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Tratamento de Resíduos Sólidos - Apostila 2

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Curso de Graduação – Engenharia Ambiental 
Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos 
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Série – Material de apóio Professor Ms: Osmar Mendes Ferreira 
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RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
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Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Curso de Graduação – Engenharia Ambiental 
Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos 
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Série – Material de apóio Professor Ms: Osmar Mendes Ferreira 
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SUMÁRIO 
1. PLANTA DE DISPOSIÇÃO DE LIXO URBANO 
1.1. Introdução 
1.2 Definições 
1.3 Aterro sanitário 
1.4 Aterro controlado 
1.5 Aterro controlado x aterro sanitário 
1.6 Implantação de aterros sanitários 
1.7 Bioremediação 
1.2 MANEJO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS 
1.2.1 Código para os tipos de acondicionamento utilizados 
1.2.2 Gerenciamento de resíduos sólidos industriais 
1.2.2.1 Classificação de resíduos sólidos industriais 
1.2.2.2 Instrumentos para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais 
1.2.2.3 Tratamento de resíduos sólidos industriais 
REFERÊNCIAS 
ANEXO I - Como elaborar plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais – PGRSI 
ANEXO II - Como elaborar plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde 
ANEXO III - Como elaborar projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil 
 (PGRCC) 
ANEXO IV - Como avaliar local de disposição de lixo – quesitos que devem ser respondidos 
 
 na elaboração de laudo técnico. 
Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Curso de Graduação – Engenharia Ambiental 
Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos 
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Série – Material de apóio Professor Ms: Osmar Mendes Ferreira 
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1. PLANTA DE DISPOSIÇÃO DE LIXO URBANO 
 
1.1 Introdução 
 
Os lixões constituem uma das formas mais primitivas para destinação final do 
lixo. Desde o surgimento dos primeiros núcleos urbanos relatados na história da Grécia 
Antiga, algumas áreas próximas às cidades são destinadas à recepção do lixo nelas produzidas 
e muitas cidades em todo o Brasil ainda dão o mesmo destino para o seu lixo. 
Os inconvenientes e os riscos dos lixões não são poucos. Imensas áreas, a céu 
aberto, recebem diariamente toneladas de lixo de toda espécie, sem qualquer tratamento ou 
seleção prévia, tornando-se com isto verdadeiros focos de problemas de toda ordem. Famílias 
de baixa renda, que vivem da catação do lixo, passam a conviver com animais transmissores 
de doenças e com o ambiente infectado dos lixões. 
Uma importante questão associada aos lixões é a degradação do solo onde estes 
são instalados e o risco de contaminação dos lençóis freáticos pelos efluentes produzidos na 
degradação do lixo. Além disso, em condições inadequadas, os lixões podem permitir a 
contaminação de riachos, rios e lagos. Por estas razões representam uma forma extremamente 
inadequada de destinação do lixo urbano, uma forma menos prejudicial é a implantação dos 
aterros sanitários como destinação final do lixo urbano. 
 
1.2 Definições 
a) Resíduos sólidos urbanos 
Resíduos que normalmente se originam no interior das residências, algumas vezes 
chamadas de resíduos sólidos domésticos (The World Bank, 1978). "São os resíduos sólidos e 
semi sólidos gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais, os 
hospitalares, sépticos e aqueles advindos de aeroportos e portos". É formado por resíduos 
sólidos em áreas urbanas, são assim considerados os resíduos domésticos, os efluentes 
industriais domiciliares (pequenas indústria de fundo de quintal) e resíduos comerciais. 
b) Lixo 
É todo resíduo produzido pelas atividades humanas que não é reaproveitado. O 
lixo é um dos problemas mais sérios da sociedade atual. 
c) Chorume 
Líquido produzido pela decomposição de substâncias contidas nos resíduos 
sólidos, que tem como características a cor escura, o mau cheiro e a elevado DBO (Demanda 
Bioquímica de Oxigênio). 
d) Lixo industrial. 
É todo o resíduo que resulte de atividades industriais. O processo de produção 
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Disciplina: Tratamento de Resíduos Sólidos 
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industrial gera grande variedade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as 
indústrias e também os processos por elas utilizados e assim os dejetos resultantes. 
e) Contaminação 
Ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado, muitas vezes, 
como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado em relação direta a efeitos sobre 
a saúde do homem. "Significa a existência de microorganismos patogênicos em um meio 
qualquer". 
f) Nutrientes 
Qualquer substância do meio ambiente utilizada pelos seres vivos seja macro ou 
micronutriente,por exemplo, nitrato e fosfato do solo. Elementos ou compostos essenciais 
como matéria prima para o crescimento e desenvolvimento de organismos, como, por 
exemplo, o carbono o oxigênio, o nitrogênio e o fósforo. São os compostos de NH3 e PO4 
indispensáveis para o desenvolvimento de microorganismos, como algas, em sistema 
secundário de tratamento e suas descargas nos rios e lagos. 
g) Lixiviação 
Deslocamento ou arraste, por meio líquido, de certas substâncias contidas nos 
resíduos sólidos urbanos. 
h) Decomposição 
Em Biologia. "Processo de conversão de organismos mortos, ou parte destes, em 
substâncias orgânicas e inorgânicas, através da ação escalonada de um conjunto de 
organismos necrófagos, detritívoros, saprófagos decompositores e saprófitos própriamente 
ditos”. Em Geomorfologia: “Alterações das rochas produzidas pelo intemperismo químico”. 
i) Metais pesados 
Metais que podem ser precipitados por gás sulfídrico em solução ácida; por 
exemplo: chumbo, prata, ouro, mercúrio, bismuto, zinco e cobre. São metais recalcitrantes, 
como o cobre e o mercúrio - naturalmente não biodegradávéis - que fazem parte da 
composição de muitos pesticidas e se acumulam progressivamente na cadeia trófica. 
Quimicamente, os metais pesados são definidos como um grupo de elementos 
situados entre o cobre e o chumbo na tabela periódica tendo pesos atômicos ente 63,546 e 
200,590 e gravidade específica superior a 4,0. 
Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, 
incluindo cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio, e zinco, para a realização 
de funções vitais no organismo. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser 
extremamente tóxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cádmio não 
possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar graves 
doenças, sobretudo nos mamíferos. 
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Quando lançados como resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses 
elementos podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando 
graves intoxicações ao longo da cadeia alimentar. 
j) Biogás 
Gás produzido na fase de gaseificação do processo de digestão (degradação 
anaeróbia de matéria orgânica). O biogás contém de 65 a 70% de metano, 25 a 30% de 
monóxido carbônico e pequenas quantidades de oxigênio, nitrogênio, óxidos de carbono, 
hidrocarburetos e gás sulfídrico. O poder calorífero do biogás é de 5.700 a 6.200 Kcal/m³. 
k) Energia 
Combustível necessário para realizar uma atividade. Nas indústrias e no transporte 
a energia é obtida principalmente pela queima de petróleo, gás natural ou carvão. 
l) Poluição do solo 
Contaminação do solo por qualquer um dos inúmeros poluentes derivados da 
agricultura, da mineração, das atividades urbanas e industriais, dos dejetos animais, do uso de 
herbicidas ou dos processos de erosão. 
1.3 Aterro sanitário 
O aterro sanitário é um método de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo 
que visa proteger o meio ambiente e a saúde pública favorecendo a segurança e o bem-estar 
da população e consiste no emprego de técnicas de engenharia e normas operacionais 
específicas para confinar esses resíduos na menor área possível, reduzindo ao mínimo o seu 
volume, cobrindo-os em seguida com uma camada de terra ou material inerte, tão freqüente 
quanto se fizer necessário ou ao final de cada jornada de trabalho. É necessário prever a 
permeabilização da base e das laterais, sistemas de drenagem de chorume para tratamento, 
remoção segura e queima dos gases produzidos. 
Vantagens: 
 
