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1 EXAME DE INGRESSO PARA A PÓS-GRADUAÇ�O DO IFGW 2 0 SEMESTRE DE 2007 Questão 1. Um os ilador harm�ni o simples unidimensional que se movimenta em torno de um ponto de equilíbrio xeq = 0 é um sistema formado por um orpo de massa m sobre o qual atua uma força restauradora linear F (x) = −kx, onde k é uma onstante positiva hamada onstante da mola ou onstante de Hooke. (a) Es reva a equação do movimento do os ilador harm�ni o simples e determine a sua solução geral x(t). Solução: Da segunda lei de Newton F (x) = −kx = md 2x dt2 ⇒ md 2x dt2 + kx = 0. A solução geral deve ter duas onstantes arbitrárias. A equação a ima é resolvida por soluções harm�ni as (senos e ossenos). Formas possíveis de es rever a solução geral são x (t) = A sin (ωt+ θ0) , x (t) = A cos (ωt+ θ0) , x (t) = A sin (ωt) +B cos (ωt) , onde ω = √ k/m e A, B e θ0 a ima são onstantes arbitrárias. (b) Determine as onstantes arbitrárias da solução geral obtida no item anterior supondo que o orpo parta do repouso e da posição x(t = 0) = xo. Solução: Supondo a primeira forma dada no item (a), temos que x (t = 0) = A sin θ0 = xo, dx dt ∣∣∣∣ t=0 = Aω cos θ0 = 0. A segunda equação a ima forne e θ0 = π/2, já que A = 0 nos leva a uma solução trivial. Levando esse valor de θ0 na primeira equação, obtemos A = xo. Finalmente, x (t) = xo sin ( ωt+ π 2 ) = xo cosωt. 2 ( ) En ontre a função energia poten ial U(x) asso iada à força F (x) = −kx. Solução: A energia poten ial é dada por U (x) = − ∫ x xarb F (x) dx = k 2 ( x2 − x2arb ) = 1 2 kx2, onde, na última passagem, es olhemos o ponto arbitrário xarb = 0. (d) Mostre que um orpo que se en ontra nas vizinhanças de um mínimo lo al xmin de uma função energia poten ial V (x) tal que d2V (x)/dx2|x=xmin > 0 apresenta movimento de os ilador harm�ni o simples. Solução: Expandindo V (x) em série de Taylor em torno do ponto xmin V (x) = ∞∑ n=0 (x− xmin)n n! dnV (x) dxn ∣∣∣∣ x=xmin . Como o ponto é de mínimo lo al, a derivada no termo n = 1 é nula e a do termo n = 2 é positiva. Para os ilações su� ientemente pequenas, podemos desprezar os termos om n ≥ 3 e aproximar a energia poten ial por V (x) ≈ V (xmin) + 1 2 d2V (x) dx2 ∣∣∣∣ x=xmin (x− xmin)2 , que tem a mesma forma da energia poten ial do item ( ), a menos da onstante V (xmin) (que não afeta o movimento) e substituindo-se x→ x−xmin, que apenas translada o movimento da origem para o novo ponto de mínimo xmin. Portanto, o movimento será harm�ni o simples, em torno de xmin, om freqüên ia angular ω = √√√√ d2V (x)dx2 ∣∣∣ x=xmin m . (e) Determine a freqüên ia para pequenas os ilações de um orpo de massam que se en ontra em torno de um mínimo lo al xmin de uma função energia poten ial V (x) qualquer. Solução: Do item anterior, a freqüên ia angular de pequenas os ilações é dada por ω = √√√√ d2V (x)dx2 ∣∣∣ x=xmin m 3 e a freqüên ia será f = 1 2π √√√√ d2V (x)dx2 ∣∣∣ x=xmin m . 