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• .. &J jt • DO AUTOR 1:.-lll Relet'o, Rio - 1917 (exgotado ). Fa11~to (l!nsaio sobre o Problema do Sêr) (cxgo- tado) Rio - 1922. A F(JflflOÇão A1oderna .do Brasil - Rio 19~3 .. /Jf,torin de A1usica Brasileira - Rio - 1926. Ett PREPARAÇÃO P~yrltologin .Biosilelrll. RENATO ALMEIDA DA Oltra N·.....;;; M·------ RIO DE JANEIRO F. BRIOUJE1 & CO \P .. , EDITORE RUA SACHET, ll MCM VI 0025 1SS O BA! ., UF E~1 RJ A GRAÇA ARANHA • • INTRODU C A SYMPHONIA DA TERRA • • • • • ,.. • • • INTRODUCÇÃO • A SYMPHONIA DA TERRA MUNDO em torno é todo elle uma al- legoria. Ao meio da luz, rebrilham e fulguram as coisa , tocada de oiro.J • como num tncen- dio cintillante e m'aravillioso: 'A côr cria e transfigura, no reflexos cambiantes e ubti .. , entr o ton intensos e os tnôtivo suave ... , numa ur- preendente har-nlonia. O e a, • ficou o c6r doirada, \)iJhosa. Co J j MusiCA BRASILEIRA HrsrORIA DA statua idéal, que renascer' de plasmar a e _,_ genio com e sa e, ao sopro uu ' d . t Jucida. Ouçam as vozes a vtva e rans . remos 0 rythmo de nossa rte, terra e crta . , f d e immortal. As ertxertaas so pro-pro un a f . duzem monstros. aibfDos a er de to- dos los toques do concerto natural um mo- tivo de arte e criaremos o nosso múndo s noro. Qu à lição que tive de apren- der não nos tolde a frescura aa voz, não nos encàdeie em preconceitos, não nos escureça os olhos! E preciso sentir o con- tacto brutal com o universo para a marca ·de sua força indomavel, que a arte transfigura sem apoucar. Sejamos 9s artistas --commovidos do nosso haoitat ma- ravilhoso, onde cada espírito deve ser li- vre e sincero, sentindo intensament o ~ysterio das cois;as. Nos arrdubos da illnagin~ção e nos temores da melan- • colia, façamos nosso canto extasiado ou suave, de heroismo, ·de ternura, oti ~de dôr. O arti~ta, que é um criador de valores, não se póde isolar do meio sem' cair no • HtsToRrA DA MusrcA BR ASB.I!JRA I A MUSICA POPULAR O CANTO POPULAR - AS VOZES HUMANAS NO BRASIL - O CANTO DO INDIO, IX> POR- TUGUÊS E DO NEGRO - A MODINHA - OUTRAS EXPRESSOES DA MUSICA POPU- LAR - AS CANÇOES DO CARNAVAL E O SAMBA OS MOTIVOS POPUlARES A ARTE. • • • • • I A MUSICA POPULAR CANTO popular, em sua rudeza e ingenuidade, é um motivo pernranente de emoção, em que o homem primitivo traduz em face da .. -.' natureza o an eio de seu espirito, alegre ou nostalgico, de extase ou · de temor. Nos velhos pov ...... pod.emos deparar nessa origent mysterio- sa a fonte de monumento! eterno", q • HtSTORIA DA MUSICA BRASILEIRA do 0 gen.io lhe dá o prestigio do univer- salismo, que vence o tempo e o espaço. As deidades sombrias da theogonia me- dieval, sem a doçura e a subtileza dos deuses gregos, encheram toda a poesia Jno·derna) que encontrou nas lendas ce lti- cas, germanicas e nordicas, um,a inspira- ção ardente e maraVilhosa. As fadas, as ondina~ '1lS valküres, os gnomos, os elfos, os koringens, com suas historias terríveis e encantadas, po~oararn a imaginação dos • homens barbaros, de um synibo ca- prichoso e violento. gra Montaigne via na poesia ar tanta ingenuidade e graça quanto na pOesia perftlta, segun- do a arte, e Herder encontrava, no mytho popular, a fonte de toda poesia. As len- das de cavallaria, os romat1ces, .os cyclos, essa adim~ravel TaViola Redonaa não têlm sido pedras wra as melhores con~~ruoções? Onde Wagner buscou os heroJ~ de sua c . - . . ... ~ rta·çao gental sen·ão na poesta selv d ' agem os E dda e nos roman- ces p · ·t· rtmi •vos da lenda francesa? ·B toda • HJSTORIA DA MusJcA BRASJLEI~ 23 essa arte deliciosa dos lieder, que ~the · e Heine tiraram' do fundo da alma da Oermania e a que Beethoven, Shumann e Sh,ubert deram o canto cheio de sincerida- de e frescura, não foi escutada na bocca do povo, traduzindo, pela imagem singe- la, ? pendor irrimissivel do coração? Nos p.ovos nov.os, o motivo popular • veiu com o conquistador e reflecte essa dôr da adaptação, em que sangrou seu espírito audacioso. Entre nós, no ardor da' natureza tr,opical, cheia de fulgurações, o canto foi melancolico. Melanco1ico era o indio fugidio e indolente, que vivia a vida cheio de nostalgia, num perpetuo espanto pelas coisas que o cercavam; nle- lancolico ero o lusitano, ousado mas tris- te, vivendo no tnar e com a saudade da patria sempre no coração; melancoli o era o negro, caçado, roubado e escra' izatlo, que soffria no cativeiro uma dôr irreme- diavel e aniquilante. Todas as yozes que se levantaratn · ram um contraste ro .. n o scenario, de n1agnifico fulgor. alma ' 28 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA quem' erl assegurar? (1) Nella ha uma riqueza multipla de ryfhmos, mas sem color' d s nem envolvencias, é direcJa e o som vale por si, pela sua ""infinita sug- gestão. Nessa fonte ha muito que be~er, e • L mas so agora começam as prtm1etras pes- quizas, salientando-se o trabalho que tem feito o Sr. Villa Lobos, não só trazendo para a sua obra muitó do rythm1o indíge- na, bem como o divulgando com entu- siasmo. Como por :m esse trabalho ape- nas se esboça, ninguem pode falar de in- . fluencia exacta da musica indígena no nosso canto popular. Agreste e rude, mas 'de pura em'o- çio, livre como a propria natureza, era um pouco da terra fresca e virginal. Até (1) Os estudos da antropologia e ethnographia ~ que- agora se dão desenvolvendo nos não •u~ contudo chegar a 1 ' OI IDdios d 8 . cone usões seguras sobre 0 rasd. A intenção ti · . uma sensibilidade . ,poe ca na mus1ca 01 reqwntada, de que não deram 1101801 selvagens. e verdade que houve a ceramica de Maraj6. Mas perdura o ' pelo nella u r s Oa o: da fonte d ., .. ' DA e têm um o nha, nome deri ... 1ao essa . Seja como no 'Brasil a i do no que tornan o tran formou ja fonte, qualquer que prejudicou o caracter melodia, timen- tada em I · themas, um· I e o outro o e deliciosa, • VIO . • . f l -t '~"' ' 4 . -" , ,... . ' , . ' . - tos do do ao 36 Ht TORI D MUSIC BR ILEJRA da fraternidade com todo o ~res · não pode entir de perto a ·erdade do onho de Budh"l a no a tr n fu ao na uni- \'ersalidadc da ou a . rnodinha J or '111 11ào fie 11 ó no ·io do po' . ·iu J>ara o alao, onde, ,tliá , nãt-> tcn1 I nr. _COJTIJ)aitllada a JlriuciJJio Jl ~to era ·o e depoi pelo piano, t 'r o n1aior uc o na no sa o "iedade até rneiado do cuJo Jla sado, quando à cultura rtlU .. "ical foi aprimorando e e.'i- gindo flore.. rn ,.no.. ag-reste . En1 ortu- gal, sobretudo no te1t1po de O. Maria I) a modinha teve o rnàiores favores, devi- do .... obretudo á D. Marianna Victoria, rainha-mãe e ao duque de Lafões, que eram e ·cellentes tnus}cistas, sendo este amigo de Glück, que o tratava con1 a maior sympathia. No Brasil, a modit1ha cantada nos mais illustres salões da sociedade do primeiro e do segundo im- perio e cultivada pelos mais altos espi- · ritos, inclusive José M'auricio e • • • Porh1aal. N ambi .:::-~-=- modinha p rd ua foi criada para er 11 t'lll J>erfeita comtm'Unicaçlo COIJI na rl'Za, conl(l uma vóz no eu con rto majestoso. A rnodjnha é do caboclo, do n1oleque, que The sabe transmittir to-- do o langor, todo o enf itiçado d ' ua alma cie n1est~ço. De todas as com- posições populares, ao lado dos lundú , do fandangos, ~dos san1has c outra~ mais, a mtldinha é das n1ais car~ct~cistica <' sua rnêlodia longa, nas serenatas, ou nls ' noites de luar, parec,e un1 soan da pro- . pria terra, que se JlCrde no vago indefi- • uivei de nos a en1oção. A sua fórn1a im- pie , a sua singeleza c o profundo cn .. timento das coi as a tornam uma da mais sincera vozes do coraç}o quei oso da gente do povo. modinhaa. de Claudio Manoel da <:osta, Jgnacio I - rcnga Peixoto, Thomaz ntonio Gonza- ga, João Leal, Frei Telles, João do R i DA MusJCA anna, eritre itas outras,(•) celebridade. ' CaPios Gomes compoz algumas modinhas, das a de maior fama foi Tão, lomge de mim distante ·I Mas, as melhores são talvez as anonymas, nascidas não se sabe onde, nem quan'do, nem como, vindas da (1) O Snr. Ouilherme de Mello, no seu livro A Muslu 110 Brail (Bahia 1908) ~ de resumo do mesauo que publicou na H istoria Artistlca do Dlc· dOIIUlo Historico, (kogrtzp!Uco e Ethnographlco do Btall, l.o Vol., da lntroducçlo Geral (Rio-1922) cita 01 aepirates cultores da nossa modinha, no seculo : Josi Mauricio, Marcos Portugal, Oabriel Fer- 11andes ela Silva, S. C. Lobo, Candido lgnado da Silva, Queiroz, Antonio José Oomes Ferreira, j. Ru- • V QuintiHano da Cunha Freitas, da Luz Pinto, Rafael Coelho Machado, Pa- J. F IJao José Nunes, Pimenta J. Ooyaao, Henrique de Mes- 110 IU.o de Janeiro: D. Augusto Balthazar Piato da Silveira Salles, Padre Maplbles Cardoso, José Bruno de e 54, Manoel Julio Antonio Leal na que ti· Roalaa O. o da 1iUID8DO, zindo os sons dos sêres. , ... , «Na mero ~ de • nosso, intimo, vez ainda Na Europa passou estio os juizos Diz o primeiro: original as d • I I I a en gran JIIOIÜ to HJSTORI. D M IC BR SILEIRA malicia, isto Bahia, um troveiro excel- lente, pela naturalidade de seu canto re- - ' passado de um liri mo nostalgico e \'ivo , Francisco Cardoso, José Bruno Serra, en- tre outros, muitos outro tro\peiros, cujas vozes melancolica ou chistosas cheia~ de conceitos