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1 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro NESTE MÓDULO VOCÊ ENCONTRARÁ OS SEGUINTES ASSUNTOS: PARTE 1 – CINEMÁTICA CAPÍTULO 1 – GRANDEZAS E MEDIDAS FÍSICAS ........................................ 6 Unidades de Medidas Tradicionais ................................................................................. 6 Medidas e Grandezas Fundamentais ............................................................................. 6 Algarismos Significativos ................................................................................................ 6 O Muito Grande e o Muito Pequeno – Notação Científica ............................................. 8 Ordem de Grandeza ..................................................................................................... 10 Vetores e Escalares ...................................................................................................... 11 CAPÍTULO 2 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME................................ 14 Diálogo entre o Tempo e o movimento........................................................................ 14 MRU ............................................................................................................................. 14 Gráficos S x t ................................................................................................................ 15 Gráficos V x t ................................................................................................................ 15 Velocidade Escalar Média ............................................................................................ 15 CAPÍTULO 3 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO ..... 17 Mito ou Realidade? ...................................................................................................... 17 Introdução ao MRUV ................................................................................................... 18 Conceito de Aceleração ............................................................................................... 18 Aceleração nos Planos Inclinados de Galileu e o Gráfico V x t ...................................... 18 Distância e Tempo........................................................................................................ 19 Gráfico S x t .................................................................................................................. 19 Galileu e a Torre Inclinada – Queda Livre e Lançamento Vertical ................................. 20 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro CAPÍTULO 4 – MOVIMENTO DE PROJÉTEIS ................................................... 24 A Física está Errada? – O Salto de Maurren Maggi ....................................................... 24 O Início de Tudo – Quem foi Nicolo Tartaglia? ............................................................. 24 Projéteis Lançados Horizontalmente............................................................................ 24 Projéteis Lançados Obliquamente ................................................................................ 25 Um Caso Curioso – Ponto de Lançamento em um Nível Acima do Ponto de Retorno .. 27 CAPÍTULO 5 – MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME ............................... 30 Carrossel e suas origens ............................................................................................... 30 Cinemática do MCU ..................................................................................................... 30 Período e Frequência ................................................................................................... 30 Velocidade Escalar (Linear) .......................................................................................... 31 Velocidade Angular ...................................................................................................... 31 Aceleração Centrípeta .................................................................................................. 31 Conceitos Básicos de Cinemática Vetorial .................................................................... 32 3 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro PARTE 2 – MECÂNICA NEWTONIANA CAPÍTULO 6 – DE ARISTÓTELES A ISAAC NEWTON .................................. 35 Aristóteles .................................................................................................................... 35 Ptolomeu ..................................................................................................................... 36 Copérnico..................................................................................................................... 36 Tycho Brahe ................................................................................................................. 38 Johannes Kepler ........................................................................................................... 39 - As Leis de Kepler ........................................................................................................ 39 Galileu .......................................................................................................................... 40 Descartes ..................................................................................................................... 43 Isaac Newton e suas Leis .............................................................................................. 44 CAPÍTULO 7 – SEGUNDA LEI DE NEWTON – PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA ...................................................................................... 55 Gravidade Zero? ........................................................................................................... 55 Força Produz Aceleração: 2ª Lei de Newton ................................................................. 55 Massa e Peso ............................................................................................................... 56 Aplicação da 2ª Lei de Newton ..................................................................................... 56 - Força de Atrito ........................................................................................................... 57 - Máquina de Atwood .................................................................................................. 58 - Plano Inclinado .......................................................................................................... 58 - Força Elástica – Lei de Hooke ..................................................................................... 59 - Os Elevadores ............................................................................................................ 59 - Novas Discussões da 2ª Lei de Newton ...................................................................... 60 - Forças Internas x Forças Externas .............................................................................. 62 - Dinâmica do Movimento Circular – Conceito de Força Centrípeta ............................. 61 CAPÍTULO 8 – ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU ..................................... 69 O Gênio unifica a Física ............................................................................................... 69 A Lei da Gravitação Universal ....................................................................................... 69 A Aceleração da Gravidade .......................................................................................... 70 Velocidade de um Satélite ........................................................................................... 70 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA– VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro PARTE 3 – ESTUDO DOS FUÍDOS CAPÍTULO 9 – ESTÁTICA DOS FLUIDOS ................................................. 72 Fluidos sagrados e suas aplicações ............................................................................... 72 A vazão ........................................................................................................................ 72 A densidade ................................................................................................................. 75 A PRESSÃO – Conceitos básicos ................................................................................... 76 Detalhando o conceito da pressão ............................................................................... 77 Atmosfera .................................................................................................................... 77 Horror no vácuo ........................................................................................................... 78 Pressão atmosférica ..................................................................................................... 78 Princípo de Stevin ........................................................................................................ 79 Princípio de Pascal ....................................................................................................... 