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CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

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CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
Título X - Arts. 293 a 299 do Código Penal
 
INTRODUÇÃO
 
O homem, por exigência prática e jurídica, diante da multiplicidade das relações sociais, elevou à categoria de imperativo de convivência, a necessidade da crença na legitimidade e autenticidade dos documentos.
Seria ilógico, que a cada transação, fôssemos obrigados a provar a veracidade de um documento. Assim, até prova em contrário, aceita-se , em geral, que os documentos sejam autênticos. A isso dá-se o nome de fé-pública, que é a confiança a priori que os cidadãos depositam na legitimidade dos sinais, documentos, moedas, papeis, aos quais a legislação atribui valor probatório.
 
O Estado tem assim relevante interesse em preservar o objeto jurídico, fé pública, razão pela qual elevou à categoria de crimes os fatos atentatórios a essa objetividade jurídica.
 	Nos delitos deste capítulo a potencialidade de dano, muito embora não sendo elemento típico expresso no tipo, está implícita, já fazendo parte de sua essência. Não há delito de falso sem potencialidade lesiva, possibilidade de dano capaz de iludir a vítima. Se o falso é grosseiro, incapaz de enganar, não ofende a fé-pública, por isso, inexiste crime.
 
DOCUMENTO é considerado todo escrito, devido a um autor determinado, contendo a exposição de fatos ou declaração de vontade, dotado de significação ou relevância jurídica (conceito dado pelo eminente jurista Helena Fragoso). É necessário existir autoria certa, posto que escrito anônimo não é documento. O conteúdo deve expressar manifestação de vontade ou exposição de fatos.
O sujeito passivo é o Estado. Assim será em todos os crimes contra a fé pública.
 FALSIDADE MATERIAL E FALSIDADE IDEOLÓGICA
 Falsidade Material*¹ Falsidade Ideológica*²
 
 Forma do documento. Falsidade de idéia, da 
 Artigo 297 C.P. – Público substância, a essência do documento
 Artigo 298 C.P.- Particular 
 
1 – FALSIDADE MATERIAL - o que se frauda é a própria forma do documento, que é alterada no todo ou em parte, ou é forjado pelo agente, tratando-se de falsificação gráfica ,ou seja, visível.
2 – FALSIDADE IDEOLÓGICA - a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso. É a falsificação de teor ideativo ou intelectual.
 
Falsidade material (documental)
Documento:
Todo escrito devido a um autor determinado, contendo a exposição de fatos ou declaração de vontade, dotado de significação ou relevância jurídica. Necessário autor certo, posto que escrito anônimo não é documento.
 
Tipificação:
Falsificação de documento público - Artigo 297, Código Penal.
 Requisitos: 
	o documento deverá ter: a) Potencialidade lesiva
 b) Limitação da verdade.
 
Sem estes requisitos o fato será atípico, ou será outro crime.
OBS.: Falsificação grosseira não tipifica, não é fato típico. Alterar xerox , documento simples, não é crime
 Cheque é equiparado a um documento público – § 2º, art. 297, CP.
Objeto Material:
A doutrina classifica os documentos públicos em :
 
a) Documento formal e substancialmente público
O documento é formado , criado e emitido por funcionário público no exercício de suas atribuições legais, e seu conteúdo é relativo a questões de natureza pública. Consideram-se como tais, todos os documentos emanados de atos do executivo, legislativo e judiciário , bem como qualquer outro expedido por funcionário público, desde que represente interesse do Estado. Exemplo: R.G., C.N.H., Título de Eleitor, Passaporte, etc.
 
 b) Documento formalmente público, mas substancialmente privado.
Na hipótese, o documento é formado, criado e emitido por funcionário público, mas seu conteúdo é relativo a interesses particulares, p. ex., escritura pública de transferência de propriedade imóvel. O interesse envolvido é particular, mas formalmente o documento é público, sendo a escritura lavrada pelo oficial de registro públicos, dotado de fé-pública, a quem é delegado o exercício dessa atividade.
 	O cheque é equiparado a documento público, por tratar-se de título ao portador ou transmissível por endosso, deixando , portanto , de equiparar-se a documento público quando já apresentado e rejeitado no estabelecimento bancário por falta de fundos. Nessa hipótese desaparece a equiparação por não ser mais transmissível por endosso.
 
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa ou, aplicando-se o parágrafo 1º, do Artigo 297,CP, em se tratando de funcionário público no exercício da função.
 