baixo investimento de implantação e custos operacionais; 
 
flexibilidade operacional que permite receber e acomodar rapidamente 
quantidades e tipos variáveis de lixo adaptando-se com facilidade às 
necessidades de médias e grandes comunidades e ao crescimento populacional; 
 
possibilidade de recuperação de áreas degradadas e de baixo valor comercial. 
Desvantagens: 
 
necessidade de grandes áreas, o que normalmente só se encontra longe dos 
centros urbanos, o que onera o transporte; 
 
influencia sobre a operação pelas condições metereológicas; 
 
necessidade de material adequado para cobertura; 
 
necessidade de contínua supervisão para evitar a deterioração da qualidade 
operacional. 
Uma vez atingido o limite de operação do aterro ele deve ser encerrado, 
observando-se técnicas e precauções a fim de evitar erosão do terreno, observando-se a 
drenagem de águas superficiais. Para tanto se indica a implantação de áreas verdes, orientadas 
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por profissional habilitado, uma vez que o ambiente é inadequado para grande parte dos 
vegetais, principalmente para aqueles com raízes profundas. 
A implantação de edificações sobre o aterro é totalmente desaconselhável devido 
à baixa capacidade de suporte do terreno e a possibilidade de infiltração dos gases para o 
interior das edificações. É possível, portanto concluir que para implantação, operação e 
encerramento de um aterro é necessária a elaboração de planos específicos, com orientação de 
profissionais especializados. 
 
1.4 Aterro controlado 
A NBR 8849 (1985) definiu como sendo a técnica de disposição de resíduos 
sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, 
minimizando os impactos ambientais. Método este que utiliza princípios de engenharia para 
confinar os resíduos sólidos em uma área determinada, cobrindo-os com uma camada de 
material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho ou frente de disposição do resíduo. 
 
A adequada escolha da área para a implantação do aterro controlado é um dos 
fundamentos mais importante a ser observado. O projeto deve ser contemplado por: 
- via de acesso externa e interna, em bom estado de conservação; 
- instalações de apoio para a permanência do vigia e dos operadores do projeto e 
almoxarifado; 
- cerca periférica com fios de arame farpado e postes de concreto; 
- cinturão verde em todo perímetro da área; 
- porteira com cadeado para restrição ao acesso a área; 
- trincheira para a disposição do lixo urbano classe II; 
- drenadapara facilitar a operação no período chuvoso; 
- lagoa para contenção do chorume por um período que permita vencer o ciclo 
chuvoso e sua total infiltração e evaporação em época de seca; 
- trincheira para a disposição do lixo do serviço de saúde; 
1.5 Aterro controlado x aterro sanitário 
Em aterro controlado são adotadas medidas para tentar reduzir os impactos ao 
meio ambiente e à saúde. Muitas vezes, são antigos lixões que passaram por algum tratamento 
técnico, mas que não têm a segurança de um aterro sanitário. O lixão é a forma mais 
inadequada de disposição final de resíduos. O lixo é depositado diretamente no solo, sem 
qualquer técnica ou medida de controle, com sérios impactos ao ambiente e à saúde humana. 
Entre os problemas causados estão a proliferação de vetores de doenças (moscas, 
mosquitos, ratos etc), mau cheiro e contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido 
de alto potencial poluidor proveniente da decomposição da matéria orgânica presente no lixo). 
Num aterro sanitário, os resíduos são depositados em terrenos impermeabilizados 
e a seguir compactados e recobertos por camadas de terra. A área tem dispositivos para 
drenagem, captação e tratamento do chorume, assim como para captação e tratamento dos 
gases provenientes da decomposição do lixo (principalmente metano e dióxido de carbono). 
Um aterro sanitário deve contar ainda com monitoramento ambiental permanente e ter um 
plano de encerramento de suas atividades 
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1.6 Implantação de aterros sanitários 
A rejeição da vizinhança no raio de influencia direta do projeto, talvez seja o 
maior fator que cause impactos a população local, devido há: 
 
a possibilidade de se poluir o solo e cursos de água superficiais ou 
subterrâneos; 
 
a necessidade de supervisão constante de modo a garantir a manutenção das 
mínimas condições ambientais e de salubridade; 
 
a geração de gases a partir da decomposição do lixo aterrado; 
 
a necessidade de terrenos disponíveis para a instalação do aterro próximos aos 
locais de produção do lixo, já que o custo de transporte é muito elevado na 
limpeza urbana em virtude do baixo peso específico do lixo; 
 
a resistência dos moradores nas cercanias do aterro que, muitas vezes, por não 
serem ouvidos e devidamente esclarecidos quanto ao problema, acabam por 
criar impasses desgastantes para a Administração Municipal. 
a) Escolha do local para o aterro sanitário 
Para analisar cada um dos terrenos disponíveis e preciso considerar os seguintes 
aspectos: 
Propriedade - Se a área é do Governo, não há necessidade de desapropriá-la ou 
negociar sua aquisição, arrendamento, etc. 
Em certas situações, a utilização de uma área particular pode representar uma 
opção interessante, como nos casos em que o órgão da limpeza urbana e o proprietário fazem 
um contrato para aterramento da área mediante a cessão, ao termino do contrato, de parte do 
terreno recuperado. 
Tamanho da área - O sítio selecionado para a instalação do aterro deverá ser 
suficiente para utilização por um período de tempo que justifique os investimentos, sendo 
usual admitir-se um mínimo de vinte anos. Algumas vezes, porém, justifica-se a utilização de 
áreas com menores capacidades. 
Localização - Quanto a este fator, a melhor área e aquela que: 
 
está próxima da zona de coleta (no máximo 30 km para ida e volta); 
 
apresenta vias de acesso em boas condições de tráfego para os caminhões, 
inclusive em épocas de chuvas, com o mínimo de aclives, pontes estreitas e 
outros inconvenientes; 
 
está afastada de aeroportos ou de corredores de aproximação de aeronaves, já 
que o lixo atrai urubu, por exemplo, que podem provocar acidentes aéreos; 
 
está afastada no mínimo 2 km de zonas residenciais adensadas para evitar 
incômodos ao bem-estar e a saúde dos moradores; 
 
é servida por redes de telefones, energia elétrica, água, transportes e outros 
serviços, o que facilitara enormemente as operações de aterro; 
 
está afastada de cursos de água, nascentes e poços artesianos, em virtude da 
possibilidade de contaminação das águas; 
 
apresenta jazidas acessíveis de material para cobertura do lixo, para 
revestimento de pistas e acesso e impermeabilização do solo; 
 
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Características topográficas - Devem ser escolhidas áreas que facilitem o aterro 
e que naturalmente favoreçam a proteção a vida e ao meio ambiente. 
São geralmente recomendadas áreas tais como: 
 
terrenos localizados em depressões naturais secas; 
 
minas abandonadas; 
 
jazidas de argila ou saibro já exploradas. 
 
