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UNIVERSIDADE IGUAÇU
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SÁUDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA : IMUNOLOGIA VETERINÁRIA
PROF. VANEIR INOCÊNCIO BEZERRA – MSc.
Pontos Principais das Primeiras Unidades de Estudo
• O sistema imune protege os animais contra a invasão microbiana, sendo, portanto, essencial
para a vida.
• Vários mecanismos são necessários para assegurar a ausência de invasão, entre eles as
barreiras físicas, que evitam a penetração de microrganismos invasores, a imunidade inata,
responsável pela rápida proteção inicial, e a imunidade adaptativa (OU ADQUIRIDA),
responsável pela imunidade eficaz mais prolongada.
• Estes principais mecanismos de defesa se unem e formam complexas redes de interação.
Assim, alterações em uma área podem provocar diversos efeitos em muitas outras áreas da
imunidade.
• Uma das formas de imunidade adaptativa é dirigida principalmente contra invasores bacterianos
e é mediada por anticorpos. Os anticorpos são proteínas presentes nos fluidos corporais,
principalmente na circulação sanguínea. Estas moléculas se ligam a bactérias e as marcam para
destruição (opsonização).
• Outra forma de imunidade adaptativa é dirigida principalmente contra vírus: é a imunidade
mediada por células, que emprega células citotóxicas que destroem células anormais, como
aquelas infectadas por vírus.
• A imunidade adaptativa pode se lembrar de exposições anteriores a invasores estranhos e
montar respostas mais rápidas e eficazes nos eventos posteriores, o que garante a sobrevivência
dos animais frente às contínuas exposições microbianas (memória imunológica).
• Dois tipos de sinal desencadeiam as defesas inatas do corpo. Um sinal, gerado pela presença
de microrganismos invasores, é detectado por meio da percepção de suas características
moléculas de superfície, ou ácidos nucleicos. Essas moléculas são denominadas padrões
moleculares associados a patógenos (PAMPs).
• As células também detectam moléculas liberadas por tecidos lesionados e células rompidas.
Essas moléculas são denominadas padrões moleculares associados a lesões (DAMPs) ou
alarminas.
• PAMPs e DAMPs se ligam a receptores de reconhecimento de padrão (PRRs) localizados
nas superfícies celulares ou no interior das células.
• Os PRRs são encontrados em diversos tipos celulares. As mais importantes destas células
“sentinelas” são os macrófagos, as células dendríticas e os mastócitos.
• Um importante grupo de PRRs é denominado receptor do tipo toll (TLR).
• Os sinais gerados pela ligação de PAMPs a TLRs ativam células sentinelas e estimulam nas a
secretar diversas moléculas. Algumas dessas moléculas são proteínas denominadas citocinas,
que “ligam” o processo inflamatório.
• Essas moléculas desencadeiam aumentos locais no fluxo sanguíneo, atraem células de defesa,
como os neutrófilos, e aumentam a permeabilidade vascular, permitindo que as moléculas
antimicrobianas e as células inundem os tecidos acometidos.
• As três principais citocinas pró-inflamatórias produzidas por células sentinelas são o fator de
necrose tumoral α, a interleucina 1 e a interleucina 6.
• A estimulação de receptores do tipo toll (TLRs) e de outros receptores de reconhecimento de
padrão (PRRs) ativa as células sentinelas e desencadeia a secreção destas citocinas.
• As células sentinelas e células danificadas produzem muitas outras moléculas que
desencadeiam e mantêm a inflamação.
• Algumas moléculas inflamatórias são secretadas por nervos.
• Coletivamente, estas moléculas desencadeiam aumentos locais no fluxo sanguíneo, atraem
células de defesa, como os neutrófilos, promovem maior permeabilidade vascular, levando ao
edema tecidual ,e matam microrganismos invasores. As primeiras células atraídas aos sítios de
inflamação são os neutrófilos.
• As citocinas ativam as células do endotélio vascular; assim, os neutrófilos presentes na
corrente sanguínea param, aderem a essas células e, então, migram até os sítios de
invasão microbiana e dano tecidual.
