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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
PONTO 8 - Serviço público: conceito, classificação, regulamentação, controle, competência para prestação de serviços, formas e meios de prestação de serviços e serviços delegados a particulares. 
Servidores públicos: regime estatutário. 
Poderes da Administração: vinculado, discricionário e regulamentar. 
Mérito do ato administrativo. 
Atos de direito privado praticados pela Administração.
SERVIÇO PÚBLICO – CONCEITO
O serviço público, em sentido literal, corresponde à atividade de que tenha por destinatário ou responsável o Poder Público.
O conceito jurídico de serviço público varia conforme o critério que se adote. Em sentido formal, corresponde o serviço público à tarefa exercida sob a influência de normas de direito público; em sentido material, corresponde à atividade que atende aos interesses ou necessidades da coletividade; em sentido orgânico – ou subjetivo – corresponde à atividade prestada pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes.
Combinando-se as conceituações doutrinárias, tem-se: serviço público corresponde a toda atividade desempenhada direta ou indiretamente pelo Estado, visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coetividade ou do próprio Estado.
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado”.
PRESSUPOSTOS
		Trata-se de atividade a cargo da Administração Pública, criada, regulada e fiscalizada pelo Poder Público e por ele prestada ou delegada a terceiros. Trata-se, ainda, de atividade orientada à satisfação das necessidades, conveniências ou utilidade da sociedade ou do próprio Estado e, por fim, sujeita à regulação por normas de direito público.
CLASSIFICAÇÃO
Os serviços públicos estão classificados de diversas formas pela doutrina. Para Hely Lopes Meirelles, eles podem ser agrupados segundo critérios próprios:
Quanto à essencialidade:
a)Serviços públicos propriamente ditos ou essenciais: são os imprescindíveis à sobrevivência da sociedade e, por isso, não admitem delegação ou outorga (polícia, defesa nacional, etc). São chamados pró-comunidade.
b) Serviços de utilidade pública: úteis, mas não essenciais, são os que atendem ao interesse da comunidade, podendo ser prestados diretamente pelo Estado, ou por terceiros, mediante remuneração paga pelos usuários e sob constante fiscalização (transporte coletivo, telefonia, etc.). São nominados de pró-cidadão.
Quanto à adequação:
Serviços próprios do Estado: 
Serviços impróprios do Estado;
Quanto à finalidade:
Serviços administrativos;
Serviços industriais.
Quanto aos destinatários:
Serviços gerais ou uti universi: são os que não possuem usuários ou destinatários específicos e são remunerados por tributos (calçamento público, iluminação pública, etc.).
Serviços individuais ou uti singuli: possuem de antemão usuários conhecidos e predeterminados, como os serviços de telefonia, de iluminação domiciliar. São remunerados por taxa ou tarifa.
 Quanto à obrigatoriedade da utilização:
compulsórios: são os serviços que não podem ser recusados pelo destinatário, como os serviços de esgoto, ou coleta de lixo, no caso de serem remunerados, são pagos por taxa (o não pagamento do serviço não autoriza sua suspensão, sendo somente autorizada a cobrança executiva);
facultativos: são os serviços que o usuário pode aceitar ou não, como o transporte coletivo, são pagos por tarifa ou preço.
Quanto à forma de execução:
execução direta: é o serviço centralizado, executado pela Administração direta do Estado;
execução indireta: é o serviço descentralizado para a Administração indireta ou terceiros fora da Administração;
Quanto ao tipo de serviço:
serviços administrativos: a administração executa para atender suas necessidades ou preparar serviços a serem prestados ao público;
serviços industriais: os que produzem renda; a remuneração paga pelo usuário denomina-se tarifa ou preço público, pois é sempre o poder público que fixa tal preço.
PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO
dever inescusável do Estado de promover-lhe a prestação;
princípio da supremacia do interesse público;
princípio da adaptabilidade – exige atualização e modernização;
princípio da universalidade – o serviço é indisdintamente aberto à generalidade do público;
princípio da impessoalidade – impossibilidade de discriminação;
princípio da continuidade – impossibilidade de interrupção (ver entendimento do STJ);
princípio da transparência;
princípio da modicidade das tarifas;
eficiência – aperfeiçoamento e melhor técnica na prestação;
cortesia – adequado atendimento;
atualidade – adequação técnica do serviço prestado;
isonomia – tratamento igualitário entre os usuários.
Obs.: Sobre o princípio da continuidade, tem-se a discussão sobre a interrupção de serviço essencial . É possível o corte no fornecimento de serviços públicos essencias quando (art. 6º da Lei n. 8.987.95):
- situação de emergência;
- aviso prévio;
- inadimplemento do usuário (até mesmo quando o usuário for o poder público, exceção feita aos serviços essenciais);
DIREITOS DO USUÁRIO
		
		O art. 22 do CDC equipara o prestador de serviços públicos a fornecedor e o serviço a produto.
		A Lei 8987/95, que fixa normas gerais sobre concessões e permissões de serviços públicos, também arrola os direitos dos usuários, dentre eles: a) receber serviço adequado; receber do concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos; c)direito de escolha, quando possíve, do prestador do serviço.
		No entanto, os serviços cuja prestação é obrigatória e independe de remuneração direta pelo usuário não permitem a aplicação do CDC (ex. segurança pública). Diferentemente do que ocorre em relação aos serviços cuja utilização é determinada pela remuneração paga pelo usuário (ex. transportes coletivos, telefonia, etc.).
		Mas seja em decorrência da relação de consumo ou não, o usuário ou o cidadão pode exigir do Estado a prestação do serviço, como também pode buscar a reparação de eventual dano que tenha sofrido, e a responsabilidade civil será objetiva.
Remuneração
Os serviços públicos são remunerados por taxa ou tarifa. São remunerados por taxa sempre que sua utilização pelo administrado for obrigatória ou quando o serviço estiver à sua disposição (ex.: os serviços de coleta de esgoto).
Por tarifa ou por preço público são remunerados os serviços facultativos, ou seja, os oferecidos aos utentes para que estes os utilizem se e quando desejarem (ex.: serviços de telefonia).
REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
* Lei dos serviços delegados (concessão e permissão): 8987/95
* Lei das PPS: 11.079/04
Em qualquer hipótese, sejam serviços prestados direta ou indiretamente, a regulamentação e o controle dos serviços públicos são sempre atribuições do Poder Público.
O art. 3 da Lei n. 8.987/1995, estabelece que "as concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários". Esse dispositivo é complementado pelo art. 30, o qual, de forma mais detalhada, estabelece que "no exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração,contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária". O parágrafo único do mesmo artigo prevê a existência de duas modalidades de fiscalização:
uma fiscalização permanente, nos moldes da ordinariamente prevista para os contratos administrativos em geral, que "será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada"; e
uma fiscalização realizada "periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários" (fiscalização periódica, realizada por uma comissão tripartite).
O art. 22 da mesma Lei assegura a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões e permissões de serviços públicos.
	
Devemos lembrar que as concessões e permissões de serviços públicos são espécies de contratos administrativos, sujeitando-se, portanto, às cláusulas exorbitantes peculiares a esses contratos, as quais conferem à Administração prerrogativas próprias de Direito Público, como a possibilidade de rescisão unilateral do contrato. 
No caso dos serviços públicos, o dever de controle por parte da Administração é ainda mais premente, uma vez que os serviços públicos são regidos por princípios como o da adequação, da eficiência e da continuidade. Em razão dessas particularidades, a Administração, em face de qualquer falta ou inadequação do serviço, tem o dever de intervir em sua prestação, inclusive mediante ocupação temporária, visando a corrigir as falhas verificadas, ou, em casos mais graves, decretar a caducidade da concessão ou da permissão, assumindo imediatamente seu objeto, para prestação direta ou indireta.
 Além do controle pelo Poder Público e pelos usuários, nunca devemos olvidar que, no Brasil, vigora o princípio da inafastabilidade de jurisdição, ou sistema de jurisdição única, não sendo admitido à lei excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito, em qualquer situação que implique lesão ou ameaça a direito, inclusive a direitos coletivos, poderá o ato ou fato lesivo ser apreciado pelo Poder Judiciário, mediante a utilização, pelos legitimados, das ações apropriadas, podendo o Judiciário anular os atos que sejam ilegais ou ilegítimos ou ainda determinar, a quem lhes haja dado causa;a reparação dos danos eventualmente suportados pelos usuários ou pela Administração.
Por fim, é oportuno mencionar que a Lei n. 11.196/2005 acrescentou o art. 23-A à Lei n" 8.987/1995, estatuindo que "o contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996".
COMPETÊNCIA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: 
	As três esferas de nossa Federação são competentes para a prestação de serviços públicos, sendo essas competências discriminadas pela Constituição.
