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Relatorio processos quimicos - PET, PVC e PE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS 
PROFESSOR DR. JOSÉ HILUY 
 
 
 
Maria do Socorro Teotônio 
Maxwell Lima Maia 
 
 
 
PETROQUÍMICA I 
Polietileno (PE), Politeraftalato de Etileno (PET) e 
Policloreto de Vinila (PVC) 
 
 
 
 
 
Fortaleza - CE 
2016 
 
2 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇAO ........................................................................................................ 3 
2. HISTORICO DOS POLIMEROS ............................................................................. 4 
3. INTRODUÇÃO AOS POLIMEROS ........................................................................ 7 
3.1. Refinaria e cadeia petroquímica......................................................................... 7 
3.2. Polímeros e suas classificações .......................................................................... 8 
4. FORMAÇÃO DO PE .............................................................................................. 12 
5. FORMAÇÃO DO PVC ........................................................................................... 14 
6. FORMAÇAO DO PET ........................................................................................... 16 
7. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS PRODUTOS 
POLIMÉRICOS ............................................................................................................. 17 
7.1. Produção das resinas ........................................................................................ 17 
7.2. Preparação dos plásticos .................................................................................. 19 
7.3. Fabricação dos semimanufaturados ................................................................. 20 
8. ECONOMIA MUNDIAL ....................................................................................... 22 
9. ECONOMIA NO BRASIL ..................................................................................... 23 
10. RESIDUOS SÓLIDOS E RECICLAGEM ......................................................... 25 
11. GARGALOS DA PRODUÇAO E ROTAS ALTERNATIVAS ......................... 28 
12. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 29 
13. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 30 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇAO 
Este trabalho vem mencionar a pesquisa feita sobre os processos químicos dos 
polímeros. Ressaltando a evolução histórica, ao processamento do petróleo nas 
refinarias, a cadeia petroquímica, as classificações dos polímeros, as etapas dos 
processos químicos de produção, o domínio econômico mundial e brasileiro, bem como 
os impactos ambientais e os gargalos atuais no combate a reduzir os impactos através da 
reciclagem e da reutilização. Nos dias de hoje, o plástico é considerado essencial para o 
progresso da humanidade. O aperfeiçoamento das tecnologias de transformação viaja na 
mesma intensidade da história dos polímeros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. HISTORICO DOS POLIMEROS 
A utilização de macromoléculas como a celulose já é abordada há bastante 
tempo pela humanidade, desde a época do Antigo Egito. A celulose é a matéria prima 
formada a partir das paredes celulares dos vegetais. Os povos eram conhecedores dos 
tecidos como linho, algodão, seda e lã. Naquela época existia uma grande dificuldade 
em acha-los, também havia dificuldade para exportação devido aos conflitos, a demora 
nas navegações. Com a escassez da matéria prima e inspirados no trabalho de Reaumur, 
um físico criador de um termômetro, alguns cientistas da época começaram a testar as 
sínteses de alguns materiais naturais. Sabia-se que a celulose é insolúvel em água e em 
solventes orgânicos habituais de laboratórios, mas que se dissolvia em algumas soluções 
ácidas e básicas. Sua composição química é um hidrato de carbono, parente do açúcar e 
do amido e reagindo como um álcool. Em forma quase pura é extraída das fibras do 
algodão, mas qualquer vegetal a contém: folhas de capim, cascas de árvores, bagaço de 
cana. Estruturalmente, a celulose é uma dessas moléculas encadeadas e polimerizadas, 
como a borracha natural. 
Entre 1840-1850 John Mercer, estampador inglês, mergulhando panos de 
algodão num banho de soda cáustica, criou o algodão mercerizado, mais suave ao tacto 
e mais fácil de tingir. Assim, isso impulsionou os cientistas a começaram a fazer 
inúmeras sínteses em laboratórios utilizando-se de várias moléculas naturais. 
Em 1846, o químico Schönbein, tratou o algodão com ácido nítrico e produziu a 
nitrocelulose, o chamado algodão-pólvora. 
Tal descoberta impulsionou o inglês Alexander Parker, em 1855, a analisar a 
nitrocelulose e a canfora em solução alcoólica, cujo 
material orgânico foi chamado de parkesina. Quando 
aquecido ele poderia ser moldado de diferentes formas, 
mas quando esfriava observava-se que endurecia e não 
se deformava, essa foi a primeira polimerização do 
plástico sintético. 
Em 1835 Justus Von Liebig trabalhando 
com seus alunos fez a reação do 1,2-dicloroetano 
com hidróxido de potássio em solução alcoólica e 
observou a formação de um gás a temperatura 
ambiente com ponto de ebulição de -13,8
°
C, que 
Figura 1: Parkesina. 
Figura 2: Justus Von Liebig 
5 
 