4 Questão 2. A solução da equação de S hrödinger para o átomo de Hidrogênio mostra que os níveis de energia do átomo são dados por En = −EI/n2 onde EI ≈ 13, 6 eV. Quando o elétron faz uma transição de um nível n > 1 para o estado fundamental emitindo um úni o fóton, a linha espe tral de emissão gerada perten e à hamada série de Lyman. Suponha que o elétron de um átomo em repouso faça uma transição entre os níveis n = 4 e n = 1 emitindo um úni o fóton. Por onservação de momento linear, o átomo adquire momento após a emissão. (a) Cal ule o omprimento de onda do fóton emitido desprezando a transferên ia de momento linear (use h = 6, 6× 10−34 J.s, c = 3× 108m/s e 1 eV = 1, 6× 10−19 J). Solução: A energia do fóton é dada por ∆E = hν = hc/λ onde ∆E = E4 − E1 é a diferença de energia entre os níveis ini ial e �nal do elétron: ∆E = 13.6(1/12 − 1/42) eV = 13.6× 15/16 eV = 13.6× 15/16× 1.6× 10−19J = 1.36× 15× 10−19J. Dessa forma λ = (6.6× 10−34)(3× 108) 1.36× 15× 10−19 ≈ 6.6 6.8 × 10−7m ≈ 1000Å. (b) A luz emitida está em que região do espe tro: infravermelho, visível ou ultravioleta? Solução: O espe tro visível vai aproximadamente de 4000 Å(violeta) a 7000 Å(vermelho). Portanto, a luz emitida está na faixa do ultra-violeta. ( ) Mostre que quando a energia inéti a de re uo do átomo é levada em onsideração, a freqüên ia do fóton emitido em uma transição entre dois níveis at�mi os de diferença de 5 energia ∆E é reduzida por um fator que é aproximadamente (1−∆E/2Mc2), onde M é a massa do átomo. Solução: Temos que usar onservação de momento e de energia. Chamando P o módulo do mo- mento adquirido pelo átomo, pf o módulo do momento do fóton e Ef sua energia, temos: P = pf = Ef/c P 2 2M + Ef = ∆E. Assim, substituindo P = Ef/c na segunda equação obtemos E 2 f/(2Mc 2)+Ef = ∆E. Resol- vendo essa equação de segundo grau obtemos Ef . No entanto, omo sabemos que a orreção devida a energia inéti a do átomo é pequena, es revemos Ef = ∆E − E2f 2Mc2 ≈ ∆E − ∆E 2 2Mc2 onde usamos Ef ≈ ∆E no segundo termo. Assim, Ef = ∆E(1− ∆E 2Mc2 ). Logo, a freqüên ia do fóton emitido é reduzida pelo fator indi ado. (d) Qual é a variação relativa do omprimento de onda do fóton emitido, ∆λ/λ, quando se leva em onta o re uo do átomo? Solução: Usando λ = hc/Ef obtemos λ = hc ∆E(1− ∆E 2Mc2 ) ≈ hc ∆E (1 + ∆E 2Mc2 ) ≡ λ0(1 + ∆E2Mc2 ). Então, a variação relativa de lambda � a λ− λ0 λ0 = ∆λ λ0 ≈ ∆λ λ = ∆E 2Mc2 . 6 Questão 3. No �nal do sé ulo XIX foram obtidas as onexões tão pro uradas entre eletri idade, magnetismo e ópti a, o que levou à teoria uni� ada do Eletromagnetismo: �...fêz-se a luz!�. A teoria baseia-se nas hamadas equações de Maxwell, as quais, na forma diferen ial, no Sistema Interna ional, para o espaço livre (vá uo) e na presença de argas e orrentes, são expressas por: ~∇ · ~E = ρ ǫ0 , ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t , ~∇ · ~B = 0, ~∇× ~B = µ0 ~J + µ0ǫ0∂ ~E ∂t , onde ǫ0 é a permissividade elétri a e µ0 a permeabilidade magnéti a do espaço livre. Dados: • Teorema de Gauss: ∫ V [ ~∇ · ~F ] dV = ∮ S ~F · nˆ da • Teorema de Stokes: ∫ S [ ~∇× ~F ] · nˆ da = ∮ C ~F · d~r • Identidades vetoriais: ~∇× (~∇× ~F ) = ~∇(~∇ · ~F )− ~∇2 ~F , ~∇ · (~∇× ~F ) = 0 • Equação de onda em 3 dimensões para um ampo vetorial ~F (~r, t): ~∇2 ~F = 1 v2 ∂2 ~F ∂t2 (a) Obtenha as formas integrais orrespondentes e explique o signi� ado físi o de ada uma das quatro equações. Solução: - DIVERGENTES: • ~∇ · ~E = ρ ǫ0 Integrando num volume arbitrário V , limitado por uma superfí ie fe hada S e utilizando o teorema de Gauss: 7 ∮ S ~E · nˆ da = 1 ǫ0 ∫ V ρ dV. A integral à esquerda é o �uxo do ampo ~E através da superfí ie S, ΦE e a integral à direita é a arga no interior de S, Qint: ΦE = Qint ǫ0 . Esse resultado é baseado na lei de Coulomb e denominado Lei de Coulomb-Gauss ou Lei de Gauss. O signi� ado físi o é que o �uxo do ampo elétri o através de uma superfí ie fe hada é dado pela (ou é propor ional à) arga interna total no interior da superfí ie. Como o �uxo de argas externas a S é nulo (número de linhas de ampo que entram na superfí ie = número de linhas de ampo que saem), o ampo ~E na expressão a ima pode ser devido tanto a argas internas omo externas à superfí ie. • ~∇ · ~B = 0 Efetuando integração análoga ao aso anterior: ∮ S ~B · nˆ da = 0 =⇒ ΦB = 0, ou seja, o �uxo do ampo magnéti o através de qualquer superfí ie fe hada é nulo: as linhas deampo magnéti o não partem de ou onvergem para um ponto. Fisi amente isso signi� a que, diferentemente do aso elétri o (lei de Coulomb-Gauss), não há arga magnéti a isolada ou monopolo magnéti o. - ROTACIONAIS: • ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t Integrando numa superfí ie aberta S, tendo um aminho fe hado, orientado, C omo fronteira e utilizando o teorema de Stokes: ∮ C ~E · d~r = − ∫ S ∂ ~B ∂t · nˆ da. A derivada par ial no interior do integrando passa a derivada total fora da integral: ∮ C ~E · d~r = − d dt ∫ S ~B · nˆ da. 8 O termo à direita é a taxa de variação om o tempo do �uxo do ampo magnéti o através da superfí ie S, dΦB/dt e o termo à esquerda é a ir ulação do ampo elétri o ~E ao longo do aminho fe hado C. Para um ir uito de orrente fe hado, essa última é a força eletromotriz induzida, ε, devida à variação om o tempo do �uxo ΦB através do ir uito: ε = −dΦB dt . Esse resultado geral é a Lei de Faraday-Lenz; o sinal - signi� a �si amente que a orrente induzida tem um sentido de modo a se opor à ausa que a produziu (variação do �uxo). Um aspe to fundamental dessa lei, é a impli ação de que a variação om o tempo de um ampo magnéti o (∂ ~B/∂t) induz um ampo elétri o ~E. • ~∇× ~B = µ0 ~J + µ0ǫ0 ∂ ~E∂t Efetuando a integração de modo análogo ao aso anterior: ∮ C ~B · d~r = µ0 ∫ ~J · nˆ da + µ0 ∫ [ǫ0 ∂ ~E ∂t ] · nˆ da. A primeira integral do membro direito é a orrente de ondução que atravessa o ir uito fe hado C: ∫ ~J · nˆ da = IC e no aso esta ionário ( ∂ ~E/∂t = 0), tem-se a hamada lei de Ampère: ∮ C ~B · d~r = µ0IC . O termo ǫ0∂ ~E/∂t foi introduzido por Maxwell de modo a obter a generalização dessa lei para o aso não esta ionário. O argumento teóri o baseia-se na equação da ontinuidade ( onservação lo al da arga elétri a) e na lei de Gauss para o ampo elétri o, no aso de dependên ia explí ita de ρ om o tempo: ∂ρ ∂t = ~∇ · [ ǫ0∂ ~E ∂t ] 6= 0. Para que a equação da ontinuidade da arga elétri a, ~∇ · ~J + ∂ρ/∂t = 0, seja válida de maneira geral é pre iso modi� ar a lei de Ampère adi ionando-se à densidade de orrente elétri a ~J uma densidade volumétri a de orrente de deslo amento de�nida por 9 ǫ0 ∂ ~E ∂t ≡ ~JD, ∫ ~JD · nˆ da = ID. Desse modo, na forma integral, temos ∮ C ~B · d~r = µ0IC + µ0ID, onde IC e ID são as orrentes de ondução e de deslo amento que atravessam o aminho fe hado C. Por exemplo, no aso de arregamento de um apa itor, podem-se onsiderar duas superfí ies S tendo o mesmo aminho fe hado C omo fronteira, uma sendo atravessada pelo �o de orrente ( ondução) e outra entre as pla as do apa itor. Fisi amente, a primeira ontribuição orresponde à IC e a segunda à variação do ampo elétri o om o tempo, entre as pla as, ID. O resultado, assim generalizado, é hamado lei de Ampère-Maxwell e um aspe to fun- damental nessa lei é a impli ação de que ampo elétri o variável no tempo (∂ ~E/∂t), induz ampo magnéti o ~B. (b) Mostre que em regiões do espaço livre onde não há arga ou orrente, os ampos ~E(~r, t) e ~B(~r, t) obede em à equação de onda em 3 dimensões. Solução: Na ausên ia de argas e orrentes (ρ = 0 e ~J = 0) temos ~∇ · ~E = 0 (Gauss), ~∇× ~E = −∂ ~B ∂t (Faraday− Lenz), ~∇ · ~B = 0, ~∇× ~B = µ0ǫ0∂ ~E ∂t (Ampère-Maxwell). - Campo ~E: Apli ando o rota ional em ambos os membros da lei de Faraday-Lenz e da identidade vetorial forne ida: ~∇(~∇ · ~E)− ~∇2 ~E = ~∇× (−∂ ~B ∂t ). Sendo as derivadas espa iais e temporal independentes (assume-se ontinuidade das derivadas de segunda ordem), pode-se inverter a ordem das derivadas no membro à direita e através da lei de Ampère-Maxwell, esse termo pode ser expresso por 10 − ∂ ∂t (~∇× ~B) = −µ0ǫ0∂ 2 ~E ∂t2 . Substituindo a ima e de ~∇ · ~E = 0 (Gauss), temos ~∇2 ~E = µ0ǫ0∂ 2 ~E ∂t2 , que é a equação de onda em 3 dimensões (forne ida), om a velo idade asso iada dada por v = 1√ µ0ǫ0 . - Campo ~B: De modo análogo, apli ando o rota ional em ambos os membros da lei de Ampère- Maxwell, utilizando a identidade vetorial forne ida e de ~∇ · ~B = 0 obtemos −~∇2 ~B = ~∇× (µ0ǫ0∂ ~E ∂t ). Invertendo a ordem das derivadas espa iais e temporal e da lei de Faraday-Lenz: ~∇2 ~B = µ0ǫ0∂ 2 ~B ∂t2 , que também é a equação de onda em 3 dimensões, om a mesma expressão a ima para a velo idade. 11 Questão 4. Considere um espaço de dimensão 2. Nele a representação dos operadores M e N é dada por: M = 1 2 −2 1 N = 0 2 + i 2− i 0 a) Quais destes operadores podem representar uma grandeza físi a? Solução Para representar uma grandeza físi a a matriz deve ser hermitiana. A matriz M não é, pois M12 6= M∗21, mas a matriz N é, pois Nij = N∗ji. Portanto, apenas N pode representar uma grandeza físi a. Neste espaço a representação dos operadores A e B é dada por: A = 0 −i i 0 B = 1 0 0 −1 b) As grandezas representadas por estes operadores podem ser observadas simultaneamente? Solução Para as grandezas poderem ser observadas simultaneamente, seus operadores devem o- mutar. Cal ulando o omutador entre A e B obtemos: AB−BA = 0 2i 2i 0 . Os operadores não omutam e, portanto, suas grandezas não podem ser medidos simultane- amente. ) Obtenha os autovalores e autovetores destes dois operadores. Solução 12 O operador B já está na forma diagonal portanto, por inspeção, os autovalores são b1 = 1 e b2 = −1 e os autovetores orrespondentes são | b1 >= 1 0 e | b2 >= 0 1 , respe tivamente. Para o operador A