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Noções de direito administrativo

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NOÇÕES DE DIREITO 
ADMINISTRATIVO
Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO
Princípios Básicos da Administração:
A Administração Pública é a atividade do Estado exercida 
pelos seus órgãos encarregados do desempenho das atribuições 
públicas, em outras palavras é o conjunto de órgãos e funções ins-
tituídos e necessários para a obtenção dos objetivos do governo.
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esfe-
ras, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental 
do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, que assim dispõe em seu caput: “Art. 37. A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos prin-
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte”.
Diante de tais princípios expressos constitucionalmente temos:
Princípio da Legalidade: 
Este é o principal conceito para a configuração do regime 
jurídico-administrativo, pois se justifica no sentido de que a 
Administração Pública só poderá ser exercida quando estiver em 
conformidade com a Lei.
O administrador não pode agir, nem mesmo deixar de agir, 
senão de acordo com o que dispõe a lei. Para que a administração 
possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é necessária 
para tanto a existência de determinação ou autorização da atuação 
administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o que a 
lei não proíba, entretanto a Administração Pública só pode fazer 
aquilo que a lei autorizar.
Importante ainda esclarecer que a administração pública 
está obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância 
não apenas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos 
princípios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas 
editadas pela própria administração pública.
Princípio da Impessoalidade: 
Por tal princípio temos que a Administração Pública tem 
que manter uma posição de neutralidade em relação aos seus 
administrados, não podendo prejudicar nem mesmo privilegiar 
quem quer que seja. Dessa forma a Administração pública deve 
servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais ou partidárias, 
buscando sempre atender ao interesse público. 
Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo 
seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais 
do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade 
exclusivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e 
impessoal.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade tem 
estreita relação com o também principio constitucional da 
isonomia, ou igualdade, sendo dessa forma vedada perseguições 
ou benesses pessoais.
Princípio da Moralidade: 
Tal princípio vem expresso na Constituição Federal no caput 
do artigo 37, que trata especificamente da moral administrativa, 
onde se refere à ideia de probidade e boa-fé. 
A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao 
status de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que 
um ato imoral é também um ato inconstitucional. 
A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a 
presença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se 
constitui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas 
ao administrador da coisa pública.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da 
Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo, 
como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo 
de valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral 
no exercício de suas atribuições administrativas, através do 
pressuposto da moralidade.
A noção de moral administrativa não esta vinculada às 
convicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção 
de atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a 
gerência da coisa pública.
Princípio da Publicidade: 
Por este principio constitucional, temos que a administração 
tem o dever de oferecer transparência de todos os atos que praticar, 
e de todas as informações que estejam armazenadas em seus 
bancos de dados referentes aos administrados.
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa 
e busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos 
praticados devem ser acessíveis aos cidadãos. 
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial 
como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, 
onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
Princípio da Eficiência: 
Por tal principio temos a imposição exigível à Administração 
Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta 
ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios e 
buscando a excelência na prestação dos serviços.
Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa 
prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e 
mais econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da 
administração pública. 
O administrador deve procurar a solução que melhor atenda 
aos interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos 
públicos, evitando dessa forma desperdícios. 
Princípios administrativos implícitos
Diante de tais princípios tidos como expressamente constitu-
cionais, decorrem outros, implícitos, de igual importância para a 
regulamentação das atividades públicas senão vejamos:
– Princípio da Supremacia do Interesse Público:
Tal Princípio, muito embora não se encontre expresso no 
enunciado do texto constitucional é de suma importância para a 
atividade administrativa, tendo em vista que, em decorrência do 
regime democrático adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema 
representativo, temos que toda a atuação do Poder Público seja 
consubstanciada pelo interesse público e coletivo.
Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal 
que lhe foi imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o inte-
resse público, é assegurado a administração pública uma série de 
prerrogativas, não existente no direito privado, para que se alcance 
a vontade comum da coletividade.
Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair 
sobre os direitos particulares dos administrados, pois decorre deste 
princípio que, na hipótese de haver um conflito entre o interesse 
público e os interesses de particulares, é evidente e lógico que a 
vontade comum e o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados 
os princípios do devido processo legal, e do direito adquirido.
Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público:
Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse 
público são vedados ao administrador da coisa pública qualquer 
ato que implique em renúncia a direitos da administração, ou que 
de maneira injustificada e excessiva onerem a sociedade.
Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação con-
trolada pelo povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado 
para esta finalidade, visto que o interesse público não pode ser 
disponível.
- Princípio da Autotutela: A Administração Pública pode 
corrigir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e 
inoportunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o 
direito adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem 
a característica de autocontrole de seus atos, verificando o mérito 
do ato administrativo e ainda sua legalidade;
- Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A 
Administração deve agir com bom senso, de modo razoável e 
proporcional;
- Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem 
parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das 
formas e períodos próprios de sua regular prestação;
- Princípio da Especialidade: Por tal principio aplica-se mais 
as autarquias, não podem elas ter outra função, além daquelas para 
as quais foram criadas.
ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO,REQUISITOS, ATRIBUTOS, 
CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES, REVOGAÇÃO, 
ANULAÇÃO E INVALIDAÇÃO.
Conceito: 
Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, 
ou seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e 
destinadas diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.
De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio 
Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como: 
“declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como, 
por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício 
de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências 
jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e 
sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, 
temos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral 
de vontade da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, 
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria”.
Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser 
definido como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, 
sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo 
Judiciário”.
Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que a 
função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização da 
vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando 
alcançar o interesse coletivo.
