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11 - Variedades linguisticas

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Prévia do material em texto

Comunicação e Expressão – Profª Margarida Rocha 
 
 
 
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
 
 
São as variações que uma língua apresenta em razão das condições sociais, culturais e 
regionais nas quais é utilizada. Assim, além de variar de uma época para outra e de um 
lugar para outro, a língua também se modifica dependendo da pessoa que a utiliza. 
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a 
muitas variações. O modo de falar uma língua varia: 
 De época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que 
falamos hoje; 
 De região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de 
maneiras nitidamente distintas; 
 De grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados 
nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o 
português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada 
de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos 
prestigiados (a fala popular ou norma popular); 
 De situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais 
cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos 
controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um 
modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e 
em outras situações informais. 
Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos 
profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral. 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. 
Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a 
cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a 
variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante 
escolhida. 
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da 
comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, 
artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, 
desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação. 
Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de 
comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer 
que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante. 
Uma frase como “o povo exageram” tem o mesmo sentido que “o povo exagera”. 
 
Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do conteúdo, é sempre plural. Nada 
impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo 
época em que o “chique” era a concordância com o conteúdo. Hoje, a concordância é 
com a forma. Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta 
social. No português atual, uma frase como “o povo exageram”, embora não contenha 
nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante. 
Linguagem 
“... Atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos 
históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá 
forma as suas experiências. Seu uso ocorre na interação social e pressupõe a existência 
de interlocutores.” 
“Dizer que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela é 
uma criação humana (uma instituição sociocultural), ao mesmo tempo que nos cria 
como humanos (seres sociais e culturais). A linguagem é nossa via de acesso ao mundo 
e ao pensamento [...]. Ter experiência de linguagem é ter uma experiência espantosa: 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como, 
experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos, ideias.” 
A Linguagem nos faz elaborar entendimento sobre o mundo, interagir com as pessoas. 
Este entendimento á materializado através de um veículo social - LÍNGUA. 
Língua é utilizada por um grupo de indivíduos que constituem uma comunidade. 
o Ela é uma construção humana e histórica; 
o É organizadora da identidade dos seus usuários; 
o Ela também dá unidade a uma cultura , a uma nação; 
o Uma língua viva é dinâmica e, por isso está sujeita a variações. 
TIPOS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: 
 
1. Os dialetos 
2. Os registros 
 
1. Os dialetos – são variedades originadas das diferenças de região ou território, de 
idade, de sexo, de classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua. 
Segundo Travaglia (1997), ocorre em função das pessoas que utilizam a língua. 
 
Vamos conhecer essas variedades? 
 
 
Variedade histórica 
 
 
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se 
comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante 
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por 
indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda 
entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com 
o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na 
modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado. 
 
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia. Se levarmos em 
consideração a palavra “farmácia”, podemos observar que há muitos anos era escrita 
com “ph”. Hoje nos deparamos com a linguagem do internauta, caracterizada pela 
supressão de vocábulos. 
 
Leia o texto de Drummond 
 
 
Antigamente 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito 
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, 
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam 
longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o remédio era tirar o cavalo da 
chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era 
para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para 
colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa.” 
 
O texto é um bom exemplo da variação histórica da língua. Alguns termos são muito 
utilizados em determinada época, e com o passar dos anos, alguns se “aposentam” e 
outros se incorporam ao acervo linguístico da população. 
 
Talvez alguns dos termos utilizados no texto de Drummond você não os conheça. 
 
Vamos conferir? 
 