Tipo de solo - A composição do lixo urbano é bastante variada, podendo conter 
substâncias perigosas ao homem e ao ambiente. A tendência natural é que tais substâncias e 
os produtos da própria decomposição do lixo comecem a penetrar no solo, levadas pela água 
presente no lixo e pela água das chuvas. A este tipo de fenômeno se dá o nome de lixiviação. 
Dela resulta o chorume, um líquido de cor escura, odor desagradável e elevado poder de 
poluição. 
O solo de baixa permeabilidade é, portanto o ideal para o aterro, pois funciona 
como se fosse um filtro. Vai retendo as substâncias à medida que o chorume se movimenta 
através dele, reduzindo o seu poder contaminante. 
Água subterrânea - É importante que se conheça o perfil hidrogeológico, ou seja, 
as características do lençol freático da área. Quanto mais profundo o nível da água 
subterrâneo, menor serão as possibilidades de contaminação e também menores as medidas de 
proteção e controle exigidas. Considera-se, geralmente, que a cota inferior do aterro deve 
estar distante no mínimo cerca de 3 metros do lençol freático. 
b) Levantamentos preliminares 
Escolhido o local para o aterro sanitário, começam as preocupações com o projeto 
executivo. Para início, serão necessárias algumas informações que orientarão todo o trabalho, 
tais como: 
1. Levantamento topográfico - deve ser indicado todos os detalhes importantes 
(cursos de água, caminhos, construções, etc.). 
2. Levantamentos geotécnicos - serão executados para definir o tipo de solo, 
determinar o nível do lençol freáticoe a capacidade de suporte do terreno. 
3. Levantamento da quantidade dos resíduos destinados ao aterro - servirá para 
calcular a vida útil do aterro. O peso específico do lixo compactado (varia de 
500 a 800 kg/m³) será um elemento fundamental a ser considerado nestes 
cálculos. 
4. Levantamento dos tipos de resíduos - orientará as medidas de proteção e 
controle que se fizerem necessárias. 
5. Levantamento de dados complementares - levantamentos importantes: 
 
identificar os planos de ocupação do solo e projetos urbanísticos previstos para 
a região; 
 
definir o uso futuro da área a ser aterrada; 
 
reunir dados a respeito das condições climáticas da região, uma vez que estas 
influirão na operação do aterro (freqüência e intensidade de chuvas e ventos, 
por exemplo). 
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c) Delineamento do projeto e discussão com a comunidade 
Antes de iniciar o projeto executivo é preciso lançar as idéias básicas, a concepção 
geral do aterro. Após esta fase é fundamental que se informe à comunidade sobre o que é um 
aterro sanitário, as medidas de proteção e controle de poluição que serão tomadas, e os 
benefícios a serem alcançados com a recuperação da área e destinação sanitariamente 
adequada do lixo. Assim, serão evitados problemas futuros, nas fases de implantação e 
operação do aterro sanitário. 
d) Instalações de apoio 
Geralmente as instalações auxiliares compreendem: 
 
portaria; 
 
cercas; 
 
balança rodoviária; 
 
sede administrativa, vestiário, sanitário e refeitório; 
 
setor de oficina de manutenção, borracharia e abrigo para os equipamentos; 
 
instalação de serviços básicos (água, luz, esgotos, telefones e vias de acesso). 
e) Obras de drenagem 
Água e aterro de lixo são duas coisas que não combinam. Um sistema de 
drenagem apropriado garante a proteção do meio ambiente e a saúde dos moradores. Para 
tanto devem ser drenadas tanto as águas limpas superficiais (desvio de cursos de água e águas 
de chuva), como as águas poluídas (chorume). 
A drenagem do chorume pode ser feita utilizando-se: 
 
tubos de PVC, concreto ou barro perfurados; 
 
drenos cegos com pedras maroadas. 
Entre as formas de distribuição dos drenos no terreno, a mais utilizada é a espinha 
de peixe. Para facilitar o escoamento, os drenos devam apresentar uma inclinação de 2%. Para 
evitar o bloqueio parcial ou total dos drenos pelas substâncias sólidas presentes no líquido 
percolado (chorume) costuma-se proteger os drenos com uma fina camada de capim. Uma vez 
captado, o chorume deverá passar por algum processos de tratamento, como por exemplo: 
 
filtros biológicos; 
 
lagoas de estabilização; 
 
valos de oxidação; 
 
recirculação; 
 
tanques de aeração. 
Na maioria dos casos é suficiente, para o controle da poluição, a drenagem 
superficial, a boa impermeabilização da base e a cobertura diária do lixo vazado. Com estas 
providências, o chorume produzido fica contido na massa do lixo, evitando a contaminação 
dos corpos d’água. É daí que vem a diferenciação básica entre os aterros sanitários e os 
controlados. Requisito para o primeiro, o sistema de captação e tratamento de chorume é 
dispensável no segundo pressupõe um terreno com características naturais favoráveis (solo 
pouco permeável e lençol freático profundo, em especial). Por exigir menores recursos para 
implantação e operação, o aterro controlado apresenta-se como a opção mais acessível à 
maioria das cidades brasileiras. 
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f) Drenagem de gases 
Entre os produtos da decomposição vai aparecer o gás de aterro (também 
conhecido como gás dos pântanos), constituído por cerca de (60 a 80)% de metano (CH). Este 
gás poderá ocasionar explosões, caso sua concentração na atmosfera seja superior a 5%. 
Torna-se, portanto, necessária a sua drenagem. 
As três formas mais usuais de se construir drenos verticais, que deverão estar 
instalados em diversos pontos do aterro, são: 
 
utilizando-se um tubo guia dentro do qual são colocadas pedras britadas n° 4 
(ou pedras de mão de até 10 cm), com o tubo sendo elevado à medida que se 
aumente a cota do aterro; 
 
utilizando-se tubos perfurados de concreto com diâmetro de 0,5 ou 1 metro , 
que vão sendo sobrepostos conforme a elevação da cota do aterro; 
 
utilizando-se uma fôrma feita de tela, onde se colocam pedras de mão, que vai 
subindo à medida que o aterro sobe. 
 
O metano é um gás combustível que pode ser utilizado em cozinhas, fábricas e até 
para movimentar veículos. Nos primeiros casos sua recuperação é simples, bastando instalar 
uma rede de captação e distribuição a partir dos poços de drenagem. Para a utilização, há 
necessidade de um pré-tratamento e compressão do gás, e que exige altos investimentos. Para 
evitar interferência os tubos deverão ser colocados, no mínimo, a uma distancia de 30 a 70 m 
de um para o outro. 
g) Escolha do método construtivo do aterro 
Ha três fatores a considerar: 
 
topografia da área; 
 
tipo de solo; 
 
profundidade do lençol freático. 
A análise desses fatores determinará o método a empregar. Existem três 
possibilidades: 
 
trincheira; 
 
rampa; 
 
área. 
 