denominou de cloreto de Vinila. 
 Esse estudo foi continuado em 1872 por Baumann, ele detalhou que em 
ampolas seladas contendo Cloreto de Vinila quando expostas a luz solar passavam de 
gás para um sólido de coloração branca, chamado de Monômero de Cloreto de Vinila, 
MVC. Além dos tecidos sintéticos, outros fatores também impulsionaram essas 
primeiras sínteses. Até então, tais objetos como pentes, botões, objetos de enfeites e 
jogos, como as bolas de bilhar eram fabricadas a partir de dentes, de cascos e de chifre 
dos animais. Nos Estados Unidos e parte da Europa havia muitas jogatinas, com o 
aumento do preço do marfim e a ameaça a população de elefantes, essas casas de jogos 
sofreram um forte abalo e com isso houve a necessidade de substituir esses materiais. 
Esse foi o pontapé inicial para a corrida sintética. Em 
1907 Baekeland, químico belga, trabalhando em 
pesquisas sobre plásticos descobriu como controlar a 
reação que deu origem ao fenol formaldeído, esta foi a 
primeira resina sintética quimicamente estável e 
resistente ao calor, que chamou de baquelita. Em 
1912, Fritz Klatte, alemão, estudando os 
procedimentos de formação do cloreto de Vinila descobriu que, por meio da chamada 
rota do acetileno, poderia reagir o eteno com o cloreto de hidrogênio e formar o MVC, 
mais a frente adicionou ao MVC alguns aditivos e iniciadores do tipo peróxidos 
orgânicos dando origem ao Polímero Policloreto de Vinila (PVC). Algumas 
dificuldades foram encontradas, tais como, a instabilidade térmica e a falta de 
equipamentos para processar o PVC. 
 
Figura 4: estrutura molecular do PVC 
 
 
 
 
Figura 3: Fenol Formaldeído 
6 
 
Em 1928 Ziegler e Nafta, 
contribuíram com a descoberta de 
catalizadores a base de uma série de 
compostos organometálicos e sais 
baseados principalmente em chumbo, 
misturando o PVC com esses catalisadores 
o que tornou altamente flexível e 
estabilidade ao calor. Em 1935 Fawcett e 
Gibson, britânicos, criaram uma forma sólida de polietileno, PE, que foi usado 
comercialmente para isolar cabos de radar durante a Segunda Guerra Mundial. Em 
1953, Ziegler e Holzkamp inventaram o polietilenode alta densidade. Dois anos depois, 
o PEAD foi produzido como tubo, rendendo a Ziegler o Nobel. No período da Segunda 
Guerra Mundial houve uma crise no setor têxtil que ainda era muito dependente das 
fibras naturais e essa falta impulsionou a produção em larga escala. Os ingleses 
Whinfield e Dickson sintetizaram o ácido tereftálico e o etileno glicol, formando o 
poliéster, o PET, um polímero termoplástico que constitui tanto fibras de algodão 
sintético como embalagens de bebidas. Após isso estourou, um bum, na fase 
petroquímica dos polímeros, onde o consumo dos produtos passou a se popularizar entre 
os tecidos sintéticos, no ramo alimentício, nos segmento automobilístico e na 
construção civil. Com a introdução dos plásticos no mercado mundial, novas demandas 
foram surgindo, como produtos descartáveis, artigos para o lazer, eletroeletrônicos entre 
outros. 
 No Brasil surgiram algumas Associações como a ABIPLAST (Associação 
Brasileira da Indústria dos Plásticos) que 
representam o setor no país incentivando a 
novas tecnologias, processos e a pesquisa de 
produtos com foco na sustentabilidade. 
Odebrecht foi a primeira multinacional 
brasileira que iniciou no setor petroquímico 
a partir da compra de 33% da Companhia 
Petroquímica Camaçari (CPC). O 
surgimento da BRASKEM foi com a integração das empresas como Copene, OPP, 
Trikem, Proppet, Nitrocarbono e Polialden e outras que se uniram a Odebrecht, 
fortalecendo o mercado e atualmente o grupo é líder na América Latina com bases 
Figura 5: Ziegler e Natta 
Figura 6: Vista da Petroquímica BRASKEM 
7 
 
