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APOSTILA SOBRE TEORIA GERAL DOS FATOS JURIDICOS - 2012

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FACULDADES NOBEL TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS PROFESSOR ALAÉRCIO CARDOSO
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	 Professor Alaércio Cardoso
 PONTO 01
TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS
1. fato jurídico “lato sensu”
2. fato jurídico “stricto sensu”
A) conceito
B) classificação dos fatos jurídicos em sentido estrito 
3. efeitos aquisitivos, modificativos, consevativos e extintivos
3.1.Aquisição de direitos
3.2. Modificação dos direitos
3.3. Conservação (defesa) dos direitos
3.4. Extinção dos direitos
4. ato jurídico “lato sensu”
�
FATO JURÍDICO “LATO SENSU” 
 (EM SENTIDO AMPLO)
É conceituado pela doutrina como sendo “todo evento, dependente ou não da vontade humana capaz de produzir (criar, modificar, conservar ou extinguir) efeitos jurídicos”. “Fato jurídico é aquele acontecimento capaz de produzir efeito (isto é, capaz de criar, modificar, substituir ou extinguir situações jurídicas concretas), trazendo consigo uma potencialidade de produção de efeitos,...”.� Fato jurídico é, portanto, um acontecimento da natureza que repercute na esfera do direito, mediante a produção de efeitos jurídicos.
É o elemento que dá origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas jurídicas.
Para MHD: “Fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem a relação jurídica”.�
O fato natural ou material (ajurídico ou não jurídicos) é o acontecimento da natureza neutro para o direito, por não produzir nenhum efeito jurídico, como, por exemplo, um raio que cai em alto mar, é acontecimento neutro para o direito, uma vez que não produz nenhum efeito (ou conseqüência) jurídica. Para receber a qualificação de fato jurídico, é preciso que ocasione uma conseqüência ou efeito jurídico, criando, modificando ou extinguindo direitos. No mesmo exemplo, se o raio atingisse um navio e o levasse ao naufrágio, aí sim seria um fato jurídico, pois operaria diversas conseqüências jurídicas, tais como, morte de pessoas, perda de propriedade, pagamento de seguro, etc.
O fato jurídico, em sentido amplo (lato sensu), pode resultar:
a) de acontecimento natural – nesse caso teremos o fato jurídico em sentido estrito (stricto sensu);
b) de ação humana – nesse caso, denomina-se ato jurídico.
Exemplos de eventos dependentes da vontade humana: as declarações de vontade em geral unilaterais ou bilaterais, como os contratos, por exemplo.
Exemplo de eventos independentes da vontade humana: nascimento, maioridade, loucura, surdo-mudez, cegueira, viuvez, ausência, morte, parentesco, decurso de tempo, caso fortuito, força maior, etc.
2. fato jurídico “stricto sensu” 
 (EM SENTIDO ESTRITO)
A) CONCEITO
São somente os acontecimentos independentes da vontade humana que produzem efeitos jurídicos, criando, modificando, conservando ou extinguindo direitos.
Como visto no tópico anterior, o fato jurídico em sentido amplo, abrange os acontecimentos dependentes (ato jurídico) ou não dependentes (fato jurídico em sentido estrito) da vontade humana que produzem efeitos jurídicos.
Exemplo de fato jurídico em sentido estrito: um raio atinge um navio, causando o naufrágio, evento esse independente da vontade humana que produz efeitos jurídicos, tais como: o fim da propriedade, o fim da pessoa natural, a abertura da sucessão.
Se o raio caísse em alto-mar, sem nenhuma conseqüência ou dano, seria apenas um fato natural, face à ausência de efeitos jurídicos.
 O decurso do tempo é outro exemplo. Ele produz incontáveis efeitos no mundo jurídico, como, por exemplo, a prescrição, a decadência, a usucapião. 
B) CLASSIFICAÇÃO
Os fatos jurídicos em sentido estrito podem ser classificados, quanto à normalidade, em ordinários e extraordinários.
1. ACONTECIMENTOS ORDINÁRIOS: 
São os fatos da natureza, de ocorrência comum, costumeira, cotidiana, como a morte, nascimento, o decurso do tempo, etc.
Acerca do DECURSO DO TEMPO, algumas considerações oportunas devem ser feitas:
Tempo: intervalo entre dois momentos;
Termo: instante no qual se produz ou se extingue determinado efeito (termo inicial e termo final);
Data: dia em que acontece um fato;
Prazo: intervalo entre dois termos (inicial e final);
Dies a quo = termo inicial: instante no qual se produz o efeito jurídico
Dies ad quem = termo final: instante no qual se extingue o efeito jurídico.
2. ACONTECIMENTOS EXTRAORDINÁRIOS
São caracterizados pela extraordinariedade, são inesperados, às vezes imprevisíveis e até irresistíveis, como, por exemplo, um terremoto, uma enchente, e ainda o caso fortuito e a força maior.
A propósito do caso fortuito (evento totalmente imprevisível) ou de força maior (evento previsível, mas inevitável ou irresistível)� cabem alguns comentários adicionais. 
São conceituados como acontecimentos necessários, a cujos efeitos não é possível evitar ou resistir.
O Código Civil não diferencia o caso fortuito ou de força maior, equiparando-os em relação aos efeitos. Assim, perante a legislação, os efeitos são os mesmos. Por exemplo, se o vendedor não conseguiu entregar o objeto vendido ao comprador no prazo combinado em virtude de uma enchente, não poderá ser obrigado a indenizar o prejuízo já que seu atraso (mora) não decorreu de culpa sua, mas de um caso fortuito ou força maior, conforme artigo 393, do Código Civil:
“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir”.
Requisitos do caso fortuito ou força maior:
objetivo: inevitabilidade do evento;
subjetivo: ausência de culpa na produção do acontecimento.
Não obstante o legislador equiparar, quanto aos efeitos, o caso fortuito e a força maior, há doutrinadores que os diferencia, conforme já demonstrado.
Para Maria Helena Diniz, na força maior “...conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois se trata de um fato da natureza, p. ex.,raio que provoca o incêndio, inundação que danifica produtos, implicando a idéia de relatividade, já que a força do acontecimento é maior que a suposta... No caso fortuito o acidente que gera o dano advém de causa desconhecida, como o cabo elétrico aéreo que se rompe e cai sobre fios telefônicos, causando incêndio, a explosão de caldeira de usina, provocando morte. Pode ser ocasionado por fato de terceiro, como greve e motim, mudança de governo, colocação do bem fora do comércio, que causem graves acidentes ou prejuízos, devido a impossibilidade de cumprimento de obrigações.”�
3. EFEITOS AQUISITIVOS, MODIFICATIVOS, CONSERVATIVOS (DEFESA) E EXTINTIVOS DOS DIREITOS
Os efeitos de aquisição, modificação, conservação e extinção dos direitos resultam tanto dos fatos jurídico em sentido estrito (acontecimento naturais que independem da vontade humana) quanto dos atos jurídicos (acontecimentos dependentes da vontade humana).
3.1. FATO CONSTITUTIVO – AQUISIÇÃO DE DIREITOS
No âmbito patrimonial, dois são os modos de adquirir direitos:
1o) O ORIGINÁRIO: se o direito nascer no momento em que o titular de apropria do bem de maneira direta, sem interposição ou transferência de outra pessoa.
Exemplo: a ocupação de uma coisa abandonada, caça e pesca, usucapião, etc.
2o) O DERIVADO: se houver transmissão do direito de propriedade de uma pessoa a outra, existindo uma relação jurídica entre o anterior e o atual titular.
Exemplo: compra e venda de uma casa, cuja escritura pública foi transcritano Registro Imobiliário competente.
Importância da Distinção 
Importante é essa distinção porque ninguém pode transferir mais direitos do que tem. Trata-se de um princípio geral de direito. Assim, se a aquisição for derivada, o adquirente terá seu direito limitado pela extensão de seu antecessor, como, por exemplo, se alguém adquire um imóvel gravado por hipoteca, esse ônus de natureza real também é transmitido ao adquirente.
A aquisição pode ser, ainda:
1o) GRATUITA: se não houver contraprestação. Exemplo: doação, sucessão hereditária. 
2o) ONEROSA: quando o patrimônio do adquirente enriquece em razão de uma contraprestação. Exemplo: a compra e venda, a troca, a dação em pagamento, etc.
Levando-se em consideração a maneira como se processa, a aquisição pode ser:
1o) A TÍTULO UNIVERSAL: se o adquirente substitui o seu antecessor na totalidade de seus direitos ou numa quota ideal deles, tanto nos direitos como nas obrigações. Exemplo: aquisição dos herdeiros.
2o) A TÍTULO SINGULAR: quando se adquire uma ou várias coisas determinadas, apenas no que concerne aos direitos, como sucede o legatário, que herda coisa individuada.
Pode ser “inter vivos”, como no caso da compra e venda, da locação, ou “causa mortis”, como no caso do legado, através de testamento.
Quanto ao processo formativo, pode ser, ainda:
1o) SIMPLES: se o fato gerador da relação jurídica consistir num só ato. Exemplo; assinatura de um título de crédito, assinatura de um cheque.
2o) COMPLEXA: se for necessário a intercorrência simultânea ou sucessiva de mais de um fato. Exemplo: usucapião que requer: posse prolongada, lapso de tempo, inércia do titular da propriedade e, em certos casos, justo título e boa-fé. Aquisição da propriedade imóvel, que exige escritura pública e o registro da mesma no Cartório de Registro de Imóveis.