Os procedimentos para a execução da obra são quase os mesmos, independentes 
do método seguido. As regras básicas para operação em aterros sanitários: 
 
espalhamento e a compactação do lixo deverão ser efetuados, sempre que 
possível, de baixo para cima, a fim de se obter um melhor resultado; 
 
para uma boa compactação, o espalhamento do lixo de verá ser feito em 
camadas não muito espessas de cada vez, com o trator dando de três a seis 
passadas sobre a massa de resíduos; 
 
a altura da célula deve ser de 3 a 5 metros para que a decomposição do lixo 
aterrado ocorra em melhores condições; 
 
a camada de solo de cobertura ideal é de 20 a 30 cm para os recobrimentos 
diários de lixo; 
 
uma nova célula será instalada no dia seguinte em continuidade à que foi 
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incluída no dia anterior; 
 
a execução de uma célula em sobreposição à outra ou o recobrimento final do 
lixo só deverá acontecer após um período de cerca de 60 dias; 
 
a camada final de material de cobertura deverá ter no mínimo 60 cm; 
 
a largura da célula devera ser a menor possível (em geral, suficiente para 
descarga de três a cinco caminhões coletores). 
Método da trincheira - É a técnica mais apropriada para terrenos que sejam 
planos ou poucos inclinados, e onde o lençol freático esteja situado a uma profundidade maior 
em relação à superfície (FIGURA 1). 
Figura 1: Disposição de lixo urbano pelo método da trincheira 
Método da rampa - Indicado quando a área a ser aterrada é plana, seca e com um 
tipo de solo adequado para servir de cobertura. A permeabilidade do solo e a profundidade do 
lençol freático confirmarão ou não o uso desta técnica (FIGURA 2). 
Figura 2: Disposição de lixo urbano pelo método da rampa 
Método da área - É uma técnica adequada para zonas baixas, onde dificilmente o 
solo local pode ser utilizado como cobertura. Será necessário retirar o material de jazidas que, 
para economia de transporte, devem estar localizadas as mais próximas possíveis do local a 
ser aterrado. No mais, os procedimentos são idênticos ao método da rampa (IGURA 3). 
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Figura 3: Disposição de lixo urbano pelo método da área 
h) Vias internas 
Os acessos internos têm de ser bem previstos nesta fase para facilitar a 
movimentação de resíduos no aterro. Eles podem ser construídos com vários materiais: saibro, 
rocha em decomposição, material de demolição, produtos de pedreira. A espessura 
recomendada para as vias internas do aterro é de ±40 cm, compactadas em camadas de ±15 
cm. Um bom aterro é o que se mantém em boas condições de operação e tráfego até mesmo 
em dias chuvosos. 
i) Equipamentos utilizados na operação de um aterro sanitário 
Os equipamentos normalmente empregados nas operações em um aterro sanitário 
são: 
 
trator de esteiras - provido de lamina para espalhamento, compactação e 
recobrimento do lixo; 
 
caminhão basculante - para transporte de material de cobertura e para acessos 
internos; 
 
pá mecânica - para carregamento dos caminhões; 
 
retroescavadeira - para abertura de valas maiores; 
 
carro-pipa - para abastecimento d’água, para redução da poeira nas vias 
internas e umidecimento dos resíduos mais leves (papéis, plásticos, etc.) 
evitando seu espalhamento. 
A falta de recursos financeiros, a dificuldade de mão-de-obra especializada para 
manutenção e a inexistência de um sistema de pronta reposição de peças sobressalentes são 
fatores que não podem deixar de ser considerados na seleção dos equipamentos. O método de 
operação do aterro será o principal fator determinante. 
Há Municípios pequenos que não dispõem de equipamentos específicos para 
operação no aterro. Uma solução pode ser a utilização periódica de máquinas pertencentes a 
outro setor da Prefeitura, como, por exemplo, as usadas para conservação das estradas. 
 
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1.7 Bioremediação 
A disposição inadequada de resíduos domésticos e industriais, principalmente 
resíduos perigosos, implica na contaminação do solo, ar e recursos hídricos superficiais e 
subterrâneos. Uma das técnicas mais recomendadas e adequadas de remediação desses meios 
contaminados é o tratamento biológico. Por ser um processo natural promove um tratamento 
adequado ao meio, seu custo é relativamente baixo quando comparado à outras alternativas 
convencionais de tratamento de resíduos sólidos. 
Não obstante, para se obter elevado rendimento no processo, é necessário se 
determinar quais são as condições que favorecem a atividade microbiana, como por exemplo: 
meio anóxido, teor de nutrientes elevado, tempo de retenção, atividade enzimática, 
temperatura, pH, e inóculo aclimatado ao meio tóxico, sendo assim capaz de tratá-lo 
adequadamente. 
A técnica de biorremediação aqui descrita é baseada na lixiviação microbiana, 
particularmente no princípio da decomposição que pode ser dividido em duas fases: 
- Inicialmente, bactérias acidófilas e acetogênicas, são utilizadas para produzir 
ácido acético e outros ácidos a partir da matéria orgânica, solubilizando a carga 
orgânica e metais pesados presente nos resíduos sólidos; 
- Em seguida, bactérias metanogênicas e acetotróficas são usadas para consumir 
a carga de ácidos, produzindo o biogás e um composto biogênico; 
Após a fase metanogênica, em função das reações bioquímicas e da mudança do 
pH, os metais pesados são precipitados e encapsulados, ou seja, é levada a forma mais estável, 
menos solúvel, finalizando assim o tratamento biológico e físico-químico dos resíduos sólidos 
e líquidos. 
Como se observa, inicialmente a matéria orgânica do lixo é atacada por bactérias 
formadoras de ácidos. Como resultado dessa primeira fase, ácidos graxos, açúcares e outros 
compostos orgânicos de baixo peso molecular são produzidos. Em seguida, na segunda fase, 
os ácidos são consumidos por bactérias formadoras de metano, onde o CH4 e CO2 são os 
produtos finais. 
O processo de decomposição aeróbica ocorre em dois estágios: 
a. estágio não metanogênico, onde as reações de hidrólise iniciam o estágio não 
metanogênico pela redução da matéria orgânica complexa a compostos 
insolúveis menores, através de enzimas extra celulares. Os produtos da 
hidrólise incluem ácidos graxos, açúcares simples, aminoácidos e outros 
compostos orgânicos de baixo peso molecular. Durante a hidrólise os micros 
organismos que participam do processo despendem mais energia do que 
conseguem ganhar. Apesar disso, aumenta a disponibilidade energética do 
meio em função das alterações sofridas pela matéria orgânica e da fonte de 
energia a ser utilizada nas reações subseqüentes. Atividades tradicionais neste 
estágio complementam as modificações da matéria orgânica,como a captura 
de energia, formação de ácidos orgânicos, produção de amônia, água e de 
gases como o H2 e CO2; 
b. estágio metanogênico, os microrganismos atuantes no estágio são geralmente 
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bactérias do gênero Methanobacterium, habitante comum do solo, do rúmem e 
dos esgotos domésticos. Esse microrganismo obtém energia a partir de duas 
reações principais: redução do CO2 pela adição de H2 para formar CO e H2O, 
que a partir da quebra do CH3COOH formam o metano e o dióxido de carbono. 
Em resumo, durante a decomposição anaeróbia, segundo o princípio de duas fases, 
gases como CO2, H2,CH4, N2 e H2S são produzidos por dois grupos distintos de 
microrganismos, os formadores de ácidos e os formadores de metano. 
A bioremediação, associada ao aterro sanitário celular que é uma variável do 
aterro sanitário convencional, pode ser definida como uma técnica derivada do aterro sanitário 
convencional, caracterizando-se por um processo seqüencial que, fundamentado nos critérios 
de bioengenharia e normas operacionais específicas, permite o efetivo tratamento de resíduos 
sólidos, no solo e em seus efluentes de líquidos e gases, em níveis primário, secundário e 
terciário, evitando a poluição do solo, ar e recursos hídricos. 
Considerações e definições para que o entendimento das terminologias aplicadas 
possam ser compreendidas e entendidas, como segue: 
a. célula de aterro é o elemento unitário ou derivada do aterro sanitário celular, 
onde os resíduos são efetivamente tratados; 
b. carga orgânica e a fração dos resíduos na forma sólida, líquida ou resultante 
do processo de decomposição da matéria orgânica presente no lixo; 
c. carga inorgânica é a fração dos resíduos na forma sólida ou líquida, resultante 
do processo de tratamento dos resíduos; 
d. processos físicos são aqueles que não alteram a natureza da matéria do lixo e 
de seus contaminantes; 
e. processos biológicos são aqueles que alteram a natureza da matéria e de seus 
contaminantes, tendo como fundamento à ação microbiana; 
f. processos químicos são aqueles que alteram a natureza da matéria e de seus 
contaminantes, tendo como fundamento a ação de substâncias químicas. 
O processo de bioremediação é eficiente quando ele é capaz de mudar a 
concentração dos poluentes, reduzindo e alterando as características fisico-químicas dos 
resíduos sólidos ou líquidos. 
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1.2 MANEJO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS 
a) Introdução 
O controle efetivo da geração, do armazenamento, do tratamento, da reciclagem e 
reutilização, do transporte, da recuperação e do depósito dos resíduos perigoso é de extrema 
importância para a saúde do homem, a proteção do meio ambiente, o manejo dos recursos 
naturais e o desenvolvimento sustentável. Isto requer a cooperação e participação ativa da 
comunidade, dos governos e das indústrias. 
O objetivo geral é impedir, tanto quanto possível, e reduzir ao mínimo a produção 
de resíduos perigosos e submeter esses resíduos a um manejo que impeça que provoquem 
danos ao meio ambiente. 
b) Sistema de coleta, manuseio, armazenamento, condicionamento e transporte interno 
de resíduos industriais. 
Deve-se levar em conta: 
 
