deles.
O desenvolvimento de um estudo de caso (ou a sua aplicação), tem como principal característica a 
análise aprofundada e detalhada, seja de um objeto de estudo ou de um grupo deles, visando atuar de 
maneira clara e objetiva sobre a temática do conhecimento a ser estudado. Atualmente, o estudo de caso 
é empregado na investigação de um determinado fenômeno ou comportamento no seu contexto real. 
Dessa forma, o estudo de caso pode ser utilizado para: formulação de hipóteses e teorias, explicação 
de uma determinada situação empregada em uma ação específica ou procedimento, preservação do 
caráter unitário de um determinado objeto de estudo, investigação de situações do cotidiano em que os 
limites não estão claramente definidos, explicação de variáveis causais de um determinado fenômeno 
quando não é possível realizar levantamentos e experimentos (Gil, 2017).
São necessários alguns cuidados com a delimitação e execução do estudo de caso. Deve-se ter o 
cuidado, por exemplo, de não generalizar ou extrapolar conclusões obtidas a partir de um estudo de 
caso específico (Gil, 2017).
Gil (2017), Yin (2015) e Miguel (2007) coincidem na sugestão de 7 principais ações para a condução 
de um estudo de caso conforme apresentado na Figura 5, que sintetiza o fluxo, as etapas e ações a 
serem realizadas.
3.3. Estudo de Caso
23
Figura 5. Fluxo síntese para a condução de um estudo de caso
Fonte: Adaptado de Miguel (2007)
Estruturação do problema: neste ponto inicial deve-se formular o problema de pesquisa pensando, 
principalmente, se os pontos presentes na problemática permitem a obtenção de respostas a partir da 
aplicação do método de estudo de caso. O uso deste método é recomendado, principalmente, para estudos 
com caráter descritivo ou exploratório, bem como para a explicação de determinados fenômenos. 
É neste ponto inicial que o autor do trabalho deverá refletir sobre o objetivo que pretende alcançar, bem 
como sobre as ações necessárias à estruturação do problema. É uma etapa na qual os pesquisadores devem 
delimitar, de maneira clara, as principais características do problema de pesquisa, procurando responder às 
seguintes perguntas: o que?; como?; quem?; onde?; e por que?
Estabelecimento da unidade-caso: nessa etapa o pesquisador deverá definir o(s) objeto(s) a ser(em) 
estudado(s). Não há uma regra para a seleção dos casos, no entanto, os critérios de seleção devem procurar 
reproduzir a realidade da melhor maneira possível. Existem três modalidades de estudo de caso: Intrínseco 
– é um tipo de estudo em que o próprio pesquisador concebe o objeto da pesquisa, desejando conhecer os 
componentes do estudo de maneira aprofundada, porém sem a preocupação de desenvolver, por exemplo, 
uma teoria; Instrumental – estruturado com o foco de contribuir para o conhecimento de uma determinada 
área ou redefinir um determinado problema; e Coletivo – que visa aprofundar o conhecimento sobre as 
características e informações de uma determinada população.
Estabelecimento do número de casos: o estabelecimento do número de estudos de casos para uma 
pesquisa deve se pautar pelo nível de análises que se pretende atingir e executar. A literatura estipula 
que a quantidade de 4 a 10 casos permite, por exemplo, estabelecer uma teoria para a ocorrência de um 
determinado problema. Porém, existem diversas pesquisas com apenas 1 ou 2 casos em que estuda-se, por 
exemplo, uma condição extrema ou peculiar sobre um determinado processo produtivo, ou a resolução de 
problemas em uma determinada equipe. 
