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2015.3 - Ação Penal Pública e Privada

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
1º Semestre de 2015.
Prof: Wanderson Gomes de Oliveira
Turmas: 5º período “A”, “B” e “D”.
Disponibilizado aos alunos: 26/03/2015
AÇÃO PENAL
1 - CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
A - Públicas: 
A.1 - Ação penal pública incondicionada
A.2 - Ação penal pública condicionada (art. 100, § 1º do CP).
Condicionada Representação do ofendido
Requisição do Ministro da Justiça
Obs: Titular: MP. 
 Peça Inaugural: Denúncia.
B - Privadas: 
B.1 - Exclusivamente privada
B.2 - Personalíssima
B.3 - Subsidiária da pública
Obs: Titular: Ofendido (Representante Legal)
 Peça Inaugural: Queixa Crime.
A regra é a ação penal pública incondicionada (art. 100 do CP). 
Quando o legislador entender por atribuir outra espécie de ação deve mencionar expressamente. 
- ANÁLISE DAS ESPÉCIES DE AÇÃO
2.1 - AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Titularidade:
Ministério Público: art 24 CPP, art 100 §1º CP e art. 129, I da CF (são os requisitos legais da titularidade do MP).
Cuidado: o art. 26 CPP não foi recepcionado pelo CF era o chamado “processo judicialiforme.”
Peça inaugural: Denúncia
 
Princípios:
Princípio da oficialidade:
O Direito de punir é do Estado. O Estado atribui a função de perseguir a pena á um órgão seu (Estatal);
Obrigatoriedade:
Havendo justa causa (prova da materialidade e indícios de autoria) o MP é obrigado a oferecer a denúncia.
Obs: Na lei 9.099/95, mesmo havendo justa causa o MP pode deixar de agir (transação penal) vigora o principio da discricionariedade regrada.
Principio da indisponibilidade:
O MP não pode desistir da ação penal proposta (Art. 42 CPP). É um desdobramento lógico do princípio da obrigatoriedade. O MP não pode desistir do recurso interposto (art. 576 do CPP).
Obs: Na Lei 9099/95 tenho a disponibilidade regrada. O MP pode oferecer a “suspenção condicional do processo” que será extinto com fiel cumprimento.
Principio da intranscendência:
A ação penal não pode passar da pessoa do delinquente. É decorrência do Princípio da Personalidade (Princípio Constitucional).
Principio da indivisibilidade:
Havendo dois ou mais agentes o MP não pode denunciar apenas um omitindo os demais.
Obs: Quando o STF diz que vigora o princípio da divisibilidade quer dizer que o MP pode oferecer denúncia contra aqueles que verifica indícios e continuar a investigação quanto aos demais.
Requisitos da denúncia (art. 41 do CPP).
- Exposição do fato criminoso
A denúncia tem que narrar o fato punível agregado com todas as suas circunstâncias (tempo, local, modo de execução, etc..). O réu se defende dos fatos e não da classificação jurídica dada.
Uma denúncia vaga, genérica é inepta, pois, fere a ampla defesa, os fatos narrados devem ser claros. 
Obs: no caso de crimes coletivos, crimes em concurso de pessoas, crimes societários, a denúncia tem que individualizar o comportamento de cada um dos envolvidos.
Obs 2: Denúncia por crime culposo tem que descrever qual a modalidade de culpa (negligência, imprudência e imperícia) e em que consistiu tal modalidade.
Obs 3: No desacato tem de descrever na denúncia qual a expressão humilhante utilizada pelo acusado.
- Identificação do denunciado
A denúncia tem de apontar o denunciado de modo a individualizá-lo do meio social, normalmente a qualificação é civil.
Perg: Posso indiciar pessoa incerta civilmente?
É possível desde que se tenha esclarecimentos suficientes para individualiza-lo do meio social.
Art 41. “...ou esclarecimentos pelos quais se possa indentificá-lo...”
- Classificação jurídica do fato punível
Tal requisito não é absoluto.