o treinamento do pessoal; 
 
a segregação dos resíduos; 
 
acondicionamento; 
 
transporte interno; 
 
armazenamento; 
 
procedimentos de emergência. 
c) Manuseio de resíduos 
A movimentação dos resíduos nas indústrias normalmente está ligada às áreas 
administrativas, e tanto os trabalhadores como suas chefias se expõem a riscos desnecessários 
pela falta de pessoal qualificado para a realização desses serviços. Os operários devem ter 
treinamento específico, que os informe dos riscos inerentes a cada resíduo, como executar a 
coleta, fazer o acondicionamento, transporte e armazenamento, e como utilizar os 
equipamentos de transporte e de proteção individual, e devem ser treinados quanto aos 
procedimentos de emergência em caso de acidentes ou derramamentos. 
A conscientização dos empresários para que se adote um sistema de treinamento 
não é uma tarefa fácil, visto que freqüentemente eles estão envolvidos com problemas 
econômicos e produtivos da empresa. Porém as indústrias devem elaborar e aplicar um 
programa de treinamento, cuja eficiência dependerá da atuação dos funcionários, dos técnicos 
e do Estado. 
d) Segregação dos resíduos 
A segregação dos resíduos sólidos dentro de uma indústria é de suma importância, 
pois visa evitar a mistura de resíduos incompatíveis, contribuir para a qualidade dos resíduos 
que possam vir a ser reciclados ou recuperados, e diminuir o volume de resíduos perigosos ou 
especiais que serão tratados ou dispostos em separado, proporcionando também economia 
financeira. 
Muitos danos poderão ser causados com a mistura de dois ou mais resíduos 
incompatíveis, pela ocorrência de reações indesejáveis ou incontroláveis, com conseqüências 
adversas ao homem, ao meio ambiente, aos equipamentos e à própria instalação industrial. 
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A mistura de resíduos incompatíveis pode gerar calor, fogo ou explosão, geração 
de gases tóxicos, inflamáveis, volatilização de substâncias tóxicas ou inflamáveis, 
solubilização de substâncias tóxicas ou polimerização violenta. 
e) Acondicionamento de resíduos 
O acondicionamentode resíduos deve sempre ser feito em material compatível 
com os resíduos, apresentar resistência física a pequenos choques, durabilidade e 
compatibilidade com o equipamento transporte em termos de forma, volume e peso e as 
embalagens serem estanques. 
As características dos resíduos é que irão determinar a escolha do tipo de 
recipiente mais adequado a cada caso. Também tem que se levar em conta a quantidade do 
material a ser acondicionado, o tipo de transporte a ser utilizado e a disposição adotada. 
f) Armazenamento de resíduos perigosos 
Define-se como contenção temporária em área autorizada pelo órgão ambiental 
(Licenciada), à espera da disposição final adequada, desde que atenda às condições de 
segurança e normas técnicas. Deverá atender à portaria Ministerial n.° 124 de 20/08/1980: 
 
NB 1183 "Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - Procedimento" - 
ABNT, 
 
NB 1264 "Armazenamento de resíduos classes II e III"-ABNT; 
 
NB 98 "Armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis e combustíveis"; 
 
Instrução Normativa SEMA/STC/CRS n.° 001 de 10/06/1983: dispõe sobre s 
condições de manuseio, armazenamento e transporte de bifenilas policloradas 
(PCBs) e dos contaminados com PCBs. 
Para implantar um projeto adequado devem-se observar os critérios mínimos para 
a escolha de localização, condições de segurança isolamento, sinalização e controle de 
operação. Devem ser também consideradas: 
 
a legislação; 
 
as formas de acondicionamento e segregação na área; 
 
o impacto ambiental o risco à saúde pública e ao meio ambiente; 
 
para que não ocorram problemas durante seu funcionamento é importante a 
aceitação da vizinhança na implantação do projeto; 
 
devem ser obedecidas restrições para proteção de mananciais hídricos e lençóis 
freáticos e núcleos populacionais; 
 
observar locais de maior risco de fenômenos naturais, como: inundações, 
recalques ou erosões e chuvas intensas, etc; 
 
locais com alto risco de incidência de acidentes como: faíscas, vapores 
reativos, tráfego intenso, umidade excessiva, etc. 
Para proteção ambiental, verificar a necessidade de medidas como: 
impermeabilização inferior da área, cobertura, sistema de drenagem de águas pluviais e de 
líquidos percolados e derrames acidentais, poços de monitoramento de qualidade das águas 
subterrâneas e bacias de contenção, etc. 
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Para segurança a área deve possuir isolamento ao acesso de estranhos e de 
sinalização para alerta aos perigos do local, dispor de sistema de comunicação, energia e 
iluminação para ações em situações de emergência, acessos interno e externo. A área deve ser 
fechada e ventilada, piso concretado ou outro material impermeabilizante e coberta. Se a área 
for não for fechada ela deverá ter bacia de contenção e sistema de coleta de líquidos 
contaminados para serem tratados ou acondicionados. 
Estabelecer: 
 
plano de controle dos estocados, tipo, procedência/quantidade, localização, etc; 
 
plano de movimentação dos recipientes; 
 
plano de segregação, para evitar misturas dos incompatíveis em caso de 
acidentes, derrames, vazamentos, para evitar maiores problemas; 
 
critério de identificação das embalagens. Os rótulos de identificação deverão 
ser únicos, para rápida checagem. As embalagens devem estar em boas 
condições de uso, ser de material compatível ou revestido ou 
impermeabilizado. 
Na abertura ou manuseio da embalagem evitar rompimento, vazamento ou danos. 
As embalagens deverão estar sobre paletis e deve haver acesso entre as mesmas para permitir 
uma inspeção visual mais adequada. 
 