Concluindo então, ato administrativo é a manifestação 
ou declaração da Administração Pública, editada pelo Poder 
Público, através de seus agentes, no exercício concreto da função 
administrativa que exerce, ou de quem lhe faça às vezes, sob as 
regras de direito público, com a finalidade de preservar e alcançar 
os interesses da coletividade, passível de controle Jurisdicional.
Requisitos e elementos do ato administrativo: 
A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco 
requisitos básicos, ou elementos dos atos administrativos: 
competência, finalidade, forma, motivo e objeto. 
Além, naturalmente, dos requisitos gerais de todos os atos 
jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma 
prescrita ou não proibida em lei.
Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do 
ato administrativo, pois o atos que for editado ou praticado em 
desacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, via 
de regra, um ato nulo.
Competência: 
A definição de competência é o poder legal conferido ao agente 
público para o desempenho regular e específico das atribuições de 
seu cargo. É a competência a condição primeira de validade do ato 
administrativo, onde deve haver uma análise sobre a incidência ou 
não da capacidade específica e legalmente definida para a prática 
do ato.
Importante observar que a noção de competência do agente, na 
esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, também 
o órgão do Estado que ele representa, dessa forma, conclui-se que a 
competência é prerrogativa do Estado, exercitada por seus agentes, 
respeitada a hierarquia e distribuição constitucional de atribuições.
A competência é um elemento, ou requisito, sempre vinculado, 
ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da 
competência para a prática de um ato, tendo em vista que tal 
vinculação decorre de lei.
Para os estudos sobre o requisito da competência do ato 
administrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a 
existência das figuras da avocação de competência e a delegação 
de competência.
Nos casos em que houver avocação ou delegação de 
competência não se verifica a transferência da titularidade da 
competência, apenas o seu exercício. Importante salientar que o 
ato de delegação ou avocação de competência é discricionário e 
revogável a qualquer momento.
A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz 
para si o exercício temporário de certa competência atribuída por 
lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter 
precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar 
de competência exclusiva do subordinado.
A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior 
hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, 
competência que lhe pertence, também tem a característica de ser 
temporário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os 
limites previstos em lei,
Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de 
sua esfera de competência, temos presente então uma das figuras 
de abuso de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre esta 
fadado a anulação do ato, visto que o vício de competência admite 
convalidação, salve se tratar de competência em razão da matéria 
ou de competência exclusiva.
Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Finalidade:
 Ao editar determinado ato administrativo, o Poder Público 
deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal que a 
Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato 
administrativo. 
Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse 
da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele 
ato da administração. 
Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato prati-
cado visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desa-
tendimento a qualquer das finalidades do ato administrativo con-
figura vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício 
de finalidade é denominado pela doutrina como desvio de poder, 
configurando em uma das modalidades do abuso de poder.
Forma: 
A forma é o modo de exteriorização do ato administrativo. 
Todo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e a forma 
exigida pela lei quase sempre é escrita, em atendimento inclusive 
ao principio constitucional de publicidade.
A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que 
devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo, 
assim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua 
falta resulta, necessariamente, na inexistência do ato administra-
tivo.
Existe em dois sentidos, no amplo e no estrito. Em sentido 
amplo é o procedimento previsto em lei para a prática regular do 
ato administrativo. Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de re-
quisitos formais que devem constar no próprio ato administrativo, 
de acordo com suas formalidades próprias.
Motivo:
O motivo é a causa imediata do ato administrativo, é a si-
tuação fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atuação 
administrativa, razão pela qual todo ato administrativo deve ser 
motivado, assim temos que o motivo é elemento integrante do ato.
O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como 
um elemente, mas também como um pressuposto objetivo do ato 
em si, a motivação do ato administrativo tornou-se regra jurídico-
-administrativa abrigatória.
Destaca-se que, de acordo com a teoria dos motivos deter-
minantes, que consiste em explicitar que a administração pública 
está sujeita e passiva de controle administrativo e/ou judicial, dian-
te do controle de legalidade e legitimidade, relativo a existência e 
a pertinência dos motivos, fáticos e legais, que a declarou como 
causa determinante para a prática do ato.
Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência da si-
tuação declarada como determinante para a prática do ato, ou então 
a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei, 
o ato será nulo.
A Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se tanto a atos 
vinculados quanto a atos discricionários, mesmo aos atos discri-
cionários em que , embora não fosse obrigatória, tenha havido 
motivação.
Objeto:
O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O objeto do ato 
administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual 
a administração manifesta sua vontade, ou simplesmente atesta si-
tuações preexistentes. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto doato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato 
decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica”
Pode-se dizer que o objeto doa ato administrativo é a própria 
alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico 
imediato que o ato editado produz.
Atributos do Ato Administrativo: 
Entende-se por atributos dos atos administrativos as qualida-
des ou características dos atos administrativos, uma vez que re-
quisitos dos atos administrativos constituem condições que devem 
obrigatoriamente ser observadas para a sua validade, os atributos 
podem ser entendidos como as características dos atos adminis-
trativos.
Os atributos dos atos administrativos citados pelos principais 
autores são: presunção de legitimidade; imperatividade; autoexe-
cutoriedade e tipicidade.
Presunção de Legitimidade: 
A presunção de legitimidade, ou legalidade, é a única caracte-
rística presente em todos os atos administrativos.
Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se presume 
legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são 
inerentes, cabendo então ao administrado a prova de eventual vício 
do ato, caso pretenda ver afastada a sua aplicação, dessa maneira 
verificamos que o Estado, diante da presunção de legitimidade, 
não precisa comprovar a regularidade dos seus atos.
Dessa maneira, mesmo quando eivado de vícios, o ato admi-
nistrativo, até sua futura revogação ou anulação, tem eficácia plena 
desde o momento de sua edição, produzindo regularmente seus 
efeitos, podendo inclusive ser executado compulsoriamente.
