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Cultura e Sociedade: Uma Introdução

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CULTURA
Enquanto no senso comum cultura é compreendida como sinônimo de erudição, na sociologia o termo cultura nunca vem separado do termo sociedade. Ambos estão profundamente interligados. De fato, não é possível compreender a cultura fora de uma sociedade nem entender a sociedade sem uma cultura - conjunto de crenças que define um modo de vida partilhado pelos membros de uma sociedade. Por sua vez, o termo sociedade pode ser concebido como um número de pessoas que interagem, normalmente em um território definido, e compartilham uma cultura.
Brym e outros (2007) referem-se à cultura como uma forma de resolver problemas relativos à vida cotidiana do homem no seu processo interativo com o meio em que vive. Neste caso, o meio pode ser tanto a natureza em seu estado mais bruto, quando se pensa no homem primitivo, como, também, a sociedade contemporânea. Ou, como se lê na página 75 do livro de Brym, pode-se concluir que a cultura é composta das idéias, das práticas e dos objetos materiais socialmente transmitidos que possibilitam às pessoas se adaptar a seus ambientes.
Para Edward Taylor, antropólogo britânico, o termo cultura significava “ um todo complexo que abarca conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades adquiridas pelo homem como integrante da sociedade”.
Para Giddens, cultura consiste nos valores partilhados pelos membros de um grupo; as normas seguidas e os artefatos criados.
Valores são idéias abstratas. E Normas são princípios normativos, definidos e claros que espera-se que sejam seguidos. Em outras palavras, podemos dizer que as normas representam os sim(s) e os nãos, da vida social. O permitido e o proibido, digamos assim.
Cultura material e não-material.
Se voltamos o olhar para a definição oferecidas pelos sociólogos e antropólogos apresentadas no início, verificamos que duas dimensões estão contidas em suas definições: o conjunto de crenças e valores compartilhados, como também os artefatos, objetos produzidos pelos homens. Dessa forma, Vila Nova enfatiza que ao se tratar de cultura dois setores se destacam: um setor material e um setor espiritual ou não material que compõe o mundo das ideias. Essa distinção, entretanto, deve ser apenas nominal pois, na realidade, são interdependentes da Cultura Total. Na verdade, o que é produzido materialmente na sociedade está ligado ao conhecimento, a uma certa abstração, como observa Brym. Não é possível fabricar um violino, nos lembra Vilanova, sem conhecimentos físicos, sem uma ideia precisa sobre som e acústica. Convém lembrar, ainda, que o violino vai estar ligado a uma dimensão artística desenvolvida por um povo, que é a música e faz parte de uma visão de mundo e de um gosto, que não estão especificamente ligadas a dimensão meramente material.
Por sua vez, as transformações advindas do uso de certos objetos terminam provocando modificações nas formas de pensar, nos valores, nas ideias dos “homens a respeito de si mesmo e da sociedade”, como nos mostra Vila Nova na página 46 do seu livro. 
Norbert Elias, no seu livro O Processo Civilizatório, fala sobre a transformação dos hábitos alimentares à mesa, partindo da invenção do garfo. O uso deste simples objeto transformou os padrões de sociabilidade e faz parte do repertório de distinção e de classificação dos seres humanos sobre o lugar ( classe social) que ocupam em uma sociedade. Comer com a mão, certamente não é um atributo encorajador quando estamos escolhendo nossos parceiros e parceiras, por exemplo. A menos que venham de uma cultura onde comer com as mãos faça parte da cultura a que pertencem. Entre alguns povos do mundo árabe, comer com a mão faz parte dos hábitos à mesa. 
Mas é importante ressaltar dois outros termos que estão vinculados a palavra cultura e que são “alta cultura”, “cultura popular” e “cultura de massa”. O termo alta cultura refere-se à erudição; ao balé, à literatura, e é usado para estabelecer uma distinção entre cultura popular e cultura de massas. A cultura popular pode ser compreendida como a cultura consumida pelas classes altas ; já a cultura popular e a cultura de massas é consumida por todas as classes. 
A cultura popular é composta de objetos, práticas, valores, concepções normalmente ligados à tradição. Tende a ser consumida por todas as classes.
 A cultura de massas é aquela difundida pelos meios de comunicação de massa e é normalmente associada às sociedades modernas. Tende a ser consumida por todas as classes.
Como surgiu a cultura?
Como terá o homem sobrevivido em condições naturais tão adversas? Como suportaram a ambientes naturais tão severos? Uma ideia que nos ajuda a compreender este processo de adaptação e transformação do ambiente pelo homem refere-se ao que Brym chama de “kit cultural de sobrevivência” de “enorme flexibilidade e complexidade, formado por três instrumentos principais : a capacidade de abstração; a capacidade de cooperação e a capacidade de produção.