Contextualização 
/ Estruturação do 
problema
Seleção dos 
instrumentos para coleta 
de dados
Coleta de dados
Interpretação dos dados
Seleção dos 
instrumentos para coleta 
de dados
Estabelecimento da 
unidade-caso
Estabelecimento do 
número de casos
Contextualização do problema/
tema a tratar no estudo de caso
Formular o problema (o que?; 
como? quem? onde?; e por que?);
Definir o objetivo a alcançar;
Delimitar as ações necessárias 
para alcançar o objetivo e 
solucionar o problema
Identificar e selecionar os intrumentos 
de coleta de dados que atendem o 
escopo do estudo de caso;
Construir protocolo para a utilização e 
aplicação dos instrumentos de coleta 
de dados.
Definir os mecanismos/estratégias para 
coleta de dados;
Criar um banco de dados com as 
informações do estudo de caso;
Manter o encadeamento das 
informações coletadas para garantir da 
confiabilidade.
Examinar a relação dos dados coletados 
após sua análise e processamento 
como a teoria e a prática;
Descrever e discutir os resultados 
(dados ou informações geradas no 
estudo de caso) com base na análise 
qualitativa e quantitativa.
Redigir o relatório de forma a 
apresentar de forma estruturada 
e organizada todo o processo de 
contextualização, desenvolvimento, 
achados, análise e discussão do 
dados/resultados obtidos no estudo 
de caso.
Definir o(s) objetivo(s) a ser(em) 
estudados(s);
Identificação e seleção da 
smodalidades de estudo de 
caso: Intrínseco; Instrumental ou 
Coletivo
Estabelecer o número de 
estudos de casos: caso único ou 
casos múltiplos;
Definir a quantidade de casos e 
suas formas de análise.
24
Seleção dos instrumentos para coleta de dados: a partir da definição da unidade-caso e da quantidade 
de casos de estudo, deve-se construir um protocolo para a utilização dos instrumentos de coleta de dados e 
a sua execução, ou seja, quais procedimentos de coleta de dados serão utilizados, se pesquisa em campo, 
estruturação de questionário etc. O protocolo de pesquisa constitui o principal elemento para a condução 
e realização de um estudo de caso, uma vez que é no protocolo que serão definidos os passos a serem 
seguidos na fase de coleta de dados e, posteriormente, na etapa de análise dos dados coletados para a 
obtenção dos resultados. Em suma, esse processo é composto por três elementos estruturantes, sendo 
eles: visão geral do estudo de caso; procedimentos e ações em campo; e questões do estudo.
Coleta de dados: constituindo o principal processo de um estudo de caso, a coleta de dados deve ser 
executada de maneira minuciosa e de acordo com o que foi estipulado no protocolo de pesquisa. Basicamente, 
existem seis procedimentos que podem ser utilizados de forma isolada ou combinada (Tabela 2).
Mecanismo de 
Coleta de dados e ou 
evidência
Análise documental
Registro de Arquivos
Exata; precisa; tem a possibilidade 
de ser revisada; contém riqueza de 
detalhes; considerada de ampla 
cobertura (mesmo em relação a 
eventos temporais e cronológicos). 
Discreto, preciso e coeso.
Pode ser vulnerável a 
tendenciosidade do profissional 
que produziu o relatório de dados; 
o documento pode não estar em 
sua versão atualizada; a depender 
do documento, o acesso integral às 
informações pode ser negado.
Pode ser considerado limitado 
em alguns casos; pode não estar 
atualizado; baixa capacidade de 
recuperação; o acesso ao conteúdo 
pode ser negado a depender do nível 
de sensibilidade das informações.
Pontos positivos Pontos negativos
Tabela 2. Tipos de mecanismos/estratégias para Coleta de dados
Entrevistas
Artefatos físicos 
Proporcionam informações 
atualizadas;são focadas 
diretamente com o escopo da 
pesquisa, fornecem inferências 
causais.
Propriedade de percepção em 
relação as atividades técnicas e 
culturais.
O entrevistado pode não ser 
abrangente nos detalhes respondidos, 
o entrevistado pode apresentar 
tendenciosidade em suas respostas.