Imperatividade: 
Pelo atributo da imperatividade do ato administrativo, temos 
a possibilidade de a administração pública, de maneira unilateral, 
criar obrigações para os administrados, ou então impor-lhes res-
trições.
Importante esclarecer que nem todos os atos administrativos 
são revestidos de imperatividade, mas, da mesma forma que ocor-
re relativamente à presunção de legitimidade, os atos acobertados 
pela imperatividade podem, em princípio, ser imediatamente im-
postos aos particulares a partir de sua edição.
Autoexecutoriedade: 
O ato administrativo possui força executória imediatamente a 
partir de sua edição, isso ocorre porque as decisões administrativas 
trazem em si a força necessária para a sua auto execução. Os atos 
autoexecutórios são aqueles que podem ser materialmente imple-
mentados pela administração, de maneira direta, inclusive median-
te o uso de força, caso seja necessário, sem que a Administração 
Pública precise de uma autorização judicial prévia.
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se 
na natureza pública da atividade administrativa, em razão desta, 
atendendo o interesse público, assim, a faculdade de revestimento 
do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus 
próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do in-
teresse coletivo sobre o particular.
Tipicidade: 
Para a Profª. Maria Sylvia Di Pietro, a tipicidade é: “o atribu-
to pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras de-
finidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados”.
Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da 
tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a 
figuras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vi-
gente. 
Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Classificação dos Atos Administrativos:
Atos Vinculados e Atos Discricionários:
Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica 
sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que 
a lei previamente determinou a única medida possível de ser ado-
tada sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei.
Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pú-
blica pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sem-
pre dentro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, 
seu modo de realização, sua oportunidade e conveniência admi-
nistrativa.
Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administra-
ção Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que 
o comportamento a ser adotado pelo Administrador está regula-
mentado em lei, enquanto na edição de um ato discricionário, a le-
gislação outorga ao agente público uma certa margem de liberdade 
de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência da 
pratica do ato.
Neste sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito 
Administrativo”. Mérito do ato administrativo não é considerado 
requisito para a formação do ato, mas tem implicações com 
o motivo e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas 
condições de validade e eficácia.
O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na 
valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela 
Administração incumbida de sua prática quando autorizada a 
decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a 
realizar.
O merecimento é aspecto pertinente apenas aos atos 
administrativos praticados no exercício de competência 
discricionária. Nos atos vinculados não há que se falar em mérito, 
visto que toda a atuação do Executivo se resume no atendimento 
das imposições legais. Quanto ao mérito administrativo a 
Administração decide livremente, e sem possibilidade de correção 
judicial, salvo quando seu proceder caracterizar excesso ou desvio 
de poder.
Atos Gerais e Atos Individuais:
Os atos administrativos gerais caracterizam-se por não possuir 
destinatários direitos e determinados, apresentam apenas situações 
normativas aplicáveis a todos os administrados e hipóteses fáticas 
que se enquadrem nesses casos descritos de forma abstratos. As-
sim, é possível dizer que tais atos possuem como característica a 
generalidade e abstração.
Os atos administrativos individuais são aqueles que possuem 
destinatário final certo e determinado, produzindo seus efeitos de 
maneira direta e concreta e de forma individualizada, seja consti-
tuindo ou declarando situações jurídico-administrativa particula-
res. O ato individual pode ter um único destinatário – ato singular 
– ou então diversos destinatários, desde que determinados e iden-
tificados – atos plúrimos.
Atos Internos e Atos Externos:
Atos administrativos internos, são aqueles destinados a produ-
zir efeito somente no âmbito da Administração Publica, atingindo 
de forma direta e exclusiva seus órgãos e agentes.
Atos administrativos externos são os que atingem os cidadãos 
administrados de forma geral, criando direitos ou obrigações ge-
rais ou individuais, declarando situações jurídicas. Para esses atos 
é necessário que haja a publicação em imprensa oficial, como con-
dição de vigência e eficácia do ato.
Atos Simples, Complexo e Composto:
Ato administrativo simples é aquele que decorre de uma única 
manifestação de vontade, de um único órgão, unipessoal ou me-
diante apreciação de colegiado. Assim, o ato simples esta comple-
to somente com essa manifestação, não dependendo de outra, seja 
concomitante ou posterior, para que seja considerado perfeito, não 
dependendo ainda de manifestação de outros órgãos ou autorida-
des para que possa produzir seus regulares efeitos.
Ato administrativo complexo é o que necessita, para sua for-
mação e validade, da manifestação de vontade de dois ou mais 
órgãos, ou autoridades, diferentes.
Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta 
de manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção 
de seus regulares efeitos dependem de outro ato que o aprove. A 
atribuição desse outro ato é simplesmente instrumental, visando 
a autorizar a prática do ato principal, ou então conferir eficácia 
a este. Ressalta-se que o ato acessório ou instrumental em nada 
altera o conteúdo do ato principal.
Ato Válido, Ato Perfeito e Ato Eficaz:
Ato válido é o que esta em total conformidade com o ordena-
mento jurídico vigente, atendendo as exigências legais e regula-
mentares impostas para que sejam validamente editadas,não con-
tendo qualquer vício ou defeito, irregularidades ou ilegalidades.
Ato administrativo perfeito é o qual esta pronto, acabado, que 
já esgotou e concluiu o seu ciclo, foram exauridas todas as etapas 
de formação, já esgotaram todas as fases necessárias para a sua 
produção.
Ato administrativo eficaz é aquele que já está disponível e 
apto a produzir seus regulares efeitos, sendo capaz de atingir sua 
plenitude e alcance.