operacionais no Brasil, Argentina e Estados Unidos. O surgimento do Instituto do PVC, 
1997, representando a união de todos os segmentos da cadeia produtiva do PVC. 
3. INTRODUÇÃO AOS POLIMEROS 
3.1. Refinaria e cadeia petroquímica 
O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos, que ao ser 
extraído, vem cheio de impurezas que são separadas por meios de processo físicos. 
Esses processos de separação física ocorrem nas próprias plataformas de petróleo ou o 
petróleo é transportado até a uma unidade de refinaria. Nas refinarias, o petróleo passa 
por um ciclo de refino antes de ir para uma indústria petroquímica. No ciclo de refino, 
há três processos básicos: 
Destilação: Onde ocorrem os processos de separação dos derivados. 
Temperaturas variando de 50°C no topo da torre de destilação e de 400°C no fundo da 
torre de destilação são usadas para separar os subprodutos do petróleo. A torre é 
dividida em pratos e cada prato coleta um determinado subproduto do petróleo. 
Conversão: Nesse processo, as partes pesadas e de menor valor do petróleo são 
transformadas em moléculas menores, dando origem a derivados mais nobres, 
aumentando o aproveitamento do petróleo. 
Tratamento: processo que adequam os derivados á qualidade exigida pelo 
mercado. 
Depois desse ciclo os derivados são transportados até uma indústria 
petroquímica, que normalmente ficam próximas às refinarias. 
8 
 
 
Figura 7: Fluxograma do refino de petróleo 
A cadeia petroquímica é extremamente longa e diferenciada, em seus produtos e 
também nos elementos econômicos. As centrais petroquímicas recebem o gás natural e 
a nafta para transforma-los em produtos poliméricos finais que serão inseridos em 
produtos sofisticados. 
 
Figura 8: Cadeia petroquímica 
3.2. Polímeros e suas classificações 
Esses produtos poliméricos são compostos por polímeros que são 
macromoléculas formadas por unidades menores e de baixa massa molar, chamados de 
monômeros. Mas nem todos os compostos de baixa massa molar podem gerar 
P
ET
R
Ó
LE
O
 
DESSALINIZAÇÃO PRÉ-FLASH 
ESTABILIZAÇÃO 
GLP 
NAFTA GASOLINA 
NAFTA LEVE 
INDUSTRIA 
PETROQUÍMICA 
NAFTA MÉDIA 
FORNO 
DESTILAÇÃO 
ATMOSFERICA 
NAFTA PESADA 
QUEROSENE 
DIESEL LEVE 
DIESEL PESADO 
DESTILAÇÃO Á 
VÁCUO 
GASÓLEO LEVE 
GASÓLEO PESADO 
ASFALTO 
9 
 
polímeros. Para isso é necessário que os monômeros sejam capazes de combinarem 
entre si através de seus pontos reativos (um grupo funcional reativo ou duplas ligações 
reativas). 
 
Figura 9: Monômeros com grupos funcionais ativos 
 
Figura 10: Monômeros com duplas ligações reativas 
Figura: monômeros com duplas ligações reativas. 
Os polímeros podem ser formados por polimerização de adição, formada pela 
junção de monômeros todos idênticos entre si, ou por polimerização de condensação, 
formado pela junção de dois ou mais monômeros distintos entre si. Os polímeros podem 
ser unidos em dois tipos: 
 - Homopolímeros, que são unidos pelo mesmo tipo de monômeros como o PE e o 
PVC. 
- Copolímeros, que são unidos pelos diferentes tipos de monômeros como o PET. 
10 
 