Seletividade e disponibilidade de 
recursos a depender da empresa e 
instituição fonte da coleta de dados.
25
Observações diretas
Observação participante
Informações de acontecimentos em 
tempo real.
Informações de acontecimentos em 
tempo real.
Alta demanda de tempo a ser 
empregada para a realização das 
observações, o acontecimento/
evento pode acontecer de forma 
diferenciada.
Alta demanda de tempo a ser 
empregada para a realização das 
observações, o acontecimento/
evento pode acontecer de forma 
diferenciada.
Fonte: Adaptado de Yin (2015)
Cabe aqui enfatizar que não existe uma receita pronta e definida de qual desses mecanismos devem 
fazer parte de um estudo de caso, mas é notório nos resultados de um trabalho que quão maior for 
a gama de informações coletadas sobre um caso, suas tratativas têm maiores possibilidades de 
realizar um diagnóstico fidedigno com a realidade dos fatos e utilizar vários tipos de fonte de coleta de 
dados é um dos três princípios necessários para a coleta de dados de um estudo de caso, permitindo 
posteriormente a possibilidade de triangulação dos dados coletados.
O segundo princípio se diz respeito à criação de um banco de dados com as informações do estudo 
de caso, este princípio se refere em armazenar e organizar os dados e informações coletados ao 
longo da pesquisa, essa atividade requer poder de síntese e paciência do pesquisador, pois ao reunir 
as informações elas devem ser armazenadas em formato de planilhas eletrônicas, quadro, tabelas, 
notas, resumos e atas. Todo este cuidado e organização do pesquisador para com os dados coletados 
facilitarão posteriormente o tratamento e análise dos dados, uma vez que que ter tudo documentado 
facilita o processo de verificação das informações sempre que necessário.
Já o último princípio da fase de coleta de dados é o manter o encadeamento das informações 
coletadas, com a finalidade de proporcionar maior confiabilidade das informações coletadas e que 
posteriormente o pesquisador tenha uma base de informações que seja possível expressar em seu 
relatório, documento final ou TCC a ordem efetiva dos acontecimentos desde a sua concepção, coleta 
de dados, tratamento dos dados e construção das análises que leve a uma conclusão clara e direta dos 
fatos presentes no diagnóstico do estudo de caso.
Interpretação dos dados: a análise e interpretação dos dados coletados para o estudo de caso é a 
etapa que visa entender o problema/fenômeno pesquisado a partir da contração de informações captadas 
do(s) estudo(s) de caso(s) respeitando a integridade das respostas.
De maneira geral essa etapa examina detalhadamente todos os pontos coletados até o presente 
momento do estudo de caso e é a partir dela que os resultados e as discussões são feitos, essa é sem 
dúvida a etapa que requer maior atenção do pesquisador pois é nela que as conclusões e eventuais 
generalizações do estudo são feitas. 
Mecanismo de 
Coleta de dados e ou 
evidência
Pontos positivos Pontos negativos
Tabela 2. Tipos de mecanismos/estratégias para Coleta de dados
26
A construção da análise dos dados deve conter critérios de prioridade de informações a serem 
analisadas construindo assim um caminho analítico para as discussões que serão feitas, para facilitar 
esse processo é importante que o pesquisador tenha as suas informações organizadas não só com 
relação ao escopo temporal da coleta, mas que também contém divisões de informações como por 
exemplo: estabelecer categorias, tipos, níveis e hierarquias dos dados, tratamentos estatísticos, criação 
de matriz(es) de impacto dos dados, classificação dos dados por tabelas, quadros, dentre outros recursos.
Existem duas estratégias consideradas gerais para se analisar os dados de um estudo de caso, a primeira 
tange o campo das teorias que levaram a proposição da realização da pesquisa, resgatam o objetivo do 
trabalho e os pontos centrais do estudo. Contribuindo assim para a construção das explanações a serem 
feitas de maneira organizada.