Ação Física:
Contrafação, significa formar documento, podendo ser total ou parcial. O xerox não autenticado não configura o crime em espécie. Placas de veículos não são consideradas documento público (art. 311, CP).
 
Consumação :
Ocorre com a contrafação (crime de falsidade, porém é mais utilizado para pirataria, ou seja, crime contra a propriedade industrial e intelectual), havendo divergência doutrinária e jurisprudencial sobre a admissibilidade da tentativa.
 	É necessário para comprovar a materialidade do fato, não o suprindo a confissão do agente. Se o documento não for apreendido poderá ser realizado exame indireto.
 	Há entendimento pacífico de inexistir concurso do crime de falso com o crime de uso (art. 304, CP) , uma vez que quem usa, tendo antes ele próprio falsificado o documento, não pode ser punido pelos dois crimes.
 	A Súmula 17 soluciona o impasse sobre a prevalência do crime de estelionato , quando o falso for meio para praticá-lo. Também é pacífico que o crime de falso fica absorvido pelo de sonegação fiscal.
 c) Falsificação de documento particular
A forma de falsificação do documento particular é a mesma da do documento público, não havendo diferença substancial. Entretanto, por razões óbvias , o tratamento penal da falsificação do documento público é mais grave. 
Documento particular é o que é feito sem a intervenção do funcionário público, ou de alguém que tenha fé-pública.
 
Ação Física
A ação física é a mesma do documento comparativo entre a falsidade material e a ideológica.
 
Material
O que se frauda é a própria forma do documento, que é alterada no todo ou em parte, ou é forjado pelo agente, tratando-se de falsificação gráfica ,ou seja, visível.
 
Ideológica
A forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso. É a falsificação de teor ideativo ou intelectual.
 
	Crime
	Artigo – C.P.
	Falsidade de documento público material
	297
	Falsidade de documento público ideológico
	299
	Falsidade de documento particular material
	298
	Falsidade de documento particular ideológico
	299
 
 
Falsidade ideológica
O crime de falsidade ideológica está previsto no Artigo 299, CP e tem como objetivo jurídico a fé-pública.
 
Sujeito passivo
É a coletividade, e secundariamente o particular eventualmente lesado.
 
Sujeito ativo
Pode ser qualquer pessoa.
 
Trata-se de crime doloso, que além do dolo, deve estar presente outro elemento subjetivo do tipo, e consiste na finalidade de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. A falsidade ideológica é um crime formal, não sendo necessário que o dano seja efetivado, bastando a efetiva possibilidade de sua ocorrência. 
 