 
 Figura 11: Homopolímeros e copolímeros 
Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais tem sua matéria 
prima a partir de animais, como por exemplo, a seda, e em maior parte dos vegetais, 
como por exemplo, a celulose, o amida, etc. Já os sintéticos são os apresentados com 
maior enfoque nesse trabalho, os sintetizados em laboratório. 
Quanto à classificação, os polímeros podem ser: 
- Termofixos, não podem ser remoldados pelo aquecimento, eles são moldáveis até 
certo estagio do processamento, bem como até uma temperatura, mas ao final torna-se 
um sólido rígido difícil de ser reciclados, exemplos UP, PF, EP. 
- Termoelásticos, estes são mais resistentes à variação de temperatura, no caso são as 
borrachas sintéticas, como por exemplo, o PUR. 
- Termoplásticos, são aqueles que podem ser remoldados, amolecem quando aquecidos, 
esse processo pode ser repetido inúmeras vezes, com um mínimo de degradação em sua 
estrutura. 
 Quanto as Estruturas dos Termoplásticos, podem ser: 
- Semicristalino de cadeias lineares, como PP, PE, PET. 
- Amorfos de cadeias ramificadas, como PC, PS, PVC. 
11 
 
 
Figura 13: Classificação dos polímeros 
 
 
 
 
P
LÁ
ST
IC
O
S 
TERMOPLÁSTICOS 
SEMICRISTALINOS 
PP 
PE 
PET 
AMORFOS 
PC 
PS 
PVC 
TERMOFÍXOS 
UP 
PF 
EP 
TERMOELASTICOS PUR 
Figura 12: Termoplásticos amorfos e cristalinos 
12 
 
4. FORMAÇÃO DO PE 
O PE (Polietileno) é formado a partir de monômeros de etileno C2H4, 
constituído basicamente por carbono e hidrogênio, através da polimerização de adição. 
 
Figura 14: Reação de polimerização do eteno 
É semicristalino, flexível, translúcido, inflamável, possui maior resistência a 
impactos e dependendo das condições reacionais e do catalisador pode ser obtido 
polietileno de alta ou de baixa densidade. Pode ser produzido em variadas densidades e 
temperaturas, fator determinante para especificação dos produtos. São leves e atóxicos 
podendo entrar em contato com os alimentos e produtos farmacêuticos sem transmitir 
sabor ou odor. Abaixo as características dos dois principais tipos de Polietileno 
(Polietileno de Baixa Densidade – PEBD e o Polietileno de Alta Densidade – PEAD). 
 PEBD PEAD 
Tipos de polimerização RADICAIS LIVRES COORDENAÇÃO 
Pressão da polimerização (atm.) Alta 1000-3000 Baixa 1-30 
Temperatura reacional (°C) Alta 100-300 Baixa 50-100 
Tipo de cadeia Ramificada - Linear - 
DENSIDADE (g/cm
3
) Baixa 0,91-0,94 Alta 0,94-0,97 
Cristalinidade (%) Baixa 50-70 Alta Até 95 
Tm (°C) 
Baixa 110-125 Alta 130-135 
Tabela 1: Características e comparações entre PEAD e PEBD 
13 
 
Dependendo das condições do meio reacional e do sistema catalítico empregados na 
polimerização, cinco tipos diferentes de polietileno podem ser produzidos: 
 Polietileno de Alta Densidade – PEAD 
 Polietileno de BaixaDensidade – PEBD 
 Polietileno Linear de Baixa Densidade – PELBD 
 Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular – PEUAPM 
 Polietileno de Ultra Baixa Densidade - PEUBD 
 
Figura 15: Produtos fabricados a partir de vários tipos de polietileno 
Existem dois tipos de catalisadores Ziegler-Natta, os do tipo Convencionais que 
partem de vários sítios ativos tornando a dispersão do sistema catalítico heterogêneo e 
possibilitando um menor rendimento. Já os catalisadores Metalocênicos, são capazes de 
produzir resinas etilênicas com propriedades diferenciadas, devido ao fato de que a 
incorporação e a dispersão do sistema catalítico são homogêneas e uniformes, 
aumentando assim o rendimento. 
 
Figura 16: Estrutura dos catalizadores 
 
14 
 
5. FORMAÇÃO DO PVC 
 O PVC (Poli Cloreto de Vinila) é formado pelo processo de polimerização de 
adição. É constituída de etileno e cloro, a reação química é feita através do etileno, 
origem do petróleo, e do cloro, origem das salmouras. Ambos em fase aquosa produzem 
o Dicloroetano (DCE), monômero do Cloreto de Vinila, este insolúvel. Após serão 
adicionados os variados tipos de aditivos para formação do Policloreto de Vinila, PVC, 
um sólido branco, fino e inerte. É o único dos polímeros que não é 100% originário do 
petróleo. A partir da Salmoura pelo processo de eletrólise obtém-se o cloro e a partir do 
petróleo obtém-se o Eteno, onde a composição é de 57% e 43% respectivamente na 
resina do polímero. 
 