a\.:isado ou remoques subtis, ão de uma emoção rude e doce, com instincto agudo e languido sen.time11to. Ta11tbeJIJ os fandangos, os sambas, as t)7 - rannas, os ctlicumbys, os congos, os abo- iados, são de uma grande sinceridade, ora longorosos ora sensuaes, predomi- nota no de origem afri ana, batuque Jyth111ados e violen- bailes pa o · do a- . ' I ' . ' . HISTORIA DA anelhor, trata-se da sas lusitanas, I • stca, como na tudo vem de por exemplo e descrewsn contra a mouraria, o catharineta e se e ' ~ . panhà e areia de ». ão é licito e quecer os que são cantos religiosos, do nosso · rior, as implorações ao Céo feita tont humilde e fervoroso com mt1ito • rismo e não raro certa vi trastar com a expre ão sol sica sacra. f preciso referir • D MUSICA BR IL!IR , ora la civa , mov nd ou nimada , r pontam o quei- ' a gr , o d jo a alegria de • d no g nte franca rnelan- olic . o tem o go my terio da can- o ali ml, n m a jo ialidade da fran- ' ou o fulgor inquieto e ingular da la. ~ impl e di ereta. ua nos- lgia nio é d rramada, nem a sua ale- tr n bordante. La tima-se ou ri, com re a dirão outros com temor m io termo em que, por força de mento, no concentramos, evitan- . originalidade de r no sa dan a, alguma lenta , em languidas, outras sal· loridas, que brilham como o i tae e fogem como in· boi , é deliciosa, refle- o calor do nosso polos, em torno nte e • Ern vas. N 11 prodi i d ida, vo musica cheia de Procurando, nas coi m'eio entre ellas e n compõe a natureza, o sen são, consegue dar todo o e toda a poesia popular, traduzin nas, sem deformlar pela in~~· o mtaxixe é a mais caru"' nossas dansas, tendo, a nas esferas m~ais baixas, de penetrar nos salões, on accei1o, modificados na (1) Para definir o r. Erneslo Rodrigues Barbosa repete o louvor elo de todo justo, e 4ue vale : zareth ' a verdadeira acamaçlo I eira; elle tran mltte, na 46 HISTORI DA r\USICA BRASILEIRA passos, para lhe tirar o cunho obscuro. Primiti,·amente, era uma dansa de patul€a, com uma musica. em compasso similhante ao da polka, mas ~de r)rlhrnos muito (~.u~en tes e extranha lubricidade, mais acoe·ntua- da pelos maneios dos pares. Depois que se civilizou por assim dizer, tornou-se uma dansa commum, quanto aos passes, mas guardou a musica e m~esmo calor e sensualidade. A sua base é afri~ana, mas na adaptação ficou menos rude no lan- gor das suas linhas curvas. É a dansa es- sencialmente brasileira. (t) O ryilimo sicopado dos africanos, caracteristico e inconfundivel, ora mais diluido em outros rythmos, ou abranda- do pela adaptação, apparece sob fórmas multiplas e diversas, através de uma "in- finidade de variantes, caracteristica~ aliás de folk-lore. A differença que vae, por ex~mplo, entre um batuque, um samba, . (1) O maxixe é tambem uma expressão gene· nca das dansas populares brasileiras. • ' HISTORIA DA MUSJCA 47 um jongo ou uma congada, affectando 0 proprio rythmo, não exclue a origem com- . , . , mum, negra, CUJa pureza nos Ja a per- demos talvez, mas sentimos de modo claro e evidente. Queremos dizer que, na nossa musica popular, é facil distinguir as ori- gens r)rthmicas, embora não se conservem exactas as essenciaes. Um mundo de in- fluencias e interferencías o cltma, o c a .~ e amen o a e sangue, o cultivo e as condições de vida d~e logar a logar, tudo isso, que a arte popular reflecte, refl'an- gend~o no prismà âe suas intenções, fez com que os cantares fossem variando dia por ~dia , contornando-se, modifican ~o-se, mas sem perder o caracter basico e defi- nitivo do rythmo. As extranhas analogias e as curiosas similhanças dessas fórtna , en tradas pelos raros colleccionadore.: de · · osso folk-lore musical, revelam os dois grandés troncos de toda o rythmo tbrasileiro: o negro e o português. elles outros enxertos se fizeram, como o espa- nhol e o itali.ano e, ao seu lado, 11111 ter- ... "' .... o índio, te••• • se ação e J .... e ai estes, • ,._.e_. • ..... - gera • • pr, 08 çks qu ~ r a 't rL ticant nt' , ~ ffr u ti .. "d I '0 o influ r 1 rtu~ Jt\., atr: l s ct rn u 1,1 t , ~ra n h n n d c 111 I 1 n g ui (t z p rd nd<l 'lU harbftrin. \ssin1, ehula • .. mha .. \ 'O 'O Jundu~, rutt'ret \. ; ta as sua, rn ltii lt variante\ t:t('S orno 1 1iudinhc ~~ l1ora .. 1h , rn- mbtí \ 'Ort -j ncn , t~ r a ng-o~ a- rantbcque ", u 'Unl qtti UJllh ", nlg·un~ puran1 nt' n 'gTO .. ", Clutr : nc o-port1tg'tt '· (mulat) ) n g·ro-indi~~ 'na (r·t ·u os) \ n gro-e Jl , 01110 os lundt.. o, ngo~ e n tyranua ~. Est· ultitn s fo- da!"ltn<J ~ p lo coJn • • • 1 n n as e t' r 1 n r· r l· al~ntc bra il irns. nlt' 1 i # muito la, ma· ha nclln u funéla intt t "a f- oi , qu n .. torna e li . arr r (') da cabocla da é um do 1 urp end s ~ de n a vida int rior . • Instrumento. te. A (1 \'H ' Ha ~' lllttlti D I ' pra· • n 1n HISTORIA DA MUSICA tos estridentes, chocalhos, pandeiros, clarins agudos, e o bater grave e soturno na cadencia ruidosa doa Zl fiÚII. E essas multidões inqui e eXtasiadas de prazer, são vo saa e reflectem, nos seus can fre. mito insopltavel do desejo. can alo feitas para serem d~ e icas sio os sambas e I picantes e E uma bachanal de icativas, pe se combinam aquelle VQ, ado. t ·~ t • "\ ,, t t '\ u t. '' r 1 I tt ' •taupt 1, n lU ' tuf t ' t '" I' ' \ td' fi 'lU \ UHIIttpl ' ra '1, tt ' fuu I ' ltt • ,u t 'Ut ' I' ' ,~,, UIU h h t tUU' !I Ut f' IH ti l\ llh l ' ' r ' n' ' '" ' ·r ,, uu' 1 'I '1111 ' lu' 1 I '11 u tU tut l ) h 1 o , utr • t I• • ' ' f'' ·s • ) l\' ta '· ·' tltll ., ,tfr ·u 't' 'tt p u ) tttffn 'll lt, , - t r n h ' , , n n t • t '\ i t u, u u a t , · t\) :tt nt· t' tt· I''' t'llt·' 11\tlt , h 'f t m ·m 1 f í · m ' f i nm 1 u "'' f t I ' ' , m ,,,, t' 1 ,r · •t tn 1i · I m· l lU U I ' 'SI\ •I tu •'ti ' ', Ji. in '11 '' 'httt'ut , ' 111 lutfht, \l , ' uttl u, ·' tppr hu ,, t 'tn ' 1 I ,ri {I ) l · uu h, a , u (} n ~~ tt( ' ti un h i , t , m m Jm nua h.\1 f() l\art"'' ai pt)r n · u tu )\'I na nt )luptu ,. t J 11 ' • t ai ra , iu· I n I tn ,li t 'tt 'oh 'rt ' 1\' u it tn tri • I I /tJ/~-1 n ' m•1 I t h 1 otu ' '" l r HJSTORI<\ Do\ .\\LSIC<\ BRASJLEIR" ferivel, como ao .. fim são interpretes, que fiquem todos como endo do povo, e quanto mais se integrarem na alma ano- será o merito dos que os corupuzeran1. * * * Faltam á musica popular brasileira o seus desbravadores,. Vez por outra, já o têm tentado, como fizeram Alexandre Levy e .. AJberto "epo o.J mas ainda não ti\·ernos quem soubesse s~ embrjagar nessa ionte inexgotaveJ de inspiração, tra- duzindo os pendores e anseios da alma popular. Até esse dia ficará mysteri a psycbe brasileira, recolhida nas suas \"'Ozes intimas e profundas, que nos ele- , .. am e e>.~iam.. - • li A MUSICA BRASILEIRA COMEÇO DO SECULO XIX A VINDA DE O. JOAO VI PARA O BRASIL E A SUA INFLUENCIA O CULTIVO DAS AR- TES - A\US A TERIORES A ESSE PE- RIOOO - O PADRE jOSt MAURICIO E A SUA OBRA - FRA CISCO MA 0EL, MAR- COS PORTVOAL E O. PEDRO I. • li A MlJSIC:A BRASILEIRA C:()MEÇCJ OCJ SECULO XIX VINDA de D. João VI para o Brasil foi tuna predestinaçJo na nossa historia. Traf'splantada pa- ra a colooia ame- ricana a côrte bra- gantina, nio s6 , abriu uma época de florescimento, bem como apressou o movimento da indepea- dencia. Desde a Carta Régia de 28 de neiro de 1806, seis depois da . ' ' . de I a o á do . ... o a fi I ... fi a l- i lt .... f ' l .. lll - r 1m .. u " \"'i ld l • .. .. .. .. .. .. .. I -.:: t: t UDJ llll "I .. u I .. .. lt 1 I rrn 11 \" l lDl· , ... , \ ~t .... 1 t , I ,. u ... i 1, 3 n t 11 i...' ti n L tu Ih .. lhll SI ~·'i 1 r r i e "à ' f .. _ .:11~~ "ti\ ~I ~n .2, 11 r lU~ lh ~ - ri c I --' r 1 '1 n .. ttl q u ,'i n 1 inf iz ha di n d r f ~r n 'i .. .. n l)U \ar: 'tdt 'r '"' .. d [ m ! d 'a rt ·1 :t h ·1ri na, F r .. ,~-nt Elia .. ~ Fr. F r n i " F r. nt lnio l~ "":tnta Eulali~t. :\ u~r ... tnai ~ u mu:i "'a d .. utu n pu I r ta e orno Ore~ rio -~, a quem attribuem 'ern fun- nto :1liá .. a autoria do lundú · Do- Calda"' Bar a João L ai padre • Tt'll I 1 uuari I .. ~it r .... d 111 ~inh (• a nn .. ~r ~t rnu i '3 popul i a r lig-i a, tr zid pel 'L','· ~ 'P "ialnl n pel j •ta diffun inn1 n ·1.. f~:ta~ d lgrej , u e 1tr ' in lig· n 1 ~ nà i<Tn rand u 1 r 'stis'i l .:; br 'pirit rud do ~~cn i . .:sint nt riran1 v 1rta: ola:, otid .... ...... in di ~ :1 p r 'n ti n 111 *l n t , be rn ' m ) r - \" , 'i ln . r~· â , 1 1 r a n .. r ~la .. it s. l~ "tt~·ls I 'lr n~~a \ t ' '3m "rav ~ "nnt t\\1111 n, ~T"tnd)"' f :t:t~. Tu- 1 is .. ), 1 r tnl, fi' u na"' 'h r ni' ~ ~ m 1nd1 ;n luiu. F i ' rn 1 Yin i·1 d O. I ._ .. I u ~ .. ~ , l riu p ri i anu"-1 i .. 1 bra$il ~ira.. p ntu, f l, P 1dr ' J 1ar 'ia ( 1767-1 l , !li fulg nte ~ j ti .:·ti v , "'~ n 1 .. '~n 'ialnt 'nt l ra~il ir \ t \ \ a .. \\ \ ~ BroA ll t j 19 • .!. n . .. aur1 1 'Um rrt \ ,'ti h . ' ' . .., ~ : • 'I '. 4 ~ • -I H _. ,. ua fK.~ ___ an • _, •ma fJ D ·e_, írm a . -(j -·-_, . E,..,.: f) (j ça f}f a e ;. um' e r) In ~em· ~~o )~ a _;v 1-ra ... r_, .. f_r;,,-'0 a 0, I nfprone ~ ata d>TOJ Offer- .. , . .. , (jfliJ, 1':> () ~ a x~ a -'> a 0 etJra. .. 