	As competências atribuídas à União são enumeradas e taxativas, encontrando-se no art. 2l. As competências dos Estados são ditas remanescentes (CF, art. 25, § 12) e os Municípios possuem as competências relacionadas a seus interesses locais, conforme preceitua o art. 30 da Carta Política.
	Ao DF cabe a prestação dos serviços públicos da competência dos Estados e, cumulativamente, dos Municípios (CF, art. 32, § 12).
	Além disso, há as competências comuns, arroladas no art. 23 da CF/88, em que deve haver atuação paralela de todas as esferas de governo.
Alguns serviços públicos de competência exclusiva da União são: serviço postal, de telecomunicações, de energia elétrica, de navegação aérea, de transporte interestadual e internacional etc.
No que tange aos Estados-membros (e ao DF), somente se encontra discriminada a competência para exploração dos serviços locais de gás canalizado (art. 25, § 22). De resto, a eles pertence a denominada competência remanescente, ou seja, para realização de todos os serviços não atribuídos à União e nem de interesse local dos Municípios.
Por último, como exemplos de serviços públicos explorados pelos Municípios (e DF), temos os serviços de coleta de lixo, de transporte coletivo urbano (art. 30, V), de promoção da proteção do patrimônio histórico-cultural local (art. 30, IX) etc.
FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: 
A Administração Pública pode prestar diretamente serviços públicos.
Neste caso, os serviços podem ser prestados centralizadamente, pela própria Administração Direta, ou descentralizadamente, pelas entidades da Administração Indireta. Podem, alternativamente, os serviços públicos ser delegados a particulares, por meio de celebração de contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos (a permissão de serviços públicos implica celebração de contrato de adesão, nos termos do art. 40 da Lei 8.987/1995) prestação de serviços públicos por particulares é, também, modalidade de prestação descentralizada. 
 Além disso, classificam-se as formas de prestação de serviços públicos em prestação direta e prestação indireta. Infere-se, do caput do art. 175 da Constituição, acima transcrito, que a prestação direta é aquela realizada pela Administração Pública, seja ela Administração Direta ou Administração Indireta. Diversamente, prestação indireta é a realizada pelos particulares, mediante delegação (a tituIaridade do serviço permanece, sempre, com o Poder Público), nas modalidades concessão ou permissão de serviços públicos, ambas obrigatoriamente precedidas de licitação. 
 No Brasil, são prestados centralizadamente serviços como emissão de passaportes (pelo Departamento de Polícia Federal), expedição de certidões pela Secretaria da Receita Federal, manutenção e conservação de rodovias federais ou estaduais e outros.
A prestação centralizada pela Administração Direta pode ser feita desconcentradamente, quando órgãos da mesma entidade, portanto unidades destituídas de personalidade jurídica independente, possuam atribuição de executar aquele serviço.
A desconcentração constitui-se em mera técnica administrativa que visa a tornar mais eficiente a execução de determinada atribuição, uma vez que um órgão é especificamente designado para reaIizá-la. É possível termos prestação desconcentrada centralizada (realizada por órgãos específicos integrantes da Administração Direta) ou prestação desconcentrada descentralizada (quando o serviço é realizado por setores ou departamentos, especificamente criados para esse fim, integrantes da estrutura de uma entidade da Administração Indireta).
Assim, por exemplo, um Estado-membro pode prestar de forma centralizada e desconcentrada o serviço de conservação de rodovias estaduais, por meio de um órgão subordinado à Secretaria Estadual de Transportes.
Na prestação descentralizada do serviço, esta será sempre feita mediante outorga ou delegação, por uma pessoa jurídica diferente daquela que representa a Administração Direta competente para a prestação (União. Estado​ membro. DF. Município).
São exemplos de serviços descentralizados prestados por integrantes da Administração Indireta: o serviço de transporte ferroviário urbano prestado pela TRENSURB. empresa pública federal. o serviço postal prestado pela ECT, empresa pública federal, os serviços de abastecimento de água prestados por empresas públicas estaduais etc.
	
Quando a descentralização ocorre mediante outorga, há criação por lei, ou autorização legal para instituição, de uma entidade com personalidade jurídica própria, à qual é atribuída a titularidade da prestação daquele serviço. Esta entidade pode ser uma autarquia, uma empresa pública, uma sociedade de economia mista ou uma fundação pública.
	Deverá ser observado o disposto no inciso XIX do art. 37 da CF, segundo o qual "somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresapública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação".
A segunda forma de prestação descentralizada consubstancia-se na delegação de um serviço público a particular não integrante da Administração Pública, a qual, como veremos, pode se dar por concessão, permissão ou autorização para prestação do serviço, atendidos os requisitos do art. 175 da CF e da lei.
 A prestação de serviços públicos sob regime de delegação deve se classificada como prestação indireta, uma vez que a titularidade do serviço permanece com o Poder Público delegante, diferentemente do que ocorre os casos de outorga, acima mencionados.
 A prestação de serviços públicos por particulares é possível por delegação. A delegação consiste em transferir ao particular, sempre temporariamente, a incumbência de prestar, mediante remuneração. determinado serviço público. A titularidade do serviço. em qualquer hipótese, permanece sendo do Poder Público, que possui o poder-dever de fiscalização da adequada prestação do serviço. podendo, sempre que verificada alguma falta. nele intervir de diversas formas, inclusive decretando a caducidade da delegação. o que acarreta a reversão do serviço para ele, Poder Público.
A Constituição menciona duas modalidades de delegação de serviços públicos em seu art. 175, a concessão e a permissão. Esses institutos encontram-​se detalhadamente disciplinados na Lei n 8.987/1995. Ao lado dessas modalidades de delegação, existe ainda a possibilidade de prestação de serviços públicos por particulares mediante autorização, modalidade de delegação expressamente prevista no art. 21, XI e XII, da Constituição.
OBSERVAÇÕES FINAIS EM RELAÇÃO AO SERVIÇO PÚBLICO 
A enumeração dos serviços públicos do texto constitucional não é exaustiva. Outros podem assim ser qualificados, contanto que não sejam ultrapassadas as fronteiras constituídas pelas normas relativas à ordem econômica, as quais são garantidoras da livre iniciativa. 
Distinção útil diz com a titularidade do serviço e titularidade de sua prestação. O fato de o Estado ser o titular dos serviços públicos não significa que deva obrigatoriamente prestá-los por si ou por criatura sua quando detenha a titularidade exclusiva desse serviço, por isso que cabível sua delegação. 
PLENÁRIO
ADPF e Monopólio das Atividades Postais - 5
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em argüição de descumprimento de preceito fundamental proposta pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição - ABRAED, em que se pretendia a declaração da não-recepção, pela CF/88, da Lei 6.538/78, que instituiu o monopólio das atividades postais pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT — v. Informativos 392, 409 e 510. Prevaleceu o voto do Min. Eros Grau, que, tendo em conta a orientação fixada pelo Supremo na ACO 765 QO/RJ (pendente de publicação), no sentido de que o serviço postal constitui serviço público, portanto, não atividade econômica em sentido estrito, considerou inócua a argumentação em torno da ofensa aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. Distinguindo o regime de privilégio de que se reveste a prestação dos serviços públicos do regime de monopólio, afirmou que os regimes jurídicos sob os quais são prestados os serviços públicos implicam que sua prestação seja desenvolvida sob privilégios, inclusive, em regra, o da exclusividade na exploração da atividade econômica em sentido amplo a que corresponde essa prestação, haja vista que exatamente a potencialidade desse privilégio incentiva a prestação do serviço público pelo setor privado quando este atua na condição de concessionário ou permissionário. Asseverou, que a prestação do serviço postal por empresa privada só seria possível se a CF afirmasse que o serviço postal é livre à iniciativa privada, tal como o fez em relação à saúde e à educação, que são serviços públicos, os quais podem ser prestados independentemente de concessão ou permissão por estarem excluídos da regra do art. 175, em razão do disposto nos artigos 199 e 209 (CF: “Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. ... Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. ... Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada.”).ADPF 46/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Eros Grau, 3 e 5.8.2008. (ADPF-46)
SERVIDORES PÚBLICOS: REGIME ESTATUTÁRIO. 
Servidores públicos. Regime constitucional. Regimes Jurídicos: o servidor estatutário e o empregado público. Cargos e funções. 
