Buscar

fichamento politica I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bhering, Elaine Rossetti
Política social: fundamentos e história/ Elaine Rossetti Behring,
Ivanete Boschetti. – 8.ed. – São Paulo: Cortez, 2011. – (Biblioteca básica de serviço social; v. 2)
FICHAMENTO
POLÍTICA SOCIAL:
Fundamentos e história
Capitalismo, liberalismo e origens da política social
“[...] políticas sociais, [...] se gestaram na confluência dos movimentos de ascensão do capitalismo com a revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da intervenção estatal. [...] sua generalização situa-se na passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista, em especial na sua fase tardia, após a Segunda Guerra Mundial (pós-1945). ” (Pag.47)
	
“[...] leis inglesas que se desenvolveram no período que antecedeu a Revolução 
Industrial [...]” 
“Estatuto dos trabalhadores, de 1349.
Estatuto dos Artesãos (Artífices), de 1563.
Lei dos pobres elisabetanas, que se sucederam entre 1531 e 1601.
Lei de Domicílio (Settlement Act), de 1662.
Speenhamland Act, de 1795.
Lei Revisadora das Leis dos Pobres, ou Nova Lei dos Pobres (Poor Law Amendment Act), de1834. Essas legislações estabeleciam um “código coercitivo do trabalho” [...] e seu caráter era punitivo e não protetor [...]. ” (Pag.48)
“Pode parecer exagerado atribuir a uma lei assistencial o “poder” de impedir o estabelecimento do livre mercado, mas o fato é que, enquanto as anteriores leis dos pobres induziam o trabalhador a aceitar qualquer trabalho a qualquer preço, a Lei Speenhamland, ao contrário, permitia ao trabalhador minimamente “negociar” o valor de sua força de trabalho, impondo limites (ainda que restritos) ao mercado de trabalho competitivos, impondo limites (ainda que restritos) ao mercado de trabalho competitivo que se estabelecia. [...]” (Pag.49)
“O imperativo da liberdade e competividade na compra e venda da força de trabalho fez com que o capitalismo regredisse mesmo em relação a essas formas restritivas de “proteção assistencial” à população pobre. [...]” (Pag.50)
“As relações capitalistas constituem relações de produção de valores de troca (mercadorias) para a acumulação de capital, através da expropriação da mais-valia adicionada ao valor pelo trabalho livre, condição da produção capitalista e razão pela qual se provoca a separação entre a força de trabalho e a propriedade dos meios de produção. [...]” 
“As políticas sociais e a formatação de padrões de proteção social são desdobramentos e até mesmo respostas e formas de enfrentamento – em geral setorializadas e fragmentadas – às expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cujo fundamento se encontra nas relações de exploração do capital sobre o trabalho. [...]” (Pag.51)
“Vale destacar que quando se fala em produção e reprodução das relações sociais inscritas num momento histórico, sendo a questão social uma inflexão desse processo, trata-se da produção e reprodução – movimentos inseparáveis na totalidade concreta – de condições de vida, de cultura e de produção da riqueza. ” (Pag.52)
“[...]. Se o processo de produção articula a valorização do capital ao processo de trabalho, ou seja, se o trabalho é o elemento decisivo que transfere e cria valor, então tal processo se refere, sobretudo à produção e reprodução de indivíduos, classes sociais e relações sociais: a política e a luta de classes são elementos internos à lei do valor e à compreensão da questão social. Se sua base material é a produção e o consumo de mercadorias, estamos falando também do trabalho enquanto atividade humana, repleta de subjetividade, de identidade, de costumes e vida.
“Uma interpretação da questão social como elemento constitutivo da relação entre o Serviço Social e a realidade. Tendo como mediação as estratégias de enfrentamento adotadas pelo Estado e pelas classes, o que envolve a política social como um elemento [...]” (Pag.53)
“[...] Acerca da jornada de trabalho é uma referência decisiva para interpretar a relação entre questão social e política social. [...]” (Pag.53 a 54)
“O Estado então reprimia duramente os trabalhadores, de um lado, e iniciava a regulamentação das relações de produção, por meio da legislação fabril de outro. A luta em termo a jornada de trabalho e as respostas das classes e do Estado são, portanto, as primeiras expressões contundentes da questão social, já repleta naquele de ricas e múltiplas determinações. Há o movimento dos sujeitos políticos, as classes sociais. Tem-se o ambiente cultural do liberalismo e a ênfase no mercado como via de acesso aos bens e serviços socialmente produzidos, cuja possibilidade de inserção estaria relacionada ao mérito individual. Começa a ocorrer o deslocamento do problema da desigualdade e da exploração como questão social, a ser tratada no âmbito estatal e pelo direito formal, que discute a igualdade de oportunidades, em detrimento da igualdade de condições. [...]” (Pag.55)
“[...]. Esse debate acerca da jornada de trabalho mostra a irrupção da luta de classes e da questão social, bem como de suas formas de enfretamento com o início da regulamentação da relação capital/trabalho. [...]” (Pag.56)
“O período que vai de meados do século XIX até a terceira década do século XX, portanto, é profundamente marcado pelo predomínio do liberalismo e de seu principal sustentáculo: o princípio do trabalho como mercadoria e sua regulação pelo livre mercado. ” (Pag.56)
