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Teoria da Contabilidade_Introducao

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TEORIA DA CONTABILIDADE
A Contabilidade pode ser considerada como ciência?
Ciência exata ou social?
Evolução do Pensamento Contábil	
“A Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social aplicada, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta.” (IUDÍCIBUS, MARION, FARIA, 2009, p. 10).
Evolução do Pensamento Contábil
Então, qual é o objetivo da Contabilidade?
É prover o usuário de informações úteis e oportunas para a tomada de decisão.
Permitir aos usuários da informação contábil a avaliação econômico-financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre tendências futuras.
Evolução do Pensamento Contábil
Quando surgiu a contabilidade?
A Contabilidade existe dede os primórdios, em uma época que não existia moeda, escrita e números. Alguns teóricos preferem dizer que ela existe, pelo menos, desde 4.000 antes de cristo. 
A Bíblia, mais especificamente no livro de Jó, considerado o mais antigo, traz dizeres que ensejam ao zelo de Jó no controle do seu patrimônio pessoal:
“E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de boi e quinhentos jumentos.” (Jó, Capítulo 1, versículo 3)
Evolução do Pensamento Contábil
Mesmo sem moeda, escrita e número, a Contabilidade já era utilizada com a finalidade de controle patrimonial, ainda que nos primórdios tinha por finalidade apenas o controle de inventário (número de cabeças em um rebanho, por exemplo). 
Esta fase inicial pode ser chamada de fase empírica da Contabilidade, em que se utilizavam desenhos, figuras e imagens para identificar o patrimônio existente.
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Com o passar do tempo a Contabilidade, assim como a civilização, foi se desenvolvendo, iniciando seu despertar como ciência a partir do século XIII, época em que os números vieram substituir o sistema greco-romano (I, II, III, IV...) e hebraico, que usavam letras para contar e calcular. 
Foi no século XV que a Contabilidade atingiu um desenvolvimento notório.
Evolução do Pensamento Contábil
Em 1494, o Frei Luca Pacioli, frade franciscano e matemático, elaborou a primeira literatura contábil relevante, denomimada “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità” (coleção de conhecimentos de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade).
Consolidou o método das partidas dobradas, expressando a causa efeito do fenômeno patrimonial com os termos débito e crédito. 
Tal obra iniciou o pensamento científico da Contabilidade.
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Método das partidas dobradas: por que do lado esquerdo debitamos e do lado direito creditamos???
Por mera convenção (costume).
O fato de o lado esquerdo do Balanço ser, por convenção, o lado do Ativo força a que, como consequência, o lado esquerdo de uma conta de Ativo deva ser debitada pela criação de Ativos ou por seus incrementos.
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A Contabilidade até meados do século XIX era tida e tratada apenas como um método de escrituração (débito e crédito).
Passando a receber uma roupagem científica a partir de 1840;
Isso porquê neste período começam a surgir as grandes corporações (Corporations), principalmente nos EUA.
Fato que tornou as atividades econômicas mais complexas.
Esta complexidade econômica exigiu um aprimoramento da ciência contábil, haja visto que seu objeto de estudo é o patrimônio.
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No Brasil o profissional contábil, conhecido por guarda-livros, já exercia suas atividades desde o início da colonização brasileira. 
Em 1549 ocorreu a primeira nomeação feita por D. João III para contador geral e guarda-livros.
Mas foi somente em 1808, com a vinda da corte portuguesa ao Rio de Janeiro que se verificam de fato movimentos em direção ao melhoramento e ampliação da contabilidade em território nacional. 
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Em 1808 cria-se a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. 
Em 1850 é promulgado o primeiro Código Comercial Brasileiro, por meio da Lei 556, que trouxe vários benefícios à contabilidade, sendo o mais importante a obrigatoriedade de as empresas manterem a escrituração contábil de acordo com as normas ali estabelecidas, que previam, inclusive a publicação de balanços gerais. 
Em 1860, algumas alterações foram aplicadas a referida legislação, determinando que os balanços, demonstrações e documentos contábeis deveriam ser remetidos, nos prazos estabelecidos, ao governo.
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A Contabilidade brasileira sempre foi tradicionalmente vinculada à legislação tributária devido ao ambiente em que se desenvolvia. 
