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Introdução a ciência do direito - Aula 3

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INTRODUÇÃO À CIÊNCIA 
DO DIREITO
AULA 3
A CONSTRUÇÃO CIENTÍFICA DO DIREITO
“O conhecimento científico é uma espécie de otimização desse conhecimento
vulgar. A ciência busca organizar e sistematizar o conhecimento do homem. O cientista é
um ser preocupado com a veracidade e a comprovação de seu conhecimento, o que faz
com que construa uma série de enunciados e regras rigorosas, que permitem a
descoberta e a prova desse conhecimento.” (NUNES, Rizzato. Manual de Introdução ao
Estudo do Direito.São Paulo:Saraiva,2007. p. 28)
EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
Idade Média
Predomínio da teologia - instância formuladora de verdades inquestionáveis (dogmas)
Idade Moderna
progresso gerado pelo advento de instrumentos mais precisos para observar a realidade -
privilégio de uma nova forma de saber. 
[ciência moderna - substituir as verdades reveladas nas Escrituras pela inferência das leis
da natureza, com a utilização de instrumentos óticos e mecânicos precisos]
“científico” = verdadeiro, certo e inquestionável
RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO
DESCRIÇÃO RIGOROSA
PREVISÃO DE HIPÓTESES FUTURAS
com o mesmo resultado causal
“Em outras palavras, conhecida a lei da gravidade e sua força, o cientista sabe 
– e todos sabem – que, ao soltar uma pedra no ar, ela vai ao chão.” (NUNES, 
op. cit. p. 28)
“Nas ciências humanas busca-se, igualmente, explicação para os fatos e suas
ligações. Contudo, nela aparece o ser humano com suas ações como objeto de
investigação. Essas ações e as intricadas RELAÇÕES INTERPESSOAIS, que
trazem RESULTADOS IMPREVISÍVEIS, obrigam à introdução do ato de
COMPREENDER junto ao de explicar. É necessário, nas ciências humanas,
captar o sentido dos fenômenos humanos; é preciso compreendê-lo, portanto,
NUMA ACEPÇÃO VALORATIVA.” (NUNES, op. cit. p. 30. Grifo nosso)
BASES TEÓRICAS PRINCIPAIS PARA A 
CONSTRUÇÃO CIENTÍFICA DO DIREITO
Positivismo
Positivismo 
Jurídico
Emprego de método científico às Ciências Sociais
EXPERIMENTAL
(Observar para Comprovar)
“despreza dos juízos de valor,
para se apegar apenas aos
fenômenos observáveis.” (Paulo
Nader)
Ciência do Direito: 
estuda o direito vigente
político, ideológico, 
religioso, moral, etc. 
JUSPOSITIVISMO JUSNATURALISMO
 ESCOLA 
MÉTODO EMPÍRICO
 MEDIDA DA JUSTIÇA = LEI
 SEPARAÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL
 ANTIMETAFÍSICO
DIREITO É PRODUTO DA ATIVIDADE HUMANA
LEI = DOCUMENTO OFICIAL ESCRITO
ESTADISTA
 JUSTIÇA = PRINCÍPIOS COM BASE EM
VALORES PERMANENTES
 “JUSTO POR NATUREZA” LEI NATURAL
 DIREITO NATURAL SUPERIOR AO
POSITIVO
IDEOLOGIA JURÍDICA - PRINCIPAL DIVISÃO
OBS: Alguns pontos divergentes entre as
teorias jusnaturalistas:
- Quanto à fonte do direito (Deus;
Natureza; Razão) MÉTODO RACIONAL
- Quanto à conceituação da natureza
humana (belicosa; pacífica; racional;
social; individualista; etc.)
OBS: O direito possui um conteúdo político, de
valor. A separação que o positivismo propõe
serve ao momento de observar o direito,
construir o conhecimento jurídico-científico.
DESCREVER – INDEPENDENTE DE CONCORDAR
“O positivista jurídico avalia moralmente o direito, para o efeito de determinar
sua obrigatoriedade, tanto quanto faz o partidário do direito natural. A única
diferença entre ambos é o momento em que a avaliação é levada a cabo.