1 anda, Benedieta ~ .. #'flf'fr;; A 11na, Dei r a r~'>~· ~ 'JI, Ut X mP E (j ~ "nal o Commanir:;, r. a • - _r I'Jr t. a ~ a~-dfJ r. ~ _(Jnd~ :rT():na. ~ ú tzf.ase, o e evarnr_, a(:.. ~ dt n6 mt9DOS e ac& in}l;)r ~ u ,í "eRO, Ff)Í wr.a I "' Yf ãr, .... , J fiv;,, â,.' , , â rJ, J~rtt '=' _), l'(; "'a ( Jr(; rr,r' ~'J df'- 3 (; , f, ,. r> "" I' I' ~ r,r,;, YA:f.:t ~- .),,, ), , ::.. ( <:rí<IU uma (Jbra u trap '-' W:U IJit J pr :1\ c'"puk nt-m o 1 YUJ&UK to O faz r ,. r .. 72 Hrs 1 ORlA nA MusrcA HRASH r«A sinan~o-a com ~m devotamento re1igioso. Depo1s deJfe, slS alguns lustros n1ais tar- de, haveria de appare~er um1 gran'de 1nusi- co, porque Francisco Manoel era u•n ar- tista menor. ~Ainda assim Francisco Manoel da ilva (1795-1865) foi o n1ais illustre de seus discipulos e ~o unico que sobresJaiu, tendo tamben1 tomado algun1as Jições de contr a-pon'to com Neuckomm, o grande artista a1Jemã~o, discipuJo IJr~e ,dilecto de H;aydn, e que dirigiu o celebre concerto de 3.000 professores, na inauguração da estatua d ~e Outtemberg. D'a sua obra, saJ- vou-se apenas o HynzJz ,o Nacional Brasi- leiro, em cujos sons .quentes hfa alguma coisa do nosso ·entusiasmo e da nossa im)aginação tropical. Como seu tnestre, talvez por causa de1le, soffreu a guerri- lha de Marcos Portuaa1, quando musico Cap.ella Real, que o 1111aestro portu- dirigia, e a quem succedeu mais tar- Deixou varias composições, inclusive Te-Deum e Hymno da /ndependen· , l1rs r ORlA UA MustcA BRASIL!IRA 73 do liym~Jzo Nacional, que o imrportalizou , se1n esquecer o papel preponderante que teve no dcscnvoJvim ~nto do ensino musi- cal do 13rasi I, de que foi un1 dos primei- roc; C1 cuidar. ,. just) t t:Icrir Marcos l,ortugal, con1•positor portuguf s de fama ern toda a Europa, que veiu para o Brasi1 cun 1813 e onde exerceu g;nandc influencia, cujo beneficio não e póde conte tar, posto seu ~orgulho o desmereça pelo mal que procurava faz~er ao outro arti ta , a José M'auricio ( 1) a f ranci co Manoel e a Segismundo Neuckon1n1. IJon1 João VI qu<.· c r a, corno vimos urn paixona· d ~o, ou u1n suggestionado pela tnusi a e cuja protccç:ao a J o~~ J \ru1ricio f i a pro- v a 111 a i s c aba I c in c e r :1 , 'nu i to f '/ p I a cu I tu r a anusical do lira, i I. Logo que ou\ iu os negros do ( ..-<>nser\ atorio d ( 1) C .. omo e abt, 30 fam da \a da, Portupl 'urou José Maurldo, qut fraternalmftlte o nurna bondo a recondllaçlo. , torna em'qu que realiza em anta r a voe, tores ' valor. foi n fl~ 'Jlt•ln J(•('I.)IJJ'J)CII U (JU~· lht• JHCJdf. JC&Ifl:lVQ, f:Jic· •JJ( fii'J't•~~QII (t ltJJ)ll() f'ur .. tugttJ tlt· t*AJIIIJIOJ' ()IH'III, qu(· ftJJ''"Il' fo1tll· tJll('lli(• CXCCIIfttdllHj J)(U~ (i Ht• llff'J'•IIIJí) tOIII ()H ti I', J lj 11 c), d '. 1 (' d (J ( ' '. ( H J h ( ( . '-. d ( , '. 1 q J . OH ou VÍI'tiiJJ'II, b lf ,., ' ou (J (I I 011 I I HI I çõ~t-t ,,,. J), l,t-•(h·(, I, ~c·llruu ,. u1u:a ,,,,..,,ti, cuja t1J>c•rtur·tt ((,j ,~X('( n1nclu (UI f )til i , f'lll J832, tl)S{UII~ hyJtJIHJH, IUIJ Í(•fJ IH'I'Il (• umu síttlf11Jt)JJÍ;t purn (JJ't•JJ(• tru, S a obro U(J JtJUHtcc-, Ht· ,,,.rcJt·u, U(, JH'Í"' Íf''' v ui( 1 lttJJ as íntcnçõ •H. 111 I( j Jt( 'MAN II',MC, NA Mt JSIC A liltA~II.J IHA 1 ; 'n 1M A 1 r p M t 1 N ( J H J' A , u A 1 • x • ''' t (JI I~J I I I f f I I IIAJ I ''' Jl I I 11 , Alll (jt, t»'JMt , ' Ar Ml t' A tHtA u r aw 1\ H~J 1111 tJI IA i I tAl IA 1 Aa.t 'l J', ',, JMf' I J Jl j , 'lt AI t' t I • I , I' I A J! A N v A , 'J I' '1 A t ,. , ~ I • , ' f,1f I J J ,fl J U J1 f 14, t f ttl I Jf fi)iA 111 JtiA ffttf'''''" IM f 'fl 1 I I A A I r I 1 1 ft t AI I f MA I il ' 1 1 JIIJJ MA IMI 111 11 ,, •• 1 11 M 11 11 Jt 1 At I k I IUI Ml ti I t c 1 I 1 M t a 1 1 • • 411 t I 1 t Ui A ' li J tu 1 " 1 IC ' 1 tt • XIX ' I ... • • 111 ,O ROMANTISMO NA MUSICA BRASILEIRA f~O'M1\NTISMO, que foi a tremenda re- volta do individuo contra a sociedade, ]e\7 ando-o a hyper- trophia do eu e • a um devaneio da personalidade, quando veiu da Europa para o Brasil, por volta de 1830, já encontrou no brasileiro um romantico feito. Em regra, somo de um individualistrJO e altado e fremente, t I ' . ' J .• _. • I . I ·. \t r r li,_ dll- 11 .. 11111 1 r 111 n l. T ntl m 111 11 lti\l ~- n- , I 1r 111 L - r l ltl .. J r .í~~ n "' . um mt~···~"' ur • m m u ~''""' .. ... trl hi: ri u • • • • l' li J rn I n· l ~uj TI ri ---= - -- r rgulbo , da mu i a no Bra il a ~~~ tad d ulo I . en .- ...... u arl om um ao r · ta d o paiz. ori d d in pira -o opulen .. I • uirtd tim r ~ di 1 n ar I I 1 am no .. rra an1er1~na. d -li _ nh m n .. na1 u mu nt In fluind .. - - u- ( H .,. j , I L;.. ·() a no es ~ ~o.a.CU o ugg .. gem em ~ ·--.. radio num r umbramen ~ Jn nn~ ~ ímphonia d ,.t'f orde mages r~ ;o n~o e b apaga- 4 .. I t) .. ti (j t .. a ~ rrJ a-mpr ao admí- h p rduaria no u g .. r .. am a' 'nha, • ~) r f) --·rJ Car ......... -·· , rt ... ~_,·"} .. " o, ltado - ' ~ _4 .. ã'"J ") H •m/tiJ A_ca1'e, a d r_; J' a r·· ta' r~ra ~ : fJ., o (a; eu~ e Joanna ambas a~ meJbf,r ympathías, a f:ança 'a ,, prí~irt' tri , leYaado 0 (Juarany n(:; 'fhf~a rf, Scata, etJm eraack exítt) t applau~~ franc:o. e ru~ Ve~. dí JrJU ~(JU•(J crJm p1f1avru , (; amanf 'J: fJt.te to r~lr,vann~ crJnunetiJ de dov.e fíní~ro itJ.. -..rá '' iniri(' d ra· 'eu) r' á 1 a ar á ( (Jfí r~(/, r J f Lar r;, ( J(' ç., , :11 ~n :s~ ,, a # , , ~ r> tr ''.r)r ( PJ t ; ;;a 1TtJ / , ra J,, # ; , ~t1 f') (Lf: j)~ á (" (~ I '> ?J " ~.. () r, r:; I' /"~r~; â'}' ar r, J ( 1 I , (, , ( (J (J J:J )' " ff r a J (•) • , 86 HISTORJA DA _M .USICA BRASILEIRA À cisava, pois, ir buscar alhures o que llie poderia dar o paiz. No ambiente do ·Bra- sil, teria encontrado todas as forças para sua criação, independente dos mOdelos extrangeiros. Nem ·oonçalves Dias, nem José de Alencar delles precizaram1 e fize- ram obras definitivas. A expressão bra- sileira de então, que bastára á poesia e ao romance, não desmereceria a musica, antes pelimittiria uma força nova, inedita, do maior fulgor. Temos que conquistar o rythmo brasileiro, como conquistam·os a terra, numa tragedia estupenda e conti- "-. nuada. Carlos Gomes, ao revés desse es- forço, acceitou tranquillo as indicações extranhas, esquecendo-se de que o trai- iam. No Guarany, pretendeu criar o ·in- • • tan1smo na musica, á guisa do Alencar e Gonçalves Dias, despertando a terra, na evocação do autóchtone1 assim tornado, ~mbora em falso, ·a symbolo da nossa Alencar, dizendo que affirmou a independenda in- tellectual do Brasil. HISTORI.a\ DA MUSICA f.. gente. Tirando das selvas brasileira guns motivos quentes, que seus trabalhos, tem por vezes, Ullta pressão forte, de mocidade e audada. Prejudicou-o, porém a escola de italiana, fazendo-o desprezar as vo da terra, ott comprimil-as nos modelos da <<arte», sacrificando a intenção á fórana. ~ A preoccupação de um genero em arte é um preconceito infecundo e pertur- bador onde,. não raro se prendem os màis desejo incontido, ansia que procura ex- pressão na propiia vida, acima de todas as contingencias, na sua idealidade a~ luta. Os entraves de genero, como as h- mitações de fórma, são graves emba~~ÇO&, á livre communicação entre os esptn nesse vago m~sterioso, em que a arte __ os enlaça e os domina. Ahi tud~ é. emoçao, exaltando a existencia e permttttndo eu- til-a em toda a plenitude de força, de ~ belleza, de inten idad . Car por e emplo • t(dore_ de eu e pinto e como lencar con trui e .. obre nos- moti,·o ~ uma obra bra ileira, eria no leaa o un1 mo- num nto bem ntai.... olido }Jara enfrentar o tem1 o. Tran por attdo-o porétn para ilão ob a influencia da longa aria italiana obretudo a'"' de erdi ntão em franco '"'ucce :o. Carlo ·oome do- minado pelo ambiente. em fo~ça ou em - animo para reagir, libertando- e, cedeu e compoz ~ua obra en1 Tórma italiana .. com a'" preoccupaçõe do <bel-canto o que lhe tirou muito o fre cor a graça e o infere e. Enquanto no Ouaratl)', lencar torna. inconfundivel a linauaaem do in-b h dio da do'J branco na OIJera elJa e unem e e 111i turam na me ma aria nas me ma modulaçõe nos me tno ac- centos. E 110 entanto os indios de nossa selva tinham sua mu ica, livre e audacio- J. ~a. Esse fundo falso perdura na obra de Carlos Gomes, onde a fórma é o en- ~a~e constante. Ás vezes, o espírito bra- stletro se rebella contra humilhação e ir- Ht.. T< Rl.\ D Ml IC & LEnt rompe quente, 'lri ·o .. indoma el em nota violenta e combiae que bem lhe rtft- latn a origem. as, em geral, procwa ltma solução preconcebida e, em arte, do dev · ..... 1 urpre--a ~ tnarav·lha inedi . ~ O ucce o franco e retumbante foi outra traição.. Empolgou-o, e acreditou que aquelle juizo da platéa da ltalia e , do Brasil uma '"'~age tionada pelo ge- nero que era o eu e outra delirante de patrioti mo p la r aliza ão bra ileira . seria definiti\ro. 1 im entr a u- e cada ,·ez mais ao molde italiano~ findando por esquecer O' motiv·o, na tonae . O fa- \ror popular foi o maior pos iY I " nzo zLlla forza itzdolrzitLl. Ciel di Parahybll t · 1ia Piccerella, entre outra'", for m arias em oga de bocca em a. lém da itadas, ~ 'r Yêll .·1rl ' Gome a eo11int opera,: Fo. ·o. 1 72). .. . .. ) alvador Rosa (1 7-l), d tn'ptr, '3) factura italiana , qu Ih~ Y31 u ,;!ran succe o na ltalia t rnou-" t- P pu- lar omo a.. tim d ... d 1 . ' • - _J rti .. J -. I I .. 