Obs: a classificação jurídica dada pelo delegado não vincula o MP, assim como a classificação do MP não vincula o juiz.
O MP narra os fatos e o juiz é quem vai classificar. É a chamada “Emendatio Libelli” (art. 383 do CPP). 
Perg: Pode o juiz receber a denúncia atribuindo outra classificação jurídica?
Corrente majoritária:
- não pode, pois há falta de previsão legal (seria antecipar a “emendatio libelli”);
- fere o principio da ampla acusação (fundamento no princípio da paridade de armas).
Corrente minoritária:
- Admite-se nas hipóteses em que há excesso de acusação, ou seja, definição jurídica claramente equivocada (exagerada) e que retira do denunciado direitos. 
Ex: denúncia por tráfico quando resta claro apenas o uso.
- Rol de testemunhas
Se necessário
Perg: Crimes punidos com reclusão. Quantas testemunhas?
8 testemunhas, o MP arrola o número de testemunhas por fato, a defesa arrola por réu.
Crimes punidos por detenção.
5 testemunhas
Contravenções penais
Divergência na doutrina 5 ou 3 testemunhas sendo 3 corrente majoritária, neste rol não estão incluídas as vítimas e testemunhas descompromissadas.
- Vernáculo e subscrita pelo promotor
Idioma oficial, não usar latim na denúncia.
– Subscrita pelo promotor
Denúncia é assinada somente pelo promotor.
Obs: Os itens 5 e 6 são mencionados por Tourinho Filho.
Rejeição da denúncia
Art 395 do CPP.
I – For manifestamente inepta (quando não atender os requisitos do art. 41);
II – Falta de condições da ação e pressupostos processuais,
III – Faltar justa causa (indícios de autoria e prova de materialidade)
Comentários:
Comentário 1: 
O fato evidentemente não constitui crime: Fato atípico, descriminante e dirimente.
Fato atípico: Princípio da insignificância, o juiz pode rejeitar uma denúncia por Fato insignificante.
O que é insignificante?
STF: analisa a insignificância não sob a ótica da vítima, nem sob a ótica do agente, mas sob a ótica da realidade econômica de nosso país. Caso da bicicleta onde o valor correspondia a 1/3 do salário mínimo. Não seria então insignificante para grande parte da população.
STJ: a insignificância não pode desconsiderar os antecedentes e personalidade do agente (é o criminoso habitual que não faz juz à insignificância).
Obs: As decisões se complementam.
Comentário 2:
Quando estiver extinta a punibilidade (aqui comentário ligado aos pressupostos processuais).
Perg: Pode o juiz rejeitar a denúncia aplicando o perdão judicial (art. 107 do CP)?
Fernando Capez entende que sim. O juiz pode aplicar a extinção da punibilidade a qualquer tempo. 
Cuidado: perdão judicial e reconhecimento de culpa. O pai que causou a morte do filho não teve o direito de se defender. Então o juiz deve receber a denúncia, deixar o réu se defender e ao final aplicar o perdão judicial.
Comentário 3:
Ilegitimidade de parte (aqui comentário ligado as condições da ação)
Legitimidade ativa: O juiz irá rejeitar:
- MP agindo em Ação penal privada 
- Vítima agindo em ação pública incondicionada
Comentário 4:
O juiz também pode rejeitar por falta de condições de procedibilidade (ligado aos pressupostos processuais) e falta de justa causa.
 Ex: ausência de representação nos crimes de ação penal pública condicionada.
Perg: Existe alguma hipótese em que o MP não tem prova da materialidade, mas somente indícios de materialidade e indícios de autoria e o juiz não pode rejeitar a inicial?
1º hipótese: Lei 9.099/95 juizado especial: se contenta na denúncia com mero boletim médico não precisando de exame de corpo de delito (que pode vir depois)
2º hipótese: Lei 11.343/06 lei de drogas: basta mero laudo de constatação, a prova definitiva deve ser juntada até 3 dias antes do interrogatório.
