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Serviço Público Federal Ministério da educação Universidade Federal de Sergipe Campus Universitário “Professor Antônio Garcia Filho” Graduação em Medicina Sanni Silvino Parente Revisão: Inflamação DEFINIÇÃO Reação dos tecidos a um agente agressor caraterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício; execução das respostas imunes inatas e adaptativas; podem causar danos ao organismo. SINAIS CARDINAIS FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO Irritativos: Se a agressão for de natureza biológica, ocorre irritação por PAMP; Agressores de outra natureza induz o tecido a liberar alarminas. PAMP e alarminas atuam em receptores celulares e induzem a liberação de mediadores que desencadeiam os demais fenômenos inflamatórios. Esses medidores inflamatórios podem ser pró (histamina –h1; PAF; bradicinina; prostaglandinas; leucotrienos; IL-1; TNF-alfa; IFN-gama, entre outros) e anti-inflamatórios (histamina- h2; prostaglandinas J e tromboxano A2; Ressolvinas; IL-10; TGF-beta; endorfinas, entre outros), determinando a progressão e o sucesso do processo. VASCULARES Modificações hemodinâmicas e reológicas da microcirculação. 1) Vasodilatação arteriolar: produzida por histamina e reflexo axonal, mantida por prostaglandinas, leucotrienos e PAF. Resultando em aumento do fluxo sanguíneo para a área inflamada. Gerando hiperemia ativa e fluxo rápido. Esse processo é seguido de uma diminuição da velocidade do fluxo devido ao aumento do leito vascular. 2) Dilatação de vênulas menores e constrição de maiores: aumento da permeabilidade celular, iniciando a exsudação de plasma. Consequentemente têm-se uma hemoconcentração local com formação de aglomerados celulares, tornando o sangue mais viscoso e lento. Como resultado, há hipóxia local e aumento da formação de catabólitos. Essa fase é sustentada por mediadores originados no plasma (complemento, coagulação e fibrinólise) e derivados do ácido araquidônico. EXSUDATIVOS 1) Plasmática: fibrinosa ou serosa (rico ou pobre em preteína); depende do aumento da permeabilidade vascular, sobretudo pela formação de poros interendoteliais (contração do citoesqueleto, induzida por histamina, substância P, prostaglandinas e leucotrienos). Existe uma exsudação imediata (durando entre 20-40m) e uma tardia, mais lenta. Em locais que contém junções íntimas intercelulares, há uma redução dessas junções. Além disso, as proteínas plasmáticas exsudadas aumentam a pressão osmótica intersticial. Tudo isso contribui para a formação do edema inflamatório. Vantagens: Saída de anticorpos e complemento; Fibrinogênio exsudado polimeriza-se e forma um suporte sólido de fibrina que favorece a migração de leucócitos e formar uma barreira física; Permite a saída de aantiproteases. 2) Celular: Marginação: ocorre no estágio da hiperemia; neutrófilos e monócitos; alinham-se na superfície do endotélio. Pavimentação: neutrófilos aderem ao endotélio vascular; fatores quimiotáticos influem na adesão; eletronegatividade da membrana celular e divalência do Calcio. Diapedese: leucócitos emitem pseudópodos e migram com movimentos ameboides através do endotélio; não há perda de fluido ou citoplasma de nenhuma das células; todos os leucócitos migram da mesma forma. Eventualmente há migração passiva de hemácias. Quimiotaxia: leucócitos são direcionados ao sítio da inflamação; receptores de superfície para os peptídeos dos fatores quimiotáticos: o Quimiotáticos para neutrófilos: Proteases bacterianas, C5a, LTB4; o Quimiotáticos para monócitos-macrófagos: C3a, C5a, LTB4, componentes neutrofílicos, linfocinas e fibronectinas; o Quimiotáticos para eosinófilos: produtos de mastócitos, basófilos e linfocinas. Fagocitose: o Reconhecimento: receptores de superfície e opsoninas; o