“[...] Relação semelhante se mantém com os trabalhadores: os salários não devem ser regulamentados, sob pena de interferir no preço natural do trabalho, definindo nos movimentos naturais e equilibrados da oferta e da procura no âmbito do mercado. Trata-se da negação da política e, em consequência, da política social que se realiza invadindo as relações de mercado, regulando-o, como apontam as legislações fabris já comentadas.” (Pag.61)
“A síntese que se segue de alguns elementos essenciais do liberalismo ajuda melhor a compreender a reduzida intervenção estatal na forma de política: 
a) Predomínio dos Individualismo. Os liberais consideram o individuou (e não a coletividade) [...];
 b) O bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo. Para os liberais cada individuou deve buscar o bem-estar para si e sua família por meio da venda se sua força de trabalho no mercado [...]; 
c) Predomínio da liberdade e competitividade. A liberdade e a competitividade são entendidas como formas de autonomia do individuou para decidir o que é melhor para si e lutar por si [...]; 
d) Naturalização da miséria. Os liberais veem a miséria como natural e insolúvel, pois decorre da imperfectibilidade humana, ou seja, a miséria é compreendida como resultado da moral humana e não como resultado do acesso desigual à riqueza socialmente produzida.
e) Predomínio da lei da necessidade. Baseado nas teses Malthusianas, os liberais entendem que as necessidades básicas não devem ser totalmente satisfeitas [...]
 f) Manutenção de um Estado livre [...] o estado deve assumir o papel “neutro” [...]
g) As políticas sociais estimulam o ócio e o desperdiço. Para os liberais, o Estado não deve garantir políticas sociais [...]
h) A política social deve ser um paliativo [...]” (Pag.62)
“Com o predomínio desses princípios ferozmente defendidos pelos liberais e assumidos pelo Estado capitalista, não é difícil compreender que a resposta dada à questão social no final do século XIX século sobretudo repressiva e apenas incorporou algumas demandas da classe trabalhadora, transformando as reivindicações em leis que estabeleciam melhorias tímidas e parciais nas condições de vida dos trabalhadores, sem atingir, portanto, o cerne da questão social. Mas mesmo as reformas sociais do período do pós-Segunda Guerra não terão esse caráter. Nesse sentido, as primeiras iniciativas de políticas sociais podem ser entendidas na relação de continuidade entre Estado liberal e Estado social. Em outras palavras, não existe polarização irreconciliável entre Estado liberal e Estado social, ou, de outro modo, não houve ruptura radical entre o Estadosocial predominantemente no século XIX e o estado social capitalista do século XX. [...]” 
“[...]. Não se trata, então, de estabelecer uma linha evolutiva linear entre o Estado liberal e o Estado social, mas sim chamar a atenção para o fato de que ambos têm um ponto em comum: o reconhecimento de direitos sem colocar em cheque os fundamentos do capitalismo. ” (Pag. 63)
“[...]. Os direitos políticos, diferentemente dos direitos civis, são direitos coletivos, garantidos a todos, e impedem da relação do individuou com a propriedade privada. [...]”
“[...]. A generalização dos direitos políticos é resultado da luta da classe trabalhadora e, se não conseguiu instituir uma nova ordem social contribuiu significativamente para ampliar os direitos sociais, para tencionar, questionar e mudar o papel do Estado no âmbito do capitalismo. [...]”
“[...]. Os autores unânimes em situar o final do século XIX como o período em que o estado capitalista passa assumir e a realizar ações sociais de forma mais ampla, planejada, sistematizada e com caráter de obrigatoriedade. ” 
“[...] o que ajuda a demarcar a emergência de políticas sociais são alguns elementos surgidos no final do século XIX, decorrentes da luta da classe trabalhadora. O primeiro foi a introdução de políticas sociais orientadas pela lógica do seguro social na Alemanha, a partir de 1883. [...]” (Pag.64)
“O enfraquecimento das bases materiais e subjetivas de sustentação dos argumentos liberais ocorreu ao longo da segunda metade do século XIX e no início do século XX, com resultado de alguns processos políticos econômicos, dos quais vale destacar dois. O primeiro foi o crescimento do movimento operário, que passou a ocupar espaços políticos e sociais importantes, como o parlamento, obrigando a burguesia a “entregar os anéis para não perder os dedos”, diga-se, a reconhecer direitos de cidadania política e social cada vez mais amplos para esses segmentos [...]” (Pag.67)
“O segundo e não menos significativo processo foi a concentração e monopolização do capital, demolindo a utopia liberal do individuou empreendedor orientado por sentimentos morais. [...]” (Pag.68)
“[...]. As políticas sociais se multiplicaram lentamente ao longo do período depressivo, que se estende de 1914 a 1939 e se generalizam no início do período de expansão após a Segunda Guerra Mundial, o qual teve como substrato a própria guerra e o fascismo, e segue até fins da década de 1960. [...]” (Pag.69)
“O fascismo deu fôlego imediato ao período de expansão subsequente, através de extração desmesurada da mais-valia absoluta por métodos bárbaros durante a guerra, a exemplo dos campos de extermínio nazistas. [...]” (Pag.70)

Continue navegando