Abuso de papel em branco assinado - Tem-se entendido na doutrina e jurisprudência que, se o agente se apossou ilegitimamente do papel em branco assinado, ocorrerá o crime de falsidade material, enquanto que, se houver preenchimento do documento com conteúdo diverso dodeterminado, ocorrerá o crime de falsidade ideológica. 
Consumação
Ocorre com a omissão ou inversão direta ou indireta de declaração de documento.
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 289 – Moeda falsa
No capítulo da moeda falsa, temos a falsidade de moeda, figuras equiparadas à moeda, que são utilização, recebimento de boa-fé, e uma figura qualificada. São figuras equiparadas porque eu falsifico, eu fabrico, e fabricar, alterando moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Só cabe para moeda que esteja circulando. Moeda é a unidade monetária estabelecida pelo Estado. Moeda, aqui, refere-se à moeda metálica ou ao papel-moeda. Moeda que não está em circulação ou moeda verdadeira, mas cuja circulação foi desautorizada e recolhida são figuras atípicas. 
Quais as figuras equiparadas? 
§ 1º - É a do sujeito que emprega a moeda falsa. Pode ser que um sujeito falsifique e outro utilize. O que utilizou responde pelo § 1º, enquanto o que fabricou (falsificou) responde pelo caput. 
Quando responderão por um crime somente? Dois responderão pela mesma figura quando houver ajuste prévio: os dois combinam de um deles falsificar e outro derramar no mercado. A figura equiparada será usada quando não houver vínculo subjetivo entre aquele que fabrica e aquele que utiliza.
Temos um tipo misto alternativo: importar, exportar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar e introduzir na circulação moeda falsa. Ele poderá praticar várias condutas, mas responderá por uma apenas. A única que enseja crime permanente é a de guardar. Está preso em flagrante o agente na hora em que foi encontrada a moeda falsa sob seu colchão.
§ 2º - Recebimento de boa-fé: é um crime de menor potencial ofensivo, praticado pelo agente que recebe a moeda falsa de boa-fé, sem dolo. Descoberta que é falsa, ele reintroduz à circulação, com o intuito de não ficar no prejuízo. Neste caso, ele responderá. Se o sujeito recebe a moeda falsa e nunca souber que o é, não há dolo. Não há crime porque previsão de crime culposo aqui. O conhecimento posterior de que é falsa e a reintrodução na circulação são necessários. 
Por fim, temos a figura qualificada, em que na verdade temos um desdobramento. Alguns autores criticam porque acreditam que deveria ser somente uma infração administrativa. É o gerente, diretor, administrador que manda fabricar a moeda em quantidade maior do que a autorizada. Ou então fabricar com metal em quantidade abaixo do que foi estabelecido em lei. A moeda metálica tem que estar dentro das especificações técnicas. Por que é crime? Havendo uma moeda fora das especificações, acha-sei que ela é falsa imediatamente. Se está havendo troca de moedas, o Banco Central recolhe as velhas para evitar a insegurança. 
É um crime próprio pois só pode praticar quem está na Casa da Moeda.
$ 4º: “Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.” A moeda é boa, não falsa, mas não havia sido autorizada sua circulação.
Art. 293 – Falsificação de papéis públicos
O caput emprega o verbo falsificar. Mas a falsificação deve ocorrer por meio da fabricação ou alteração. Fabricar é contrafazer, é imitar a verdade. Alterar é modificar título ou papel que já existe, com violação à fé pública. O inciso I foi modificado pela Lei 11.035/04, passando a ter a seguinte redação: selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo.
Os demais incisos não foram alterados. Dentre eles, cabe destacar o inciso VI: bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município. Neste último caso, incide determinada conduta que tem se revelado muito comum na cidade de São Paulo, no tocante à falsificação de bilhetes do metrô. De qualquer forma, esta modalidade de falsificação, por óbvio, poderá ocorrer em qualquer lugar do Brasil, desde que haja a falsificação,
mediante fabricação ou alteração, de passes ou bilhetes de empresa de transporte.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa. Se se tratar de funcionário público, que venha a cometer o
crime prevalecendo-se do cargo, prevê o art. 295, que a pena será aumentada de 1/6.
A consumação do crime opera-se com a falsificação, mediante fabricação ou alteração. Ainda que não
haja posterior uso, o crime já se consuma. A tentativa, em tese, é possível.
Trata-se de crime formal, instantâneo, comum e de ação livre.
A pena do caput é de reclusão de 2 a 8 anos e multa.
O parágrafo primeiro também ganhou nova redação com o advento da Lei nº 11.035/04. São figuras equiparadas. Os parágrafos seguintes mantiveram a redação original, com a inclusão do parágrafo 5º.
A ação penal, como em todos os demais casos deste título, será pública incondicionada.
Artigo 294 - Apetrechos de falsificação
Não pode haver concurso material entre os artigos 293 e 294, o artigo 293 absorve o artigo 294.
Petrecho de falsificação é FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, POSSUIR OU GUARDAR objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis públicos do artigo 293.
Se o crime for cometido por funcionário público há uma majorante.
Não é crime funcional = rito ordinário
Artigo 295 -
Se o crime for cometido por funcionário público prevalecendo-se do cargo a pena será aumentada de 1/6, portanto, estamos diante de uma majorante. (aplicada na terceira fase do sistema trifásico).
 