A segunda forma ou estratégia a ser considerada para analisar os dados é a partir do desenvolvimento 
de uma visão descritiva dos acontecimentos e fatos identificados, observados e tratados ao longo do 
trabalho, porém a literatura recomenda que as análises sempre se pautem em também discutir pontos já 
difundidos em teorias consolidadas evitando que conclusões do estudo estejam foram dos parâmetros 
globais do assunto investigado durante o estudo de caso (sempre de acordo com os alinhamentos 
realizados entre os pesquisadores - aluno e orientador). Esses dois tipos de estratégias analíticas gerais 
também permitem a construção de análises em quatro outros tipos sendo eles: adequação ao padrão, 
construção da explanação, análise de séries temporais e modelos lógicos de programa.
Redação do Relatório do Estudo de Caso: a redação do relatório do estudo de caso é a última etapa 
a ser executada. Para os trabalhos de conclusão de curso do MBA USP/Esalq, deve-se seguir o manual 
de normas para elaboração de TCCs, disponibilizado para o aluno e orientador. Seguindo a estrutura: 
Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão ou Considerações finais; 
Referências; Apêndices e/ou Anexos (opcional).
No caso de a pesquisa contar com mais de um estudo de caso em sua estrutura é importante que o 
pesquisador evidencie as relações entre cada um dos casos, suas variáveis e indicadores destacando os 
pontos de convergência ou não estre esses fatores e seus respectivos cenários de comparação.
Como uma das características do estudo de caso é a possibilidade de utilização de diversos tipos 
de mecanismos de coleta de dados para a composição de sua estrutura de dados, é necessário que o 
pesquisador exerça suas habilidades de comunicação e análise dos dados para construção do diagnóstico 
do caso. Desta maneira o pesquisador deve então fazer uso dos seguintes recursos (Yin, 2015):
 » Fazer uso da imparcialidade na construção de perguntas aos 
participantes do estudo de caso;
 » Comunicar-se com as estratégias de pesquisa e com os participantes 
de maneira clara e objetiva;
 » Possuir clareza sobre a área e problema a ser pesquisado, avaliado e 
analisado dentro do estudo de caso;
 » Apurar os resultados da pesquisa e coleta de dados de maneira crítica 
e minuciosa.
27
Para a fase de análise crítica dos dados coletados e construção dos “Resultados e Discussão” 
a respeito do estudo de caso é muito importante que o pesquisador apresente suas contribuições 
de maneira categorizada, expondo os cenários por meio de tabelas (diferenciá-las entre dados de 
comportamentos contínuos ou intermitentes), fluxogramas, diagramas de blocos, apresentar a 
frequência dos acontecimentos em uma série histórica, temporal (especificando este período de 
tempo), fazer uso de ferramentas, tratamentos e métricas estatísticas, e até comparar os dados com o 
cenário pré diagnóstico e após a realização do diagnóstico (Yin, 2015).
Na construção do tópico de ‘Resultados e Discussão’ de um trabalho de conclusão de curso também 
espera-se o resgate dos pontos que se norteiam ao público alvo (empresas do setor financeiro, 
manufatura, alimentos, farmacêuticas; instituições públicas, privadas; unidades escolares de ensino 
básico, fundamental, médio ou superior; dentre outras) da condução do estudo de caso desenvolvido, 
as suas categorias de composição, e formalização dos acontecimentos (eventos ocorridos) que 
caminham para generalização das ações que definem o diagnóstico e seus dados finais.
Na conclusão o pesquisador deve novamente resgatar o objetivo geral do trabalho e escrever 
pensando nele os pontos que foram atendidos com a partir da realização do estudo dea estratégia de “marketing” aplicada 
para a divulgação de um determinado produto bem como a sua aderência ao mercado; dentre outros.