Abreviaturas
C.A (Celso Antônio Bandeira de Mello)
J.S (José dos Santos Carvalho Filho)
A.F (Antônio Flávio de Oliveira, Servidor Público, Ed. Fórum, 2003)
R.F (Regis Fernandes de Oliveira)
Os servidores públicos são uma espécie dentro do gênero ‘agentes públicos’. (...) Esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode conceber(...). Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é um agente público. (C.A)
Dentre os mencionados, alguns integram o aparelho estatal, seja em sua estrutura direta, seja em sua organização indireta (...) Outros não integram a constelação de pessoas estatais (...) permanecem exteriores a ele (concessionários, permissionários, delegados de função ou ofício público, alguns requisitados, gestores de negócios públicos e contratados por locação civil de serviços) (C.A)
Dois são os requisitos para a caracterização do agente público: um, de ordem objetiva, isto é, a natureza estatal da atividade desempenhada; outro, de ordem subjetiva: a investidura nela. (C.A)
Funcionário de fato é aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos reputam-se válidos os atos por ele praticados, se por outra razão não forem viciados. (C.A)
[os agentes de fato] podem ser agrupados em duas categorias:
os agentes necessários; e
os agentes putativos
Agentes necessários são aqueles que praticam atos e executam atividades em situações excepcionais, como, por exemplo, as de emergência, em colaboração com o Poder Público e como se fossem agentes de direito.
Agentes putativos são que desempenham uma atividade pública na presunção de que há legitimidade, embora não tenha havido investidura dentro do procedimento legalmente exigido.
Note-se, porém, que o agente de fato jamais poderá usurpar a competência funcional dos agentes públicos em geral, já que este tipo de usurpação da função pública constitui crime previsto no art.328 do Código Penal. (J.S)
O dirigente de empresa pública ou sociedade de economia mista (pessoas qualificadas como de Direito Privado), ainda quando sejam elas meramente exploradoras de atividade econômica, também podem ser enquadrados como ‘autoridade’ no que concerne a atos expedidos para cumprimento de normas de Direito Público a que tais entidades estejam obrigadas, como, ‘exempli gratia’, os relacionados às licitações públicas que promovem. (C.A). Nesse sentido, temos a Súmula n. 333 do STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
Os agentes públicos podem ser divididos em três grandes grupos, dentro nos quais são reconhecíveis ulteriores subdivisões. A saber: a) agentes políticos; b) servidores estatais, abrangendo servidores públicos e servidores das pessoas governamentais de Direito Privado; e c) particulares em atuação colaboradora com o Poder Público. (C.A)
OBS.: Celso Antônio não inclui magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas na categoria dos agentes políticos; também não o faz José dos Santos Carvalho Filho, que os chama deservidores especiais; R.F. já os integra.
“Apesar das divergências doutrinárias, entendo acertado o posicionamento de Hely, para quem os agentes políticos são os componentes do governo nos seus primeiros escalões, no exercício de atribuições constitucionais. Em tal categoria se enquadram os Chefes do Executivo e seus auxiliares diretos, os membros do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, bem como os representantes diplomáticos. Celso Antônio e Maria Sylvia adotam uma posição mais restrita, incluindo como agentes políticos apenas os Chefes do Executivo e seus auxiliares diretos, além dos membros do Legislativo” - extraído do roteiro de estudo n. 8, de autoria do Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria.
A designação ‘servidor público’, já hoje, tem alcance mais restrito do que dantes. Não é mais adequada para abarcar também os empregados das entidades da Administração Indireta de Direito Privado, porquanto sob a rubrica constitucional ‘Dos servidores públicos’ (que substituiu, desde o Emendão, Emenda Constitucional 19, de 4.6.98, a rubrica ‘dos servidores públicos civis’), é visível que só estão considerados os integrantes de cargo ou emprego nas pessoas jurídicas de Direito Público. (C.A)
Obs.: na nota 10, da página 488, de sua obra (2004) José dos Santos Carvalho Filho discorda de Celso Antônio quanto à inclusão dos empregados das entidades privadas da Administração Indireta. Contudo, como vimos acima (9), não há discordância ou, pelo menos, não existe mais.
[servidores públicos] compreendem as seguintes espécies:
Servidores titulares de cargos públicos na Administração Direta (anteriormente denominados funcionários públicos), nas autarquias e fundações de Direito Público da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, assim como no Poder Judiciário e na esfera administrativa do Legislativo;
Servidores empregados das pessoas supra-referidas. (C.A)
 Não se ignora que foram admitidas levas de servidores sob regime de emprego para funções diversas das indicadas e que não comportariam dito regime. Cite-se, a guisa de exemplo, a Lei 9.986, de 18.7.00, que inconstitucionalmente estabeleceu o regime de emprego público para o pessoal das agências reguladoras (suspensão na ADIn 2.310-1-DF, Rel. Min. Marco Aurélio). (C.A)
 [Servidores das pessoas governamentais de Direito Privado] são os empregados de empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações de Direito Privado instituídas pelo Poder Público, os quais estarão todos, obrigatoriamente, sob regime trabalhista. (C.A)
[tratando da Lei 9.962/00] O contrato só pode ser rescindido quando houver: 1) prática de falta grave, tal como relacionado no art.482, da CLT; 2) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 3) necessidade de redução de quadro, no caso de excesso de despesa, como previsto no art.169 da CF; 4) insuficiência de desempenho apurada em processo administrativo. Essas regras indicam que não só ficou excluída a hipótese de resilição unilateral do contrato por parte do Estado-empregador, não sendo assim aplicável nesse aspecto o art.479 da CLT, mas também que é vinculada à atividade da União no que tange às hipóteses de desfazimento do vínculo: em nenhuma hipótese a rescisão contratual poderá dar-se ao mero alvedrio da Administração Federal, decorrente de valoração de conveniência e oportunidade. ATENÇÃO: para o STF e o TST é plenamente possível a dispensa imotivada de empregado público das empresas públicas e das sociedades de economia mista. Nesse sentido:
AI-AgR 648453 / ES - ESPÍRITO SANTO�
AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento:  20/11/2007           Órgão Julgador:  Primeira Turma�
Publicação DJE-165 DIVULG 18-12-2007 PUBLIC 19-12-2007 DJ 19-12-2007 PP-00035 EMENT VOL-02304-11 PP-02180
EMENTA: CONSTITUCIONAL. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. DISPENSA IMOTIVADA. POSSIBILIDADE. I - Ambas as Turmas desta Corte possuem entendimento no sentido de que os empregados admitidos por concurso público em empresa pública ou sociedade de economia mista podem ser dispensados sem motivação, porquanto aplicável a essas entidades o art. 7º, I, da Constituição. II - Agravo regimental improvido.�
E, ainda: 
Enunciado 390-TST: ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002 - e 22 da SBDI-2 - inserida em 20.09.00)
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
A lei exclui da observância de tais exigências a extinção dos contratos de servidores firmados com base na regra da autonomia da gestão, de que trata o art.37, §8º. CF. Significa dizer que é mais frágil o vínculo trabalhista nesta hipótese e que, em relação a tais contratações, será viável o exercício do direito à resilição unilateral do contrato pela União, ainda quando o motivo tenha fundamento em razões de natureza discricionária. (J.S)
[particulares em colaboração com a Administração] esta terceira categoria de agentes é composta por sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares – portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (com exceção única dos recrutados para o serviço militar) – exercem função pública, ainda que às vezes em caráter episódico. (C.A)
[tratando do art.37, IX, CF] Diz a Constituição que a lei estabelecerá os casos de contratação desses servidores. Assim dizendo, só se pode entender que o Constituinte pretendeu caracterizar essa relação funcional como de natureza contratual. Não obstante essa qualificação, a lei instituidora do regime certamente poderá incluir algumas normas que mais se aproximem do regime estatutário. O que não poderá, obviamente, é fixar outra qualificação que não a contratual. O STJ, aliás, já teve a oportunidade de decidir, em processo de conflito de competência, que esse tipo de contratação ‘não revela qualquer vínculo trabalhista disciplinado pela CLT’, sendo, pois, da Justiça Federal a competência para dirimir questão de pagamento de verbas quando for ré a União Federal. (J.S). Eis recente julgado sobre o tema: 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. SERVIÇO EXCEPCIONAL DE INTERESSE PÚBLICO. REGIME ESTATUTÁRIO. CONFIGURAÇÃO. CONTRATO REGIDO PELAS NORMAS DE DIREITO PÚBLICO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
1. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação ordinária proposta por servidor público federal, contratado por prazo determinado, nos termos da legislação que disciplina a contratação para atender excepcional interesse público.
2. Tendo o agente sido contratado por tempo determinado, para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, CR), não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a ação, eis que a relação jurídica estabelecida entre as partes deve ser regida pelas normas de Direito Administrativo e não pelas normas de Direito do Trabalho. Precedentes do STJ.
 Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 2ª Vara de Ponta Grossa-PR, o suscitante. (CC 79.007/PR, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12.09.2007, DJ 01.10.2007 p. 210).
Cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoasjurídicas de Direito Público e criadas por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo, caso em que se criam por resolução(...). (C.A) – vide art.2º., da Lei 8.112.
 OBS.: Sobre a Câmara dos Deputados e o Congresso, vide, respectivamente, arts.51, IV e 52, XIII.
 Nomeação é o ato administrativo que materializa o provimento originário. (...) Ascensão (ou acesso) é a forma de progressão pela qual o servidor é elevado de cargo situado na classe mais elevada de uma carreira para cargo da classe inicial de carreira diversa ou de carreira tida com complementar da anterior. Transferência é a passagem do servidor de seu cargo efetivo para outro de igual denominação, situado em quadro funcional diverso. A ascensão funcional e a transferência só têm sido admitidas se o servidor for aprovado em concurso público, em face dos termos do art.37, II, da CF. (J.S) [sobre promoção ver adiante] – acerca da ascensão e transferência, vide Súmula 685 do STF. Em face do art. 37, inciso II, o STF já se manifestou pela inconstitucionalidade de algumas formas de provimento derivado, tais como a ascensão e a transferência, o que resultou na revogação dos incisos III e IV, art. 8º (extraído do roteiro de estudo n. 9, de autoria do Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria).
Funções públicas são plexos unitários de atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos de direção, chefia ou assessoramento, a serem exercidas por titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade que as preenche (...) (C.A)
Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista, como, aliás, prevê a Lei 9.962, de 22.2.2000. Quando se trate de empregos permanentes na Administração direta ou em autarquia, só podem ser criados por lei, como resulta do art.61, §1º., II, a. (C.A)
Nas pessoas de Direito Privado da Administração Indireta, isto é, nas empresas públicas e sociedades de economia mista e fundações governamentais de Direito Privado, só há empregos. (C.A)
[para titulares de cargos] No liame da função pública, composto sob a égide estatutária, o Estado, ressalvadas as pertinentes disposições constitucionais impeditivas, deterá o poder de alterar legislativamente o regime jurídico de seus servidores, inexistindo a garantia de que continuarão sempre disciplinados pelas disposições vigentes quando de seu ingresso. (C.A). É entendimento pacífico no STF a inexistência de direito jurídico a regime jurídico.
Sem embargo, induvidosamente, a Constituição admite, na própria Administração direta, nas autarquias e fundações públicas, que certas atividades possam ser desenvolvidas sob regime de emprego. (C.A). CUIDADO!!!: Recentemente, o STF deferiu medida cautelar na ADIn n. 2.135�, para suspender a vigência do art. 39, caput, da CF/88, com a redação dada pela EC 19/98, voltando a viger, portanto, a redação original do referido dispositivo�, que estabelecia o Regime Jurídico Único dos servidores públicos civis. Assim, a partir da publicação da decisão suspensiva do STF (que tem efeitos ex nunc), fica vedado o regime de emprego público na Administração Pública Direta.
Atualmente vige a Lei Complementar 101, de 4.5.2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, cujo art.19 fixou, para a União, o limite de tais dispêndios [despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do art.169 da CF] em 50% da receita corrente líquida (a qual é definida no art.2º., IV, dessa lei), e para Estados, DF e Municípios em 60%.
 A determinação da perda dos cargos por parte dos servidores estáveis, com indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço, parece-nos flagrantemente inconstitucional, por superar os limites do poder de emenda. (C.A)
 Subsídio é a denominação atribuída à forma remuneratória de certos cargos, por força da qual a retribuição que lhes concerne se efetua por meio dos pagamentos mensais de parcelas únicas, ou seja, indivisas e insuscetíveis de aditamentos ou acréscimos de qualquer espécie. Seu conceito se depreende do art.39§4º. (C.A)
 Remunerar-se-ão por subsídio 1) o Presidente da República e o Vice; 2) os Ministros de Estado (art.49, VIII); 3) os Governadores e Vices; 4) os Secretários Estaduais (art.28§2º.); 5) os Prefeitos, Vice-Prefeitos; 6) os Secretários Municipais (art.29, V); 7) os Senadores; 8) os Deputados Federais; 9) os Deputados Estaduais; 10)os Vereadores – isto é, os agentes políticos; 11) os Ministros do STF; 12) dos Tribunais superiores e os componentes dos demais Tribunais judiciais; 13) os magistrados em geral (...) (C.A) – como se viu, Celso Antônio não considera juízes e membros dos Ministérios Públicos como agentes políticos.
 Cita além destes: os membros da AGU, da Defensoria Pública, os Procuradores de Estado e do DF (não os dos Municípios), servidores policiais das polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares, em decorrência do art.144, §9º, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas.
 Finalmente, poderão ser incluídos no regime de subsídios os servidores organizados em carreira, conforme dispõe o art.39,§8º. (C.A)
 [Teto Remuneratório] Conforme dicção expressa da Constituição, a teor do §11 do art.37, incluído pela Emenda Constitucional 47, de 5.7.05, somente não se computam para efeito dos limites referidos as parcelas de caráter indenizatórias previstas em lei. (C.A)
 [Teto Remuneratório] Na esfera federal são os subsídios mensais dos Ministros do STF que servem de teto e cujo valor, de resto, não pode ser ultrapassado por ninguém no âmbito da Federação. (C.A) No meu sentir, a EC 41/2003 traz regras claras a serem aplicadas de imediato, extirpando as controvérsias acerca da inclusão das vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza no teto de remuneração. Não há, além do mais, que se falar em direito adquirido à exclusão de tais verbas, pois, conforme consignado, desde a época da redação original da Lei Maior, esse foi o desejo do constituinte e assim constava em seu texto, inclusive de forma explícita (art. 17, ADCT)�. É importante consignar que não se está a defender a possibilidade de emenda constitucional violar direito adquirido, tema que já tive oportunidade de estudar e concluir em sentido diametralmente oposto, mas sim a manter a coerência com o posicionamento exposto desde o início deste trabalho, no sentido de que o teto de remuneração, desde a origem, abrange as vantagens pessoais (Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria). CONTUDO, no MS 24.875/DF O STF CONSIDEROU QUE O TETO ESTABELECIDO NA EMENDA 41/2003 NÃO PODERIA AFRONTAR A GARANTIA CONSTITUCIONAL DE IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS DAQUELES QUE, ANTES DE SUA VIGÊNCIA, JÁ PERCEBIAM VALORES QUE O SUPERAVAM (Ministros do STF aposentados). Portando, decidiu que: “As vantagens pessoais estão incluídas no teto remuneratório, previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal, após a edição da Emenda Constitucional 41/2003”. Ou seja, as vantagens incorporadas aos vencimentos ou proventos antes da Emenda devem permanecer, até serem absorvidas pelo teto.
Também o art.61,§1º., II, a, dispõe que a criação de cargos ou empregos públicos ou o aumento de suas remunerações (na Administração direta e nas autarquias) dependem de lei, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. Na esfera do Judiciário a iniciativa de lei é, conforme o caso, do STF, dos Tribunais Superiores ou do Tribunal de Justiça, a teor do art.96, II, b, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.41, de dezembro de 2003. (C.A). Perceba-se, ainda, que “a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva” (Súmula 679, STF). Perceba-se, ainda, que apesar de o STF haver sumulado que “a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva” (Súmula 679, STF), em recente decisão em mandado de injunção, reconheceu que, enquanto nãoregulamentado o direito de greve do servidor, aplicam-se as regras da Lei de Greve dos celetistas, de modo que, EMBORA PERMANCEÁ VIGENTE A SÚMULA NO QUE TANGE À FIXAÇÃO DOS VENCIMENTOS, ATUALMENTE É POSSÍVEL FALAR-SE EM DISSÍDIO COLETIVO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO.
Sempre com o escopo de assegurar contenções e controles na despesa com pessoal, o inciso XII do mencionado art.37 estatui que os vencimentos dos cargos administrativos do Legislativo e do Judiciário não poderão ser superiores aos de seus correspondentes no Executivo. Ainda que a Constituição não o haja dito expressamente, a mesma regra haverá de valer no que concerne a funções e empregos. (C.A)
Para evitar aumentos em cadeia, o inciso XIII do mesmo art.37 veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. (C.A)
 De seu turno, o inciso XIV deste art.37 proíbe que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público sejam computados ou acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. (C.A)
(...) o inciso X do art.37 estatui, de par com a garantia de revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos e do subsídio dos retribuídos por tal forma, que dita revisão far-se-á sempre na mesma data, sem distinção de índices. (C.A)
Interessante : ver art. 40, § único - o vencimento, ou seja o “salário-padrão” do cargo não pode ser inferior ao mínimo legal (Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria). Tal regra não se aplica aos militares em serviço inicial, consoante Súmula Vinculante n. 06, do STF.