• Os neutrófilos se ligam aos microrganismos invasores, os fagocitam e matam.
• De modo geral, os microrganismos devem ser opsonizados antes de poderem ser
eficientemente ingeridos e mortos. As opsoninas mais eficazes são os anticorpos e alguns
componentes do sistema complemento.
• Os microrganismos ingeridos são mortos por potentes oxidantes por meio de um processo
chamado burst oxidativo (ROI), por proteínas antibacterianas denominadas defensinas e por
enzimas líticas.
• Os neutrófilos são células de vida curta, que não suportam fagocitoses prolongadas ou múltiplas
(originam “piócitos”).
• Os macrófagos migram para os sítios de inflamação depois dos neutrófilos. Estas células
ingerem e destroem quaisquer invasores microbianos sobreviventes.
• Os macrófagos também ingerem os neutrófilos mortos ou que estão morrendo e, assim,
impedem o dano causado pelas enzimas neutrofílicas liberadas.
• Os macrófagos geram um potente agente oxidante, o óxido nítrico.Removem eficientemente as
partículas estranhas da corrente sanguínea e do trato respiratório.
• Os macrófagos começam o processo de cicatrização nos tecidos lesionados.
• Os macrófagos são células apresentadoras de antígeno fundamentais para o sistema imune
inato.
• As respostas imunes são resultantes das interações entre as diferentes populações celulares.
• Uma das formas de interação celular é mediada pela secreção de moléculas de sinalização,
como citocinas e hormônios.
• Estas moléculas de sinalização se ligam a receptores específicos nas células-alvo.
• Quando as moléculas de sinalização se ligam a estes receptores, mudam o comportamento da
célula através de um processo chamado transdução de sinal. Em decorrência disso, há a
produção de fatores de transcrição. Estes fatores de transcrição, então, ativam a transcrição de
genes específicos. Devido a mudanças na transcrição gênica, novas proteínas são produzidas e
secretadas, alterando o comportamento da célula-alvo, que pode se dividir ou mesmo morrer por
causa dos sinais recebidos.
• O sistema imune adaptativo é altamente eficiente no reconhecimento de macromoléculas
microbianas.
• Os melhores antígenos são, portanto, proteínas grandes, complexas, estáveis e que não
pertencem ao organismo (não próprias).
• Moléculas pequenas, com menos de 5.000 Da, geralmente são antígenos fracos. Moléculas
pequenas podem se tornar antigênicas ao se ligarem às proteínas grandes. Essas pequenas
moléculas assim utilizadas como antígenos são denominadas haptenos.
• As células do sistema imune adaptativo usam receptores que podem reconhecer áreas
específicas na superfície de moléculas estranhas. Essas áreas são denominadas determinantes
antigênicos ou epitopos.
• Células dendríticas, macrófagos e células B podem capturar e processar antígenos
estranhos de tal forma que eles desencadearão respostas imunes adaptativas (APCs)
• Células dendríticas são as mais eficientes entre as células processadoras de antígenos.
Somente as células dendríticas podem estimular efetivamente linfócitos T não experimentadas .
• Células dendríticas imaturas são encontradas por todo o corpo. Elas são especialmente
equipadas para capturar e processar antígenos.
• Uma vez estimuladas por antígenos, as células dendríticas se tornam maduras e altamente
eficientes na apresentação destes antígenos processados para os linfócitos T. Elas expressam
altos níveis de receptores antigênicos, denominados moléculas do complexo de
histocompatibilidade principal (MHC) de classe II.
• Células dendríticas ingerem antígenos, quebram-nos em pequenos fragmentos e então os
apresentam em suas moléculas do MHC de superfície, onde eles podem ser reconhecidos por
linfócitos T.
• Macrófagos também atuam comocélulas apresentadoras de antígenos, mas, como também
destroem os antígenos ingeridos, são muito menos eficientes que as células dendríticas.
• Os linfócitos B podem atuar como células apresentadoras de antígenos e são especialmente
eficazes durante a resposta imune secundária.