Mademoiselle (francês) = senhorita 
Janotas = elegantes, bem vestidos 
Pé-de-alferes = namorador 
Debaixo do balaio = esconder 
Levantam tábua = levar um fora 
Tirar o cavalo da chuva = desistir de alguma coisa 
Pregar em outra freguesia = comentar com outra pessoa 
Tirar o pai da forca = apressado para algo 
Não caiam de cavalo magro = não se deixa enganar 
Jogavam verde pra colher maduro = usar uma informação pequena pra conseguir outra 
mais importante 
Com quantos paus se faz uma canoa = aplicar corretivo 
 
Outro exemplo dessa variação se encontra nas cantigas medievais portuguesas, 
produzidas entre os séculos XII-XIV: 
 
Ai dona fea! Foste-vos queixar 
Porque vos nunca louv’en meu trobar 
Mais ora quero fazer um cantar 
Em que vos loarei toda via; 
 
Fea: feia. 
Trobar: trovar, cantar. 
Mais ora: mas agora. 
Loarei: louvarei. 
 
 
Veja outro exemplo: 
 
Num consultório entram o avô (65 anos) e o neto (10 anos). O avôolha para o médico e 
fala: 
— Doutor, quero que o senhor me receite um remédio para meu neto que está com 
difruço. 
O médico, meio que aturdido, porém compreende a fala do senhor e começa a 
prescrever a medicação. Eis que o neto interrompe: 
— Vovô, eu não tenho essa doença aí não, tenho apenas um leve resfriado. 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
 
Para refletir... 
 
Assista ao vídeo e reflita sobre a música “Oito anos” (3:06), interpretada por Adriana 
Calcanhoto. 
 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=1ACVnOEoKtE 
 
 
 
 
Como você pôde observar, o vocabulário de crianças de oito anos é bastante particular. 
Em seu discurso, estão presentes vários questionamentos sobre coisas do mundo e 
expressões desconhecidas. Com base na letra da música, reflita sobre as seguintes 
questões: 
 
a) Qual expressão é desconhecida pelas crianças de oito anos? 
b) Como a criança deve ter tido contato com tal expressão? 
c) Identifique o seu significado. 
 
Ainda pensando nas diferentes formas de se expressar, pesquise, na Internet e em 
entrevistas com pessoas próximas a vocês, expressões linguísticas que mudaram ao 
longo do tempo (como no exemplo da conversa entre o avô e o neto. Procure o seu 
significado. 
 
 
 
 
Variação social 
 
 
 
Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, determinado pelo meio 
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação 
social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na 
variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico de 
uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido 
atingir o padrão de maior prestígio. Isso também está relacionado ao convívio social. 
 
Observe: 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
 
Pessoas que têm maior acesso a leituras variadas, escolas, filmes, internet, etc. 
apresentam uma variedade da língua, digamos, mais próxima do falar exigido pela 
sociedade letrada. Não se trata de mais pobres ou menos pobres, trata-se apenas das 
oportunidades de leitura desses falantes. 
 
 
O nível de instrução do falante também faz com que a língua sofra variações. Isso quer 
dizer que falantes com maior escolarização tendem a usar a língua de modo mais formal 
que os falantes de menor escolaridade. Fato que, em muitos casos, provoca o 
surgimento do preconceito linguístico. 
 
Observe esta conversa entre um agricultor (analfabeto) e um meteorologista: 
 
Agricultor:- Sinhô, hoje chove de todo jeito! 
Meteorologista: -Não, as previsões só anunciam chuvas para o final do mês. 
Agricultor: -Num concordo, não sinhô e até pruque o mei miô, o mei findô e hoje já é 
15. Assim, tá no miado e vai chuver. 
Meteorologista: - Mas e as previsões? O senhor não entende de nada, nem falar sabe... 
Agricultor: - Me disculpe, falá bunito como o sinhô eu possa num sabê, mas se o sinhô 
tem istudo num parece pruque num sabe nem arrespeitar or mai véi. E se eu num sei falá 
como dixe, como é que eu tenho 65 ano e nunca deixei de falá com o povo daqui e 
nunca errei um paipite de chuva?! 
 
 
A variação social pertence a um grupo específico de pessoas. Nesse caso, podemos 
destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; os 
jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos 
médicos, profissionais da informática, dentre outros. 
 