OUTRAS DISPOSIÇÕES SOBRE AQUISIÇÃO DE DIREITOS�
a) adquirem-se os direitos mediante ato do 
 adquirente, ou por intermédio de outrem 
 
Assim, se o titular for incapaz, a aquisição de seus direitos opera-se por meio de representação legal, como no caso ao pátrio poder, da tutela ou da curatela.
Se capaz, o sujeito pode adquirir direitos pessoalmente ou através da representação convencional, que se realiza por mandato (procuração). E incapaz o sujeito, a aquisição do direito pode ser feita por intermédio de ser representante ou assistente.
Contudo, há direitos que podem ser adquiridos independentemente do ato do adquirente ou do seu representante, como nas hipóteses de avulsão (CCB, arts. 1.248, III e 1.251, § únicoi) e aluvião (CCB, arts. 1.248, II e 1.250, § único).
b) pode uma pessoa adquirir os direitos para si, ou para terceiros
Normalmente, a pessoa adquire direitos para si. todavia, pode adquiri-los para outrem, sem que haja qualquer representação, e às vezes, sem conhecimento do terceiro em favor de quem se adquire direitos. Trata-se da estipulação em favor de terceiro, prevista nos arts. 436 a 438, do CCB.
Por exemplo, suponhamos que “A” contrate com uma companhia seguradora que, no caso de sua morte, esta deverá pagar a quantia “x” a “B”. dessa forma adquire-se o direito para terceiro mediante seguro de vida.
c) Direito atual 
É aquele adquirido, que já está em condições de ser exercido, por ser incorporar imediatamente ao patrimônio do adquirente. Exemplo: compra e venda com pagamento à vista e tradição imediata (arts. 493 e 1.267, do CCB).
d) Direito futuro 
É aquele cuja aquisição, por ocasião da realização do negócio, não se operou, dado que sua efetivação depende de uma condição ou de um prazo. Trata-se de um direito não formado, que requer a complementação dos fatos determinantes de sua aquisição.
Exemplo: se se compra uma casa a prestações mensais, a transferência da propriedade só se dará quando se pagar a última parcela (art. 524, CCB), ocasião em que se exige a escritura pública para ser transcrita no registro imobiliário, sendo, o direito futuro, eventual, uma vez que sua aquisição pode ocorrer ou não.
e) Direito futuro deferido
Ocorre quando sua aquisição depende somente do arbítrio do sujeito, por exemplo, o herdeiro, desde a abertura da sucessão até a aceitação da herança, tem direito futuro deferido, porque depende apenas de sua vontade torná-la atual. Exemplo: aceitação da herança (art. 1.784, do CCB).
f) Direito futuro não deferido:
É aquele que se subordina a fatos ou condições falíveis. Por exemplo, se alguém faz uma doação de uma casa a “B”, sob a condição deste se casar, o direito de “B” sobre o imóvel dependerá da realização de seu casamento, que poderá ocorrer ou não (art. 125, CCB), ou se um recém casado falecer, deixando mulher grávida e mãe viva, sua mãe apenas herdará seus bens se o nascituro nascer morto (art. 1.829, CCB) ou, o direito resultante de promessa de recompensa, que dependerá do fato de o credor incerto realizar as condições da promessa para que possa exigi-lo de quem o formulou (art. 854, CCB).
g) Expectativa de direito
 É a mera possibilidade ou esperança de adquirir um direito.
Exemplo: a situação do herdeiro testamentário que aguarda a abertura da sucessão (com a morte do autor da herança) não gozando de qualquer proteção jurídica.
Não se confunde o direito eventual com a mera expectativa de direito. “Esta é a mera possibilidade ou esperança de adquirir um direito, como o caso do herdeiro cujos pais ainda estão vivos, ou seja, ainda não está aberta a sucessão. Ainda não existe direito, podendo frustrar a expectativa. Já o direito eventual constitui um direito, embora ainda incompleto, porque ainda lhe falta um elemento básico.
h) Direito eventual
Se houver o interesse, que incompleto, pela falta de um elemento básico protegido por normas jurídicas. É uma espécie de direito futuro, incompleto.
Exemplo: promessas de venda; hipoteca sobre bens futuros; pacto de preferência
i) Direito condicional
É o que só se perfaz pelo advento de um acontecimento futuro e incerto, de modo que seu titular só o adquire se sobrevier a condição.
Exemplo: um advogado oferece sociedade ao seu estagiário se ele se formar em direito, ficando este com a possibilidade de adquirir aquele direito, se conseguir colar grau.
3.2. MODIFICAÇÃO DOS DIREITOS
Sem que haja alteração em sua substância, os direitos podem sofrer modificação em seu conteúdo, objeto e em seus titulares.
1o) MODIFICAÇÃO OBJETIVA
Tem-se a modificação objetiva quando atingir a qualidade ou quantidade do objeto ou conteúdo da relação jurídica.
Será QUALITATIVA a modificação quando o conteúdo do direito se converte em outra espécie.
Exemplo: o credor por coisa determinada que recebe do devedor o equivalente em dinheiro, hipótese que a obrigação de dar coisa certa se transmuda em dever de indenizar. Há, portanto, uma modificação na natureza do direito creditório, sem quaisquer alterações no crédito.
Será QUANTITATIVA a modificação se o seu objeto aumentar ou diminuir no volume, sem alterar a qualidade do direito, em virtude de “fato jurídico stricto sensu”.
Exemplo; diminuição de terrenos ribeirinhos em virtude de aluvião. 
Ou em virtude de ato jurídico do titular ou de outrem.
Exemplo: amortização do débito.
2o) MODIFICAÇÃO SUBJETIVA
É a pertinente ao titular, subsistindo a relação jurídica, hipótese em que se pode ter a substituição do sujeito de direito “inter vivos” ou “causa mortis”.
Exemplo: o poder jurídico exercido por ele sobre um imóvel passa a sê-lo por outra pessoa, em razão de alienação ou desapropriação que, então, terá a titularidade do direito, afastando o primitivo titular.
O direito da propriedade não perde sua substância, apenas ocorre um deslocamento de titularidade, sem cessação da relação jurídica.
Da mesma forma, com a morte do titular, aberta a sucessão, a herança se transporta para os herdeiros legítimos e testamentários,o que assegura a continuidade da relação jurídica.
Não só o sujeito ativo pode ser substituído, mas também o passivo, pois o devedor da relação jurídica pode ser substituído por outro em ato voluntário (assunção de dívida) ou involuntário (responsabilidade do herdeiro dentro do acervo hereditário), sem qualquer alteração na sua substância. 
Os direitos personalíssimos não admitem modificação em seu sujeito. Extinguem-se com a sua morte ou substituição. 
Tem-se, ainda, a modificação subjetiva quando houver multiplicação dos sujeitos.
Exemplo: quando ao titular do direito outros se associam, exercendo conjuntamente os poderes inerentes à propriedade, caso em que o primitivo dono não deixa de sê-lo, mas perde a exclusividade, que tem como titulares os demais condôminos.
3.3. CONSERVAÇÃO (DEFESA) DOS DIREITOS�
A proteção ou conservação dos direitos pode ser preventiva quando o titular do direito objetiva afastar uma ameaça atual ou iminente, visando impedir que ocorra a violação do direito. Essa defesa preventiva pode ser extrajudicial ou judicial. A legítima defesa ou autodefesa, a colocação de cerca elétrica, ofendículas, (vidros ou pregos no muro), o protesto, a notificação, as garantias, são exemplos de defesas preventivas extrajudiciais. Já as medidas cautelares, que implicam na concessão de liminares, constituem exemplos de defesa preventiva judicial.
A proteção pode ser, ainda, repressiva, que tem cabimento quando já ocorreu a violação do direito. A ação de indenização ou reparação de danos constitui exemplo típico. Outro exemplo é a ação de reintegração de posse para obter decisão judicial que determina a restituição da posse do bem para o seu dono, expulsando o invasor do imóvel, por exemplo. 
Pertinente aqui lembrar a regra do art. 11, do Código Civil, que estatui: “pode-se exigir que cesse a ameaça (defesa preventiva) ou a lesão (defesa repressiva) a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei (defesa repressiva)”.
Quando sofrer ameaça ou violação, o direito subjetivo é protegido por ação judicial (art. 5o, XXXV, CF). A ação judicial é o direito que todos têm de movimentar a máquina judiciária para pedir proteção, fazendo cessar a violação de um direito subjetivo, desde que tenham legitimação para agir e interesse econômico, isto é, apreciável em dinheiro, ou moral, concernente à honra, à liberdade, ao decoro, ao estado da pessoa e à profissão do autor ou de sua família.
Somente são tutelados os direitos atuais e os futuros deferidos. Quanto aos não-deferidos, subordinados a fatos ou condições falíveis, é permitido exercer atos destinados a conservá-los (art. 130).
Pelo art. 5o. LXXIII, da Constituição “qualquer cidadão será parte legítima para propor ação popular que vise anular atos lesivos ao patrimônio de entidades públicas.” O inciso XXXV, por sua vez, preceitua que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão”.
Existe, ainda, em nosso ordenamento jurídico, resquícios de justiça pelas próprias mãos, em que a pessoa lesada, empregando força física, se defende usando moderadamente meios moderados, mediante agressão atual e iminente, sem recorrer ao poder judiciário. Exemplo: art. 1.210, § 1.º, do CCB.