O pessoal de operação, estocagem, adição, retirada, abertura ou fechamento das 
embalagens deverá estar equipado com EPIs (equipamento de proteção 
individual) e ter o devido treinamento. 
 
A freqüência da inspeção deverá ser preestabelecida, para a verificação de 
pontos de deterioração dos recipientes e contenção de vazamentos, etc. 
g) Armazenamento de resíduos em tanques 
São utilizados para armazenamento e transporte de resíduos líquidos, porém 
inúmeros cuidados devem ser observados nesse tipo de armazenamento: 
 
o tanque deverá, ser construído de material compatível com e resíduo a ser 
estocado; 
 
ele deverá conter dispositivos de controle de pressão quando fechado; 
 
deverá ter dispositivo automático do controle de nível que corte a alimentação 
quando atingir o nível máximo; 
 
resíduos inflamáveis devem ter bacia de contenção segundo a NBR-1505 
(armazenamento de petróleo e seus derivados) e NB98 (armazenamento e 
manuseio de líquidos inflamáveis); 
 
inspeção diária nos equipamentos de controle de pressão, transbordo, nível, 
etc. 
 
vistorias semanais na parte externa dos tanques, para detectar corrosões em 
conexões ou costura e vazamentos; 
 
plano de inspeção, que deve incluir o esvaziamento para inspeção da parte 
interna. 
h) Armazenamento de resíduos a granel 
É utilizado para alguns tipos de resíduos sólidos e algumas regras têm de ser 
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observadas para o sucesso dessa escolha: 
 
evitar escoamento superficial e lixiviações de seus constituintes, que devem 
estar protegidos de precipitações. 
 
para armazenamento em montes, não devem conter líquidos livres, conforme 
PN1:603-004 (teste para determinação de líquidos livres). 
 
deverá haver um controle de dispersão pelo vento e sistema de drenagem e 
contenção dos líquidos percolados. 
 
a instalação deverá ser apoiada sobre uma fundação ou base que suporte falhas 
de impermeabilização, deverá cobrir toda a terra circunvizinha para não haver 
contato com resíduo. Caso haja formação de lixiviado, ela terá sistema de 
drenagem e coleta de líquidos pára que a lâmina d'água não ultrapasse a 30 cm 
sobre o sistema de impermeabilização. O material deverá ter resistência química 
ao lixiviado e espessura suficiente para prevenir colapsos pelo peso do resíduo. 
 
inspeção da construção para evitar falhas. 
 
a inspeção de operação em montes será semanal; caso não tenha cobertura ela 
deverá ser feita após índices pluviométricos- elevados, para se observar o siste-ma de escoamento superficial e a coleta dos percolados. 
i) Armazenamento com bacia de contenção para líquidos 
 
Para resistir a vazamentos, derrames e precipitações acumuladas deverá haver 
uma base sem rachaduras ou buracos e bem impermeabilizada; 
 
A contenção deverá operar para, todo o líquido ser drenado e removido; 
 
Para líquidos deverá ser de 10% do volume armazenado a capacidade da bacia 
de contenção. E não se deverá permitir que ela receba em seu interior fluxo de 
escoamento superficial de fora; 
 
Quando houver sistema de água para combate a incêndio, o dreno com válvula 
de bloqueio, para evitar risco de transbordo deverá ser do lado de fora da batia 
de contenção; 
 
As bacias devem ser independentes para cada área, pela incompatibilidade. 
j) Encerramento da atividade de armazenamento 
 
Os resíduos armazenados devem ser removidos do local; a base e os 
impermeabilizantes deverão ser lavados e os efluentes devem ser coletados e 
analisados antes de serem descartados, e se estiverem contaminados devem ser 
removidos e destinados adequadamente. 
 
As embalagens devem ser lavadas e descontaminadas ou destinadas 
adequadamente. 
 
Todo resíduo restante nó local deve ser destinado adequadamente. 
1.2.1 Código para os tipos de acondicionamento utilizados 
Estabelecidos na resolução nº 313 (CONAMA, 2002) que dispõe sobre o 
inventário nacional de resíduos sólidos industriais e a Norma NBR 10004 (ABNT, 2004). 
 
a) Código do resíduo - Descrição do resíduo - Classe II –A ou Classe II – B 
- A001 - Resíduos de restaurante (restos de alimentos) 
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- A002 - Resíduos gerados fora do processo industrial (escritório, embalagens, 
etc.) 
- A003 - Resíduos de varrição de fábrica 
- A004 - Sucata de metais ferrosos 
- A104 - Embalagens metálicas (latas vazias) 
- A204 - Tambores metálicos 
- A005 - Sucata de metais não ferrosos (latão, etc.) 
- A105 - Embalagens de metais não ferrosos (latas vazias) 
- A006 - Resíduos de papel e papelão 
- A007 - Resíduos de plásticos polimerizados de processo 
- A107 - Bombonas de plástico não contaminadas 
- A207 - Filmes e pequenas embalagens de plástico 
- A008 - Resíduos de borracha 
- A108 - Resíduos de acetato de etil vinila (EVA) 
- A208 - Resíduos de poliuretano (PU) 
- A308 - Espumas 
- A009 - Resíduos de madeira contendo substâncias não tóxicas 
- A010 - Resíduos de materiais têxteis 
- A011 - Resíduos de minerais não metálicos 
- A111 - Cinzas de caldeira 
- A012 - Escória de fundição de alumínio 
- A013 - Escória de produção de ferro e aço 
- A014 - Escória de fundição de latão 
- A015 - Escória de fundição de zinco 
- A016 - Areia de fundição 
- A017 - Resíduos de refratários e materiais cerâmicos 
- A117 - Resíduos de vidros 
- A018 - Resíduos sólidos compostos de metais não tóxicos 
- A019 - Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluentes contendo 
material biológico não tóxico 
- A021 - Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluentes contendo 
substâncias não tóxicas 
- A022 - Resíduos pastosos de estações de tratamento de efluentes contendo 
substâncias não tóxicas 
- A023 - Resíduos pastosos contendo calcário 
- A024 - Bagaço de cana 
- A025 - Fibra de vidro 
- A099 - Outros resíduos não perigosos 
- A199 - Aparas salgadas 
- A299 - Aparas de peles caleadas 
- A399 - Aparas, retalhos de couro atanado. 
- A499 - Carnaça 
- A599 - Resíduos orgânicos de processo (sebo, soro, ossos, sangue, outros da 
indústria alimentícia, etc). 
- A699 - Casca de arroz 
- A799 - Serragem, farelo e pó de couro atanado. 
- A899 - Lodo do caleiro 
- A999 - Resíduos de frutas (bagaço, mosto, casca, etc.) 
- A026 - Escória de jateamento contendo substâncias não tóxicas 
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- A027 - Catalisadores usados contendo substâncias não tóxicas 
- A028 - Resíduos de sistema de controle de emissão gasosa contendo substância 
não tóxicas (precipitadores, filtros de manga, entre outros) 
- A029 - Produtos fora da especificação ou fora do prazo de validade contendo 
substâncias não perigosas 
 