Figura 17: rota de produção do PVC 
Os tipos de PVC: 
- Rígido tem característica básica a dureza e a 
tenacidade podendo conter em suas formulações, 
aditivos que melhoram as suas propriedades, entre elas 
a baixa inflamabilidade, grande resistências à 
corrosão, bom isolante elétrico e térmico. 
 
- Flexível é facilmente moldável devido a adição de 
plastificante a resina, porém de baixa resistência 
química. 
Figura 18: Tubos de PVC 
Figura 19: Cabos e fios de PVC 
15 
 
 
- Plastisol e Organosol são resinas específicas para a pasta. 
O plastisol pode ser definido como o produto da dispersão 
da resina vinilíca em líquido constituído exclusivamente 
por plastificantes, já no Organosol, parte do líquido é 
constituída de solventes orgânicos. São resistentes à água, 
óleos, fungos, ataque químico e intemperismo. 
 
 Gráfico representativo do tempo de vida útil dos materiais plásticos: 
 
Figura 21: tempo de vida útil do PVC 
 
 
 
 
 
 
Figura 20: Plastisol e Organosol 
16 
 
6. FORMAÇAO DO PET 
 O PET (Poli Tereftalato de etileno) é um polímero poliéster termoplástico 
formado pela reação de condensação entre o etileno glicol e o ácido tereftalato. Sua 
reação é uma esterificação direta entre um ácido e um álcool. 
 
Figura 22: Reação de formação do PET 
As principais características do PET são a baixa densidade, a transparência, o 
brilho, bom desempenho em diferentes designs, a segurança, a facilidade de moldagem, 
além de proporcionar alta resistência mecânica. 
 Suas principais utilizações são na produção de fibras têxteis e de embalagens de 
bebidas. O PET é um dos mais recentes materiais para embalagem. Embora seja 
largamente utilizada em todo o mundo para a fabricação de embalagens, notadamente 
garrafas para bebidas carbonatadas (refrigerantes, águas com gás, cervejas, etc.), têm 
várias outras utilidades, sendo encontrada em diversos segmentos de mercado. 
 
Figura 23: Tipos de aplicações do PET 
17 
 
7. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS 
PRODUTOS POLIMÉRICOS 
Podemos dividir os processos de fabricação dos produtos poliméricos em três 
grandes etapas: Produção das resinas, preparação dos plásticos e fabricação dos 
semimanufaturados. 
7.1. Produção das resinas 
Nessa etapa são misturados os monômeros para produção dos polímeros 
intermediários, as resinas. Essas resinas podem ser processadas de quatro métodos: Em 
massa, em solução, em suspensão ou em emulsão. 
 Polimerização em massa 
Consiste em adicionar o monômero ao iniciador. A reação se inicia com o 
aquecimento, podendo ser verificada pelo aumento da viscosidade do meio. A grande 
vantagem deste arranjo é um produto final livre de qualquer impureza. Por outro lado, 
sua desvantagem é a dificuldade de se controlar a temperatura, pois sendo a reação de 
polimerização exotérmica, tem-se uma grande geração de calor, o que pode gerar pontos 
quentes dentro do reator, que instabilizará o crescimento da cadeia, aumentando a 
velocidade de término. A morte prematura das cadeias leva a formação de um polímero 
com uma distribuição larga de massa molar. 
 Polimerização em solução 
Consiste em adicionar um solvente ao monômero e ao iniciador, para que possa 
controlar a temperatura e evitar o problema no caso descrito anteriormente. No início, 
todos os componentes (monômero, iniciador e solvente) devem ser solúveis entre si. 
Com o decorrer da reação, tem-se a formação do polímero, que pode ou não ser solúvel 
no meio. Caso seja solúvel, o produto final é uma solução do polímero no solvente, 
normalmente sendo empregada como tal. Caso o polímero seja insolúvel no solvente, 
tem-se a polimerização em lama ou com precipitação. Neste caso, o polímero é 
separado, seco, granulado e utilizado. Com isso, a escolha do solvente é muito 
importante. Industrialmente este é o arranjo físico usado para a polimerização das 
poliolefinas, podendo ser utilizado o próprio monômero com solvente. 
 