80 Empuxo – Princípio de Arquimedes ............................................................................. 81 s. Somos uma nação construída bravamente, mas que sabe tirar de tudo uma lição: CAPÍTULO 10 – DINÂMICA DOS FLUIDOS .............................................. 89 Como a avião voa? ....................................................................................................... 89 Por que fortes ventos destelham casas? ...................................................................... 90 Hidrodinâmica e a equação da continuidade ............................................................... 90 Equação de Bernoulli ................................................................................................... 91 Aplicações da equação de Bernoulli ............................................................................. 91 A hidrodinâmica e os tornados – A força da natureza .................................................. 93 A ciência do chute com efeito ...................................................................................... 94 dor...sinal de que algo não vai bem! - Tristeza...hora de repensar a vida e buscar a felicidade! - Cansaço...descanse da perfeição Divina. Já me disseram que o pior medo do homem é o de ser feliz. É verdade, pois sempre buscamos problemas “insolucionáveis”. Pare e pense! Eu te garanto que vai ficar mais fácil resolvê-los! Dance muito, mas dance mesmo! Se entregue ao ritmo, sinta seu coração pulsar nas batidas da música. Uma grande amiga me disse, cer 5 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro PARTE 4 – LEIS DE CONSERVAÇÃO Eu dadeiro herói ta vez, que casa sem CAPÍTULO 11 – CONSERVAÇÃO DA ENERGIA .......................................... 97 Crise de Energia?.......................................................................................................... 97 Fontes Alternativas de Energia ..................................................................................... 97 Usinas Hidrelétricas ..................................................................................................... 98 Mas, o que é Energia? .................................................................................................. 98 Trabalho ....................................................................................................................... 98 Potência ....................................................................................................................... 99 Rendimento ............................................................................................................... 100 Energia Mecânica ....................................................................................................... 100 Energia Potencial ....................................................................................................... 100 Energia Cinética ......................................................................................................... 100 Energia Conservada ................................................................................................... 101 A Conservação da Energia Mecânica: um Caso Particular .......................................... 102 A FÍSICA NOSSA DE CADA DIA – A Ciência vai ao Parque ............................................ 108 CAPÍTULO 12 – CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO .......110 Quantidade de Movimento ........................................................................................ 110 Impulso ...................................................................................................................... 110 Impulso Modificando o Momento Linear ................................................................... 110 Conservação do Momento Linear .............................................................................. 111 Colisões “Um Batendo no Outro”............................................................................... 111 Colisões mais Complicadas ......................................................................................... 112 Inércia Rotacional ...................................................................................................... 113 Momentum Angular ................................................................................................... 113 Conservação do Momentum Angular ......................................................................... 114 Como o Conceito de Quantidade de Movimento Surgiu ao Longo dos Tempos ......... 114 FÍSICA NOSSA DE CADA DIA – Pulsares e Conservação do Momento Angular ............ 117 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro CAPÍTULO 1 – AS GRANDEZAS E MEDIDAS FÍSICAS O NAVIO TITANIC AFUNDOU APÓS COLIDIR COM UM GIGANTESCO ICEBERG. NO MOMENTO DA COLISÃO O NAVIO MOVIA-SE COM UMA VELOCIDADE DE 21 NÓS QUANDO COLIDIU COM O GIGANTESCO BLOCO DE GELO. ESSA UNIDADE DE VELOCIDADE NÃO É A QUE CONVENCIONALMENTE UTILIZAMOS EM NOSSO COTIDIANO. MAS, PORQUE SE MEDE A VELOCIDADE DOS NAVIOS EM NÓS? 1 – UNIDADES DE MEDIDAS TRADICIONAIS Qual o significado da unidade nó para a velocidade de um barco? Os primeiros barcos a viajar em alto-mar eram dotados de uma espécie de velocímetro bastante primitivo. Consistia em uma corda com uma das extremidades amarrada numa espécie de prancha pesada de madeira, e a outra enrolada em um cilindro, também de madeira. Essa corda era marcada com nós em intervalos regulares de 14,3 metros. Quando o barqueiro desejava saber a velocidade da embarcação, a prancha com a corda atada era lançada ao mar. Com o barco em movimento, a água freava a prancha, o que fazia com que a corda, enrolada ao cilindro que permanecia no barco, fosse se desenrolando. Com a ajuda de um relógio de areia, o barqueiro observava quantos nós se desenrolavam em determinado período de tempo. Estava definida a velocidade. Atualmente, esse método rudimentar não é mais usado, mas a unidade nó continua a ser utilizada para medição da velocidade dos barcos. Um nó, nos dias atuais, equivale a uma milha náutica por hora ou 1,852 quilômetros por hora. A milha náutica é a distância correspondente a um minuto de arco da circunferência da Terra no Equador. 2 – MEDIDAS E GRANDEZAS FUNDAMENTAIS Ao estudarum fenômeno físico, é necessário obtermos uma informação quantitativa, afim de tornar o estudo completo. Obtemos essa informação fazendo-se uma medida física que pode ser direta, como por exemplo utilizar uma régua para medir um lápis ou indireta, como por exemplo a velocidade média de um automóvel viajando de Vitória da Conquista a Salvador. Esta propriedade física pode ser obtida através do conhecimento da distância percorrida e do tempo que se leva para percorrê-la. Existem grandezas físicas consideradas fundamentais e derivadas. Na Mecânica as grandezas fundamentais são: comprimento, tempo e massa. As grandezas que resultam de combinações dessas são consideradas derivadas. O Brasil adota desde 1960 como padrão para unidades de medidas o Sistema Internacional de Unidades (SI). A FÍSICA TEM HISTÓRIA O desenvolvimento da física a partir do séc. XVII foi rapidíssimo. Velhos conceitos foram derrubados, novas descobertas foram realizadas. Tudo aconteceu de tal maneira que causou o surgimento de inúmeras unidades de medidas para uma mesma grandeza. As unidades de comprimento variavam de um país para outro, de cidade em cidade e em cada profissão (como dos alfaiates para os carpinteiros). A maioria tinha para referência, muito liberalmente, partes do corpo humano. Assim, uma polegada era definida como a largura do dedo polegar; o palmo tinha o comprimento da mão; um pé tinha o comprimento do pé de um certo rei inglês; um côvado era a distância do cotovelo à ponta do dedo médio; uma toesa (usada na medida da profundeza do oceano) era a medida entre as pontas dos dedos médios de cada mão, estando os braços horizontalmente estendidos; uma jarda era a distância que ia do nariz à extremidade do braço esticado do rei no poder; e outras muitas. Em 1719, a Academia Francesa de Ciências recomendou a adoção de uma unidade internacional de comprimento, sugerindo que esse padrão se baseasse nas dimensões da Terra.. Pronto... estava dado o ponta-pé inicial para uma organização em toda essa bagunça... Outras mudanças foram sendo feitas também com as unidades de massa e tempo. Definida essas unidades padrões, podemos expressar por meio dela, as unidades de todas as demais grandezas físicas. Assim, a unidade do Sistema Internacional (SI) de velocidade é o m/s, a unidade de aceleração é o m/s2... e por aí afora. A 14ª Conferência Geral sobre Pesos e Medidas adotou 7 grandezas como independentes de todas as outras, denominadas grandezas fundamentais. A partir delas obtêm-se todas as demais grandezas derivadas. MASSA - Quilograma ( kg) COMPRIMENTO – Metro (m) TEMPO - Segundo (s) CORRENTE ELÉTRICA – Ampére (A) TEMPERATURA – Kelvin (K) INTENSIDADE LUMINOSA – Candela (cd) QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIA – Mol 3 – ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Já vimos que saber medir é muito importante para o entendimento físico de um fenômeno. É importante saber representar uma medida de maneira apropriada. Vejamos as seguintes medidas: 5m; 5,0m e 5,000m. Essas medidas são iguais ou