Espécies de ato administrativo
Segundo a doutrina majoritaria administrativa, podemos 
agrupar os atos administrativos em 5 cinco espécies:
Atos normativos:
São aqueles que contém um comando geral do Executivo 
visando ao cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se com a 
característica de generalidade e abstração (decreto geral que re-
gulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de 
nomeação de um servidor). 
São atos normativos: o decreto; o regimento; e a resolução. 
Atos ordinatórios: 
São os que visam a disciplinar o funcionamento da 
Administração e a conduta funcional de seus agentes. São 
ordinatórios os atos administrativos que disciplinam e regram o 
funcionamento dos órgãos da Administração Pública e orientam os 
rocedimentos adotados pelos agentes públicos.
De acordo com Hely Lopes de Meirelles: “são aqueles que 
só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os 
servidores hierarquizados à chefia que os expediu. Não obrigam 
aos particulares, nem aos funcionários subordinados a outras 
chefias.”
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos 
por chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam 
aos particulares.
São atos ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos; 
as portarias; as ordens de serviço; os ofícios e os despachos.
Atos negociais: 
São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da 
Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou 
a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou 
consentidas pelo Poder Público.
Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Muito embora apresentem interesses de ambas as partes, 
externando a manifestação de vontades entre a administração 
e o administrado, o ato administrativo negocial possui natureza 
unilateral, visto que são editados pela Administração Pública, sob 
as normas do direito público, assim, a vontade do destinatário não 
é relevante para a formação do ato negocial, visto que necessita 
apenas de provocação, e depois a aceitação da vontade externada 
pelo Poder Público.
São atos negociais: a licença; autorização; permissão; 
aprovação; admissão; homologação e a dispensa.
Atos enunciativos: 
São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar 
ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado 
assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, 
sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Segundo Hely Lopes de Meirelles temos que “aos atos 
enunciativos embora não contenham uma norma de atuação, nem 
ordenem a atividade administrativa interna, nem estabeleçam uma 
relação negocial entre o Poder Público e o particular, enunciam, 
porém, uma situação existente, sem qualquer manifestação de 
vontade da Administração”.
Não há, no ato enunciativo, o estabelecimento de uma relação 
jurídica, justamente por não conter uma manifestação de vontade 
do Poder Público, mas sim enunciando um fato ja existente.
São atos enunciativos: a certidão; o atestado e o parecer.
Atos punitivos:
São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada 
pela Administração, visando a punir as infrações administrativas 
e condutas irregulares de servidores ou de particulares perante a 
Administração.
Possuem o objetivo, de acordo com os ensinamentos de Hely 
Lopes de Meirelles “de unir e reprimir as infrações administrativas 
ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante 
a Administração”.
Pode-se concluir então que os atos punitivos podem ser 
externos, quando aplicados aos administrados; e internos, quando 
aplicados aos servidores da própria administração.
São atos punitivos externos: multa; interdição de atividades; 
destruição de coisas; demolição administrativa; a cassação e o 
confisco.
São atos punitivos internos: o afastamento preventivo de 
servidor investigado; advertencia; suspensão; demissão e a 
cassação de aposentadoria.
Extinção dos Atos Administrativos: 
O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus 
efeitos no mundo jurídico até que algo capaz se alterar essa con-
dição ocorra. Uma vez publicado e, eivado de ou não, terá plena 
vigência e devera ser cumprido, em atendimento ao atributo da 
presunção de legitimidade, até o momento em que ocorra formal-
mente a sua extinção.
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante 
do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua forma-
ção, ou então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua 
validade.
Assim, o ato administrativo é considerado extinto quando 
ocorrer as principais formas de extinção: Revogação, Anulação e 
Cassação.
Revogação:
A revogação é modalidade de extinção de ato administrativo 
que ocorre por razões de oportunidade e conveniência. A Adminis-
tração Pública pode revogar um ato quando entender que, embora 
se trate de um ato válido, que atenda a todas as prescrições legais, 
não está de acordo com, ou não atende adequadamente ao interesse 
público no caso concreto. 
Assim, temos que a revogação é a retirada, do mundo jurídico, 
de um ato válido, mas que, por motivos de oportunidade e conve-
niência (discricionariedade administrativa), tornou-se inoportuno 
ou inconveniente a sua manutenção.
Importante esclarecer que a medida de revogação de ato ad-
ministrativo é ato exclusivo e privativo da Administração Pública 
que praticou o ato revogado. Assim, o Poder Judiciário em hipó-
tese alguma poderá revogar um ato administrativo editado pelo 
Poder Executivo ou Poder Legislativo. Tal imposição decorre do 
Princípio da Autotutela do Estado em revogar seus próprios atos, 
de acordo com sua vontade.
O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados 
do ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efei-
tos, assim, temos que a revogação do ato administrativo opera com 
o efeito “ex nunc”, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem, 
passando a gerar seus regulares efeitos a partir do ato revogatório.
Anulação:
 Anulação ocorre quando um ato administrativo estiver eivado 
de vícios, relativos a legalidade ou legitimidade. Pode a Adminis-
tração anulá-lo de ofício ou por provocação de terceiro, ou então 
pode o judiciário anulá-lo também, entretanto não pode agir de 
oficio, deve aguardar provovação. 
Seu controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em 
sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo.
Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou 
insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício in-
sanável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando 
se tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou convali-
dado, de acordo com a discricionariedade imposta à Administração 
Pública, que irá efetuar um juizo de oportunidade e conveniência 
da manutenção dos efeitos do ato administrativo.
A anulação age retroativamente, ou seja, todos os efeitos pro-
vocados pelo ato anulado também são nulos, daí surge o denomi-
nado efeito “ex tunc”, que significa dizer justamente que, com a 
anulação, os efeitos do ato retroage desde a sua origem.
