Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Vic¸osa Departamento de Matema´tica 3a Prova de MAT 135 - A´lgebra Linear e Geometria Anal´ıtica - 27/06/2011 Nome: Matr´ıcula: 1a Questa˜o:(25 pontos)Seja a aplicac¸a˜o T : IR3 −→ IR3 definida por T (x, y, z) = (2x− 2y − 3z, x− y,−2z). Sejam C = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} e B = {(1, 2, 0), (0, 1, 1), (2, 3, 1)} bases de IR3. (a)(5 pontos) Mostre que T e´ uma transformac¸a˜o linear. (b)(5 pontos) Determine [T ]BC . (c)(5 pontos) Determine o nu´cleo de T. (d)(5 pontos) Determine a imagem de T. (e)(5 pontos) T e´ injetora? Sobrejetora? Verifique o Teorema do Nu´cleo e da Imagem. Soluc¸a˜o: (a) Sejam u = (u1, u2, u3), v = (v1, v2, v3) ∈ IR e α ∈ IR. Assim, • T (u+ v) = T ((u1, u2, u3) + (v1, v2, v3)) = T (u1 + v1, u2 + v2, u3 + v3) = (2(u1 + v1)− 2(u2 + v2)− 3(u3 + v3), (u1 + v1)− (u2 + v2),−2(u3 + v3)) = ((2u1 − 2u2 − 3u3) + (2v1 − 2v2 − 3v3), (u1 − u2) + (v1 − v2),−2u3 − 2v3) = (2u1 − 2u2 − 3u3, u1 − u2,−2u3) + (2v1 − 2v2 − 3v3, v1 − v2,−2v3) = T (u1, u2, u3) + T (v1, v2, v3) = T (u) + T (v). • T (αu) = T (α(u1, u2, u3)) = T (αu1, αu2, αu3) = (2αu1 − 2αu2 − 3αu3, αu1 − αu2,−2αu3) = α(2u1 − 2u2 − 3u3, u1 − u2,−2u3) = αT (u1, u2, u3) = αT (u). Logo, T e´ transformac¸a˜o linear. (b)Para encontrar a matriz [T ]BC , devemos calcular a imagem dos elementos da base B e escrever como com- binac¸a˜o linear dos elementos da base C. Temos que T (1, 2, 0) = (−2,−1, 0), T (0, 1, 1) = (−5,−1,−2) e T (2, 3, 1) = (−5,−1,−2). Como C e´ a base canoˆnica de IR3 a combinac¸a˜o linear e´ imediata. Assim, [T ]BC = −2 −5 −5−1 −1 −1 0 −2 −2 . (c)Temos que N(T ) = {(x, y, z) ∈ IR3;T (x, y, z) = (0, 0, 0)}. Assim, temos que resolver um sistema linear ho- mogeˆneo 2x − 2y − 3z = 0x − y = 0− 2z = 0 Este sistema pode ser resolvido sem necessidade de escalonamento. Temos que z = 0 e x = y. Assim, N(T ) = {(x, x, 0);x ∈ IR} = [(1, 1, 0)]. (d)Temos que {T (1, 2, 0), T (0, 1, 1), T (2, 3, 1)} = {(−2,−1, 0), (−5,−1,−2), (−5,−1,−2)} gera Im(T ), mas na˜o e´ conjunto L.I. Uma maneira de obter um conjunto L.I. que gera o mesmo espac¸o e´ colocar os vetores acima como linhas de uma matriz e a escalonar. As linhas que se anularem com o processo de escalonamento correspondem aos vetores que devem ser descartados. Neste caso na˜o precisamos ter este trabalho, uma vez que os dois u´ltimos vetores sa˜o coincidentes, sendo necessa´rio descartar um do conjunto e o conjunto restante agora e´ L.I., visto que na˜o sa˜o paralelos. Logo, Im(T ) = [(−2,−1, 0), (−5,−1,−2)] e desta forma dim(Im(T )) = 2. (e)T na˜o e´ injetora, visto que N(T ) 6= {(0, 0, 0)} e T na˜o e´ sobrejetora, pois dim(Im(T )) = 2 6= 3 = dim(IR3). Para verificar o Teorema do Nu´cleo e da Imagem basta observar que dim(N(T )) + dim(Im(T )) = 1 + 2 = 3 = dim(IR3). 