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CONEXÃO E CONTINENCIA NO PROCESSO PENAL

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Conexão e Continência no Processo Penal
Conexão Material:
A conexão material é aquela que se consolida quando os próprios crimes são considerados conexos, ou seja quando efetivamente tiver substrato penal, quando no caso concreto, puder provocar alguma consequência de ordem penal.
Conexão Processual 
A conexão diz-se meramente formal quando não há nexo entre os delitos , mas a comprovação de uns termina refletindo na de outros.
 Espécies de Conexão
3.1. Conexão Intersubjetiva por simultaneidade
Trata-se da hipótese de vários agentes cometerem infrações diversas, embora sejam estas praticadas ao mesmo tempo, no mesmo lugar. A simultaneidade dos fatos e da atuação dos autores faz com que se torne necessária uma apuração conjunta por um único magistrado. È aí que entra o real sentido desta reunião, por conta da melhor apuração probatória do ocorrido, evitando que a mesma prova seja valorada diferentemente por magistrados diversos.
3.2. Conexão intersubjetiva por concurso
Trata-se de situação em que vários agentes cometem infrações penais em tempo e lugar diferentes, embora umas sejam destinadas à servir de suporte às ações seguintes. É espécie de concurso de agentes dilatado no tempo e envolvendo infrações diversas, diferentemente do caso previsto no Código penal que prevê o cometimento de um único delito por vários autores.
3.3. Conexão intersubjetiva por reciprocidade
Trata-se de situação de agentes que cometem crimes uns contra os outros. Logo, em se tratando do mesmo cenário, é conveniente e até necessário que haja reunião dos processos para que haja um só julgamento. (Art. 75, I, CPP)
3.4. Conexão Objetiva 
Também conhecida como conexão consequencial, lógica ou teleológica, demostra que há vários autores cometendo crimes para facilitar ou ocultar outros, ou mesmo para garantir a impunidade ou a vantagem do que já foi feito (art. 76, II, CPP).
A diferença entre esta hipótese e a da conexão intersubjetiva por reciprocidade é que no segundo caso as infrações são antecipadamente organizadas pelo conluio dos agentes que irão se desenvolver em tempos e lugares diferentes. E neste caso as infrações são ligados por objetividade, em que os autores não estavam previamente combinados, mas acabaram se ajudando.
3.5. Conexão Instrumental 
É denominação dada à autentica forma de conexão processual. Denomina-se também como conexão ocasional, significando que todos os feitos somente deveriam ser reunidos se a prova de uma infração servisse de algum modo para provar outra (art. 76, III, CPP).
SEGUE EXPLANAÇÃO ACERCA DOS TIPOS DE CONEXÃO PREVISTAS NOS ARTIGOS DO CCP:
Art.76. A competência será determinada pela conexão:
I- se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; (conexão intersubjetiva)
II- se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; (conexão objetiva ou material)
III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. (conexão instrumental ou probatória)
Art.77.A competência será determinada pela continência quando:
duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; (continência por cumulação subjetiva)
II- no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, §1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.” (continência por cumulação objetiva)
Conexão
É a interligação entre duas ou mais infrações, levando a que sejam apreciadas perante o mesmo órgão jurisdicional. Objetiva a celeridade do feito e evitar decisões contraditórias.
Vale destacar que a lei não faz menção quanto à questão das investigações policiais. Alguns autores entendem que não há, a princípio, reunião de inquéritos em razão da conexão, devendo cada um tramitar separadamente na circuscrição em que houve a consumação de cada infração, como é o caso de Nestor Távora. Já outros, como Nucci, destaca que sendo útil ao esclarecimento e busca da verdade real, pode-se providenciar a sua união em uma só delegacia ou departamento policial, desde que conte com a autorização judicial, ouvido-se antes o Ministério Público.
De acordo com a doutrina, a conexão se divide em três espécies: a) intersubjetiva; b) objetiva; c) instrumental.
Fala-se em conexão intersubjetiva quando houver necessariamente vários crimes e vários agentes, pouco importando se esses se uniram em concurso, reciprocidade ou simultaneidade.
a) Conexão intersubjetiva por concurso: duas ou mais infrações penais praticadas por várias pessoas em concurso;
b) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: duas ou mais infrações penais cometidas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras;
c) Conexão intersubjetiva por simultaneidade: duas ou mais infrações penais praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem qualquer ajusto prévio, sem uma saber da outra. Falas-se em conexão intersubjetiva ocasional.
Por conseguinte, a conexão objetiva (lógica ou material) se revela quando o crime é praticado para facilitar a execução de outro, ocultar-lhe ou garantir a manutenção da sua vantagem. E, por derradeiro, a conexão instrumental (probatória ou processual), que se concretiza quando a prova de um crime influencia na existência de outro.
Continência
É o vínculo que une vários infratores a uma única infração, ou a reunião de várias infrações em um só processo por decorrerem de conduta única, ou seja, resultarem de concurso formal de crimes.
Como o próprio nome indica, a continência ocorre quando um fato criminoso contém outros, o que impõe que o julgamento de todos seja realizado em conjunto. É nesse sentido a determinação do artigo 77 do CPP .
Partindo dessa premissa, estudiosos do tema classificam a continência em objetiva e subjetiva.
a) Subjetiva: quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração penal.
b) Objetiva: quando os crimes são cometidos na forma dos artigos 70 , 73 e 74 do Código Penal , ou seja, em concurso formal, na aberratio ictus ou aberratio criminis.
No caso da questão apresentada, por se trata de diversas pessoas que saquearam um estabelecimento comercial, sem se conhecerem umas às outras – estamos diante de hipótese de conexão intersubjetiva por simultaneidade (ocasional).

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