Observações: 
1. Esses códigos só devem ser utilizados se o resíduo não for previamente 
classificado como perigoso. Ex. resíduo de varrição de unidade de embalagem 
de Parathion deve ser codificado como D099 ou P089 e não como A003. 
2. Embalagens vazias contaminadas com substâncias das Listagens nos 5 e 6, da 
NBR 10004, são classificadas como resíduos perigosos. 
b) Código dos resíduos - Descrição do resíduo - Classe I 
C001 a C009 - Listagem 10 - resíduos perigosos por conterem componentes 
voláteis, nos quais não se aplicam testes de lixiviação e/ou de solubilização, apresentando 
concentrações superiores aos indicados na NBR 10004 (ABNT, 2004) 
- D001 - Resíduos perigosos por apresentarem inflamabilidade 
- D002 - Resíduos perigosos por apresentarem corrosividade 
- D003 - Resíduos perigosos por apresentarem reatividade 
- D004 - Resíduos perigosos por apresentarem patogenicidade 
- D005 a D029 – Anexo F da Norma NBR 10004: resíduos perigosos 
caracterizados pelo teste de lixiviação 
- K193 - Aparas de couro curtido ao cromo 
- K194 - Serragem e pó de couro contendo cromo 
- K195 - Lodo de estações de tratamento de efluentes de curtimento ao cromo 
- F102 - Resíduo de catalisadores não especificados na Norma NBR 10.004 
- F103 - Resíduo oriundo de laboratórios industriais (produtos químicos) não 
especificados na Norma NBR 10.004 
- F104 - Embalagens vazias contaminadas não especificados na Norma NBR 
10.004 
- F105 - Solventes contaminados (especificar o solvente e o principal 
contaminante) 
- D099 - Outros resíduos perigosos - especificar 
- F001 a F0301 - Listagem 1 da Norma NBR 10004- resíduos reconhecidamente 
perigosos - Classe 1, de fontes não-específicas 
- F100 -Bifenilas Policloradas - PCB`s. Embalagens contaminadas com PCBs 
inclusive transformadores e capacitores 
- P001 a P123 – Anexo D da Norma NBR 10004 - resíduos perigosos por 
conterem substâncias agudamente tóxicas (restos de embalagens contaminadas 
com substâncias do Anexo D; resíduos de derramamento ou solos contaminados, 
e produtos fora de especificação ou produtos de comercializaçãoproibida de 
qualquer substância constante do Anexo D da Norma NBR 10.004). 
- K001 a K209 - Anexo B da Norma NBR 10004- resíduos reconhecidamente 
perigosos de fontes específicas 
- K053 - Restos e borras de tintas e pigmentos 
- K078 - Resíduo de limpeza com solvente na fabricação de tintas 
- K081 - Lodo de ETE da produção de tintas 
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- K203 - Resíduos de laboratórios de pesquisa de doenças 
- K207 - Borra do re-refino de óleos usados (borra ácida) 
- U001 a U246 - Anexo E da Norma NBR 10004- resíduos perigosos por 
conterem substâncias tóxicas (resíduos de derramamento ou solos contaminados; 
produtos fora de especificação ou produtos de comercialização proibida de 
qualquer substância constante na listagem 6 da Norma NBR 10.004 
Observação: 
 Se o Resíduo for classificado como F030 utilizar: 
- F130 para Óleo lubrificante usado; 
- F230 para Fluido hidráulico; 
- F330 para Óleo de corte e usinagem; 
- F430 para Óleo usado contaminado em isolação ou na refrigeração; 
- F530 para Resíduos oleosos do sistema separador de água e óleo. 
 
c) Códigos para armazenamento, tratamento, reutilização, reciclagem e disposição final. 
Código -Armazenamento 
- Z01 -S01 - tambor em piso impermeável, área coberta. 
- Z04 -S04 - tanque com bacia de contenção 
- Z11 -S11 - tambor em piso impermeável, área descoberta. 
- Z14 -S14 - tanque sem bacia de contenção 
- Z21 -S21 - tambor em solo, área coberta. 
- Z05 -S05 - bombona em piso impermeável, área coberta. 
- Z31 -S31 - tambor em solo, área descoberta. 
- Z15 -S15 - bombona em piso impermeável, área descoberta. 
- Z02 -S02 - a granel em piso impermeável, área coberta. 
- Z25 -S25 - bombona em solo, área coberta. 
- Z12 -S12 - a granel em piso impermeável, área descoberta. 
- Z35 -S35 - bombona em solo, área descoberta. 
- Z22 -S22 - a granel em solo, área coberta. 
- Z09 -S09 - lagoa com impermeabilização. 
- Z32 -S32 - a granel em solo, área descoberta. 
- Z19 -S19 - lagoa sem impermeabilização. 
- Z03 -S03 - caçamba com cobertura. 
- Z08 -S08 - outros sistemas (especificar). 
- Z13 -S13 - caçamba sem cobertura. 
Código - Tratamento 
- T01 – Incinerador 
- T12 - Neutralização 
- T02 - Incinerador de Câmara 
- T13 - Adsorção 
- T05 - Queima a céu aberto 
- T15 - Tratamento biológico 
- T06 - Detonação 
- T16 - Compostagem 
- T07 - Oxidação de cianetos 
- T17 - Secagem 
- T08 - Encapsulamento/fixação química ou solidificação 
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- T18 - "Landfarming" 
- T09 - Oxidação química 
- T19 - Plasma térmico 
- T10 – Precipitação 
- T34 - Outros tratamentos (especificar) 
- T11 - Detoxificação 
Código - Reutilização/Reciclagem/ Recuperação - Código - Disposição Final 
- R01 - Utilização em forno industrial (exceto em fornos de cimento) -B01 - 
Infiltração no solo 
- R02 - Utilização em caldeira -B02 - Aterro Municipal 
- R03 - Coprocessamento em fornos de cimento - B03 - Aterro Industrial Próprio 
- R04 - Formulação de "blend" de resíduos - B04 - Aterro Industrial Terceiros 
- R05 - Utilização em formulação de micronutrientes - B05 - Lixão Municipal 
- R06 - Incorporação em solo agrícola - B06 - Lixão Particular 
- R07 - Fertirrigação -B20 - Rede de Esgoto 
- R08 - Ração animal -B30 - Outras (especificar) 
- R09 - Reprocessamento de solventes 
- R10 - Re-refino de óleo 
- R11 - Reprocessamento de óleo 
- R12 - Sucateiros intermediários 
- R13 - Reutilização/reciclagem/recuperação internas 
- R99 - Outras formas de reutilização/reciclagem/recuperação (especificar) 
1.2.2 Gerenciamento de resíduos sólidos industriais 
Por volta de 25 anos atrás, o problema dos resíduos e sua disposição segura não 
recebia muita atenção. A disposição inadequada de resíduos levou à poluição das águas e à 
contaminação dos solos, afetando diretamente a saúde humana e o meio ambiente. Em muitos 
países, como os Estados Unidos e a Alemanha, as áreas com resíduos industriais abandonados 
são ainda hoje fontes de grandes problemas ambientais. 
Na maioria das legislações e regulamentações propostas por diferentes países para 
o gerenciamento de resíduos, há uma semelhança fundamental. A essência das 
regulamentações é caracterizada por uma definição geral de "resíduos sólidos" ou "resíduos 
perigosos" e/ou uma listagem de resíduos que são considerados perigosos, usando critérios 
tais como a origem do resíduo, a presença de substâncias ou compostos tóxicos e suas 
propriedades. Embora haja ainda debates sobre quais resíduos deveriam ser considerados 
perigosos, há uma concordância geral de que as listagens existentes de tais resíduos são ainda 
muito pequenas. 
 