diferentes? Por quê? Pense com calma! Ao efetuar uma medida podem ocorrer vários tipos de erros: erros grosseiros que ocorrem pela falta de prática do NO CONTEXTO DA FÍSICA 7 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro experimentador ou por descuido na hora de fazer a leitura; erros sistemáticos ocorrem sempre num mesmo sentido, sempre para mais ou sempre para menos, devido ao experimentador ou por falta de calibração do aparelho usado na medição; erros de flutuação decorrem de fatores não previsíveis. Independente dos erros acima citados, toda medida feita corretamente não corresponde a um valor exato como se fosse único e verdadeiro. Para você entender melhor essa ideia, determine o valor do segmento de reta mostrado abaixo. Olhando a figura acima pode-se aceitar que a resposta seja algo em torno de 4 e 5 cm, ou seja, o comprimento é maior que 4 cm e menor que 5 cm. Então, é possível e aceitável que a leitura seja, por exemplo, 4,2 cm; 4,3 cm, 4,4 cm ou 4,5 cm, mas não seria aceitável que alguém colocasse 3,9 ou 5,0 cm. Nessa medida, o primeiro decimal (primeiro número depois da vírgula) é um algarismo estimado pelo medidor, mas todo mundo sabe com certeza do algarismo 4, ou seja, este é um valor correto da medida enquanto o primeiro decimal é um algarismo que depende em parte de quem faz a leitura. Devemos ficar atentos que após o primeiro algarismo estimado (duvidoso) não faz sentido escrever outro algarismo, estaria apenas aumentando o erro. Assim, não seria aceitável como correta uma medida de 4,30 cm ou 4,32 cm com uma régua dividida em centímetros. Vamos ver se você entendeu, propondo outra situação? A régua da figura acima agora está dividida em décimos de centímetros, ou seja, está dividida em milímetros. Qual o tamanho do segmento de reta? Com certeza que o valor do comprimento é maior que 4,3 cm e menor que 4,4 cm. Será razoável responderem 4,34 cm; 4,35 cm; 4,36 cm; 4,37 cm. O segundo decimal (segundo número depois da vírgula) é um algarismo estimado pelo observador ao executar a operação que pode ser diferente de um para outro medidor usando o mesmo aparelho de medida. Assim , podemos definir: Algarismos significativos de uma medida são todos os algarismos corretos da medida mais o primeiro algarismo duvidoso. Por exemplo, na medida do segmento de reta da primeira figura, 4,3 cm tem 2 algarismos significativos, o 4 correto e o 3 que é duvidoso. Na medida do mesmo segmento de reta da segunda figura a medida 4,36 cm tem 3 algarismo significativos, o 4 e o 3 são algarismo corretos e o algarismo 6 é o algarismo duvidoso. Exemplos: 25 kg ⇒ 2 algarismos significativos (2 e 5) 8,06 m ⇒ 3 algarismos significativos (8,0 e 6) 4 cm ⇒ 1 algarismo significativo (4) 4,0 cm ⇒ 2 algarismos significativos (4 e 0) 0,0023 N ⇒ 2 algarismos significativos (2 e 3), pois os zeros a esquerda não são considerados. 0,00230 N ⇒ 3 algarismos significativos (2,3 e o zero a direita) Com base em nossa discussão, indique o número de algarismos significativos das grandezas abaixo: a) 56,15 cm b) 2,5 m c) 2500 kg d) 2,5.104 kg e) 50,50 km f) 1,00 cm g) 0,005 kg h) 0,1050 km i) 1,67.10-19 C Ficou desesperado? Grite: - IVÃ, MEU AMIGO, ME SALVE DO PERIGO!!! Vamos lhe ajudar. Para ter respondido as questões acima você deveria ter levado em consideração as seguintes regras: 1. Potência de 10 não são algarismos significativos. 2. Os zeros após o primeiro algarismo diferente de zero são algarismos significativos. 3. Os zeros antes do primeiro algarismo diferente de zero não são algarismos significativos. Vamos ver se você aprendeu e se nossa dica funcionou: a) 4 b) 2 c) 4 d) 2 e) 4 f) 3 g) 1 h) 4 i) 3 3.1 – Operações com algarismos significativos * Soma e subtração Para efetuar a soma ou subtração de algumas medidas, primeiro faz a operação normalmente. Para obter o resultado deve-se observar o número de decimais de cada medida. O resultado então deverá ser escrito com o mesmo número de decimais da medida que possuir o menor número de decimais. Ao ser cortado alguns algarismos no resultado, devem-se obedecer as regras de arredondamento, observando o seguinte: se o primeiro algarismo a ser cortado for menor que 5 é só eliminar esses algarismos; caso o primeiro algarismo da série a ser cortada for superior a 5, a série é eliminada também, mas deve-se acrescentar uma unidade no último algarismo do número que ficou como solução. Obs. Quando o primeiro algarismo a ser cortado for igual a 5, é um pouco polêmico, havendo divergência entre os autores de textos, ficando a critério do operador, neste caso, acrescentando ou não uma unidade no último algarismo da resposta, em particular optamos em acrescentar uma unidade quandoo primeiro algarismo da série a ser eliminado for 5. 8 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO Com essas regras efetuem as seguintes operações: a) 1,0000 Kg + 0,023 Kg + 0,12 Kg b) 7,12 m – 2,3255 m Confira seu resultado: a) 1,14 kg b) 4,79 m * Produto e divisão Para efetuar o produto ou a divisão de algumas medidas, primeiro faz a operação normalmente. Para obter o resultado deve-se observar o número de algarismos significativos de cada medida. O resultado então deverá ser escrito como o mesmo número de algarismos significativos da medida que possuir o menor número de algarismos significativos ou apenas um algarismo significativo a mais que o número de algarismos significativos dessa medida. Com essas regras efetuem as seguintes operações: a) 400 km : 3 h b) 100 m : 9,850 s c) Encontre o volume de um paralelepípedo de dimensões: 10m, 7,50m e 40m. Confira seu resultado: a) 1,3.102 km/h b) 10,15 m/s ou 10,2 m/s c) 3,0.103 m3 ou 3,00.103 m3. Resolva: Um profissional precisou encomendar a confecção de uma chapa de aço para substituir a que estava gasta pelo uso. Para isso precisou medir o comprimento e a largura da chapa que ele fez utilizando uma régua milimetrada. O esquema da régua abaixo mostra as leituras efetuadas. Veja a solução: Suponha que a leitura efetuada tenha sido 11,82 cm e 15,60 cm. A área da chapa será: A = 11,82 X 15,60 cm2 = 184,392 cm2, ou seja, a resposta correta nesse caso é: A = 184,4 cm2 4 – O MUITO GRANDE E O MUITO PEQUENO – NOTAÇÃO CIENTÍFICA Freqüentemente em textos científicos lidamos com números fantásticos e fora da nossa percepção. Isso acontece porque a ciência (no nosso caso a física) abrange o estudo de fenômenos que vão desde a escala atômica até a do Universo. Os avanços da física nos permitiram penetrar na estrutura molecular bem como desvendar a imensidão espacial. Alguns exemplos clássicos poderiam ser citados: * Distância da Terra à Galáxia mais próxima (Grande Nebulosa de Andrômeda) - 10000000000000000000000 metros * Raio do núcleo atômico –0,000000000000001 metros * Tamanho de um vírus – 0,000001 metros * Distância ao centro de nossa Via Láctea – 100000000000000000000 metros Por motivos óbvios é complicado trabalhar com números escritos da forma mostrada, torna-se necessário o uso de uma notação adequada. Facilitando nossos cálculos usamos as chamadas potências de dez, determinando a ordem de grandeza de cada medida. Assim, teríamos uma nova e mais prática tabela: * Distância da Terra à Galáxia mais próxima (Grande Nebulosa de Andrômeda) - 1022 metros * Raio do núcleo atômico – 10-15 metros * Tamanho de um vírus – 10-6 metros * Distância ao centro da Via Láctea – 1020 metros VAMOS ENTENDER UM POUQUINHO MAIS... “... como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 100000000000 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 100000000000000000000 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 100000000000000000000000000 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 0,0000001 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 0,000000001 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!....". Difícil ler estes números, não é? Vamos melhorar então o texto para você fazendo algumas mudanças. Leia, novamente, em voz alta e em menos de 30 segundos: "...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 100 bilhões de metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 100 milhões de trilhões de metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 100 milhões de bilhões de bilhões de metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 1 décimo Leia o seguinte texto, em voz alta, e em menos de 30 segundos: 9 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro milionésimo do metro, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 1 bilionésimo do metro e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!...." Melhorou um pouquinho, não? Mas, mesmo assim, ainda fica difícil comparar números com tantos zeros à direita ou à esquerda da vírgula, ou seja, com tantas casas decimais. Para melhorar isto a ciência usa uma forma compacta de escrever números muito grandes ou muito pequenos, a chamada notação científica ou notação exponencial. A notação científica ajuda a evitar erros quando escrevemos números muito grandes ou muito pequenos e facilita a comparação entre estes números. Esta notação é muito usada nos artigos científicos uma vez que quantidades muito pequenas e muito grandes aparecem frequentemente na Astronomia e na Física. Como é a notação científica? A notação científica nada mais é do que escrever qualquer número, seja ele muito grande ou muito pequeno, como se ele estivesse multiplicado por uma potência de 10. Todos os números, muito grandes ou muito pequenos, estarão multiplicados por um fator do tipo 10?. No caso de números muito grandes o expoente "?" será um número positivo. No caso de números muito pequenos o expoente "?" será um número negativo. VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS: A – NÚMEROS MUITO GRANDES 1a regra: Para escrever com a notação científica qualquer número seguido de muitos zeros basta contar somente o número de zeros que aparecem e colocar este valor como expoente de 10. 