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Os impactos causados à saúde e ao meio ambiente, gerados pela produção de cimento

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Sinopse do Case: Os impactos causados à saúde e ao meio ambiente, gerados pela produção de cimento�
 Rafael Marques de Pádua�
 Hellen P Flores Reis�
1 – DESCRIÇÃO DO CASO
Este trabalho tem como objetivo mostrar o processo de produção do cimento, identificando seus impactos à saúde humana, desde o início, para destacar os conceitos de riscos, englobando ai os eventos já ocorridos, os processos mais lentos que ainda estão se formando, e aqueles que tem probabilidade de ocorrer, e falar passo a passo, as várias alterações ambientais (emissões de gases e de poeiras, destruição do relevo, modificações no local de ciclo das águas, propagação de contaminantes pelo uso de resíduos industriais como combustível) que são decorrentes das etapas produtivas de conjunto de indústrias do setor de produção de cimento.
 
2 – IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO
	O início das lutas ambientais no Brasil deu–se com a conquista da população de Porto Alegre contra a poluição gerada pela fábrica de celulose norueguesa Borregard, hoje localizada no Município de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Bursztyn, 2001).
	A fábrica emitia odores fortes que atingiam a região da Grande Porto Alegre, causando muito mal-estar, enjoos e desmaios na comunidade local, provocando protestos da população, que de forma organizada, conseguiu que a fábrica fosse fechada. A mesma só foi reaberta com a instalação de filtros apropriados.
	Também, na cidade de Cubatão em São Paulo, houve conflitos e graves danos a saúde que geraram efeitos dramáticos sobre a população: foram registrados diversos casos de crianças com deformações neonatais e anencefalia ( que terminaram na implantação de severas medidas de controle das condições ambientais naquele local) (Burszytn, 2001).
	Cubatão foi considerada naquela época uma das cidades pais poluídas do mundo, haviam registros de várias doenças ligadas a poluição do ar, como asmas, bronquite, e doenças pulmonares crônicas.
 	A indústria de cimento apresenta um alto potencial de poluição em todas as suas etapas (moagem e homogeneização das matérias-primas, moagem do clinquer, adição e produção de cimento, etc), os níveis da emissão desses poluentes dependem da composição química e mineralógica das matérias-primas, e da composição química dos combustíveis empregados; da marcha operacional dos fornos de clínquer, ou seja, das características operacionais e tecnológicas.
	Os poluentes primários emitidos no processo de fabricação de cimento são: material particulado, dióxido de carbono, óxidos e enxofre e óxidos de nitrogênio. As plantas de fabricação de cimento estão entre as maiores fontes de emissão de poluentes atmosféricos perigoso, dos quais se destacam os metais tóxicos (mercúrio, chumbo, cádmio, entre outros), os produtos de combustão incompleta e os metais halogenados (USA, 1991; UESPA, 1996).
Cada etapa da produção e uso do cimento tem seus riscos, e podemos associa - lós a:
→ 1º - geração, manipulação, embalagem e transporte do resíduo da fonte geradora até a entrada do material no forno. Nesta etapa há riscos de acidentes com vazamentos de matérias perigosos, riscos de emissão de substâncias voláteis, quando presentes na massa do resíduo, ou de poeiras geradas nas operações de moagem e mistura. Se o resíduo é inflamável, há risco de incêndio e explosão, com formação de nuvens de poluentes atmosféricos perigosos (Santi; Sevá, 1999). As possíveis consequências serão contaminação do solo e das águas, poluição do ar, danos à fauna e à flora, intoxicação dos trabalharoes e das populações vizinhas das plantas industriais e dos locais de acidentes envolvendo o transporte do resíduo (ferroviário e rodoviário).
→ 2º - preparação de resíduos e blends (mistura de resíduos). Nesta etapa, quando o resíduo é destinado ao forno de clínquer, os empregados da fábrica de cimento e das unidades de preparação de blends que trabalham nas áreas de recebimento, estocagem, processamento e transferências de resíduos estão sujeitos à exposição crônica aos vapores orgânicos, poeiras inaláveis, compostos de metais pesados e à outras várias substâncias químicas perigosas que podem ser emitidas durante a manipulação dos materiais, uma vez que os sistemas operacionais são abertos (Dantas, 2000).
→ 3º - Na etapa de fabricação do cimento destaca-se o movimento dos componentes perigosos dos resíduos no sistema de produção de clínquer, onde substâncias tóxicas também são introduzidas pelas matérias-primas que, além do carbonato de cálcio e dos óxidos de silício, alumínio e ferro, contem ainda pequenas concentrações de uma série de outros minerais secundários como haletos, sulfetos, álcalis e metais pesados. Na primeira situação, provocam alterações no ambiente próximo à fábrica e impactos negativos na saúde da população, devido à sua toxidade e aos efeitos cumulativos e insidiosos, levando as pessoas ao adoecimento (Sprung, 1985; Santi Sevá, 1999).
Durante a operação de moagem do clínquer para obtenção do cimento, ocorre emissão de material particulado, promovendo a exposição dos empregados ao pó de cimento, cujos efeitos toxicológicos e graves alterações causadas à saúde são: enfermidades do aparelho respiratório, da pele e também transtornos à visão como conjuntivite e queimadura nas córneas, além de gastrite, dermatites e bronquites crônicas associadas a enfisema (Baptista, 1995).
 