A observação, segundo Malhotra (2019), constitui-se como uma técnica de coleta de dados em 
pesquisas descritivas e envolve o registro sistemático de padrões de comportamento de pessoas, 
objetos e eventos, a fim de obter informações sobre o fenômeno de interesse. Importante destacar que 
o observador não interroga as pessoas que estão sendo observadas, nem se comunica com elas. As 
informações podem ser registradas à medida que os eventos ocorrem ou a partir de registros de eventos 
passados. Os métodos observacionais podem ser estruturados ou não estruturados, disfarçados ou 
não disfarçados. Além disso, a observação pode ser realizada em um ambiente natural ou planejado. 
4.5. Observação
43
Observação estruturada e não estruturada: na observação estruturada, o pesquisador especifica 
detalhadamente o que será observado e como devem ser registradas as medidas. Por exemplo, no caso 
de um auditor que realiza a análise de estoques em uma loja, fica muito claro aos envolvidos como e 
quando ele vai realizar aquela atividade. Isso reduz o potencial de tendenciosidade do observador e 
reforça a confiabilidade dos dados. Já na observação não estruturada o observador monitora todos os 
aspectos do fenômeno que parecem importantes para o problema que ele está estudando. Essa forma 
de observação é adequada quando o problema ainda precisa ser formulado com precisão, tornando-se 
necessária certa flexibilidade para identificar os principais componentes do problema e para formular 
hipóteses. Na observação não estruturada, o potencial para a tendenciosidade do observador é 
elevado, por esse motivo os resultados da observação devem ser tratados como hipóteses, e não como 
resultados conclusivos. Isso faz com que a observação não estruturada seja mais adequada para as 
pesquisas exploratórias.
Observação disfarçada e não-disfarçada: com relação a diferença entre a observação disfarçada e 
a não disfarçada, na observação disfarçada, os entrevistados não sabem que estão sendo observados. 
O disfarce permite que os participantes se comportem de maneira natural, já que as pessoas tendem 
a se comportar de modo diferente quando sabem que estão sendo observadas. Na observação não 
disfarçada, os entrevistados sabem que estão sendo analisados.
Observação natural e planejada: a diferença entre a natural e planejada é que a observação natural 
envolve a observação do comportamento da maneira como ele se desenvolve em seu ambiente natural. 
Já na observação planejada, o comportamento dos entrevistados é observado em um ambiente artificial. 
A vantagem da observação natural é que o fenômeno observado reflete com mais precisão o verdadeiro 
fenômeno. As desvantagens são o custo de esperar que o fenômeno ocorra e a dificuldade de medir o 
fenômeno em um contexto natural.
Os métodos de observação podem ser classificados, segundo o modo com que eles são aplicados, e 
para isso tem-se a observação pessoal, observação mecânica, auditoria, análise de conteúdo e análise 
de rastro (Figura 12).
Figura 12. Classificação dos métodos de observação
Fonte: Adaptado de Malhotra (2019)
Observação 
Pessoal
Estratégia observacional d epesquisa em que os observadores humanos 
registram o fenômeno analisado tal como ele ocorre
Estratégia de pesquisa observacional em que dispositivos mecânicos 
registram o fenômeno que está sendo observado
O pesquisador coleta dados por meio do exame de registros físicos
Descrição objetiva, sistemática e qualitativa do conteúdo manifesto de 
uma comunicação
Abordagem em que a coleta de dados se baseia em rastros ou 
evidências fisicas d eum comportamento passado
Observação 
Mecânica
Auditoria
Análise de 
Conteúdo
Análise 
de Rastro
44
Observação pessoal: na observação pessoal, um pesquisador observa o comportamento real, 
tal como ele ocorre. O observador não procura controlar ou manipular o fenômeno que está sendo 
observado, ele simplesmente registra o que ocorre. Por exemplo, um pesquisador pode registrar 
contagens de tráfego e observar o fluxo de tráfego em uma loja de departamentos. Essas informações 
servem para planejar a disposição da loja e para determinar a localização dos departamentos, das 
prateleiras e dos mostruários de mercadorias.