100 = 102 1000 = 103 Os números agora são lidos facilmente. Por exemplo, 1027 é lido como "dez elevado a 27" ou simplesmente "10 a 27". É bom relembrar que 1 = 100 pois todo número elevado a zero é igual a 1. E se o número for, por exemplo, 17400 ? Seguindo a regra anterior, escrevemos o número 17400 como 174 x 102. No entanto, podemos escrevê-lo de diversas outras formas usando as potências de 10. 2a regra: A notação científica pode separar um número em duas partes: uma fração decimal, usualmente entre 1 e 10, e uma potência de 10. No número dado coloque a vírgula onde você desejar. O número de algarismos deixados no lado direito da vírgula será o expoente de 10. Deste modo podemos escrever o número de muitas formas. Por exemplo: 17400 = 1,74 x 104 17400 = 17,4 x 103 17400 = 174 x 102 Do mesmo modo, um número que já está escrito na notação científica pode ser alterado muito facilmente. Por exemplo, o número 174 x 102 pode ser escrito como 1,74 x 104. Para isto verificamos que agora passamos a ter dois algarismos no lado direito da vírgula (o sete e o quatro) e, consequentemente, acrescentamos o valor "dois" ao expoente anterior de 10, que passa a ser quatro. O número 1,74 x 104 significa 1,74 vezes 10 elevado à quarta potência ou seja, 1,74 x 10 x 10 x 10 x 10 = 17400. B – NÚMEROS MUITO PEQUENOS Para representar números muito pequenos a notação científica usa expoentes negativos. Um sinal negativo no expoente de um número significa que o número é, na verdade, 1 dividido pelo valor que ele teria considerando-seo expoente positivo. Assim 10-2 = 1/102 10-28 = 1/1028 3ª regra: Para escrever um número muito pequeno usando a notação científica contamos o número de algarismos situados no lado direito da vírgula, sejam eles zeros ou não. Este será o valor do expoente de 10 antecedido por um sinal negativo. 0,1 = 10-1 = 1/10 0,01 = 10-2 = 1/102 = 1/100 0,001 = 10-3 = 1/103 = 1/1000 0,0000001 = 10-7 = 1/107 = 1/10000000 E para escrever um número qualquer? Por exemplo, o número 0,0000000478. Contando o número de algarismos à direita da vírgula vemos que existem 10 algarismos. Podemos então escrever este número como 478 x 10-10. C – COMPARANDO POTÊNCIAS DE 10 1ª regra: Se os expoentes são positivos, o maior número será o que tiver o maior expoente. 1075 é menor do que 1076 (porque 75 é menor do que 76). 2ª regra: Se os expoentes são negativos, o maior número será aquele com o menor valor numérico como expoente (sem considerar o sinal). 10-75 é maior do que 10-76 (o expoente negativo menor significa que o número tem menos "zeros" depois da vírgula, ou seja, ele está mais "próximo" da unidade. 10 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO Voltemos agora, novamente, ao nosso texto inicial desta vez escrito com a notação científica: "...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 1011 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 1020 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 1026 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 10-7 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 10-9 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá- lo!....". Muito mais simples, não é? Com certeza você conseguiu lê-lo em menos de 30 segundos e teve muito mais facilidade em comparar os tamanhos, pois bastou comparar os expoentes. 5 – ORDEM DE GRANDEZA Para facilitar as operações matemáticas um dos pontos mais importantes das medidas físicas é determinar a sua ordem de grandeza. A Ordem de Grandeza é uma estimativa, baseada na potência de 10. Quando precisamos de um número muito difícil de obter (por exemplo, o número de moléculas de água no Planeta Terra), utilizamos a ordem de grandeza para se ter uma ideia próxima da realidade. Exemplo Comentado Qual a ordem de grandeza do número de torcedores que cabem no estádio do Maracanã? Como pedimos a ordem de grandeza, não queremos o valor preciso de torcedores, mas sim se este valor está mais próximo de 10.000 ou 100.000, por exemplo. Com isso, a ordem de grandeza seria OG = 105 pessoas. Quando temos um valor em notação científica, e desejamos transformá-lo para ordem de grandeza, é necessário atentar para uma regra importante. n = N x 10e (Notação Científica) Se N ≤ 3,16; então OG = 10e Se N > 3,16; então OG = 10e+1 Para ficar mais claro, observe o exemplo abaixo: Exemplo Resolvido Dê a ordem de grandeza do número de segundos em uma hora. 1h – 60 min 1 min – 60 s Uma hora tem (60 x 60 = 3600s). n = 3,600 x 103 s (Notação Científica) Qual a ordem de grandeza mais adequada? 103 ou 104? Para saber isto, utilizamos a regra descrita acima. Como 3,600 > 3,16; então OG = 104 s ATIVIDADES PARA SALA 01. Uma corrida de formula 1 teve uma duração 1h 46 min 36 s. Sabendo que a corrida teve 65 voltas, determine o intervalo de tempo médio gasto para cumprir cada uma das voltas. 02. (FUVEST-SP) No estádio do Morumbi 120000 torcedores assistem a um jogo. Através de cada uma das 6 saídas disponíveis podem passar 1000 pessoas por minuto. Qual o tempo mínimo necessário para se esvaziar o estádio ? a) uma hora b) meia hora c) 1/4 de hora d) 1/3 de hora e) 3/4 de hora 03. (PUC-SP) O número de algarismos significativos de 0,00000000008065 cm é: a) 3 b) 4 c) 11 d) 14 e) 15 04. Dê a ordem de grandeza da quantidade de segundos em um dia. 05. Estime a quantidade de horas em um ano. 06. Qual a ordem de grandeza do número de alunos das 4 turmas da 8ª série, sabendo-se que cada turma tem em média 38 alunos ? 07. (UESB) Ao se fazer uma medida, ela nunca é totalmente precisa. Há sempre uma incerteza, que se deve a vários fatores, como, por exemplo, a habilidade de quem faz a medida e o número de medidas efetuadas. Mas o principal fator de incerteza é o limite de precisão dos instrumentos. Com base nos conhecimentos sobre Grandezas Físicas e suas medidas, é correto afirmar: 01) A soma entre 15,62m e 2,9m resulta em 18,52m. 02) A ordem de grandeza da medida 4,8cm é 10−2m. 03) A medida 0,0654m possui 03 algarismos significativos. 04) A unidade de velocidade no Sistema Internacional (SI) é o km/h. 05) O resultado do produto entre as medidas 4,52cm e 1,3cm é 5,876cm2. 08. (UEFS) Em 1905, o físico alemão, Albert Einstein, explicou o efeito fotoelétrico, propondo que a energia de um fóton (quantum) é dada por E = hf, em que h é a constante de Planck e f é a frequência da radiação eletromagnética. Com base nessa informação, a equação dimensional de h, em relação às grandezas fundamentais massa (M), comprimento (L) e tempo (T), é a) ML2T-1 b) MLT-3 c) M-1L-2T4 d) M0L0T0 e) M0L2T-2 09. (TIPO ENEM) – O fluxo (Φ) representa o volume de sangue que atravessa uma sessão transversal de um vaso sanguíneo em um determinado intervalo de tempo. Esse fluxo pode ser calculado pela razão entre a diferença de pressão do sangue nas duas extremidades do vaso (P1 e P2), também chamada de gradiente de pressão, e a resistência vascular (R), que é a medida da dificuldade de escoamento do fluxo sanguíneo, 11 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro decorrente, principalmente, da viscosidade do sangue ao longo do vaso. A figura ilustra o fenômeno descrito. Assim, o fluxo sanguíneo Ф pode ser calculado pela seguinte fórmula, chamada de lei de Ohm: Φ = (P1 − P2) R Considerando a expressão dada, a unidade de medida da resistência vascular (R), no Sistema Internacional de Unidades, está corretamente indicada na alternativa A) kg.s m5 B) kg.m4 s C) kg.s2 m5 D) 𝑘𝑔 𝑚4.