Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabarito da 3a V.E. de GMA00113 2011.2 — Turma B1 18 de marc¸o de 2013 1. Considere a equac¸a˜o diferencial parcial (EDP) abaixo: ∂tu = ∂ 2 xu, x ∈ (0, pi), t > 0; ∂xu(0, t) = ∂xu(pi, t) = 0; u(x, 0) = x2 ( pi 2 − x3 ) . (a) Encontre a soluc¸a˜o da EDP acima. Se um argumento de separac¸a˜o de varia´veis for usado, a obtenc¸a˜o das soluc¸o˜es separadas deve ser justificada. (b) Calcule limt→∞ u(x, t). Voceˆ consegue dar alguma interpretac¸a˜o a este resultado? (c) Mostre que ∫ pi 0 u(x, t) dx = ∫ pi 0 u(x, 0) dx. Sugesta˜o: Seja Q(t) o lado esquerdo da identidade acima. Calcule Q′(t). Soluc¸a˜o (a) Separando varia´veis, escrevemos u(x, t) = A(x)B(t) e, apo´s substituirmos na equac¸a˜o, obtemos: A′′(x) A(x) = B′(t) B(t) = λ. Note tambe´m que a condic¸a˜o de fronteira em u implica A′(0) = A′(pi) = 0. Obtemos portanto a equac¸a˜o A′′ = λA, A′(0) = A′(pi) = 0, cuja soluc¸a˜o depende do sinal de λ. Se λ > 0, escrevemos λ = γ2 e encontramos A(x) = C1e γx + C2e −γx. Aplicando as condic¸o˜es fronteira, encontramos C1 = C2 = 0. Se λ = 0, temos A(x) = C1x+ C2. Aplicando as condic¸o˜es de fronteira, encontramos C1 = 0. Portanto, temos A0 = const e λ0 = 0. Por uma questa˜o de convenieˆncia vamos escolher A0 = a0/2. Se λ < 0, escrevemos λ = −γ2 e encontramos A(x) = C1 cos(γx) + C2 sen(γx). Aplicando as condic¸o˜es de fronteira, encontramos C2 = 0 e γ ∈ N. Portanto, temos An = an cos(nx), λn = −n2. 1 Resolvemos enta˜o a equac¸a˜o para B e encontramos Bn(t) = e −n2t, n = 0, 1, 2, 3, . . . . A soluc¸a˜o sera´ enta˜o da forma u(x, t) = a0 2 + ∞∑ n=1 ane −n2t cos(nx). Aplicando a condic¸a˜o inicial, encontramos an = 2 pi ∫ pi 0 x2 (pi 2 − x 3 ) cos(nx) dx, n = 0, 1, 2, 3, . . . . Em particular, a0 2 = pi3 12 , an = 4 ((−1)n − 1) n4pi , n ≥ 1. (b) Como lim t→∞ e −n2t cos(nx) = 0, n 6= 0. obtemos imediatamente que lim t→∞u(x, t) = a0 2 = 1 pi ∫ pi 0 x2 (pi 2 − x 3 ) dx. Isso quer dizer que u converge para a temperatura me´dia dada pela condic¸a˜o inicial. (c) Calculando diretamente Q′(t) = d dt ∫ pi 0 u(x, t) dx = ∫ pi 0 ∂tu(x, t) rdx = ∫ pi 0 ∂2xu(x, t) dx = ∂xu(pi, t)−∂xu(0, t) = 0. Portanto, Q e´ constante e, assim, Q(t) = Q(0). 2. Encontre uma soluc¸a˜o da seguinte equac¸a˜o: ∂2t u−c2∂2xu = x2, x ∈ (0, 1), t > 0; u(0, t) = u(1, t) = 0, t > 0; u(x, 0) = ∂tu(x, 0) = 0. Soluc¸a˜o Vamos escrever u(x, t) = v(x, t) + w(x) Com w satisfazendo −c2w′′ = x2, w(0) = w(1) = 0 cuja soluc¸a˜o e´ w(x) = − 1 12c2 ( x4 − x) . Dessa forma, temos que v satisfaz ∂ 2 t v − c2∂2xv = 0, x ∈ (0, 1), t > 0; v(0, t) = v(1, t) = 0, t > 0; v(x, 0) = 112c2 ( x4 − x) , ∂tv(x, 0) = 0. que pode ser resolvida usando separac¸a˜o de varia´veis escrevendo u(x, t) = A(x)B(t) e que nos leva aos seguintes problemas: A′′ = λA, A(0) = A(1) = 0 2 cuja soluc¸a˜o e´ An(x) = sen(npix), λn = −n2pi2. e B′′n = −n2pi2, B′n(0) = 0. cuja soluc¸a˜o e´ Bn(t) = cos(npict). Logo a soluc¸a˜o pode ser escrita como v(x, t) = ∞∑ n=1 cn sen(npix) cos(npict). Aplicando a condic¸a˜o incial, obtemos cn = 1 6pic2 ∫ pi 0 x ( x3 − 1) sen(npix) dx = 1 6pic2 24− ((pi4 − pi)n4 − 12pi2n2 + 24) n5 . Assim a soluc¸a˜o do problema em questa˜o e´ u(x, t) = ∞∑ n=1 cn sen(npix) cos(npict)− 1 12c2 ( x4 − x) . 