Cassação: 
É a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário 
não cumpri fielmente os requisitos que deveria permanecer 
cumprindo, como forma de exigência para a manutenção do ato e 
de seus regulares efeitos jurídicos. 
A Cassação pode ser também entendida como forma de san-
ção para o particular que não cumpriu as exigências pré estabeleci-
das para a manutenção de um determinado ato.
Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVOPODERES ADMINISTRATIVOS: PODER 
HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; 
PODER REGULAMENTAR; PODER DE 
POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER.
Dos Poderes Administrativos
A Administração é dotada de poderes ou prerrogativas instru-
mentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições 
que lhe são legalmente definidas. 
Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas 
que a Administração Pública possui para alcançar os fins almeja-
dos pelo Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pú-
blica para que esta possa proteger o interesse público. Encerram 
prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem 
ser exercidas nos limites da lei.
Muito embora a expressão poder pareça apenas uma faculda-
de de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes 
administrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas 
sim um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder 
Público.
Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a 
Administração Pública deve agir, na medida em que os poderes 
conferidos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa manei-
ra a noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do 
Poder Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas 
atribuídos mediante lei.
O dever de agir está ligado à própria noção de prerrogativas 
públicas garantidas ao Estado, que enseja, por consequência, ou-
tros deveres: dever de eficiência, dever de probidade, dever de 
prestar contas, dever de dar continuidade nos serviços públicos, 
entre outros.
Os poderes que a Administração possui classificam-se em po-
der Vinculado, Discricionário, Hierárquico, Disciplinar, Regula-
mentar e de Polícia.
Poder Hierárquico
O Poder Hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para 
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e a atuação de seus 
agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação.
Importante esclarecer que hierarquia caracteriza-se pela 
existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes 
públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Assim, 
podemos verificar a presença da hierarquia entre órgãos e agentes 
na esfera interna da Administração Direta do Poder Executivo, 
ou então hierarquia entre órgãos e agentes internamente de uma 
fundação pública.
Caracterizam-se pelo poder de comando de agentes 
administrativos superiores sobre seus subordinados, contendo a 
prerrogativa de ordenar, fiscalizar, rever, delegar tarefas a seus 
subordinados.
É o poder que dispõe o Executivo para distribuir e organizar 
as funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo relação 
de subordinação entre seus servidores, tal subordinação, vale 
destacar, é de caráter interno, somente é aplicável dentro da própria 
Administração Pública.
A hierarquia estabelece uma ordem de importância gerando 
forma às relações de coordenação e de subordinação entre os 
agentes públicos, adquirindo assim uma relação de subordinação 
escalonada objetivando a ordem das atividades administrativas. 
Para a preservação do principio hierárquico é indispensável 
mencionar que o descumprimento de ordem de superior hierárquico 
constitui-se em ato ilícito, passível de punição administrativa e 
penal. Assim o servidor público subalterno deve estrita obediência 
às ordens e demais instruções legais de seus superiores.
Poder Disciplinar
O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as 
infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração 
regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas 
sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. 
Decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre 
todos aqueles que se vinculam à Administração.
O Poder Disciplinar não pode ser confundido ainda com o 
Poder Hierárquico, porém a ele está vinculado e é correlato. Pelo 
descumprimento do poder hierárquico o subalterno pode ser punido 
administrativa ou judicialmente. É assim a aplicação do poder 
disciplinar, a faculdade do hierarca de punir administrativamente 
o subalterno, dentro dos limites legais, dessa faculdade de punir 
verifica-se a existência, mesmo que mínima, da discricionariedade 
administrativa, pois há análise de conveniência e oportunidade.
Também não se confunde com o poder punitivo do Estado, que 
é realizado através do Poder Judiciário e é aplicado com finalidade 
social, visando à repressão de crimes e contravenções devidamente 
tipificados nas leis penais.
O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva 
interna da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as 
infrações relacionadas com o serviço público.
Em se tratando de servidor público, as penalidades 
disciplinares vêm definidas dos respectivos Estatutos. 
Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar 
deve obedecer necessariamente aos princípios informativos 
e constitucionais da Administração, entre eles o principio da 
legalidade e o principio da motivação, aos quais se anexa ao 
principio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo 
legal.
Poder Regulamentar
O Poder Regulamentar é o poder inerente e privativo do Chefe 
do Poder Executivo, indelegável a qualquer subordinado, trata-se 
do poder atribuído ao chefe do Poder Executivo para editar atos, 
com o objetivo de dar fiel cumprimento ás leis.
Temos por regulamento como ato normativo, expedido através 
de decreto, com o fim de explicar o modo e a forma de execução 
da lei, ou prover situações não disciplinadas em lei, importante 
destacar que o regulamento não tem a capacidade e a competência 
de inovar o direito previsto em lei, não cria obrigações, apenas 
explica e detalha o direito, e sobretudo, uniformiza procedimentos 
necessários para o cumprimento e execução da lei.
O regulamento, portanto, constitui-se em um conjunto de 
normas que orientam a execução de uma determinada matéria.
Diante de tais conceitos podemos concluir que o regulamento 
é a explicitação da lei em forma de decreto executivo, não se 
inscrevendo como tal os decretos autônomos, até porque não 
há em nosso ordenamento jurídico o instituto dos regulamentos 
autônomo com força de lei, cuja competência de edição fica sob a 
responsabilidade do Chefe do Poder Executivo.
Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia
É sabido que a partir da Constituição Federal e das leis em 
nosso ordenamento jurídico, foi conferido uma série de direitos 
aos cidadãos, que por sua vez, tem o seu pleno exercício vinculado 
com o bem estar social.