 
AS GÍRIAS 
 
A gíria é um dos dialetos de uma língua. Quase sempre é criada por um grupo social, 
como o dos fãs do rap, de heavy metal, o dos que praticam certas lutas, etc. 
 
Gírias atuais 
 
Azarar – paquerar 
Bóia, rango – comida 
Do bem – alguém confiável 
É dez – é muito bom 
Firmeza – pessoa legal 
Galera – turma, torcida 
Mão-de-vaca – pessoa mesquinha 
Maneiro – algo bem interessante 
Tá ligado? – está atento, esperto? 
É fria – é perigoso 
Dar uma – transar 
Fica na moral – fica quieto, calado 
 
Gírias antigas 
 
Bafafá – confusão 
Bicho – forma de tratamento 
Boko-moko – pessoa que não sabe se 
comportar 
Carango – carro 
Chuchu beleza – bom, bem-feito 
Cricri – chato 
Nos trinques – ótimo, certo. 
Plá – conversa 
Prafrentex – avançado 
Ta ruço – está ruim 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
O JARGÃO 
 
 O jargão é um tipo de código linguístico. É um conjunto de termos ou expressões 
comuns a um grupo de especialistas: termos especializados de economia, de 
informática, de publicidade, de jornalismo e de outras atividades. 
 
EXEMPLOS DE JARGÕES RELATIVOS A VÁRIAS ÁREAS DO 
CONHECIMENTO: 
 
Literatura: A linguagem é moderna e a edição conta ainda com um glossário sobre 
termos hoje em desuso, notas esclarecedoras, índice onomástico e remissivo e fac-
símile do documento. Seu caráter didático é claro, pois o estudioso objetiva clareza e 
iluminação do texto, o que atende aos nossos propósitos. 
 
Fala de um advogado, explicando a linguagem que ele usa no Forum: 
• " As expressões são data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor, para 
não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer dizer "com 
o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser para o juiz. Os 
sinônimos de data venia seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais 
repito data venia no mesmo processo. Só data venia, data venia, fica enfadonho, 
né?" 
 
Fala de um médico explicando algumas doenças do coração: 
• "Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos. Essas 
são as cardiopatias congênitas, né, o coração pode nascer com inúmeros 
defeitos. Agora, o tamanho do coração também tem a ver com outros problemas 
que não são congênitos, como a insuficiência coronariana." 
 
Fala de um professor de academia de ginástica: 
• "É importante que a gente faça a maromba, que a gente utilize o trabalho de 
maromba que é pro corpo ficar sarado, pra que a gente possa ficar casca 
grossa." 
 
 
Artes: Essa obra tem notável dinamismo, aliado à perfeita harmonia dos movimentos e 
expressão das personagens plasticamente representadas. 
Negócios: Agradecemos sua consulta e anexamos à presente nossa tabela de fretes e 
cronograma de nossos carregamentos. 
Medicina / Farmácia: Assim como ocorre com outros agentes trombolíticos, a 
hemorragia é o efeito indesejável mais comum associado ao uso do medicamento X... 
 
Pós-graduação: A presente dissertação consiste na revisão da obra de (...). A análise e 
a interpretação de sua produção ficcional são realizadas por meio de uma leitura 
dialogada entre os três variados blocos que compõem a obra do autor. A proposta 
desenvolvida é a de contribuir para uma maior compreensão da obra deste escritor 
brasileiro, e seus efeitos nos campos formal e temático dos textos de ficção. 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
COMO E QUANDO USAR O JARGÃO? 
 
