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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG Heloisa Carmen Zanlorensi Luiz Ricardo Rauch Maria Eugênia Meyer Levy Matheus Iensen Sérgio Luiz Mainardes do Valle MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME MRU PONTA GROSSA 01/04/2014 2 Heloisa Carmen Zanlorensi Luiz Ricardo Rauch Maria Eugênia Meyer Levy Matheus Iensen Sérgio Luiz Mainardes do Valle MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME MRU Relatório referente ao experimento com MRU, como requisito para obtenção de nota parcial na disciplina de Física Experimental I, do curso de Licenciatura em Física, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, ministrada pelo Prof. Dr. Alcione Roberto Jurelo. PONTA GROSSA 01/04/2014 3 Introdução Neste relatório objetiva-se descrever a análise experimental do Movimento Retilíneo Uniforme, o MRU. O experimento se deu através do movimento de queda livre de um corpo esférico, mais precisamente bolinhas de chumbo de diâmetros variados, em uma proveta graduada contendo uma solução de glicerina com água, nesta solução desprezaremos a viscosidade e densidade da mistura. A proveta foi demarcada oito vezes com distâncias de cinco centímetros entre si, cada distância de cinco centímetros receberia cinco lançamentos de bolinhas de chumbo, cada lançamento seria cronometrado, pois um dos objetivos é determinar o tempo necessário para cada bolinha atingir a marcação final estabelecida. 4 Teoria O estudo da causa do movimento dos corpos é algo que tem fascinado e aguçado a curiosidade de muitos, desde os tempos de Aristóteles. Aristóteles viveu por volta do século IV a.C, e com base em seus estudos acerca da natureza do movimento dos corpos, concluiu que um corpo só se movimenta se uma força estiver sendo aplicada sobre ele. Sendo assim, segundo sua proposição, para empurrar um caixote de madeira de um lugar a outro, o movimento prevalece somente se uma força estiver atuando diretamente no caixote, ou seja, enquanto ele estiver sendo empurrado. Outros cientistas também procuraram estabelecer leis físicas que descrevessem os movimentos dos corpos. Dentre estes, podemos citar: Galileu Galilei e Isaac Newton. As interpretações acerca dos movimentos feitas por Aristóteles perduraram até o Renascimento (século XVII), quando Galileu, através de um método baseado em experimentação, propôs ideias que revolucionaram o que se pensava até então sobre a causa do movimento dos corpos. Realizando uma série de experiências, Galileu observou que quando um caixote sobre o solo é empurrado, além da força para deslocar o caixote de uma posição para outra, existem outras forças atuantes, porém estas se opõem ao movimento do corpo. Essas forças contrárias ao movimento são devido à resistência encontrada pelo corpo em contato com o ar que o circunda e o atrito com o solo. Logo, a partir de experimentações e reflexões sobre o que vinha sendo seu objeto de estudo, Galileu chegou à conclusão de que se caso não houvesse forças contrárias ao movimento do caixote (se fosse possível eliminar a força de resistência do ar e a força de atrito com o solo), ele não cessaria o movimento, ou seja, continuaria se movendo infinitamente em movimento retilíneo e com velocidade constante depois de iniciado o movimento. Esse fato contraria o que pensava Aristóteles, que dizia que quando não existisse força aplicada no objeto, consequentemente sua tendência seria voltar para o estado de repouso. O Movimento Retilíneo Uniforme (o movimento é chamado de retilíneo quando ele se dá ao longo de uma reta em relação a um sistema de referência, ou em outras palavras, quando sua trajetória é uma reta), conhecido de forma abreviada por MRU, é o mais simples movimento que se pode existir: tem apenas duas variáveis – a posição e o tempo. Um corpo que se desloca em trajetória retilínea e possui velocidade com módulo constante (aceleração nula, pois a velocidade não varia) está em MRU. Um MRU é regido pela primeira lei de Newton, que diz: "Um corpo permanece no seu estado de repouso ou movimento retilíneo uniforme, a menos que seja obrigado a mudar esse estado pela atuação de uma força resultante diferente de zero." 5 Procedimento Experimental a) Procedimento Duas pessoas estavam responsáveis pela execução do procedimento. Uma encarregada de soltar as bolinhas de chumbo no recipiente com o auxílio de uma pinça (buscou-se selecionar as bolinhas com diâmetros relativamente iguais), e outra responsável por acionar o cronômetro no momento em que a bolinha começasse a cair. Estas duas pessoas buscaram estar sincronizadas a fim de diminuir os erros. Começamos a experiência a partir da última medida estipulada na proveta, a qual seria a oitava marcação de 5 cm (resultando num percurso de 40 cm), cinco bolinhas foram lançadas e seus tempos resultantes foram inseridos em uma tabela no Excel. Sucessivamente foi feito este procedimento para as outras sete marcações de 5 cm. Fez-se o tempo médio entre as cinco medições dos lançamentos de cada uma das oito marcações. Com os resultados dos tempos médios, encontramos a velocidade da bolinha para as marcações 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 (velocidade é a razão entre o deslocamento ∆x e o intervalo de tempo ∆t durante o qual ocorre esse deslocamento). Fizemos a média entre as velocidades. Calculamos o desvio padrão unitário e total. Calculamos o erro percentual. b) Materiais Utilizados Os materiais utilizados para esta experiência foram esferas de chumbo com diâmetros relativamente pequenos e igualitários, uma proveta de vidro graduada com base de plástico, solução de glicerina com água, fita crepe, uma pinça, cronômetro e computador com programa Microsoft Excel. 