O partidário do direito natural realiza essa avaliação no começo de seu trabalho;
antes de permitir que uma norma seja considerada direito, o jusnaturalista a
submete a um escrutínio moral: se a norma não se ajusta aos ditames da moral, a
norma não é jurídica
O positivista jurídico realiza essa mesma avaliação no final de seu trabalho. Após
identificar quais são as normas de uma determinada ordem jurídica um positivista
avalia se deve ser cumprida – o que gera reflexos na eficácia da norma.”
[SGARBI, Adrian. Teoria do Direito (primeiras lições). P. 719-720]
OBSERVAÇÃO:
Dessa forma, a CRÍTICA DO POSITIVISMO AO JUSNATURALISMO indica que este acaba
por fornecer uma DESCRIÇÃO INCOMPLETA ou INSUFICIENTE, visto que no caso de seu
teórico se defrontar com uma ordem jurídica mantida à força alegaria que ela não
existe como direito. Seria uma espécie de CEGUEIRA
OBS: A separação que ele propõe não anula a existência
do elemento sociológico e do valorativo, apenas separa
para obter a concepção de ciência do direito de forma
que ele considera PURA.
TEORIA PURA DO DIREITO
DIREITO
Sistema de 
NORMAS
HIPÓTESE
CONSEQUÊNCIA
“Se A é, B deve ser.”
A – Hipótese
B – Consequência
SEPARAÇÃO
Moral
Fatos Sociais
(Em vigência)
onde
(Hans Kelsen)
EXEMPLO: 
POSITIVISMO 
NORMATIVISTA
Críticas – O direito não pode ser considerado uma ciência
POR OUTRO LADO ...
A prática da ciência busca - melhor explicação de um fenômeno particular –
observando, para isso, fatores como: momento histórico, aspectos culturais,
geográficos, organizacionais, etc.
As Ciências Sociais (incluído o Direito)
"(...) não oferecem princípios de validez universal que lhes justifiquem a
terminologia (...)".
(PAULINO JACQUES in Curso de Introdução ao Estudo do Direito, ps. 10/11) 
"O Direito não é ciência, mas arte; como também ramo da moral" 
(GENY in Science et Téchnique en Droit Privé Positif, 2a. édiction, Tome I, Paris, 1927, ps.69/71 e 89) 
“Para uns, adeptos do ceticismo científico-jurídico, o direito é insuscetível de
conhecimento de ordem sistemática, afirmando com isso que a ciência jurídica não é, na
realidade, uma ciência, baseados na tese de que o seu objeto (o direito) modifica-se no
tempo e no espaço, e essa MUTABILIDADE IMPEDE AO JURISTA A EXATIDÃO na construção
científica.” DINIZ, op cit. p. 33)
Superação do Positivismo Jurídico
 Aplicação de MÉTODO exclusivamente EMPIRISTA às ciências sociais é
incompatível com o ideal de JUSTIÇA
 A Ciência do Direito deve ser compreendida e aplicada com base nos valores
fundamentais a serem alcançados. – PRINCÍPIOS CONSTRUÍDOS PELO PROCESSO
SOCIAL HISTÓRICO
Antes de ser um instrumento do Estado 
para ordenar a sociedade, o direito cumpre 
uma função social
(Apenas considerar a lei não é suficiente)
CONCEPÇÃO DIALÉTICA
“O Direito é um processo aberto exatamente porque é
próprio dos valores, isto é, das fontes dinamizadoras de todo
o ordenamento jurídico, jamais se exaurir em soluções
normativas de caráter definitivo.” (Miguel Reale)
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
“Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações 
de convivência, segundo uma integração normativa de fatos segundo valores.” 
(Miguel Reale)
Estrutura tridimensional
FATO VALOR NORMA
ACONTECIMENTO
OCORRÊNCIA
NATURAL OU HUMANO
TRANSFORMAÇÃO
ELEMENTO MORAL – BASE PARA
FORMAÇÃO DO PONTO DE VISTA
DA MAIORIA POPULAR, ATRAVÉS
DOS REPRESENTANTES DO POVO
(PODER LEGISLATIVO)
REGRA 
MODELO DE COMPORTAMENTO 
SOCIAL
CADA FATO SOCIAL POSSUI SEU VALOR (MAIOR OU MENOR GRAU) – A ANÁLISE DO GRAU DE
VALOR RESULTARÁ OU NÃO NA DISCIPLINA NORMATIVA DO FATO
Ex: fumo - restaurante – incômodo a terceiros – toma proporções maiores – tema levado 
ao legislador (análise do grau de valor)
ASSIM....