3º hipótese: Lei 11.340/06: lei Maria da penha – violência doméstica: a denúncia pode vir acompanhada apenas de prontuário médico, o laudo pode vir depois. Art 12 § 3º da lei.
Prazos para o MP denunciar: (Art 46 do CPP).
Regra: 
Indiciado preso: 5 dias
Indiciado solto: 15 dias
Exceção: 
Lei 11.343 – Lei de drogas (art. 54): Não importa se preso ou solto o prazo é de 10 dias.
Lei 4898/65 - Abuso de Autoridade (art. 13): 48 horas.
Consequências da denúncia intempestiva (fora do prazo)
Se o denunciado estiver preso deve ser solto se comprovada a desídia ou má-fé do MP.
Cabe ação penal privada subsidiária da pública durante a inércia do MP.
Desconto dos vencimentosconforme a quantidade de dias excedido - art 801 CPP.
Pode responder por crime de prevaricação se comprovado que o MP agiu para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. (art. 319 do CP).
Responsabilidade Civil do promotor.
Perg: É possível aditamento à denúncia?
Sim. De acordo com o Art. 569 CPP pode ser aditada para:
Suprir omissões 
Agregar fato novo
Incluir novos agentes
O aditamento só é possível até o momento da apresentação das alegações finais.
Perg: Assistente de acusação pode aditar a denúncia?
Não ele que requeira ao MP ou ao juiz(que abre vista ao MP) para aditá-la. 
Perg: Pode o juiz receber a denúncia e logo depois percebendo que errou rejeitá-la?
1º corrente: Não é possível, pois, ocorreu a preclusão para o juiz (MAJORITÁRIA). 
2º corrente: é possível, aplicando por analogia o art 267 inciso IV do CPC (Eugênio Pacelli).
Perg: Admite-se no processo denúncia alternativa? 
Ex: denunciar por furto ou receptação.
1º corrente (MAJORITÁRIO): não se admite, por três razões:
Fere o art. 41 do CPP (exposição certa do fato criminoso)
É excesso de acusação 
Fere o princípio da ampla defesa já que sobrecarrega a defesa.
2ºcorrente: é possível
Preenche os requisitos do art. 41 do CPP bastando descrever cada fato alternativo de maneira certa e determinada
Não é excesso de acusação, pois, não se está imputando dois fatos cumulativamente. 
Não fere a ampla defesa pois a defesa é única. Ex: Se o acusado mencionar que comprou o veículo estará rebatendo de uma só vez tanto o furto quanto a receptação.
Obs: prevalece a 1ª corrente e a jurisprudência admite denúncia alternativa quanto as qualificadoras do crime. Ex: motivo torpe ou motivo fútil.
2.2 - AÇÃO PENAL PUBLICA CONDICIONADA
Titularidade: É o Ministério Publico (porém não pode agir de ofício, dependendo de prévia manifestação do interessado).
Interessado: Vitima; Responsável Legal e Ministro da Justiça (Art. 100, § 1º do CP). 
Essa manifestação é um verdadeiro pedido (pede para alguém ser processado) autorização (para MP oferecer denúncia).
- Pedido – Autorização da vítima (representação)
Manifestação de vontade da vítima no sentido de querer processar o indigitado autor da infração penal.
Obs: A vítima analisa conveniência e oportunidade.
Perg: Qual a natureza jurídica da representação?
Condição especifica da ação. Condição procedibilidade. 
Sem ela não existe processo. A ação penal não pode ser instaurada.
A representação da vítima é direcionada ao Juiz, MP ou Autoridade Policial. (art. 39 CPP).
Perg: Quem tem legitimidade para representar?
1ª) Vítima menor de 18 anos – Representante legal
2ª) Vítima menor de 18 anos sem pai, sem mãe – Representa quem tem a guarda de direito ou de fato.
3ª) Vítima menor de 18 anos onde seus interesses colidem com os do representante legal – Nomeia-se curador especial para representar.