𝑠 E) kg2.m5 s2 RASCUNHO 6 – VETORES E ESCALARES Fazer uma viagem de carro de Vitória da Conquista a Brumado é fácil porque já existe uma estrada pronta e uma trajetória predeterminada. Entretanto, se a mesma viagem for feita de avião ou navio a situação é um pouco mais complicada, pois não existem caminhos prontos na água ou no mar. Dessa forma, para os responsáveis pela viagem é necessário conhecer, além da velocidade, mais detalhes a respeito da direção e do sentido do movimento. Assim, como a velocidade, existem algumas grandezas na física que necessitam de informações mais completas para ficarem perfeitamente caracterizadas. Imagine alguém dizendo: “me desloquei 10 km”. Para que essa expressão fique perfeitamente caracterizada é necessário uma complementação. A pessoa se deslocou 10 km (intensidade) em que direção e em que sentido? Para definirmos completamente esse deslocamento poderíamos dizer, por exemplo, que ele aconteceu na direção horizontal e no sentido da esquerda para a direita. Uma representação geométrica do deslocamento acima é obtida por umaseta que nos fornece o sentido, a direção e cujo comprimento mede a intensidade desse deslocamento. Usamos d⃗ para representar esse deslocamento. d⃗ O ente matemático citado anteriormente e representado por uma seta é o vetor. Ele tem uma origem e uma extremidade Grandezas físicas como as citadas acima que necessitam de direção, sentido e intensidade, para ficarem perfeitamente definidas são conhecidas como grandezas vetoriais. São exemplos de grandezas vetoriais: deslocamento, velocidade, aceleração, força, quantidade de movimento e impulso. Entretanto, o nosso dia a dia, está recheado de situações em que as grandezas envolvidas são mais simples, pois o n° de informações para defini-las é menor. Quando vamos à padaria pedimos: “ Me dê 1 litro de leite”. Esta frase é suficiente para o padeiro entender o que estamos querendo, bem como a quantidade desejada. Ao marcarmos um encontro em determinado local, apenas dizemos: “Às 10 horas 12 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO estarei aqui à sua espera”. Não tem sentido dizer: “10 horas da direita para esquerda, ou na horizontal...” Grandezas físicas que são representadas apenas por um número são chamadas de grandezas escalares e têm como exemplos: massa, volume, tempo, energia, etc... 6.1 – Operações Matemáticas com vetores * Adição vetorial Pode ser feita pela regra do paralelogramo ou pela linha poligonal ("vetores consecutivos"), conforme indicamos abaixo: * Subtração vetorial VD = V2 - V1 = V2 + (-V1): adiciona-se V2 ao oposto de V1: * Produto de um número real por um vetor * Componentes de um vetor ATIVIDADES PARA SALA 01. Considere o diagrama dos vetores a, b e c, esquematizado abaixo. É possível concluir que: A) a + b + c = 0 B) a + b = c C) a + c = b D) b + c = a 02. Represente o vetor s = a + b e o vetor d = a - b. Calcule a seguir seus módulos. Cada lado do quadradinho tem medida igual a 1 uv. 03. Para nos localizarmos no espaço, procuramos conhecer e comparar algumas distâncias. Nosso planeta tem 6 370 000 m de raio. A Terra gira ao redor do Sol é, em média, de 149 600 000 000 m. A Terra. O Sol e os outros planetas fazem parte do sistema solar. O planeta mais distante do Sol é Plutão, a uma distância de aproximadamente 7 370 000 000 000 m. Além do Sol existem outras estrelas vizinhas. A mais próxima da Terra é Alfa Centauro, e sua distância da Terra é de 43 000 000 000 000 000 m. O sistema solar, em conjunto com outros sistemas, constitui uma galáxia. Nossa galáxia é a Via-Láctea, e seu raio é da ordem de 500 000 000 000 000 000 000 m. A astronomia estuda com mais detalhes essas distâncias e o modo como são obtidas. O texto que você acabou de ler apresenta números muito grandes. Reescreva-o expressando as grandezas: A) em notação científica; B) com os prefixos do SI; C) em ordem decrescente de tamanho. 04. (UFRN) A figura abaixo representa os deslocamentos de um móvel em várias etapas. Cada vetor tem módulo igual a 20m. A distância percorrida pelo móvel e o módulo do vetor deslocamento são, respectivamente: http://4.bp.blogspot.com/_JJJ4o4Jcg48/TSG_okSYD9I/AAAAAAAAYxc/xGE_Ahzmzo8/s1600/vet+2.j http://4.bp.blogspot.com/_JJJ4o4Jcg48/TSHEW8pcuTI/AAAAAAAAYxk/iqFa417Rte0/s1600/vet+22.j 13 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro 05. (UFC) Na figura abaixo, onde o reticulado forma quadrados de lados l = 0,5cm, estão desenhados 10 vetores, contidos no plano XY. O módulo da soma de todos esses vetores é, em centímetros: A) 0 B) 0,5 C) 1 D) 1,5 E) 2 06. O professor Gilvanei empurra um carrinho, por meio de uma barra de ferro, aplicando uma força F, de módulo F = 100 N, na direção da barra. Qual é o módulo da componente da força F na direção perpendicular ao solo? Dados: sen θ = 0,6; cos θ = 0,8. 07. Os vetores a e b, de módulos iguais a 10 unidades vetoriais (10 uv), estão representados na figura. Determine as componentes destes vetores em relação aos eixos Ox e Oy e as componentes do vetor soma (s = a + b). Dados: sen 30º = 0,50; cos 30º = 0,87 08. (UNB) Considere um relógio com mostrador circular de 10cm de raio e cujo ponteiro dos minutos tem comprimento igual ao raio do mostrador. Considere este ponteiro como vetor origem no centro do relógio e direção variável. O módulo da soma dos três vetores determinados pela posição desse ponteiro quando o relógio marca exatamente, 12 horas, 12 horas e 20 minutos e 12 horas e 40 minutos é, em cm, igual a: A) 30 B) 10 C) 20 D) zero 14 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO CAPÍTULO 2 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME A foto de múltipla exposição foi tirada no dia 8 de junho de 2004. Nesse dia foi possível ver da Terra o pequenino planeta Vênus passar na frente do sol, fenômeno conhecido como “trânsito de Vênus”. Apesar de o movimento orbital de Vênus ser praticamente circular, essa passagem pode ser considerada um movimento retilíneo uniforme (MRU), pois ela ocorre em um trecho pequeno. Isso fica evidente pelas distâncias iguais entre as posições de Vênus, fotografadas em intervalos de tempos iguais (na fotografia, são os pequenos círculos escuros que aparecem em linha reta sobre o círculo claro maior, o Sol). O MRU é o movimento mais simples que pode existir; tem apenas duas variáveis, a posição e o tempo, mas mesmo assim seu estudo é importante, pois ele nos prepara para compreender movimentos mais complexos. 1 – DIÁLOGO ENTRE O TEMPO E O MOVIMENTO - Oh amigo Movimento! Chegará o momento em que finalmente terei de te parar. Já pensaste que, se não passo, tu não existes? - Como?! Eu determino o fim de nós dois! Sem o movimento dos ponteiros, dos astros ou até da suave queda dos grãos de areia nas ampulhetas, não teriam como te encontrar... - Nada disso, nobre amigo! Eu passo, a despeito de tudo... Apenas não teriam como me estimar. - Mas, sem corpos em movimento, tudo estaria como antes... - É verdade. Entretanto, quando nada muda, ficamos a esperar. E esperar nada mais é do que experimentar o tempo passar. Porém, existe apenas pelo que dizem de corpos em movimento: Estava aqui, depois ali e daqui a pouco não estará lá. Se não passo, deves comigo concordar, um corpo não estará em dois lugares. - E se o rodopio da Terra cessar, o céu parar, os ventos não soprarem mais? Se não fosse o movimento, o que Aristarco, Kepler, Galileu, Newton e muitos outros iriam estudar? - Bem, parece chegada hora de termos de concordar: somos igualmente importantes pelo espaço, que, pouco importante, fica sempre largado. - Está enganado. Se há Movimento, Espaço e Tempo são importantes. - Mas o que é o tal Espaço, senão o nada entre um instante e outro, quando, é lógico, um movimento se dá? - Os pensadores dizem que o movimento é o senhor do Espaço e do Tempo... - Estou convencido! Só mesmo pela velocidade e pela aceleração é que devemos lamentar... Mas, se me permites, nobre amigo, sobre elas nem quero comentar. 2 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME O MRU ou Movimento Retilíneo Uniforme é o movimento que possui velocidade escalar constante (e não nula). Nesse movimento a velocidade escalar (ou o módulo da velocidade) é a mesma em todos os instantes e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que seja o intervalo de tempo considerado. 𝑣 = 𝑣𝑚 = ∆𝑠 ∆𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ≠ 0 Veja, na figura abaixo, que o carro se desloca e o ponteiro do velocímetro marca sempreo mesmo valor. A figura abaixo nos ajudará a entender a construção da função horária dos espaços no MRU. De 𝑣 = 𝛥𝑠 𝛥𝑡 ⇒ 𝑣 = s−s0 t−0 ⇒ s − s0 = vt, vem: s = s0 + vt A função apresentada acima é conhecida como função horária do Movimento Uniforme. 15 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro 3 – GRÁFICOS S X T A função horária apresentada no item anterior é a representação de uma função do 1º grau. Dessa forma, o gráfico s x t será uma reta inclinada em relação aos eixos. A inclinação da reta (coeficiente angular) será a velocidade do corpo. Em uma inclinação positiva a velocidade será positiva e o movimento conhecido como uniforme e progressivo. Em uma inclinação negativa a velocidade será negativa e o movimento conhecido como uniforme e retrógrado. No gráfico s x t, então podemos afirmar: Concluímos que: A definição de tangente 𝑡𝑔𝜃 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 Aplicando a definição de tangente no nosso caso, temos: 𝑡𝑔𝜃 = ∆𝑠 ∆𝑡 Sabendo que 𝑣 = ∆𝑠 ∆𝑡 , temos então: 𝑉 ≡ 𝑡𝑔𝜃 4 – GRÁFICOS V x T Como o movimento é uniforme e o valor numérico da velocidade deve ser constante, a reta será horizontal e paralela ao eixo dos tempos, sem inclinação. No gráfico V x t podemos afirmar que: ÁREA DA FIGURA (RETÂNGULO) = DISTÂNCIA PERCORRIDA A área de um retângulo A = B.h Aplicando em nosso caso, temos: A = ∆t.V Sabendo que v.