O primeiro termo (vencimento) corresponde à retribuição pecuniária básica que é paga ao servidor público pelo exercício do cargo, emprego ou função, sem qualquer acréscimo, observados o padrão, classe, nível ou grau ocupados (estas nomenclaturas são distintas nas mais diversas legislações que cuidam do tema). Já os vencimentos se referem à soma do vencimento mais as parcelas fixas atribuídas por lei para aquela determinada categoria de agente público. Por fim, a remuneração diz respeito ao valor total recebido, incluindo-se aí as vantagens variáveis. (...) Não é demais destacar que a Constituição Federal garante, em seu art. 37, XV, a irredutibilidade tão-só dos vencimentos (e, agora, também dos subsídios, termo cuja explicação será feita adiante), o que não poderia ser diferente, pois a remuneração abrange, como já mencionado, parcelas variáveis, insuscetíveis, pois, de proteção sob o manto de tal preceito. (Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria)
Nas regras do concurso não podem ser feitas discriminações entre brasileiros natos ou naturalizados, salvo em relação aos cargos arrolados no art.12, §3º., da Lei Maior (...)
Os concursos públicos terão validade de até dois anos, prorrogáveis uma vez, por igual período (art. 37, III), isto é, por tempo igual ao que lhes haja sido originariamente consignado (art. 37, IV). No interior de tal prazo os aprovados terão precedência para nomeação sobre novos concursados (art.37, IV). Confira-se a posição atual sobre o tema no STJ e STF: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO FORA DAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS NO DECORRER DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. CARGOS OCUPADOS EM CARÁTER PRECÁRIO. PRECEDENTES DO STF E STJ.
1. A orientação jurisprudencial desta Corte Superior reconhece a existência de direito líquido e certo à nomeação de candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto no edital. Por outro lado, eventuais vagas criadas/surgidas no decorrer da vigência do concurso público, por si só, geram apenas mera expectativa de direito ao candidato aprovado em concurso público, pois o
preenchimento das referidas vagas está submetido à discricionariedade da Administração Pública.
2. Entretanto, tal expectativa de direito é transformada em direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado se, no decorrer do prazo de validade do edital, houver a contratação precária de terceiros para o exercício dos cargos vagos, salvo situações excepcionais plenamente justificadas pela Administração, de acordo com o interesse público.
3. Efetivamente, esta Corte Superior, inclusive em precedentes da minha relatoria (RMS 34.095/BA), entendia pela inexistência de direito adquirido dos candidatos aprovados em relação a eventuais novas vagas que surgirem no prazo de validade do certame, caracterizando a investidura ato discricionário da Administração Pública, tampouco direito líquido e certo.
4. Todavia, em recente julgamento (Informativo n. 622/2011), o Supremo Tribunal Federal proclamou entendimento diverso.
5. Ademais, conforme ressaltou o Min. Napoleão Nunes Maia em caso idêntico, "a Administração não pode, i.g., providenciar recrutamento de Servidores através de contratação precária para exercer as mesmas funções do cargo para o qual ainda existam candidatos aprovados aguardando a nomeação" , e logo adiante conclui, "tal direito subjetivo tem fundamento na constatação da existência de vaga emaberto e da premente necessidade de pessoal apto a prestar o serviço
atinente ao cargo em questão" (RMS 29.145/RS, DJe 1º.2.2011).
6. Portanto, no caso concreto, é manifesto que a designação de servidores públicos de seus quadros, ocupantes de cargos diversos, para exercer a mesma função de candidatos aprovados em certame dentro do prazo de validade, transforma a mera expectativa em direito líquido e certo, em flagrante preterição a ordem de classificação dos candidatos aprovados em concurso público.
7. Agravo regimental não provido (AgRg nos EDcl nos EDcl no Ag 1398319 / ES. J. 01.03.2012, Min. Mauro Campbell Marques).
Uma vez que as normas sobre acessibilidade e concurso público são impositivas para todo o universo da Administração, sociedades de economia mista e empresas públicas também estão sujeitas a elas.
Ressalve-se, todavia, que as pessoas estatais constituídas para exploração de atividade econômica disporão de liberdade para contratar diretamente seus empregados nas hipóteses em que a) a adoção de concurso público tolheria a possibilidade de atraírem e captarem profissionais especializados que o mercado absorve com grande presteza e interesse ou b) nos casos em que o recurso a tal procedimento bloquearia o desenvolvimento de suas normais atividades no setor. (C.A)
A EC 19/98 alterou o art.37, I, da CF, ampliando o princípio da acessibilidade também aos estrangeiros, da forma como vier a disciplinar a lei. (J.S)
Há sistemas funcionais (...) que incluem, como etapa do concurso, um período de exercício antecipado das funções do cargo, denominado estágio experimental [ não é a mesma coisa que o estágio probatório]. Este estágio tem a natureza jurídica de prova de habilitação, a mesma, aliás, das demais provas de conhecimento e, como é óbvio, antecede à nomeação. O estagiário, assim, ainda não é servidor, mas mero candidato em fase de concurso [ressalve-se o conceito da Lei de Improbidade e do CP]. Em tais sistemas, parece-nos legítimo exigir do candidato que preencha os requisitos do cargo ao momento da designação para o estágio, e não ao momento da futura nomeação, e isso porque, embora ainda não ocupe cargo, o candidato vai exercer funções a ele relativas. (J.S)
 A controvérsia sobre o requisito de idade acabou por ser definida pelo STF, que registrou em súmula: “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art.7º., XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a se preenchido’ (Súmula 683) (J.S)
A Constituição prevê que a lei (entende-se: federal, estadual, distrital ou municipal, conforme o caso) estabelecerá os casos de contratação para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público (art.37, IX). (C.A) – Lei 8.745/93
O STF considera que o inciso VII – ou seja, o que cogita do direito de greve – é norma de eficácia limitada; logo, não eficaz até que sobrevenhaa lei infraconstitucional. (Celso Antônio critica o entendimento). Em julgamento histórico, o STF, mudando de entendimento acerca dos efeitos da decisão proferida em sede de mandado de injunção, conheceu de três mandados de injunção (MI's 708, 712 E 670), impetrados com vistas a assegurar o exercício do direito de greve dos servidores públicos substituídos, e determinou a observância dos ditames da Lei n. 7783/89 (que dispõe sobre o direito de greve na iniciativa privada), até que seja editada a lei regulamentadora do inciso VII do art. 37 da CF/88�. A Corte Suprema passou, assim, a adotar uma posição concretista individual direta, ao invés da tradicional posição não concretista, predominante até então.
Também para evitar abusos, veda-se a acumulação remunerada de cargos, funções ou empregos tanto na Administração direta como na Administração indireta ou fundacional e reciprocamente entre elas, conforme dispõem os incisos XVI e XVII do art.37, ressalvadas certas hipóteses expressamente arroladas, desde que haja compatibilidade de horários e respeitado o teto remuneratório. A saber: a de dois cargos de professor; a de um cargo de professor com outro técnico ou científico e a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. (C.A)
Aos servidores públicos é assegurada a irredutibilidade de vencimentos (art.37, XV). Vencimentos é a designação técnica da retribuição pecuniária legalmente prevista como correspondente ao cargo público. (C.A)
 Também se conferem aos servidores públicos, titulares de cargos, no art.39, §3º., vários direitos, dentre os previstos no art.7º. da Constituição em prol dos trabalhadores em geral. (C.A).
 Após três anos de exercício subseqüente à nomeação por concurso, o servidor público goza de estabilidade (art.41). Para sua aquisição é obrigatória avaliação especial de desempenho, por comissão para tal fim instituída (art.41, §4º) (C.A)
IMPORTANTE: ESTÁGIO PROBATÓRIO ≠ ESTABILIDADE. A reforma constitucional quanto ao prazo de estabilidade não alterou o prazo de estágio probatório previsto na lei n. 8.112/90.
“Com efeito, estágio probatório e estabilidade são institutos jurídicos distintos.
O primeiro tem por objetivo aferir a aptidão e capacidade do servidor para o desempenho do cargo público de provimento efetivo, conforme o art. 20 da Lei 8.112/90. O segundo, estabilidade, por sua vez, constitui uma garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada àquele que transpôs o estágio probatório. Em conseqüência, o servidor público federal tem direito de ser avaliado, para fins de estágio probatório, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses. Desse modo, apresenta-se incabível a exigência de que cumpra o interstício de 3 (três) anos, destinados constitucionalmente à aquisição da estabilidade, para que passe a figurar em listas de progressão e de promoção na carreira a qual pertence”.
(STJ – Terceira Seção - MS 12406/DF, de abril de 2008) 
Adquirido este atributo, se for irregularmente demitido, tem direito à reintegração, e quem lhe ocupava o lugar será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro ou passado para a inatividade remunerada, isto é, posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço (art.41, §2º.).
