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UNIVERSIDADE PAULISTA BACHARELADO EM ENFERMAGEM CAMPUS CASTANHAL DISCENTE Antonia Juliana Costa Santos DOCENTE Vitória Gomes Plácido De Souza ESTUDO DE CASO CLINICO: DIARREIA AGUDA CASTANHAL-2024 Antonia Juliana Costa Santos Trabalho de estudo de caso para obtenção de nota para o estágio obrigatório de Graduação em Enfermagem apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Docente: Vitória Gomes Plácido. NOTA___________ SUMÁRIO 1. Introdução ……………………………………..……………………..…………………..4 2. Questão norteadora ………………………………………………..…………………….8 2. 1. Identificação da pessoa em estudo…………………………..….…………………..8 2.2. Resumo dos problemas………………………………………...……………………...9 3. Fundamentações teóricas…………………………………………...………………….9 4. Alternativas ou propostas (Diagnóstico de Enfermagem)…….….………………...10 5. Ações implantadas .…………………………………………….………………………11 6. Discussão……………………………………………….……….….…………………...11 7. Conclusão……………………..………………………………………………………….11 8. Referencias……………………………………………………...….……………………12 4 INTRODUÇÃO: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas últimas duas décadas, ocorreu globalmente expressiva redução na mortalidade por diarreias infecciosas em crianças com idade inferior a cinco anos. No Brasil, observou-se redução importante na mortalidade infantil que passou de 70 óbitos por mil nascidos vivos na década de 1970 para cerca de 15 óbitos por mil nascidos vivos na década atual. Parcela considerável desta redução foi decorrente da diminuição do número de óbitos por diarreia e desidratação. A diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados. Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e eletrólitos e é um quadro autolimitado. De acordo com a OMS, a doença diarreica pode ser classificada em três categorias: - Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos. A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem. - Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes. Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria. - Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode provocar desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade. A doença diarreica na maior parte das vezes representa uma infecção do tubo digestivo por vírus, bactérias ou protozoários e tem evolução autolimitada, mas pode ter consequências graves como desidratação, desnutrição energético-proteica e óbito. Nem sempre é possível identificar o agente causador do episódio diarreico. CAUSA Os seguintes agentes infecciosos são os que causam a maior parte dos quadros da diarreia aguda: 5 - Vírus - rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial o norovírus) e astrovírus. - Bactérias - E. coli enteropatogênica clássica, E.coli enterotoxigenica, E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa18, Aeromonas, Pleisiomonas, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia - Parasitos - Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isosopora - Fungos – Candida albicans. Eventualmente outras causas podem iniciar o quadro como diarreia tais como: alergia ao leite de vaca, deficiência de lactase, apendicite aguda, uso de laxantes e antibióticos, intoxicação por metais pesados. A invaginação intestinal tem que ser considerada no diagnóstico diferencial da disenteria aguda, principalmente, no lactente. De acordo com a OMS, a anamnese da criança com doença diarreica deve contemplar os seguintes dados: duração da diarreia, número diário de evacuações, presença de sangue nas fezes, número de episódios de vômitos, presença de febre ou outra manifestação clínica, práticas alimentares prévias e vigentes, outros casos de diarreia em casa ou na escola. Deve ser avaliado, também, a oferta e o consumo de líquidos, além do uso de medicamentos e o histórico de imunizações. É importante, também, obter informação sobre a diurese e peso recente, se conhecido. Outro ponto fundamental na avaliação da hidratação da criança com doença diarreica é vincular os achados do exame clínico à conduta a ser adotada. Assim, apesar de existirem outras estratégias