4ª) Vítima menor que 18 anos sem representante legal algum – Nomeia-se curador especial.
5ª) Vítima com 17 anos casado – A doutrina sugere duas hipóteses:
	- Nomeia-se curador especial.
	- Aguarda a vítima completar 18 anos (é a mais aceita desde que respeitada a decadência).
6ª) Vítima com 18 anos completos – Exclusivamente vítima.
7ª) Vítima morre antes de representar – Art. 24 § 1º (CCADI)
Perg: Mulher maior 18 anos casada pode representar sem autorização do marido?
Art. 35 foi revogado. Então não precisa autorização.
Obs 2: A representação não tem ou exige qualquer rigor formal. A jurisprudência admite como representação da vítima a mera “noticia criminis” no BO.
Perg: A representação vincula o MP?
	Não, autoriza o MP a denunciar, não obriga. O MP analisará de maneira livre a justa causa.
Perg: A vítima tem prazo para representar?
	Sim. Art. 38 CPP.
	Prazo de 6 meses (regra)
	Termo inicial – contado do dia quem que vier a saber quem é o autor do crime.
Perg: Qual a Natureza Jurídica do prazo?
É um prazo decadencial. Decorrido sem manifestação extingue-se a punibilidade (art. 107, IV do CP). Se é decadencial é contado nos termos art. 10 CP, inclui o dia de inicio e exclui o do fim. O prazo não se interrompe, não se suspende e não se prorroga. (Se o último dia é no domingo, tem que representar no domingo).
Perg: A vítima pode arrepender-se e retratar-se da representação?
Sim é possível. Art. 25 CPP. Até o oferecimento da denúncia.
Exceção: Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06 - art. 16)
 
- Data dos fatos até o oferecimento da denúncia é irretratável;
- Do oferecimento da denúncia até o recebimento é retratável.
- Do recebimento da denúncia para frente é irretratável.
Cuidado: O STF julgou procedente o ADIN 4424 de 09/02/2012, para dando interpretação conforme a este artigo, assentar a natureza jurídica incondicionada da ação penal em caso de crime com lesão, pouco importando a extensão desta, praticado contra a mulher no ambiente doméstico.
Perg: É possível retratação da retratação?
Sim, desde que dentro do prazo decadencial.
Princípios da Ação Penal Pública Condicionada
	A.P.P Incondicionada
	A.P.P. Condicionada
	Princ. Oficialidade
	Princ. Oficialidade
	Princ. Obrigatoriedade
	Princ. Obrigatoriedade
	Princ. Indisponibilidade
	Princ. Indisponibilidade
	Princ. da Intranscendência
	Princ. da Intranscendência
	Princ. Indivisibilidade
	Princ. Indivisibilidade
O quadro acima é o pensamento da doutrina tradicional.
A doutrina moderna faz uma distinção, acrescenta Discricionariedade (Guilherme de Souza Nucci).
Princípio da Oficialidade
Principio Discricionariedade (Vitima e Representante)
Principio Obrigatoriedade (MP - Denúncia)
.
.
.
Perg: Na hipótese de co-autoria a vítima representa com relação a “A” e silencia com relação a “B”. O MP pode oferecer denuncia contra os dois?
1ª corrente: Se a vítima representa somente com relação a um silenciando com relação ao outro o MP não pode oferecer denuncia contra absolutamente ninguém. É uma retratação tácita com relação a “A”. Essa corrente parte do pressuposto que representação é subjetiva. Fundamenta com base Principio Indivisibilidade. (Luiz Flávio Gomes).
2ª corrente: Representado o fato cabe ao MP titular da ação desvendar seus agentes. Logo se representou com relação a um pode o MP incluir outros mesmo que a vítima não tenha feito referencia a eles. Entendeu que a representação é objetiva (representa o fato e não pessoa).