18 
 
 Polimerização em suspensão 
Como o uso de solventes é economicamente desinteressante, desenvolveu-se 
uma terceira técnica de polimerização, onde se emprega a água como meio de 
transferência de calor. O iniciador é previamente dissolvido no monômero, e esta 
mistura adicionada água. Um agente de suspensão também é adicionado e inicia-se a 
agitação. Esta dispersará o monômero na forma de pequenas gotas por todo o volume, 
mantendo-as estáveis pela ação do agente de suspensão que envolve cada gota, evitando 
a coalescência delas entre si. Com o aumento da temperatura, tem-se o início da 
polimerização de modo individualizado, em cada uma das gotas. O calor gerado é 
facilmente retirado pela água, mantendo todo o sistema com uma temperatura 
controlada. O produto final são pérolas (ou contas) na dimensão de 0,01 a 1 mm (10 a 
1000 mícrons), que são separadas, lavadas, secas e empregadas. 
 Polimerização em emulsão 
Outra maneira de manter um líquido orgânico (monômero) disperso em água 
ocorre com o uso de um agente emulsificante (sabão). Adiciona-se um sabão à água e 
promove-se uma forte agitação. As moléculas de sabão vão formar miscelas com as 
pontas hidrófobas viradas para dentro e as pontas hidrófilas para fora. Ao se adicionar o 
monômero, parte dele fica na forma de gotas, mas parte irá penetrar nas miscelas (região 
hidrófoba). Adicionando-se um iniciador solúvel em água, a polimerização nas gotas é 
evitada, mas esta vai ocorrer nas miscelas. Com a formação de polímero nas miscelas e 
consequente redução da concentração de monômero, aparecerá uma pressão osmótica 
forçando mais monómero a sair das gotas e imigrar para as miscelas, dando 
continuidade a polimerização. 
19 
 
 
Figura 24: Tipos de produção de resinas 
 
7.2. Preparação dos plásticos 
Tipos de Aditivos 
 A utilização de aditivos no processo da preparação da resina é de fundamental 
importância, pois determina as características especificas. Compete aos aditivos 
melhorar as características físico-químicas e facilitar o processamento tornando as 
resinas mais bem adaptadas a fim gerar melhor rendimento. Processo que necessita de 
alguns cuidados, pois os aditivos ao invésde auxiliar podem modificar ou anular o 
efeito desejado da tal resina. Um exemplo a ser considerado é a resina atóxica se for 
adicionada compostos de chumbo, por falta de cuidado no manuseio, passará a ser 
tóxica. Os tipos de aditivos usados com bastante frequência são: lubrificantes, 
estabilizantes, antioxidantes, plastificantes, cargas, antiestaticos, iniciadores de 
polimerização, fungicidas, bactericidas e muitos outros. 
Os lubrificantes auxiliam no fluxo do composto dentro do equipamento 
evitando a degradação durante a fusão. Eles agem de forma interna diminuindo o atrito 
e a viscosidade melhorando o fluxo em cadeias curtas e de forma externa aumentando o 
ponto de fusão nas cadeias longas. Ésteres e ácidos graxos são os mais comuns nessa 
etapa. 
20 
 
Os estabilizantes auxiliam o aumento do grau da temperatura, diminuindo a 
instabilidade das cadeias impedindo a degradação da resina expostos ao calor e/ou a luz 
UV. Os estabilizantes podem ser do tipo primário que são os sais de chumbo, sabões de 
Cálcio, de Zinco, de Cadmio, de Bário, fosfitos e organocompostos de estanho. Já os do 
tipo secundário derivam da epoxidação dos óleos vegetais insaturados e ésteres 
sintéticos de ácidos graxos. 
Os antioxidantes evitam ou retardam a degradação causada na maioria das vezes 
pela oxidação de suas cadeias tanto no processo de fabricação, estocagem e uso. Para 
ação em longo prazo são de origem fenólica, de ação de proteção durante a fabricação 
são derivam dos fosfitos, os de ação conjunta são os tioésteres. 
Os plastificantes permitem maior flexibilidade reduzindo as forças de atração. 
Eles agem como solvente de diferentes intensidades. Normalmente são adicionados aos 
compostos rígidos para conferir maior flexibilidade. Devido a facilidade de fabricação e 
ao tipo da matéria prima são produzidos nas grandes fabricas de tintas. É composto de 
isobutanol, álcool amilico, anidro ftálico, dentre outro. 
7.3. Fabricação dos semimanufaturados 
De acordo com a utilização, os produtos poliméricos podem ser processados por 
uma extrusora, por sopro ou por injeção. 
 Processamento por extrusão 
É um processo de fabricação contínua de um semimanufaturado. A extrusora é 
um componente padrão em todas as instalações e processo baseados em extrusão. Ela 
tem como função produzir um fundido homogêneo do plástico alimentado utilizando 
uma pressão necessária. A extrusora é composta por um funil, onde se faz a alimentação 
com as resinas, por um parafuso (rosca), que exerce várias funções como, puxar, 
transportar, fundir e homogeneizar, e por um cilindro, onde possuem um sistema de 
aquecimento e as ranhuras longitudinais que proporcionam o transporte do material 
fundido. 
21 
 