No início do século XX, a Contabilidade no Brasil mostrava forte vinculação com a escrituração e o atendimento de exigências fiscais, em especial do Imposto de Renda.
A Contabilidade passa a sofrer modificações nas décadas de 1940 e 1970, devido à implementação de leis específicas voltadas para a reforma bancária e para o fortalecimento do mercado de capitais.
Evolução do Pensamento Contábil
Em 1940 é editado o Decreto-lei 2627, a primeira Lei de Sociedade por Ações do Brasil, o que efetivamente representou um avanço para a Contabilidade, pois, até então não havia normas contábeis padronizadas no país.
A norma legal apresentava, ainda, padrões básicos para elaboração e levantamento do Balanço e Demonstração de Lucros e Perdas.
Em 1946 foi criado o Conselho Federal de Contabilidade, procurando organizar a profissão, e foi estabelecido o curso superior de ciências contábeis.
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A década de 70 foi importantíssima para a Contabilidade no Brasil, visto que dois fatos importantes para o desenvolvimento contábil ocorreram nessa época, mais precisamente em 1976:
Aprovação da Lei 6404, a Lei das Sociedades Anônimas, que alterava substancialmente a estrutura contábil até então existente no país;
A criação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que passou a deliberar sobre normas, regras e procedimentos necessários às empresas para atuação no mercado de capitais. 
Evolução do Pensamento Contábil
A profissão Contábil no Brasil é bastante recente, em termos de desenvolvimento e estrutura de sua legislação profissional.
Sua construção se deu a partir de experiências oriundas de outros países, principalmente os Estados Unidos.
Evolução do Pensamento Contábil
A profissão de guarda-livros foi a primeira profissão liberal regulamentada no Brasil.
Globalização:
Os problemas sociais e econômicos não são mais localizados ou próprios de uma região ou país. 
Dependendo da sua magnitude e dos atores envolvidos, eles podem ter impactos em todo o mundo. 
Isso ocorre porque a estrutura econômica e financeira do planeta está completamente interligada. 
Não há mais fronteiras quando a questão são os negócios internacionais
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Contexto Econômico e Sócio Mundial
Além disso, as transações comerciais no mundo globalizado ocorrem num volume e quantidade muito maiores, numa rapidez sem igual e por meio de formas bastante diversificadas.
As bolsas de valores em todo o mundo são sensíveis a acontecimentos econômicos e a problemas sociais que podem se traduzir em reduções drásticas de investimentos ou na transferência imediata de recursos de um para outros mercados.
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A questão ambiental ganhou força em função dos índices alarmantes de deteorização e degradação do meio ambiente. 
As empresas têm um importante papel nessa questão, visto que interesses econômicos não se dissociam dos problemas ambientais ou mesmo sociais.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Contexto Econômico e Sócio Mundial
A procura por novos compradores (mercados), localizados em outros países, ocasionou aumento dos processos de fusão e aquisição de empresas. 
Tais processos
trouxeram uma situação até então inexistente ou pouco comum: o fato de se mesclar a nacionalidade dessas organizações, tornando-as transnacionais.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – As Novas Formas de Organização Empresarial
Entretanto, a diferença social e política entre os países gerou um grau de incerteza ainda maior nos negócios.
Afinal, apesar das facilidades tecnológicas e da globalização mundial que aproximam as nações em seus aspectos econômicos e financeiros, os países continuam diferentes.
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A contabilidade é uma ciência social, e quando aplicada a cada nacionalidade e dentro de suas realidades, acaba incorporando conceitos, moldando procedimentos e adquirindo certas práticas que podem não ser usuais em outra nação. 
Pode-se chegar, inclusive, à situação de que determinado procedimento contábil aceito em um ou mais países não seja sequer permitido em outros.
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Muitas são as causas para as diferenças na utilização de procedimentos contábeis. 
A própria história de uma nação é cheia de nuanças que criam marcas profundas e moldam seus princípios, valores e costumes.
As relações entre os concidadãos dessas nações tendem a criar modelos bastante específicos, características bem peculiares, fazendo diferença no momento de se realizarem transações comerciais. 
As características peculiares nas formas de negociação causam impacto na orientação contábil de determinado país.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Algumas razões das diferenças contábeis entre os países
A forma do governo (República, Monarquia, etc), a estrutura política (centralizada ou descentralizada) e o sistema legal do país (direito consuetudinário e direito romano), por exemplo, estabelecem normas de relacionamento e instituem modelos específicos que impactam os processos contábeis.