 Quando a linguagem for adequada ao público a que é dirigida: um físico fazendo 
uma comunicação em um congresso de físicos; 
 Quando o veículo de comunicação for especializado: um artigo científico, de 
Direito, por exemplo, em revista especializada de sua área ou um texto de TCC em 
linguagem acadêmica; 
 Quando os envolvidos na conversa ou na leitura forem do mesmo grupo de 
profissionais ou especialistas: encontro entre médicos; reunião entre arquitetos; 
congresso de jornalistas; debate entre geneticistas. 
CONSEQUÊNCIASDA INADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM: 
 
 Distorções na compreensão da mensagem:Você pode ser mal compreendido ou 
não entender sobre o que as pessoas estão falando; 
 Animosidade entre as partes envolvidas: Cria-se um clima de falta de respeito que 
pode provocar problemas de comunicação; 
 Equívocos no cumprimento do objetivo do texto: Você pode não conseguir 
transmitir sua mensagem porque ela está fora de contexto (mas não necessariamente 
incorreta). 
 
Muitas vezes as pessoas acham que têm de "falar difícil" para impressionar o ouvinte ou 
leitor. Fazem, então, aquele discurso enfeitado, com termos rebuscados. O resultado é 
um texto incompreensível e que afasta o interlocutor, que deveria ser cativado. 
O português arrevesado, cheio de enfeites e termos incompreensíveis, é um vício de 
linguagem. É um tipo de jargão a ser evitado. Há até um sufixo para eles: o "ês": o 
juridiquês, o publicitês, o economês, o politiquês. 
Seguem dois exemplos de mau uso de jargões. Procure identificar porque a linguagem 
está inadequada. 
Jargão inadequado: Ao tomar da pena para escrever-lhe esta célere missiva, dois 
sentimentos se debatem em fúria dentro do meu coração. De um lado, a dúvida, de 
outro, a esperança... 
Texto claro e simples: Ao escrever-lhe esta rápida carta, dois sentimentos me deixam 
em conflito: a dúvida e a esperança. 
Jargão inadequado: Com um instrumento cortante, devidamente afiado, destaque o 
couro que deve recobrir a estrutura muscular do trem posterior de um suíno, bem como 
parte do revestimento adiposo. 
Texto claro e simples: Com uma faca bem afiada, retire a pele e a gordura de um 
pernil de porco. Observe, agora, a linguagem “dos manos”, utilizada por diversos 
grupos sociais: 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
Mano não bate....................................dá porrada. 
Mano não acha interessante................acha irado. 
Mano não vai em festa...............vai pra Balada 
Mano não bebe.........................chapa o coco 
Mano não cai............................capota 
Mano não entende.....................se liga 
Mano não fuma.........................puxa 
Mano não come........................engole 
Mano não entra........................invade 
Mano não mata.........................destrói 
Mano não pede.........................impõe 
Mano não fala..........................troca ideia 
Mano não vai embora.................vaza 
Mano não dorme........................apaga 
Mano não namora.......................dá uns pega 
Mano não se masturba...............bate uma 
 
Para refletir... 
 
Assista a uma reportagem sobre as gírias (5:34), disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=OiLePwCC-zU 
 
Para saber mais... 
 
Pesquise na Internet e leia a crônica de Luis Fernando Veríssimo: “O jargão” 
 
Para praticar... 
 
Reflita sobre a música “Inútil” do grupo Ultraje a Rigor (2:39), disponível em: 
 
http://www.youtube.com/watch?v=kiyvRs7JEAU 
Percebemos na música construções linguísticas que não são comuns a pessoas mais 
instruídas na população. Com base em sua experiência como falante da língua 
portuguesa, responda: 
 
a) Quais construções são consideradas inadequadas segundo a gramática da língua 
portuguesa? 
b) Reescreva essas construções, adequando-as às regras da gramática. 
c) Segundo a letra da música, quem seriam os “inúteis”? Explique, destacando algum 
trecho. 
d) Podemos considerar a linguagem utilizada própria para uma música? 
 
 
 
 
 
Variação Regional ou Geográfica 
 
 
Variação geográfica ou regional trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e 
estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se 
comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores, política e 
economia, que acabam por definir os padrões linguísticos utilizados na região de sua 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
influência e as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre 
coincidindo. 
 