1 I I ,- d .. • . j I I I I . o OT do l I ; i , I I 100 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA uninao-se a~o ryth~mo uJúversal, cott1o f. attcstam a sua Série Brasileira, para O!,· chestra; as Variações sobre Ul1l 1"' /zenz'a 'Brasileiro e o 7~ango Brasileiro} tratad~· o~s~=-= corn emoção sincera e ar~dentc, con1o u111á interJJretação pessoal da aJn1a i11genua do povo. Na Série Brasileira ( fJreludio; Dan- sa /~ustica canção 7~riste; Á beirtt d~o~==~ regato e Sa11Zúa), sobretudo 11a u 1 tin1a. parte, o n1otivo J10JJular surge con1 un1a adn1iravel côr local, ref]cctindo essa dan- sa rneio barbara dos africanos, con1' seus ruidos, bizarria-s e IJatuques. O 1"'a1zgo é deJicioso de frescura e graça; as varia~ções em torno do nosso pOJJUlarissinlo V e1n. cá biití ... , feitas nun1a hora de saudade, quan- do o artista estava distante' Cla Patri,a, são ungidas de intensa nostalgia, num estilo colorido e sensivel. Era Alexandre Levy umJ romantico apaixonado, que olhava o mun~do: oom me- lancolia e cuja juventude viera nim,bada por um véo de tristeza, participando da- quelle estado d'alma que Mauclair cha- HISTORIA DA MUSICA BRASIL!IItA 101 - m:ou de schumann"ianoJ. _tal . a infh•eaâa ., e " do grande m.usico de Zwickau. A serie -Schumltlnnlana, para piano, é de urna poe- sia interior-Jfrõfunda, em que o coração é o maior ádivinno da vida. Ama as coi- sas silenciosam'ente, mas com uma tor- tura do infinit·o, que é ansia e nostalgia ... Sua •musica, onde, por vezes, perpassa tambem um.·a certa ·influencia de Beetho- • ven, quer a simphonica, quer a de piano e cam·era, é feita com grande frescura e sinceridade, «Une musique d'aveu , pode- riamos d.izer sem exagero .. D roman .. tismo não era un1 desespero, ante buscava, por sobre o fundo pertinaz de melancolia, as nota~ rutilas e brilhante , a orchestraçõe . , . subtis e esmeradas, os color•do vartos e empol,gantes. A'pesar de ser toda ella de iniciação, essa musica, compo. ta com me tria e fit1meza technica, ficará em no s~ arte como um sonho maravilho o. Ma• uma Xvez o artista teve a sort da illu io. A quando alçava o voo ... j . i 110 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA pressão varia com a alma de cada povo. · Aquelle que não conseguir dar á arte uJrJa -feição propria, imprimir-lhe esse caracter decisivo e forte, não criará nunca. A criação exige esse toque maravilhoso e inconfundível, em que a persona1idade do artista se engrandece pela força hau- rida do espírito collectivo e o universa~ Jiza, elevando-o a utrta expressão absolu- tamente dominadora. E a actualidade da arte, sem o que as mais beiJas producções fenecem, como foi o caso "'do theatro inac- tual de Voltaire. Essa actualidade envof,. ve não só o momento, mas ainda o tneio, reflectindo o complexo dos valores uni- versaes de cultura. Por sobre esse mate- rial a mão criadora do artista 'deixará, no modelado, o signal de sua vontade, as de- fonnações de seu temperamento, que lhe não permitte copia, mas interpretação, ou "'-revelação. A· alma· do artista está sem- pre presente na sua obra tanto mais for·- ' te quanto ntais pessoal e mais differente. A sensibilidade dominará a materia, mas HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA 111 da fragilidade desta depende por igual a grandeza criadora. O artista é, pois, o aoontecimento m·ais subtil da natureza, realizando a união maravilhosa da alma J.. conectiva com o i·~previst~ pes_soal. Os que não o consegutrem, terao fetto adap- tações amaveis, copias fieis, decalques ca- prichosos, não vingarão jamais. * * * Á P.odemos caracterizar o esforço da nossa 'musica, n~ g·era~ção que veiu de },890 para eá, pela procura de uma ~x~re~- são brasileira não simplesmente Imttatt- ' · ue va nem tampouco regionalista mas q te~ha raizes profundas na terra, no sen- ti·mento da gente e nos pendore . d~ alma fi no pa1z e uma nacionaL O que ore ce _ er ·tt· homem decifrar a natureza qu mt lU ao ~ osso trabalho o deslumbra e atordoa. bri tem sido em regra o de adaptar, - 112 HISTORIA OA MUSICA BRASILEIRA ~ lho c fulgor, mas sem, forças para cri· , , . d - f. o curopco e aan a nao Jzcm;os urn·a civili- zação brasileira, cujos indices se distin- gam com precisão. No entretanto, ha u1na ansia inquieta de liberdade. As forças que deverão reagir contra a oppressã·o das es- colas e do espirito estrangeir.o e criar 0 rythm~o brasileiro, parece que despertan1 flUjantes e admiraveis. Acreditem·OS nel- las! • x Não exaltam1o.s arte regional, fique bem claro nesta época de nacionalistnos ardentes, observamos,, apenas, que não temos uma expressão caracteristicamen- te brasileira, na mlus·ica, coan~o a a1lemã, a francesa, a espanhola, ou a russa, seu1 /.. que isso as torne meJ1os universaes. A musica nacional é uma flôr de cultura, que reflecte, em· geral, nos s}ftm~bolos, e sobretudo na factura, as "fórm:as alheias, desabrochadas em otitros nJeios c aqui revi~id.~·, pelo prestigio da intcll,genl.ia. Sentamos, todavia, no meio esplendido tiiSTORIA l>A MUSICA BRASILEIRA 113 que nos cerca, n·as energias de nosso es- pírito, esse genio que nos permittirá criar a 'm1usica brasileira, como um môtivo ma- .)( ravilhoso . de esthe.tica .uni~ersal. O neces- sari.o é buscar a tnsptraçao em sua fon- te pura, beber a agua que cáe da pedra, dirccta·m!ente; sentir a terra com~ a alma livre de todos os preconceitos e não pro- curar ver a paisagcrn1 brasileira enfeixa- da na natureza européa. Temos que ... cr hum1a110S antes ele tudo, querc1nos dizer, J)Ossuir o espectaculo das coisas oon1o nos deslu~mllJra e não defornl'al-o por u1n pre- conceito esteril. Sendo brasileiro , ficare- miOs por 'força u111versaes, desde que eja: t3J111os ca))azes de criar por nó n1c In o'" .. o as i·nl'itaçõcs passan11••• 'A no a ntu 1ca ainda está adorn11ccida, crá pr i o de - pertal-a c ouvir o seu canto d liberdade. • • • -o esforço para unta c./prc cal 11ossa, no rcflc ·o da terra • ão mu l- do ho- • • I H ' J • D e plodiu nha insidiosa, 6 a custo ven- obra tem calor e vibraçio, 0 do da natureza e orbitante, que me- lancoliza o h m. f original sem ser preciosa nenr 1oquaz, qualidade porven- tura rara nos nossos artistas. A nota pic- tural d na 'mais do que a psychologica, mas ssa reponta por vezes, na seritimen· talidade de muitas ·musicas, corno nessas admiraveis canções que, ao ouvil-as, se nos acorda na metno?ia esse vago e "lu- minoso espirito da terra, na fantasia gra- ciosa dos rnoli . A emoção que d s- revela a unda sinceridade arti ta para com a natureza, seja nos, cé 8 nas ltas, ou seja no coraçlo ua canções paginas de u que fundeai o lirismiO natural com n vibr prolongada, • 'd AI mo do ' a nat e a das do penetração, que, se não com,p com'mov <i an d 1 . ta,(') para orch tra, pr.o imo da natu za, a po sia do nr. qu fulg n a de claridad , na t s ur.arc da , ora n 1 lar, (1 t11 A t•la na rétlt f rl 16 fJnilll llnthtJ 14 ~lf, I I r# ,,~.,14 fry illf•!'J ~ tr J 1 yrl ,r, ,:, 14 ffl d~ íf íl:f I Jtlf1 f ,gtJI f rj~ J_J , _, !,r 1, ,itl, Jí, , ,t r, 1trh ~, 7 tt 1 IJ/ 1 Amfl~lf tftlttlli Ât/Jiíf ltttltr:t r,, 7 11r .. fiiii:ZA, NtiHf~J (/J/tfllll, 7 ftíiJfl I (__,flfltt(!fl I fJtltn·IIU: f /i f! yRfiJ. , ~~r ,f r, rJ 1'' ,, ri, r, f , , ''' J J, "'( ~r, I~ fj , r, ~'r, A g .rr. ~r,r I Íll .~, l' 'r t ,~ {,f r: (,f';, 1./lfrmlf~,l lf , ;,Jg,~ I t~r, r,, 111 ' t tr, .,tr''''''''' J4t , r, -, 1 tr1 , i' , I:; 11 ., ' ~ f J, ,, ,, ~ lf il1 f IJIIII/1 f. 4 ., I íYil #f lf ;u, r,._ "" r, ,,, rgv, '"'' ,. "'i ' lf j(, ,,,, ~ ,, rl .~ f ,,(,f:. , I líll4 ,;, '" J;,fflfifrf , L , Ar, ',,,,;, rtr,, IIIW:r fJk ~ f , ~,íf , I I 1/,. fi "' ,, ,11 ~ , ,11r ,, Jr~t rt' tMr (J , •' I l JJII , ""' ú a f, ;, l tr l'''" ,, f rw-l;t '" , ,, .., t I 1 J r'ttiaJJ OI I'; "''' , r,,-, 1a11 ''' f , ' ,, ' M.. (I"'" I , 't f,, r., f • ,_ , '1 J IJí.f ,,, jff I ~ •IJ I ( 1 ' 1 I ~ a il Att:" t ''"' tjl J, ~'"'' ,,,fi ' J ' ,,,t I I &tU ,, 1l ,, ' I "' ,,,jJ f ' I U I J f f f ; • f I (ID ·o n u d tino com e de merito inconte • • to- todo .• Coelho etto; a sol que é t1111a composição de e o Trio •• f4 ~- violino e todo de ser de oubo m " o a inf de ' o ·~ I . . ' I I I o no u • J ~ f I l . 4 11 l>,: w • • ID H p IR n bu p d no~~ . • cujo tino ifi tran p • n h rmonia d:l n tur z ' qu n prem · la lo. ntiu ma- d ~ d u, d " tropi O~, n .. u I, l'. ·- tic m lan li '3, t' foi u fie J cn:tJtlO- • • • a ltipla~ t ndencin.. d no o ,, •• i ' tll qut~ rB.o na trn d" unidad , poi r p r .. ' n tn 111 v z s (I L:' p [\r .. a , :íf i 11 - da .. m i .. ' peltl dinJ'l3 .. 'ão da ('Ulturn do qu pela .. -- nota.... fulgurnnt .. tJa t ~rra, " 1 - d m notar 1 r v ze rtqu li ' ' ~ o para uma f )rnl hrn "i I ira, l1a n c011 ta11· perturll3 ão da .. ' .. ola.. ..'trnn ~ir , fa .... ~inando a n '3 in ta in1n irt. tiv . a.. .. un.. obra.. en ontranl ... e .. 'pl tld r, um ard nt liri mo notn 1 . . r qu•n- Uilla I gt dom;nant o ntintentali -~remo um • H filin n r il n n m di ipul . influ. n nbum u parid d b lu . Jl ::"''IIIL r i t r ~ · qu t m' \ • I ~ •. 11 011s irnm f z r .,..., i tnr .. par d~tl nt d d rd n1· "lt., n 1 i , fin l uni n a . nr. H nriqu 1 ..... ~ br i 1 i r s li 11 á nt\t .. 