3.4. EXTINÇÃO DOS DIREITOS
Os direitos extinguem-se quando ocorrer:
1) perecimento do objeto sobre o qual recaem (art. 1.410, V, e 1.436, II, do CCB) se ele perder suas qualidades essenciais (campo invadido pelas águas) ou valor econômico (cédulas recolhidas); se se confundir com outro de modo que se não possa distinguir (confusão, mistura de líquidos; comistão, de sólidos e adjunção, justaposição de uma coisa à outra) e ainda se cair em lugar onde não pode mais ser retirado (anel que cai no mar);
2) alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do direito para o antigo titular;
3) renúncia, que é o ato jurídico pelo qual o titular de um direito dele se despoja, sem transferi-lo a quem quer que seja, renunciáveis os direitos atinentes ao interesse privado de seu titular, salvo proibição legal. Insuscetíveis de renúncia são os direitos públicos e os que envolvem interesses de ordem pública, como os de direito de família (pátrio poder, poder marital, etc.) e os de personalidade (vida, honra, liberdade).
4) abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa, porque não quer mais continuar sendo seu dono;
5) falecimento do titular, sendo o direito personalíssimo e por isso intransmissível (arts. 520 e 560 do CCB).
Exemplo: quando morre um filho natural sem ter intentado ação de investigação de paternidade, perece o direito à declaração judicial da paternidade porque a iniciativa desta ação e do filho, e com sua morte opera-se a extinção do próprio direito. Mas, se o investigante falecer na pendência da lide, seus herdeiros poderão continuar a ação (art. 1.606, § único, do CCB).
6) prescrição, que extingue uma pretensão;
7) decadência, que extingue o próprio direito;
8) abolição de uma instituição jurídica, como aconteceu com a escravidão;
9) confusão, se numa só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor (CCB, art. 381, 1.410, VI, e 1.436,VI);
10) implemento de condição resolutiva. Exemplo: O município doa um terreno em um parque industrial para uma pessoa jurídica, com a condição de que naquele local seja construída uma indústria e gere cem empregos no prazo de cinco anos, sob pena de resolução da doação. Se as condições não forem satisfeitas, a doação será resolvida, extinguindo o direito de propriedade da pessoa jurídica sobre o imóvel doado.
11) escoamento do prazo, se a relação jurídica for constituída a termo. Exemplo: no contrato de locação, o direito do inquilino de ocupar o imóvel do locador desaparece no termo final do contrato.
12) aparecimento de direito incompatível com o direito atualmente existente e que o suplanta. Exemplo: proprietário que perde o seu direito sobre o imóvel, porque o possuidor, após ter exercido a posse sobre o mesmo bem pelo tempo previsto em lei, adquire direito de adquirir o bem através do usucapião.
Todos esses casos são enumerados de forma exemplificativa. Cabe ressaltar que se a extinção do direito decorreu de fato atribuível a terceiro, ou seja, se alguém deu causa à extinção do direito, o titular do direito extinto terá ação de indenização ou reparação de danos para haver a reparação do prejuízo.
4. ato jurídico “lato sensu”
Ato jurídico, em sentido amplo, É TODA AÇÃO HUMANA VOLUNTÁRIA OU INVOLUNTÁRIA, LÍCITA OU ILÍCITA, CONTRATUAL OU EXTRACONTRATUAL, QUE GERA EFEITOS JURÍDICOS.
Contrapõe-se ao fato jurídico “stricto sensu” que é fato da natureza, sem participação do ser humano.
	PONTO 02
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO
 (STRICTO SENSU)
1. conceito
2. classificação
2.1. Atos materiais ou reais
2.2. Participações
3. ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico
�
1. cONCEITO
Constituem simples manifestações de vontade, sem conteúdo negocial, que determinam a produção de efeitos jurídicos previstos em lei. Exemplo: reconhecimento de filho.
É um simples comportamento humano deflagrador de efeitos previamente estabelecidos pela lei. Não importa, em princípio, a indagação de certos pressupostos de validade do negócio jurídico, como a capacidade do agente.
São manifestações de vontade que geram efeitos jurídicos, mas não os efeitos jurídicos previstos pelos interessados, mas sim aqueles previstos em lei.
Como explicam Pablo S. Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, “neste tipo de ato, não existe propriamente uma declaração de vontade com o propósito de atingir, dentro do campo da autonomia privada, os efeitos jurídicos pretendidos pelo agente (como no negócio jurídico), mas sim um simples comportamento humano deflagradordos efeitos estabelecidos por lei”.�
O efeito deriva da lei, mediatamente, portanto.
O ato jurídico não tem, aqui, conteúdo normativo, não se prestando como instrumento de regulamentação da autonomia privada, função esta que se defere ao negócio jurídico (contratos, por exemplo).
É a lei que preceitua: as pessoas que estão enquadradas em tal situação sofrerão estão conseqüências jurídicas, ou com outras palavras, se dada situação fática corresponder à hipótese da norma, haverá conseqüência jurídica prevista, independentemente de este efeito corresponder ou não à vontade concreta do sujeito atingido pela incidência da norma.
Por exemplo: quando uma pessoa estabelece residência em determinado local, com ânimo de ficar, transformando-o em centro de suas ocupações habituais, fixa, ali, o seu domicílio civil, a despeito de não haver emitido declaração de vontade nesse sentido. Por outras palavras, o efeito (fixação do domicílio) resulta da lei.
Outro exemplo: quando alguém, numa pescaria, fisga um peixe, dele se tornando proprietário graças ao instituto da ocupação (apropriação de coisas sem dono), pratica um ato jurídico em sentido estrito. O efeito desse ato (aquisição da propriedade) está previsto na lei, sem que o sujeito (no caso, o pescador) tenha a necessidade de emitir declaração de vontade nesse sentido.
Os atos jurídicos em sentido estrito se resumem em simples comportamentos humanos (como nos exemplos citados), com efeitos estabelecidos previamente na lei.
2. classificaçÃo 
Segundo a doutrina, classificam-se os atos jurídicos em sentido estrito em:
2.1. ATOS MATERIAIS OU REAIS
Consistem na simples atuação humana, baseada em uma vontade consciente, tendente a produzir efeitos jurídicos previstos em lei. Consistem numa atuação da vontade que lhes dá existência imediata, porque não se destinam ao conhecimento de determinada pessoa, não tendo, portanto, destinatário.
Embora haja vontade consciente na atuação do sujeito (como nos exemplos acima citados), esta não é orientada à consecução dos efeitos, que são produzidos independentemente do seu querer.
Por exemplo, o ato de percepção do fruto de uma árvore, em local permitido, e para consumo imediato (uma manga, por exemplo), se enquadra no conceito supra, uma vez que produzirá o efeito da aquisição da propriedade móvel (o fruto), pelo simples comportamento do agente.�
Outro exemplo: a derrelição (abandono de uma coisa móvel, por exemplo) produz o efeito inverso, qual seja, o da perda da propriedade (extinção do direito). Esse efeito está previsto em lei.
Trata-se de atos a que a ordem jurídica confere efeitos invariáveis, de maneira que tais conseqüências jurídicas estão adstritas tão somente ao resultado da atuação, produzindo-se independentemente da consciência que o agente tenha de que seu comportamento o suscita. Ou seja, os efeitos decorrentes de todos esses atos estão pré-definidos na lei. 
O reconhecimento de um filho também é ato jurídico em sentido estrito, na medida em que todos os efeitos jurídicos decorrentes desse ato estão predeterminados pela lei, como, por exemplo, direito de usar o sobrenome do pai, direitos sucessórios, direito a alimentos, etc.
2.2. PARTICIPAÇÕES 
Constituem atos de mera comunicação, dirigidos a determinado destinatário, também sem conteúdo negocial. Consistem em declarações para ciência ou comunicação de intenções ou de fatos a outras pessoas (destinatários da declaração). 
Têm, necessariamente, destinatário, pois o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem de que tem certo propósito ou que ocorreu determinado fato.
Não se confundem, entretanto, com as declarações de vontade dos negócios jurídicos. Nas participações, a declaração de vontade consiste em simples comunicação.
2.2.1. Formas de participações 
a) intimação: é o ato pelo qual alguém participa a outrem a intenção de exigir-lhe o cumprimento de certo ato. Também se chamam interpelação. Quando judicial, é de direito público. A extrajudicial é de direito privado.
Ex.: credor intima (ou interpela) o devedor para que lhe pague a dívida.
b) notificação: é o ato através do qual alguém dá ciência a outrem da ocorrência que a este interessa conhecer.
Ex. na cessão de crédito, o cedente (ou o cessionário) notifica o devedor (cedido) que o crédito foi transmitido (art. 290, CCB).
c) oposição: é o ato mediante o qual alguém impugna a realização de certo ato ou nega anuência a ato que a reclama.
Ex. oposição de impedimento matrimonial; oposição do condômino à venda de coisa comum.
d) aviso: é o ato pelo qual se comunica a outrem que determinada ocorrência se verificou, ou se verificará, em certo prazo.
Exemplos.: convocação de acionista para assembléia geral (vários destinatários); participação do propósito de exercer direito potestativo deve ser através de notificação e, só excepcionalmente, através de aviso; aviso prévio ou pré-aviso.
e) confissão: é a declaração de vontade que consiste em admitir alguém a veracidade de fatos desfavoráveis aos seus próprios interesses.
Ex.: confissão de dívida (=título extrajudicial exeqüível – artigo 585, II, CPC).
3. ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico
São vários os conceitos de negócio jurídico que se pode citar. Antônio Junqueira de Azevedo�, por exemplo, relaciona os seguintes:
a) manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos;
b) o ato de vontade dirigido a fins práticos tutelados pelo ordenamento jurídico;
c) uma declaração de vontade pela qual o agente pretende atingir determinados efeitos admitidos por lei.