Art. 296 - Falsificação de selo ou sinal público.
O caput é absolutamente igual ao disposto no art. 293. A conduta consiste em falsificar, fabricando ou alterando, mas com outros objetos materiais. No inciso I, trata-se de selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estados ou de Municípios. No inciso II, são selos ou sinais atribuídos por lei a entidades de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião.
A pena é de reclusão de 2 a 6 anos e multa.
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Prevê o par. 2º que se o agente por funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, a pena será aumentada de 1/6. Já o sujeito passivo é o Estado e secundariamente eventuais pessoas prejudicadas.
A consumação dá-se com a falsificação, independentemente de uso, ao passo que a tentativa, em tese,
se revela cabível. O parágrafo 1º, por meio da Lei 9983/00, ganhou um inciso III. São figuras equiparadas, que tratam,
na essência, do uso dos selos falsos.
Art. 297- Falsificação de documento público
A conduta consiste em falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro. Trata-se de falsidade material. É o tipo de falsificação que deixa vestígios. Daí a necessidade de perícia para comprovar a
materialidade da infração. O documento é fabricado total ou parcialmente ou passa por processo de alteração. A forma do documento é falsa.
Além dos documentos públicos por definição, existem também os documentos públicos por equiparação,
conforme definição contida no parágrafo 2º do art. 297.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa. Prevê o parágrafo 1º que se o agente por funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, a pena será aumentada de 1/6. Já o sujeito passivo é o Estado e secundariamente eventual pessoa lesada.
A consumação dá-se com a falsificação ou alteração do documento, independentemente de uso. A
tentativa é cabível. A pena do art. 297 é de reclusão de 2 a 6 anos e multa.
A Lei 9983/00 acrescentou dois novos parágrafos ao art. 297. São os parágrafos 3º e 4º. No primeiro
caso, as condutas são comissivas, ao passo que na segunda hipótese, a conduta é omissiva.
 Interessante observar, contudo, que nas hipóteses dos citados parágrafos, os crimes são de falsidade ideológica.
Art. 298 - Falsificação de documento particular.
Não sendo o documento público por definição nem tampouco por equiparação, tem-se um documento particular, que é tutelado pelo art. 298, cuja conduta é exatamente a mesma do art. 297. Muda apenas o objeto material, pois agora,como dito, o documento é particular.
Cabe registrar que nota fiscal é considerada documento particular, mas sua falsificação visando à sonegação de tributos dá ensejo a crime contra a ordem tributária (art. 1º da Lei nº 8137/90).
No mais, quanto aos sujeitos ativo e passivo, consumação e tentativa, aquilo que se discorreu sobre o art. 297, vale também para o art. 298.
A pena, contudo, é diferente. Aqui, é de reclusão de a 1 a 5 anos, e multa.
Art. 299 - Falsidade ideológica.
Trata-se da falsidade que atinge o conteúdo do documento. Também conhecido como falso ideal ou falso intelectual. O documento é verdadeiro quanto à forma e emanado de quem figura como seu autor, mas contém idéia falsa.
O crime pode ser cometido de três formas:
- omitir declaração que deveria constar do documento (conduta omissiva);
- inserir no documento declaração falsa (inverídica) ou diversa da que deveria constar (declaração verdadeira, mas outra deveria constar no documento) - conduta comissiva;
- fazer inserir, ou seja, o agente se vale de interposta pessoa para inserir - é a chamada falsidade mediata.
O art. 299 contém ainda uma elementar subjetiva: finalidade de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Cabe lembrar que neste caso não haverá perícia para sua comprovação.
O sujeito ativo é qualquer pessoa. Se funcionário público: aumento de 1/6 (parágrafo único). O sujeito passivo é Estado e secundariamente a pessoa prejudicada.
A consumação dá-se com a efetiva omissão ou inserção. Crime formal, independe do resultado. A tentativa, na conduta omissiva, não se admite. Nas demais, sim.
Pena: se for documento público: reclusão de 1 a 5 anos e multa. Se documento particular: reclusão de 1
a 3 anos e multa.
Artigo 304 - Uso de documento falso
É crime remetido, remete tanto ao preceito primário quanto secundário para outros tipos penais.
Pena: a mesma do tipo de falsificação do documento usado.
Se a mesma pessoa falsifica (artigo 297) e usa (artigo 304) = não pode haver o concurso material pelos dois crimes, STF entende que a condenação tem que se dar pela falsificação, pois o uso é mero exaurimento do crime.
Súmula 17 do STJ: falsificar um documento público para praticar um estelionato, responde apenas pelo estelionato que é um crime menos grave.
Artigo 301 - Certidão ou atestado ideologicamente falso
Afasta a incidência do artigo 299, pelo principio da especialidade.
Artigo 302 - Falsidade de atestado médico
Afasta o artigo 299 pelo principio da especialidade. Se o médico produz um laudo falso responde por falsidade ideológica.
Artigo 307- Falsa identidade
É atribuir-se ou atribuir a terceiro uma falsa identidade. Exemplo: mentir o nome.
Responde por este crime se o fato não for por um crime mais grave – principio da subsidiariedade.
Se o agente mentir o nome para autoridade em razão de auto-defesa é fato atípico.
 	
 CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA – QUADRO SINÓPTICO
	Titulação do Crime
	Capitulação Legal
	Pena
	Agravante
	
289 – Moeda Falsa
	
Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
	
Reclusão:
 3 a 12 anos e multa
	
	
290 – Crimes assimilados ao de moeda falsa
	
Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; 
Suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; 
Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
	
Reclusão:
 2 a 8 anos,
 e multa.
	