Observação mecânica: na observação mecânica, dispositivos mecânicos, e não observadores 
humanos, registram o fenômeno que está sendo observado. Esses dispositivos podem exigir ou não 
a participação direta dos entrevistados, e são usados para registrar continuamente o comportamento 
real para análise posterior. Alguns exemplos incluem: portas giratórias que contam as pessoas que 
entram e saem de um edifício e contadores de tráfego instalados nas ruas que registram o número de 
veículos passando em determinados locais. Outro exemplo é o sistema de códigos de barras que, junto 
a escaneadores ópticos, possibilita a coleta de informações mecanizadas sobre as compras feitas 
pelos consumidores por categoria de produto, marca, tipo de loja, preço e quantidade. A Internet é outra 
excelente fonte para observação que podem ser feitas de várias maneiras, como: a captação do número 
de vezes que a página da Internet é visitada; o tempo gasto na página também pode ser medido etc.
Auditoria: em uma auditoria, o pesquisador coleta dados por meio do exame de registros físicos 
ou fazendo análise dos estoques. As auditorias apresentam duas características distintas. Primeiro, o 
pesquisador coleta os dados pessoalmente. Segundo os dados baseiam-se em contagens, em geral, 
de objetos físicos. Por exemplo, em empresas são realizadas auditorias para controle de estoque ou 
contagem de produtos não-conformes.
Análise de conteúdo: a análise de conteúdo é um método apropriado quando o fenômeno a ser 
observado é a comunicação, e não um comportamento ou objetos físicos. Define-se como a descrição 
objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo proveniente de uma comunicação, incluindo tanto a 
observação quanto a análise. Elaboram-se categorias analíticas para classificação das unidades, em 
que a comunicação é decomposta de acordo com regras prescritas. Por exemplo, em um projeto de 
fidelização de lojas de departamentos, pode-se usar a análise de conteúdo para analisar anúncios de 
estabelecimentos patrocinadores e concorrentes, e comparar suas imagens projetadas.
Análise de rastro: na análise de rastro, a coleta de dados baseia-se em rastros ou evidências físicas de 
um comportamento passado. Como exemplo, os registros de débito em cartões de crédito são rastros 
que permitem examinar o comportamento dos consumidores quanto ao uso desses cartões. E o ano 
de fabricação e as condições dos carros em um estacionamento servem para avaliar a prosperidade 
dos clientes.
De forma geral, a observação tem algumas vantagens, como: ela permite recolher dados no momento 
em que estão a acontecer, sem criar situações artificiais; a avaliar alguns aspectos para os quais não 
há outras técnicas; proporcionar o retorno imediato do resultado da aprendizagem; e é fácil de aplicar. 
Entretanto, é uma técnica de coleta que exige mais tempo do pesquisador. E tem como principal 
desvantagem o fato de que a presença do pesquisador pode provocar mudanças no comportamento 
dos observados, tirando a espontaneidade e gerando resultados pouco confiáveis, enviesados. 
45
Análise de dados secundários é um dos recursos e um dos procedimentos existentes na comunidade 
acadêmica para a coleta de dados, para construção das análises e consequentemente a construção 
dos resultados e discussão de um TCC.
Os dados secundários se diferenciam dos dados primários por conta de alguns aspectos: os dados 
primários por exemplo necessitam de um desprendimento maior de tempo por parte do pesquisador 
para visitação e procedimento de coleta de dados a partir de deslocamentos em campo e experimentos. 
Já os dados secundários podem ser coletados e acessadosa partir de bancos de dados em que os 
dados já passaram pelo processo primário de coleta e pelos tratamento de dados necessários. Isso 
facilita ao pesquisador ter acesso às informações e, a partir daí, construir as análises necessárias em 
seu TCC. A Figura 13 ilustra os principais tipos de banco de dados secundários (Malhotra, 2004).
