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PDF - Direito Constitucional - Prof. Flavio Martins - Delegado Civil Damasio 2015.2

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Intensivo Delegado de Polícia Civil 
Direito Constitucional 
Flávio Martins 
Data: 05.08.2015 
Aula 02 
Intensivo Delegado de Polícia Civil 
Anotador: Tiago Ferreira 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONSTITUCIONALISMO 
2. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO 
 
 
 
1. CONSTITUCIONALISMO 
 
Constitucionalismo é o movimento social, político e jurídico, cujo objetivo é limitar o poder do Estado através 
de uma constituição (Canotilho - constitucionalismo moderno). 
 
 
1.2) Espécies de Constitucionalismo: 
 
 
 Constitucionalismo Social: 
 
É a previsão constitucional de direitos sociais (ex: saúde, educação etc). 
 
Origem do “constitucionalismo social” na Constituição do México de 1917. Após, veio a Constituição de 
Weimar de 1919. No Brasil, vem com a Constituição de 1934 (é a nossa terceira). 
 
 
 Constitucionalismo Transnacional: 
 
É a possibilidade de se elaborar uma só constituição para vários países. 
 
 
 Transconstitucionalismo (Marcelo Neves): 
 
É a relação entre o direito interno e o direito internacional, para melhor tutela dos direitos fundamentais. 
 
 
 Constitucionalismo do futuro / do porvir (José Roberto Dromi): 
 
Tal constitucionalismo expressa uma tentativa de prever como será o constitucionalismo das próximas 
gerações. Segundo o autor, as constituições do futuro serão baseadas em alguns valores, como veracidade e 
solidariedade. 
 
“Veracidade” – para o autor, as constituições do futuro não farão promessas irrealizáveis. 
 
 
2 de 3 
“Solidariedade” – para o autor, as constituições do futuro promoverão o auxílio recíproco (já presente em 
nossa constituição do art. 3º, I da CRFB/88 – É objetivo da RFB construiu uma sociedade livre, justa e solidária). 
 
 
 Novo Constitucionalismo Latino-Americano: 
 
Decorre das novas constituições da Bolívia e do Equador. Na tentativa de romper com o tradicional 
constitucionalismo europeu, essas constituições criam Estados Plurinacionais, dando alto grau de autonomia 
aos povos originários (indígenas). 
 
“Estado Plurinacional” – várias nações em um mesmo Estado. Nação é um povo conectado por laços históricos, 
culturais, religiosos, linguísticos etc. 
 
 
2. CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO 
 
 
 Sentido Sociológico de Constituição (Ferdinad Lassale – Obra: “O que é constituição”): 
 
-“Constituição não é uma folha de papel” 
-“Constituição é a soma dos fatores reais de poder1 que emanam da população” 
-“Todo Estado tem uma constituição” 
 
 
 Sentido Político de Constituição (Carl Shmitt): 
 
Para o autor, constituição é uma decisão política fundamental. 
 
Denominação doutrinária de “posição decisionista”. 
 
O autor diferenciava constituição de lei constitucional. A constituição seria a decisão anterior, sendo a lei 
constitucional o documento em si (tal diferenciação não é mais feita atualmente). 
 
 
 Sentido Jurídico de Constituição (Hans Kelsen – “Teoria pura do direito”): 
 
Tal sentido jurídico de constituição se divide em dois: 
 
i) Sentido jurídico-positivo: 
 
Constituição é a lei mais importante do ordenamento jurídico. Constituição é o pressuposto de validade de 
todas as leis, ou seja, para que uma lei seja válida, precisa ser compatível com a constituição. 
 
 CF 
 Tratados Internacionais (posição variável no ordenamento jurídico) 
 Leis ord. Leis Comp. 
 Lei Deleg. Med. Prov 
 Atos infralegais 
 (decretos, portarias etc) 
 
1 Toda sociedade tem as suas relações de poder (grupo que submete a outro grupo – poder econômico, político etc) – tais 
relações de poder expressariam a Constituição. 
 
3 de 3 
*Tratados internacionais – procedimento de incorporação no ordenamento brasileiro: 
 
a) Celebração do tratado – Presidente da República (art. 84 CRFB/88); 
b) Referendo do Congresso Nacional – através de decreto legislativo (art. 49, I CRFB/88) 
c) Decreto presidencial (com isso o tratado ingressa no direito brasileiro) 
 
Pergunta: Os tratados ingressam no direito brasileiro com qual hierarquia? 
Resp: Em regra, ingressam com força de lei ordinária. 
Exceção: Os tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelas 2 casas do Congresso Nacional, 
em 2 turnos, por 3/5 dos seus membros, ingressam no direito brasileiro com força de emenda constitucional 
(art. 5º, §3º CRFB/88 – EC 45/2004). Ex: Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência (Dec 
6.949/09). 
 
Pergunta: E os tratados internacionais sobre direitos humanos não aprovados na forma do §3º do art. 5º da 
CRFB/88 (Ex: Convenção americana/interamericana de direitos humanos - Dec 678/92). 
Posição minoritária: Tais tratados teriam força de norma constitucional (Celso de Mello, Flavia Piovesan). 
Posição majoritária: Tais tratados teriam força supralegal, mas infraconstitucional (STF). 
 
Desta forma, diante da posição majoritária acima, para uma lei ser válida deve passar pelo controle de 
constitucionalidade, e também deve ser compatível com os tratados supralegais, dito controle de 
convencionalidade (Valério Mazzouli, STF).

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