1 2a Questa˜o:(25 pontos)Considere a matriz A = 2 0 12 1 2 1 0 2 (a)(6 pontos) Mostre que 1 e 3 sa˜o autovalores de A. (b)(12 pontos) Encontre o autoespac¸o relacionado a cada um desses autovalores. (c)(7 pontos) A e´ diagonaliza´vel? Em caso afirmativo, encontre P invers´ıvel e D diagonal tal que A = PDP−1. Soluc¸a˜o: (a)Vamos calcular o polinoˆmio caracter´ıstico. pA(x) = det(xI −A) = ∣∣∣∣∣∣ x− 2 0 −1 −2 x− 1 −2 −1 0 x− 2 ∣∣∣∣∣∣ = (x− 2)2(x− 1)− (x− 1) = (x− 1)[(x− 2)2 − 1] = (x− 1)(x2 − 4x+ 3) = (x− 1)2(x− 3). Como os autovalores de A sa˜o as ra´ızes do polinoˆmio caracter´ıstico, temos que 1 e 3 sa˜o autovalores de A e mais ainda, sa˜o os u´nicos autovalores. (b)Para encontrar o autoespac¸o relacionado a cada autovalor devemos resolver o sistema linear homogeˆneo (xI − A)X = 0, para x = 1 e x = 3. • x=1; −1 0 −1−2 0 −2 −1 0 −1 L2 → L2 − 2L1−→ L3 → L3 − L1 −1 0 −10 0 0 0 0 0 . Logo, AutA(1) = {(x, y, z) ∈ IR3; z = −x, x, y ∈ IR} = {(x, y,−x);x, y ∈ IR3} = {x(1, 0,−1) + y(0, 1, 0);x, y ∈ IR} = [(1, 0,−1), (0, 1, 0)]. • x=3; 1 0 −1−2 2 −2 −1 0 1 L2 → L2 + 2L1−→ L3 → L3 + L1 1 0 −10 2 −4 0 0 0 . Logo, AutA(3) = {(x, y, z) ∈ IR3;x = z, y = 2z, z ∈ IR} = {(z, 2z, z); z ∈ IR} = [(1, 2, 1)]. (c)Temos que ma(1) = 2 = mg(1) e ma(3) = 1 = mg(3). Logo, A e´ diagonaliza´vel. Ale´m disso, as matrizes P = 1 0 10 1 2 −1 0 1 e D = 1 0 00 1 0 0 0 3 sa˜o tais que A = PDP−1. 2 3a Questa˜o:(30 pontos) (a)(10 pontos) Mostre que o conjunto B = {(1, 1, 0), (0, 0,−1), (−1, 1, 3)} e´ uma base para o espac¸o vetorial IR3. (b)(10 pontos) Encontre o operador linear T : IR3 −→ IR3 tal que T (1, 1, 0) = (1, 0, 0), T (0, 0,−1) = (0,−1, 0) e T (−1, 1, 3) = (0, 3,−1). (c)(10 pontos) Encontre o operador linear T : IR2 −→ IR2 reflexa˜o em torno da reta x = 2y. Soluc¸a˜o: (a)Uma vez que B e´ um conjunto com 3 elementos em IR3, e´ suficiente mostrar que B e´ L.I. Para isso sejam a, b, c ∈ IR tais que (0, 0, 0) = a(1, 1, 0) + b(0, 0,−1) + c(−1, 1, 3). Desta forma, temos o seguinte sistema linear homogeˆneo 1 0 −11 0 1 −1 1 3 · ab c = 00 0 . Observando que o determinante da matriz dos coeficientes tem determinante diferente de zero, conclu´ımos que o sistema possui u´nica soluc¸a˜o. Como o sistema e´ linear homogeˆneo, esta soluc¸a˜o e´ a trivial, ou seja, a = b = c = 0, o que prova que o conjunto e´ L.I. e consequentemente base de IR3. (b)Devemos colocar um vetor qualquer de IR3 como combinac¸a˜o linear da base B, ou seja, encontrar a, b, c tais que (x, y, z) = a(1, 1, 0) + b(0, 0,−1) + c(−1, 1, 3). 