O modelo de tributação, os aspectos inflacionários e o próprio estágio de desenvolvimento econômico influenciam a visão de importância da Contabilidade para a sociedade e exercem forte efeito sobre as práticas contábeis. 
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Em alguns países, como é o caso do Brasil, a Contabilidade é influenciada pela exigência legal; e em outros, pelo consenso de órgãos profissionais de classe, como é o caso dos Estados Unidos.
A comparação das diversas práticas levou à constatação de que procedimentos distintos conduzem a resultados distintos. 
Dessa forma, podem ocorrer situações em que uma empresa sediada em um país, ao levantar suas demonstrações contábeis com base nas normas de outro país, apura resultados contraditórios aos que obteria se as demonstrações contábeis tivessem sido elaboradas conforme as normas do país-sede. É como se no Brasil apurássemos um lucro segundo nossas regras e apurássemos prejuízo se adotada regra de outro país.
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O exemplo clássico nesse sentido é o caso da empresa alemã Daimler-Benz que ao encaminhar suas demonstrações contábeis com o objetivo de ter suas ações negociadas na bolsa de Nova Iorque apresentou um lucro de 168 milhões segundo o German GAAP (princípios contábeis alemães) e um prejuízo de 949 milhões segundo o US GAAP (princípios contábeis norte-americanos), ambos em marcos alemães.
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Exemplo de diferenças nas práticas contábeis entre os países:
Utilização do UEPS (último que entra primeiro que sai) para avaliar estoques:
O IASB tem como norma não permitir a adoção do UEPS para fins de avaliação de estoque. No Brasil este critério de avaliação de estoques é proibido. EUA, Japão, França, Holanda, Suíça e Itália são alguns dos países que aceitam sua adoção.
Leasing Financeiro (Arrendamento Mercantil):
O IASB traz como norma que o bem arrendado deve ser contabilizado como Ativo Imobilizado da arrendatária. EUA, Inglaterra, Holanda e Canadá adotam esta prática. Já outros países como Itália tratam o leasing financeiro como despesa do exercício. No Brasil, o CFC editou a NBC TG 06, que determina a sua contabilização conforme o IASB.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Algumas razões das diferenças contábeis entre os países
Em um mundo globalizado, onde há troca de informações entre os quatro cantos do mundo, necessário se faz que qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta analise de forma consistente os dados e informações financeiras de uma empresa sediada em um país distante.
Para isso, há de se estabelecer um processo continuo de harmonização da contabilidade em nível mundial, já que a contabilidade é a linguagem mundial dos negócios. 
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Algumas razões das diferenças contábeis entre os países
O crescimento do comércio, as necessidades de investimentos, o acesso fácil e rápido às notícias de outros países são fatores que contribuem para a harmonização da Contabilidade em termos mundiais.
Nesse contexto, a Contabilidade, linguagem mundial dos negócios, caminha para uma única forma de apresentação, mediante os mesmos critérios e por meio de padrões comuns, adotados por todos os países numa moeda e idioma únicos. 
E, além disso, outra perspectiva é a possibilidade de investimentos nos principais mercados do mundo sem que seja necessário fazer adaptações profundas nos relatórios contábeis.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – A Contabilidade no Contexto Atual
Sabemos que necessário se faz nos dias atuais a harmonização das normas de contabilidade entre os países.
Mas de que forma seria realizada esta harmonização?
Pensando nisto, em 1973 foi criado o International Accounting Standards Committee (IASC), que inicialmente reuniu organizações profissionais de contabilidade dos seguintes países: Alemanha, Austrália, Canada, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido.
O objetivo dessa nova entidade, que fora criada como uma fundação independente e sem fins lucrativos, era formular um novo padrão de normas contábeis que pudessem ser aplicados internacionalmente.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Organismos Internacionais
A partir de então, o IASC passou a emitir pronunciamentos contábeis conhecidos como International Accounting Standard (IAS).
No entanto, em 1° de Abri de 2001, foi criado o International Accounting Standards Board (IASB), substituindo o IASC e assumindo suas responsabilidades técnicas.
O IASB é um órgão independente, do setor privado, para o estudo de padrões contábeis, com sede em Londres, Reino Unido. 