A abstração refere-se a capacidade de criar ideias gerais ou formas de pensamento relativos a exemplos particulares; em outras palavras, os homens são capazes de criar símbolos. 
Um símbolo é qualquer coisa que carrega um significado e, como nos diz Turner (2005), são sinais arbitrários que podem representar as experiências do homem em torno das quais se estabelece um consenso sobre o que representam e o que significam.
Os símbolos permitem que classifiquemos a nossa experiência e façamos generalizações a partir delas.
Mesmo considerando que os animais também são capazes de entender alguns sinais, eles não desenvolveram a linguagem; não aprenderam a gramática; nem ensinam a outros animais a linguagem aprendida. A nossa capacidade de abstração nos permite aprender e transmitir conhecimento de uma maneira que nenhum outro animal consegue fazer.
A cooperação refere-se a nossa capacidade de criarmos uma vida social complexa por meio do estabelecimento de normas, ou maneiras geralmente aceitas de fazer as coisas.
Criamos escolas, comunidades, indústrias, uma enorme variedade de arranjos e instituições sociais, como nos diz Brym. Cada uma destas coisas significa uma forma de cooperação que ajuda as pessoas a prosperar, adquirir novos conhecimentos e reproduzindo os já existentes.
Brym menciona a capacidade de alguns animais também cooperarem – cachorros, formigas, cupins- cooperam em diferentes níveis. Porém, essa capacidade é geneticamente transmitida e não resultado do aprendizado das normas. ( pag 76)..
A produção envolve a nossa capacidade de fazer e utilizar ferramentas e objetos que melhoram a nossa habilidade em extrair o que queremos da natureza, como também nos adaptarmos melhor ao ambiente produzindo conforto. As técnicas e ferramentas produzidas geram a cultura material. Apenas os homens são capazes de fabricar ferramentas e utilizá-las para produzir todo tipo de coisa: de comida a computadores. A produção é uma atividade tipicamente humana.
QUADRO
 
			 Capacidades Humanas
__________________________________________
Abstração Cooperação Produção 
 ideias normas cultura material
Medicina. 
Teorias Experimentos Medicamentos
Direito. 
 
Valores Leis Tribunais
 
Religião.............
Crenças Costumes religiosos Arte sacra, 
 templos/ rituais
__________________________________________
 	 Cultura e Biologia
A capacidade de aprendizagem do homem e da padronização de seu comportamento pode, muitas vezes, levar a uma discussão sobre questões relativas a tal comportamento como resultante do fato de que a espécie humana é dotada de certas características orgânicas que só ela possui. Por exemplo, a mão prênsil, a coluna ereta, um grau de complexidade e especialização neurocerebral.Entretanto, nenhuma dessas características, como nos diz Vila Nova, são “suficientes para explicar o desenvolvimento da personalidade e do comportamento social na sua forma humana”.
Brym (2006) tratando do mesmo tema em seu livro de introdução a Sociologia, refere-se a relação existente entre Cultura e Biologia. Como Vila Nova e muitos outros, há por parte dos sociólogos o reconhecimento de que a biologia “estabelece limites e potenciais humanos bastante amplos, inclusive o potencial para criar cultura” (p.78). Entretanto, todos concordam sobre a insuficiência do aparelho biológico na criação de padrões de comportamento social.
Em suas explicações sobre o termo cultura, muitos autores referem-se ao seu aspecto social em detrimento do natural. Ou seja, reconhecem que certa organização existe também no mundo da natureza; entretanto, esta não é fruto da transmissão oral e sim de da transmissão genética. Embora as abelhas, os cupins e outros animais tenham uma certa organização em seu comportamento, este tem sido o mesmo desde sempre. Como nos diz Vila Nova, este padrão de organização existente nos animais não humanos tem um “altíssimo grau de estabilidade no tempo e no espaço”, enquanto entre nós, humanos, os “padrões são extremamente flexíveis”.
De fato, os padrões de comportamento humano não “estão nas condições biológicas” típicas de nossa espécie. Os padrões de comportamento do homem são criados pelo próprio homem em seu processo interativo com o meio em que vivem juntamente com outros homens aí presentes. Os homens têm a capacidade aprender. Nascem com um aparelho biológico que os capacita a desenvolver padrões de comportamento através da comunicação simbólica. 
Há, entretanto, os chamados “praticantes da sociobiologia” e da psicologia evolucionária, que defendem que a estrutura do cérebro humano e os genes, - unidades químicas que carregam as características de pais para filhos – são capazes de fornecer explicações tanto para “comportamentos” como para práticas sociais específicas. ( ver Brym 2006: 78).
Partindo de Charles Darwin, que observou a imensa variedade existente entre grupos de animais, os mais rápidos e mais fortes, aumentam sua capacidade de sobrevivência. 