A 2ª corrente é majoritária. (Wander Garcia)
- Requisição Ministro da Justiça
É a manifestação de vontade, pedido – autorização permitindo a ação penal em alguns casos expressamente previstos em lei.
Essa requisição não é ordem. Não vincula o MP. O MP continua titular da ação, analisando a justa causa.
Natureza Jurídica: Do ponto de vista processual é uma condição de procedibilidade.
Do ponto de vista administrativo é um ato público, analisa conveniência e oportunidade.
Obs: Ministro da Justiça não tem prazo decadencial. (não esta art. 38 CPP)
Ele tem prazo prescricional. (prescrição do crime)
Perg: É possível Ministro da Justiça retratar-se da requisição ofertada?
	1ª corrente – Apesar do silêncio da lei é possível retratação da requisição por analogia.
	2ª corrente – Não se admite. Pois a lei não prevê e não tendo o Ministro da Justiça prazo decadencial supõe-se que quando ele requisita o ato é refletido. (prevalece)
Obs: Essa ação tem os mesmos princípios que a A.P.P. Condicionada representa?
	O quadro de princípios se aplica-se aqui.
	No caso de co-autoria idem. As duas correntes também estão aqui.
Ex: - Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. (Art. 7º § 3º, b, CP).
- Crime contra honra cometido contra chefe de governo estrangeiro. (Art. 141, I c/c Art. 145 paragrafo único)
- Crime contra honra praticado contra Presidente da Republica. (Art. 141, I c/c Art. 145 paragrafo único)
2.3 - AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA
Peça inaugural: Queixa crime (mesmo com justa causa é de exercício facultativo)
Partes: - Querelante (autor)
 - Querelado (réu)Requisitos Queixa: art. 41 CPP
Obs: a queixa crime deve vir ou assinada pela vítima ou representação legal ou se vier assinada só pelo advogado, na procuração tem que trazer resumidamente o fato criminoso. Sem isso a Queixa crime não é recebida (é formalidade essencial).
Princípios na Ação Penal de Iniciativa Privada
	A.P.P. Incondicionada
	A.P.P. Condicionada
	A.P. Privada
	Oficialidade
	Oficialidade
	X
	Obrigatoriedade
	Discricionariedade (vit – repres)
Obrigatoriedade (MP – Denuncia)
	Discricionariedade (oportunidade)
	Indisponibilidade
	Indisponibilidade
	Disponibilidade (pode desistir A.P. já proposta)
	Intranscendência
	Intranscendência
	Intranscendência
	Indivisibilidade
	Indivisibilidade
	Indivisibilidade
Perg: Quais as espécies A.P. Privada?
- Ação Penal Exclusivamente Privada
Legitimidade: vítima ou representante legal.
Obs: Se o legitimado morrer (art. 24, § 1º CPP e art. 31 CPP) (CCADI).
A doutrina entende que este rol está em ordem de preferência. Um prevalece sobre o outro.
Perg: Quem oferece queixa-crime quando a vitima é PJ?
Ex: Difamação
Quem oferece é o representante legal da empresa assim considerado no Estatuto ou Contrato Social.
Prazo: Art. 38 CPP.
- Regra: 6 meses
- Termo inicial: dia em que vier, a saber, quem é o autor do fato.
Natureza Jurídica: Prazo decadencial.
- Prazo penal art. 10 CP
- Não se interrompe
- Não suspende
- Não se prorroga.
Perg: Qual a posição do MP neste tipo de Ação Penal?
O MP participa como fiscal da lei. (“custus legis”)
Perg: O MP pode aditar a queixa?
Aditamento formal sim. Ex: Incluir dia, hora, local.
Aditamento substancial, não. Matéria fática o MP não pode aditar. Estaria ferindo o principio da oportunidade que norteia a A.P.Iniciativa Privada.
Obs: Mirabette entende que excepcionalmente o MP pode aditar para incluir fato e incluir autor se no momento da propositura da ação eram desconhecidos.
Parte da doutrina concorda com Mirabette somente na inclusão de autor. Fato não. Então seria a única exceção.