A nova entidade passou a congregar vários outros países e atualmente reúne mais de 150 países. 
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Organismos Internacionais
É formado por um Conselho de Membros, constituídos por representantes de mais de 140 entidades de classe de todo o mundo, inclusive o Brasil, representado pelo IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) e pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade).
Os pronunciamentos contábeis emitidos pelo IASB são denominados International Financial Reporting Standard (IFRS).
É importante enfatizar que seus pronunciamentos técnicos não são obrigatórios, são uma referência técnica facultativa para facilitar a interpretação mais harmonizada das informações contábeis por parte dos investidores, de autoridades e de alguns agentes econômicos em geral.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – Organismos Internacionais
A criação do IASC e IASB ocorreu juntamente com grandes transformações sociais e econômicas.
Essas modificações tiveram considerável impacto nas práticas contábeis.
Algumas dessas alterações foram:
Drástica variação nas taxas de câmbio: deixa de ser naturalmente fixa, após 1970, e passa
a ser cada vez mais volátil ;
Problemas com petróleo – início de um debate mais efetivo sobre questões ambientais: o preço do barril de petróleo, que atingiu naquela época índices dramáticos, foram acompanhadas de altos índices de inflação em vários países, inclusive o Brasil, ocasionando grandes oscilações nas taxas de juros nos anos que se seguiram. Com o passar do tempo a volatilidade das taxas tomou proporções absurdas, tornando difícil medir com segurança o real valor dos ativos e dos ganhos provenientes dos negócios.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – O cenário se modifica – as novas concepções contábeis
Crescimento exponencial dos recursos tecnológicos: avanço da tecnologia com a disseminação dos computadores portáteis e a ampliação em larga escala da rede mundial de computadores, a Internet. Ocorreu uma transição sociedade industrial, onde o importante eram as máquinas industriais, os mobiliários, o parque tecnológico, etc., para a sociedade da informação, onde o conhecimento cresceu em importância. Esse avanço da tecnologia favoreceu o crescimento vertiginoso de ativos não tão usuais até aquele momento: os ativos intangíveis.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – O cenário se modifica – as novas concepções contábeis
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Aumento e diversificação dos ativos intangíveis: esses novos ativos passaram a participar mais intensivamente dos negócios internacionais e, consequentemente, passaram a ser importantes para o patrimônio de muitas empresas. A contabilização desses ativos era mais complexa do que a dos ativos tangíveis devido a perda de objetividade em seu valor. Enquanto pode-se comprovar o valor de aquisição de uma máquina por meio da nota fiscal de entrada emitida, não se pode obter de forma objetiva o valor de um software, por exemplo. Além do crescimento de ativos intangíveis, presentes em softwares e produtos ligados à indústria do entretenimento, por exemplo, os ativos tangíveis (máquinas, aparelhos eletrônicos) passaram a ser intensivos em conhecimento tecnológico, e, portanto, conter certo grau de intangibilidade em sua mensuração. Foram essas mercadorias e produtos que passaram, cada vez mais, a ser responsáveis pela diversificação dos bens e pelo aumento considerável dos valores negociados e comercializado no mundo. 
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(Continuação)Aumento e diversificação dos ativos intangíveis: Por conta das variações nas taxas de câmbio e das modificações na composição de vários ativos, trazendo-lhes um caráter de intangibilidade, e também outras questões de ordem econômica, a incerteza passou a ser uma constante nos negócios internacionais. A incerteza produz riscos e ninguém gosta de correr riscos. 
Intensificação da utilização de instrumentos financeiros nos negócios internacionais: os instrumento financeiros deixam de ser tradicionais, ou seja, o montante do valor a ser pago e as datas de pagamento são estabelecidos no contrato, e passam a ter por base os derivativos, por sua vez, têm as datas e/ou valores variáveis porque seu valor se modifica através do tempo. Ele não é fixado em termos monetários e sim por meio de indexadores ou de taxas de mercado que variam constantemente.
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(Continuação)Aumento e diversificação dos ativos intangíveis: Por conta das variações nas taxas de câmbio e das modificações na composição de vários ativos, trazendo-lhes um caráter de intangibilidade, e também outras questões de ordem econômica, a incerteza passou a ser uma constante nos negócios internacionais. A incerteza produz riscos e ninguém gosta de correr riscos. 