 
 
 
 
 
Conforme a região do falante, o uso da língua varia, pois este tem vocabulário e 
pronúncia próprios de sua região. O que não significa dizer que região X fala “melhor” 
ou mais “bonito” do que região Y. Quem assim pensa comete preconceito linguístico. 
 
Veja este exemplo: 
 
Um falante nordestino, ao chegar numa feira livre no Rio de Janeiro, diz ao vendedor: 
— Quero um quilo de macaxeira. 
E o vendedor responde: 
— Caramba, não tenho. Tenho mandioca, serve? 
O falante nordestino examina o produto e diz:— Vou levar, é a mesma coisa! 
 
 
Já nesta letra de uma canção de Paulo Vanzolini temos uma variedade regional do 
interior de alguns Estados brasileiros, conhecida como “variedade caipira”. Veja: 
 
Cuitelinho 
 
Cheguei na bera do porto 
Onde as onda se espaia. 
As garça dá meia volta, 
Senta na bera da praia. 
E o cuitelinho não gosta 
Que o botão da rosa caia. 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
Vamos refletir sobre o texto seguinte? 
 
No nordeste é diferente, é assim que a gente fala 
(Ismael Gaião da Costa) 
 
No Brasil pra se expressar 
Há diferenciação 
Porque cada região 
Tem seu jeito de falar 
O Nordeste é excelente 
Tem um jeito diferente 
Que a outro não se iguala 
Alguém chato é Abusado 
Se quebrou, Tá Enguiçado 
É assim que a gente fala 
 
Uma ferida é Pereba 
Homem alto é Galalau 
Ou então é Varapau 
E coisa ruim é Peba 
Cisco no olho é Argueiro 
O sovina é Pirangueiro 
Enguiçar é Dar o Prego 
Fofoca aqui é Fuxico 
Desistir, Pedir Penico 
Lugar longe é Caxaprego 
 
Ladainha é Lengalenga 
E um estouro é Pipoco 
Qualquer botão é Pitoco 
E confusão é Arenga 
Fantasma é Alma Penada 
Uma conversa fiada 
Por aqui é Leriado 
Palavrão é Nome Feio 
Agonia é Aperreio 
E metido é Amostrado 
 
O nosso palavreado 
Não se pode ignorar 
Pois ele é peculiar 
É bonito, é Arretado 
E é nosso dialeto 
Sendo assim, está correto 
Dizer que esperma é Gala 
É feio pra muita gente 
Mas não é incoerente 
É assim que a gente fala 
 