→ 4º - Utilização do cimento na construção civil. Nesta etapa estão em atividade os pedreiros, os mestres de obras e os ajudantes que, por ficarem em contato com o cimento por períodos prolongados, geralmente em condições de trabalho não muito seguras, estão expostos aos riscos de contaminação com o produto que incorporou materiais tóxicos, e sujeitos aos mesmos riscos à saúde dos trabalhadores das áreas de moagem e ensacamento de cimento, devido a inalação de poeiras e contato direto com o cimento durante a produção da massa de concreto e sua aplicação.
2.1 DESCRIÇÃO DAS POSSÍVEIS DECISÕES
 
2.1.1 - Identificar se há como substituir os produtos classificados como muito tóxicos por produtos menos tóxicos.
2.1.2 - Utilização de combustíveis alternativos
 
2.1.3 - Uso de adições ao cimento
2.1.4 - Controlar a emissão dos poluentes locais
2.1.5 - Controlar a emissão de material particulado
 
2.2 ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CARA DECISÃO 
2.2.1 – Com isso poderia se utilizar os produtos químicos de forma mais segura e eficiente e também a utilização da substância teria menos chance de causar danos à saúde do trabalhador.
2.2.2 - Os combustíveis alternativos podem servir principalmente para diminuir a emissão de gases do efeito estufa. A queima desses combustíveis se da de forma quase completa, o que diminuiria a emissão de poluentes perigosos como dioxinas e furanos.
Os combustíveis alternativos mais utilizados pela indústria de cimento mundo são: pneus usados; óleo ou solvente usado; plásticos, tecidos e resíduos de papel e biomassa (resíduos agrícolas, animais e de madeira).
2.2.3 - Para produzir cimento, grandes quantidades de matérias-primas e combustíveis são necessários, o que gera impactos ambientais e a emissão de poluentes. Para diminuir esses impactos, a produção de cimento pode utilizar alguns tipos de adições ao cimento, como escórias siderúrgicas, cinzas de termelétricas e fíler de calcário. O concreto reciclado também pode servir de aditivo, desde que o processo seja realizado com quantidades controladas (WBCSD, 2009d), entretanto a sua utilização não reduz significativamente as emissões de GEE (WBCSD, 2009e).
2.2.4 - A poluição do ar, além de causar desconforto, pode ter efeitos perigosos nos seres humanos, animais e plantas, assim como nos habitats e solo. 
Segundo LIMA (2009,b), o controle das emissões atmosféricas provenientes da queima de combustíveisfósseis pode ser aplicado em várias etapas do processo: antes, durante e depois da combustão. O controle pré-combustão consiste basicamente no tratamento do combustível. Por exemplo, pode- se citar algumas técnicas utilizadas para redução das emissões de SOx provenientes da queima de carvão. Uma delas é a substituição do carvão utilizado por um de menor teor de enxofre, já que as emissões são uma função do conteúdo de enxofre presente no combustível. Outra é a remoção física do enxofre mineral presente no carvão, porem não se aplica ao enxofre orgânico. O controle aplicado na combustão inclui qualquer modificação física no equipamento de queima, ou mudança do próprio ou na sua operação. O controle pós-combustão, ou melhor, o controle com tratamento de gases gera grandes reduções nas emissões de poluentes, porém envolve custos maiores que o controle de combustão (US-EPA AP – 42, 2007, apud LIMA, 2009b).
2.2.5 - Segundo o relatório da WBCSD (2005a), as principais opções para o controle do material particulado durante as operações das fábricas de cimento são: uso de trituradores com cobertura; Pontos de transferência de material e de armazenamento com cobertura; Instalação de coletores de material particulado ou dos filtros onde necessário; Utilização de varredores a vácuo e sprinklers e pavimentação, para estradas dentro do empreendimento, onde o fluxo é grande; Utilização de sprinklers e sprays estabilizadores nas pilhas de armazenamento e paisagismo e re-vegetação do sítio.