• As células apresentadoras de antígenos usam receptores denominados moléculas do complexo
principal de histocompatibilidade (MHC) para ligar e apresentar os antígenos.
• As moléculas de MHC são codificadas por genes localizados no complexo principal de
histocompatibilidade.
• As moléculas clássicas de MHC são altamente polimórficas, ou seja, demonstram uma enorme
gama de variações estruturais hereditárias, o que permite que cada animal responda a um grupo
diferente de antígenos.
• As moléculas de MHC de classe I são encontradas em todas as células nucleadas. Sua função
é apresentar antígenos endógenos para os linfócitos T CD8+.
• As moléculas de MHC de classe II são encontradas nas células apresentadoras de antígenos
profissionais, células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. Sua função é apresentar antígenos
exógenos para os linfócitos T CD4+.
• Os linfócitos T auxiliares expressam receptores de antígenos (TCRs) compostos por duas
cadeias peptídicas pareadas, tanto α e β como γ e δ.
• Essas cadeias formam os receptores de antígenos, que possuem uma região capaz de se ligar a
peptídeos antigênicos acoplados a uma molécula do complexo principal de histocompatibilidade
(MHC) expresso nas células apresentadoras de antígenos.
• As cadeias de ligação aos antígenos do TCR estão ligadas a um componente do complexo de
transdução de sinais denominado CD3.
• Cada TCR está associado a CD4 ou CD8. O CD4 liga-se às moléculas do MHC de classe II
expressas nas células apresentadoras de antígenos. O CD8 liga-se às moléculas do MHC de
classe I expressas em todas as células nucleadas.
• Para responderem a antígenos, os linfócitos T devem reconhecer os peptídeos antigênicos
associados às moléculas do MHC. Eles também devem receber sinais coestimuladores
provenientes de citocinas e outras moléculas.
• Os múltiplos sinais enviados pelas células apresentadoras de antígenos são passados para os
linfócitos T por meio das sinapses imunológicas.
• Existem três principais subpopulações de linfócitos T auxiliares. Os linfócitos T auxiliares1
(Th1) são gerados pela interleucina 12 (IL-12) e, em resposta, secretam IL-2 e interferon-γ (IFN-γ).
De forma geral, promovem as respostas imunológicas mediadas por células.
• Os linfócitos T auxiliares 2 (Th2) secretam IL-4, IL-5, IL-13 e IL-10. De forma geral, promovem
respostas imunológicas mediadas por anticorpo.
• Os linfócitos T auxiliares α/β são os linfócitos T predominantes na maior parte dos mamíferos.
Linfócitos γ/δ encontram-se restritos principalmente à parede intestinal de humanos, mas são o
tipo predominante de linfócitos T circulantes em suínos e ruminantes jovens.
• Os linfócitos B expressam múltiplos receptores de linfócitos B (BCR) idênticos em sua superfície
celular.
• Quando os BCRs estão presentes nos fluidos corpóreos, são chamados de imunoglobulinas
ou anticorpos.
• Os linfócitos B podem reconhecer a maioria dos antígenos sem processamento prévio.
Entretanto, a resposta ideal dos linfócitos B normalmente requer a estimulação dessas células
pelos linfócitos T auxiliares.
• Os linfócitos T auxiliares estimulam os linfócitos B por meio de uma sinapse imunológica
contendo moléculas coestimulatórias e receptores interativos.
• Os linfócitos B requerem coestimulação por citocinas.
• Os linfócitos B respondedores podem tanto se tornar células de memória quanto plasmócitos
secretores de anticorpos.
• Os plasmócitos são os progenitores dos linfócitos B que foram diferenciados para secretar
quantidades muito grandes de anticorpos.
• A diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos ocorre nos centros germinativos dos
linfonodos e outros órgãos linfoides secundários.
BONS ESTUDOS !!!!!
FONTE : TIZARD, Ian R. Imunologia veterinária: uma introdução. 9 ed. São Paulo: Roca, 2014.

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