Ensina Maria Helena Diniz que “seu fundamento é a vontade humana, desde que atue na conformidade da ordem jurídica. Seu habitat é a ordem jurídica. Seu efeito é a criação de direitos e obrigações”.
É a norma jurídica que confere à vontade esse efeito, seja quando o agente procede unilateralmente, seja quando a declaração volitiva marcha na conformidade de outra congênere (contrato) concorrendo a dupla emissão de vontade.
A presença necessária da emissão da vontade no negócio jurídico e sua conformidade com a lei sugere uma investigação a esse elemento, pois como será visto, casos há em que esta vontade falta (como, por exemplo, na coação absoluta), gerando a nulidade do ato, em que há vícios de consentimento e em que há vontade, mas com desvio de lei (como, por exemplo, nos casos de erro ou dolo), causando a anulação do negócio, por ser este defeituoso.
Já os vícios de vontade são quase que irrelevantes nos atos jurídicos stricto sensu, porque a intenção da parte situa-se em plano secundário.
O ato jurídico em sentido estrito não é exercício de autonomia da vontade privada (função que cabe ao negócio jurídico), logo o interesse objetivado não pode ser regulado pelo particular e a sua satisfação se concretiza no modo determinado pela lei. No negócio, o fim procurado pelas partes baseia-se no reconhecimento da autonomia privada a que o ordenamento confere efeitos jurídicos. Porém em atenção à conveniência social, este princípio da autonomia de vontade subordina-se às imposições da ordem pública.
Surge, claramente, sob este prisma, a diferença entre ato e negócio jurídico.
O negócio leva, ensina FABIO MARIA DE MATTIA, realmente, em consideração o escopo considerado pela parte ou partes interessadas e esse fim a ordem jurídica adapta os efeitos. No ato jurídico stricto sensu prevalece apenas a função que o ordenamento estabelece para o próprio ato e o objetivo colimado pela gente ao cumpri-lo.
Negócio jurídico é a declaração de vontade em que o agente persegue o efeito jurídico. No ato jurídico stricto sensu ocorre manifestação volitiva também, mas os efeitos jurídicos são gerados independentemente de serem perseguidos diretamente pelo agente.
Os negócios jurídicos são, portanto, declarações de vontade destinados à produção de efeitos jurídicosqueridos pelo agente.
Os atos jurídicos em sentido estrito são manifestações de vontade, obedientes à lei, porém geradora de efeitos que nascem da própria lei.
Dentre os atos lícitos estão os atos que não são negócio jurídico, bem como os negócios jurídicos. Todos, porém, compreendidos na categoria mais ampla de “atos lícitos”, que se distinguem, nos seus efeitos, dos “atos ilícitos”. 
NEGÓCIO JURÍDICO é constituído de uma declaração de vontade dirigida no sentido da obtenção de um resultado (criação de efeitos jurídicos desejados). Efeito decorre imediatamente da vontade.
Ensinam CRISTIANO CHAVES DE FARIAS e NELSON ROSENVALD: “É que essa vontade humana pode ser exteriorizada no sentido de aderir a efeitos jurídicos concretos previstos na norma jurídica (ato jurídico stricto sensu) ou pode ser dirigida à criação de concretos efeitos jurídicos (negócio jurídico).”�
				Assim, temos a diferenciação:
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE → EFEITOS JURÍDICOS → PREVISTOS NA NORMA JURÍDICA
NEGÓCIO JURÍDICO
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE → EFEITOS JURÍDICOS → DESEJADOS E CRIADOS PELAS PARTES
				O ato jurídico em sentido estrito quanto o negócio jurídico tem em comum a manifestação de vontade e a produção de efeitos jurídicos.
				Diferem, entretanto, quanto à origem dos efeitos. Enquanto que no ato jurídico em sentido estrito os efeitos estão pré-estabelecidos na lei, nos negócios jurídicos os efeitos são desejados e criados pelas partes, como em um contrato.
 PONTO 03
NEGÓCIO JURÍDICO
1. conceito
2. classificação
3. interpretação do negócio jurídico
4. elementos constitutivos
�
1. conceito�
O negócio jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo ou lato sensu. Ensina FLÁVIO TARTUCE que “esse instituto pode ser conceituado como sendo toda a ação humana, de autonomia privada, com a qual os particulares regulam por si os próprios interesses, havendo uma composição de vontades, cujo conteúdo deve ser lícito. Constitui um ato destinado à produção de efeitos jurídicos desejados pelos envolvidos e tutelados pela ordem jurídica”.�
Pode, ainda, ser conceituado:
“Negócio jurídico é a declaração de vontade destinada a provocar determinados efeitos jurídicos ou dirigida à realização de um fim prático tutelado pela ordem jurídica”.
Para SANTORO-PASSARELLI, negócio jurídico “ato de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses. Por outras palavras, é o ato regulamentador dos interesses privados”.�
É o ato de autonomia da vontade privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses. É ato regulador de interesses privados.
Fundamento: autonomia da vontade humana (desde que atue conforme a ordem jurídica);
Habitat: ordem jurídica;
Efeito: criação de direitos e obrigações. É a ordem jurídica que confere efeito à vontade.
O exemplo típico de negócio jurídico é o contrato. Nesse negócio jurídico as partes contratantes manifestam a vontade no sentido de produzir determinados efeitos jurídicos, ou seja, os efeitos jurídicos que os contratantes na prática desejam produzir. Na compra e venda, o vendedor deseja transferir para o comprador o objeto vendido, enquanto que o comprador deseja adquirir o mesmo objeto. As partes estabelecem o preço, as condições de pagamento, o lugar do pagamento, as consequências caso uma delas não cumpra o que foi pactuado, etc. Ou seja, todos os efeitos práticos são estabelecidos pelas partes. Porém, o contrato deve ser conforme a lei. O objeto não pode ser ilícito, por exemplo. Seria nulo um contrato cujo objeto fosse a morte de alguém.
É necessário que tal efeito, visado pelos interessados, esteja conforme a norma jurídica. Não vale juridicamente, por exemplo, um contrato com objeto ilícito, como contratar a morte de um desafeto, o a aquisição de drogas.
2. classificação 
Classificam-se os negócios jurídicos:
1o) QUANTO ÀS VANTAGENS PATRIMONIAIS QUE PRODUZEM: 
a) gratuitos, se as partes obtiverem benefícios ou enriquecimento patrimonial sem contraprestação (ex. doações), ou seja, somente uma das partes é beneficiada;
b) onerosos, se os sujeitos visarem, reciprocamente, a obter vantagens para si ou para outrem (disponibilidade patrimonial para as duas partes), existindo prestação e contraprestação. Se as prestações forem equivalentes e certas, havendo equilíbrio entre a prestação e a contraprestação, serão negócios jurídicos comutativos (ex. compra e venda, troca), se não o forem, se uma das prestações depender de um acontecimento futuro não certo, o negócio jurídico é chamado de aleatórios (ex. seguro, compra antecipada de safra futura).
 Pablo Stolze acrescenta ainda mais duas categorias, a saber:�
c) neutros: são aqueles negócios jurídicos destituídos de atribuição patrimonial, nãos se incluindo em nenhuma das categorias anteriores, como, por exemplo, o ato de instituição de um bem de família, a gestação em útero alheio, cujo negócio deverá ser desprovido de qualquer envolvimento patrimonial, conforme dispõe a Lei nº 9.434/97�
d) bifrontes: são negócios jurídicos que podem ser tanto gratuitos quanto onerosos, dependendo da intenção das partes. O exemplo seria o contrato de depósito que é, em princípio gratuito, mas nada impede que seja convencionado o pagamento de uma remuneração ao depositário, fato que tornaria esse negócio do tipo oneroso.
2o) QUANTO ÀS FORMALIDADES: solenes ou formais, se requerem para a sua validade, o cumprimento de uma especial prescrita em lei (exemplo: compra e venda de imóvel de valor superior a trinta salários mínimos, que a lei exige escritura pública, testamento, constituição de fundação), e não-solenes ou informais, que são aqueles negócios jurídicos que podem ser livremente pactuados, sem a necessidade de cumprimento de formalidade especial prevista em lei (ex. compra e venda ou doação de um bem móvel).
3o) QUANTO AO CONTEÚDO: patrimoniais, se versarem sobre bens ou direitos suscetíveis de aferição ou estimação econômica, podendo apresentar-se ora como negócios jurídicos de natureza real (exemplo, constituição de usufruto, de hipoteca, de penhor, etc), ora como negócios jurídicos obrigacionais (ex., compra e venda), e extrapatrimonial, se atinentes aos direitos personalíssimos e ao direito de família.
4o) QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE: 
a) unilaterais: são aqueles negócios jurídicos em que existe apenas uma manifestação de vontade, como no testamento, na renúncia e na promessa de recompensa.
b) bilaterais: nos negócios jurídicos bilaterais as duas partes que formam o consenso manifestam necessariamente a vontade de se vincular. Os negócios jurídicos bilaterais podem sem simples, quando concederem benefício a uma das partes e encargo à outra (doação, depósito gratuito), e sinalagmático, quando conferirem vantagens e ônus a ambos os sujeitos (compra e venda, locação, prestação de serviços, etc.)
c) plurilaterais, aquele que é efetivado para a convergência de interesses, em regime de comunhão de direitos�, como, por exemplo, no contrato de sociedade. Neste caso, existem duas ou mais vontades, todas direcionadas para a mesma finalidade, como ocorre, também, na constituição de uma associação.