Intensificação da utilização de instrumentos financeiros nos negócios internacionais: os instrumento financeiros deixam de ser tradicionais, ou seja, o montante do valor a ser pago e as datas de pagamento são estabelecidos no contrato, e passam a ter por base os derivativos, por sua vez, têm as datas e/ou valores variáveis porque seu valor se modifica através do tempo. Ele não é fixado em termos monetários e sim por meio de indexadores ou de taxas de mercado que variam constantemente.
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(Continuação) Intensificação da utilização de instrumentos financeiros nos negócios internacionais: Os riscos assumidos por algumas empresas passaram a ser bem maiores, já que tais empresas não saberiam com exatidão os valores a pagar e a receber, visto que esses valores estavam atrelados a índices regidos pelo mercado e, portanto, suscetíveis a aumentos e diminuições inesperados. Procurou-se, então, minimizar esses riscos por meio de vários instrumentos ou formas de contratos que pudessem trazer certa tranquilidade a investidores e credores.
É importante observar que todas essas situações expõem uma dinâmica nunca antes vivida e que afetou fortemente a maneira pela qual as empresas passaram a ser geridas. Se as mudanças afetaram o ambiente empresarial, impactaram também a ciência contábil, visto que esta se configura de forma mais efetiva no meio empresarial.
 
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O inicio do século XXI foi promissor para a Contabilidade no Brasil, visto que uma série de legislações, procedimentos e ações têm sido empreendidas no intuito de fazer com que a contabilidade brasileira esteja em harmonia com as melhores práticas internacionais :
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Primeira década do séculoXXI -Principaiseventos que impulsionaram a contabilidade no Brasil
ANO
EVENTO
2000
Projeto de Lei 3.741,enviado ao Congresso Nacional.
2002
Novo Código Civil
2005
Criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
2007
Lei 11.638/07 (originada do Projeto de Lei 3.741/00)
2008
Medida provisória449/08
2009
Lei 11.941/09 – ratificando Medida Provisória 449/08
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Ajustes a Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações, ainda em vigor no país, foram sugeridos em 2000 por meio de um projeto de Lei enviado ao congresso nacional.
O Novo código civil, em vigor desde 2003, trouxe em vários de seus capítulos questões empresariais atingindo, consequentemente, vários aspectos contábeis importantes como escrituração e participação do profissional de contabilidade como representantes da empresa junto a órgãos e repartições, por exemplo.
Além disso, em 2005 foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão idealizador de normas e pronunciamentos formado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das principais entidades nacionais que versam sobre assuntos contábeis.
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Um dos eventos mais importantes para a Contabilidade brasileira foi a edição da Lei 11.638/07, que altera dispositivos importantes da Lei 6.404/76. 
A Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, foi proposta visando adaptar a legislação societária no Brasil às mudanças sociais e econômicas decorrentes a evolução do mercado e principalmente, fortalecer o mercado de capitais, mediante implementação de normas contábeis e de auditoria internacionalmente aceitas, conforme orientação do International Financial Reporting Standards (IFRS). 
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Entretanto, o seu projeto de lei tramitou por sete anos no congresso, ocorrendo que quando promulgado já apresentava certa defasagem, visto que nesse período novos eventos mundiais modificaram substancialmente algumas concepções contábeis em nível mundial.
Razão esta que motivou a apresentação da Medida Provisória 449, editada em 8 de dezembro de 2008, convergida na Lei 11.941 em 27 de maio de 2009.
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Dentre as alterações introduzidas na legislação societária em busca da internacionalização dos procedimentos contábeis brasileiros, pode-se destacar:
Alteração na estrutura do Balanço Patrimonial;
Alteração das Demonstrações Contábeis obrigatórias: eliminação da DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) e obrigatoriedade de divulgação da DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa) e DVA (Demonstração do Valor Adicionado);
Alteração nos critérios para reconhecimento de ativos, passivos e contas de resultado, tendo como principal exemplo a avaliação dos ativos e passivos a preço de mercado.
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 Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC):
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis criado em 2005, através da Resolução CFC n° 1.055/2005. Surgiu com o objetivo de buscar a unificação para viabilizar a convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais. 