 A Constituição dispõe que ao servidor público titular de cargo efetivo é assegurado regime de previdência de caráter contributivo (art.40, ‘caput’, com a redação da Emenda 41, de 19.12.03)(...) (C.A).
A extinção de cargos públicos dar-se-á através de atos da mesma natureza, podendo também, quando pertinentes ao Poder Executivo, ser extintos ‘ na forma da lei’, pelo Chefe deste Poder, conforme prevê o art.84, XXV, da Constituição. (C.A)
 Classe é o conjunto de cargos da mesma natureza de trabalho. Os cargos dizem-se isolados quando previstos sem inserção em carreiras. (C.A)
 A estabilidade em cargo de provimento efetivo é o que se chama efetivação. (C.A)
 O ‘Emendão’ corrompeu a idéia de estabilidade, ao introduzir como hipótese autônoma de desligamento do servidor a avaliação periódica de desempenho. (...) Cumpre, entretanto, advertir que a estabilidade confere o direito de permanecer no serviço público vinculado à atividade da mesma natureza de trabalho para a qual o servidor ingressou. (C.A)
 Demissão é o desligamento do cargo com caráter sancionador. Corresponde a uma expulsão, aplicável nas hipóteses legalmente previstas. Não se confunde com exoneração (sem caráter sancionador). (C.A)
Com a posse ocorre a chamada investidura do servidor (...) O cargo é provido, alguém é investido. (C.A)
Provimento derivado vertical é aquele em que o servidor é guindado para cargo mais elevado. Efetua-se através de promoção. (...) Provimento derivado horizontal é aquele em que o servidor não ascende, nem é rebaixado em sua posição funcional. Com a extinção legal da transferência, o único provimento derivado horizontal é a readaptação (a qual, aliás, não é senão uma modalidade de transferência). (...) O provimento derivado por reingresso é aquele em que o servidor retorna ao serviço ativo do qual estava desligado. Compreende as seguintes modalidades: a) reversão; b) aproveitamento; c) reintegração; e d) recondução. Reversão é o reingresso do aposentado no serviço ativo, ‘ex officio’ ou ‘a pedido’, por não subsistirem, ou não mais subsistirem, as razões que lhe determinaram a aposentação (...) Aproveitamento é o reingresso do servidor estável que se encontrava em disponibilidade, no mesmo cargo dantes ocupado ou em cargo de equivalentes atribuições e vencimentos compatíveis. Reintegração é o retorno de servidor ilegalmente desligado de seu cargo ao mesmo, que dantes ocupava, ou não sendo possível, ao seu sucedâneo ou equivalente, com integral reparação dos prejuízos que lhe advieram do ato injurídico que o atingira. (...) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo que dantes titularizava, quer por ter sido inabilitado no estágio probatório relativo a outro cargo para o qual subseqüentemente fora nomeado, quer por haver sido desalojado dele em decorrência de reintegração do precedente ocupante. (C.A)
(...) têm sido consideradas inconstitucionais as leis que transformavam em estatutários e, pois, titulares de cargos efetivos servidores trabalhistas contratados sem concurso, mesmo que tivessem mais de cinco anos de serviço público antes da promulgação da Constituição. A norma do art.19 do ADCT da CF só conferiu estabilização ao servidores, mas não deu ensejo a provimento de cargos, o que só poderia ocorrer se o servidor se submetesse a concurso público(...) (J.S)
 Todos os afastamentos ocorrem com a contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais, deles ressalvada em um único caso – o de afastamento para mandato político, em que a contagem não se faz para fins de promoção por merecimento. (C.A)
 Trata-se a remoção da mudança do servidor, dentro do quadro a que pertence, com ou sem a alteração da sede de seu local de trabalho, com o objetivo de preencher cargo na lotação.(...) Não se trata de nova investidura(...) (A.F)
[distinção entre remoção e transferência:] Uma vez em vigor a nova Constituição, com o texto do art.37, II, impondo que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação em concurso público, sem a ressalva de que esta exigência somente se daria em relação à primeira investidura, tornou-se impossível a utilização do instituto da transferência. (...) Todavia, a remoção, que é a movimentação do servidor no mesmo órgão, dentro de sua carreira, implicando apenas em movimentação espacial, esta continua vigente(...) (A.F)
Obs.: houve revogação expressa da parte da Lei 8.112, que tratava de transferência (art. 23 e parágrafos, revogados pela Lei n. 9.527/97)
 Obs.: existe também a figura da redistribuição:
Art. 37.  Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal,para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
As distintas penalidades administrativas são aplicáveis tão-somente após um procedimento apurador – com garantia de ampla defesa (ex vi do art.5º., LV, da Constituição) – que será a sindicância ou, obrigatoriamente, o processo administrativo, se a sanção aplicável for suspensão acima de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão ou função comissionada (art.143 c/c art.146). A sindicância ou o processo administrativo interrompem a prescrição até a decisão final proferida pela autoridade competente (§3º.do art.142), que só recomeça a fluir a partir do dia em que cessar a interrupção (§4º.). (C.A). O STF tem entendimento no sentido de que a prescrição sob análise recomeça a fluir se o PAD não houver sido concluído no prazo de 140 (cento e quarenta) dias – que seria o prazo para a prolação de decisão no processo, considerando-se a soma de todos os lapsos temporais previstos na legislação de regência.�
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: VINCULADO, DISCRICIONÁRIO E REGULAMENTAR. 
Poder Normativo (ou Regulamentar):
O poder normativo é destinado a expedição dos atos normativos que são atos gerais e abstratos que se destinam a todos que se encontrem numa mesma situação, indistintamente. Ex. O Regulamento do IR.
A propósito, o ato normativo tem em comum com a lei o fato de que ambos são gerais e abstratos, mas o ato normativo se distingue da lei não apenas pelo processo de sua elaboração, mas também porque só a lei inova originariamente a ordem jurídica (art. 5, II, CF).
Alguns autores preferem Poder Regulamentar em vez de Poder Normativo. No entanto, é preferível Poder Normativo porque e expressão mais abrangente do que Poder Regulamentar, já que o Regulamento e apenas uma espécie de ato normativo, que convive com outros atos normativos, tais como, Portarias, Resoluções, Instruções, etc.
O Regulamento, no entanto, é o ato normativo mais importante porque é de competência exclusiva ou privativa* dos chefes do Poder Executivo, nas diversas esferas de Governo, praticado para fiel execução das leis e veiculado por Decreto (forma do ato).
*Em D. Adm. não há diferença entre exclusiva ou privativa.
Em doutrina, afirma-se a existência de dois Regulamentos:
1.O Regulamento Executivo ou para fiel execução das leis: depende de uma lei prévia que será explicitada pelo Regulamento.
2. Regulamento autônomo ou Independente: aquele que não depende de lei prévia, dispondo sobre matéria ainda não tratada em lei.
Nos Países em que se admite o Regulamento autônomo ou independente, ele só pode tratar de: matéria organizativa, matéria de sujeição especial (só pode se dirigir a quem tenha com a Adm. Pública um vínculo jurídico diferenciado de submissão, como ocorre, por. ex. com os contratados, os estudantes de uma escola pública, os internos de um hospital público). Assim, não se tem admitido Regulamento autônomo em matéria de supremacia geral, como é o caso do Poder de Policia.
No Brasil, a regra é a do Regulamento Executivo ou para fiel execução das leis, porque a partir da EC 32.2001, há quem defenda a existência do Regulamento Autônomo em matéria organizativa, nos termos do art. 84, VI, “a”, CF, que estabelece competir privativamente ao Presidente da Republica dispor, mediante Decreto, sobre organização e funcionamento da Administração Federal, quando não implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Obs.: Art. 84, VI, “b”-não é ato normativo, mas ato concreto do Presidente que pode extinguir cargos vagos.
Para Celso Antonio Bandeira de Melo, o Regulamento Executivo explicita a lei em duas hipóteses:
quando limita a discricionariedade administrativa, seja para dispor sobre o modo de proceder da Adm. Pública (ex.: Regulamento do IR, dispondo sobre modelos de declaração, prazos de entrega, locais de pagamento, etc.), seja para aclarar o conteúdo de conceitos vagos da lei que dependam de considerações técnicas (ex.: Se a lei obriga manter equipamento contra incêndio em prédio comercial, o ato normativo dirá que equipamento e esse, quantos são necessários por área, etc.);
quando decompõe analiticamente o conteúdo de conceito sintético da lei (ex. Supõe a lei que estabeleça obrigação aos agentes públicos remunerados obrigatoriamente por subsídios, o ato normativo poderá dizer um a um quem são tais agentes).