6 Imagem 01 – materiais utilizados para o experimento: piveta graduada contendo solução de glicerina e água. Fonte: autoria própria Imagem 02 – materiais utilizados para o experimento: bolinhas de chumbo. Fonte: autoria própria 7 Resultados Com base no experimento realizado, os resultados obtidos foram: Tabela 1: tempos obtidos em diferentes posições 1 0 (cm)x x 5 1 0 (s)t t 0,32 0,31 0,31 0,38 0,31 5 (s)t 0,33 2 0 (cm)x x 10 2 0 (s)t t 0,66 0,57 0,59 0,62 0,59 10 (s)t 0,61 3 0 (cm)x x 15 3 0 (s)t t 1,06 0,97 0,94 0,94 0,97 15 (s)t 0,98 4 0 (cm)x x 20 4 0 (s)t t 1,31 1,31 1,29 1,28 1,25 20 (s)t 1,29 5 0 (cm)x x 25 5 0 (s)t t 1,57 1,59 1,56 1,59 1,57 25 (s)t 1,58 6 0 (cm)x x 30 6 0 (s)t t 1,85 1,85 1,78 1,84 1,84 30 (s)t 1,83 7 0 (cm)x x 35 7 0 (s)t t 2,15 2,16 2,22 2,18 2,19 35 (s)t 2,18 8 0 (cm)x x 40 8 0 (s)t t 2,41 2,31 2,68 2,87 2,44 40 (s)t 2,54 Tabela 2: determinação da velocidade média e desvio padrão unitário 1 0 (cm)x x 5 5 (s)t 0,33 5 (cm/s)v 15,15 5 0,65 2 0 (cm)x x 10 10 (s)t 0,61 10 (cm/s)v 16,39 10 0,60 3 0 (cm)x x 15 15 (s)t 0,98 15 (cm/s)v 15,31 15 0,49 4 0 (cm)x x 20 20 (s)t1,29 20 (cm/s)v 15,50 20 0,29 5 0 (cm)x x 25 25 (s)t 1,58 25 (cm/s)v 15,82 25 0,03 6 0 (cm)x x 30 30 (s)t 1,83 30 (cm/s)v 16,39 30 0,60 7 0 (cm)x x 35 35 (s)t 2,18 35 (cm/s)v 16,06 35 0,26 8 0 (cm)x x 40 40 (s)t 2,54 40 (cm/s)v 15,75 40 0,05 (cm/s)v 15,80 0,37 Tabela 3: cálculo do erro percentual (cm/s)v 15,80 (cm/s)v 0,37 %E 2,34 Tabela 4: comparação da velocidade média do experimento em relação a velocidade média do gráfico (cm/s)v 15,80 (cm/s)gráficov 15,83 %E 0,19 8 Usando o Método dos Mínimos Quadrados para ajustar o gráfico, temos: Posição 0x x (cm) x Tempo Médio t (s) y x . y x 2 5 0,33 1,65 25 10 0,61 6,10 100 15 0,98 14,70 225 20 1,29 25,80 400 25 1,58 39,50 625 30 1,83 54,90 900 35 2,18 76,30 1.225 40 2,54 101,60 1.600 180 11,34 320,55 5.100 2 . . 11,34 .8 .180 320,55 .180 .5100. . . 8 180 8 . 5100 180 .180 40800 32400 8400 180 5100 11,34 180 11,34 . 5100 180 . 320,55 57834 57699 135 320,55 5100 11,34 8 11,34 .180 320,55 180 y b N a x b a b ax y b x a x D Db Da 0 8 . 320,55 2041,2 2564,4 523,20 135 0,016 8400 523,20 0,062 8400 Se . então temos que 0,062 . 0,016 onde é a posição - Db b D Da a D y a x b y x x x x 9 Tabela para ajuste do gráfico a partir de 0,062 . 0,016y x : Posição 0x x (cm) x Tempo Médio t (s) y 5 0,33 10 0,64 15 0,95 20 1,26 25 1,57 30 1,88 35 2,19 40 2,50 10 Gráfico 02 – medição experimental do tempo médio da queda livre de um corpo em MRU, ajustada pelo Método dos Mínimos Quadrados Gráficos Gráfico 01 – medição experimental do tempo médio da queda livre de um corpo em MRU 11 Discussão Ao iniciar o experimento notou-se que os objetos utilizados não possuem padrão de tamanho (embora sejam notavelmente pequenos), também foi possível perceber que a precisão entre quem inicia o cronômetro e quem solta à bolinha na proveta não é exatamente igual, portanto há diferenças mínimas na velocidade e tempo do experimento. Desse modo, buscamos melhorar as condições do experimento para aperfeiçoar a coleta dos dados, efetuando o treinamento prévio da sincronização do acionador do cronômetro e do lançador de bolinhas, ordenando as bolinhas conforme a semelhança do tamanho do diâmetro de uma em relação à outra, e por fim seguimos com o experimento para a obtenção dos resultados quantitativos. Os resultados comprovaram que a distância percorrida pela bolinha de Chumbo lançada sobre o recipiente cilíndrico contendo a solução de água e glicerina, é diretamente proporcional ao tempo para chegar até a base desse recipiente. É importante ressaltar que o percurso da bolinha não teve influência do ar. O movimento executado pela bolinha pode ser considerado um movimento retilíneo e uniforme. 12 Conclusão Ao realizar este experimento constatamos que no movimento retilíneo uniforme (MRU), o vetor velocidade é constante no decorrer do tempo, pois o objeto se desloca a distâncias e intervalos de tempo parcialmente iguais, logo, neste movimento não se tem aceleração, pois a resultante velocidade tem pouca variação sobre o objeto. 13 Referências HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 6. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2002. 256 p. http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/muv.php
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