- Ação Penal Privada Personalíssima
É idêntica a ação penal privada exclusiva, salvo:
- No caso de morte o direito de queixa não se transmite aos sucessores.
- Morreu a vítima extingue a punibilidade.
Obs: Art. 236 do CP é o único caso de ação penal personalíssima.
Obs: Adultério não é mais crime.
- Ação Penal Privada Subsidiaria
Peça inaugural: queixa subsidiária.
Cabimento: Quando patente a inércia do MP.
Partes: - Querelante subsidiário (vítima ou representante legal)
 - Querelado
Perg: Existe possibilidade de queixa subsidiária que não seja pela vítima ou representante legal?
1ª hipótese: CDC - art. 80
2ª hipótese: lei de falência = Administração judicial.
A Ação Penal Privada Subsidiaria é de exercício facultativo e tem prazo (art. 38 CPP).
Prazo: 6 meses (regra).
Termo inicial: do dia em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia pelo MP sem que este tenha tomado qualquer atitude.
Ex:
	MP tem 15 dias para oferecer denúncia (único legitimado)
	A partir dai vítima tem 6 meses (cuidado aqui o MP também pode agir) (co-legitimados)
	Depois o MP retoma (único legitimado)
Natureza jurídica: É prazo decadencial
Detalhe é uma decadência que não extingue a punibilidade. O MP volta a ser a único legitimado.
Poderes do MP na Ação Penal Privada Subsidiária: Art. 29 CPP
O MP pode repudiar a queixa (oferecendo imediatamente a denúncia). Essa denúncia que repudia queixa chama-se “Denúncia Substitutiva”.
Poder de aditar a queixa, tanto do ponto de vista formal quanto material, podendo incluir fato ou incluir autor.
Se o querelante subsidiário durante o processo for negligente, o MP retoma a titularidade da ação.
Isso se chama “Ação Penal Indireta” (O MP retoma a titularidade da ação no caso de querelante subsidiário negligente)
Pode o MP pleitear a rejeição da queixa quando faltar justa causa.
Perg: Pode vir uma lei e abolir o art. 29 CPP?
Não pode, pois a A.P.Privada Subsidiária está prevista na CF.
Perg: Então pode por emenda constitucional?
Também não, pois está no art. 5º, LIX (garantia constitucional do cidadão contra o Estado inerte). É cláusula pétrea.
3 - FORMAS DE DISPONIBILIDADE (OPORTUNIDADE) DA AÇÃO PENAL PRIVADA:
Decadência: Relacionada ao principio da oportunidade.
Renúncia: Idem
Perdão judicial: Relacionado ao princípio da disponibilidade
Perempção: Idem
COMENTÁRIOS:
Decadência: Já foi falado.
b) Renúncia: decorrência do princípio da oportunidade da ação penal de iniciativa privada.
b.1) Conceito: Ato unilateral da vítima ou do representante legal abdicando de direito de promover a queixa-crime. (extinção da punibilidade)
Cabe renúncia em Ação Penal Pública?
	 Lei 9.099/95
	Antes
	Depois
	Não se admitia
	Admite-se na Ação Penal Pública Condicionada ligadas as infrações penais de menor potencial ofensivo. (art.74, parágrafo único)
Perg: É possível renúncia em Ação Penal Privada Subsidiaria?
É perfeitamente possível só que detalhe é uma renuncia que não extingue a punibilidade. O MP passa a ser o único titular.
Perg: É possível renúncia processual?
Não. A Renúncia é sempre extra-processual. Impede a formação do processo. Pode ser de duas formas:
Expressa: art. 50 CPP.
Tácita: art. 104 do CP (quando a vítima comportar-se de maneira incompatível com a vontade de ver processado o agressor)
Ex: vítima convida agressor para padrinho de seu casamento.
Perg: Recebimento de indenização civil pela vítima acarreta renúncia tácita?
Em regra não. (Art. 104, parágrafo único do CP).