De toda sorte, o ato normativo não pode extrapolar os limites da lei que explicita.
Caso o Poder Executivo exorbite dos limites do Poder Regulamentar, cabe ao Congresso Nacional sustar o ato normativo respectivo, conforme art. 49, V, da CF (O mesmo ocorre quando o Executivo extrapola os limites da Lei Delegada).
-Falta da Regulamentação: Se a lei depende de regulamentação e o Poder Executivo se omite, impedindo o cumprimento da lei, é possivel:
representar a autoridade competente, pela prática de crime de responsabilidade do Presidente da República, porque a omissão atenta contra o livre exercício do Poder Legislativo (art. 85, II, CF);
impetrar mandado de injunção, se a falta da norma regulamentadora tornar inviavel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania (art. 5, LXXI);
em tese, propor ação direta de inconstitucionalidade por omissão, nos termos do art. 103, p. 2, CF. No entanto, o STF dificilmente conhecera dessa ADIN porque a omissão na expedição do ato normativo ofende diretamente a lei que necessita da regulamentação e indiretamente a CF (art. 84, IV, CF) de modo que não caberá acao direta de inconstitucionalidade por ofensa indireta a CF;
propor ação de argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da CF, que será apreciada pelo STF (art. 102, p. 1, CF).
Por fim, caso a lei conceda um prazo para regulamentação e se o prazo decorrer sem a regulamentação, tudo o que for auto-aplicável entra em vigor.
2-Poder Vinculado
		Existem autores que não situam a matéria nno capítulo dos poderes da Administração, porque os termos “vinculado” e “discricionário” tocam, na verdade aos atos administrativos.
		A Administração não é liberta da absoluta influência da lei, significando que a sua atuação somente é lícita se conforme ou correspondente ao comando legal. A atividade administrativa será vinculada, assim, se o regramento legal impuser todas ou quase todas as exigências para a atuação, ordenando a competência, a finalidade, o motivo e o objeto de forma impositiva e cogente.
3-Poder Discricionário
		Como contraposto da atividade inteiramente vinculada à lei, há situações em que o legislador faz contemplar alguma liberdade para o administrador, concedendo-lhe a discricionariedade. O poder discricionário é exercido sempre que a atividade administrativa resultar da opção, permitida pela lei, realizada pelo administrador.
		Discricionariedade absoluta, porém, não há. A atividade administrativa está sempre vinculada ao fim que se destina e a eleição de opções somente decorre de concessão legal. Como resultante desse poder, o agente elege a opção que melhor atende ao interesse público nocaso concreto, e somente assim agirá se a lei expressamente contemplar mais de uma possibilidade de ação.
		Esclarece com precisão a questão Fritz Fleiner, citado por Celso Antônio Baneira de Mello: “Pelo poder discricionário que lhe outorgou o legislador, a autoridade administrativa há de determinar como pertinente, entre várias possibilidades de solução, aquela que melhor responde no caso concreto à intenção da lei”.
		A discricionariedade, assim, jamais dirá respeito à finalidade, à forma e, por óbvio, à competência para a prática do ato, porquanto estes requisitos da atuação válida são sempre gizados pela lei.
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO
Afirmamos acima que nem todos os elementos de sua estrutura são vinculados à expressa previsão de lei para qualquer espécie de ato.
Assim, nos atos denominados vinculados, aqueles onde a liberdade de atuação do administrador é rigorosamente restrita ao expressamente previsto na lei, todos os elementos encontram-se minuciosamente estipulados no texto legal e devem ser estritamente observados pelo administrador.
Já nos atos discricionários - aqueles em que a lei confere certa margem de liberdade à atuação do administrador, possibilitando-lhe decidir sobre a oportunidade e a conveniência da prática do ato, por meio da escolha de seu objeto e valoração de seus motivos - nem todos os requisitos de validade são estritamente vinculados.
	Nos atos discricionários, vinculam-se, invariavelmente, à expressa previsão da lei: (1) a competência (qualquer que seja a espécie do ato, somente poderá ser validamente praticado por aquele a quem a lei confira tal atribuição); (2) a forma (uma vez prevista em lei, também deve ser estritamente observada pelo administrador, sob pena de ter-se declarada a nulidade do ato); e (3) a finalidade (esta, por óbvio, jamais discricionária, uma vez que a finalidade de qualquer ato sempre será o interesse público).
	De outra parte, o administrador, ao praticar um ato discricionário, possui liberdade para, nos limites expressos ou implícitos da lei, escolher, conforme sua valoração, os requisitos motivo e objeto do ato. Diz-se, por isso, que nos atos discricionários os requisitos motivo e objeto são requisitos não vinculados, ou seja, há certa liberdade de atuação do agente em sua prática.
Esses dois requisitos – motivo e objeto -, especificamente considerados quanto aos atos administrativos discricionários, formam o núcleo do que costuma ser denominado pela doutrina de mérito administrativo.
CONCEITO: O mérito administrativo consiste, em poucas palavras, no poder conferido pela lei ao administrador para que ele, nos atos discricionários, decida sobre a oportunidade e conveniência de sua prática.
Assim, enquanto em um ato vinculado a atuação do administrador é bastante limitada pela exaustiva descrição legal de todos os seus elementos, nos atos discricionários os requisitos motivo e objeto, formadores do mérito administrativo, podem ser determinados pelo administrador com relativa liberdade, dentro dos limites mais ou menos amplos estabelecidos na lei, justificando a prática ou não do ato e a escolha de seu conteúdo.
No dizer de Hely Lopes Meirelles, o mérito administrativo consubstancia-se "na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar".
Justifica-se facilmente essa necessidade de, em certas circunstâncias, conferir a lei ao administrador o poder de decidir sobre a oportunidade e conveniência da prática do ato administrativo: somente ele, administrador, vivenciando as diversas situações concretas que se lhe apresentam e conhecendo os meandros da atividade administrativa tem condições de aferir tais elementos.
Esse é o motivo pelo qual não se admite a aferição do mérito administrativo pelo poder Judiciário. Não faria sentido o juiz, órgão voltado à atividade jurisdicional, muitas vezes distante da realidade e necessidades administrativas, substituir, pela sua, a ótica do administrador, que vive aquela realidade no seu dia a dia. Com efeito, se fosse dado ao juiz decidir sobre a legitimidade da valoração de oportunidade e conveniência realizada pelo administrador na prática de atos discricionários de sua competência, estaria esse mesmo juiz substituindo o administrador no exercício dessa atividade valorativa, vale dizer, substituindo o juízo de valor do administrador, mas afeito às coisas da Administração, pelo seu próprio juízo valorativo evidentemente distanciado deste cotidiano.
Não se deve, todavia, confundir a vedação de que o Judiciário aprecie o mérito administrativo com a possibilidade de aferição pelo mesmo Poder Judiciário da legalidade dos atos discricionários. São coisas completamente distintas.
O ato administrativo discricionário, além do motivo e objeto, tem outros três elementos de caráter vinculado e que se sujeitam ao controle pelo Judiciário. 
Decisões do TJDF sobre o tema: 
ADMINISTRATIVO. ATO DE EXONERAÇÃO NÃO PUBLICADO. INEXISTÊNCIA DE EFEITOS. MÉRITO ADMINISTRATIVO. ANÁLISE DEFESA PELO JUDICIÁRIO. EXAME, APENAS, DA LEGALIDADE DO ATO.
1. No caso vertente, embora o Agravante insista em referir-se ao "memorando de devolução" como evidência da destituição/exoneração do cargo de diretor de centro de ensino, não há, ainda, publicação do ato de exoneração, levando a crer que os efeitos desse sequer se operaram ainda. Em outras palavras, não houve, ainda, a publicidade do ato administrativo em questão.
2. Não pode o Poder Judiciário imiscuir-se na conveniência e oportunidade da Administração Pública quanto à exoneração em cargo em comissão. O exame, na esfera jurisdicional, restringe-se ao controle da legalidade do ato, o que não é o caso em tela.
3. Agravo de instrumento não provido.
(20080020088311AGI, Relator FLAVIO ROSTIROLA, 1ª Turma Cível, julgado em 13/08/2008, DJ 18/08/2008 p. 40)
Controle sobre os elementos indefinidos:
	O ato discricionário possui parte dos elementos não preenchidos por lei, sendo então “elementos normativos indefinidos”.
	Esses elementos serão preenchidos exclusivamente pela Administração, através de motivação que baseada em fatos e circunstâncias, demonstrará ser oportuno e conveniente ao interesse público o exercício daquele ato.