5o) QUANTO AO TEMPO EM QUE PRODUZEM EFEITOS: nesta classificação, os negócios jurídicos podem ser “inter-vivos”, quando a intenção das partes é fazer com que gerem conseqüências jurídicas ainda durante a vida dos interessados (adoção, troca, compra e venda, etc.) e "causa mortis”, quando a intenção das partes é fazer com que os negócios jurídicos somente produzam efeitos depois da morte do sujeito, como ocorre com o testamento, por exemplo.
7o) QUANTO À SUA EXISTÊNCIA: por essa forma de classificação, os negócios jurídicos são principais, quando existirem por si mesmos, sem dependerem da existência de qualquer outro negócio jurídico (exemplos: locação, compra e venda, troca ou permuta, mútuo, etc.), ou acessório,que são aqueles negócios jurídicos cuja existência dependem da existência de um outro negócio jurídico principal, ou seja, não existem por si só (exemplos, as garantias, como a fiança e o aval, que dependem da existência de uma obrigação ou dívida a ser garantida).
8o) QUANTO AO EXERCÍCIO DOS DIREITOS: por esse critério, os negócios jurídicos são classificados em negócios de disposição, os quais possibilitam o exercício de direitos por parte do seu titular de uma forma mais ampla ou abrangente, incluindo a alienação ou disposição do direito a que se refere o negócio jurídico, como ocorre no caso da compra e venda e da doação, por exemplo, e negócios de administração, os quais dizem respeito ou simples uso ou administração do bem, ou seja, o exercício dos direitos por parte do titular se dá de modo mais restrito ou limitado, como ocorre nos casos do comodato e da locação de uma casa, por exemplo.
3. interpretação do negócio jurídico
A interpretação do negócio jurídico tem por finalidade tornar clara e inequívoca a real intenção dos partícipes do ato negocial. Pode ser chamada de decodificação do negócio jurídico. É muitas vezes necessária porque nem sempre os atores do negócio jurídico conseguem transpor para o papel, com precisão, a sua real vontade, os exatos termos da negociação efetivada entre as partes. A importância da interpretação fica significativamente reduzida à forma literal quando as partes logram êxito em exteriorizar detalhadamente,para a forma escrita por exemplo, todo os aspectos da negociação entabulada.
A vontade é elemento essencial do negócio jurídico. Se a vontade inexistir, o negócio jurídico é também inexistente. Mas não é suficiente que a vontade exista, é preciso que ela seja declarada em consonância com a vontade real. Daí, pode-se dizer que existem “duas vontades”. A vontade interna ou real, que é a verdadeira intenção, o desejo do sujeito, e a vontade declarada, exteriorizada. É preciso, para que o negócio jurídico exista e seja válido, que a vontade declarada corresponda á vontade real ou interna.
Se, por exemplo, o sujeito, não desejava alienar mediante doação determinado bem, mas somente o fez em razão de coação ou ameaça, a vontade exteriorizada de doar não corresponde à vontade interna ou real, resultando na invalidade desse negócio jurídica.
Pode acontecer, ainda, que o sujeito desejava vender determinado bem, e o fez, porém no instrumento, no contrato, as partes não conseguiram detalhar, com precisão, todos os aspectos do negócio jurídico que acabaram de realizar. Pode ter ocorrido omissão, contradição, má redação, obscuridade ou ambigüidade, muitas vezes em razão da complexidade do negócio jurídico. Nestas hipóteses, não se trata de invalidade (nulidade ou anulabilidade), mas de interpretação, de buscar estabelecer qual o sentido e o alcance da manifestação de vontade das partes, papel que pode caber ao juiz, quando as partes não conseguirem solucionar elas mesmas os questionamentos.
Ensina Maria Helena Diniz que “a interpretação do negócio jurídico pode ser: declaratória, se tiver por escopo expressar a intenção dos interessados; integrativa, se pretender preencher lacunas contidas no negócio, por meio de normas supletivas, costumes, etc., e, construtiva, se objetivas reconstruir o ato negocial com o intuito de salvá-lo”.�
O Código Civil, na sua Parte Geral, contempla apenas 03 (três) regras de interpretação.� 
A interpretação do negócio situa-se na seara do conteúdo da declaração volitiva, fixando-se em normas empíricas, mais de lógica prática do que de normatização legal, pois o Código Civil contém tão somente cinco (5) normas interpretativas:
1. “Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”.
 Não se aplica esse princípio se as palavras são claras, não deixando margem para dúvidas. 
Por outro lado, a deficiência gramatical, a falta de habilidade na hora de redigir o contrato, não invalida o negócio jurídico. As dúvidas, ambigüidades, omissões ou contradições devem ser resolvidas através da adequada interpretação. Nessas circunstâncias, em que a declaração foi imperfeita, o que importa é buscar a vontade real, devendo o intérprete procurar saber o que as partes quiseram declarar e não conseguiram fazê-lo com correção. 
A doutrina é muito pobre em exemplos. Porém, pode-se citar os seguintes casos como exemplo de aplicação da regra do art. 112:
Exemplo: “A” (proprietário) assina com “B” (locatário) um contrato de locação, e ambos escrevem no contrato que o mesmo valerá por um ano, com aluguel de R$ 12.000,00 (doze mil reais). Não dizem se esse valor é mensal ou é o valor total do contrato. Qual foi a intenção das partes ?
Exemplo: “Há muito tempo “F” alugava um quarto da minha casa, ocupando eu o resto da casa. O contrato da nova locação está assim redigido: dei a “F” a minha casa por tantos anos pelo preço da locação anterior. Não é possível que o locatário pretenda ter alugado a casa toda, porque, ainda que as palavras – a minha casa -, no sentido gramatical signifiquem a casa inteira, e não um quarto, é visível que o intuito foi renovar a locação do quarto e esta intenção deve prevalecer às palavras do escrito” (J. M. Carvalho Santos).
Exemplo: “Irrelevante existência de cláusula contratual conferindo finalidade comercial à locação se o real intento das partes sempre foi o de dar destinação residencial ao imóvel e assim procedeu. A intenção dos contratantes prevalece sobre o sentido literal do texto...” (RT 686/136 e 648/74).
Exemplo: não pode o comprador da casa pretender ficar com os móveis que guarnecem a residência se não foi essa a intenção das partes,
Assim, o intérprete do sentido negocial não deve ater-se unicamente, à exegese ou interpretação literal ou exame do documento apenas no que concerne à sua gramática, mas deve buscar saber qual foi a vontade real das partes. Cabe ao intérprete investigar qual foi a real intenção dos partícipes do negócio jurídico. Esse o grande objetivo da interpretação.
2. “Art. 113. os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”.
Boa-fé, nesse caso, pode ser entendida como lealdade, probidade, correção, confiança, ética. O outro contratante não deve ser tratado como inimigo, não sendo objetivo do contrato derrotar ou enganar o outro contratante. O contrato, espécie de negócio jurídico e seu principal exemplo, deve ser bom e proveitoso para ambos os contratantes.
O art. 422, do Código Civil, também estabelece os mesmos princípios, ao estatuir: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé”.
Não se deve, por isso mesmo, vender um bem por um preço muito superior ao real, devendo haver uma equivalência material entre as prestações. Não age com boa-fé, também, o profissional liberal que cobra por seus serviços honorários além do que vale o seu trabalho. Caracteriza má-fé, por exemplo, omitir doença anterior ao firmar contrato de seguro, vender bem com defeito e omitir esse fato. Se em um contrato de compra e vende de um imóvel existe menção do número de alqueires do terreno, mas não diz se os alqueires são paulistas (24.200 m2) ou mineiros (48.400m2) deve prevalecer os costumes locais.
Exemplo: “Contrato de saúde. Paciente de 68 anos de idade acometido por câncer. Indicação de temozolamina, um quimioterápico de via oral. Inadmissibilidade de negar cobertura sob fundamento de ser tratamento domiciliar, por depor contra a função social do contrato e a boa-fé objetiva, por existir cobertura para câncer e quimioterapia” (TS/SP – AI 605.520.4/9, Acórdão 338957, 4ª Turma, julgado em 13/8/2008).
Exemplo: “O princípio da boa-fé impõe deveres de conduta, de acordo com a natureza do negócio e a finalidade pretendida pelas partes. Entre eles se encontra a obrigação da vendedora de pequena loja de vestuário não cancelaros pedidos já feitos, com o que inviabilizaria o negócio e frustraria a justa expectativa do comprador”. (TJRS, 5ª Câmara Cível, Relator: Desembargador Ruy Rosado de Aguiar, Julgado em 19/12/89).
 
3. Dispõe o artigo 114, do Código Civil que “os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se restritivamente”. 
Negócios jurídicos benéficos são aqueles realizados como forma de proporcionar um benefício ou uma vantagem ao outro contratante, sem nenhuma contraprestação. Envolvem uma liberalidade. Nessa modalidade de negócio jurídico, como já explicado anteriormente, há vantagem para uma das partes e encargos para a outra. A doação é o exemplo mais expressivo. O testamento, a fiança ou aval e a renúncia também poder constituir exemplos de contratos benéficos.
Segundo a regra de interpretação aplicável a esses negócios jurídicos, o juiz ou qualquer outro intérprete não poderá dar a esses atos negociais interpretação ampliativa, devendo limitar-se, unicamente, aos termos fixados expressamente pelos contratantes, não sendo permitida a interpretação com informações alheias ao seu texto do negócio jurídico.
Exemplo: se em um contrato de locação consta cláusula expressa dizendo que o fiador se responsabiliza pelo pagamento dos alugueres, se o locatário se tornar inadimplente, é evidente que o fiador não pode ser responsabilizado por nenhum valor que não seja proveniente dos alugueres. Assim, se além de não pagar os alugueres, o inquilino causar danos ao imóvel locado o fiador (contrato benéfico) não pode ser responsabilizado também pelo pagamento da indenização, visto que a interpretação deve ser restritiva e não ampliativa.