Exceção: Lei 9.099/95 (art.74, parágrafo único – composição de danos).
Perg: É possível retratação da Renúncia?
Não. Uma vez renunciado extingue a punibilidade não cabendo retratação (art. 107, V do CP).
b.2) Hipóteses de Co-autoria
Obs: A vítima se renunciar com relação a “A” não pode ingressar contra o outro. Seria uma renúncia tácita. Estamos diante do Principio da Indivisibilidade (art.49 do CPP)
É o que se chama de “Critério da extensibilidade da renúncia”
Vitima I: renunciou
Vitima II: está pode entrar, pois existe autonomia de direitos. O direito de agir é autônomo e independente.
Vítima com 18 anos, só ela renuncia.
Vítima menor de 18 anos só representante legal renuncia.
Vítima entre 18 e 21 (não tem mais dupla titularidade - NCC).
Perdão do Ofendido
c.1) Conceito:
É ato pelo qual a vítima ou seu representante legal desiste de prosseguir com o andamento de processo já em curso, desculpando seu ofensor.
Decorre do princípio da disponibilidade da Ação Penal Privada.
Perg: É possível perdão do ofendido em Ação Penal Pública ou é exclusiva da Ação Penal Privada?
É exclusiva da Ação Penal Privada. Não se admite exceção.
É possível, também, na Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, mas não extingue a punibilidade, pois o MP retoma a Ação Penal. É a chamada “Ação Penal Indireta”.
Obs: O perdão diferentemente da renúncia pressupõe uma ação penal em curso é ato bilateral e para extinguir a punibilidade tem que ser aceito (o ofensor tem que aceitar o perdão).
c.2) Efeitos do perdão do ofendido 
- Obsta o prosseguimento da ação (art. 105 do CP);
- Extingue a punibilidade se aceito (art. 107, V do CP).
Perg: Pode se perdoar e aceitar o perdão mediante condições?
Não. Magalhães Noronha diz que perdão e aceitação são sempre incondicionadas. Qualquer condição será desconsiderada.
Perg: Qual o momento oportuno para a vítima perdoar?
Termo inicial: Início da Ação Penal (após ingresso da queixa).
Termo final: Até o trânsito em julgado. Não existe perdão na fase de execução penal (art. 106, §2º).
c. 3) Aspectos Formais:
	Perdão
	Aceitação
	Recusa 
	Extraprocessual: Fora dos autos.
Ex: Perdão em cartório
	Idem
	Extraprocessual
	Processual: No bojo dos autos.
Ex: Audiência
	Idem
	Processual (recusa na frente do juiz)
	Pode ser expresso: Declaração assinada nesse sentido.Pode ser expressa.
	Tem que ser expressa
	Pode ser tácita: Quando o querelante se comportar de modo incompatível com a vontade de ver processado o querelado.
Ex: Chamar o ofensor para padrinho de casamento.
	Pode ser tácita (Ex: Silêncio).
Art. 58 CPP. Silêncio importa aceitação.
	Tácita? É possível? 
Não existe recusa tácita (Art. 58 CPP)
	Legitimidade para perdoar:
- vítima menor que 18 anos – representante legal;
- vítima maior que 18 anos – vítima
	Legitimidade:
- 18 anos (capaz) – ofensor.
- 18 anos (incapaz) – Representante legal
	
 Caso 1: Querelante 	 Querelado “A”
	Querelado “B”
Perg: Se o querelante perdoar somente “A” tacitamente perdoou “B” (Princípio da indivisibilidade da ação penal privada).
Então se “A” recusa - prossegue se “B” recusa - prossegue 
 “A” aceita – art. 107/ CP (Extingue a punibilidade) “B” aceita – art. 107/CP
 
Obs: “A” pode recusar e “B” aceitar. Isso quer dizer que o processo segue somente com relação a “A”.
Caso 2:
Querelante “A” 	Querelado “C”
Querelante “B”
Perg: “A” perdoa, “C” aceita, “B” pode prosseguir?