 
Figura 25: Esquema de uma extrusora 
 Processamento por sopro 
É o processo de fabricação de produtos termoplásticos vazados, por exemplos, 
garrafas, tanques de veículos, sacos e etc. Para esse processo, além da extrusora, são 
necessárias uma ferramenta de sopro, uma estação de sopro e um molde. 
 
 Figura 26: Instrumentos de sopro 
 Processamento por injeção 
É o processo em que a matéria-prima é transformada em peça pronta em uma 
única etapa podendo ser fabricadas peças desde miligramas até quilogramas. O processo 
se resume em fundir as resinas, homogeneizar, transportar e injetar no molde. O molde 
22 
 
recebe e distribui o fundido, modela o fundido na forma da peça, resfria o molde e 
desmolda. 
 
Figura 27: Esquema de uma injetora 
8. ECONOMIA MUNDIAL 
As principais produtoras no mundo, e como sempre a China que contribui 
sozinha com 24,8% e a Europa que contribui com 20% no PIB no setor de plásticos. 
Esse fator é devido a grande capacidade desses países/blocos econômicos deterem de 
maquinários de ponta e de capital para investimentos em pesquisas inovadoras gerando 
uma alta agregação de valor no produto final. 
 
Figura 28: Gráfico de países/blocos econômicos produtores de plásticos 
23 
 
9. ECONOMIA NO BRASIL 
O modelo de crescimento econômico no setor dos plásticos tem gerado um forte 
valor agregado aos produtos mais modernizados e exigidos no mercado, a maior parte 
deles está mais presentes nos setores da construção civil e automobilístico. Antes os 
plásticos substituíram produtos mais simples como pentes, botões e objetos de enfeites, 
considerados objetos de baixo custo. Com a implantação da cadeia petroquímica no 
Brasil, a expansão de mercado e o desenvolvimento econômico impulsionaram as 
pesquisas e inovações nesse campo. Entretanto alguns dos polímeros produzidos e 
consumidos no Brasil são commodities ou pseudo-commodities, tais como PE, PVC e 
PET. É Vantajosa a produção e adequado para atender às necessidades básicas, tais 
como habitação, saneamento, suprimento de água e área médica. 
Principais Resinas Consumidas no Brasil: 
 
 Figura 29: Resina consumidas no Brasil 
Evolução do Mercado Brasileiro das Resinas Termoplásticas: 
 
Tabela 2: Evolução de mercado dos Polietilenos 
PET 
10% PEBDL 
11% 
PEBD 
14% 
PVC 
19% 
PEAD 
17% 
PP 
29% 
Resinas Termoplásticas 
PET
PEBDL
PEBD
PVC
PEAD
24 
 
 
Tabela 3: evolução de mercado do PVC 
 
 
Tabela 4: Evolução de mercado do PET 
Como podemos observar pelas tabelas quanto ao PE e ao PET houve um 
decréscimo na produção devido ao aumento da reciclagem dos mesmos. Já o PVC pela 
sua dificuldade de reciclar e o aumento na demanda da construção civil houve o 
aumento na produção. 
 
 
25 
 
 
10. RESIDUOS SÓLIDOS E RECICLAGEM 
Segundo estimativas do Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma), o lixo mundial deve ter um aumento de 1,3 bilhões de toneladas para 2,2 
bilhões de toneladas, diariamente, até o ano de 2025. Já no Brasil, cerca de 250 mil 
toneladas de lixo são produzidas diariamente. Veja a composição do lixo no Brasil. 
 