	Exemplo: o ato discricionário de dispensa licitatória pode ocorrer, por exemplo, em função de uma “emergência”.	Emergência é um elemento da norma de conteúdo jurídico indefinido – cabendo ao administrador apontar um fato, tal como uma severa seca, que gera circunstância jurídica, tal como a paralisação de serviços públicos. Suportado por estes fatos e circunstâncias o administrador demonstra que é oportuno e conveniente decretar um estado de emergência, buscando preservar o interesse público.
	Fatos e circunstâncias podem mudar com o tempo. Assim, um fato superveniente, tal como uma forte chuva, poderá alterar as circunstâncias jurídicas, tal como regularizar o fornecimento de água, vindo a tornar inoportuno ou inconveniente a partir daquele momento da chuva, a manutenção do estado de emergência.
	A motivação do elemento indefinido através de fatos e circunstâncias demonstrando oportunidade e conveniência é chamada de “mérito discricionário”.
	O fato superveniente poderá provocar, então, a perda do mérito (pois as novas circunstâncias tornaram o ato inoportuno ou inconveniente).
	Quando o ato discricionário é validamente decretado, significa que os pressupostos fixados por lei foram respeitados e o elemento indefinido foi validamente preenchidos – tornando-se assim, um ato juridicamente perfeito que passa a surtir direitos adquiridos.
	A ocorrência do fato superveniente não afeta a condição de legalidade – o ato era legal antes e continua ser legal depois do fato superveniente.
	Porém, o fato superveniente retira a condição de legitimidade para o ato surtir seus efeitos. Logo, deixa de ser juridicamente perfeitoa partir do reconhecimento do fato superveniente. Caberá ao administrador rever seu ato neste momento, decretando então sua revogação que surtirá efeitos meramente futuros (ex nunc), não retroagindo (pois caso retroagisse violaria ato jurídico perfeito e direito adquirido).
	Como somente a Administração pode apontar a oportunidade e a conveniência através de fatos e circunstâncias, somente ela pode rever o ato para então declará-lo inoportuno ou inconveniente em função do fato superveniente.
	Em função disso, a corrente clássica entendia que o Judiciário não exercia qualquer controle sobre os elementos integrantes do mérito discricionário.
	Controle Judicial sobre Elementos do Mérito:
	Duas (02) teorias passaram a permitir ao Judiciário exercer controle sobre os elementos constitutivos da motivação do mérito: a) Teoria dos motivos determinantes dos atos; b) Teoria do devido processo legal substantivo (substantive Due Process of Law).
Teoria do devido processo legal substantivo:
	O elemento normativo indefinido de um ato discricionário é preenchido como visto através de uma motivação que constitui o mérito. Nesta motivação são apontados os fatos e circunstâncias que segundo o administrador demonstram ser oportuno e conveniente a prática daquele ato ao interesse público. 
	Mas o preenchimento do elemento indefinido não é uma “carta em branco”, pois deverá ser atendida a intenção da lei. 
	Sempre haverá uma intenção do legislador a ser atendida pelo administrador ao preencher o elemento indefinido – devendo ser adotados fatos e circunstâncias que sejam adequados (juízo de razoabilidade) e de valor jurídica correspondente (juízo de proporcionalidade), àquilo pretendido pela lei.
	Com exemplo a dispensa licitatória por emergência, exige que o administrador aponte fatos e circunstâncias, que envolvam de forma drástica relevantes interesses (risco de vida a coletividade, paralização de serviços públicos, danos irreparáveis a interesses indisponíveis). Caso o prefeito alegue frio de 12 graus causando desconforto para motivar uma emergência e com isso dispensando a licitação para compra de aquecedores para prefeitura, estará “formalmente” obedecendo a lei (pois motivou o preenchimento do elemento indefinido), mas estará substancialmente violando a lei (pois o preenchimento é abusivo, uma vez que os fatos e circunstâncias não são razoáveis, nem proporcionais à intenção da lei. 
	Assim, ocorrerá uma ilegalidade no preenchimento do elemento indefinido, permitindo então controle externo pelo judiciário, que ao analisar os elementos fundamentais da motivação do mérito poderá decretar a ilegalidade e com isso a nulidade do ato surtindo efeitos desconstitutivos retroativos “ex tunc”. 
Teoria dos Motivos Determinantes dos Atos:
	Todos os atos motivados (incluídos aqueles de motivação obrigatória e aqueles ad nutum, que não dependem de motivação, mas que tenham sidos espontaneamente motivados), que seja baseado em elementos inverídicos ou inexistentes serão inválidos uma vez que a motivação é ilegal.
 
	Quando a motivação for ilegal por basear-se em elemento inverídico ou inexistente, caberá ao judiciário controlar o ato decretando a nulidade com força retroativa ex tunc. 
	Nem todo elemento inverídico ou inexistente levará a invalidação do ato, mas apenas quando tiver sido determinante para a sua prática. 
Comparação:
Pontos em Comum entre a Teoria do devido processo legal substantivo e Teoria dos motivos determinantes:
Em ambas as teorias caberá ao judiciário invalidar o ato, decretando nulidade com força retroativa e em ambos os casos o juiz não poderá se manifestar a cerca da oportunidade e da conveniência.
Pontos de distinção: 
A teoria do devido processo legal substantivo recai sobre a RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE no preenchimento do elemento indefinido, enquanto que na teoria dos motivos determinantes o controle recai sobre veracidade e existência dos elementos determinantes da prática do ato.
IMPORTANTES CONSIDERAÇÕES DA MARIA SILVIA SOBRE O EXAME DO MÉRITO ADMINISTRATIVO PELO JUDICIÁRIO: 
A rigor, pode-se dizer que, com relação ao ato discricionário, o judiciário pode apreciar os aspectos da legalidade e verificar se Administração não ultrapassou os limites da discricionariedade. Algumas teorias tem surgido para limitar o exercício do poder discricionário: desvio de poder (a autoridade usa o poder discricionário para atingir fim diverso do disposto em lei); teoria dos motivos determinantes (o Judiciário examina os motivos do ato); noções imprecisas usadas pelo legislador (nesse caso não haverá discricionariedade, mas interpretação pelo Judiciário dessas expressões); exame da moralidade do ato segundo critérios do homem comum. Essa tendência que se observa na doutrina, de ampliar o alcance da apreciação do Poder Judiciário, não implica invasão na discricionariedade administrativa; o que se procura é colocar a discricionariedade em seus devidos limites e impedir arbitrariedades. 
DIREITO CIVIL 
PONTO 8 - PROVA. POSSE. LOCAÇÃO PREDIAL URBANA.
PROVA
Prova é meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos).
Ao Código Civil cabe regulamentar os princípios referentes à prova, determinação, indicação do seu valor jurídico e condições de sua admissibilidade. Ao CPC, o modo de constituí-la e produzi-la em Juízo.
PRINCÍPIOS:
a) Princípio do consensualismo ou da liberdade de forma (regra geral): Não havendo nenhuma exigência quanto à forma (ato não formal), qualquer meio de prova pode ser utilizado, desde que não proibido, como estatui o art. 332 do Código de Processo Civil: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para prova a verdade dos fatos em que se funda ação ou defesa”. Portanto, quando o art. 212 do CC enumera os meios de prova dos negócios jurídicos a que se não impõe forma especial, o faz apenas exemplificativamente, e não taxativamente.
b) Princípio do formalismo ou da forma obrigatória (exceção): Quando a lei exigir forma especial, como instrumento público, para a validade do negócio jurídico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta (CPC, art. 366; CC, art. 107, a contrario sensu).
c) Princípio da similitude de formas: Quando a realização de um ato exige determinada forma, seu desfazimento também terá que observá-la. Tal princípio também se verifica, por exemplo, na seguinte hipótese: “A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento (art. 220 do CC). Desse modo, só por instrumento público pode a mulher casada outorgar procuração ao marido para alienação de bens imóveis, pois é essencial à validade do ato a escritura pública (art. 108 do CC).
CLASSIFICAÇÕES:
direta ou indireta: a depender da fonte. Se a prova é do próprio fato, é direta; se a prova refere-se ao fato (indícios), a prova é indireta;
pessoais ou reais: se produzidas por uma pessoa (testemunha) ou coisa (documento).
casuais ou pré-constituídas: se produzidas no curso da demanda, ou a ela precedentes.
FONTES DE PROVA x MEIOS DE PROVA:
As fontes são as pessoas ou coisas de onde se originam as provas. Os meios são as formas pelas quais se extraem as informações contidas nas fontes.
MEIOS DE PROVA:
Confissão: admissão de fato contrário ao interesse do confessor e favorável à parte adversa. Pode ser judicial ou extrajudicial, espontânea ou provocada, expressa(real) ou presumida pela revelia.
a.1) elementos essenciais: a) capacidade de ser parte (art. 213 CC); b) a declaração de vontade; c) o objeto possível (art. 351 do CPC).
Prova documental: tem

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