é ne essário en ontrar os autovalores resolvendo a equação se ular: det(A− λI) = ∣∣∣∣∣∣ −λ −i i −λ ∣∣∣∣∣∣ = 0, onde I é a matriz identidade. A equação resultante é λ2 = 1, om autovalores a1 = 1 e a2 = −1. Para obtermos os respe tivos autovetores utilizamos (A − a1I)(A − a2I) = 0 que forne e | a1 >= 1√2 1 i e | a2 >= 1√2 1 −i . d) Suponha agora um Hamiltoniano dado por H = ~ωA e que ini ialmente, o sistema esteja num dos autoestados de A, | ψ(0) >, à sua es olha. Cal ule | ψ(t) >. Solução Os autovetores de H serão os mesmos de A om autovalores ±~ω. Es olhendo | ψ(0) >=| a1 > e, omo H não depende expli itamente do tempo, então | ψ(t) >= c(t) | a1 >, onde c(t) = exp(−iEnt~ ) = exp(−iωt). e) Se num instante t > 0 vo ê medisse a grandeza asso iada ao operador B, quais seriam os resultados possíveis e quais seriam as suas probabilidades? Solução Os resultados da medida da grandeza asso iada ao operador B serão os autovalores do operador. As probabilidades serão as seguintes. Para o autovalor b1 = 1, a probabilidade será |< b1 | ψ(t) >|2= 12 , e para o autovalor b2 = −1, a probabilidade será |< b2 | ψ(t) >|2= 12 . f) Imagine que foi feita uma medida da grandeza asso iada ao operador B no instante to > 0. Imediatamente após a medida ter sido feita, omo será | ψ(to + ǫ)〉, onde ǫ→ 0 e ǫ > 0 ? Solução Imediatamente após a medida o estado | ψ(to + ǫ) > será o autoestado orrespondente 13 ao autovalor medido. Se a medida der omo resultado b1 = 1, o estado do sistema será | ψ(to+ ǫ) >=| b1 >= 1 0 . Se a medida der omo resultado b2 = −1, o estado do sistema será | ψ(to + ǫ) >=| b2 >= 0 1 . 14 Questão 5. Considere um sistema de N os iladores harm�ni os unidimensionais lo alizados, de- sa oplados e idênti os, de�nido pelo hamiltoniano H = N∑ i=1 [p2i 2m + 1 2 mω2x2i ] . O sistema en ontra-se em equilíbrio térmi o a temperatura T . (a) Utilize o teorema da eqüipartição da energia para obter a energia interna lássi a do sistema U ≡ 〈H〉, onde 〈· · · 〉 denota uma média térmi a. A partir dela obtenha a apa i- dade alorí� a do sistema C = (∂U/∂T )N . Não se esqueça de que se trata de os iladores unidimensionais. Solução: O teorema da eqüipartição da energia a�rma que ada termo quadráti o da função hamil- toniana lássi a ontribui om kBT/2 para a energia interna total do sistema. Como os os- iladores harm�ni os são unidimensionais, na função hamiltoniana lássi a do sistema H há N termos do tipo p2i /2m asso iados à energia inéti a eN termos do tipomω 2x2i /2 asso iados à energia poten ial. A energia interna lássi a é dada, portanto, por U ≡ 〈H〉 = NkBT/2 + NkBT/2 = NkBT . A apa idade alorí� a é dada por C = (∂U/∂T )N = NkB. Embora não tenha sido soli itada a prova do teorema, a média térmi a 〈H〉 envolve integrações no espaço de fase lássi o, 〈H〉 ≡ [∫ ∏N i=1(dxidpi/h)H e−βH ]/[∫ ∏N i=1(dxidpi/h) e −βH ] . (b) Para a versão quânti a, obtenha a função de partição an�ni a do sistema Z = ∑ α e −βEα , onde β = 1/kBT e Eα é o autovalor do operador hamiltoniano do sistema H orrespondente ao autoestado α. Lembre-se que os níveis de energia quânti os de um os ilador harm�ni o unidimensional de freqüên ia ω são dados por ǫn = (n+1/2)~ω. Soma geométri a: ∑∞ n=0 λ n = 1/(1− λ) para |λ| < 1. Solução: Os autovalores Eα do operador hamiltoniano do sistema H são dados pela soma dos autovalores de energia dos N os iladores harm�ni os unidimensionais, Eα ≡ ∑N i=1 ǫn(α) i =∑N i=1[n (α) i + 1/2]~ω = N~ω/2 + ∑N i=1 n (α) i ~ω. A função de partição an�ni a do sistema é dada por Z = ∑ α e −βEα = e−Nβ~ω/2 ∑ α e −β~ωPN i=1 n (α) i , onde o autoestado do sistema α é ara terizado pelo onjunto dos números quânti os dos N os iladores unidimensionais, α ≡ (n(α)1 , n(α)2 , · · · , n(α)N−1, n(α)N ). A soma sobre autoestados do sistema ∑ α pode ser efetuada, portanto, somando-se sobre todos os números quânti os dos N os iladores unidimensionais, 15 ∑ α ≡ ∑∞ n (α) 1 =0 ∑∞ n (α) 2 =0 · · ·∑∞ n (α) N−1=0 ∑∞ n (α) N =0 , visto que o espe tro de energia do os ilador harm�ni o unidimensional é ilimitado. Como as somas sobre os números quânti os n (α) i para os N os iladores são idênti as, a função de partição an�ni a do sistema se fatora ompletamente, Z = e−Nβ~ω/2 [∑∞ n=0 e −β~ωn]N = e−Nβ~ω/2/(1− e−β~ω)N , onde utilizamos a soma geométri a para obter a última identidade. ( ) Demonstre que a energia interna média do sistema quânti o U ≡ 〈Eα〉 pode ser al ulada através de U = −(∂ lnZ/∂β). Utilize então a função de partição an�ni a Z, obtida no item b, para al ular U . Esse ál ulo está asso iado a um problema fundamental para o desenvolvimento posterior da me âni a quânti a, no qual Plan k introduziu o on eito de quantum de energia. Qual é esse problema? Solução: A energia interna média do sistema quânti o é dada por U ≡ 〈Eα〉 = ∑ αEαe −βEα/Z, pois e−βEα/Z é a probabilidade de se en ontrar o sistema no autoestado α de autovalor Eα. Por outro lado, omo Z = ∑ α e −βEα , temos −(∂ lnZ/∂β) = −(1/Z)(∂Z/∂β) = −(1/Z)∑α ∂e−βEα/∂β = (1/Z)∑αEαe−βEα , oin idindo om a expressão para 〈Eα〉. Obte- mos, portanto, U ≡ 〈Eα〉 = ∑ αEαe −βEα/Z = −(∂ lnZ/∂β). Utilizando a expressão de Z obtida no item b, temos lnZ = −Nβ~ω/2 − N ln(1 − e−β~ω), U = −(∂ lnZ/∂β) = N~ω/2 + N~ωe−β~ω/(1 − e−β~ω) = N~ω [1/2 + 1/(eβ~ω − 1)]. Esse ál ulo está asso iado ao problema da radiação do orpo negro. Formas alternativas �nais para a energia interna: U = N~ω [ 1/(1− e−β~ω)− 1/2] = (N~ω/2)(1+e−β~ω)/(1−e−β~ω) = (N~ω/2) coth(β~ω/2). (d) A partir da energia interna U obtida no item , determine a apa idade alorí� a do sistema C = (∂U/∂T )N , obtendo também seus termos dominantes nos limites de altas (T ≫ θ ≡ ~ω/kB) e baixas temperaturas (T ≪ θ). É possível on iliar algum desses dois limites om o resultado lássi o obtido no item a? Solução: Utilizando a expressão de U obtida no item , temos C = (∂U/∂T )N = (∂β/∂T )(∂U/∂β)N = −kBβ2(∂/∂β) [ N~ω/(eβ~ω − 1)] = NkB(β~ω)2eβ~ω/(eβ~ω − 1)2 = NkB(θ/T ) 2eθ/T/(eθ/T −1)2, onde θ ≡ ~ω/kB. No limite de baixas temperaturas C(T ≪ θ) ≈ NkB(θ/T ) 2e−θ/T → 0, enquanto no limite de altas temperaturas C(T ≫ θ) ≈ NkB. Assim, no limite de altas temperaturas há uma on ordân ia entre a apa idade alorí� a lássi a, obtida no item a, e aquela proveniente do tratamento quânti o. Formas alternativas para a apa idade alorí� a: C = NkB(β~ω) 2e−β~ω/(1− e−β~ω)2 = (NkB/4)(β~ω)2/sh2(β~ω/2).