3. Resolva ∇ 2u = 0 em 0 < x < pi, 0 < y < 1; u(x, 0) = u(0, y) = 1, 0 < x, pi, 0 < y < 1; u(x, 1) = u(pi, y) = 0, 0 < x, pi, 0 < y < 1. Soluc¸a˜o Separando varia´veis, escrevendo u(x, y0 = A(x)B(y), encontramos A′′(x) A(x) = −B ′′(y) B(y) = λ. Vamos resolver primeiro o problema com a condic¸a˜o adicional que u(0, y) = 0 (em vez da condic¸a˜o u(0, y) = 1 pedida). Neste caso A e B tem que satisfazer A′′ = λA, A(pi) = 0 e B′′ = −λB, B(0) = B(1) = 0. Resolvendo a equac¸a˜o para B encontramos Bn(y) = sen(npiy), λn = n 2pi2. Da´ı, resolvemos para A e encontramos An(x) = senh(npi(pi − y)). Combinando as duas soluc¸o˜es, temos u(x, y) = ∞∑ n=1 an sen(npix) senh(npi(pi − y)). Aplicando a condic¸a˜o em y = 0, obtemos an = 2 pi senh(npi2) ∫ pi 0 sen(nx) dx = 2 ((−1)n − 1) pin senh(npi2) . 3 Se resolvermos agora o problema com condic¸a˜o inicial u(x, 0) = 0 (em vez da u(x, 0) = 1) mantendo a outra condic¸a˜o, encotraremos enta˜o as seguintes equac¸o˜es para A e B: A′′ = λA, A(0) = A(pi) = 0 e B′′ = −λB, B(1) = 0. Neste caso, resolvemos primeiro para A e depois para B encontrando: An(x) = sen(nx), λn = −n2 e Bn(y) = senh(n(1− y)). Portanto, a soluc¸a˜o e´ u(x, t) = ∞∑ n=1 bn sen(nx) senh(n(1− y)), com bn dado por bn = 2 pi senh(n) ∫ pi 0 sen(nx) dx = 2 ((−1)n − 1) pin senh(n) . Assim, a soluc¸a˜o do problema pedido e´ u(x, y) = ∞∑ n=1 an sen(npix) senh(npi(pi − y)) + ∞∑ n=1 bn sen(nx) senh(n(1− y)), com an e bn dados acima. 4. Considere a equac¸a˜o ∂tu−∇2u = 0 no c´ırculo unita´rio. Que equac¸o˜es devem ser resolvidas para se encontrar as soluc¸o˜es de varia´vel separada? Inclua as condic¸o˜es de fronteira quando for pertinente. Note que na˜o e´ preciso resolver as equac¸o˜s encontradas. Soluc¸a˜o Escrevendo B(r)C(θ) = F (r, θ) e substituindo, encontramos A′ A = ∇2F F = −λ Da´ı temos A′ = −λA e ∇2F = −λF. Escrevendo F (r, θ) = B(r)C(θ), encontramos enta˜o r (rB′)′ B + r2λ = −C ′′ C = γ. Como C, adicionalmente, deve ser perio´dico em θ, obtemos C ′′ = γC, C(θ + pi) = C(θ), C ′(θ + pi) = C ′(θ) Finalmente, obtemos tambe´m r2B′′ + rB′ + ( λr2 − γ)B = 0. 5. Encontre uma soluc¸a˜o da seguinte equac¸a˜o ∂2t u− c2∂2xu = 0, x ≥ 0, t > 0; u(0, t) = 0, t > 0 u(x, 0) = ψ(x), ∂tu(x, 0) = 0, onde ψ e´ C2([0,∞) e ψ(0) = ψ′′(0) = 0. 4 Sugesta˜o Estenda ψ de maneira ı´mpar e mostre que esta extensa˜o e´ de classe C2(R). Use a fo´rmula de D’Alambert e mostre como a soluc¸a˜o encontrada pode ser vista como uma soluc¸a˜o do problema proposto. Soluc¸a˜o Seja F a extensa˜o ı´mpar de ψ a reta toda. Considerando o problema agora em R, obtemos a soluc¸a˜o atrave´s da fo´rmula de D’Alambert: u(x, t) = 1 2 (F (x− ct) + F (x+ ct)) . Note que u(0, t) = 1 2 (F (−ct) + F (ct)) = 1 2 (−F (ct) + F (ct)) = 0. Assim, o u obtido acima satisfaz a equac¸a˜o da onda em x > 0 e t > 0; a condic¸a˜o de fronteira em t > 0 e a condic¸a˜o inicial em t = 0, x > 0. Entretanto, e´ conveniente expressar a soluc¸a˜o obtida apenas em termos de ψ. Para x > 0, temos sempre x+ ct > 0. Portanto, F (x+ ct) = ψ(x+ ct). Por outro lado, F (x− ct) = ψ(x− ct), se x− ct > 0 e F (x− ct) = −ψ(ct− x), se x− ct < 0. Assim, obtemos u(x, t) = { 1 2 (ψ(x+ ct) + ψ(x− ct)) , x− ct ≥ 0; 1 2 (ψ(x+ ct)− ψ(ct− x)) , x− ct < 0. 5
Compartilhar