Foi criado em função da necessidade de :
Promover a convergência internacional das normas contábeis, que implicaria numa redução no custo da contabilidade e na redução do risco;
Centralizar a emissão de normas contábeis; e
Ter uma representação e processos democráticos na emissão das informações.
O objetivo básico do CPC é emitir pronunciamentos a fim de harmonizar os procedimentos contábeis do país ao restante do planeta (em consonância com as IFRS).
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 (Continuação) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC):
Representa uma união de esforços e comunhão de objetivos das principais entidades nacionais que versam sobre assuntos contábeis, sendo as entidades-membros (membros efetivos) do CPC:
Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRACA);
Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (APIMEC);
Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (BOVESPA);
Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI); e
Instituto Brasileiro dos Contadores (IBRACON).
 Participam ainda como convidados observadores:
Banco Central do Brasil (BACEN);
Comissão de Valores Imobiliários (CVM);
Receita Federal do Brasil; e 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
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 (Continuação) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC):
Conforme o tema discutido, outras entidades e/ou especialistas são especialmente convidados. 
Todos os pronunciamentos são submetidos à audiência pública.
O CPC é uma instituição totalmente autônoma das entidades representadas. Suas deliberações ocorrem sempre a partir da concordância ou consenso de pelo menos 2/3 (dois terços) de seus membros. 
O Conselho Federal de Contabilidade é quem fornece a estrutura física necessária ao seu funcionamento.
Com a criação do CPC, o Brasil passa a ter uma estrutura contábil mais organizada e centralizada, definida por contadores e nos moldes dos principais centros econômicos do planeta.
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 (Continuação) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC):
A estrutura e a composição do CPC tiveram como espelho a organização do Financial Accounting Standard Board (FASB), entidade norte-americana que legisla sobre questões contábeis naquele país desde a década de 1970.
O CPC tem, a partir de então, emitido Pronunciamentos Técnicos com o claro objetivo de adaptar as normas contábeis nacionais às práticas utilizadas pelo IASB.
Cabe ainda ressaltar que o CPC emite pronunciamentos, entretanto estes, para serem adotados, devem ser aprovados (editados) pelos órgãos reguladores, mediante circulares, resoluções, instruções, etc.
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 (Continuação) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC):
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As Normas Internacionais de Contabilidade são editadas desde 1975. 
Estas normas têm como principal finalidade reduzir as diferenças entre os procedimentos e as normas contábeis adotados nos diferentes países. 
As normas são editadas pelo IASB, entretanto não são impostas por ele, e sim servem apenas de recomendação para os países as adotarem.
Recentemente, os Estados Unidos iniciaram um processo de convergência das suas normas contábeis, promulgadas pelo FASB, com as normas do IASB. Esta aproximação fez com que se firmasse sobremaneira a legitimidade do IASB como único organismo de emissão de Normas Internacionais de Contabilidade.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – As Normas Internacionais de Contabilidade
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O Brasil adota as Normas Internacionais de Contabilidade desde a Lei 11.638/07, sendo que estas são nacionalizadas por meio de pronunciamentos emitidos pelo CPC, que se baseiam em normas editadas pelo IASB.
O AMBIENTE DA CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI – As Normas Internacionais de Contabilidade
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A Resolução CFC n° 1.159/2009 estabelece a quem se aplicam as normas internacionais de contabilidade introduzidas no Brasil por meio das alterações à Lei 6.404/76 (Leis 11.638/07 e 11.941/09):
a todas as empresas obrigadas a obedecer à Lei das S/A, compreendendo não só as sociedades por ações, mas também as demais empresas, inclusive as constituídas sob a forma de limitadas, independentemente da sistemática de tributação por elas adotada. 
As empresas de grande porte devem, adicionalmente, observar as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Devem também ser observadas as determinações previstas nas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os Pronunciamentos Técnicos editados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
As demais entidades, sem finalidades lucrativas, devem observar a legislação aplicável e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) específicas. 
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Portanto, fica claro no texto da Resolução que as normas e práticas contábeis internacionais regidas por esses diplomas legais estendem-se às demais sociedades empresariais e entidades, sem distinção. 
As Normas Internacionais de Contabilidade devem ser aplicadas até mesmo nas Micro e Pequenas Empresas, observando-se, que, para estas, há edição de normas específicas, conforme Resolução CFC n° 1.255/09.
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