A partir deste ponto, certas características encontradas no comportamento humano seriam explicadas biologicamente. Entre elas estaria a promiscuidade masculina em detrimento da fidelidade feminina. Tal comportamento teria como pressuposto a necessidade de aumentar as chances de reproduzir os genes da espécie humana. ( pag.79) 
O que importa observar é que pesquisas sociológicas mostram que as mulheres também tem parceiros fora de sua relação de casamento e que nem todos os homens traem suas parceiras. Ademais tais pesquisas registram, também, a existência de relações entre parceiros masculinos do mesmo sexo. Em outras palavras, a análise dos psicólogos evolucionários quando submetidas à pesquisas empíricas, realizadas por sociólogos, adquirem explicações distintas.
Outro campo também bastante utilizado pelo pensamento biológico é o da linguagem. Seria esta inata ou aprendida? Deixando a discussão deste item para um momento posterior, gostaria de retomar o ponto que vínhamos tratando anteriormente e que diz respeito a dimensão da cultura humana como resultante da aprendizagem através comunicação simbólica.
Para a sociologia a comunicação simbólica vai permitir a “aprendizagem de comportamentos , normas valores e crenças, bem como o desenvolvimento de atitudes e sentimentos coletivos”. A esta aprendizagem os sociólogos dão o nome de Socialização. 
Um símbolo é algo que está presente em todos os momentos da vida. A linguagem é um símbolo por excelência, já que possibilita a transmissão da experiência. Inicialmente essa transmissão era apenas oral mas, a medida que o homem vai se desenvolvendo, surge a linguagem escrita que vai permitir um salto qualitativo nos processos de aprendizagem humana, já que o mesmo pode sobreviver ao homem. A socialização, enquanto tema será tratada no próximo assunto. Por enquanto, vamos nos ater a compreender um pouco mais a noção de cultura e desvendar certas características deste termo sociologicamente falando.
Sistemas de símbolos
Turner fala também em sistemas de símbolos e menciona seis tipos de sistemas simbólicos: sistema de linguagem; um sistema de tecnologia; um sistema de valores; um sistema de crenças; um sistema normativo; e o que chama estoques de conhecimento. 
Sistema de linguagem - sistema de códigos de linguagem capaz de classificar desde palavras faladas e escritas até algoritmos de computador. Os tipos de códigos de linguagem de uma população influenciam na sua organização: por exemplo, há diferença entre possuir uma linguagem apenas oral e uma linguagem escrita. A linguagem oral depende da transmissão pelos membros vivos de uma comunidade. A linguagem escrita possibilita que muitas gerações possam acessar o passado desta comunidade. Ao mesmo tempo a escrita, por possibilitar o armazenamento de informações, pode elaborar outros modos e organização social.
Sistemas de tecnologia – refere-se a organização de informações e conhecimento sobre como controlar e transformar o meio ambiente ( Turner, 2005: 36). Como a tecnologia se expande, também se expande as produções das sociedades: podemos produzir mais, ficar maiores e mais complexos. A tecnologia transforma nossas vidas, nossos relacionamentos com os outros e nossas formas de organização social (Turner, op. cit. pág.37).
Sistemas de valores – os sistemas de valores dizem respeito ao que é bom e ao que é ruim, adequado ou inadequado, indispensável ou dispensável. Essas idéias são valores e quando estão organizadas dentro de um sistema de padrões ou critérios, para avaliar o valor moral e a adequação do comportamento, constituem um sistema de valores. Os valores são abstratos na sua generalidade de aplicações. Podem servir a muitas situações diversas. É surpreendente que a maioria das populações humanas possuam algum consenso sobre os valores, embora tal consenso não seja perfeito, podendo-se identificar também os conflitos que, para Turner, são parte da dinâmica de uma sociedade. Segundo este autor, quando se trata de valores, sociedades como a brasileira ou a americana tem como ponto de consenso aspectos como: êxito ( fazer bem, tentar fazer bem); atuação / protagonismo ( tentar controlar e dominar situações); liberdade ( não ter limites na busca dos nossos sonhos); progresso ( aprimorar a nós mesmos e ao mundo em nosso redor); materialismo ( adquirir objetos materiais) eficiência ( fazer coisas de forma racional e prática). 
	Essas ideias nos servem como padrões morais para avaliar a nós mesmos a aos 	outros nas situações mais concretas. Como nos diz Turner, uma das facetas de um 	sistema de valores é orientar percepções e condutas de indivíduos na sociedade. Consenso e conflito deram origem a duas correntes de pensamento sociológico, o funcionalismo e a teoria do conflito. 