1 0 −1 x1 0 1 y 0 −1 3 z L2 → L2 − L1−→ 1 0 −1 x0 0 2 y − x 0 −1 3 z L2 ↔ L3−→ 1 0 −1 x0 −1 3 z 0 0 2 y − x . Assim, c = y − x 2 , b = 3c− z = 3 2 y − 3 2 x− z e a = x+ c = y + x 2 . Logo, T (x, y, z) = aT (1, 1, 0) + bT (0, 0,−1) + cT (−1, 1, 3) = ( y + x 2 ) (1, 0, 0) + ( 3 2 y − 3 2 x− z ) (0,−1, 0) + ( y − x 2 ) (0, 3,−1) = ( y + x 2 , z, x− y 2 ) (c)Para encontrar tal transformac¸a˜o linear, devemos possuir a imagem de alguma base de IR2 e o procedimento e´ ana´logo ao apresentado acima. Podemos escolher uma base de maneira conveniente da seguinte forma: um vetor u = (2, 1) sobre a reta x = 2y e´ refletido sobre ele mesmo, ou seja, T (u) = u. Tomando um segundo vetor v = (1,−2) que e´ perpendicular a` reta x = 2y, tem imagem pela transformac¸a˜o linear um vetor perpendicular a` mesma reta, como mesmo mo´dulo, pore´m sentido contra´rio ao de v, ou seja, T (v) = −v. Resumindo temos T (2, 1) = (2, 1) e T (1,−2) = (−1, 2). Devemos colocar (x, y) como combinac¸a˜o linear dos vetores (2, 1), (1,−2) que formam uma base de IR2. (x, y) = a(1,−2) + b(2, 1)[ 1 2 x −2 1 y ] L2 → L2 + 2L1 −→ [ 1 2 x 0 5 y + 2x ] . Logo, b = y + 2x 5 e a = x− 2y 5 . Portanto, T (x, y) = 1 5 (x− 2y)T (1,−2) + 1 5 (y + 2x)T (2, 1) = 1 5 (x− 2y)(−1, 2) + 1 5 (y + 2x)(2, 1) = ( 3x+ 4y 5 , 4x− 3y 5 ) . 3 4a Questa˜o(20 pontos) Julgue cada ı´tem abaixo como verdadeiro ou falso, justificando com uma argumento lo´gico ou com um contra-exemplo. (a) (V) Se {u, v} e´ um conjunto L.I., enta˜o o conjunto {u+ v, u− v} tambe´m e´ L.I. (b) (V) Seja T : V −→ V transformac¸a˜o linear e u, v e w vetores de V. Se T (u) = 2w e T (2v) = 3w, enta˜o T ( 1 3u+ v ) = 136 w. (c) (F) Seja T : IR3 −→ IR4 transformac¸a˜o linear dada por T (x, y, z) = (2x− y, z,−x, y − z) e´ isomorfismo. (d) (V) Se T : V −→ V e´ um operador linear tal que N(T ) = [v], v 6= −→0 , enta˜o λ = 0 e´ autovalor de T. Soluc¸a˜o: (a) Sejam a, b ∈ IR tais que a(u+ v) + b(u− v) = 0. Quero mostrar que a = b = 0 para que o conjunto {u+ v, u− v} seja L.I. a(u+ v) + b(u− v) = 0 (a+ b)u+ (a− b)v = 0. Como {u, v} e´ L.I., temos que { a + b = 0 a − b = 0 Desta forma, a = b = 0 como quer´ıamos. (b)Temos que T (u) = w e T (v) = 3 2 w. Assim, T ( 1 3 u+ v ) = 1 3 T (u) + T (v) = 2 3 w + 3 2 w = 13 6 w. (c)T na˜o e´ isomorfismo, pois a dimensa˜o do domı´nio e´ diferente da dimensa˜o do contradomı´nio. (d)Basta observar que T (v) = 0 = 0.v, com v na˜o-nulo. Logo, λ = 0 e´ autovalor de T. Boa Prova! 4
Compartilhar