∆t = ∆s, teremos então: ∆s ≡ Az RESUMINDO 5 – VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA Para o cálculo da velocidade média que um carro desenvolve numa viagem basta dividir a distância que o carro percorre, ao longo da estrada, pelo intervalo de tempo contado desde a partida até a chegada. Por exemplo, um carro parte de Vitória da Conquista às 8 h da manhã e chega a Brumado às 10 horas, após percorrer 120 km. Para calcular a velocidade média desenvolvida dividimos 120 km por 2 h. Encontramos: 120 km/2 h = 60 km/h. Observe que o carro se desloca sempre no mesmo sentido e não ocorre inversão do movimento ao longo da estrada. É assim que estamos acostumados no nosso dia a dia: dividimos a distância percorrida pelo intervalo de tempo gasto. Vamos agora ampliar esta definição, considerando a trajetória descrita por um móvel, em relação a um certo referencial. Seja s1 o espaço do móvel num instante t1 e s2 seu espaço num instante posterior t2. Seja Δs = s2 - s1 a variação de espaço no intervalo de tempo Δt = t2 - t1. A seguir, vamos definir velocidade escalar média do móvel no intervalo de tempo Δt para uma variação de espaço Δs qualquer. Para o cálculo de Δs devemos levar em conta apenas as posições inicial e final, mesmo ocorrendo inversão no sentido do movimento. vm = Δs/Δt Sendo Δs > 0, isto é, s2 > s1, resulta Vm > 0. Se não houver inversão no sentido do movimento a variação de espaço Δs coincide com a distância efetivamente percorrida pelo móvel ao longo da trajetória (figura 1). Figura 1 16 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO Se Δs < 0, temos Vm < 0 (figura 2). Figura 2 No caso em que Δs = 0, resulta Vm = 0 (figura 3) Figura 3 Unidades de velocidade: cm/s; m/s; km/h Sendo 1 km = 1000 m e 1 h = 3600 s, vem: 1 km/h = 1000 m/3600 s = (1/3,6) m/s. Portanto: 1 m/s = 3,6 km/h 17 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro CAPÍTULO 3 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMENTE VARIADO ASSOMBRANDO A EUROPA GALILEU TERIA PROPOSTO UM EXPERIMENTO ONDE, CONTRARIANDO ARISTÓTELES, PROVAVA QUE OS CORPOS CAIAM SEMPRE JUNTOS, INDEPENDENTE DE SUAS MASSAS. MAS DE FATO, QUEM ESTÁ CERTO? GALILEU OU ARISTÓTELES QUE AFIRMAVA QUE OS CORPOS MAIS PESADOS CAIAM MAIS RÁPIDO? GALILEU TERIA REALMENTE SUBIDO AO ALTO DA TORRE DE PISA E REALIZADO O FAMOSO EXPERIMENTO? 1 – MITO OU REALIDADE? Um dos mitos que crescemos ouvindo falar é a clássica experiência de Galileu, que teria arremessado dois objetos de pesos diferentes ao mesmo tempo, de cima da torre de Pisa, para testar algumas previsões aristotélicas sobre o movimento. Curiosamente não existem dados históricos que indiquem que Galileu realizou qualquer experiência na torre de Pisa, embora seja fato que ele tenha experimentado algumas das ideias de Aristóteles. As polêmicas de Galileu e os aristotélicos foram abordadas em um fantástico texto chamado DISCURSO E DEMONSTRAÇÕES MATEMÁTICAS RELATIVAS A DUAS NOVAS CIÊNCIAS PERTENCENTES À MECÂNICA E AO MOVIMENTO LOCAL... ufa! Ou popularmente conhecido como AS DUAS NOVAS CIÊNCIAS. Nesse trabalho, o sarcasmo e a criatividade de Galileu levaram-no a elaborar um bem comportado diálogo entre 3 personagens. Vejamos um trecho do diálogo criado por Galileu sobre a queda dos corpos: Salviati – Duvido seriamente que Aristóteles jamais tenha verificado experimentalmente se é verdade que duas pedras, das quais uma pesa dez vezes mais, soltas no mesmo instante de uma altura de, por exemplo, cem braças, têm velocidades tão diferentes que, no momento que a mais pesada chegasse ao chão, a outra não teria percorrido nem 10 braças. Simplício – Constatamos segundo suas próprias palavras que ele fez a experiência, pois ele diz: “vemos o mais pesado”; ora, esse “ver” alude a uma experiência efetuada. Sagredo – Mas eu, Senhor Simplício, que não fiz a prova, asseguro-lhe que uma bola de canhão que pesa cem duzentos ou mais libras, não precederá nem de um palmo a chegada ao solo de uma bala de mosquete de meia libra, mesmo que a altura da queda seja de duzentas braças. Salviati – Sem recorrer a outras experiências, podemos provar claramente, através de uma demonstração breve e concludente, que não é verdade que um móvel mais pesado se move com maior velocidade que outro menos pesado, entendendo que ambos da mesma matéria, como é o caso daqueles de que fala Aristóteles. Porém, diga-me, Sr Simplício, se admitis que a cada corpo pesado em queda corresponde uma velocidade naturalmente determinada, de modo que não se possa aumentá-la ou diminuí-la a não ser usando violência ou opondo-lhe alguma resistência? Simplício – Não se pode duvidar que o mesmo móvel no mesmo meio tem uma velocidade fixada e determinada pela natureza, que não pode ser aumentada a não ser acrescentando-lhe um novo ímpeto, nem diminuída salvo por algum impedimento que o retarde. Salviati – Se tivéssemos, portanto,dois móveis, cujas velocidades naturais são desiguais, é evidente que, se uníssemos o mais lento com o mais rápido, este último seria parcialmente retardado e o mais lento aumentaria em parte sua velocidade devido ao mais veloz. Não concordais com minha opinião? Simplício – Parece-me que assim é indubitavelmente. Salviati – Porém se é assim, e se é também verdade que uma grande pedra se move, por exemplo, com uma velocidade de oito graus, e uma menor com uma velocidade de quatro graus, então unindo-as, o composto se moverá com uma velocidade menor que oito graus. Contudo, as duas pedras juntas formam uma pedra maior que aquela que se movia com oito graus de velocidade; do que se segue que esse composto (que também é maior que a primeira prova) se moverá mais lentamente que a primeira pedra, que é menor, o que contradiz vossa suposição. Vemos pois, como, supondo que, o móvel mais pesado se move com maior velocidade que o menos pesado, concluo que o mais pesado se move com menor velocidade. (...) Simplício – Oh! Eis algo que está além de meuentendimento!(...) Simplício – Seu raciocínio é realmente bem conduzido; todavia, parece-me difícil acreditar que uma gota de chumbo possa mover-se tão rapidamente quanto uma bala de canhão. Salviati – (..) Constata-se, fazendo a experiência, que a maior precede a menor em dois dedos, ou seja, que no momento em que a maior chega ao solo, a outra está a uma distância de dois dedos: ora, quereis esconder as noventa e nove braças de Aristóteles sob esses dois dedos e, falando apenas de meu pequeno erro, silenciar sobre a enormidade do outro. DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS 1. Que problema gera a discussão entre Simplício e Salviati? 2. Qual a proposta de Simplício para o problema? 3. Qual a proposta de Salviati para o problema? 4. Em que Simplício e Salviati discordam? 18 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO 2 – INTRODUÇÃO AO MRUV A maior parte dos movimentos que observamos não é uniforme. Uma folha que cai de uma árvore e é levada pelo vento; um craque do Flamengo correndo com a bola de encontro ao gol do vasquinho; ou a água de um rio despencando por uma corredeira. Todos esses são movimentos não-uniformes. Neles, a velocidade de corpos como a folha, o atleta ou a água, muda constantemente. Dizemos então que esses movimentos apresentam velocidade variável. 3 – CONCEITO DE ACELERAÇÃO A velocidade é uma grandeza que mostra a rapidez com que um corpo se desloca. Existe também uma grandeza que mostra a rapidez com que a velocidade varia. Essa grandeza é a aceleração. Podemos observar a variação de velocidade de carros, ônibus, caminhões e aviões no velocímetro desses veículos. Para conhecer a aceleração, temos de conhecer a variação de velocidade, e o intervalo de tempo em que ela ocorreu. A variação de velocidade nos diz o quanto ela mudou; e o intervalo de tempo nos diz se essa mudança foi rápida ou lenta. Consideremos um automóvel, cujo velocímetro esteja indicando, em um certo instante, uma velocidade de 30 Km/h. Se, 1 s após, a indicação do velocímetro passar para 35 Km/h, podemos dizer que a velocidade do carro variou de 5 Km/h em 1 s. Em outras palavras, dizemos que este carro, recebeu aceleração. O conceito de aceleração está sempre relacionado com uma mudança na velocidade. No MRUV, variam a posição e a velocidade, sendo que a velocidade varia sempre na mesma razão, por isso o movimento é chamado uniformemente. Assim: aceleração = variação da velocidade / intervalo de tempo a = v / t 4 – ACELERAÇÃO NOS PLANOS INCLINADOS DE GALILEU E O GRÁFICO V X T Os experimentos sobre planos inclinados realizados por Galileu na Renascença descritos em sua obra “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo” foram fundamentais para o desenvolvimento do conceito de aceleração. O principal interesse do cientista italiano era o estudo dos objetos em queda. Mas, pelo fato de não dispor de instrumentos de medição de tempo adequados, ele usou planos inclinados. A vantagem dos planos inclinados é que estes diminuem o movimento acelerado, permitindo assim uma investigação mais cuidadosa. Galileu percebeu que uma bola, descendo em um plano inclinado ganhará a mesma velocidade sem segundos sucessivos, ou seja, a bola rolará com aceleração constante. Por exemplo, uma bola descendo em um plano inclinado de um certo ângulo pode obter um aumento de velocidade de 2 metros por segundo (2 m/s) a cada segundo de sua descida. Este ganho por segundo é sua aceleração. 2 m/s a cada segundo: 2m/s a cada segundo: 2m/s 𝑠 , 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 2m 𝑠 . 