para avaliar o estado de hidratação, a proposta da OMS, também adotada pelo MS deve continuar sendo utilizada. A avaliação do estado de hidratação do paciente com diarreia deve ser criteriosa e inclui o exame do estado geral do paciente, dos olhos, se há lágrimas ou não, se o paciente tem sede, o nível de consciência, presença do sinal da prega cutânea, e como se encontra o pulso e o enchimento capilar. Outros achados podem ser importantes quando presentes, traduzindo a gravidade do quadro, tais como nível de alerta, fontanela baixa, saliva espessa, padrão respiratório alterado, ritmo cardíaco acelerado, pulso débil, aumento do tempo de enchimento capilar, extremidades frias, perda de peso, turgência da pele e sede. 6 TRATAMENTO Após ser estabelecido o diagnóstico, conforme as definições apresentadas acima, e realizado exame físico completo com definição do estado de hidratação, deve ser seguido o esquema clássico de tratamento, distribuído em três categorias segundo a presença ou não de desidratação. Se o paciente está com diarreia e está hidratado deverá ser tratado com o Plano A. Se está com diarreia e tem algum grau de desidratação, deve ser tratado com o Plano B. Se tem diarreia e está com desidratação grave, deve ser tratado com o Plano C. É fundamental para o tratamento adequado a reavaliação pediátrica contínua. - Plano A: tratamento no domicílio. É obrigatório aumentar a oferta de líquidos, incluindo o soro de reidratação oral (reposição para prevenir a desidratação) e a manutenção da alimentação. com alimentos que não agravem a diarreia. Deve-se dar mais líquidos do que o paciente ingere normalmente. Além do soro de hidratação oral, são considerados líquidos adequados: sopa de frango com hortaliças e verduras, água de coco, água. São inadequados: refrigerantes, líquidos açucarados, chás, sucos comercializados, café. Deve-se iniciar a suplementação de zinco e manter a alimentação habitual. Os sinais de alarme devem ser enfatizados nesta fase, para serem identificados prontamente na evolução se ocorrerem (aumento da frequência das dejeções líquidas, vômitos frequentes, sangue nas fezes, recusa para ingestão de líquidos, febre, diminuição da atividade, presença de sinais de desidratação, piora do estado geral. PREVENÇÃO DA DESIDRATAÇÃO NO DOMICÍLIO: 1. Oferecer ou ingerir mais líquido que o habitual para prevenir a desidratação; 2. Manter a alimentação habitual para prevenir a desnutrição; 3. Se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer um dos sinais abaixo levá-lo imediatamente ao serviço de saúde; 4. Orientar o paciente ou acompanhante para: Reconhecer os sinais de desidratação,Preparar e administrar a solução de reidratação oral, Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). 7 5. Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias: Até seis meses de idade: 10 mg/dia ou Maiores de seis meses de idade: 20 mg/dia. - Plano B: administrar o soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das perdas vinculadas à desidratação). Manter o aleitamento materno e suspender os outros alimentos (jejum apenas durante o período da terapia de reparação por via oral). Após o término desta fase, retomar os procedimentos do Plano A. De acordo com a OMS é importante que a alimentação seja reiniciada no serviço de saúde para que as mães sejam orientadas quanto à importância da manutenção da alimentação. A primeira regra nesta fase é administrar a solução de terapia de reidratação oral (SRO), entre 50 a 100 mL/Kg, durante 2 a 4 horas. A SRO deve ser oferecida de forma frequente, em quantidades pequenas com colher ou copo, após cada evacuação. A mamadeira não deve ser utilizada. Considera-se fracasso da reidratação oral se as dejeções aumentam, se ocorrem vômitos incoercíveis, ou se a desidratação evolui para grave. Nesta fase deve-se iniciar a suplementação de zinco. PARA EVITAR A DESIDRATAÇÃO POR VIA ORAL NA UNIDADE DE SAÚDE 1. Administrar solução de reidratação oral (SRO); 2. Durante a reidratação reavaliar o paciente seguindo os sinais indicados (avaliação do estado de hidratação); 