'i 11 i 11 1 dn m di<.t , nt nt liri rti r ' • 1 nr. tint n I , 124 HJSTORIA DA MUSJCA BRASILEIRA que mais suggerem é:fo que com- mentam.' A sua muska, de uma Simplici- dade requintada, é a é:fe um Civilizado eu- • • ropéo, volvido antes para s1 mesmo do que para as coisas. Evitou o prestigio da natureza, ou por não sentiJ-a, ou por te- mel-a. Aliás, tambem Machado de .A.ssis se esquivou a esse jugo, mas, no grande romancista, a tortura da intelligencia é que lhe annuviou os olhos e fez despre- zar o esplendor, ao passo que, no musico, não ha essa inquietação mental, antes amor ás f6rmas, mesmo uma certa vo1u- pia, mas tão suave, tão delicada, tão carí- . -c1osa, que nao se narmoniza com o sce- nario deslumbrante do Brasil. A sua mu- sica não é feita na nalureza, ao ar livre, mas nas doces intimidades nos ambientes d•ffusa,' tem jogos singulares. O Snr. Os- perfe.çao; nos, brasileiros, .omos ainda e desm~d<p, procuramos a em sua mbsidade brutal. HISTfJRIA nA MUIICA Como dissemos; o r, wald nos deu a noçlo gosto, duvidosos na compositores, onde domina a ção artificial do effeito, sas com ternura nas fil ._. ci,lo caprichoso, mas que nlo ca a difficuldade do ponto, tio se afigura, nas suas figuras, 1101 buxos e nos seus ornatos. procura humanizar os as da realidade, nessa medida nosso espírito, que as recria digiosa fantasia. A sua esquivança me'io foi uma libertação, no sen ido que não traiu o seu tcmperamen o lar e estranho. ícará, por certo, u co isolado, uma vez que em ua palpita a energia da terra, que desperta profunda, numa intensa nsibilidade, artificíaliza no e t ri1 os motiv lo con taes, nem a i n ta li~l lNI lll\ \l I \ BR ~ll EIR numa fantnsia multifonm, n m s de- :r"'olvim"ntos , ão pr. li ·o u intrin a- d . sua musica \'Cill de urn , s{irito qur sahc tran.Jormar em m tivos d gra- a t.' dt' beJiczn t dzl' a~ '-leu a cs, ale- . . ... grcs ou rnagoada . HlSf .1ra ao na fau tuo .. n, ncrn li procura r oi vel-a · 111 largo .. a e enho~ ont 'ntando-· .a con- • trnrio, con1 o n1oti' o · ingc'lo ~e as te- nue .. indicaçõ s. Jnu ica do r. 1-Jenri .. qut' .. \vald feita ,'} ,·eze de JlCQUCit~os tnotivos d ~c quadro ingenuo~ 011 in1pr s- õc.. ugg utiva ' t 111 no colorido discrc .. to, ll:t gTaça oa 0111p0 içao Oll 110 requinte do d nho, um grarid nl io romantico 127 ' trios a I 'llttcna P a para iolino violotlcclto, ' n~ compo .. içõ p ra p ,c Jlara ·canto, são pagina magnif grnnd po sia nas qua , para u r c./pr ssão do ·" nr. Rodrigu Bar prot osito do Quintrito. Op. 16 id a 111 lodica s nt.pr original torturada jorra com' abund ncia d 'li- iando Jl la un fr scura limpidez. traball1o de compo i ão ' · ariado pe oal . '(lO\. .. i el distinguir na ua ntu i alguma influencia dos romantico· n n1ães c 111 1110 1tnliana, cn1 certa: para orch tra m· a pr pond r nt · 130 HISTORIA r'A MUSICA BRASILEIRA quando tudo se faz oíro, num radioso d l umbranrento de luz. O canto triste es b. de Marabá se ouve nesse am 1ente e to- das as vozes se unem no mesmo lirismo, oomo se a naturtza ardéntc precisasse se humanizar naquclla magoa IndefiníveL Por igual Jupyra, cujo preludio sobretudo é uma pagina muito brasiJeira, é um poe- ma da nossa natureza, no reflexo dessa melancolia a que SfJmos levados peJo pro- prío mundo que nos cerca, na sua trans- bordante opulencia. f o Snr. Francisco Braga autor ainda de varios hymnos, in- clusive o H ymno á Bandeira, adoptado officialmente com letra de Olavo Bilac. Tem escrito para piano e canto, sendo que algumas ·de suas composiç,<jes nesse genero, a exemplo das Virgens Mortas, sobre o conhecido S(Jneto 'de Bílac, são ições vivas e feitas com. irrecusa- tUúz Oaribatdi. E um dos nossot mais regentes e professa a cááeira HISTORIA OA M de composição no Instituto aelona Musíca. Na sua muáica senteJtHe 81 cias directas de Massenet e um Wagner na factura simphoniea, que as daquelle foram muito 111als ponderantes, tendo sido discípulo do sico francês, quando da sua estadia Europa, onde esteve ás espensu do verno para aperleiçoar os 1tud01 classes. ·de com'J)Osição, contra-ponto' e fu.. ga, no C-onservatorio de Paris. A de ·taes influencias, a•musica do Snr. Fran- cisco Braga retlccte tambem esse esforço da arte brasileira para encontriar a fórma, occulta na rea]idade monst .... que nos cerca e atordôa. • • • ndo, tambem, fazer musica brasíl pelo que e appro ima ·d dencias de eportruc no, tá o nr. roso etto, cuja m, 132 A nA. MUSJCA BRASILEIRA H•srORJ -. • d l·ciosa frescura e singeleza. Can-vezes, e J - . . Adeus Se eu morresse: amanha, Dor- ttga, n "' . f •t V lsa Lenta são pagtnas et as com me, a · I S t"l espontanea e senstve . eu es 1 o graça . . claro e simples revê ·a ~nfJuenc1a d~s mes- t s aiJemães e de Grteg. E um Vlrtuose re . I de merito e professor de ptano no nsti- tuto Nacional de Musica. Sobresaem ainda os nomes ·de Arthur Napoleão, o admiravel pianista, que cer- cou seu nome de muita gloria em noites memor is, e lambem apreciavel compo- sitor, sendo de sua autoria 'Romance ét Habanera, Suíte e Tarantella, p,ara dois pianos, Valsa impronvptu, Valsa Melodia, outras paginas de grana e poesia; Henri- que de Mesquita, autor da simphonia dra- matica f eanne d' Are e de algumas ope- ras em estilo italiano; Carlos Mesquita, pianista, maestro e compositor de fórma . ' samples e elegante. Obteve pri · ro pre- mio do Conservatorio de Paris, de 1885. E autor da opera Es~ralda e de varias ições para orchestra, piano e cãn- ' HISTORIA DA MUSICA BRAIIL!IRA to; Delgado de Carvalho, cuja filiava á escola romantica francesa to escrito a opera 'Moema, que ' os ~~IIrores applausos, nlo só no m\as tam·bem, em Portugal e na e a opera num acto Hostia, al&n 133 rias composições para piano, inc Sonata, Valsas Hum'Oristicas, Marche da Poupées, etc. ; j. Araujo Vianna, que creveu as operas Carttiela e Rei O Francisco Valle, discípulo de Franck, e cujas composições, segundo o Snr. Rodrigues Barbosa, são « ros documentos de seu immenso talen e rmagnífioos attestados do grande apro- veitamento que colheu das sabias r do mestre e de seus estudos . E creveu o poema simphonico Tel~maco obras de mrqsica de ca1nara; Manoel quim de Macedo, autor da opera dentes, libreto do nr. ugu to de ma, e muitos trabal par tra, piano e canto, m numero u a 300, todo i topou cou , • Li· 134 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA Brasil. Assis Pacneco, autor de mo no ' . varias operas de merito aprec,•avel como 1Moemo e 1 ocy; F..rancisco_ Nasc1mento_que, sem ser compositor, fo1 um· dos nossos mestres de harmonia e teve o ·merito de ter sempre o espírito aberto aos ~ovos e affirntar corajosamênte os modernos, como fez com Gtauco Velasquez e o Sr. ViJJa .lobos; Abdon M'ilanez; Carlos de Campos, autor da opera ~ 'Bella "Adorme- cida; João Gomles Junio~, autor de varias simphonias e de uma opera V. Cas- mutro; Francisco Mignone, autor da ope- ra 'Conftactador de Dütm)antes, feita na . • velha modelagem' italiana, mas onde ha uma congàda de muita vlb'ração e sabor popu'lar; ·João Gomes de A'rauj.o (Senior) au das operas Carmosina, 'Maria Pe- e Helena; José OCtaviano Gonçal- (l) Segundo • depoimento do Sr. Osçar Lorenzo ~emande~, referid~ lo Sr. Luiz A. da Silva na re- vasta «Anel» F ed · N . ' . , r ertco asamento nos seus cursos de harmonta obrig 1 ' Scb ava os a umnos a harmonisarem até oembtri. tSTORJA DA MustcA BRASn.e1u lS5 ves, que ·é um compositor de merito . . ' 'do mutto aprectaveis as suas ~·· quer simphonicas, quer de de mera e literatura de piano e canto, tambem um pianista de innegavel Sy:lvio F.róes, Paulino Chaves e .. ft tantos outros que procuram ntllll esforço dar mais brilho e fulgor á arte e á nossa musica. O ESPIRITO MUSICA A ARI E MODEN A E SUA OVAS TENDE CIAS DA SJCA PURA - A CO TRJBVIÇIO S(JS O SfJM PEUJ SlJM VOLTA ID CLASSICf.J- ORlO I ALIDADE A NOSSA MATERIA MU ICAL VELASQ1,.,EZ E (J S R.. Vll.rLA L080I - Fú •• TE'i DE (JS A MU ICA- CJ TAU IJE UMA MU JÇA 811 LEI 140 HJsTORIA DA MusJCA BRASJLI!IRA vas que movem os 'homens. Os phcnome. nos isolados se desconhecem na natureza, onde tudo se liga e se "ha,,n,oniza, nu1n11 conjunto multipJo e surpretmdente. A arte é sem1pre; através de todos os tcJn~. pos e em1 todos os lo~arcs, 11m reflexo do genio coJJectivo, na rclativiclade de suas contingencias c pendores, por sua vez productos de causas efficientcs, de- terminando tudo essa finalidade a que aspira o homem, para Jllelhorar e ier feliz. O. artista é a so1n~m'a imprevista de innumeras qualidades e resíduos, cotno a percepÇão esthetica de cada povo trans- cen'de da troca resultante entre 0 meio e o individuo, o qu_e ~qUivaJe dizer da adap- tação do homem á terra. Quanao nos lan- ~~s em busca de um~a 'idéa, social ar- ttsttca ou econ~ · , ã ' . vmlca, n o nos rmovemos .' mas obedecendo a forças im e •rremessiveis . pe sas vencer. ' que se precasam realizar c • , HISTORIA DA MUIICA O 'miOm nto d pód parec r d svair , ~ 1 sivo, tão rto como q l virá dcp~ois, para a r t riação infinita das coi , .. lll'll na·m1os a nossa ignor nci , penetrarmos o s gr "elo. cont m1poran os sobr tod ... é outra coi a, gual n , 142 DA MaJIICA e do · Um fundo de nega- (Jo ck falsidade defonnou todas as aJial e 01 saciados dessas eJrJO. ~ desprezaram a realidade como ~· t' e o como men •r~. QJotra esse estado de espírito é que · a re~.. a sciencia se verificou o e110 das syntbeses apressadas e vaido- sa~, quando o conhecimento é i eito e apenas, e, de novo, o ridi- caJo dos !wiiUtlleiiÚJS desapontou os Wa- , de orgulho. a philoso- contra o scepticismo etn niil - , a acção volveu salvadora, par~ a íntelligenda e o timento ·dos pelo instíncto, e renovar a fé 1101 coraçõe,s endurecidos e a arte, 11111a ansía por f e - ~ cf~tll da YÍda - 11 • r' I - a e transfor- a outr* I, á petSOIJalidade te. Bastará atúaader nrultaneo, em rattleattos simil se tinham • 11 t 111 Jisado as A va no ambiente, Wt 'I. -çao, e, como idéa pairava no - em gestação featóda e O que se procura será taçio mais larga da vida, oa, mais de accordo eo111 as irr · • • tingencias da realidade arl1tal, do-se pela livre do versa). A arte mod mo, do impressi()oismo, mo, do symboli p ... eensão differente da inedita e · ÇO, OI l44 Hr rORJA DA Mu JCA BRA ILf!JRA arteu e quízcram dar á arte plastfca 0 'fTI()vímento, ,,coflocando o espectador no centro do quadro,~, para o que attingiram a um engenhoso etranscendentaJismo phy- sico - confusão em que as coisas nos fogem como ·dados irréaes, nos limites do conhecimento humano e tendem~ ao in- finito, movidas pelas suas linhas-forças; os cubistas decornpuzeram a materi~, através das Jinhas e dos volumes, e fize- ram uma arte estatica e cerebral, na qual a ordem pJastíca domina a sentimental· ' os dadaistas procuram o maximo de 'in- tensidade psychoJogica nas coisas pu ~eris e triviaes, tratando-as ingenuamente; os super-realistas querem fazer reagir o sub- ODIIICÍeJJte por sobre a consciencia; os I I I ~ modernos se para ao 10111 0 seu valor integral, dissocian- Cfo.o de as e 00111 que ficam a a· da clulica. a da o H ISTOI{JA ()A MUSICA BkA~JLtlkA 14S I D 1 a realidade e cria. pela emo.. 1110 mundo ... en i,·el mai alto e mai in 1. demaL. arte ~ in i te ietzs- be a arte da ap arencia do phe- nomeno de nho. mu i-a urpreende e traduz o l!oum o. ... ). ..._endo portan- mai a olu a da arte ao menos para 0 e pirito ron m:J)oraneo é aquella que de\~ ... er a mai liberta, para melhor rea · o de ejo de no -a inquietação que ,-oJ,·e á intel!i~ n~ia, depoi de de- illudida pelo in_ tin to. E a an ia da mo i a moderna, que não é apenas tlttta li rtação de fôrma ma de inspiração e moti,.. , dando á onoridade um \toam- .. n e muito mai- amplo e uma atmosphe- • ra mai ioten a pe1rnittiu alargar o eu poder -u je'""ti '09 tomando- e t•ggestão pttra ~ mt -: a e li\Ta das outra artes e torna cada vez 111ai mu ica. O pa- eqwcsslo da a ao . - . -a COJ.Sa 1• Sl, maca: SS'- HJSTORIA D rallelismo COIII a na obra tttusical, que reza tttas nella se • • seu eno nso. A musica modetna, davel phenomeno de uttJ instante, deixou '"eiu da renovação pendente da tonali r'~mos no ·os · .. harmonica impondo a · eguindo outra son · . ~ . go de gamma de onbecidas e ineditos. Es a mo ica, vinda do te m terio o e fa cinante · loridos e brilho e bebida no russo foi um desl to. pio perturbadora aos t••••a e pre são predil , .. a... e cola mu ica teto ido meno a lição da liberdade e póde e licar bu . pecialmen n1ai forte o • o e dleios. e ; :11 e alo conlieci os ~ l • ; : " o occid a revelaçlo de O m ' até a dos tlneo, de Mili Ba Cai, , Borodine e • ,a oomta do estilo classico. Com De · L~~ o (los seis · e pleiade de icos que tOdOs os paizes, na ltalia, na Espanh·a, na e que teJQ um entre n • Villa a . ~ , CU]a fo1Jnidavel • (lQ que no adia a ica a ' 1 • • '· DA MUSI~A BRASD.EIRA ti I l I seu sarcasmo irreverente e di- de originalidade erosa e burlesca ás vezes emocionante, atra- aquelle jogo da «arte que zom:ba da . pro- pria arie». f Darius Milhaud, é Arthur · , cujo engenho fonn!davel se realiza n~ ·musica erosa, forte e simples; é Arnold Schoenberg, Karol Szy- manowsk, Casella, B·artok, Malipiero; Respigbi, Falia, Roussel, Poulenc; Au- rie, Séverac e tantos e tantos que, num de exxaltação e de crença, • a arte~ como o pensamento • • O necessario é sentir a vida moder- na na sua intensidade real. O mo- tivo, pouco importa: Honegger, escre- •endo 'P. ic 231, que é um poema sam- phonico para glorificar 111na das mais al· tas do engenho coatempora· que é a locomotiva, é tio moderno reaurgindo no oratorio e fazendo o primu da ria longa a vagantes ou ra encontrar emoção nliuma outra tem havido parte, a ·nmteria nia. Desse tran chega a preconizar a arte dos ru~res, pela mtultanea 'de ruídos segun · (lo artista, ha-de surgir rente para os homen inquietação, cuja toa t1ara é artistas. Um <los g.rand ~os moderno é a j seu valor ab lu • essencaa, siof ' r. - • l • 11]11 F i i qtt 11r. r 1l par os o . i dmir v lnl nre '"te ... ub ... - ~I I I erem a e 1as # tã li\T u p la ,·ontad ind pend s de ·ario , d arti n t r11 n mai d in"- .. Í ] - ti\'i 111 m qtt d :appa a d nt i 11 a _ ã p · It 1 gi a' . E p rf i ta -r __ ... _,.llr'la o a lo u lado 1 li a ã : n ã ... 'tlhj ti vi ... mo qu aJtntilla, i i qtli\·al ri n r _ ............. en in a rt ~ n1 idéa d rei - en1 q11 11n1 d I ~1 11t ... ~ • iri , 111a" a 11n. i t n11ina 1 , e UJ j tl; a r · tn I i l r ta p l u rnm nt l j th-n. \n m:,- n bj ·ti· ,, a ã a r a t r 1 ..... " lt l ~i n 1 i : I • I a~ ant s -;. livr m tltipl • uma força qu nY lv infinit t n- t . Por ant nã s . P • dl' 11 ·Iuir, :; Hrr ir za qu ' a - '11 ihili i i 1 "app 11a art mod r11a, 111 qu P f a cina ju ti fi' . • 'uando, m mu • ' ~ m lor do m int i n 1 ua• variaçõ , consoant s ou cJiH· ant , nlo se quer apenas a cl •lit·in da oridade, que arrada ao ntfdo1, mn meio muito mais amplo de prl.>· curar a plenitude espiritual, que a arte COIJI n . O som pelo som, ou a côr p In c6r, seria, sem duvida, uma stcril actlvi- dade de artífice, nms o qu aspira é o som por tudo que o som dcsp rta, quan· do transfigurado pela emoção criadora, que delle faz surgir um mundo de ima- g ns e representações, 1111Uitiplicando in· definidamente a nossa percepção do uni- verso. ssa é a funcçãfJ essencial d art , O Snr. Mario de Andrade escreve justeza que teremos para amanhA «1UJI novo periocJo de hegemonia da Art Pura, tal como a praticaram Se arlatti, ydn Mozart, m que os ph n nos IOnoroaalo tomados pelos u aap cto puramente musical, sem proa-ramma, mais " . : do qu pela tua I ç d I t a vida individual». ,. nd n· IA pura, qu n phl , pln r , a xpr •• o d 'datt qttol on na11, qui on dan 11.· ~A 1 N M d lro cl •I . . ' ' ravilhoao , , • hoj t vantag ·n lmtm n a (no n vi ata) c d c b lm th 10 r 1 v •i , pc)d r moH l~u lal..c)l, H ultra r a nlngu ~m, • "' ()fi cri dor , • t , h vr qu • vi v rn nttN continK u t •m.rpt>. Appr(JXifTlltnd 1-n bilid d d épot , n v tal· , o ntr rio, ó d pol ç qu v ri te f I i rop11d pn ri 1 d r~ ' vlna f • , • I I ' I f .._, 1 I I . . .. J ... ' • ao ..... ..,, ·. .. I • · t I I f ' . . ' . -• I t • : I ' . . . . . ' ' • • · • I li ..._ 160 H rORr o~ Mu JCA BRA JLFJRA modernos dentro de no sas forças e da nossa sensibilidade. Trair o meio seria tão funesto quan- to trair o . Os nossos musico hão-de ser livres e desabu ados, donos de sua arte, domi- nando a convenções e- exaltando o som na prodigiosa simphonia da ierra. Embora não fosse criador brasileiro, Glauco Ve- lasquez (1884-1914) foi um musico ex- cepcional, abandonando os canones e as leis e fazendo .rmisica de uma suggestão infinita, seguindo wr~ sJ·slema, é certo, mas pessoàl e independente. Com um for- te tentpera nto artistico, accentuados pendores para a pintura e a escultura, 11111a sensibilidade requintada, Glauco Vé- lasquez desen,~oJve a sua musica entre o symbolismo e o impressionismo em . . , metas-tmagens, que se cornp I etam• em nos- so es~irito,_ graças á sua intensa e.moçao. ReatctOnano e livre, servindo-se de ele- tnentos _proprios, com umt cromatismo rico e novos, Glauco nos deixou HISTORIA D obra admira el, que 11Jais ampla divul Em essencia, era que111 as influencias de tudo ·de Anthero de Quental o pessimismó. Ha nelle a dessa doença do infinito, de M .. auclair, como o nio da tisica», que con u o trin(a annos, em plena espirito. Esse res1duo de nostalgia, que saciedade da vida que não foi .. • I ~ I ou o desencanto da imaginação, domina a musica de Glauco ·velasquez, numa ele- gia constante, onde o tumulto dos senti- tos se niove em ·to1·tura insana de de- sejos negados, de ansias · de amor impossivel. Ha accentuad :UI W.. I (1) Admiradores e amigos de Olauco fuada. ram, apoz o seu falledmento, uma sociedade, pua divulgar a obra, tendo organlsado la- teressantissimos. Tenaos in tido em obRr do a pubUcaçio de QU obra que • sigaificativo na arte . I i . ' l . I y, t • . . .: fl ~: ( . . ' ' .f . •' • • oa 'Beatri%, " ... o ao . - \ · abSoluta. ser. • ' " ' ' , que cop1asse a na- 11111 folk-lorista, que vi os motivos populares para Hza~s, sendo antes de 11111a perso- nalidade exorbitante, o Snr. Villa Lobos a ao· r sua arte o espirito da ter-·I f ~ ra, ao da natureza, na melancolia do , enfim na incerta ps ·e bra- sileira, a uni audaciosa e timida, violenta e retraida. A riqueza dos seus t • • " '' , as dissonancias, o colorido vio- lento e ca · , a imagetica fecunda, a ironia .. e sardonica, um accento elegiaoo que1apparece sempre sob tmU fór- 'li ' < I ' . ' i ' accentua111 os caracteristicos da alma ·teira, que frem~e nessa musica de J' é . . . ' , · de duzentas COJtt- operas,. musica sacra, simphoni- .e 1rteratura de piano e can- ser analysada sob uan só os • f i synthese dos interior, por na Segunda é uma • que serta Aprovei principa Snr. Villa Lobos elemento basico da to popular, semi trail-o, 1 "< ..; 'do o que nelle ha-de humano. artista é sempre um do, pelo milagre da , a transfigurada. A sua ica tt18r de brasileira, porque nel ca o a·rntbiente em; que e uma: forte influencia cul gamos que se • • tsso na aca, na escul te n • • • • '· t .. f • -. • ..... I f , ... • VI A CULTURA .MUSICAL NO BRASIL O TE.t\1PERAMENTO BRASILEIRO - "O ESPIRITO LUSITANO O JESUITA E O GENTIO - PRIMEIROS ENSAIOS DE MUSICA - OS AUTOS E OS MYSTERIOS, COMO ELEMEN- TO DE CATECHESE - A MU ICALIDADE DO INDIO. O .. NOSSO ccFOLK-LORE MU· SICAL A MODINHA - A CONTRIBUIÇAO DO NEGRO A MUSICA NA COLONIA - A VINDA DE O. JOAO VI - A ESCOL DE SANTA CRUZ jOS~ MAURICIO E OS IR- MÃOS PORTUGAL A CIDADE DOS PIA- NOS. PERIODO 'DE FRA CISCO MA OEL - CRIAÇÃO DO CO ERVATORIO DE MU· SICA tPOCA DE E TAG AÇAO- O I TITUTO NACIONAL DE MU JCA - OUTROS CONSERVATORIOS E ESCOL MU A FLORAÇAO DA CULTURA MU ICAL NO BRASIL. '-r • I • -·fi. I I .