1 𝑠 = 2𝑚/𝑠2; onde m/s2 representa aceleração Sua velocidade instantânea com 1 segundo de intervalo, nesta aceleração, é então 0, 2, 4, 6, 8, 10 e assim por diante. V(m/s) 0 2 4 6 8 10 t(s) 0 1 2 3 4 5 Nós podemos ver claramente que a velocidade instantânea ou velocidade da bola (v) em qualquer tempo após partir do repouso é simplesmente igual à sua aceleração (a) multiplicada pelo seu tempo (t). (1) V = a . t Vejam que essa equação é a mesma equação apresentada no item anterior, considerando que a velocidade inicial tenha sido igual a zero. Se nós substituirmos a aceleração da bola na relação acima podemos perceber que ao final de 1 seg a bola está viajando a 2m/s; ao final de 2 segundos ela está viajando a 4m/s; ao final de 10 segundos ela está viajando a 20m/s e assim por diante. A velocidade instantânea ou velocidade a qualquer momento é simplesmente igual à aceleração multiplicada pelo número de segundos que a bola tem sido acelerada. Podemos acrescentar ainda que no início da análise do movimento (instante t = 0 origem dos tempos) a velocidade era zero, visto que o corpo estava em repouso. Essa velocidade pode ser chamada de velocidade inicial (V0) e deve ser acrescida à equação (1): (2) V = V0 + a . t Vejam que essa equação é a mesma equação apresentada no item (2) anterior, só que reescrita de forma diferente. Se V0 = 0 (objeto partindo do repouso) a equação (2) se reduz à equação (1). Galileu encontrou acelerações maiores para declives mais íngremes. A bola atinge sua aceleração máxima quando o declive é máximo, ou seja, é inclinado verticalmente. Assim, a aceleração é a mesma de um objeto em queda. A equação (2) define a expressão matemática da velocidade em função do tempo V(t) e representa uma função do 1° grau, cujo gráfico cartesiano é representado por uma reta. 19 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro Nos gráficos apresentados acima o coeficiente angular representa a inclinação da reta, ou seja, a aceleração do corpo. A definição de tangente: tgθ = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 Aplicando a definição de tangente no nosso caso, temos: tgθ = ∆𝑣 ∆𝑡 Sabendo que a = ∆𝑣 ∆𝑡 , temos então: a ≡ tgθ 5 – DISTÂNCIA E TEMPO Estudos minuciosos foram feitos por Galileu (usando ainda os planos inclinados) na tentativa de relacionar a distância percorrida com o tempo gasto, deixaram claro que a distância que um corpo percorre, partindo do repouso (V0 = 0), com aceleração constante, varia com o quadrado do tempo. Isso pode ser facilmente obtido em qualquer evento automobilístico. O quadro abaixo nos dá uma ideia disso. Um carro que tenha esses dados colhidos ao longo de um certo trecho consegue provar que a sua distância percorrida é quatro vezes maior em 2 segundos do que em 1 segundo, ou nove vezes maior em 3 segundos do que em 1 segundo e ainda 16 vezes maior em 4 segundos do que em 1 segundo, ou seja: t(s) d(m) V(m/s) 0 0 0 1 2 4 2 8 8 3 18 12 4 32 16 A lei acima pode ser expressa matematicamente: s = ½ at2 (3) onde o quociente ½ a é a constante de proporcionalidade. Na expressão (3) o carro partiu de uma origem (s0 = 0) e do repouso (V0 = 0). Caso contrário estas grandezas seriam acrescentadas. (4) s = s0 + V0 . t + ½ at2 Esta é a função do 2° grau que relaciona distância e tempo para acelerações constante. Também poderia ter sido obtida a partir do cálculo da área do gráfico da velocidade em função do tempo. Vamos calcular a área do gráfico abaixo. Lembre-se: NO GRÁFICO V X T A ÁREA DA FIGURA NOS FORNECE A DISTÂNCIA PERCORRIDA (∆s). DEMONSTRAÇÃO (NÃO SE ESTRESSEM!!!) Fica claro que no gráfico a figura formada é um trapézio. área do trapézio A = ∆s = (B + b) h/ 2 ∆s = (V + V0) t / 2 Como V = V0 + a. t ∆s= (V0 + a . t + V0) t / 2 ∆s = (2V0 + a . t) t / 2 Como ∆s = s – s0 s – s0 = V0 . t + ½ at2 Finalmente, s = s0 + V0 . t + ½ at2 Como queríamos demonstrar. 6 – GRÁFICO S X T Como a expressão demonstrada acima no item anterior (4) é uma função do 2° grau, o gráfico que a representa é uma parábola. Teremos uma parábola com a concavidade paracima se a aceleração escalar for positiva e concavidade para baixo, se negativa. A distância percorrida (s) a partir do repouso varia com o quadrado do tempo (t2) 20 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO SOBRE OS GRÁFICOS PODEMOS RESUMIR AS IDEIAS DA SEGUINTE FORMA: 7 – GALILEU E A TORRE INCLINADA A natureza do movimento de um objeto em sua queda foi, há muito tempo, objeto de estudo do grego Aristóteles. Ele afirmava que o movimento para baixo de qualquer corpo é tanto mais rápido quanto mais pesado ele for, ou seja, uma pedra cai bem mais depressa que uma agulha. Aparentemente, as ideias aristotélicas fazem sentido e podem ser “confirmadas” por uma experiência muito conhecida na qual se deixam cair, da mesma altura e no mesmo momento, uma pedra e uma folha de papel, com a pedra atingindo o solo antes da folha. A crença nessas ideias transformou-se em dogma e predominou durante quase 20 séculos. Embora não sendo o primeiro a apontar as dificuldades do ponto de vista de Aristóteles, o revolucionário italiano Galileu foi o primeiro a fornecer refutações conclusivas através da observação e da experiência. A hipótese da queda dos corpos de Aristóteles foi facilmente derrubada por Galileu. Contrário ao que dizia Aristóteles, Galileu provou que uma pedra duas vezes mais pesada que outra não caia duas vezes mais rápido. Exceto pelo pequeno efeito da resistência do ar, Galileu descobriu que objetos de vários pesos, quando soltos ao mesmo tempo, caiam e atingiam o solo juntos. Mas, e a experiência citada anteriormente da pedra da folha de papel? Não confirmava as ideias aristotélicas? Na verdade, não! Se a folha de papel for bem amassada e a experiência repetida, verificar-se-á que a pedra e o papel atingirão o solo praticamente no mesmo instante. Foi a resistência do ar, maior sobre a folha de papel, que tornou sua queda mais devagar do que a pedra, na primeira experiência. Ao amassarmos o papel, o efeito da resistência do ar sobre ele ficou reduzido, tornando-se praticamente a mesma para os dois corpos e assim eles caíram aproximadamente ao mesmo tempo. Se a experiência fosse feita no vácuo (sem resistência do ar) o resultado, obviamente seria o mesmo. DIVERTINDO-SE UM POUCO O excelente livro Newton e sua Mação da coleção Mortos de Fama nos propõe um curioso experimento para comprovar isso que acabamos de discutir. Você mesmo pode fazer, entretanto os mais jovens vão necessitar da ajuda de um adulto. Você vai precisar de: Um elefante com velocímetro Um avião com uma porta bem grande; Cronômetro Binóculo, e Esfregão e balde enormes É só botar o elefante no avião e levantar vôo. Quando você estiver a poucos milhares de metros de altitude, jogue o elefante pela porta. Ligue o cronômetro e, com o binóculo, fique de olho no velocímetro instalado no elefante. Você vai constatar o seguinte: passado um segundo, o elefante estará caindo a 10m por segundo... passados dois segundos, o elefante estará caindo a 20m por segundo... passados três segundos, o elefante estará caindo a 30m por segundo... passados quatro segundo, o elefante estará caindo a 40m por segundo... ... e assim por diante. Você vai constatar que a velocidade do elefante aumenta 10m por segundo a cada segundo da queda. Não importa se o elefante está começando a cair ou já alcançou uma velocidade vertiginosa – a velocidade aumentará sempre 10m por segundo a cada segundo. Isso se chamará aceleração constante. Para dizer a verdade, simplificamos a coisa. Não são 10m por segundo: o número exato é 9,80665, mas não vamos chatear ninguém com esse tipo de detalhe num material tão agradável como este. Duas coisas afetam essa aceleração constante. Uma é que, se o elefante estiver caindo muito rápido, a resistência do ar vai reduzir um pouco a velocidade da sua queda (sobretudo se ele abrir as orelhas), mas seu avião teria de voar bem alto demais para isso acontecer. A outra coisa que afeta a aceleração constante é o chão. Quando o elefante bate no chão... bem, aí é que você vai precisar de esfregão e balde. E se quisermos trocar o elefante por aquele cara gordão? Poderiam me perguntar. 21 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro - Não me responsabilizaria mais pelo experimento... Corpos caindo na superfície da Terra é o exemplo mais comum do já estudado MRUV. Dessa forma as equações da queda livre serão as mesmas do movimento acelerado, onde a aceleração que atua sobre os corpos será a aceleração da gravidade g e a orientação positiva da trajetória será convencionada para baixo. (1) V = V0 + a . t Como a= g V = V0 + g . t Se o objeto partiu do repouso (V0 = 0) a equação fica: V = g. t Onde V = velocidade do corpo ao atingir o solo t = tempo de queda (2) s = s0 + V0 . t + ½at2 Como a = g, s – s0 = H , V0 = 0 (repouso) H = ½ gt2 Ou t2 = 2H/g 3) E a famosa equação de Torricelli (como desafio utilize as equações 1 e 2 acima para fazer a dedução): V2 = V02 + 2a s com a = g e s = H fica: V2=V02 + 2gH Se V0=0 temos: V2 = 2gH Até aqui temos considerado objetos que estão se movendo em linha reta para baixo sob a ação da gravidade. E um objeto arremessado diretamente para cima? Uma vez liberado, ele continua a mover-se para cima por algum tempo e depois retorna. No ponto mais alto, quando ele está mudando o sentido do seu movimento de ascendente para descendente, sua velocidade instantânea é nula. Então ele inicia seu movimento para baixo, exatamente como se tivesse sido solto do repouso naquela altura. Durante a parte ascendente do seu movimento, o objeto torna-se gradualmente mais lento enquanto sobe. Não deveria causar surpresa que ele torna-se 10 m/s mais lento a cada segundo decorrido - a mesma aceleração que você experimenta quando está caindo. Assim, como mostra a figura ao lado, a velocidade instantânea em pontos de sua trajetória que se encontram na mesma altura é a mesma, esteja o corpo subindo ou descendo. Dessa forma o tempo que o corpo gasta para atingir a altura máxima é o mesmo que gasta para retornar ao solo. DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS 01. Qual é o aumento por segundo da velocidade para um objeto em queda livre? 