FATO + VALOR + PROCESSO LEGISLATIVO = NORMA JURÍDICA
Para transportar a realidade histórica para as 
normas jurídicas, é necessária uma avaliação 
VALORATIVA acerca dos FATOS.
“a norma é a indicação de um caminho, porém, para percorrer
um caminho, devo partir de determinado ponto e ser guiado
por certa direção: o ponto de partida da norma é o fato, rumo
a determinado valor.” (Miguel Reale)
FATO VALOR NORMA
EXEMPLOS
Beber e Dirigir
Proteção do patrimônio e
integridade física das
pessoas
Lei Seca – perda
da carteira +
possibilidade de
prisão + multa
Furto de um 
computador
Proteção do
patrimônio
Roubar é crime,com pena privativa
de liberdade
Novo espírito científico - racionalismo aberto 
- crítica e negação de teorias
- novas teorias
- melhores explicações
- reformulação de pontos de vista
- etc.
PERMANENTE 
CONSTRUÇÃO/EVOLUÇÃO 
= NÃO DEFINITIVA
Nº DE PERGUNTAS > Nº DE RESPOSTAS E CERTEZAS
“descobertas que tiraram a ciência do altar em que havia sido colocada pelos cientistas e 
pensadores do século XIX, um altar de certeza inquebrantável e de verdades irrefutáveis”
Flávio José Moreira Gonçalves
[http://www2.tjce.jus.br:8080/dike/wpcontent/uploads/2010/11/Artigo-Flavio.pdf]
O Direito, fenômeno histórico e permanentemente mutável, se transforma
regularmente.
Assim, a sociedade produz elementos a serem aproveitados pelos operadores do
direito todo o tempo.
Por mais estruturado que o sistema jurídico esteja para se adequar ao maior número
possível de transformações sociais, não pode pretender considerar-se suficiente,
fechado.
ASSIM, NÃO HÁ CERTEZAS ABSOLUTAS, MAS SIM TENDÊNCIAS
CIÊNCIAS NATURAIS – MÉTODOS EXPERIMENTAIS
Isto, porém, não significa que as ciências sociais sejam destituídas de certeza. (...) se as
ciências sociais não são exatas, devem ser "de rigor", ou seja, rigorosas quanto às técnicas
de estudo e à coordenação lógica das proposições que formulam em correspondência
cada vez mais completa com a realidade examinada, e de modo a excluir contradições.
(Miguel Reale)
leis de causalidade / relações necessárias
CIÊNCIAS SOCIAIS
teorias de tendência / explicações de maior probabilidade
OBSERVAR
EXPLICAR
DESCREVER
OBSERVAR
REFLETIR
COMPREENDER
"a natureza se explica, enquanto que a cultura se compreende". 
(Dilthey, CITADO POR Miguel Reale)
Compreender é ordenar os fatos sociais ou
históricos segundo suas conexões de sentido, o
que quer dizer, finalisticamente, segundo uma
ordem de valores. (Miguel Reale)
“há diversos tipos de ciência, igualmente
legítimos, cada qual fiel a seus métodos e
processos em função da natureza daquilo que
estudam. Nesse sentido, isto é, no quadro de um
pluralismo metodológico, o Direito é uma ciência
tão legítima como as demais.” (Miguel Reale)
Afinal, o DIREITO É UMA CIÊNCIA SOCIAL
Ciências culturais, ciências do espírito, ciências humanas,
ciências morais, ciências idiográficas ou ciências sociais são as
que têm por objeto material o comportamento humano, apesar
de cada uma delas ter objeto formal próprio, ou seja, a
perspectiva mediante a qual contempla o homem e estuda os
fatos de sua conduta.” (DINIZ, op. cit. p. 217)

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