3 – REFERÊNCIAS
______. Co-incineração e co-processamento de resíduos industriais perigosos em fornos de clínquer: investigação no maior pólo produtor de cimento do País, Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, sobre os riscos ambientais e propostas para a Segurança Química.
_______. Resíduos renováveis e perigosos como combustíveis industriais. Estudo sobre a difícil sustentação ambiental da fabricação de cimento no Brasil, anos 1990. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENERGIA, 8. Rio de Janeiro, 1999. Anais . Rio de Janeiro: COPPE/PPE. p: 212-224
______.; SEVÁ Fº., A. O. Análise do emprego de resíduos como combustíveis complementares em indústrias de cimento no Sudeste do Brasil: anos 1980-1990. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO, 3. São Paulo, 1998. Anais ... São Paulo: USP/ SBPE
BAPTISTA, C.N. Medicina do trabalho na indústria de cimento. In: CICLO DE CONFERÊNCIAS. INDÚSTRIA DE CIMENTO: FABRICAÇÃO, CO-PROCESSAMENTO E MEIO AMBIENTE. 1995, Rio de Janeiro, Anais ..., Rio de Janeiro: ABCP/FEEMA, 1995. p: 203-212
BURSZTYN, Marcel. A difícil sustentabilidade. Política energética e conflitos ambientais. Rio de Janeiro, Garamond. 2001.
DANTAS, K.M.C. Implantação de um sistema de gestão ambiental em uma empresa de co-processamento de resíduos em fornos de cimento; estudo de caso na Tecnosol Comércio e Serviços Ltda. Rio de Janeiro, 2000. Dissertação [Mestrado]. Engenharia de Produção.Universidade Federal do Rio de Janeiro. COPPE
LIMA, 2009b. Condomínio Industrial Portuário do Açu – Projeto Ecologia Industrial - Núcleo Base: Oportunidades para Simbioses e Complementaridades e Melhoria de Eficiência nos Processos Produtivos. . Laboratório Interdisciplinar de Meio ambiente. LIMA/COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro.
Maury, M. B. Produção de cimento: Impactos á saúde e ao meio ambiente. Sustentabilidade em Debate - Brasília, v. 3, n. 1, p. 75-96, jan/jun 2012
USA. Code Federal Regulations – Protection of Environment – 40 CFR. Part 260. Burning of hazardous waste in boilers and industrial furnaces. Final rule. US Federal Register. v.56, n. 35, p: 7134-7210. Feb 21, 1991
US ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY [USEPA]. ______. Regulatory determination on cement kiln dust. 1996. 14 p. Disponível em: www.epa.gov
SANTI, A.M.M. O emprego de resíduos como combustíveis complementares na produção de cimento na perspectiva da energia, da sociedade e do meio ambiente. Estudo de caso: Minas Gerais no período 1980-1997. Campinas, 1997. Dissertação [Mestrado]. Planejamento de Sistemas Energéticos. Faculdade de Engenharia Mecânica. UNICAMP Campinas, 2003. Tese [Doutorado]. Planejamento de Sistemas Energéticos. Faculdade de Engenharia Mecânica. UNICAMP
SPRUNG, S. Technological problems in pyroprocessing cement clinker: cause and solution. Dusseldorf: Beton-Verlag, 1985. 129p.
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WBCSD, 2005a. Environmental and Social Impact Assessment Guidelines. Land and Communities. World Business Council for Sustainable Development. Disponível em www.wbcsd.org
WBCSD, 2009d. The Cement Sustainability Initiative. Recycling Concrete. World Business Council for Sustainable Development. Disponível em www.wbcsd.org
WBCSD, 2009e. The Cement Sustainability Initiative. Recycling Concrete. Executive Summary. World Business Council for Sustainable Development. Disponível em www.wbcsd.org
Wills, W. INDÚSTRIA DE CIMENTO. Perspectivas dos investimentos sociais no Brasil. Universidade Federal de Minas Gerais
Disponível em www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/pis/Estudo%2061.pdf‎
� Case apresentado à disciplina de Química Básica da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, UNDB
� Aluno do 1º período de Egenharia Civil, da UNDB
� Professor, Orientador