02. A aceleração de um corpo em queda livre é de 10 m/s2. Porque o segundo aparece duas vezes na unidade? 03. Um astronauta abandonou uma pena de ave e uma peça de ferro, de uma mesma altura, na superfície da Lua, e verificou que ambas chegaram juntas ao solo. Retornando a Terra, repetiu a mesma experiência e verificou que a pena da ave caia mais lentamente que a peça de ferro. Como você explicaria a diferença observada nas duas experiências? 04. O astronauta Armstrong, da Apolo 11, na superfície da Lua, abandonou uma pena e um martelo, de um mesma altura e, ao verificar que os objetos chegaram juntos ao solo, exclamou: Não é que o Sr Galileu tinha razão?. Como você explicaria o fato de os dois objetos caírem simultaneamente? Por que, na Terra, normalmente, a pena cai mais lentamente do que o martelo? 05. Um jornal da época, comentando o fato descrito na questão anterior, afirmava: ―A experiência do astronauta mostra a grande diferença entre os valores da aceleração da gravidade na Terra e na Lua. Critique este comentário do jornal. 06. Qual destes 2 jogos esportivos seria mais difícil de se jogar na Lua: Basquetebol ou Futebol? Explique, lembrando-se que na Lua não existe resistência do ar e a gravidade é 6 vezes menor que a da Terra. 07. Uma bola de ping-pong é lançada para cima verticalmente, sobe até uma certa altura e cai de volta para a posição inicial. Levando em conta a resistência do ar, qual é a opção correta? A) A bola leva mais tempo na subida que na descida.B) A bola leva mais tempo na descida que na subida. C) A bola leva o mesmo tempo na subida e na descida. D) Impossível de se afirmar sem saber o valor da velocidade inicial de lançamento. E) Depende do local do planeta onde está sendo feita a experiência: próximo à linha do Equador ou a um dos Trópicos. 22 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO Texto DIVERTIDO para as questões 8 e 9 Observe a historinha que se segue (adaptado da obra de La Fontaine): Um coelho e uma tartaruga resolveram disputar uma corrida. Dada a largada, em que ambos partiram de uma mesma posição inicial, depois de um minuto, a tartaruga percorreu 1,80m, enquanto o coelho já havia percorrido 180m. Os respectivos tempos e posições dos atletas encontram-se nas tabelas a seguir: COELHO TARTARUGA POSIÇÃO m TEMPO min. POSIÇÃO m TEMPO min. 360 2 3,6 2 540 3 5,4 3 720 4 7,2 4 Porém ao chegar no bar ―Rabbit Love, o coelho encontra uma coelha (900 m, 5 min). O coelho pára para flertar com a coelha. A tartaruga ultrapassa coelho no ―Rabbit Love (900 m, 500 min). Posição: 900 m Tempo: 500 min O coelho observa a tartaruga na frente. Porém, como está meio tonto, corre ziguezagueando. A tartaruga vence a corrida na posição 1000 m em 555 min (9 h e 40 min de corrida). A tartaruga dos quadrinhos ficou felicíssima com a vitória e resolveu passar um telegrama avisando seus familiares. Como dispunha de pouco dinheiro (ela ganhou como prêmio apenas uma semana no centro de treinamento das Tartarugas Ninjas) e estava meio sem criatividade, pediu sugestões a alguns espectadores ilustres: Dona Cigarra, cantora e fofoqueira nas horas vagas: Estavam o coelho e a tartaruga na mesma posição até que o tiro que dava início à corrida foi disparado e o coelho, muito mais veloz, abriu uma boa dianteira. Para vocês terem uma idéia, depois de 1 minuto, a tartaruga tinha percorrido apenas 1,80 metros, enquanto o coelho já estava a uns 180 metros de distância (!). Quando o coelho chegou ao bar Rabbit Love que fica a uns 900 metros da posição de largada, encontrou uma bela coelha e, aí, vocês sabem né? Achando que a corrida estava ganha, parou para conversar um pouco e tomou um licorzinho de cenoura. Enfim, depois de aproximadamente seis horas e meia, a tartaruga que esteve naquela do devagar e sempre, estava quase chegando no local. O coelho lembrou-se da corrida, mas, por algum motivo, sentia muitas dores de cabeça e mal conseguia ficar em pé. Foi quando a tartaruga venceu. Sr. Macaco, cientista e astro circense: A tartaruga venceu porque teve velocidade constante de 1,80 metros por minuto, enquanto a velocidade do coelho, apesar de variada, em média foi de 1,79 metros por minuto. Sra. Formiga, economista e workaholic (viciada em trabalho): Telegrama está ultrapassado. Peça ao Sr. Pombo que envie a seus familiares um fax com este gráfico que eu mesma fiz. 23 MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro 08. Após a leitura da historinha, analise os itens abaixo e assinale o que for correto: A) Pode-se calcular a velocidade da tartaruga, pelo gráfico, descobrindo o seno do ângulo de inclinação. B) O coelho deslocou-se em movimento uniforme entre os instantes 5 e 555 minutos. C) De 0 a 5 minutos, a velocidade do coelho é maior que a velocidade da tartaruga, porque a inclinação da reta que representa seu movimento é maior que a inclinação da reta que representa o movimento da tartaruga. D) No gráfico enviado pela Sra. Formiga, a área da figura formada nos permite calcular a velocidade do coelho e da tartaruga. E) Para a situação descrita na corrida, o gráfico da velocidade em função do tempo poderia ser assim esboçado. 09. Assinale a alternativa correta, após a leitura do texto acima: A) O movimento da tartaruga foi acelerado por que a reta é crescente. B) Os gráficos representados não condizem com o ocorrido na corrida. C) Para calcular a velocidade média da tartaruga basta calcular a área da figura formada (um triângulo) e dividir pelo tempo gasto. D) A aceleração do coelho de 0 a 5 minutos foi maior que a aceleração da tartaruga, porque a inclinação da reta do coelho neste trecho é maior que a inclinação da reta da tartaruga. E) De 5 a 555 minutos a velocidade do coelho é nula, não havendo, portanto, uma mudança de sua posição. 24 FÍSICA DIVERTIDA com o Prof. Ivã Pedro MÓDULO FÍSICA DIVERTIDA – VOLUME 1 – 1ª EDIÇÃO CAPÍTULO 4 – MOVIMENTO DE PROJÉTEIS VAMOS PROVAR NESSE CAPÍTULO QUE PARA UMA MESMA VELOCIDADE DE LANÇAMENTO, UM PROJÉTIL LANÇADO A 45º TEM O MAIOR ALCANCE HORIZONTAL. O SALTO EM DISTÂNCIA DE UM ATLETA É UM EXEMPLO DE LANÇAMENTO OBLÍQUO. SE OBSERVARMOS O SALTO DO OURO DA MAURREN MAGGI, QUE SALTOU 7,04 M PARA GANHAR A MEDALHA DE OURO NAS OLIMPÍADAS DE PEQUIM, VEREMOS QUE O ÂNGULO INICIAL DO SALTO É BEM MENOR DO QUE 45º. ANALISANDO O SALTO DOS ATLETAS OLÍMPICOS, VEMOS QUE NENHUM DELES SALTA COM UM ÂNGULO PRÓXIMO DOS 45º NA HORA DO PULO. OS ÂNGULOS DE SALTO DOS MELHORES ATLETAS SÃO SEMPRE POR VOLTA DE 22º. A FÍSICA ESTÁ ERRADA? TRAJETÓRIAS PARABÓLICAS DAS GOTAS DE ÁGUA NUMA FONTE LUMINOSA – MOVIMENTOS DESENHADOS PELA GRAVIDADE 1 – O SALTO DE OURO DA MAURREN MAGGI – A FÍSICA ESTÁ ERRADA? Claro que não! Experimentos efetuados com vários atletas mostram que, quando eles tentam saltar com ângulos grandes, a sua velocidade diminui, pois eles precisam pisar no solo de uma forma diferente do que para saltar com ângulos menores. Assim, o que eles ganhariam no alcance por saltar com ângulo próximo a 45º, eles perdem por diminuir a sua velocidade de lançamento. O balanço entre esses dois fatores pode ser calculado, se conhecemos como varia a velocidade do atleta ao saltar com diversos ângulos de partida. Um valor médio para diversos atletas mostra que o melhor ângulo de salto é de aproximadamente 22º, podendo variar entre 17º e 27º, dependendo da compleição física e da maneira de correr e saltar de cada um. Com isso, cada atleta tem o seu ângulo ótimo de salto, e ele precisa treinar muito para conseguir saltar sempre com o seu ângulo correto, além de conseguir chegar com a maior velocidade possível no final da sua corrida. Certamente, o treinador da Maurren, Nélio Moura, sabe muito bem disso, pois ele também treinou (aqui no Brasil) o atleta panamenho Irving Saladino, que ganhou a medalha de ouro no salto em distância masculino nas Olimpíadas de Pequim. A Física não está errada. As equações do lançamento oblíquo, como vamos aprender, mostram que o alcance depende da velocidade inicial ao quadrado. É errado dizer que o máximo alcance para um atleta se dá quando ele salta a 45º. Portanto, devemos ter cuidado ao recomendar que para atingir o maior alcance deve-se saltar com um ângulo de 45º, pois o alcance depende do ângulo e da velocidade inicial. Para uma velocidade fixa, o alcance máximo ocorre quando o ângulo é de 45º. 2 – O INÍCIO DE TUDO Assim como a ciência espacial e a energia atômica, a ciência moderna do movimento dos projéteis teve início na área militar. Seu inventor foi Niccoló Tartaglia, um eminente matemático nascido em 1500, cem anos antes de Galileu ter transformado a mecânica em uma ciência sistemática. Tartaglia deve seu nome, que significa “gaguejar”, ao golpe de uma espada que lhe partiu o queixo ao meio quando era criança, tendo-lhe causado uma deficiência permanente da fala. Ele passou a se interessar pela trajetória dos projéteis quando um soldado lhe perguntou qual era o ângulo de elevação em que um canhão conseguiria seu maior alcance.
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