Para finalizar, seguem transcritas regras de interpretação recomendadas por Maria Helena Diniz, extraídas de sua obra:�
1) em relação aos contratos deve-se ater à boa-fé, às necessidades de crédito e à eqüidade (RT 145/652 e 180/663).
2) aos negócios causa mortis não se aplicam princípios pertinentes aos negócios inter vivos, como o de boa-fé, nem mesmo se permite a interpretação com dados alheios ao seu texto;
3) nos contratos que contiverem palavras que admitam dois sentidos, deve-se preferir o que mais convier à sua natureza;
4) nos contratos de compra e venda, no que concerne à extensão do bem alienado, deve-se interpretar em favor do comprador (RT 158/194);
5) na compra e venda, todas as dúvidas devem ser interpretadas contra o vendedor (RT 159/173);
6) no caso de ambigüidade interpreta-se de conformidade como costume do país;
7) no que concerne ao vocábulo contido no final de uma frase, dever-se-á interpretá-lo como parte da frase toda e não somente da que precede imediatamente, desde que compatível, em gênero e número, com a frase;
8) na interpretação contratual considerar-se-ão as normas jurídicas correspondentes;
9) nas estipulações obrigacionais, dever-se-á interpretar do modo menos oneroso para o devedor;
10) em relação aos termos de um contrato considerar-se-á que, por mais genéricos que sejam, só abrangem os bens sobre os quais os interessados contrataram e não os que não cogitaram;
11) no conflito entre duas cláusulas, a antinomia prejudicará a outorgante e não o outorgado;
12) na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em atenção ao que pode ser exequível;
13) nas cláusulas duvidosas, prevalecerá o entendimento de que se deve favorecer quem se obriga (RT 142/620 e 194/709);
14) nas cláusulas contratuais que apresentarem modalidades impostas pelos usos locais ou usos do respectivo negócio, examinar-se-á se a cláusula duvidosa tem o sentido de qualquer desses usos;
15) no que concerne às cláusulas contratuais, estas deverão ser interpretadas umas pelas outras;
16) na interpretação de cláusula testamentária que tem várias acepções, prevalecerá a que assegurar a vontade do testador; o mesmo se diga em relação às doações.
4. elementos constitutivos 
O negócio jurídico exige elementos constitutivos, que podem ser essenciais ou acidentais.� 
Os elementos essenciais são imprescindíveis à existência do ato negocial, pois formam sua substância; podem ser classificados em gerais, porque indispensáveis a todos os negócios jurídicos, e específicos, porque são essências somente para determinados negócios jurídicos. Gerais por serem elementos necessários à validade de todos os negócios jurídicos, que são o consentimento, a capacidade do agente, o objeto lícito, possível e determinado ou determinável. Particulares porque são exigíveis apenas a determinadas espécies de negócio jurídico, que é a forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei.
Já os elementos acidentais podem eventualmente figurar ou aparecer em um negócio jurídico, não sendo “obrigatória” a sua presença, como é o caso dos elementos essenciais. São estipulações ou cláusulas acessórias que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas conseqüências naturais, como condição, modo ou encargo e o termo (CCB, arts. 121, 131 e 136).
4.1) ELEMENTOS ESSENCIAIS GERAIS
Conforme já explicado são elementos ou requisitos de validade de todos os negócios jurídicos. O consentimento e a capacidade do agente são requisitos pertinentes aos sujeitos da relação jurídica, enquanto que constitui requisito objetivo ou concernente ao objeto a exigência legal de que o objeto da relação jurídica deve ser lícito, possível, determinado ou determinável.
4.1.a) Consentimento
A manifestação de vontade exerce papel preponderante no negócio jurídico, sendo o elemento de maior importância, constituindo no próprio fundamento do negócio jurídico. 
Não basta que o agente tenha vontade, que reside no âmbito subjetivo do sujeito. Uma pessoa pode parar em frente a uma loja, olhar a vitrine e cogitar de efetuar a compra do produto, pode até decidir efetuar a compra, porém se não manifestar ou exteriorizar essa vontade, nenhum negócio jurídico se concretiza. Portanto, e imprescindível que a vontade seja exteriorizada, externada, manifestando a pessoa o seu consentimento para a concretização do negócio jurídico. Cabe salientar, também, que se o consentimento não existe, o negócio jurídico é considerado inexistente. Mas não basta existir, sendo indispensável ainda que ele seja livre e espontâneo, isento de vícios, como a coação por exemplo, sob pena de invalidade do negócio jurídico.
 
Segundo Rubens Limongi França, “consentimento é a anuência válida do sujeito a respeito do entabulamento de uma relação jurídica sobre determinado objeto”.
O consentimento pode ser outorgado de modo expresso ou tácito. Será expresso se for externado explicitamente, podendo ser declarado de forma escrita ou ora, como no casamento, em que o contraente, ao dizer sim, manifesta expressamente a sua vontade de contrair o matrimônio. Será tácito ou implícito o consentimento quando resultar de comportamento ou conduta do sujeito que demonstre, de forma inequívoca, a sua anuência ou concordância com o negócio jurídico. Pode ser citado como exemplo de consentimento tácito o caso do pequeno produtor de leite que ordenha as suas vacas e deixa o tambor com o leite toda manhã na frente de sua propriedade para que o caminhão do laticínio passe para recolher. Esse comportamento evidencia um consentimento tácito do produtor, suficiente para a produção de efeitos jurídicos. O negócio jurídico estará, desse modo, efetivado.
Sílvio de Salvo Venosa também exemplifica ao dizer: em um contrato de fornecimento, no qual regular e periodicamente são enviados materiais ao oblato (destinatário da proposta, adquirente): se numa dessas ofertas o interessado não desejar o negócio, deve manifestar-se oportunamente, sob pena de ter-se a proposta como aceita.”�
O consentimento ou a anuência para a efetivação de um negócio jurídico pode resultar do silêncio, de gestos, de forma verbal ou oral, por escrito particular ou por escritura pública.
Até mesmo o silêncio é fatogerador de negócio jurídico, quando as circunstâncias e os usos o autorizarem e a lei não exigir declaração de vontade expressa. Assim, o silêncio, preenchidas essas exigências, pode ser considerado um comportamento hábil e suficiente para produzir efeitos jurídicos, nos termos do art. 111, do Código Civil, que preceitua: “o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração expressa de vontade”. 
Exemplo: o silêncio do locador no fim do contrato presume que concorda com a prorrogação (art. 46, § 1º, da Lei nº 8.245/91). Como exemplos, podem ser citados os artigos 539� e 574�, do Código Civil, este último também sobre locação.
A grande maioria das declarações de vontade, principalmente as da seara obrigacional, são receptícias por se dirigirem a uma determinada pessoa com o escopo de levar ao seu conhecimento a intenção do agente, ajustando-se a uma outra manifestação volitiva, para que surja o negócio jurídico. Por exemplo: proposta de contrato (arts. 427 e 428, do CCB), revogação do mandato, etc. Serão não receptícias se o negócio jurídico se efetivar com sua simples emissão pelo agente, sem que haja necessidade de qualquer declaração de vontade de outra pessoa. Por exemplo: promessa de recompensa, aceitação de uma letra de câmbio, testamento, legado, etc.
4.1.b) Capacidade do agente
O art. 104, I, do Código Civil contempla um requisito de validade do negócio jurídico que diz respeito aos sujeitos da relação jurídica. A lei exige que os partícipes do negócio jurídico tenham maturidade suficiente para poderem se vincular validamente.
O consentimento, a declaração de vontade deve emanar de um agente capaz. Se um sujeito absolutamente incapaz (art. 3º, do Código Civil) manifestar o seu consentimento de se vincular a um negócio jurídico, sem que o faça representado por seus pais, tutores ou curadores, o negócio jurídico será nulo (art. 166, I, do Código Civil). No caso da incapacidade relativa (art. 4º, do Código Civil), a pessoa relativamente incapaz deverá ser assistida pelos pais, tutores ou curadores para poder se vincular validamente a um negócio jurídico. Se esse requisito – assistência – não for atendido, o negócio jurídico será anulável (art. 171, I, do Código Civil). A lei admite, em casos excepcionais, que o menor relativamente incapaz participe pessoalmente de certos e determinados negócios jurídicos sem a intervenção de seu assistente. Porém, fora essas exceções legais, o relativamente incapaz dependerá da intervenção do assistente. 
Cabe, na sequência, analisar a questão da legitimidade para demandar a anulação de um negócio jurídico por incapacidade relativa de uma das partes. A propósito, dispõe o art. 105, do Código Civil que “a incapacidade de uma das partes não pode ser invocada pela outra em proveito próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum”.
Por ser a incapacidade uma exceção pessoal, ela só pode ser invocada pelo próprio incapaz ou pelo seu assistente, salvo a hipótese de indivisibilidade do objeto. Assim, por exemplo, se “A”, com dezessete anos de idade, vende um objeto para “B”, que é maior e capaz, este (“B”) não poderá pleitear a anulação do negócio jurídico. Somente “A” e seu assistente poderão fazê-lo.