3. Durante a permanência do paciente ou acompanhante no serviço de saúde, orientar a: Reconhecer os sinais de desidratação, Preparar e administrar a Solução de Reidratação Oral, Praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos). - Plano C: corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral (reparação ou expansão). Em geral, o paciente deve ser mantido no serviço de saúde, em hidratação parenteral de manutenção, até que tenha condições de se alimentar e receber líquidos por via oral na quantidade adequada. As indicações para reidratação venosa são: desidratação grave, contraindicação de hidratação oral (íleo paralítico, abdômen agudo, alteração do estado de consciência ou convulsões), choque hipovolêmico. Podem ser utilizados os seguintes critérios para internação hospitalar: choque hipovolêmico, desidratação grave (perda de peso maior ou igual a 10%), manifestações neurológicas (por exemplo, letargia e convulsões), vômitos biliosos ou de 8 difícil controle, falha na terapia de reidratação oral, suspeita de doença cirúrgica associada ou falta de condições satisfatórias para tratamento domiciliar ou acompanhamento ambulatorial. Os princípios fundamentais para o tratamento da diarreia aguda são a terapia de reidratação e a manutenção de alimentação que atenda as necessidades nutricionais do paciente. Deve ser destacado que apenas o uso do soro de reidratação oral ou parenteral não proporciona nutrição adequada. Por esse motivo, a alimentação deve ser mantida com alimentos de qualidade nas quantidades necessárias. Não deve ser usado leite ou fórmulas lácteas diluídas. Deve-se evitar sucos e refrigerantes com alta osmolaridade. Fórmula láctea sem lactose pode ser útil no tratamento de lactentes hospitalizados com diarreia aguda. ESTUDO DE CASO 2- QUESTÃO NORTEADORA: Diarreia aguda 2.1- Identificação da pessoa em estudo: Paciente, do sexo femino M.J.N de L., com 05 meses de idade, data de nascimento: 02/12/2023, Natural do Estado do Pará, procedente da zona rural do município de Castanhal, compareceu a UBS de Castanhal, acomapnhada de sua genitora que se indentificou como M.C de L relatando a existencia no primeiro dia de fezes amolecidas e aumento na frequência de evacuações, mas a partir do segundo dia, a lactente apresentou-se chorosa e febril ao toque, e os episódios de diarreia se acentuaram, totalizando 4 dejeções/dia volumosas, fétidas, explosivas, sem muco ou sangue. Antecedentes Mórbidos: Nega. Antecedentes Familiares: filha de M.C de L , com 26 anos ede P.N. da C, ambos residem Em Castanhal, em uma casa de alvenaria, com quatro cômodos, um banheiro interno, sistema de iluminação e ventilação adequado, sistema de água encanada funcionando, com sistema de esgoto e coleta de lixo regular. Recordatório alimentar: aleitamento materno exclusivo até 4 meses, quando iniciou fórmula maternizada,mas não teve condições financeiras de continuar, e há 1 mês, substituiu pelo leite integral com amido de milho e papa de frutas 9 2.2 -Resumo dos problemas: Paciente compareceu na unidade básica de saúde as 11:00 no dia, 15/05/2024, com suspeita diagnóstica desidratação, seguida de diarreia aguda, após processo de admissão, paciente foi submetido a triagem e classificação de risco pela enfermeira. Ao exame físico: Criança em regular estado geral, ansiosa, irritada, cabeça simétrica; couro cabelo íntegro e higienizado; olhos fundos; mucosas normocoradas; acuidade visual preservada; boca simétrica; mucosas secas com dentição incompleta; pescoço centrado integro com ausência de nódulos palpáveis; ouvido simétrico íntegro sem presença de cerume; tórax simétrico; AP: murmúrios vesiculares presentes sem ruídos adventícios; AC: BCNF 2T sem sopro; abdômen: doloroso, distendido, com ruídos hidroaéreos; genitália: (SIC) íntegra e higienizada; MMSS: sem alterações; MMII: sem alterações; FF: diurese em pouca quantidade (oliguria) e de aspecto concentrado e evacuação presente com fezes liquidas, explosivas, sem muco ou sangue; SV: Temperatura 37.5°C; FR: 35 irpm; FC: 140bpm; PA: 3 - FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define diarreia aguda como “a mudança do hábito intestinal caracterizada pela ocorrência de eliminação de três ou mais evacuações menos consistentes ou líquidas” por dia, com duração de até 14 dias.8 Alguns autores consideram como diarreia aguda prolongada aquela que apresenta duração entre 7 e 14 dias, podendo indicar a necessidade de investigações. Após este período, passa a ser referida como persistente, a qual pode ser classificada em leve, moderada e grave, exigindo cuidado especial e monitoramento dos pacientes. A diarreia com duração superiora 30 dias, é denominada crônica. A diarreia aguda pode ter causas infecciosas e não infecciosas. Mundialmente, as causas infecciosas apresentam maior prevalência e impacto na saúde das crianças, principalmente nas menores de cinco anos. 10 4- ALTERNATIVAS OU PROPOSTAS (Diagnóstico de Enfermagem): Situação Diagnóstico de Enfermagem Intervenções Resultado Diarreia Risco de desequilíbrio hiroeletrolítico; Nutrição desequilibrada; Motilidde gastrointestinal desequilibrada; Buscar reposição de volume; Orientar quanto ao uso o SRO, Proporcionar uma alimentação adequada Hidratação e reconstruçaõ da flora intestinal Mucosas ressecadas, perda de peso e aumento da concentraçã o urinaria; Volume de líquidos deificente; Eliminação urinaria prejudicada Orientar quanto ao aumento a higestão hídrica; Buscar fornecer reposição volemica adequada se necessário. Mucosas normocoradas e diurese citrica e em boa quantidade. 11 5- AÇÕES IMPLANTADAS: Diante do diagnóstico de diarreia, foi realizado a orientação sobre a importãncia do uso de SRO e aumento na ingesta hidrica; - Orientado ao paciente a buscar ESF para realização de exame fisico e medidas de dados antoprometricos com o obejtivo de observar o aumento ou a diminuição do peso e suplementação necessaria;- Orientar quanto a importancia de manter a caderneta de vacinação em dia, pricipalmente do que se refere ao rotavírus. 6- DISCUSSÃO: Este trabalho relata o diagnóstico e o manejo de um caso de diarreia aguda que desencadeou uma desidratação a nivel ambulatorial, decorrente de fatores desconhecidos. Enfatizamos as dificuldades encontradas durante o processo de orientação sobre a questão alimentar da lactante e a manutençao da caderneta de vacinação em dia. A Atenção Básica (AB) é o local ideal para o acompanhamento integral da lactante no primeiro momento, pois ela é o nível de atenção mais próximo na população e é responsável pelo cuidado longitudinal, integral e coordenado de sua população de referência 7- CONCLUSÃO: A pesquisa contribuiu para enfatizar a importância da educação continuada e da atenção primária através de estratégias de saúde pública são necessárias para a abordagem desses fatores relativos a hábitos e estilos de vida que reduzirão o risco de exposição, trazendo benefícios individuais e coletivos para a prevenção. A diarreia aguda ainda é um grande problema de saúde pública, com grandes repercussões no estado nutricional das crianças, ocasionando atraso no desenvolvimento e crescimento, em especial em crianças previamente desnutridas. É muito importante valorizar a terapia de SRO nas unidades de saúde, evitando soroterapia venosa nos casos em que não houver indicação. O paciente e familiares devem ser orientados quanto à observação dos sinais de alerta, retorno à unidade de saúde sempre que necessário e atentar aos cuidados domiciliares com a higiene pessoal e do ambiente. 12 8. REFERENCIAS: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2023/junho/14/24048aPRESS- GPADiarreia_Aguda_Infecciosa-pSITE.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/sintomas-em-lactentes- ecrian%C3%A7as/diarreia-em-crian%C3%A7as https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-Pratico-Diarreia- Aguda.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi _crian ca_2meses_5anos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/partes/doencas_diarreicas1.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvol viment o.pdf 7. Livro: Diagnósticos de enfermagem da Nanda – I (2018-2020)