• ~·-\ . t I • . . . f ... • o o 11 ... 11.1 e o o f ~ : o : . , ' ' . o ddlde, o a ' atbaia ~te • • YIYJa "' lf . da . dos hollandesa, da · de a estes a e da vida social. o das IIBiíto "' " iuo e a do ser com a sua insípida PTo· · de reino foi aliás e ra e e « a • u I, a ' I ou punh gam 111y!ktlos , """'rlr.os, n qua d nava a lflo, até que, no sec. 111, corneçaram a Introduzir nelles um pouco de 1 n· ' d lnado qu autor • proibi a larej oad .o .q m ' I • an] , natura , tirar a 'tnor li ad dom·inando o 1. Alvaro Lobo ou r r pr ntar n IIUt ficado c I br o Mysterio de /1 Anchieta v u ca t lhano j oão da unha rt u para o ntado comi o ind , ao ons (tosa, vibrant p pio~. silvos d scripção qu d 11 de M -I lo: «O~y Urlo ma s cro. burl J 194 HrsTORIA DA MustcA BRASILEIRA personagens inuteis, como esses impera- dare romanos, dos qaes não de\'iam sa- ber muito os nossos indigenas... Outros autos tiveram wande exito e citam-se ainda o de Santa :_."rsula, de : nchieta o ,J das Onze Mil Virgens, o Dialogo Pas- toril, o Dialogo de Ave Maria, do padre Ah·aro Lobo, o Martyrio de S. Sebastião, o Rico Avarento e muitos outros. A musica no seculo XVI, com a Re- forma, estava em plena floração e os choraes se oppunham á monodia do canto- chão. Por outro lado entrava nas festas galantes, c.om as dansas, os . ·ta ti vos e yslerlos_ então voga. Além disso, a ~nha facilitar-lhe a divulp- çio, 0 a reproducção dos orl- O 81 asil nasceu 001111 a · influencia do padre jesuíta foi in- • te. Em pouco , por aldeias catecbizadas . «es- ehaj • HISTORIA DA MUSICA que tangertt frautas, violas, cravo, e ciam missas em canto de , que os paes estimam muito.» Isso na segunda metade do seculo XVI. Criavam entre nós a mtusica instltiiJJental e para as cerimonias religiosas e é sabido que os indios com extrettta facilidade aprendiam musica e eram excellentes exe- cutores, cantando afinados e com r}ihmo seguro. Jean de Lery refere o entusiasOlQ que lhe qausou uma especie de sabbat de indigena, em( que os viu, em numero de seiscentos, a tocar, cantar e dansar • perfeita a. Ao : . ...... . .. • desenvolvia nas el as, extaticos, ha ia na do que nos da musica popular -I; I ntava a cantilena I ~ H • I .. . .. -- já imo ula t a o caracter da no sa a i 1 ue11cia na alma ue o r ago a o que • o e 'l)~ :J e cu o mu- a • n a; - e ~·a arte. a e I " en o ~.a de • co,_ ow.e- 1 e _rde • • • • orte pr - 16 ':l • - da r a o:: ·--- icã~ bre oi '» • --e""" -o .. II""'P'Te o e o- e rJ o· o com o esrr·- 'i"f -- :> t\... • 4 e e fó:-ma • , HtsTORIA o~ Mu IC.\ BRASILEIRA 197 de que não foi um elemento criad'lr para a nossa arte, nem lhe fav!Jre eu mei [)S de maior desen\"Ol\"Ímento.. À \esmo os gran- des artistas, quando as compuzeram riã inno,·aram nem estilizaram. ma5 o ar - ram a fórma primiti\"a, aa paladar cotn- mum sem artificics nem aperf~i Jame~ tos .. A materia permane~~u -emprt :. :n_ - ma e ninguern ou ~u de~ .. "J.rn1ar --- lado. sal ·o na estilização nã~ raro pt- dante. O r il1mos afr·cano-- num_r _:j .. t J riauissimof'"o pri cipalmen e o-- instrumc-n- • • ·ae . que não po erão d_ xa~ e • e emento de no a mu-:_a. u n -T -ar- e e enco trar a sua ex. -=-- - • i · .. a att hoje ain a n~ - u. r . ..,.._ ~ .,.. o sa cu ra a "O ou outro arti t . qu - o t ~ -tiliza - eze com 7 a dre Le ~ J ... Je em re na · io 3 (J " u 11 u DA M'ullcA e os be brar um a violencia, tornando mai Jaaauida a melodia, nto ~11ais i- ao 110110 nto, ha ma- prodigiosa, pela riqueza ry- e pela variedade de timbre.. Ao rcv& da modinha, que no salão se desviou I . 11 da sua natural simplicidad , o batlaqaae e o dos africanos nunca o contacto com o povo e, na , nio os co am arti fiei os. Por fim, quanto aos cantos espa- ' os fandangos e as tyrannas, não · deixar gran(fes traços, mas, aioda ahim, foi accentuada a sua ínflu· significa iaso que sobre taes tos nlo se venha ainda a f as altaa COII&trucçôes de íca brasi· VOI • te transfoa'lDem em valores no- e differentea. do, por lo, ""• 1 . dO seu abundante foi/e- , nlo le . i ' f n I • . . , ' o pricho f n A do lo XV , a escolas 20() lirsTORIA DA MUSICA BRASILEIRA renga Peixoto, autor de modinhas e al- guns rondós. Não valem maiores refe- rencias como ele~nento de cultura musi- cal. Foi quando em' 1808 D. João VI aportou ao Brasil, vindo para o Rio de Janeiro, para onde transrnudára a séde da côrte, que se passou a criar no paiz aquiJJo com que nunca se preoccupára a metropole, isto é, estabelecer um cen- tro de Ct'ltura e actividade, que ·impulsio- nasse a fortnação nacional. Em materia de musica, pouco ou quasi nada encontrou. E certo que se impressionou até 0 espanto diante de José Mauricio e <ta escola de S~nta Cruz. Mas, José Mauricio, já o ~tssemos, foi um desses apparecimentos mexplicaveis e assombroso~' que não re- presentam em absoluto um fruto de cultu- ra - , senao um temperamento genial A es-~la · o re tgtoso que . . d d ' os ]esuJtas haviam fun- a 0 para ensinar · sua infl . nrus1ca aos pretos, e a n ° de níaior brilho, teria sido HtSTORIA DA .MU!ICA com as reformas que D. troduziu, entregando-a aos e Simão Portugal, cujos est favor foram' assignalaveis. .... escola, cdniD vi.nros, os jesuítas, na da de Santa Cruz, onde D. João VI fez a sua moradia de verão, ao chegar ao Rio de Janeiro. Teve ensejo de ouvir os pre- tos cantarem uma missa e foi enorme a sua ádmiração e dos que o cercavatn ao ver aquelle côrpo instrumental e coral tão bem ensaido. A proposito dessa escola, escreveu Balbi: «julgattlk>S não attingir o nosso f'im se não disse~JS algumas ~alavras sobre uma especie de conser- viatorio de musica estabelecid~, já ha · d. - do Rio de muito tempo nas 1mme 1açoes ao ensino da musica aos e ravos. • • tas assim como toda aquella : ' cidas no Brasil ante que se occupam da i · trucção do po o. (' E~ta ordem pod ·r o a, q u · ·r a r, ríoo pr(Jprí ·tari() d AFJ c va trJ paíz, f>'''~ uia uma pJantaJ;ãr) d · ·r'~ cJ · 2(J I ·f~ Ja ~ (J · xtençãf,, chamada anta (_..ruz. a t·Jl(Jta da uppré 5ão d(J j · ,u; a.~ ·, ' r,r(Jprir·- dad · pa ~ *>U 1m r,dr, ~ (J) (JlJ rrJr, f,f·n . ·mm(' ·i~ r)ara (J drfminírJ ,Ja ((,r{,á. f'(JI t..~". í ã lJ da ch ·f~ a da d r, I ·i a r' I í c) J · j&r ·iro, an ·r, (~r z ·r írJ" ·111 '" ~" d · ca m [)(J · , a r .. a a f~ · . í.a (J ·• ~z u · <, I · í [ J # J (J ã (J cum~ta ncía, ·~1 a t~tlf:l su,Jas d pr ra.E letra , df· r~'mfK,ítiçãt, mu•ical, dr can. u-, · (J(w muit(, írt trurrat:ntr,_ ahí ~m Santa (__,ruz · ( r,,. ~t·gul· f·tn fY,uc:r, trmpt, form' r ntr · ·u , (·~,ravr, tr)Cadtlfe• dt in tru· •....-:1 ·nt<,~ · c antad,,r -~ habílí ÍJII(JI., tt( J , ()(,; irmã r~ MartfJt t San1at, J'('rt u~~~J c('' pt-tz~·rarr ·~r,r · arn. nte ,,. ça~ para · , · ; r f)V()', :1m.ar, · . (I& l .. u r -~ qu · a ·x · rnn rK1a ·rf c atJ t uífJ) íl' ·r•t ~ · ~ ·, , ~~~r ·f~:J(, 1J , n r ''' ·a I(, " t:l · pr, í n J ~i r r> (J a 1 ' • 1 r·a ·, cJ · au a (.,rtz l· ,,, (.,a 1 ÍJ r · ~ 1 J/, c h ·~~a r, r n :t t r r rr ·r• (' . · , '" r a r de uttt nlt,tfr, frtla· tft.,íramente atlnzirav,el . .1/l"a ~1írrJalr (), u r, Jj()(. r J;Jr ' lf (: 1, lfÍI 1 ·Ír(:; ír,fir r1, (Jf, ,r JJ tr' · ti(.J f>rÍrn ·Íf(J f larÍ I ·t t J " ri 1' ~ t ·11 á Ítn ((Jtnr, 'JIJJfJ t d J J J r f ri CfU · cJ i tíni(UÍ m ntr 11l1 ·íra t ~ nD art1; e I' P'' \1/IJ qur ,mP'' 11 tanttJ. 