Assim, é por meio do Poder de Polícia que a Administração 
limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o 
objetivo de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um 
nível aceitável de convivência social, esse poder também pode ser 
denominado de polícia administrativa.
É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento 
das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem. 
O principio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a 
predominância do interesse público sobre o interesse privado.
O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida 
a Administração Pública para, na forma e nos limites legais, 
condiciona ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e 
a pratica de atividades privadas, com o objetivo de proteger os 
interesses gerais da coletividade.
Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o 
exercício dos direitos individuais em benefício do interesse 
público. 
Mesmo sendo considerado como poder discricionário da 
Administração, o Poder de Polícia é controlado e limitado 
pelo ordenamento jurídico que regulam a atuação da própria 
Administração, isto porque o Estado deve sempre perseguir o 
interesse público, mas sem que haja ofensa aos direitos individuais 
garantidos por lei.
Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um 
poder de vigilância, cujo objetivo maior é o bem-estar social, 
impedindo que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os 
direitos e interesses gerais da coletividade.Decorre, portanto do Poder de Polícia, a aplicação de sanções 
para fazer cumprir suas determinações, fundamentadas na lei, e 
assim, diversas são as sanções passiveis de aplicação, previstas 
nas mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser 
aplicadas no âmbito da atividade de polícia administrativa.
Importante esclarecer que o poder de polícia administrativa 
incide sobre atividades e sobre bens, não diretamente sobre os 
cidadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes 
do poder de polícia administrativa que impliquem em restrição ao 
direito de liberdade das pessoas como detenção e prisão.
Assim, várias são as sanções decorrentes do poder de polícia, 
tais como: multa administrativa; demolição de construções 
irregulares; apreensão de mercadorias com entrada irregular no 
território nacional; interdição de estabelecimento comerciais que 
estão em desacordo com a lei; embargos administrativos a obras, 
entre outras.
Por fim, importante mencionar que, via de regra, prescreve 
em 05 (cinco) anos as ações punitivas decorrentes do exercício do 
poder de polícia.
Abuso de Poder
O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo 
ordenamento jurídico à Administração Pública caracteriza de 
modo genérico, o denominado abuso de poder. 
Dessa maneira, o abuso de poder ocorre diante de uma 
ilegitimidade, ou, diante de uma ilegalidade, cometida por 
agente público no exercício de suas funções administrativas, o 
que nos autoriza a concluir que o abuso de poder é uma conduta 
ilegal cometida pelo agente público, e, portanto, toda atuação 
fundamentada em abuso de poder é ilegal.
 Importante destacar que é plenamente possível o abuso de 
poder assumir tanto a forma comissiva, quanto à omissiva, ou seja, 
o abuso tanto pode ocorrer devido a uma ação ilegal do agente 
público, quanto de uma omissão considerada ilegal.
O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras, quais 
sejam: excesso de poder ou desvio de poder. O primeiro, excesso 
de poder, ocorre quando o agente público atua fora dos limites 
de sua competência, enquanto o segundo desvio de poder, ocorre 
quando a atuação do agente é pautada dentro dos seus limites 
de competência, mas contraria a finalidade que determinou ou 
autorizou a sua atuação.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 
8.429/1992).
A Improbidade Administrativa é caracterizada, genéricamen-
te, pela violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e 
economicidade e enriquecimento ilícito cometido por agente pú-
blico, em seu conceito mais amplo, no exercício de suas funções 
administrativas, ou em decorrencia dela, conforme previsto por lei. 
A Lei Federal n° 8.429/92 trata dos atos de improbidade pra-
ticadas por qualquer agente público, bem como estabelece as san-
ções e dever indenizar e/ou restituir o patrimonio público.
As disposições desta lei alcançam todas as pessoas qualifica-
das como agentes públicos, seja na administração direta, indireta 
e fundacional, mesmo que transitoriamente, remuneradas ou não. 
Atingem de forma direta ainda as empresas incorporadas ao patri-
mônio público e as entidades para criação ou custeio onde o erário 
público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimô-
nio ou da receita anual.
São abrangidos ainda, na referida lei, aqueles que, mesmo não 
sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do 
ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, di-
reta ou indiretamente. Neste sentido, são equiparados a agentes 
públicos, ficando sujeitos às sanções previstas na Lei de Impro-
bidade Administrativa, os responsáveis e funcionários de pessoas 
jurídicas de direito privado que recebam verbas públicas e promo-
vam o seu desvio, apropriação, ou uso em desconformidade com 
as finalidades para as quais se deu o repasse.
As penalidades envolvem ressarcimento do dano, multa, per-
da do que foi obtido ilicitamente, perda da função pública, suspen-
são dos direitos políticos, que podem ser de 3 a 10 anos, conforme 
a hipótese e o caso concreto, e ainda proibição de contratar com o 
poder público por período definido na lei.
A Lei 8429/92 estabelece três espécies de atos de improbidade: 
 - os atos que importam enriquecimento ilícito, devidamente 
previsto no artigo 9º; 
 - os atos que causam lesão ao patrimônio público, previsto 
no artigo 10, e;
 - os atos que atentam contra os princípios da Administração 
Pública com previsão legal no artigo11.
Muito embora a lei estabelece a aplicação de penalidades aos 
agentes que incorreram em improbidade administrativa, os atos de 
improbidade não são considerados “crimes” propriamente ditos. 
Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Há uma grande diferença entre ato de improbidade administrativa 
e crime, pois se sujeitam a juízos dotados de competências distin-
tas, cível e criminal, não havendo dessa forma, quanto à improbi-
dade, a previsão e aplicação de penas restritivas de liberdade. 