Exemplo da regra do artigo 105, do Código Civil: 
“A” (com 16 anos de idade), “B” e “C” (maiores e capazes) vendem um objeto de sua propriedade (dos três, em condomínio) para “D”, pelo preço de R$ 30.000.00. Neste caso, “D” (“a outra parte”) não pode invocar a incapacidade relativa de “A” para pleitear a anulação do negócio jurídica. Nem mesmo “B” e “C” (“co-interessados capazes” ) poderão anular o negócio sob a alegação de que “A” é relativamente incapaz. Logo, somente o relativamente incapaz (“A”) e seu assistente (pais ou tutores) possuem legitimidade para demandar a anulação do negócio. A exceção, prevista no Código (parte final do artigo 105) permite que apenas os “co-interessados” (“B” e “C”) pleiteiem a anulação do negócio jurídico, se o objeto for indivisível (uma obra de arte ou um animal, por exemplo), mas a outra parte (“D”) não poderá, nem mesmo nesse caso de indivisibilidade do objeto, anular o negócio jurídico. No entanto, se a hipótese fosse de nulidade absoluta (se, por exemplo, o “A” tivesse menos de 16 anos) qualquer interessado (“B”, “C” e “D”) poderia pleitear a nulidade, porque o artigo 105 fala apenas em incapacidade relativa.
4.1.c) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
O inciso II, do art. 104, do Código Cível trata de um requisito pertinente ao objeto da relação jurídica.
Para que o negócio jurídico se repute perfeito e válido deverá versar sobre objeto ilícito, ou seja, conforme a lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral. Se ilícito o seu objeto, nulo será o negócio jurídico (Art. 166, II, do CCB), não produzindo qualquer efeito jurídico (RT 395/165).
Objeto lícito é aquele que não contraria a lei, a moral e os bons costumes. Exemplificativamente, um negócio jurídico que tenha como objeto substância entorpecente, droga ilícita, como a maconha e a cocaína, seria nulo por ilicitude do objeto. Da mesma sorte, será nulo o negócio jurídico cujo objeto seja a encomenda da morte de alguém, a pistolagem.
Alem de lícito, preceitua a lei que o objeto do negócio jurídico deve ser também possível, física e juridicamente. O objeto deve ser realizável segundo as leis da natureza ou da física (possibilidade física) e não ser vedado pelo ordenamento jurídico (possibilidade jurídica). Desse modo, se o negócio jurídico tiver objeto impossível, física ou juridicamente, ele receberá a sanção legal da invalidade por nulidade (art. 166, II, CCB).
Exemplo de objeto fisicamente impossível a contratação de um grupo de turistas para visitar marte. Pode ser citado como exemplo de objeto juridicamente impossível a compra de herança de pessoa ainda viva, conforme art. 426, do Código Civil.� Também é impossível juridicamente a comercialização de animais domésticos.
Cabe, ainda, diferenciar objeto ilícito de objeto juridicamente impossível. Objeto ilícito é ilícito em si mesmo, como a droga ilícita, matar alguém; já o objeto juridicamente impossível é aquele, embora lícito, a lei não permite que sobre ele se estabeleça uma relação jurídica negocial. A herança em si mesma não é ilícita porque, mas a lei não permite a sua comercialização quando o autor da herança, o dono dos bens, ainda está vivo.
CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA e ORLANDO GOMES afirmam que tal impossibilidade deve ser ABSOLUTA, ou melhor, a prestação irrealizável por quem quer que seja ou insuscetível de determinação. Se for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada por outrem embora não o seja pelo devedor, ou então, determinável, não constitui óbice ao negócio jurídico. Por exemplo, o devedor não pode se exibir ou se liberar da obrigação sob a alegação de que o cumprimento do ajustado tornou-se impossível para ele.
Objeto determinado é aquele perfeitamente caracterizado, descrito, individualizado, de modo a distingui-lo de todos os outros, como, por exemplo, a compra de um veículo, com indicação do modelo, do ano de fabricação, do número do chassi e da placa. Objeto determinável é aquele que no momento da efetivação do negócio jurídico não está ainda perfeitamente individualizado, mas que poderá ser individualizado em momento posterior, no momento do cumprimento da obrigação. Seria o caso, por exemplo, do pecuarista que vende cem cabeças de gado para entregar em determinado dia. No momento da venda não se sabe ainda quais cabeças de gado deverão ser entregue, mas no mento do comprimento da obrigação, o pecuarista poderá individualizar as cem cabeças, de qualidade média. Seria indeterminável se no contrato constasse apenas “cabeças de gado”�, sem especificar a quantidade. Também seria o caso de o cônjuge separando,no acordo de separação, se comprometer a entregar dentro de trinta dias para a sua ex-mulher um veículo de determinada marca ou modelo, ano de fabricação não inferior a 2010, com quilometragem não superior a trinta mil quilômetros. Inicialmente o objeto é indeterminado, pois existem milhares de veículos com essas características, mas poderá ser individualizado no momento de cumprir o contrato. É, portanto, determinável. O que não se permite é a impossibilidade de determinação.
 
4.2) ELEMENTO ESSENCIAL ESPECÍFICO: EXIGÊNCIAS FORMAIS
4.2.a) Conceito
Segundo o disposto no artigo 104, do Código Civil, o negócio jurídico requer, para a sua validade, “agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei”.
Como já foi explicitado anteriormente, a vontade do sujeito precisa ser exteriorizada, para que possa se concretizar o negócio jurídico, não sendo suficiente que a vontade resida somente no plano psicológico. Nesse sentido, forma pode ser conceituada como sendo “...o meio pelo qual se externa a manifestação de vontade nos negócios jurídicos, para que possam produzir efeitos jurídicos. É o conjunto de solenidades, que se devem observar para que a declaração de vontade tenha eficácia jurídica�.
4.2.b) Princípio da forma livre ou geral
A regra geral adotada pelo Código Civil no artigo 107� é o denominado princípio da forma livre, ou seja, a validade da declaração de vontade somente dependerá de forma determinada (especial) quando a norma jurídica expressamente a exigir. A mesma regra aplica-se ao Direito Processual Civil, conforme artigo 154, do CPC�. Logo, via de regra, a declaração de vontade não dependerá de forma especial, podendo ser efetivada de modo oral ou verbal, gesto, escrito particular ou escritura pública. Assim, se a lei não exige uma forma especial, o negócio jurídico pode ser concretizado por qualquer forma, sendo os negócios informais os mais numerosos, presentes no cotidiano das pessoas, tais como compra de objetos móveis em lojas e supermercados, combustíveis, remédios, prestação de serviços, locações mobiliárias e imobiliárias, comodato, doação de coisas móveis de pequeno valor (art. 541, § único, do CCB), mandato (art. 956, CCB), etc.
4.2.c) Forma especial ou solene
Negócios jurídicos formais ou solenes são aqueles em que a lei exige como requisito indispensável para a sua validade o cumprimento de determinadas solenidades, como a escritura pública, por exemplo. 
O Código Civil exige solenidade especial quando se tratar de constituição de fundações (art. 62), casamento (art. 1.530), pacto antenupcial (art. 1.653), testamento público (art. 1.864), testamento particular (art. 1.876), constituição, transferência, modificação e renúncia de direitos reais sobre imóveis, dentre outros.
Por vezes, a legislação permite a formalização do negócio jurídico por apenas um modo, não possibilitando nenhuma alternativa, como é o caso do pacto antenupcial (art. 1653, do Código Civil), outras vezes possibilita aos sujeitos a formalização do negócio jurídico por mais de um modo, como é o caso da fundação, que pode ser constituída por escritura pública ou testamento (art. 62, do Código Civil), bem como da transação, que pode ser por termo nos autos, escritura pública ou por instrumento particular (art. 842, do Código Civil).
Segundo Maria Helena Diniz, a exigência de formalidade para certos negócios tem os seguintes fundamentos:
a) garantir a autenticidade dos negócios;
b) assegurar a livre manifestação da vontade das partes, chamando a atenção para a seriedade dos negócios que estão praticando;
c) facilitar a prova do negócio jurídico.�
Os negócios jurídicos ditos formais, para os quais a lei exige o cumprimento de formalidades especiais, constituem exceção no nosso ordenamento jurídico, regido, como visto, pelo princípio da forma livre. Porém, se a lei exige o cumprimento de determinada formalidade, e se essa formalidade não for atendida pelos partícipes, a sanção será a invalidade do negócio jurídico por nulidade, conforme dispõe o art. 166, inciso IV, do Código Civil.�
4.2.d) Da necessidade da escritura pública
O art. 108�, do Código Civil exige a escritura pública sempre que os negócios jurídicos que tenham por objetivo a constituição de direitos reais sobre imóveis (usufruto, hipoteca, servidão, por exemplo), a transferência de direitos reais sobre imóveis (venda e doação de imóveis, por exemplo), modificação de direitos reais sobre imóveis (desmembramento de imóveis, constituição de condomínio, incorporação, etc), e renúncia a direitos reais imobiliários (renúncia ao usufruto, renúncia á herança, etc), se o imóvel tiver valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
A escritura pública é lavrada em notas de tabelião, e é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. 
Quando a lei exigir a escritura pública, nenhuma outra prova poderá ser admitida. Nesse sentido é a disposição do artigo 366, do Código de Processo Civil.� Assim, de nada valeria a uma pessoa conseguir diversas testemunhas, por mais idôneas que sejam, para provar ao juiz que adquiriu a propriedade de um imóvel de valor superior a trinta salários mínimos, pois a única prova aceita para demonstrar esse fato – a aquisição - é a escritura pública.
4.2.e) Forma voluntária ou excesso de forma
Quando o sujeito opta por efetivar um negócio jurídico através de uma forma mais solene ou mais formal do que aquela exigida pela lei, a doutrina denomina esse fato de forma voluntária ou excesso de forma. 