A legislação em muitos países invoca o "princípio da responsabilidade do 
gerador", associado aos vários procedimentos ao longo das etapas de gerenciamento do 
resíduo, isto é, desde sua geração até sua disposição final. 
As leis também estabelecem regras para as operações de tratamento e estocagem 
de resíduos, instalação de aterros e para sua disposição que, normalmente, são submetidas à 
avaliação dos impactos ambientais antes de serem licenciadas. 
Porém, é preciso ainda o desenvolvimento de tecnologias de tratamento de 
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resíduos efetivas e programas de treinamento são necessários para que as práticas inadequadas 
de gerenciamento de resíduos possam ser abolidas. 
O gerenciamento de resíduos requerum bom entendimento do processo de geração 
e da adequada caracterização do resíduo. Entretanto, os métodos analíticos usuais, 
desenvolvidos para substâncias químicas puras, mostram-se inadequados para a análise das 
misturas heterogêneas e muitas vezes complexas de resíduos. Esforços, em todo o mundo, têm 
sido feitos para adaptar ou desenvolver procedimentos de amostragem e analíticos 
apropriados. 
As três técnicas principais para o tratamento dos resíduos gerados - a incineração, 
a redução da toxicidade e a disposição no solo - são complementares. A incineração pode ser 
adotada para muitos resíduos orgânicos, tais como hidrocarbonetos, alcatroes e solventes 
usados, para reduzir o volume dos resíduos, destruir os compostos orgânicos tóxicos e 
algumas vezes recuperar energia. Porém, a incineração requer o tratamento das cinzas e 
escórias tóxicas e, nesse caso, o aterro tem sido a solução adotada. 
Os processos de redução de toxicidade - precipitação, neutralização e oxidação, 
dentre outros - são mais usados para resíduos líquidos minerais. Esses procedimentos reduzem 
a toxicidade dos resíduos, mas podem levar à produção de grandes quantidades de lamas nas 
estações de tratamento de efluentes, as quais também podem ser classificadas como resíduo 
perigoso. 
Na medida do possível, os países têm tomado providências para tratar ou dispor os 
resíduos gerados em seu território mas, por circunstâncias diversas - geográficas, geológicas, 
climáticas, elas tornam-se, muitas vezes economicamente inviáveis. Como resultado, o 
comércio internacional de resíduos cresceu em importância nas últimas décadas. Parte desse 
comércio trata-se de resíduos reaproveitáveis ou recicláveis, mas os casos de comércio 
relacionados ao movimento transfronteiriço de resíduos para disposição final também 
aumentou consideravelmente. A Convenção de Basiléia, Suíça, realizada em março de 1989, 
preconizou que o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e outros, deve ser 
reduzido ao mínimo compatível com a sua administração ambiental saudável e eficiente. 
As políticas para a minimização e reciclagem dos resíduos gerados começam a ser 
implementadas em muitos países com o objetivo de diminuir os impactos negativos causados 
pela geração de resíduos, em especial aqueles perigosos. Observa-se hoje que o 
gerenciamento ambiental de resíduos tem se tornado prática crescente no planejamento 
integral dos empreendimentos industriais, em muitos países. A filosofia atual para a questão 
dos resíduos sólidos industriais está baseada na constatação de que "mais fácil que tratar a 
poluição causada pêlos resíduos é prevenir a sua geração". 
Por isso, verifica-se uma crescente preferência pela adoção de tecnologias que 
contemplem a eliminação e/ou minimização da geração de resíduos na fonte, bem como o 
tratamento dos resíduos inevitavelmente gerados - secagem, encapsulamento, incineração, 
landfarming, etc. - que possibilitam a redução do volume do resíduo a ser disposto ou a 
diminuição de sua toxicidade e sua reciclagem, em lugar de sua disposição no solo pura e 
simples, mesmo que em aterros devidamente construídos com tal finalidade. 
Existem dificuldades diversas em torno da definição de medidas reguladoras para 
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o controle ambiental de resíduos sólidos industriais. Enquanto que para a contaminação do ar 
e das águas a ênfase é dada ao estabelecimento de padrões para garantir a qualidade de um 
certo ambiente ou controlar o nível de emissão de contaminantes individuais, as ações 
reguladoras para o controle dos resíduos sólidos têm sido, normalmente, dirigidas ao 
estabelecimento de critérios e diretrizes para o seu manuseio e disposição. 
1.2.2.1 Classificação de resíduos sólidos industriais 
A classificação dos resíduos sólidos industriais é realizada com três objetivos 
básicos: 
 
Caracterização: conhecer propriedades ou características dos resíduos que 
possam causar algum dano ao homem e ao meio ambiente. 
 
Disposição: permitir a tomada de decisões técnicas e econômicas em todas as 
fases do tratamento dos resíduos sólidos. 
 
Mobilização: concentrar esforço da sociedade no controle dos resíduos cuja 
liberação para o meio ambiente seja problemática, de tal modo a permitir a 
tomada de decisões técnicas e econômicas em todas as fases do trato do 
resíduo, visando sua disposição. 
 
Para padronizar, no Brasil, a classificação dos resíduos, a ABNT propôs um 
conjunto de normas bastante completa que permite a qualquer interessado classificar seus 
resíduos. 
 
Estas normas são as seguintes: 
 
Norma ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004): "Resíduos Sólidos" 
 
Projeto de Norma PN 1:603.06-008: Resíduos Sólidos (revisão); 
 
Norma ABNT NBR 10.005 (ABNT, 2004): "Lixiviação de Resíduos"; 
 
Norma ABNT NBR 10.006 (ABNT, 2004): "Solubilização de Resíduos"; 
 
Norma ABNT NBR 10.007 (ABNT, 2004): "Amostragem de Resíduos". 
A classificação proposta pela ABNT baseia-se na realização de testes 
padronizados de lixiviação e solubilização de amostras de resíduos adequadamente coletados, 
como forma de determinação de algumas características dos resíduos, conjugadas com as 
seguintes listagens de resíduos e de substâncias apresentadas na NBR 10.004 (ABNT, 2004): 
 
Anexo A - Resíduos perigosos de fontes não específicas. 
 
Anexo B - Resíduos perigosos de fontes específicas. 
 
Anexo C - Substâncias que conferem periculosidade a um resíduo. 
 
Anexo D - Substâncias agudamente tóxicas. 
 
Anexo E - Substâncias tóxicas. 
 
Anexo F - Limite máximo para o conteúdo de um extrato obtido no teste de 
lixiviação. 
 
Anexo G - Padrões para teste de solubilização. 
Através da NBR 10.004 (ABNT, 2004), a ABNT classifica os resíduos segundo a 
sua periculosidade, agrupando-os em duas categorias: 
 
Resíduos Classe I - Perigosos. 
 
Resíduos Classe II - Não perigosos (II A - não inertes e II B – inertes). 
 
Essa classificação baseia-se nos riscos potenciais que um resíduo pode apresentar 
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à saúde pública e ao ambiente, devido as suas propriedades físicas, químicas ou infecto-
contagiosas. 
a) Resíduos Classe I - Perigosos

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