Entretanto, importante salientar que a responsabilidade pode 
ser apurada cumulativamente, ou seja, o agente do ato de improbi-
dade poderá ser enquadrado e penalizado tanto na lei de Improbi-
dade Administrativa, como também criminalmente, respondendo 
por suas condutas tipificadas no Código Penal, ai sim, se condena-
do, poderá sofrer penas restritivas de liberdade.
A Lei não prevê punições de caráter penal ou criminal, mas 
sim de natureza civil e política, ou seja, incluem a perda da fun-
ção pública, suspensão dos direitos políticos, multas, reparação do 
dano e ressarcimento de valores.
Entretanto, para os estudos acerca das sanções aplicáveis aos 
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício 
de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública 
direta, indireta ou fundacional, suas hipóteses de improbidade ad-
ministrativa e penalidades, é imprescindível a leitura atenta do que 
dispõe a Lei 8.429/1992, que a seguir segue:
LEI Nº 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos 
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou 
fundacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen-
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na 
forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des-
ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação 
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-
quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, 
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, 
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-
quer forma direta ou indireta.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia 
são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no tratodos 
assuntos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-
nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade 
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé-
rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput 
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar-
cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio 
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações 
desta lei até o limite do valor da herança.
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enrique-
cimento Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-
do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, 
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta 
lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou 
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de 
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido 
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do 
agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, 
ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por 
preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para 
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for-
necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor 
de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui-
nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda-
de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 
1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, 
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação 
em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, 
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens 
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza 
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren-
da do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a 
atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla-
ração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo-
res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas 
no art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuí-
zo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau-
sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, 
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen-
to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica 
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer-
vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem 
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
veis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-
personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, 
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades 
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de 
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas 
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, 
por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de 
bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas 
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
nea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo 
indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori-
zadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, 
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação 
irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
queça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, 
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu-
reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor 
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por 
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão asso-
ciada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela 
Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem 
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as for-
malidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Con-
tra os Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le-
galidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou 
diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão 
das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter-
ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí-
tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou 
serviço.
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e ad-
ministrativas previstas na legislação específica, está o responsá-
vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que 
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com 
a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos 
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quan-
do houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes 
o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o 
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per-
da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se 
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão 
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa 
civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar 
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se 
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos 
de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o 
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o 
proveito patrimonial obtido pelo agente.
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam con-
dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que 
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no ser-
viço de pessoal competente. 
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, 
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de 
bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, 
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do 
cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam 
sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os 
objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data 
em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, 
emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço 
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público 
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo 
determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da 
declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita 
Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda 
e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, 
para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e 
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações 
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha 
conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, 
em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades 
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a 
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade 
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de 
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando 
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos 
disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência 
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
probidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse-
lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para 
acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a 
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria 
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do 
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o 
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, 
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações 
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e 
dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-
posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, 
dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de 
que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio 
público.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis-
tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o 
da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. 
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como 
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de 
nulidade.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para 
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma 
causa de pedir ou o mesmo objeto. § 6o A ação será instruída com 
documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da 
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas 
da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, ob-
servada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos 
arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. 
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifesta-
ção por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifi-
cações, dentro do prazo de quinze dias. 
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, 
em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da 
inadequação da via eleita. 
 § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apre-
sentar contestação. 
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo 
de instrumento. 
Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a 
inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo 
sem julgamento do mérito. 
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos 
processos regidos por esta Lei o dispostono art. 221, caput e § 1o, 
do Código de Processo Penal. 
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-
ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente 
determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, 
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor 
da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está 
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou 
à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos 
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença 
condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-
petente poderá determinar o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo 
quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, 
de 2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi-
nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi-
nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o 
disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito 
policial ou procedimento administrativo.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre-
vistas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica 
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço 
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições 
em contrário.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 
104° da República.
FERNANDO COLLOR
Célio Borja 
LICITAÇÃO: CONCEITO, FINALIDADES, 
DISPENSA, INEXIGIBILIDADE E 
MODALIDADES. 
Conceito
Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência 
obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato 
administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participantes, 
deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas pelos 
interessados, e com elas travar determinadas relações de conteúdo 
patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos mínimos 
e necessários ao bom cumprimento das obrigações que forem 
assumidas perante a Administração Pública.
Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa 
igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a 
proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando 
a celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particu-
lar vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços, 
concessões, permissões, alienações, compras ou locações.
Dai surge então a necessidade de regulamentar a prática licita-
tória, atendendo a disposição constitucional, mais precisamente no 
artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe:
“XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados median-
te processo de licitação pública que assegure igualdade de con-
dições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro-
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências 
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações”
Assim, visando a regulamentação do processo de escolha da 
melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a 
normatização da atividade.
Princípios orientadores das Licitações:
O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin-
cípios que devem ser observados pela administração pública na 
realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no refe-
rido artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação admi-
nistrativa, sem particularidades no tocante a licitações públicas. 
Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem 
as Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim 
dispõe:
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais 
vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoali-
dade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
Dessa forma destacamos alguns princípios constantes do re-
ferido artigo que ainda não foram objeto de estudo no presente 
trabalho:
Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
 - Principio da Probidade Administrativa: por tal principio te-
mos que o agente público no exercício regular de suas funções 
não pode violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios 
gerais e constitucionais da administração pública, que são: morali-
dade, impessoalidade, enriquecimento ilícito e economicidade dos 
recursos públicos.
 - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal 
principio veda a Administração Pública o descumprimento das 
normas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual 
deve estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licita-
ção, vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a admi-
nistração que o emitiu.