Sim. Os querelantes têm direitos independentes. Isso tudo está no art. 106 CP.
Perg: É possível perdão do ofendido parcial?
Sim. Pode perdoar quanto ao fato. “Perdoa pela calúnia e não pela difamação”.
	Renúncia
	Perdão do Ofendido
	1º) Decorrente do princípio da Oportunidade 
2º) Ato Unilateral 
3º) Cabível, em regra, em Ação Penal Privada
Obs: Lei 9.099/95 (Ação Penal Pública nos crimes de menor potencial ofensivo).
4º) Obsta o início da Ação Penal
5º) É sempre extraprocessual 
	1º) Decorrente do princípio da Disponibilidade 
2º) Ato Bilateral
3º) Cabível somente nos crimes de Ação Penal Privada
4º) Pressupõe a Ação penal em curso
5º) Pode ser extraprocessual como pode ser processual
 
São causas extintivas de punibilidade.
d) Perempção 
Conceito: É sanção processual imposta ao querelante inerte ou negligente na condução da ação penal. Decorrente do princípio da disponibilidade da Ação Penal Privada.
d.1) Hipóteses: Art. 60 CPP
Não existe perempção em Ação Penal Pública. A consequência da Perempção é a extinção da punibilidade.
Obs.: Na ação Penal Privada Subsidiaria a perempção não extingue a punibilidade. O MP retoma o processo “Ação Penal Indireta”.
O juiz tem que intimar ou a sanção é automático? É automática dispensando intimação/ chamamento. 
Esse prazo de 30 dias é corrido ou basta na soma dos atos? São seguidos. Não se admite soma de prazos parciais.
Não se habilita sucessão para prosseguir a Ação Penal, cabe perempção.
Deixar de comparecer sem justificativa a qualquer ato processual.
Ex: Querelante que não comparece para sua oitiva.
Obs: Rito Especial - crimes contra a honra.
Oferecimento de queixa
Audiência de conciliação (art. 520 CPP)
Recebimento de queixa
Perg: Querelante ignora e não comparece a audiência de conciliação. O que acontece?
1º corrente: Ocorre perempção 
2º corrente: (prevalece) Não se deve falar em perempção, pois ainda não há processo, aliás, não é obrigatória a presença do querelante (não quer acordo). STF.
III - 2º parte: Quando deixar de formular pedido de condicional nas alegações Finais.
Ex: Pede-se justiça.
Art. 385 CPP:
Tem algum caso em que o autor pede absolvição o juiz não pode condenar? 
R: Sim em Ação Penal Privada, é caso de perempção o juiz não pode condenar.
Extinção da pessoa jurídica sem deixar sucessor.
Perguntas:
1 – Em crimes conexos pode se ter perempção com relação a um crime e não com outro?
Sim. Perempção com relação a um e prossegue em relação a outro.
2 - O querelante não apresenta contra razões ao recurso do querelado.
Ex: Queixa Instrução Condenação querelado recorre querelante não apresenta contra razões.
 
3 - A não apresentação de contra razões ao recurso do querelado. Acarreta a perempção? Sim.
4 - Apresentar recurso no prazo correto, mas interpôs razões fora do prazo gera perempção?
Jurisprudência: Não tem perempção se recurso for interposto no prazo legal. Razões fora do prazo é mera irregularidade.
5 - Hipótese de dois querelantes litisconsortes ativos. Aa perempção de um afeta o outro? Não.
6 - Ocorreu perempção a ação penal pode ser reiniciada?
Não, a perempção extingue a punibilidade.
Material utilizado:
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 8 ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19 ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 10 ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
MACHADO, Antônio Alberto. Curso de processo penal. 3 ed., São Paulo: Atlas, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal. 5 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed., São Paulo: Atlas, 2014. 
RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 20 ed., São Paulo: Atlas, 2012.
TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 7 ed., Salvador: Jus Podivm, 2012.

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