Figura 30: Composição do lixo brasileiro 
Para reduzir essas quantidades de lixo produzidas, alguns desses materiais são 
reciclados. Diversos produtos e embalagens feitos com material plástico apresentam 
algum símbolo que indica que eles são recicláveis. No geral, a reciclagem dos produtos 
plásticos descartados consiste de três processos: coleta e separação, revalorização e 
transformação. 
Na coleta e separação, os resíduos coletados são separados de acordo com o seu 
material. Na etapa de revalorização, o material separado passa por um processo que faz 
com que volte a ser matéria-prima. Na etapa de transformação, o material transformado 
em matéria-prima volta a ser produto. 
lixo organico 
52% 
papel e papelão 
26% 
plásticos 
3% 
metais 
2% 
vidros 
2% 
outros 
15% 
composição do lixo brasileiro 
26 
 
Veja alguns exemplos de produtos transformados após a reciclagem: 
Resinas recicladas Produtos produzidos após a reciclagem 
PEBD/PEAD Envelopes, sacos, sacos para lixo, tubulação para irrigação. 
PVC Mangueiras para jardim, tubulação de esgotos, cones de 
tráfegos, cabos. 
PET Fibras para carpete, tecidos, vassouras, embalagens de produtos 
de limpeza, acessórios diversos. 
Tabela 5: Tipos e produtos produzidos a partir da resina 
Os plásticos podem ser reciclados em três processos: a reciclagem mecânica, a 
reciclagem química e a reciclagem energética. 
A reciclagem mecânica consiste em transformar os plásticos oriundos de sobras 
industriais ou pós-consumo em pequenos grânulos utilizados como matéria-prima de 
outros produtos. Não necessita de uma triagem minuciosa. 
 
 Figura 31: Esquema de reciclagem mecanica 
 
 
27 
 
A reciclagemquímica consiste em reprocessar os plásticos para transformar em 
materiais petroquímicos básicos. Para isso requer uma triagem minuciosa. 
 
 Figura 32: Esquema de reciclagem química 
 
A reciclagem energética consiste na tecnologia que transforma os resíduos 
plásticos em energia térmica e elétrica, aproveitando, por meio da incineração, o poder 
calorífico armazenado neles. 
 
 Figura 33: Esquema de reciclagem energética 
 
 
28 
 
11. GARGALOS DA PRODUÇAO E ROTAS ALTERNATIVAS 
Devido ao aumento do preço do petróleo, por ser uma matéria prima não 
renovável e com aumento na demanda de produtos plásticos, surgiu a necessidade de se 
buscar novas fontes de substituição na produção desses produtos. Como exemplo o PE 
pode ser obtido a partir do bagaço da cana de açúcar, o chamado PE verde. Esse tipo de 
produção é chamado de verde pelo fato de ser uma matéria prima renovável e por 
capturar o CO2 do ambiente evitando que os gases tóxicos se acumulem na atmosfera. 
Abaixo o fluxograma da Rota Alternativa do PE 
 
Figura 34: Rota alternativa do PE 
Numa tentativa de aumentar suas vendas a BRASKEN lançou o selo verde em suas 
embalagens para promover a sua preocupação com meio ambiente. 
 
Figura 35: Selo verde 
29 
 
 
12. CONCLUSÃO 
Podemos concluir com esse estudo de pesquisa que para a produção de uma 
simples embalagem de plásticos é necessário passar por rotas complexas de produção. 
Há grandes exigências de maquinários modernos e de pesquisas cientificas alternativas 
no campo. Cada produto exige uma especialidade, o que encarece o setor produtivo. 
Vale a pena ressaltar que a geração verde não é tão simples o quanto parece, pois há 
uma dificuldade na reciclagem já que reciclar não é mais barato do que produzir. Uma 
rota alternativa atual é a conscientização do reaproveitamento e substituição desses 
produtos por parte dos consumidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
13. BIBLIOGRAFIA 
https://blogdoplastico.wordpress.com/category/resinas/polietileno/ 
 
http://www.institutodopvc.org 
 
http://www.cebrasse.org.br/noticias.php?id_noticia=1903 
 
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_pet_no_
brasil.html 
 
http://www.mundoeducacao.com/quimica/polimero-pet.htm 
 
http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Edvaldo%20Luis%20Rossini_D.pdf 
 
http://www.portalresiduossolidos.com/reciclagem-de-plasticos-polimeros/ 
 
Greif Michaeli; Vosseburger Kaufmann. Tecnologia dos plásticos: PVC. 
Reimpressão/ tradução 2010. São Paulo: ed.Edigar Blucher

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