204 Hr TOHIA u Mu Jc. AN ~~~ IHA «0 dois irmãos Ma_r,·o c Sitnlfo P t 1 hem c >tn > C)S tn:tl<)rl•s C(>JJ httc~. or uga . d J . f' dore~ de musiea do Rio c tllll'Jro,. IZC· ram tambcm as rneJhclrcs rcft•rcJJ<'Jtts a estas duas cantoras. <' [). João V I tam,bctn enca rreg.,>u <Js irmãos J'ortugal de coJnJlÔr <JJlCr' s, que foram inteirarnente c>:ccuta las rJs <.lif;. cipuJos de, 'ouc.;ervatoric' do, jesuítas cc'm OS appJaUSCJS l{Cf él<!S de fCJCJCJS OS tf,IJIJ(•· ccdores c txpcctadorcs,,/ Podemos cçmtar desst! conscrvatorio, 4ue pro Juziu c·,trc os S( us discípulos ccm- certistas de mcrito, L~ tanto contribuiu para a diffu'>ih Jr, ,, JSÍ'J mw.ic"tl l'ntrc I nós, o inici J da nr,ssa cultura ncs~a arh·. Ues .t penod'J ~~ que data <J nosso dc-..cn· volvimcnt-_, musical, tcnd(J sido, dcutro das naturac~o, rcJatívidacJcs, um dos mah; fecundos que temos tid(>. Para issr, ctm· correram fatio c.Jiver o , entre os quaes sobrt ll~am a 1: ac~a' pmtc hra c (J r ''('IJie, 0 aqui de vaw, artí ta d , (,I , ' , tn ' J M ,. Mnrl (J I'<Jr UJl I, st·u irua C) Sim , I nu·uti tuH c t1 , v i r i u n 1 J1 tn tl l1 <I,, I~ ( ,H;t ri<'. Jm prí 1u 1 ,,,. rt•l.( ·u tt , uj IJIIISÍ( ufJít f:ttlllltltl r ~;;•ugu,., ,1u · , c,rrt t' 11 -. vrt I infl :tiiJHt Vi< t,,ri:t ,. 'lu J't''J,rta f) <'ia r :t C ~afJt•IJ:t I~ c ai ' tJtlttJ tr J 1 Í( Ífl iu fJt•(•f(Jr ''' " 11' 1 '1' t ud 'I 1 J ' r :t ' 11 '. ~ t ,, '• ' st I '' ·llu d , ' C ' t h d r I ' CJ u I c),., 1.,.f(J <lt '2lJ (]c N ,v nthr, d I 1t ítll~ff,rfJI(JIJ t ft1 ( :tJU JJa I ' r f ( 11 t,, , f c i 11, v :t r i ;J r c f t r 1 ,,, M:1r, (J I 1t1rtu I, , ÍIHJíJt :• ua di r..: ~ i d ~'"''' f cz r pr~ nt r ra ,~,.,,._., IJt~nltJ/tJtJnlr, I' ttllltJft' t' Mrrop s fll dt• • {:(JJJ 1ú r r d I 'Oto " " J ' lo 1- or certo, n i . a revolta independente agi- os nlo havia ereni- . te para uma foJ•naçlo e dahi o frutos rela · te da ép . cria peri cara- l-a, não e e cessivo accen- o an eio para despertar as vozes na , atravé de elementos extranho , arcandro o primeiro contacto entre a& f da terra e a cultura univer- 1. encontro resultou a figura de · · , o que vale pela affi força incoattparavel do espirito nativo • J ira florada. • • periodo da cultura r de « tiOIIIll ' bene • • ri CIO, tida de • c o pela · nára aquella epoca vida. A n independ pela liberdade, soffria zes da g.loria. O to nilo cada vez feito do Ypira • • ]oven poputarida do povo, fo • • os esp1r1 de de I • t ••• 208 HrsTORIA DA MusrcA BRASILEIRA • ran1 lançados pelo ideaJismo americano, no amalgama da tradição jurídica pnrtu- guesa, da sua experiencia e ensinamento. Não se podia, naquella hora de tum'ulto, desviar o espírito da· obra social co·nstruc- tora e o ambiente artístico, criado e ani- Jnado pela corte bragantina, se ,desfazia aos poucos. José Mauricio Jastim1ava a partida de O. João VI eJ e'n1 palavras doidas, relen11Jrava «aquelles tetnpos» em que <' tinha nos seus olhos eJ-r2i e nos srus ouvidos un1a orchestra in1111e11sa e prodigiosa». Bm, 1830 11110rriam· o grande ~stre e Marcos Portugal, as figuras do- mt~antes da epoca, e, enquanto o paiz se ~tava contra o imperador, desapptare- ct~ as forças m~Ihores da primeira flo- raçao da nossa mJusica. Conservado 0 patrimonio intellectual vetava Fr n · M tor d a ctsco anoel. Se não era o au- , a sua 1ntu· - d tçao era profun·da e a elle eve o · ras,t. "Soffrera na miOCidade a ' - Ht~TORIA DA MUSICA BRASILEIRA m;alqueren·ça de Marcos 1 dando passar do violoncell para 0 vio- lin,o, sob a a~m!ea~ça de dispensai-o caso não revelasse applicação igual nesse ins- trumento, 1m.'as vencera pelo esforço e pela dedicação á arte. Della fez o seu grande apostolado, pois tinh'a que, dentre as bel- las-artes, «é indubitavelmente uma das ,que m'ais directa e naturalmente contri- buem' para a civilização dos povos, e «IObremaneira influe no bem estar da ht~tnJanidade.» P que ceito lhe inspirou a exerceu ben ta e estudo da ica. Manoel fundou a t~ Musiclll, 26 e, por f vê reali fund q • • ... t ' .... í . jun a criaçio, tendo F , no prologo da ediçlo do • . de IIIU ICa, que COU a . Pedro I decidQ e111 palavras ai- . da o gesto do monar-e cba. (1) O si esta à pre- (t) E ta lHtli~tori• está assim escrita: .,,.,. Havendo V. M. I. pela resoluçlo de 27 de No- \tmhro de 1 41 Se Dignado Annuir ' creaçio de um ~l*I'Ntorio tü "MIISka na Capital do lmperio, facto que altam~nte testemunha a Magnanima Soliàtade com que o progaesso da Naçio que a vüfenda confiou ao Seu Paternal Oover11o, orgio da Sodedade de Musica do Rio de J ro, de- p6r •* o throno de V. M. f. o tributo de de ua eterna e cordial gratidlo. musica, Senhor, d'entre as beiJas-artes, ~ ia- das que mais directa e natural- lcMBa + .... > • mt para a dvlllzaçlo dos povos. de certo modo o homem; ~ ao seu coraçio, ada a .__ da ~esca~ta e que solm::manelra ID- ,._ 110 bem estar moral da ...! por isto que os Ooveruoa das Nações mais a beaeftca inflaeaàa da maslca, 0 e cultura d'eete lastltutos e 01111 miaCio, hon Capei I cos • cta ..... misando o seu ensino e ses da soàedade. E tanto se sar e promover por todos 01 o ddo d'esta arte encantadora, que ,._ França e a Allemanba, ollde elle gatorio, aaaexo ao maria; procu d'este 1 111r àmrntos que as clamam, fralfquear nmiJea tende ' e por grau de feUddade que de zivel e proveitosa lfO coaslderaçtJes de DIO raçlo de V. na Côrte do H entes se tram de 1.; I •• f , I ' ... ~ ' . : o • DA a que Manoel Jn na nova séde a 9 de Abril de 1872 e em 1881 foi dado ao Coaservatorio au mia de ensino e ad- ministração, rontin ndo, porém, annexa á Escola de BeiJas-Artes. Foi com a proclamação da Republica e mercê dos esforços de Leopoldo Miguez e do Sr. Rodrigues Barbosa, illustrado critico musical, que o Conservatorio, transformado em Instituto acionai de ·ca, pelo decreto de 12 de Janeiro de 1890, se tomou um grande centro 'de çul- tura musical, de cujos benef não é ücito duvidar. A iniciativa dessa ansfor- tuaçio foi do sr. Rodrigues BarbOsa, que se prevalecer do seu pre · · to ao governo provisorio, na hora OB • er faceis e cu para 1aYir á , e pbte , depois de e ·trabalho, a • ...... , • do Pllldo, .. • ! I absoluta zação em COII,PI Manoel. omeado do novo do o seu corpo docente, a sua intallação, tornou-se l • I I cultura de rito inco I, de deficiencias e falhas. A çao é liberal ·e tte o ensiao essencial arte, ·evitando preconceitos e as · de tão iaes ao d • cutir as vantagens reaes do s n ... lhes dar pouco. 08 vido a missão de el turbam a f o 216 HISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA bilissima em favor da onra que ajudára a fundar, devemos citar Alberto Ne- • pomuceno, que por var1os ann·os exer- ceu esse cargo, com1 o m·aior desvelio e os mais amorosos intuitos. Entre os seus professores se contam' os nossos m1aestros de maior nomeada, que procuram esfor- çar-se para augtnentar o fulgor que cerca o estabelecim~ento, .ás vezes prejudicado por acções indevidas. Comlo quer ~que seja, o Instituto é um elen1ento JJOderoso. JJara a educação musical brasileira, embora a sua funcçâo ·cultural be1111 pudesse ser ~nais efficiente e decisiva. Cuida-se m1uito de ensinar, formam-se nelle technicos de valor indiscutivel, mas deixa-se em segun- d? plano.o cultivo esthetico, cuja influen- Cia devena ser sentida não só pelos alum~ n?s, nlas por todos os que cultivam a ·mu- stca. Basta c't f t ar o acto de 11ão~ haver uma cadeira de 1 · t · · _ . 11S ·orta da 'mus.ica e de e thetlca n1'Us· 1 . . . · Ica ' pa1 a a~centuar sufftct- entemente ess 1 a acuna a que nos referi- mos. O I nstit t . u 0 deveria volver a sua • • . H ISTORIA DA MUSICA BRASILEIRA 217 acção por igual para o meio intellectual torn'a'ndo-se um centro fecundo de ·' enst-~almlento, desapaixonado e amplo, onde puldessemlos C·o,lher os melhores frutos. Não se p·óde li•mlitar a um~a escola de mu- sica, que •muito o restringe, mas deve ser ampliado num orgão de cultura esthe- tica, para o que ~dispõe aliás .d·e poderosos elemtenlos. Alétn: 'do 1 nstituto Nacional de Musi- ca d,o Rio de J aneir.o, varios conserva to- rios, quasi todos ·de iniciativa particular, têm se installado nos centros brasileiros, trabalhando todos com n1aior ou rnenor vitalidade para o desenvol\'imento da cul- tura artistica 110 s ·rasil, não falando nas 'diversas sociedades musicaes que conta- mos e ~que com uma grande tenacidade ' ' t• e tu e dedicação, procuram incen n·ar 0 - , . · .,.., · representando do e ·O gosto jJela JuuSJCa, _ muitas vezes sacrifícios e abnegaçoe~ os . . ntre os Con· onserva orlO 'Dramatico e Mu ical ile S. r~au 0 ' un , e•••1906, que é a ·tas escol musica do áHifiado a prof illustres e cujo esforço se te111 affinnado na ascensional que a exis da desse estabelecimento de ensino e cul No Conserva funccionam dois : Curso .. tico e Curso • Musical. O curso DratJJatico é dividido quatro annos, e o Musical eJJI' doze cursos que ettl: Curso de Piano 8 lnnos. Curso de Canto, 6 annos. C de Violino, 9 annos. Curso de Viola, 4 annos. Curso de Violoncello 7 annos. C Flauta, 6 annos. Cursa Oboé, 7 de Oarinetta, 6 annos. Curso de Fágote, 6 annos. Curso de T 6 Curso de Pistoo, 6 annos. Curso de T 6 e Curso de 9 annos. tre os seus ·diploma- ~trant.se artistas de real merito. llllda a citar o Conserva · da Ba- do e e do Sr. reSes, de , de P.e. éle o , como Oodofredo em S. Paulo, a Chiafarelli de onde glorias do nosso · Antonieta Rudge \ 'a . Pinto e o Sr. J Depois de visto cultivo sical no da R. foi o in • • • • patz, pel'IIH a ro de virtuosi1 li · estra conserva cied • I 2 HJSTORlA DA 1u-IcA BRASILEIRA criou-se um ambiente musical entre nós muito mais fa,·oravel do 'IUe o existente
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