 - Princípio do Julgamento Objetivo: é o que se baseia no cri-
tério indicado no edital e nos termos específicos das propostas para 
o seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer dis-
cricionariedade na apreciação das propostas pela administração, 
julgando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital, 
de maneira objetiva. 
Fases da Licitação:
São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação, 
a homologação e a adjudicação.
Edital:
O edital é o instrumento por meio do qual a administração 
torna pública a realização de licitação, sendo o meio utilizado por 
todas as modalidade de licitação, exceto na modalidade convite.
Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda 
a lei interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as 
regras que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publi-
cadas devem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos 
licitantes. 
Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser 
licitado, os documentos a serem trazidos no momento da habilita-
ção, o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras 
normas que forem pertinentes.
A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de 
antecedência para o recebimento das propostas ou então da rea-
lização da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça 
necessário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se 
deu seu texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes esta-
belecido para a apresentação das propostas, exceto quando a alte-
ração não afetar a formulação das propostas.
Habilitação:
É a fase em que a Administração Pública procura averiguar 
as condições pessoais de cada licitante, efetuando análise com o 
objetivo de averiguar a documentação e requesitospessoais dos 
licitantes, tendo em vista futura contratação, e verificando ainda as 
condições que o licitante tem de cumprir o objeto da futura con-
tratação.
A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, fu-
turo vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras 
e de idoneidade para cumprirem o objeto contratado por meio de 
licitação.
É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou em 
parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, fornecimento 
de bens para pronta entrega e ainda leilão.
Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici-
tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir 
da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo 
decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão 
da licitação.
Classificação:
É a fase em que o Poder Público analisa as propostas comerciais 
dos licitantes que já foram habilitados, e posteriormente escolhe a 
melhor proposta que atendem aos interesses da administração.
Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li-
citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de 
julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de 
efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de 
licitação.
A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida 
em duas fases:
 - Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a ad-
ministração verifica a conformidade de cada proposta com os re-
quisitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com 
os preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estive-
rem em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassifi-
cadas.
 - Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou 
seja, que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital, 
será estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acor-
do com o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que 
melhor atenda aos interesses da coletividade.
Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes 
forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a 
administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li-
citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a 
correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre-
gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para 
03 (três) dias úteis.
Homologação:
A homologação é a fase da licitação na qual todos os seus 
atos e procedimentos são levados ao conhecimento e avaliação da 
autoridade que conduziu a licitação, para a confirmação ou não 
de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não de todos os 
atos praticados no procedimento licitatório, conferindo a validade 
do certame licitatório.
Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento 
licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da lici-
tação, a autoridade competente não homologará o procedimento, 
remetendo o processo a comissão de licitação, para a correção das 
etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios.
Adjudicação:
É a ultima fase que temos no procedimento da licitação, que 
nada mais é do que a entrega do objeto da licitação ao vencedor. 
A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri-
bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo 
que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que, 
quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto 
licitado, assim o fará com o vencedor.
Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes 
perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin-
cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos.
Modalidade de Licitação
Modalidade de Licitação é forma específica de conduzir o 
procedimento licitatório, a partir de critérios pré definidos em lei. 
O valor estimado para a contratação é o principal fator de escolha 
da modalidade a ser adotada pelo administrador público, exceto 
quando se tratar de pregão, que não está limitado a valores.
Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Alem do leilão e do concurso, as demais modalidades de li-
citação admitidas são exclusivamente: Concorrência, Tomada de 
Preços e Convite.
Concorrência:
De todas as modalidades de licitação existentes no 
ordenamento jurídico brasileiro, esta se revela a mais complexa, 
e uma das diferenças entre as demais modalidades é possuir a fase 
da habilitação preliminar, logo após a abertura do procedimento.
Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados 
que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para 
execução do objeto da licitação.
Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de 
produtos, independente do valor a ser contratado, além disso, é a 
modalidade exigida por lei, com regra, para a compra de imóveis 
e para a alienação de imóveis públicos, para a concessão de direito 
real de uso, para licitações internacionais, para a celebração de 
contrato administrativo de concessão de serviços públicos e para a 
contratação de parcerias públicos-privadas.
Tomada de Preço: 
Modalidade realizada entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas, observada a necessária qualificação.
Na modalidade de tomada de preços, a fase da habilitação 
corresponde ao próprio cadastramento exigido em lei, é prévia 
a abertura do procedimento licitatório, e assim, objetivando dar 
cumprimento ao princípio da competitividade entre os licitantes, 
os interessados em participar do certame não cadastrados 
previamente, tem a possibilidade de se inscreverem até o terceiro 
dia anterior à data do recebimento das propostas, desde que 
satisfaçam as condições de qualificações exigidas.
Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será 
adotada para a celebração de contratos relativos as obras, serviços 
e compras de produtos de menor vulto do que é exigido para 
participar da modalidade de concorrência.
Convite: 
Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata 
o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número mínimo 
de três pela Administração. 
O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que 
a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis 
interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita 
mediante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do 
órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. 
Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da 
competitividade, é possível a participação de interessados que não 
tenham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo 
do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade 
licitadora. Esses interessados devem solicitar o convite com 
antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. 
Na modalidade de Convite, para que a contratação seja 
possível, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto 
é, que atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é 
suficiente a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que 
as três sejam válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve 
repetir o convite e convidar mais um interessado, no mínimo, 
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações, ressalvadas as hipóteses de limitação de mercado ou 
manifesto desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que 
devem ser justifica das no processo de licitação.
Concurso: 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme 
critérios constantes do edital publicado na imprensa oficial com 
antecedência mínima de 45 dias.
Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da 
modalidade

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