 
O texto a seguir é um bom exemplo de algumas variantes regionais, quanto à pronúncia, 
marcadores conversacionais que caracterizam os diversos falares, identificando suas 
identidades linguísticas. 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
Assaltante Cearense: 
Ei, bixim… 
Isso é um assalto… 
Arriba os braços e num se bula nem faça munganga… 
Passa vexado o dinheiro senão eu planto a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra 
fora… 
Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia… 
Assaltante Mineiro: 
Ô sô, prestenção… 
Isso é um assartin, uai… 
Levanto os braço e fica quetin que esse trem na minha mão tá cheio de bala… 
Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje… 
Vai andando, uai, tá esperando o que, uai. 
Assaltante Gaúcho: 
O gurí, ficas atento… 
Báh, isso é um assalto… 
Levantas os braços e te aquieta, tchê! 
Não tente nada e tome cuidado que esse facão corta que é uma barbaridade…tchê! 
Passa os pilas prá cá! 
E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala! 
Assaltante Carioca: 
Seguiiiinnte, bicho… 
Tu ta lascado, isso é um assalto… 
Passa a grana e levanta os braços rapa… Não fica de bobeira que eu atiro bem pra 
cacete… 
Vai andando e se olhar pra trás vira presunto… 
Assaltante Baiano: 
Ô meu rei…(longa pausa)… isso é um assalto… 
Levanta os braços, mas não se avexe não… 
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado…Vai passando a grana, bem devagarinho… 
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado… 
Não esquenta, meu irmãozinho, vou deixar teus documentos na próxima encruzilhada… 
Assaltante Paulista: 
Ôrra, meu… Isso é um assalto, cara… 
Alevanta os braços, meu… 
Passa a grana logo, ô meu… 
Mais rápido,ô meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso 
do jogo do Curintia, meu… 
Pô, se manda, meu… 
Apesar da língua oficial ser a Língua Portuguesa, o português do Brasil é diferente do 
português de Portugal. 
Observe algumas diferenças: 
 Na pronúncia: 
Pronúncia no Brasil Pronúncia em Portugal 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
menino m'nino 
esperança esp'rança 
pedaço p'daço 
No vocabulário: 
Português do Brasil Português de Portugal 
abridor tira-cápsulas 
açougue talho 
aeromoça hospedeira de bordo 
apostila sebenta 
bala rebuçado 
banheiro casa de banho 
cafezinho bica 
caixa, caixinha boceta 
calcinha cueca 
carteira de identidade bilhete de identidade 
carteira de motorista carta de condução 
celular telemóvel 
conversível descapotável 
faixa de pedestres passadeira 
fila fila ou bicha (gíria) 
geladeira frigorífico 
grampeador agrafador 
história em quadrinhos banda desenhada 
injeção injeção ou pica (gíria) 
meias peúgas 
ônibus autocarro 
pedestre peão 
ponto de ônibus paragem 
professor particular explicador 
sanduíche sandes 
sorvete gelado 
suco sumo 
trem comboio 
vitrine montra 
xícara chávena 
Na sintaxe: 
- Colocação do pronome oblíquo em início de frase. 
Português do Brasil Português de Portugal 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
Me dá um presente? Dá-me um presente? 
- Emprego da preposição em, ao invés de a. 
Português do Brasil Português de Portugal 
Vou na escola hoje. Vou à escola hoje. 
- Uso frequente de gerúndio, ao invés de infinitivo precedido de preposição. 
Português do Brasil Português de Portugal 
Estou preparando o almoço. Estou a preparar o almoço. 
 
As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo 
um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma 
variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o 
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes 
antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para 
um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida. 
 
2. Os registros – Para Travaglia (1997), são variedades que ocorrem em função do 
uso que se faz da língua, conforme a situação em que o usuário e o interlocutor estão 
envolvidos. Podem ocorrer tanto na língua padrão quanto nas variedades da língua não 
padrão. As principais delas dizem respeito ao uso da língua em situações de 
oralidade/escrita e de formalidade/informalidade. 
 
. 
 
Oralidade e escrita 
 
 
Nos dias de hoje, a maior parte dos brasileiros sabe ler e escrever. Por isso existe a 
tendência de a língua oral e a língua escrita se tornarem parecidas, pois, quanto mais as 
pessoas têm acesso à língua escrita, mais utilizam na fala as características da escrita. 
 
Apesar disso, quando escrevemos, temos condições de escolher bem as palavras, de 
corrigir o texto e melhora-lo até transmitir exatamente o que desejamos. Já na fala não 
há essa possibilidade. As correções, quando existem, são feitas na hora; além disso, a 
linguagem apresenta repetições, quebras na seqüência de idéias, problemas de 
concordância e várias expressões de apoio, como né?, tá?, entendeu?, hum...etc. 
 