4.6. Levantamento de Dados Secundários
Figura 13. Principais tipos de banco de dados secundários
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
A tomada de decisão em escolher ter como fonte do trabalho dados primários ou secundários da sua 
pesquisa, tem como etapa inicial para essa escolha os aspectos que são definidos se procede a partir 
da análise que é delimitada no recorte da pesquisa estabelecidos entre os pesquisadores (aluno e seu 
orientador de TCC). Nesse sentido, qualquer coleta de dados deve estar associada a um planejamento 
que deve ser construído em torno da problemática e objetivo do trabalho (Malhotra, 2004).
 As principais vantagens da utilização do processo de coleta de dados a partir dos dados secundários 
são: menor tempo empregado para coleta das informações, podem ser coletados para diferentes fins e 
correlações dos dados analisados, geralmente estão disponíveis de maneira “on-line”, são oriundos de 
órgãos confiáveis (Malhotra, 2004).
Os dados e informações secundárias são classificados de duas maneiras (internos e externos) e 
estão apresentados no fluxograma da Figura 14.
Tipos de Banco de Dados Secundários
Banco de Dados Bibliográficos
Banco de Dados Numéricos
Banco de Dados de Texto Completo
Banco de Dados de Anuários
Banco de Dados Para Fins Especiais
46
Figura 14. Principais tipos de banco de dados secundários
Fonte: Adaptado de Malhotra (2004)
 » Dados internos: são os dados e informações oriundos dentro da 
empresa, instituição, escola, organização em que a pesquisa se encontra 
o processo de investigação;
 » Dados externos: são aqueles provenientes por meio de publicações em 
bases de dados, sejam eles artigos, relatórios de pesquisa, relatórios 
censitários, dados de Governos (Federal, Estadual e municipal), 
instituições sem fins lucrativos, guias, anuários, dados estatísticos, 
dados de censos, dentre outros. 
Outro ponto importante é a escolha do tipo de variável que será considerada na problemática da pesquisa 
e no objetivo do trabalho, para que as informações possam ser coletadas e discutidas posteriormente. 
Como, por exemplo, que tipo de informação quantitativa ou qualitativa será pesquisada e em qual nível 
de análise isso será feito, se é para um estudo de caso único, caso múltiplo de estudo de caso, uma 
organização, uma instituição financeira, uma escola, uma comunidade etc.
Vale destacar que todo trabalho de especialização se caracteriza pelo nível de argumentação e 
criticidade desenvolvidos a partir da coleta de dados com base em procedimentos metodológicos (sejam 
eles dados primários ou dados secundários). A depender do objetivo da pesquisa e da natureza dos 
dados, é necessário que após o encerramento da coleta de dados também esteja planejado dentro das 
ações metodológicas a construção da análise a partir de ferramentas estatísticas utilizando por exemplo: 
estatística descritiva (mínimo, máximo, média, mediana, análise de tendência, dentre outras); análise de 
correlação (positiva, negativa, nula com apresentação do gráfico de dispersão) e o teste de hipótese 
(utilizando softwares como: Excel, “R”, Phyton, outros).
Dados 
Secundários
Internos
Sem necessidade 
de Processamento
Com necessidade 
de Processamento
Banco de 
Dados 
On-line
Artigos e 
Relatórios 
Publicados
Externos
47
Principais Bancos de Dados para Coleta de dados secundários:
 » Comissão de Valores Mobiliários [CVM] – Governo Federal Brasileiro;
 » Catálogo de Bases de Dados Governo Digital do Brasil;
 » Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE];
 » Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios [PNAD];
 » Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA DATA];
 » Estatística do Agronegócio;
 » Dados Abertos do Governo Federal Brasileiro;
 » United States Census;
 » World Health Organization;
 » Dados Abertos do Governo Americano;
 » UNICEF Data;
 » Machine Learning Repository;
 » Coin Market Cap;
 » Banco Mundial.
48
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