Inácio de Carvalho Neto, baseado nos ensinamentos de José de Oliveira Ascensão, discorre sobre o que denomina de forma voluntária ou excesso de forma:
“Mas nada impede que as partes recorram a uma forma mais solene do que a exigida pela lei ou pelo contrato,o que se denomina de forma voluntária. Nada impede, v. g., que se faça uma procuração por instrumento público quando a lei a permite por instrumento particular. Ter-se-á então o excesso de forma, ou seja, a forma praticada está além da exigida. O excesso de forma não é vício. Se qualquer forma serve, serve também a forma mais solene. O notário não poderá, por exemplo, recusar a celebração de uma escritura pública, alegando que a lei não a exige. Se as partes se sentem mais seguras com a forma mais solene, têm o direito de a ela recorrer”.�
Nada impede que o negócio jurídico seja efetivado por escritura pública se a lei não exigir essa formalidade. O que não se permite é efetivar o negócio jurídico por uma solenidade menor do que aquela exigida por lei, como, por exemplo, valer-se do instrumento particular, quando a lei exige o instrumento público.
4.2.f) Forma contratual
O artigo 109, do Código Civil� possibilita aos contratantes estabelecer em um contrato preliminar ou précontrato que o negócio jurídico que se seguir somente poderá ser celebrado por instrumento público. Em havendo essa estipulação prévia, a escritura pública ou instrumento público passa a ser essencial para a validade do negócio jurídico, e se não for atendida essa pactuação, a sanção será também a nulidade, ou seja, o negócio jurídico será inválido.
Ensina Álvaro Villaça Azevedo que “...nesse artigo analisado, a formalidade de escritura pública não nasce de exigência legal. Ao contrário, a exigência dessa formalidade, como meio probatório do contrato, nasce de uma cláusula contratual, criada pelas próprias partes contratantes.”�
Por exemplo, duas pessoas firmam um acordo, através do qual um industrial se compromete a dar preferência a determinada pessoa para a compra de uma máquina ou equipamento da indústria, e ambos inserem nesse documento que o contrato de compra e venda, quando for o tempo da venda, deverá ser efetivado através de escritura pública. Também pode ser citado como exemplo uma promessa ou compromisso de compra e venda de um imóvel por valor inferior a trinta salários mínimos, hipóteseem que lei não exige a escritura pública, porém as partes poderão inserir nesse contrato preliminar a compra e venda definitiva do imóvel, a ser feita em tempo futuro, deverá ser efetivada por escritura pública. Neste caso, a escritura pública passa a ser uma forma contratual, resultante do acordo de vontades feito lá atrás por ocasião do contrato preliminar.
Nessas hipóteses, a escritura pública é exigência contratual e não legal, e deverá ser observada pelas partes, sob pena de nulidade.
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria geral do direito civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2012.
AZEVEDO, Antônio Junqueira de. Negócio Jurídico. Existência, Validade e Eficácia. 3.ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000.
 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 28.ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011, v. 1. 
FARIAS, Cristiano Chaves de e ROSELVALD, Nelson. Curso de direito civil. 10ª edição. Salvador: Editora Jus PODIVM, 2012 , v. 1.
GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 1.
NADER, Paulo. Curso de direito civil, parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
NETO, Inácio de Carvalho. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 2ª edição, Curitiba: Juruá, 2007.
VENOSA, SÍLVIO DE SALVO. Código civil interpretado. São Paulo: Atlas, 2010. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral, 3.ª edição. São Paulo: Atlas, 2003.
LISBOA, ROBERTO SENISE. Teoria geral do direito civil.5ª Edição, São Paulo: Saraiva, 2009.
LISTA DE EXERCÍCIOS
01) Entende-se que não pereceu o objeto do direito quando:
A) perde as qualidades essenciais.	
B) se discute quem é seu proprietário.
C) se confunde com outro de modo que se não possa distinguir.
D) fica em lugar de onde não pode ser retirado.
E) perde o valor econômico. 
02) O instrumento público não é da substância do ato jurídico:
A) no contrato de locação.
B) nos pactos antenupciais. 
C) nas permutas de bens imóveis acima de trinta salários mínimos vigentes no país.
D) na compra e venda de bens imóveis acima do valor legal.
E) na hipoteca acima de trinta salários mínimos vigentes no país.
03) São elementos acidentais do negócio jurídico:
A) condição, termo, e encargo.
B) erro, dolo e coação. 
C) fraude contra credores e simulação.	
D) agente capaz e objeto lícito e possível.
E) vício redibitório e evicção.
04) São fatos jurídicos:
A) o nascimento e a maioridade civil.
B) doação, compra e venda e morte. 
C) promessa de compra e venda e locação.
D) testamento e seguro de vida.
E) nascimento e dação em pagamento.
05) Os elementos essenciais do negócio jurídico são:
A) erro, dolo, coação, simulação e fraude contra credores.
B) condição, termo e encargo.
C) vício redibitório e evicção.
D)agente capaz, objeto lícito e possível e forma prescrita e não defesa em lei.
E) todas as repostas anteriores estão corretas.
06) É o conjunto de solenidades que se deve observar para que a declaração de vontade tenha eficácia jurídica:
A) forma.
B) prova.
C) encargo.
D) presunção.
E) modalidade.
07) É qualquer meio de exteriorização da vontade nos negócios jurídicos, desde que não previsto em norma jurídica como obrigatório:
A) forma geral. 
B) forma única.
C) forma plural.
D) forma especial.
E) forma plena.
08) Ocorre quando o direito nasce no momento em que o titular se apropria do bem de que maneira direta, sem interposição ou interferência por outra pessoa:
A) aquisição derivada. 
B) aquisição a título singular.
C) aquisição a título universal.
D) aquisição originária.
E) aquisição final. 
09) A compra de um bem imóvel é um bem imóvel é um exemplo de:
A) aquisição derivada.
B) aquisição a título universal.
C) aquisição originária.
D) aquisição inicial.
E) as alternativas A e B estão corretas.
10) Ocorre quando se modifica o conteúdo do direito: 
A) modificação objetiva.
B) modificação ordinária.
C) modificação subjetiva.
D) modificação simples.
E) modificação complexa.
11) Ocorrerá quando o conteúdo do direito se converter em outra espécie:		
A modificação subjetiva.
B) modificação objetiva quantitativa.
C) modificação ordinária.
D) modificação objetiva qualitativa.
E) modificação simples.
12) Os negócios jurídicos onde uma das partes obtém benefícios ou enriquecimento patrimonial sem contraprestação são denominados de:
A) gratuitos.
B) onerosos.
C) bilaterais.
D) sinalagmáticos.
E) solenes. 
13) A compra e venda de um bem imóvel acima de trinta de salários mínimos é um exemplo típico de: 
A) negócio jurídico solene.
B) negócio jurídico unilateral.
C) negócio jurídico simples.
D) negócio jurídico atípico.
E) negócio jurídico causa mortis. 
14) O negócio jurídico onde só existe uma declaração de vontade é dito como:
A) inter vivos.
B) causa mortis.
C) plurilateral.
D) unilateral.
E) oneroso. 
15) A declaração de vontade de duas pessoas em direção única constitui um negócio jurídico:
A) bilateral.
B) misto.
C) sem classificação jurídica. 
D) direcionado.
E) unilateral. 
16) Quando a norma jurídica permitir a formalização do negócio por vários modos, possibilitando que a parte opte por um deles, ter-se-á a forma:
A) genérica.
B) plural.
C) única.
D) livre.
E) contratual.
17) A partilha amigável, sendo os herdeiros maiores capazes, pode ser efetuada por escritura pública, termo nos autos inventário ou instrumento particular, homologado pelo magistrado, porque sua forma é:
A) genérica.
B) livre.
C) única.
D) plural.
E) geral. 
18) É exemplo de negócio jurídico unilateral.
A) doação.
B) promessa de Compra e Venda.
C) cessão de Crédito.
D) promessa de Recompensa.
E) comodato.
19) Marque a alternativa abaixo que não apresenta um exemplo de ato material.
A) derrelição.
B) transferência de Domicílio.
C) testamento.
D) achado de Tesouro.
E) comistão.
20) Faça a correlação correta.
1. Negócio Jurídico Inter Vivos.
2. Negócio Jurídico Mortis Causa.
( ) Locação.
( ) Doação 
( ) Legado. 
( ) Promessa de Recompensa.
( ) Testamento.
A) 1;1;1;1 e 2.
B) 2;1;2;1 e 1.
C) 1;1;2;1 e 2.
D) 2;1;2;2 e 1.
E) 1;2;1;2 e 2.
21) Os negócios jurídicos onde uma das partes obtém benefício ou enriquecimento patrimonial sem contraprestação são denominados de:
A) gratuitos
B) onerosos
C) bilaterais
D) sinalagmáticos
E) solenes.
22) (Magistratura/SC – 2008) Sobre os negócios jurídicos, assinale a alternativa INCORRETA:
A) o negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar do pagamento.
B) a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
C) os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
D) a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
E) o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
23) (Proc. Munic./SP – 2004) Um homem planta uma árvore em sua própria fazenda. Este evento, isoladamente considerado, pode ser classificado como:
A) fato natural.
B) ato jurídico.
C) negócio jurídico.
D) contrato.
E) declaração unilateral de vontade.
24) (OAB-MG-2000). Assinale a opção incorreta. A validade do ato jurídico requer:
A) a presença de duas testemunhas;
B) forma prescrita ou não defesa em lei;
C) agente capaz;
D objeto lícito.
25) Acontecimentos independentes da vontade humana que

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