Formalidade e informalidade 
 
Às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de modo diferente 
do habitual. Por exemplo, quando falamos em público, quando conversamos com 
pessoas mais instruídas do que nós ou com pessoas que ocupam cargos ou posição 
elevada. Nessas situações, quase sempre empregamos a língua formal, isto é, falamos 
de modo cuidadoso, evitando gírias, expressões grosseiras e palavras ou expressões que 
demonstrem intimidade com o interlocutor, como fofinha, safado, pra caramba, dia 
de cão, é um saco!, etc. Se, entretanto, temos familiaridade com a pessoa com quem 
falamos, empregamos normalmente a língua informal. 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
 
 
 
 
 
Principais diferenças entre oralidade e escrita 
 
Oralidade Escrita 
O momento de produção e o de recepção 
do texto são simultâneos. 
Há defasagem entre o momento de 
produção e o de recepção. 
É possível negociar o sentido com o 
interlocutor e, também, corrigir-se. 
O autor deve antecipar possíveis dúvidas 
do leitor e tratar de esclarecê-las ainda no 
momento de produção. 
O texto é construído para comunicar-se 
melhor, os interlocutores interagem o 
tempo todo, usando tanto a linguagem 
verbal quanto a não verbal. 
O autor produz o texto solitariamente e, 
depois, o leitor deve reconstruir seus 
significados também sozinho. 
É impossível “voltar atrás” no que foi 
dito. 
´´E possível revisar o texto quantas vezes 
for necessário. 
O processo de produção é transparente: o 
interlocutor “vê” seus erros e correções. 
O processo de produção fica oculto: o 
leitor tem acesso apenas ao texto final. 
É impossível consultar outras fontes 
durante a produção. 
É possível consultar outras fontes e checar 
as informações. 
O planejamento é local; enquanto está 
falando uma frase, a pessoa pensa na 
próxima. 
O planejamento é global: a pessoa planeja 
o texto como um todo e, caso se desvie do 
plano inicial, pode aceitar a nova ordem 
ou voltar atrás. 
Tende a haver maior tolerância a erros e, 
portanto, mais informalidade. 
Tende a haver maior cobrança e, portanto, 
mais formalidade. 
A obediência à norma padrão costuma ser 
menos rígida. Por exemplo, as marcas de 
plural às vezes desaparecem. 
A norma padrão costuma ser seguida com 
mais rigor, até porque é possível revisar o 
texto. 
Predomínio de frases curtas e simples: 
“Bom dia, pessoal! Hoje a gente vai dar 
uma recordada na equação de segundo 
grau. Vamos abrir o livro na página 10 
que eu já explico”. 
Predomínio de frases longas e complexas: 
“Para a primeira aula, está prevista uma 
revisão dos fundamentos de cálculo, a 
começar pela equação de segundo grau. 
Os alunos resolverão uma série de 
problemas em sala, sob a supervisão do 
professor”. 
Predomínio da voz ativa e da ordem 
direta: “Vamos revisar os fundamentos de 
Uso frequente da voz passiva e da ordem 
indireta: “Serão revisados os fundamentos 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
cálculo”. de cálculo”. 
Abundância de “frases quebradas” 
(anacolutos): “Essas optativas, precisa 
fazer o pré-requisito primeiro”. 
Maior linearidade na composição das 
frases: “Para inscrever-se nas disciplinas 
optativas, é preciso ter cumprido os pré-
requisitos". 
 
Fonte: GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 
2011. 
 
Para aprofundar seu conhecimento... 
 
Algumas diferenças regionais no Brasil (influência) 
 
 
Amazônia 
 
Região Nordeste 
 
Tupi importado: A Amazônia fala de um 
modo bem diferente do vizinho Nordeste. 
A razão para isso é que lá quase não 
houve escravidão de africanos. 
Predominou a influência do tupi, língua 
que não era falada pelos índios da região, 
mas foi importada por jesuítasno processo 
de evangelização. 
 
 
Minha tchia: 
 O litoral nordestino recebeu muitos 
escravos negros, enquanto o interior 
encheu-se de índios expulsos da costa 
pelos portugueses. Isso explica algumas 
diferenças dialetais. No Recôncavo 
Baiano, o "t" às vezes é pronunciado 
como se fosse "tch". É o caso de "tia", que 
soa como "tchia". Ou de "muito", 
frequentemente pronunciado "mutcho'". 
No interior, predomina o "t" seco, dito 
com a língua atrás dos dentes. 
 