 4. Sistema de crenças- crenças são as cognições e as ideias das pessoas em 	determinadas situações, tais como educação, trabalho, família, amizades, política, religião, vizinhança, esporte, lazer e todos os tipos de situações sociais numa sociedade. Os sistemas de crença organizam as cognições das pessoas sobre o que deveria existir 	e realmente existe em situações específicas.
5. Sistemas normativos são os sistemas que geram expectativas gerais e específicas sobre como as pessoas devem se comportar em diversas situações.
6. Estoques de conhecimento dispõem de informações implícitas que as pessoas, inconscientemente, usam para compreender as diversas situações que a vida oferece. 
Existem culturas superiores? - A questão do etnocentrismo.
Poderíamos então pensar que a nossa cultura, por utilizar o garfo nas refeições, seria superior ? Sociologicamente falando, não existe cultura superior nem inferior. Vila Nova justifica a inexistência de culturas superioresou inferiores tendo por base o fato de que a ciência não deve emitir juízo de valor ou julgar mas, sim, explicar as coisas como elas são. Ademais, continua o autor, cada cultura é uma realidade autônoma e só pode ser avaliada adequadamente a partir de si mesma.
É bem verdade que, muitas vezes, utilizamos o conhecimento que possuímos para compreender outra realidade. Procuramos estabelecer paralelos e comparações. Entretanto, há uma diferença entre comparar para conhecer e comparar para julgar. Quando achamos que uma cultura é superior a outra é por que estamos adotando o ponto de vista de nossa cultura e, portanto, nos tornamos etnocêntricos. Julgamos uma cultura com base nos valores de nossa própria cultura. Esta atitude, na maioria das vezes, é mais comum do que se pensa. Veja-se, por exemplo, o nosso pensamento em relação aos nossos vizinhos latino-americanos: além de sabermos muito pouca coisa sobre as diversas comunidades que formam a América Latina espanhola, estamos sempre nos achando melhores do que eles, principalmente com relação à Argentina. Estes, por sua vez, nos devolvem a mesma atitude, julgando-se superiores a nós.
A primeira vista, isto pode parecer algo bastante banal e sem consequências; uma brincadeira entre vizinhos. Entretanto, ao longo da historia humana o etnocentrismo tem provocado ondas de preconceitos gerando opressões e violência entre raças e povos de distintos países. 
Vila Nova ressalta o fato de que o modo como cada povo se organiza para satisfazer suas necessidades humanas, só pode ser compreendido a partir de si mesmo (47). Segundo ele, nada mais contrário a Sociologia do que a atitude etnocêntrica. “A sociologia é, inclusive, um contínuo exercício de libertação da tendência espontânea ao etnocentrismo prejudicial ao conhecimento objetivo ( científico) da sociedade.”
Na continuação do seu argumento, Vila Nova nos lembra de que a cultura surge a partir do trabalho do homem em sociedade, transformando a natureza para satisfazer suas necessidades. Assim, podemos ser levados a pensar que uma cultura que possui técnicas e que possibilite a transformação mais eficiente da natureza na resolução das necessidades humanas, seria superior a uma cultura com técnicas menos eficientes. Mas, pergunta o autor, o que dizer dos danos provocados à natureza pelas sociedades com técnicas mais desenvolvidas e sofisticadas? O desequilíbrio ecológico, que hoje se apresenta no mundo urbano-industrial, é fruto da tecnologia sofisticada empregada. Isso nos leva a concluir que essa capacidade não torna nenhuma cultura superior à outra.
Nessa linha de raciocínio, podemos supor que muitos outros problemas fazem parte do cenário do mundo desenvolvido. Depressão, solidão, violência, são sintomas de uma cultura que ainda não conseguiu suprir as necessidades não materiais dos seus membros. A competição, por exemplo, como valor cultural próprio das sociedades urbano-industriais é um fator de ansiedade para os indivíduos que estão constantemente temerosos do fracasso. Ademais, a sociedade do ter provoca desigualdades cada vez maiores entre os indivíduos na mesma sociedade ou entre sociedades distintas, não contribuindo para uma sensação de conforto interior. 
Como diz Vila Nova, uma cultura pode proporcionar muito conforto material aos seus participantes e ser, ao mesmo tempo, pouco adequada ao bem-estar psíquico dos indivíduos, no que se refere às formas estabelecidas de convivência humana. É possível que culturas mais rudimentares, tecnicamente falando, ofereçam mais solidariedade e cooperação entre os seus membros.
Bibliografia
Brym, Robert e outros: Sociologia sua bússola para o novo mundo. São Paulo, Thomsom, 2006.
Turner, Jonathan. Sociologia: Conceitos e Aplicações. São Paulo, Makrom Books. 2004.
Giddens, Anthony. Sociologia.
VilaNova, Sebastião. Introdução a Sociologia. Atlas. 2005.

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