Englobamento: formação do fagolisossoma, liberação de proteases e enzimas hidrolíticas dentro dos lisossomas; o Degradação: oxigênio- dependente; atividade bactericida oxidase- mediada, converte o O2 em peróxido de hidrogênio; peroxido de hidrogênio + MPO +cloreto; radicais livres de superóxido. ALTERATIVOS Degeneração e necrose; resultam, principalmente, de trombose na microcirculação, atividade de produtos nas células do exsudato ou fenômenos imunitários. RESOLUTIVOS Durante todo o processo inflamatório, surgem mecanismos anti-inflamatórios, como antiproteases, removedores de radicais livres, de glicocorticoides e de mediadores do SNA. Mecanismos locais: modificações de receptores nas células do exsudato e dos tecidos; geração local de mediadores com efeito anti- inflamatório; mudança no comportamento das células do exsudato (tendem a apoptose ou passam a exercer função anti- inflamatória); exsudação de células com função reguladora. Mecanismos sistêmicos: estímulos de terminações nervosas aferentes (bradicinina, PGE2 e substancia P) induzem a liberação de endorfinas e melanocortinas; resposta humoral, com aumento da secreção de ACTH e, portanto, liberação de glicocorticoides endógenos; citocinas (IL-1, IL-6, TNF-alfa e IFN-gama) induzem resposta sistêmica anti- inflamatória. FENÔMENOS REPARATIVOS Regeneração ou cicatrização. Resposta inflamatória sistêmica: fenômenos alterativos em alguns órgãos (pulmões, fígados, rins, coração) podem levar a insuficiência funcional e tornar o processo irreversível: o Bacteremia: presença de bactérias viáveis no sangue circulante; o Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS): hipertermia ou hipotermia; frequência cardíaca >90bpm; FR>20mov/min ou PCO2<32torr; leucócitos >12000 ou <4000/mm³; o Sepse: SIRS +infecção; o Sepse grave: SIRS + sinais de hipoperfusão (acidose, oligúria ou alteração do estado mental); o Choque séptico: sepse grave + hipotensão (PA sistólica <90 ou redução de 40 na PAS ou PA média <60 ou 80 em hipertensos) +falência de múltiplos órgãos. Cura com restituição da integridade anatômica e funcional; Cura por cicatrização; Cura por cicatrização em serosas; Cura por encistamento; Cura por calcificação. CLASSIFICAÇÃO DAS INFLAMAÇÕES AGUDAS Exsudativas: o Serosas (aspecto de soro); o Fibrinosas (rico em fibrina); o Serofibrinosas (liquido + depósitos de fibrina); o Sero-hemorrágicas ou serofibrino-hemorrágicas; Catarrais (exsudação líquida e de leucócitos na superfície de mucosas, com descamação do epitélio e secreção de muco = catarro); Pseudo-membranosa (toxinas que determinam necrose do epitélio, iniciando exsudação de células e fibrina. A fibrina forma uma camada espessa sobre a mucosa = psedomembrana); Necrosante; Supurativas (fagócitos mortos por ação de toxinas, liberação de hidrolases, necrose lítica; a mistura do exsudato com restos necróticos = pus; contém fibrina, restos celulares, fagócitos geralmente cheios de vacúolos): o Pútula; o Abscessos (pus em uma cavidade mal-formada); o Abscessos frios (acumulo de material necrótico, liquefeito e fluido que segue porgravidade por estruturas anatômicas); o Furúnculo (derme); o Fleimão (tecido conjuntivo); CRÔNICAS Persistência do agente; exposição prolongada; fenômenos autoimunitários; 6 meses; Proliferação da MEC; Granulomatosas: macrófagos; o Granulomas epitelioides: imunogênico; células epitelioides em camadas concêntricas; TH1: IFN-gama e IL-12; tuberculose; mais organizados, fibrose mais rápida TH2: IL-4, IL-10, IL-13, quimiocininas CC; esquistossomose. o Granulomas do tipo corpo estranho: inertes; mais frouxo. Inflamações hipertrofiantes ou hiperplásica: acentuada neoformação conjuntivovascular ou hiperplasia dos componentes do parênquima.
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