 
 
Minas Gerais São Paulo 
Maternidade: A exploração do ouro 
levou gente do Brasil todo para Minas no 
século XVIII. Como toda a mão-de-obra 
se ocupava da mineração, foi necessário 
criar rotas de comércio para importar 
comida. Uma delas ligava a zona do 
minério com o atual Rio Grande do Sul, 
onde se criavam mulas, via São Paulo. As 
mulas, que não se reproduzem, eram 
constantemente importadas para escoar 
ouro e trazer alimentos. Também 
espalharam a língua brasileira pelo 
centrosul 
Porrrrta: Até o século passado, a cidade 
de São Paulo falava o dialeto caipira, 
característico da região de Piracicaba. A 
principal marca desse sotaque é o "r" 
muito puxado. A chegada dos migrantes, 
que vieram com a industrialização, diluiu 
esse dialeto e criou um novo sotaque 
paulistano, fruto da combinação de 
influências estrangeiras e de outras 
regiões brasileiras. 
 
Rio de Janeiro Região Sul 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
Chiado europeu: Quando a família real 
portuguesa mudou-se para o Rio, em 
1808, fugindo de Napoleão, trouxe 16.000 
lusitanos. A cidade tinha 50 mil 
habitantes. Essa gente toda mudou o jeito 
de falar carioca. Data daí o chiado no "s", 
como em "festa", que fica parecendo 
"feishta". Os portugueses também chiam 
no "s". 
Tu e você: Os tropeiros paulistas entraram 
no Sul no século XVIII pelo interior, 
passando por Curitiba. O litoral sulista foi 
ocupado pelo governo português na 
mesma época com a transferência de 
imigrantes das Ilhas Açores. A isso se 
deve a formação de dois dialetos. Na 
costa, fala-se "tu", como é comum até 
hoje em Portugal. No interior de Santa 
Catarina, adota-se o "você", 
provavelmente espalhado pelos paulistas. 
Disponível em: 
http://www.ple.uem.br/3celli_anais/trabalhos/estudos_linguisticos/pfd_linguisticos/095.pdf 
 
Vimos, então, que nossa língua é rica e permite diversas variações, como as que vimos. 
É bom lembrar que não há uma ou outra forma de se expressar melhor do que outra. As 
pessoas, em cada lugar, em cada época, de acordo com suas necessidades, utilizam a 
linguagem necessária para se comunicarem. 
 
Devemos, então, buscar a adaptação a essas diversas formas de expressão, para que 
possamos nos comunicar de maneira eficiente, sem qualquer tipo de preconceito. Por 
falar nisso, você tem algum tipo de preconceito linguístico? 
Para refletir sobre o Preconceito Linguístico, recomendo a leitura do livro de Marcos 
Bagno “Preconceito linguístico: o que é, como se faz” (Ed. Loyola) 
Disponível em: 
http://files.comunidades.net/ramalde/marcosbagnopreconceitolinguistico100619193317
phpapp01.pdf 
 
Para aprofundar... 
Assista o vídeo sobre variações linguísticas (10:28), disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=_Y1-ibJcXW0#aid=P8Ii3Bz5zzw 
 
 
Comunicação e Expressão – Variedades lingüísticas (TEXTO) Profª Margarida Rocha 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CAMACHO, R. (1988). A variação lingüística. In: Subsídios à proposta curricular de 
Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da Educação do Estado de São 
Paulo, p. 29-41 
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: 
Texto, semântica e interação. São Paulo: Atual. 1999. 
__________________. Português: Linguagens. São Paulo: Atual. 2006. 
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. SP: Ática, 1994. 
FERREIRA, Mauro. Entre palavras. São Paulo:FTD,2006 
www.dsignos.com.br. Dicas de Português.Virgínia Maria Antunes de Jesus.

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