O máximo da reclusão é elevado a 12 anos, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo
	
291 – Petrechos para falsificação de moeda
	
Fabricar, Adquirir, Fornecer, a título oneroso ou gratuito, Possuir ou Guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
	
Reclusão:
 2 a 6 anos,
 e multa
	
	
292 – Emissão de título ao portador sem permissão legal
	
Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
	
Detenção:
 1 a 6 meses, 
 ou multa
	
Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa
	
293 – Falsificação de papéis públicos
	
Falsificar, fabricando-os ou alterando-os, ou Utilizá-los:
- selo postal, estampilha, papel selado ou qualquer papel de emissão legal;
- papel de crédito público, vale postal, cautela de penhor, caderneta de depósito;
- talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução;
- bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município;
	
Reclusão:
 2 a 8 anos, 
 e multa
	
Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização, ou utilizá-los depois de alterados
Pena : reclusão de 1 a 4 anos, e multa
	
294 – Apetrechos de falsificação
	
Fabricar, Adquirir, Fornecer, Possuir ou Guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis no art. 293.
	
Reclusão:
 1 a 3 anos, 
 e multa
	
295 – Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
	
296 – Falsificação do selo ou sinal público
	
Falsificar, fabricando-os, alterando-os ou utilizando-os:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião
	
Reclusão:
 2 a 6 anos, 
 e multa
	
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte
	
297 – Falsificação de documento público
	
Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou Alterar documento público verdadeiro, incluindo-se neste caso o testamento particular e os livros mercantis:
	
Reclusão:
 2 a 6 anos, 
 e multa
	
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte
	
298 – Falsificação de documento particular
	
Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou Alterar documento particular verdadeiro
	
Reclusão:
 1 a 5 anos,
 e multa
	
	
299 – Falsidade Ideológica
	
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele Inserir ou Fazer Inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
	
Reclusão:
 1 a 5 anos, e multa se documento público. 
Reclusão: 
 1 a 3 anos, e multa, se documento particular.
	
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte
	300 – Falso reconhecimento de firma ou letra
	Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
	Reclusão:
 1 a 5 anos, e multa, se documento. público. 
Reclusão: 
 1 a 3 anos, e multa, se documento particular
	
	
301 – Certidão ou atestado ideologicamente falso
	
Atestar ou Certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagemDetenção:
 2 meses a 1 ano
	
	
302 – Falsidade de atestado médico
	
Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso
	
Detenção:
30 dias a 1 ano
	
Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa
	
303 – Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
	
Reproduzir ou Alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça
	
Detenção:
 1 a 3 anos, e multa.
	
Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica
	
304 – Uso de documento falso
	
Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302
	
a mesma cominada à falsificação ou à alteração
	
	
305 – Supressão de documento
	
Destruir, Suprimir ou Ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
	Reclusão:
 2 a 6 anos, e multa se documento público. 
Reclusão:
 1 a 5 anos e
multa, se documento particular
	
	
306 – Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária
	
Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou Usar Marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem
	
Reclusão:
 2 a 6 anos, e multa
	
Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal: Pena: reclusão ou detenção, de 1 a 3 (três) anos, e multa
	
307 – Falsa Identidade
	
Atribuir-se ou Atribuir a Terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem
	
Detenção:
 3 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave
	
	
308 – Falsa Identidade
	
Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou Ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro
	
Detenção:
 4 meses a 2 anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave
	
	
309 – 
Fraude de lei sobre estrangeiro
	
Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu:
	
Detenção:
 1 a 3 anos, e multa
	
Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional. Pena – Reclusão: 1 a 4 anos, e multa
	
310 – Fraude de lei sobre estrangeiro
	
Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: 
	
Detenção:
 6 meses a 3 anos, e multa
	
	
311 – Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
	
Adulterar ou Remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento
	
Reclusão:
 3 a 6 anos, e multa
	Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Comentários ao Código Penal. 6ª ed., São Paulo:Saraiva, 2000;
DELMANTO, Celso, DELMANTO, Roberto, DELMANTO JÚNIOR, Roberto, DELMANTO, Fabio M. de Almeida. Código Penal Comentado – Legislação Complementar. 6ª ed. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Renovar, 2.002;
HUNGRIA, Nelson, LACERDA, Romão Côrtes de, FRAGOSO, Heleno. Comentários ao Código Penal. 5ª ed., vol. VIII. Rio de Janeiro: Forense, 1981;
MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de Direito Penal – Parte especial. vol. 3. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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